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terça-feira, 18 de setembro de 2012

Construamos sobre a rocha


Artigo extraído do livro "O Sermão da Montanha" - FEB - 7ª Edição - 6/1989.

Ao concluir os ensinamentos do maravilhoso Sermão da Montanha, empregou Jesus a seguinte ilustração:
Todo aquele que ouve estas minhas palavras, e as observa, será comparado a um homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. Veio a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos, e combateram aquela casa, e ela não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
E todo aquele que ouve estas minhas palavras, mas não as observa, se assemelha a um homem insensato, que construiu sua casa na areia. Quando a chuva caiu, os rios transbordaram, os ventos sopraram e a vieram açoitar, ela foi derribada e grande foi a sua ruína”. (Mateus, 7:24-27).

Essa advertência do Mestre tinha endereço certo: buscava penetrar a consciência dos que o ouviam; tocá-los, despertá-los e fazê-los sentir a necessidade de uma reforma de seus hábitos, pois sabia que, trabalhados, gerações pós-gerações pelo farisaísmo, se haviam esquecido do Decálogo que lhes fora dado no Sinai, tendo-se acostumado a observar tão-somente umas tantas práticas e cerimônias exteriores, persuadidos de que isso era o bastante para torná-los irrepreensíveis aos olhos do Senhor.
Ainda hoje, infelizmente, muitos existem, em todas as organizações religiosas, que incidem no mesmo erro. Invertendo a hierarquia dos valores, demonstram zelo extremado pelo que é secundário, negligenciando por completo aquilo que é essencial.
Também entre os espíritas – forçoso é reconhecê-lo – é grande, até agora, o número dos que se aferram às chamadas “sessões práticas”, nem sempre bem conduzidas, e não saem disso, esquecendo-se do estudo metódico e profundo da Doutrina, em seu tríplice aspecto: científico, filosófico e religioso, a fim de, com esse preparo, poderem auxiliar, eficazmente, tanto os desencarnados, nos trabalhos de esclarecimento e desobsessão, como os encarnados que careçam de melhor orientação na vida.
Outro engano comum a muitos que se têm na conta de cristãos, é o suporem que a memorização das Escrituras, o conhecimento teórico de princípios religiosos corretos ou a concordância com certos dogmas teológicos seja suficiente para a salvação de suas almas.
O mero assentimento intelectual à Verdade, entretanto, não constitui, por si só, mérito algum e será de todo inútil se não fizer que os homens produzam frutos de bondade e justiça no trato com os semelhantes.
Aliás, sabem-no todos, os crimes mais abomináveis que enegrecem as páginas da História foram praticados por criaturas que se vangloriavam de ser oráculos da Divindade, como há, ainda nos dias que correm, não poucos representantes da pretendida ortodoxia religiosa, cujos atos são de estarrecer.
Jesus veio revelar-nos que a Religião pura e genuína consiste, não apenas em satisfazer a formalismos cultuais, mas em cumprir os mandamentos da Lei, o que exige de cada um esforços constantes no sentido de vencer suas imperfeições e, ao mesmo tempo, em desenvolver aquelas virtudes que o levem a “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo”.
Então, semelhantemente ao homem sábio que edificou sua casa sobre a rocha, tomemos os preceitos divinos expostos pelo Mestre como fundamento de nossa norma de vida, e não simplesmente de nosso credo.
Sim, porque aqueles que pregam e ensinam tais preceitos, mas não testemunham aquilo que pregam e ensinam, assim os que confiam na eficácia dos sacramentos de sua igreja, mas não tratam de modelar seu caráter pelo do excelso modelo – o Cristo, estão construindo sobre a areia e, portanto, a si mesmos se reservam grandes amarguras e terríveis desilusões.

Rodolfo Calligaris

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