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sábado, 9 de novembro de 2013

DETERMINISMO E LIBERDADE

A  LIÇÃO  DO  TRÂNSITO

  
  Francisco C.Xavier
 
Após a leitura da questão 851 de O Livro dos Espíritos, e debates sobre o livre-arbítrio, Emmanuel nos deu a página mediúnica da noite – Determinismo e Liberdade – com que nos oferece a lição do trânsito, muito oportuna e fácil de compreendermos.
 
 
DETERMINISMO E LIBERDADE
 
Emmanuel
 
Observando que determinismo e livre-arbítrio coexistem nos destinos humanos, ajustemos o assunto às lições do trânsito no mundo, regido por leis que nos lembram a temática em exame.
Imaginemo-nos assumindo o compromisso de realizar certa viagem na Terra, que, no caso, seria uma nova reencarnação.
Nas diretrizes do inevitável, estão ingredientes importantes, como sejam:
O carro significando o corpo físico.
As companhias expressando a equipe familiar.
A estrada a percorrer.
A tarefa de base.
A obediência aos sinais.
O acatamento às ordens da guarda.
A apresentação de documentos legais.
A condução de recursos socorristas, indispensáveis à sustentação do veículo.
O pagamento de pedagem.
Os riscos naturais.
No campo da ação livre, se-nos-á lícito considerar os pontos seguintes:
A proteção em favor da máquina para que a máquina nos corresponda à expectativa.
A observância aos preceitos do trânsito.
A colaboração espontânea com aqueles que nos cruzem o caminho para que acidentes sejam evitados.
O cuidado nas ultrapassagens.
A cautela contra brincadeiras e imprudências.
O apreço para com as autoridades.
A abstenção de avanços temerários.
O sustento da atenção no trabalho.
A previsão de crises prováveis com os elementos de solução aos problemas que possam surgir.
Segundo é fácil de ver, em qualquer viagem terrestre, estão juntas as obrigações fatais e as decisões independentes, em função concomitante.
Assim é a romagem da reencarnação nos caminhos planetários.
O espírito jaz temporariamente submetido a deveres inevitáveis, mas dispõe de livre-arbítrio para melhorar ou comprometer qualquer situação.
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

ATÉ QUE PONTO SOMOS LIVRES?


  
  Francisco C.Xavier
 
Com alguns companheiros, tivemos rápida troca de idéias sobre conceitos de liberdade. Em que termos somos livres na Terra? Como entender tantas autoridades das ciências psicológicas de hoje que justificam a liberação dos impulsos sentimentais, desde que se evitem atos de delinqüência? Como entender os sistemas de educação com bases na liberdade irrestrita? Até que ponto somos livres?
Essas indagações nos proporcionavam apaixonante dialogo, quando nos dirigimos à oração. O Livro dos Espíritos nos deu a questão 825 para estudo. Depois da troca de comentários sobre essa questão, quem escreveu por nosso intermédio foi o caro amigo Cid Franco, hoje na Espiritualidade.
 
LIBERDADE
 
Cid Franco
 
Estudando a Liberdade, busquei a Natureza para sondar-lhe o brilho.
O esplendor me cercava, mas o Sol afirmou :
– Para libertar a luz devo permanecer em minha própria órbita.
 
Disse o Mar :
– Como nutrir as forças da Vida sem aceitar as minhas limitações?
 
A Fonte declarou :
– Não posso emancipar o beneficio de minhas águas, sem atender às linhas que me orientam o curso.
 
Explicou-se a Flor :
– Impossível abrir-me para o festival dos perfumes, sem deixar-me prender.
 
A Ponte murmurou:
– Nada seria eu se não guardasse a disposição de servir.
 
Não longe, a Eletricidade comentou, movimentando uma fábrica :
– Fora da disciplina, em vão procuraria ser mais útil.
 
Um Automóvel parado entrou na conversação :
– Posso ganhar tempo e vencer o espaço, mas infeliz daquele que me use sem breques!
 
Então, voltando-me para dentro do próprio coração, exclamei em prece:
– Deus, meu Deus, fizeste-me livre no pensamento para criar o bem e estendê-lo aos meus irmãos ; no entanto, que será de mim, sem ajustar-me às tuas leis?
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

NOS PRIMEIROS TEMPOS


  
  Francisco C.Xavier
 
Alguns companheiros iniciantes nas tarefas espíritas estiveram conosco pela manhã. O tema principal de nossa conversação foi a mediunidade nos primeiros tempos de prática. Falávamos da necessidade de orientação e esclarecimento a respeito, destacando os estudos e as observações de Allan Kardec. De quando em quando, fixávamo-nos na indagação: Como começar?
Nossos comentários se alongaram. Quando nos decidimos à prece em conjunto, em ligeira reunião de estudos, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos ofereceu o item 3 do capítulo XXV, que comentamos em animado diálogo. Chegando ao final de nossa tarefa, nosso amigo espiritual André Luiz escreveu a página Começo Mediúnico.
 
 
COMEÇO MEDIÚNICO
 
André Luiz
 
"Se você deseja cooperar com os Bons Espíritos na Causa do Bem, não exija mediunidade espetacular.
Procure engajar-se numa equipe de criaturas dedicadas à compreensão e ao auxílio em favor do próximo.
Estude, agindo para colaborar com mais segurança.
Comece na certeza de que você precisa muito mais dos outros que os outros de você.
Não se queixe nem acuse a ninguém.
Se esse ou aquele companheiro lhe experimenta a humildade ou a paciência, ao invés de lamentar-se, agradeça a oportunidade de aprender e progredir.
Não olvide que você se encontra em atividade do Plano Espiritual, numa construção de paz e amor.
Para ser canal do bem, é preciso ajustar-se ao reservatórios do bem.
Os mensageiros da Bênção de Deus, para abençoarem por seu intermédio, esperam que você igualmente abençoe.
Quando você estiver trabalhando e auxiliando, entendendo que mediunidade com Jesus é serviço ao próximo, encontrará o seu próprio caminho e a sua própria orientação na intimidade dos Benfeitores Espirituais, compartilhando-lhes a paz e a alegria que decorrem do bem aos outros, que é e será o Bem de Todos para sempre."
 
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

ASPECTOS DA CARIDADE


  
  Francisco C.Xavier
 
Os diversos aspectos da caridade constituíram o assunto de nossas conversações antes da reunião. O tema sugeria ao nosso grupo de amigos variadas considerações. Iniciadas as tarefas públicas da noite, O Evangelho Segundo o Espiritismo nos deu para estudo o item 11 do seu capítulo XIII e o assunto continuou a ser debatido.
Ao término da reunião, Emmanuel escreveu a página Caridade Difícil.
 
CARIDADE DIFÍCIL
 
Emmanuel
 
Caridade habitualmente incompreendida e sempre difícil de ser praticada - o amparo em regime de repetição.
 
Ergue-se a casa, elemento a elemento. Realiza-se a viagem passo a passo. Entretanto, freqüentemente exigimos a recuperação de criaturas determinada, de momento para outro, qual se as realizações da vida interior fossem estranhas às funções do tempo.
 
Se te encontras num problema assim, de cuja solução esperas segurança e paz, não te aflijas pela obtenção do fruto nos esforços a que te empenhas, nem esmoreças ante as situações que te solicitam tolerância e paciência.
 
O companheiro que se te afigura incorrigível pelos desgostos que te impõe é um enfermo da alma a pedir-te doses reiteradas de compreensão e socorro, de modo a refazer-se.
 
E a pessoa querida que te pareça ingrata pelos golpes com que te alanceia o coração, é doente da alma a solicitar-te medicamentos renovados de ternura e entendimento, a fim de restaurar-se.
 
Quase sempre, antes da corporificação em novo berço terrestre, rogamos à Divina Providência para que se nos confie a laboriosa tarefa da assistência espiritual, em benefício da alguém que só o tratamento longo na reencarnação consegue melhorar ou recuperar.
 
 
Do livro Amanhece. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

SERVIDOR DA ÚLTIMA HORA

Emmanuel
 
No estudo da posição daquele trabalhador de última hora, credor de precioso salário, a que se reporta o Evangelho, mentalizemos uma oficina com determinada tarefa a realizar.  Revelando as diretrizes, que lhe governam a experiência, convocou diversos operários para o serviço em expectação.
Os primeiros chegados, quando a manhã surgia promissora, começaram a examinar indefinidamente a obra, discutindo particularidades e nugas, com menosprezo do tempo.
Os segundos, trazidos a realização, sentiram-se repentinamente cansados, acreditando muito mais na própria indisposição orgânica que no poder de agir que lhes era peculiar.
Os terceiros, transportados ao recinto quando o Sol avançava, preferiram invariável repouso, à espera de orientação e esclarecimento, como se a oficina lhes não houvesse ofertado, previamente, o programa de ação.
Os demais, conduzidos à casa nas derradeiras horas do dia, estacionaram na queixa e no desânimo, no medo e na distração...
Acotovelavam-se todos, inutilmente, esquecidos de que o serviço lhes rogava devotamento e consagração.
Eis, porém, que nos últimos instantes do dia, o servidor diligente é trazido ao trabalho e atende-o sem discussão.
Naturalmente que a esse o vencimento é mais justo, pelo esforço construtivo que lhe assinalou a presença e lhe marcou a decisão.
Conserva contigo o ensinamento do Divino Mestre e não desfaleças.
Ao longo de teus passos, aparece no mundo a sementeira do bem, que te pede renúncia e boa vontade, sacrifício e compreensão.
Desperta e efetua a obra de amor a que foste chamado, porque o valor de tua existência na carne não será conferido pelos dias longos que desfrutes na Terra ou pelos tesouros do corpo e da alma que retenhas contigo, mas, sim, pela tarefa executada no bem incessante que te será coroa de luz, na luz da Vida Real.
 
Onde fores defrontado pela calúnia, sê a palavra amiga do esclarecimento benéfico.
Indolência e desânimo, são ervas parasitárias, aniquilando-te a produção.
 
 
 Livro: ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanuel
 

PIEDADE EM CASA

Emmanuel
 
Não aguardes as ocorrências da dor para desabotoares a flor da piedade no coração.
Sê afável com os teus, sê gentil em casa, sê generoso onde estiveres.
No lar, encontrarás múltiplas ocasiões, cada dia, para o cultivo da celeste virtude.
Tolera, com calma silenciosa, a cólera daqueles que vivem sob o teto que te agasalha.
Não pronuncies frases de acusação contra o parente que se ausentou por algumas horas.
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Na tarefa de esposo, desculpa a franqueza ou a exasperação da companheira, nos dias cinzentos da incompreensão; e, no ministério da esposa, aprende a perdoar as faltas do companheiro e a esquecê-las, a fim de que ele se fortaleça no crescimento do bem.
Se és pai ou mãe, compadece-te de teus filhos, quando estejam dominados pela indisciplina ou pela cegueira; e, se és filho ou filha, ajuda aos pais, quando sofram nos excessos de rigorismo ou na intemperança mental.
Compreende o irmão que errou e ajuda-o para que não se faça pior, e capacita-te de que toda revolta nasce da ignorância para que tuas horas no lar e no mundo sejam forças de fraternidade e de auxilio.
Quando estiveres à beira da impaciência ou da ira, perdoa setenta vezes sete vezes e adota o silêncio por gênio guardião de tua própria paz.
Compadece-te sempre.
Se tudo é desespero e conturbação, onde te encontras, compadece-te ainda, ampara e espera, sem reclamar.
Guarda a piedade, entre as bênçãos do trabalho.
Habituemo-nos a ignorar todo mal, fazendo todo o bem ao nosso alcance.
A piedade do Senhor, nas grandes crises da vida, transformou-se em perdão com bondade e em ressurreição com serviço incessante pelo soerguimento do mundo inteiro.
 
Não te irrites contra o irmão enganado pela vaidade ou pelo orgulho que se transviou nos vastos despenhadeiros da ilusão.
Auxiliar é a honra que nos compete.
 
 Livro: ALVORADA DO REINO - Francisco Cândido Xavier - Emmanue

sábado, 2 de novembro de 2013

PERDÃO NA INTIMIDADE


Emmanuel
Quando nos referimos a perdão, habitualmente mentalizamos o quadro clássico em que nos vemos à frente de supostos adversários, distribuindo magnanimidade e benemerência, qual se pudéssemos viver sem a tolerância alheia.
O assunto, porém, se espraia em ângulos diversos, notadamente naqueles que se reportam ao cotidiano.
Se não soubermos desculpar as faltas dos seres que amamos, e se não pudermos ser desculpados pelos erros que cometemos diante deles, a existência em comum seria francamente impraticável, porquanto irritações e azedumes devidamente somados atingiram quotas suficientes para infligir a desencarnação prematura a qualquer pessoa.
Precisamos muito mais do perdão, dentro de casa, que na arena social, e muito mais de apoio recíproco no ambiente em que somos chamados a servir, que nas avenidas rumorosas do mundo.
Em auxílio a nós mesmos, todos necessitamos cultivar compreensão e apoio construtivo, no amparo sistemático a familiares e vizinhos, chefes e subalternos, clientes e associados, respeito constante a vida particular dos amigos íntimos, tolerância para os entes amados, com paciência e olvido diante de quaisquer ofensas que assaltem os corações. Nada de aguardamos sucessos calamitosos, dores públicas e humilhações na praça, a fim de aparecermos na posição de atores da benevolência dramatizada, apesar de nossa obrigação de fazer o bem e esquecer o mal, seja onde for.
Aprendamos a desculpar - mas a desculpar sinceramente, de coração e memória -, todas as alfinetadas e contratempos, aborrecimentos e desgostos, no círculo estreito de nossas relações pessoais, exercitando-nos em bondade real para ser realmente bons. Tão somente assim, lograremos praticar o perdão que Jesus nos ensinou. E se o Mestre nos ensinou perdoar setenta vezes sete aos nossos inimigos, quantas vezes deveremos perdoar aos amigos que nos entretecem a alegria de viver? Decerto que o Senhor se fez omisso na questão porque tanto de nossos companheiros necessitam de nós, quanto nós necessitamos deles, e, por isso mesmo, de corações entrelaçados no caminho da vida, é imprescindível reconhecer que, entre os verdadeiros amigos, qualquer ocorrência será motivo para aprendermos, com segurança, a abençoar e entender, amar e auxiliar.
 
 Livro: Alma e Coração.  Psicografia de Francisco Cândido Xavier   Espírito Emmanuel 

PERANTE OS CAÍDOS


Emmanuel 
Tão fácil relegar ao infortúnio os nossos irmãos caídos!... Muitos passam por aqueles que foram acidentados em terríveis enganos e nada encontram a fim de oferecer-lhes, senão frases como estas: "eu bem disse", "avisei muito"...
No entanto, por trás da queda de nosso amigo menos feliz estão as lutas da resistência, que só a Justiça Divina pode medir.
Este foi impelido à delinqüência e faz-se conhecido agora por uma ficha no cadastro policial; mas, até que se lhe consumasse a ruína, quanto abandono e quanta penúria terá arrastado na existência, talvez desde os mais recuados dias da infância!... Aquele se arrojou aos precipícios da revolta e do desânimo, abraçando o delírio da embriaguez; contudo, até que tombasse no descrédito de si mesmo, quantos dias e quantas noites de aflição terá atravessado, a estorcegar-se sob o guante da tentação para não cair!... Aquela entrou pelas vias da insensatez e acomodou-se no poço da infelicidade que cavou para si própria; todavia, em quantos espinheiros de necessidade e perturbação ter-se-á ferido, até que a loucura se lhe instalasse no cérebro atormentado!... Aquele outro desertou de tarefas e compromissos em cuja execução empenhara a vitória da própria alma e resvalou para experiências menos dignas, comprometendo os fundamentos da própria vida; no entanto, quantas lágrimas vertido, até que a razão se lhe entenebrecesse, abrindo caminho à irresponsabilidade e à demência!...
Diante dos companheiros apontados à censura, jamais condenes! Pensa nas trilhas de provação e tristeza que haverão perlustrado até que os pés se lhes esmorecessem, vacilantes, na jornada difícil! Reflete nas correntes de fogo invisível que lhes terão requeimado a mente, até que cedessem às compulsões terríveis das trevas!...
Então, e só então, sentirás a necessidade de pensar no bem, falar no bem, procurar o bem e realizar unicamente o bem, compreendendo, por fim, a amorosa afirmação de Jesus: "Eu não vim à Terra para curar os sãos".

 
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

DISTÚRBIOS EMOCIONAIS


Emmanuel 
Enquanto nos demoramos encarnados no plano terrestre, um tipo de impaciência existe, sutil, capaz de arrastar-nos aos piores distúrbios emotivos: a revolta contra nós mesmos.
Acolhemos receios infundados, em torno de opiniões que formulem de nós, seja por deformidades físicas, frustrações orgânicas, conflitos psicológicos ou empeços sociais de que sejamos portadores, e adotamos o medo por norma de ação, no exagerado apreço a nós mesmos, e dessa inquietação sistemática comumente se deriva um desgosto contínuo contra as forças vivas que nos entretecem o veículo de manifestação.
E tanto espancamos mentalmente esses recursos que acabamos neuróticos, fatigados, enfermos ou obsessos, escorregando mecanicamente para a calha da desencarnação prematura. Tudo por falta de paciência com as nossas provações ou com os nossos defeitos. Decerto, ninguém nasce no corpo físico para louvar as deficiências que carrega ou ampliá-las, mas é preciso aceitar-nos como somos e fazer o melhor de nós. Desinibirão construtiva. Compreensão do aprendizado que se tem pela frente. Acolher o instrumento físico de que o Alto Comando da Vida nos considera necessitados, tanto para resgatar culpas do pretérito na esfera individual, quanto para a consecução de empresas endereçadas ao benefício coletivo, e realizar todo o bem que pudermos.
O corpo carnal de que dispões ou a paisagem doméstico-social em que te situas, representam em si o utensílio certo e o lugar justo, indispensáveis à provação regeneradora ou à missão específica a que te deves afeiçoar. Por isso mesmo, o ponto nevrálgico da existência é o teste difícil que te exercita a resistência moral, temperando-te o caráter, no rumo do serviço maior do futuro.
Nossas perturbações emocionais quase sempre decorrem da nossa relutância em aceitar alguns dos aspectos menos agradáveis, conquanto passageiros da nossa vida. Saibamos, pois, rentear com eles honestamente, corajosamente. Nada de subterfúgios. Temos um corpo defeituoso ou estamos em posição vulnerável à crítica? Seja assim. Contrariamente a isso, porém, reflitamos que ninguém está órfão da Bondade de Deus e, confiando-nos a Deus, procuremos concretizar tudo de bom ou de belo, no círculo de trabalho que se nos atribui.
Por outro lado, vale observar que reconhecer a existência do erro ou do desajuste em nós é sinal de melhoria e progresso. Os espíritos embutidos na inércia não enxergam as próprias necessidades morais. Acomodam-se à suposta satisfação dos sentidos em que se lhes anestesia a consciência, até que a dor os desperte, a fim de que retomem o esforço que lhes compete na jornada de evolução e aprimoramento.
Agradeçamos, desse modo, a luz espiritual de que já dispomos para analisar a nossa personalidade e, abraçando as tarefas de equilíbrio ou reequilíbrio que nos compete efetuar no próprio espírito, enfrentemos os nossos obstáculos com paciência e serenidade, na certeza de que podemos solucionar todos os problemas na oficina do serviço com a bênção de Deus.

 
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

AUXÍLIO MORAL

Emmanuel
          
           Em muitas circunstâncias, afligimo-nos ante a impossibilidade de alterar o pensamento ou o rumo das pessoas queridas.
 
         Como auxiliar um filho que se distancia de nós, através de atitudes que consideramos indesejáveis, ou amparar um amigo que persiste em caminho que não nos parece o melhor?
         Às vezes, a criatura em causa é alguém que nos mereceu longo tempo de convivência e carinho; noutros lances da vida, é pessoa que se nos erigia na estrada em baliza de luz.
 
         Tudo o que era harmonia passa ao domínio das contradições aparentes, e tudo aquilo que se nos figurava tarefa triunfante, nos oferece a impressão de trabalho deteriorado voltando à estaca zero.
         Chegados a esse ponto de indagação e estranheza é imperioso compreender que todos os temos na edificação espiritual uns dos outros uma parte limitada de serviço e concurso, depois da qual vem a parte de Deus.
         O lavrador promove condições favoráveis ao plantio da lavoura, mas não consegue colocar o embrião na semente; protege a árvore, mas não lhe inventa a seiva.
 
         Assim ocorre igualmente conosco, nas linhas da existência.
         Cada qual de nós pode ofertar a outrem apenas a colaboração de que é capaz.
         Além dela, surge a zona íntima de cada um, na qual opera a Divina Providência, através de processos inesperados e, muitas vezes, francamente inacessíveis ao nosso estreito entendimento.
 
         Diante, pois, dos seres diletos que se nos complicam na estrada, o melhor e mais eficiente auxílio moral com que possamos socorrê-los, será sempre o ato de entender-lhes a bênção da oração silenciosa, para que aceitem, onde se colocaram, o Amparo Divino que nunca falha.
         Sejam quais sejam os problemas que nos forem apresentados pelos entes queridos, guardemos a própria serenidade e cumpramos para com eles a parte de serviço e devotamento que lhes devemos, depois da qual é forçoso nos decidamos a entregá-los à oficina da vida, em cujas engrenagens e experiências recolherão, tanto quanto nós todos temos recebido, a parte oculta do Amor e da assistência de Deus.
 Livro: Alma e Coração.  Psicografia de Francisco Cândido Xavier