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sábado, 1 de setembro de 2012

O Espiritismo e a Definição de Kardec


Artigo publicado pela :


Revista Internacional de Espiritismo:


Junho de 1954 - Número 5.


Dentro da definição que lhe deu Allan Kardec, o Espiritismo tem, ao mesmo tempo, um aspecto geral, como filosofia espiritualista, e os aspectos particulares, que são inerentes a seu caráter e sua organização. Quem o diz é o próprio Allan Kardec, na Introdução de O Livro dos Espíritos, ao ensinar que “todo espírita é espiritualista, mas nem todo espiritualista é espírita”. Realmente, há muitos espiritualistas que, embora admitam o fenômeno de além-túmulo, não aceitam os postulados do Espiritismo. São espiritualistas, mas, na realidade, não são espíritas.
Estas noções iniciais são muito conhecidas dos adeptos do Espiritismo, mas a verdade é que muitas pessoas julgam mal o Espiritismo, exatamente porque não conhecem as noções elementares da Doutrina. Daí, portanto, a necessidade, não mais para os espíritas, mas para o elemento leigo, de certos rudimentos indispensáveis a respeito do Espiritismo, sua definição, seu caráter, seus métodos, suas conseqüências.
O fenômeno, como se sabe, é o ponto de partida, tanto do Espiritismo, como de todas as escolas e correntes que se preocupam com o além-túmulo. É de notar-se, porém, que nem todos os que se dedicam à experimentação mediúnica entram nas indagações de ordem filosófica. Sob este ponto de vista, é claro que o Espiritismo ultrapassa a experimentação pura e simples, porque, além de tratar, também, da origem do fenômeno, tira conseqüências morais de grande influência, tanto na vida particular, como na vida social. Justamente por isso, foi que Allan Kardec definiu o Espiritismo como uma ciência que trata da origem e do destino dos espíritos, assim como de suas relações com o mundo terreno.
Aí estão, implicitamente, os três pontos básicos: a origem e o destino dos espíritos são questões transcendentais, de alta filosofia; a relação dos espíritos com o mundo terreno é assunto da ciência experimental, porque são os fenômenos que provam essas relações; o aspecto moral, porém, é fundamental para o Espiritismo. De que serve a experimentação apenas como assunto de curiosidade? De que serve entrar em comunicações com os espíritos ou provocar fenômenos, sem tirar desses fenômenos o que é essencial para o refinamento dos costumes, para a reforma interior do homem?
Para muita gente, Espiritismo é apenas fenômeno; mas quem conhece um pouco da Doutrina sabe muito bem que não é assim. Para certas escolas, por exemplo, o fenômeno é o fim, ao passo que para o Espiritismo o fenômeno é um meio. Mas, meio de quê? Meio de aperfeiçoamento, elemento de convicção para a aceitação da vida futura e, conseqüentemente, caminho para a crença em Deus.
Enquanto certos experimentadores levam anos e anos observando e provocando fenômenos, sem tirar conclusão alguma acerca dos altos e importantes problemas da vida futura e do destino humano, o experimentador espírita, quando bem orientado pela Doutrina, parte do fenômeno, sobe à indagação dos porquês, que é o terreno da filosofia e, depois, faz as necessárias aplicações à vida prática, isto é, ao comportamento do homem, às atitudes privadas e públicas, aos padrões de moralidade que a condição de espírita exige em qualquer situação. A não ser assim, a experimentação, por si só, é assunto simplesmente de curiosidade.

Deolindo Amorim.

Texto retirado do site- Irmã Clara.

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