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sábado, 1 de setembro de 2012

E a Luz se Fez...

Artigo publicado no jornal Unificação - Ano XIII - Outubro de 1965 - Número 151

“ Enquanto tendes luz, crede na luz, para que sejais filhos da luz.
E ainda que tenha feito tantos sinais diante deles, não criam nele”.
(João, 12: 36-37).

“ E eis que lhes apareceram Moisés e Elias, falando com ele.
E Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é estarmos aqui; se queres, façamos aqui três tabernáculos, um para ti, um para Moisés, e um para Elias.
E estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu. E da nuvem saiu uma voz que dizia: “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo: escutai-o”.
E os discípulos, ouvindo isto, caíram sobre seus rostos, e tiveram grande medo.
E aproximando-se Jesus, tocou-lhes, e disse: Levantai-vos; e não tenhais medo.
E erguendo eles os olhos, ninguém viram senão unicamente a Jesus.
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão, até que o Filho do homem seja ressuscitado dos mortos.
E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas.
Mas, digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem.
Então entenderam os discípulos que lhes falara de João Batista”.
(Mateus, 17: 1-13).

No Livro de Malaquias (4:5) está contida a profecia: “E eis que vos envio o profeta Elias antes que venha o dia grande e terrível do Senhor”.
Fundamentados nessa predição, os judeus, e entre eles os apóstolos, compartilhavam da crença de que Elias seria o precursor de Jesus Cristo.
Por conformismo com os ditames da religião oficial ou por desconhecerem o mecanismo das vidas sucessivas, não souberam, entretanto, ver em João Batista a reencarnação do próprio Elias e, conseqüentemente, não se compenetrando de que o Precursor já estava entre eles, passaram implicitamente a ignorar que na personalidade inconfundível do Mestre estava o prometido e tão esperado Messias.
No desenrolar da majestosa manifestação espiritual ocorrida no Monte Tabor, narrada em Mateus, 17:1-13, os apóstolos tiveram a oportunidade de ver Jesus se transfigurar, o seu rosto se resplandecer como o sol e os seus vestidos se tornarem brancos como a luz. Não obstante isto, ouviram ainda o fenômeno de voz-direta que ressoou no espaço confirmando: “Este é o meu amado Filho, em quem me comprazo, escutai-o”, propiciando-lhes uma inequívoca prova de identidade do Mestre.
Entretanto, descendo do Tabor, a dúvida começou a solapar a convicção íntima dos apóstolos:
- Se ele é o Messias, Elias deveria estar encarnado!
- Como se explica vir o Espírito de Elias confabular com ele?
- Não dizem as escrituras que na frente do Messias viria Elias?
- Se Elias é Espírito somente, podem persistir duas alternativas: ou este não é o Cristo ou as escrituras falharam!
Podem as escrituras falhar em coisas tão transcendentais?
E o bichinho roedor da dúvida começou a solapar a fé dos assessores mais imediatos do Cristo.
Porém, o Mestre não se preocupou com as idéias conflitantes dos seus discípulos. A luz se faria dentro em breve.
E, realmente, a revelação de toda a verdade não tardou... Timidamente, um dos discípulos aventurou a indagação: Mestre! Como é que as predições das escrituras revelam que Elias deveria vir primeiro?
E o Messias, lançando o seu olhar fraternal, obtemperou: “Eu vos digo em verdade que Elias já veio e os homens fizeram dele tudo o que quiseram”.
E a luz se projetou como relâmpago. As mentes dos discípulos iluminaram-se com a compenetração de toda a verdade: “E então, compreenderam que era de João Batista que ele falava”.
Indubitavelmente, até mesmo os Espíritos mais elevados, quando em missão na Terra, sob o império da carne, vacilam muitas vezes diante dos fatos mais convincentes. E foi isso o que sucedeu com os apóstolos.
Todos os fenômenos operados por Jesus Cristo, todas as curas por ele produzidas, todos os ensinamentos transcendentais emanados de sua boca, não haviam sido suficientes para provar aos apóstolos que ali estava de fato o Messias Prometido. A despeito de tantos sinais operados diante de todos, os seus contemporâneos duvidavam de sua autoridade e mesmo os apóstolos alimentavam em seus corações alguns resquícios de vacilação.
O apego às letras das escrituras falava mais alto, a ponto de ofuscar a convicção de que na verdade estavam face-a-face ao Cristo de Deus.
Confirmando que João Batista era o Elias que havia de vir, o Mestre legou à Humanidade a mais decisiva e robusta prova sobre a lei da Reencarnação. A lei das vidas sucessivas ficou demonstrada de modo insofismável, propiciando também a seus discípulos se compenetrarem de que as verdades veladas das escrituras jamais podem ser interpretadas sem o bafejo do Espírito que vivifica.
Aqueles que se apegam à letra que mata têm a viva demonstração daquilo que afirmamos. Se o Nazareno não tivesse elucidado ser João Batista uma reencarnação do Espírito do Profeta Elias, seus pósteros passariam a esposar uma falsa opinião sobre a questão, conseqüentemente, não se pode ter apego à letra que mata sob pena de se defrontar com a dura contingência de caminhar por uma senda escusa que levará, inapelavelmente, a situações embaraçosas e a conceituações eivadas de falhas.
Até João Batista, que no dizer do Cristo foi “o maior dentre os nascidos de mulher”, se enquadrou entre os que viram os sinais, mas não se compenetraram completamente da verdade.
Realmente o precursor, quando viu Jesus Cristo pela primeira vez, nas margens do rio Jordão, teceu uma série de elogios ao Mestre afirmando ser ele o Cordeiro de Deus e acrescentando não ser digno de desatar suas sandálias. Não bastasse isso, viu o Espírito descer sobre o Cristo sob forma de pomba, seguido de fenômeno da voz direta que como trovão ressoou: “Este é meu Filho amado em quem me comprazo”.
Não obstante, apesar de todas essas manifestações que corroboraram a identidade do Filho de Deus, quando nas masmorras de Herodes, João enviou seus discípulos para se certificarem “se Jesus era realmente o Cristo ou se ele deveria esperar algum outro?”.

Paulo Alves de Godoy

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