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segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Desencarnações Coletivas (Emmanuel)



Emmanuel
Sendo Deus a Bondade Infinita, por que permite a morte aflitiva de tantas pessoas enclausuradas e indefesas, como nos casos dos grandes incêndios?
(Pergunta endereçada a Emmanuel por algumas dezenas de pessoas em reunião pública, na noite de 23-2-1972, em Uberaba, Minas).
RESPOSTA:
Realmente reconhecemos em Deus o Perfeito Amor aliado à Justiça Perfeita. E o Homem, filho de Deus, crescendo em amor, traz consigo a Justiça imanente, convertendo-se, em razão disso, em qualquer situação, no mais severo julgador de si próprio.
Quando retornamos da Terra para o Mundo Espiritual, conscientizados nas responsabilidades próprias, operamos o levantamento dos nossos débitos passados e rogamos os meios precisos a fim de resgatá-los devidamente.
É assim que, muitas vezes, renascemos no Planeta em grupos compromissados para a redenção múltipla.
***
Invasores ilaqueados pela própria ambição, que esmagávamos coletividades na volúpia do saque, tornamos à Terra com encargos diferentes, mas em regime de encontro marcado para a desencarnação conjunta em acidentes públicos.
Exploradores da comunidade, quando lhe exauríamos as forças em proveito pessoal, pedimos a volta ao corpo denso para facearmos unidos o ápice de epidemias arrasadoras.
Promotores de guerras manejadas para assalto e crueldade pela megalomania do ouro e do poder, em nos fortalecendo para a regeneração, pleiteamos o Plano Físico a fim de sofrermos a morte de partilha, aparentemente imerecida, em acontecimentos de
sangue e lágrimas.
Corsários que ateávamos fogo a embarcações e cidade na conquista de presas fáceis, em nos observando no Além com os problemas da culpa, solicitamos o retorno à Terra para a desencarnação coletiva em dolorosos incêndios, inexplicáveis sem a reencarnação.
***
Criamos a culpa e nós mesmos engenhamos os processos destinados a extinguir-lhe as conseqüências. E a Sabedoria Divina se vale dos nossos esforços e tarefas de resgate e reajuste a fim de induzir-nos a estudos e progressos sempre mais amplos no que diga respeito à nossa própria segurança.
É por este motivo que, de todas as calamidades terrestres, o Homem se retira com mais experiência e mais luz no cérebro e no coração, para defender-se e valorizar a vida.
***
Lamentemos sem desespero, quantos se fizerem vítimas de desastres que nos confrangem a alma. A dor de todos eles é a nossa dor. Os problemas com que se defrontaram são igualmente nossos.
Não nos esqueçamos, porém, de que nunca estamos sem a presença de Misericórdia Divina junto às ocorrências da Divina Justiça, que o sofrimento é invariavelmente reduzido ao mínimo para cada um de nós, que tudo se renova para o bem de todos e que Deus nos concede sempre o melhor.
(Transcrito do livro: XAVIER, Francisco C. Autores diversos. Chico Xavier pede licença. S.Bernardo do Campo: Ed. GEEM. Cap. 19).

domingo, 27 de janeiro de 2013

ENTUSIASMO E RESPONSABILIDADE. (...)"é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens!" (...)" Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas..." (...)"- Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita. E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente: - Tenho muita vontade de ser...."

 
Irmão X
 
 
    Nos primeiros tempos da nova fé, Aureliano Correia não regateava as manifestações entusiásticas.
    - Sou espírita – exclamava convicto -, pertenço às fileiras dos discípulos sinceros da Nova Revelação. Tenho a minha tarefa a cumprir.
    O rapaz vivia embriagado de júbilio. Comparecia pontualmente às reuniões doutrinarias, comentava ardoroso, os ensinamentos ouvidos. Ex punha projetos grandiosos, relativamente ao futuro. Instituiria núcleos de fé viva, disseminaria fundações de amor fraternal. Afirmava, sem medo, a nova atitude e prometia realizações seguras e generosas.
    Não se contentava em estabelecer compromissos com a fé. Aureliano ia mais longe. Referia-se ao Espiritismo na política, na filosofia, nas artes, nas ciências. Trabalharia sem cessar, dizia ele, e criaria diretrizes novas e edificações mais sólidas para o espírito humano.
    Continuava atravessando a região do entusiasmo fácil, quando, certa noite, no parcial desprendimento do sono, foi conduzido à presença de um de seus orientadores espirituais.
    O companheiro exultava.
    A entidade amiga falou carinhosamente, depois de abraçá-lo:
    - Aureliano, que o Senhor te abençoe as esperanças de redenção. Teu caminho cobre-se, agora de júbilos santos. Guardas, meu amigo, a divina lâmpada no coração. A benção do Eterno Pai segue tuas aspirações de progresso. Sê bendito e feliz, filho meu! Teu ideal de crente fervoroso será uma roseira florida no jardim do Mestre Generoso e o perfume de fé em teu espírito idealista.
    O rapaz chorava de contentamento e emoção.
    E o sábio mentor prosseguiu calmo e bondoso:
    - Atingirás a praia sublime da paz consoladora e, seguro na terra firme das convicções sadias, observarás, espiritualmente, de longe, o oceano revolto do mundo, embora continues em serviço de abnegação ativa a beneficio dos nossos irmãos encarnados, aflitos e vacilantes, na grande jornada, através das ondas vorazes da ilusão. Receberás consolações celestes, ao contacto dos amigos espirituais que te esperam, deste lado da vida. Conhecerás a profunda alegria da luz eterna, no tabernáculo da alma crente. As dificuldades da terra surgirão aos teus olhos, na qualidade de benfeitoras. No seio das lutas mais forte, sentirão o beijo caricioso da amizade dos Servos Glorificados de Deus, invisíveis no mundo aos olhos mortais. Cada dia será uma taça de oportunidades benditas ao teu coração e cada noite um parque de claridades compassivas, onde meditarás nas Dádivas Celestes, entre a alegria e o reconhecimento. Alcançarás o bem-estar de quem encontrou o amor universal, a compreensão de todos os seres e o respeito a todas as coisas e, venturoso, estarás a caminho de esferas iluminadas, a distancia dos círculos inferiores da carne, seguindo com Jesus, amparado por seu divino amor...
    Enquanto a entidade fazia súbita parada, sentia-se Aureliano o mais feliz dos homens. Seria o aprendiz superior, discípulo dileto do Cristo. Não cabia em si de satisfação. O orientador devotado, porém, quebrou a pausa longa e tornou a falar:
    - Mas, como sabes Aureliano, não existe concessão sem responsabilidade. Alguma coisa dará de ti mesmo, para receberes tantas bênçãos. Para que te integres na posse definitiva de semelhante tesouro, é necessário que abandones a caverna dos instintos inferiores e que sejas um homem renovado em Cristo-Jesus. Não poderás perder o Mestre de vista, procurando seguir-lhe os passos, desde a manjedoura de submissão a Deus até o cuspo irônico povo de Jerusalém, a fim de que o encontres no Calvário, a caminho da ressurreição. È indispensável seguir Jesus e Alcança-lo, no monte do testemunho, diante dos homens e da suprema obediência ao Eterno Pai. Serás bafejado pelas harmonias celestes; entretanto, não te poderás esquivar aos sacrifícios terrestres. Receberás a tranqüilidade que excede a compreensão das criaturas; todavia, para que isto se verifique, é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens!
    Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe  fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas, os rasgos da palavra, mas não se lembrara ainda do campo da responsabilidade e do serviço inevitáveis. Queria uma doutrina para se proteger, mas nunca pensara na fé que exige trabalho, abnegação e testemunho no bem ativo. Estava, portanto, decepcionado. Aureliano, tão expansivo nas afirmações fáceis, levantou-se da cama, profundamente amuado, arredio, nervoso. Sua mente recuava, a passos largos, nas promessas feitas.
    Mal não saíra de casa, a caminho do centro urbano, eis que quatro companheiros humildes lhe surgem à frente, solicitando ansiosos:
    - Aureliano amigo, fundamos ontem um núcleo modesto e contamos com você! Sentimo-nos cercados de necessidades espirituais e precisamos cooperadores de sua envergadura. Venha hoje à noite, não falte. Esperamos que aceite o nosso convite e que não desampare a nossa confiança!
    O interpelado, porém muito diferente da véspera, sem qualquer disposição ao serviço sério, e positivamente em fuga ante a idéia de responsabilidade, respondeu com secura:
    - Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita.
    E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente:
    - Tenho muita vontade de ser.
 
  Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

O ANÚNCIO DO REINO. "(...)Cada episódio do nascimento do Cristo é preparado na forja do sacrifício pessoal e dentro de testemunhos redentores: tudo sob a luz da fé, que aos trabalhadores do Reino guiava com poesia e beleza indescritíveis!...



Por mais a inteligência humana estabeleça o progresso do mundo, utilizando os próprios dons em expansão para facilitar e tornar mais sofisticada a existência humana, no Reino do Espírito, portas a dentro do coração de cada um , o deserto e a insatisfação, na sede de sabedoria e na fome de amor, permanecem, gerando os conflitos das personalidades, que vão desde a depressão inexplicável à loucura declarada da violência sem razão...
Compreendemos quão difícil aos filósofos e cientistas do comportamento humano a explicação justa dos fenômenos sociais em desordem e permanente choque, pois na horizontalidade em que se encontram, tão somente podem enxergar o padrão humano, sem a visão gloriosa da imortalidade e do infinito das potências de Deus!...
É por isso que os trabalhadores sinceros da fé logram, geralmente, a humildade que os insere conscientemente nas bênçãos do Eterno, distendendo-lhes os sentimentos aos níveis da espiritualidade santificante. O resultado disso é o refrigério da alma, mesmo em travessia exaustiva no plano da matéria densa, e o amor que passam a demonstrar uns com os outros, por ação providencial do excelso Pai em louvor de seus filhos.
Considerando isso, meditar as ocorrências do Natal de Jesus significa – se o fazemos pelo coração e não pelos cálculos humanos – a identificação da chegada do Reino de Deus à Terra, como sublime convite à fraternidade universal!
A singeleza de Maria, em sua feição lirial, brotando imaculada e terna no lodo das iniquidades humanas da época; a figura firme e discreta de José, entre os labores do dia e a reverência à vontade de Deus na salvaguarda do lar; Zacarias e Isabel, ambientando em simplicidade e confiança no Poder Divino o precursor do Evangelho, com sua missão de abrir caminho para o Salvador...
Cada episódio do nascimento do Cristo é preparado na forja do sacrifício pessoal e dentro de testemunhos redentores: tudo sob a luz da fé, que aos trabalhadores do Reino guiava com poesia e beleza indescritíveis!...
Para os dotados de olhos de ver, encontram-se aí os acontecimentos que definiriam os rumos definitivos da Humanidade, em Cristo Jesus!
Para os que são capazes de ouvir com os ouvidos da alma, ecoa a mensagem do Criador através da chegada de Jesus – o Salvador da Terra inteira!
Quando, pois, sentires a mente atabalhoada e o coração descrente de tudo, na completa desesperança e às portas da incredulidade, recorre à simplicidade do Evangelho do Mestre, porque desde a Manjedoura que O recebeu infante, até à Cruz do supremo martírio que culminou Sua missão de heroísmo moral e amor na Terra, encontrarás, não as equações do orgulho e do egoísmo que minam as criaturas no mundo, mas o caminho glorioso da elevação espiritual, entre as alegrias transcendentes da Verdade e a paz produzida abundantemente pelo Amor!
EMMANUEL

(Mensagem psicografada na noite do dia 24 de dezembro de 2012 durante reunião pública do Grupo Espírita da Bênção, em Mário Campos, MG, pelo médium Wagner G. Paixão)

sábado, 26 de janeiro de 2013

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita (FEB) Livro l Cristianismo e Espiritismo-Roteiro 2 As Religiões não Cristãs (1)

EADE - LIVRO I
ROTEIRO 2
Objetivos
• Identificar nos mensageiros das diferentes religiões os portavozes
de Jesus no Planeta.
• Apresentar as principais características do Hinduísmo e do
Budismo.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO I - ANTECEDENTES DO CRISTIANISMO
AS RELIGIÕES NÃO-CRISTÃS (1)
• Todas as religiões houveram de ser em sua origem relativas ao grau de
adiantamento moral e intelectual dos homens: estes, assaz materializados para
compreenderem o mérito das coisas puramente espirituais, fizeram consistir a
maior parte dos deveres religiosos no cumprimento de fórmulas exteriores. Allan
Kardec: O céu e o inferno. Primeira parte, cap. 1, item 12.
• O Hinduísmo abrange várias expressões religiosas desenvolvidas na Índia, há
três ou quatro mil anos que apresentam manifestações tipicamente politeístas,
monolatristas, panteístas e animistas. Não existe um fundador do Hinduísmo.
Os seus livros sagrados são os Vedas e os Upanishads.
• O fundador do Budismo foi Sidarta Gautama (560-480 a.C.), o Buda, que
significa “o iluminado”. O Budismo tem como base doutrinária a lei do carma ou
dos renascimentos sucessivos, e tem como meta alcançar o estado de plenitude
espiritual ou nirvana.
23
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
Subsídios
Deus jamais deixou de revelar suas leis. A orientação divina chega à Humanidade
em todas as épocas, utilizando todos os meios, direta ou indiretamente
pelo trabalho dos missionários, ou porta-vozes do Senhor.
Esses gênios, que aparecem através dos séculos como estrelas brilhantes, deixando longo
traço luminoso sobre a Humanidade, são missionários ou, se o quiserem, messias. O
que de novo ensinam aos homens, quer na ordem física, quer na ordem filosófica, são
revelações. Se Deus suscita reveladores para as verdades científicas, pode, com mais
forte razão, suscitá-los para as verdades morais, que constituem elementos essenciais
do progresso. 1
Percebemos então que todas as revelações religiosas foram transmitidas
de acordo com o nível de entendimento e de moralidade dos habitantes do
Planeta. Estes, «[...] assaz materializados para compreenderem o mérito das
coisas puramente espirituais, fizeram consistir a maior parte dos deveres religiosos
no cumprimento de fórmulas exteriores.» 2
Cada coisa acontece no tempo propício, pois o processo evolutivo é lento,
sobretudo no homem primitivo ou de pouca evolução moral e intelectual. «A
verdade é como a luz: o homem precisa habituar-se a ela, pouco a pouco; do
contrário, fica deslumbrado.» 3
Importa considerar que o sentimento religioso é inerente ao ser humano,
ainda que rejeitado por algumas correntes filosóficas e científicas, de natureza
materialista.
A religião é o sentimento divino que prende o homem ao Criador. As religiões são
organizações dos homens, falíveis e imperfeitas como eles próprios; dignas de todo
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita pag.23

acatamento pelo sopro de inspiração superior que as faz surgir, são como gotas de orvalho
celeste, misturadas com os elementos da terra em que caíram. 15
O desenvolvimento da consciência religiosa está claramente identificada
na história de cada povo.
Vamos encontrar, historicamente, as concepções mais remotas da organização religiosa
na civilização chinesa, nas tradições da Índia védica e bramânica, de onde também se
irradiaram as primeiras lições do Budismo, no antigo Egito, com os mistérios do culto dos
mortos, na civilização resplandecente dos faraós, na Grécia com os ensinamentos órficos e
com a simbologia mitológica, existindo já grandes mestres, isolados intelectualmente das
massas, a quem ofereciam os seus ensinos exóticos, conservando o seu saber de iniciados
no círculo restrito daqueles que os poderiam compreender devidamente. 13
Entendemos que essas tradições não surgiram por acaso no Planeta. Há
um plano divino que direciona todo o processo de melhoria da Humanidade
terrestre. Sob a supervisão de Jesus, missionários renascem para transmitir
aos encarnados não somente lições de progresso científico ou filosófico, mas
também ensinamentos morais e religiosos.
Fo-Hi, os compiladores dos Vedas, Confúcio, Hermes, Pitágoras, Gautama, os seguidores
dos mestres da antigüidade, todos foram mensageiros de sabedoria que, encarnando
em ambientes diversos, trouxeram ao mundo a idéia de Deus e das leis morais a que os
homens se devem submeter para a obtenção de todos os primores da evolução espiritual.
Todos foram mensageiros dAquele que era o Verbo do Princípio, emissários da sua
doutrina de amor. Em afinidade com as características da civilização e dos costumes de
cada povo, cada um deles foi portador de uma expressão do “amai-vos uns aos outros”.
Compelidos, em razão do obscurantismo dos tempos, a revestir seus pensamentos com os
véus misteriosos dos símbolos, como os que se conheciam dentro dos rigores iniciáticos,
foram os missionários do Cristo preparadores dos seus gloriosos caminhos. 14
Num esforço de síntese, apresentaremos as principais manifestações religiosas
não-cristãs, neste roteiro e no próximo.
1. Hinduísmo
O Hinduísmo, palavra que significa indiano, não possui um fundador,
propriamente dito, nem um credo fixo. Projeta-se na história como uma religião
atemporal, pela capacidade de incorporar novos pensamentos e novas práticas
religiosas. Na verdade, o Hinduísmo abrange várias expressões religiosas que
se desenvolveram na Índia, há três ou quatro mil anos. 4 Nesse caldo religioso,
encontramos manifestações tipicamente politeístas, monolatristas, panteístas pag.24
e animistas. No monolatrismo encontramos práticas religiosas situadas entre
o politeísmo e o monoteísmo: adora-se um deus único, considerado o mais
importante, mas sem negar a existência de outros deuses. O panteísmo tem
como princípio a crença de que todas as coisas e seres são uma partícula de
Deus. O animismo ensina que os elementos da natureza são animados por
espíritos que devam ser cultuados.
As diferentes formas de expressão do Hinduísmo atual abrange uma
variedade de cultos e rituais, existindo, em comum, a aceitação do sistema de
castas, dos princípios do carma (ou karma) e a adoração da vaca como animal
sagrado. O regime de castas define a existência de quatro classes sociais básicas
ou varna, que significa “cor”: 1. sacerdotes (brâmanes); 2. guerreiros; 3.
agricultores, comerciantes e artesãos; 4. servos (párias). Essa classificação deu
origem a especificações tão detalhadas que, surpreendentemente, no início do
século vinte existiam cerca de três mil castas. 5
As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam
de muito os agrupamentos israelitas, de onde sairiam mais tarde personalidades notáveis,
como as de Abraão e Moisés. As almas exiladas naquela parte do Oriente muito haviam
recebido da misericórdia do Cristo, de cuja palavra de amor e de cuja figura luminosa
guardaram as mais comovedoras recordações, traduzidas na beleza dos Vedas e dos
Upanishads. Foram elas as primeiras vozes da filosofia e da religião no mundo terrestre,
como provindo de uma raça de profetas, de mestres e iniciados, em cujas tradições iam
beber a verdade os homens e os povos do porvir [...]. 12
Segundo o entendimento hinduísta, carma (karma= ato) é uma lei natural,
fundamentada na crença de que todas as ações do homem têm conse-qüências
e que serão expressas numa próxima reencarnação.
A adoração da vaca como animal sagrado é outra concepção universal
das tradições hindus, visto que são animais que suprem todas as necessidades
de manutenção da vida biológica. Essa adoração é claramente manifestada
durante as festividades religiosas da Índia, existindo até nos Vedas hinos para
as vacas. 6
Há pontos concordantes entre as diferentes seitas hindus, como é natural.
Entretanto as discordâncias são maiores, em razão da natureza de cada
tipo de interpretação religiosa: politeísta, monolatrista, anímica, panteísta ou
monoteísta. Entre os monoteístas hindus temos os que abraçam concepções
cristãs e os que seguem a orientação islâmica.
Em geral, as manifestações religiosas hinduístas tem como base o livro
sagrado Veda (ou Vedas). A palavra “Veda” significa saber ou conhecimento.pag25
Trata-se de uma sabedoria transmitida de forma oral, cujas raízes remontam
de 1500 a 1000 a.C. Assim, quando se faz citações dos Vedas se afirma:
“está ouvido” (representa uma forma sacra do “ouvir dizer”). Em oposição, se
a referência provém de um texto religioso escrito, tendo ou não como base a
tradição oral, se expressa: “está escrito”. As tradições védicas estão anotadas
em livros, daí a utilização da forma plural “Vedas”. O livro védico Rig-Veda é
o mais antigo, sendo considerado a bíblia mais antiga da Humanidade.
O Hinduísmo apresenta um sistema de adoração a diferentes entidades
espirituais, denominados deuses. Os mais populares são Civa (ou Shiva) e
Vishnu, os quais já encarnaram, respectivamente, como Rama e Krishna, de
acordo com a tradição hindu. No Hinduísmo existe também um grande número
de divindades menores, uma variedade de animais, árvores e rios sagrados,
animados por espíritos. O rio sagrado mais conhecido é o Ganges.
No período védico tardio, entre 1000 e 500 a.C., ocorreu na Índia uma
reforma religiosa que recebeu o nome de Bramanismo. O Bramanismo é uma
religião ortodoxa, praticada por iniciados em práticas védicas, os brâmanes,
conhecidos como “sacerdotes-mágicos”. Os livros sagrados do Bramanismo
são os Bramanas e os Upanishads. Ambos são considerados como revelações
de Brama ou Brahman (Deus Supremo).
Os Upanishads, livros hinduístas mais lidos pelos indianos, estão escritos
sob a forma de diálogos entre o mestre e o discípulo. Transmitem a noção de ser
Brahman a força espiritual essencial em que se baseia todo o universo. «Todos os
seres vivos nascem do Brahman, retornam no Brahman e ao morrer voltam ao
Brahman». 4 O carma é um conceito-chave da filosofia religiosa dos Upanishads
que, considerando o homem como ser imortal, pode renascer numa casta mais
alta ou mais baixa, ou, também, habitar o corpo de um animal. 6 Os Upanishads
trazem, segundo a interpretação hindu, a síntese da moral universal.
Outro texto religioso de grande valor para as religiões hindus é o Bhagavad
Gita (“A Canção do Senhor”). Faz parte da obra épica Mahabharata (em
sânscrito, “grande Índia”) que, segundo a tradição, foi ditado por Krishnna-
Dwaipayana Vyasa, o compilador, possivelmente no século IV a.C. O Bhagavad
Gita foi incluído no Mahabharata possivelmente no século VIII a.C. 17
O Bhagavad Gita, escrito em sânscrito, relata o diálogo de Krishna, uma
das encarnações do deus Vishnu, com Arjuna, seu discípulo guerreiro, em
pleno campo de batalha. Arjuna representa o papel de uma alma confusa sobre
seu dever, e recebe iluminação diretamente de Krishna. No desenrolar da
conversa são inseridos pontos importantes da filosofia indiana oriundos dos
Vedas e do Bramanismo. A obra é uma das principais escrituras sagradas da
Pag.27
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - As religiões não-cristãs (1)
cultura da Índia, e compõe a principal obra da religião Vaishnava, popularmente
conhecida como movimento Hare Krishna. 17
Hare Krishna (ou, mais apropriadamente, Sociedade Internacional para a
Consciência de Krishna) é uma cultura monoteísta hindu oriunda da tradição
védica e que tem por base os ensinamentos do guru Sri Krishna Chaitanya
Mahaprabhu (1486-1534). Esse movimento foi introduzido no Ocidente
em 1965 por Bhaktivedanta Swamo Prabhupada. Os membros da Sociedade
Hare Krishna participam dos serviços nos templos e realizam suas práticas
(chamadas de bhakti-yoga ou yoga da devoção), em casa, ou se dedicam inteiramente
ao serviço de devoção à “Suprema Personalidade de Deus”, que é
Krishna, levando uma vida monástica. Krishna é um nome de Deus e significa
o Todo-Atraente, em sânscrito. O seus membros não podem consumir álcool,
fumar e usar outras drogas, seguindo uma dieta lacto-vegetariana. Dedicamse
ao estudo das escrituras védicas e à entoação de mantras. Os mantras são
considerados sons transcendentais, cantados repetidamente como auxílio à
meditação e auto-realização. Durante o canto, podem manifestar estados de
êxtase transcendental, que resultarão na libertação da alma do corpo. 16
Posteriormente à reforma bramânica, surgiram dois movimentos religiosos,
por volta do século VI a.C., opostos ao Bramanismo: o Janaísmo —
mantido circunscrito à Índia e que persiste nos dias atuais — e o Budismo,
que se difundiu pela Ásia. Essas duas manifestações religiosas são semelhantes:
repudiam o ritual indicado pelo Bramanismo, são indiferentes às tradições
védicas e às suas divindades. São também contrárias ao regime das castas. Seus
fundadores apresentam-se como homens comuns, não aceitando como sendo
a reencarnação de qualquer divindade.
O Janaísmo tem como fundador Mahâvîra Jina (Mahâvîra = “o grande
herói”; Jina =“o vitorioso”). Mahâvîra Jina era descendente da família dos
Kshatryas (de guerreiros e de príncipes) e teve uma vida de asceta, não usando
nem mesmo roupa. Difundiu a sua doutrina no meio da nobreza a que pertencia.
O Janaísmo admite a idéia da transmigração das almas, tendo como
primeira proposta moral: não fazer o mal a qualquer ser vivo.
O religioso hindu, independentemente da seita a que pertença, tem um
altar doméstico onde cultua os deuses de sua devoção e procura seguir o caminho
sagrado indicado pelo Bhagavad Gita: cumprimento dos deveres para com
a família, os membros da sua casta e da comunidade associados às virtudes da
compreensão e da adoração. 7
É importante assinalar que a tradição hinduísta representa a base da formação
religiosa e social da Humanidade terrestre.
Pag.28
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - As religiões não-cristãs (1)
Dos Espíritos degredados no ambiente da Terra, os que se gruparam nas margens do
Ganges foram os primeiros a formar os pródomos de uma sociedade organizada, cujos
núcleos representariam a grande percentagem de ascendentes das coletividades do porvir.
As organizações hindus são de origem anterior à própria civilização egípcia e antecederam
de muito os agrupamentos israelitas [...]. 12
2. Budismo
O fundador do Budismo foi Sidarta Gautama (560-480 a.C.), o Buda, que
significa “o iluminado”. Gautama era filho de um rajá indiano e até a idade
adulta viveu no palácio compartilhando as vantagens materiais destinadas à
nobreza. O Budismo apareceu na mesma época que o Janaísmo, mas sempre
teve papel mais significativo.
Conta-se que Buda, ao percorrer o país, em certa ocasião, encontrou «[...]
os mendigos, os enfermos, os desditosos. Confrangeu-se-lhe o coração, e, certa
noite, deixou o seu palácio, no esplendor de uma festa, para compartir a sorte
dos desgraçados.» 9
Foi no trato com as pessoas sofredoras e vivendo em contato com a natureza
que Buda encontrou a inspiração para organizar a sua doutrina.
Começou por combater as superstições e os sacrifícios. A seus discípulos nada ensinou
sobre Deus, porque eles não podiam formar de Deus uma idéia justa e precisa. Mas
declarou que a alma renascia constantemente até a completa depuração de suas impurezas.
Liberta do cárcere corporal, iria para o nirvana, que é a completa tranqüilidade do
Espírito. 11
Ensinava que a miséria humana tem origem nas ambições egoísticas.
O Hinduísmo e o Budismo têm como pontos comuns: a reencarnação, o
carma e a salvação. Para Buda, o ser humano está preso a uma série de renascimentos,
e, como todas as ações têm conseqüências, o que determina o carma
são os pensamentos, palavras e atos. Para o Budismo, o homem colhe o que
plantou, não existindo um “destino cego” nem uma “divina-providência”: uma
existência está inexoravelmente presa à outra. No entanto, ao longo de uma
série de renascimentos encontra o homem a passagem (porta) para a salvação,
para a perfeição ou nirvana (palavra que significa “apagar”).
A busca pelo nirvana é meta primordial budista, uma vez que essa doutrina
ensina que durante a reencarnação não há uma verdadeira autonomia: tudo é
transitório e pleno de sofrimento. Com o nirvana, a pessoa alcança uma vida
sem sofrimento, de iluminação espiritual (bodhi), onde o carma e a necessidade
Pag.29
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 2 - As religiões não-cristãs (1)
de renascimento já não mais existiriam. 8
Com a morte de Buda surgiram divergências entre os discípulos a respeito
da interpretação dos ensinamentos búdicos. Assim, por volta de 380
a.C., realizou-se um concílio que provocou uma cisão entre os monges conservadores
e os monges liberais, constituindo-se em diferentes correntes de
organização religiosa.
Os ensinamentos de Buda podem ser resumidos no seguinte: 10
• A Lei do Carma – para Buda, enquanto a pessoa não atingir o nirvana,
está escravizada à necessidade da reencarnação. Como todas as ações humanas
têm conseqüências, é preciso que a pessoa aprenda a se depurar, pelos renascimentos
sucessivos.
• Visão da Humanidade – o Budismo não aceita a idéia de uma alma
individual e eterna, como é difundida nas tradições hindus. O fato de o ser
humano achar que é um “eu”, ou que tem uma alma, reflete ignorância, e essa
ignorância pode lhe trazer graves conseqüências, uma vez “que cria o desejo,
e é o desejo que cria o carma”. A alma, para o Budismo, é algo tão fugaz como
qualquer coisa que existe no mundo.
• As quatro nobres verdades do sofrimento – fazem parte do sermão de
Benares, proferido por Buda. As quatro nobres verdades são: tudo é sofrimento;
a causa do sofrimento é o desejo; o sofrimento cessa quando cessa o desejo;
só assim se segue o caminho das oito vias: perfeita compreensão, perfeita aspiração,
perfeita fala, perfeita conduta, perfeito meio de subsistência, perfeito
esforço, perfeita atenção e perfeita contemplação.
O Budismo mantém atualmente duas tendências principais: Theravada
(“a escola dos antigos monges”) que enfatiza a salvação individual pela meditação,
sendo predominante no sul da Ásia (Birmânia, Tailândia, Sri Lanka,
Laos e Camboja); Mahayana (“o grande veículo”) que ensina ser possível a
salvação das pessoas. Essa escola é mais encontrada no norte da Ásia (China,
Japão, Mongólia, Tibet, Coréia e Vietnã). Na China surgiu o Zen-budismo, uma
derivação da escola Mahayana, que dá ênfase à meditação como forma para
alcançar a iluminação e, conseqüentemente, alcançar o nirvana. Atualmente,
o Zen-budismo é mais praticado no Japão, onde existem cerca de vinte mil
templos e cinco milhões de adeptos. 9
Pag.30
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. KARDEC, Allan. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 1, item 6, p. 24.
2. ______. O céu e o inferno. Tradução de Manuel Justiniano Quintão. 59. ed.
Rio de Janeiro: FEB, 2006. Primeira parte, cap. 1, item 12, p. 19.
3. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006, questão 628, p. 348.
4. HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry; GAARDNER, Jostein. O livro das
religiões. Tradução de Isa Mara Lando. 9. ed. São Paulo: Companhia das
Letras, 2001, p. 40-41.
5. ______. p. 41-42.
6. ______. p. 43.
7. ______. p. 49-51.
8. ______. Item: Budismo, p. 59.
9. ______. Item: A difusão do Budismo, p. 67-68.
10. ______. Os ensinamentos de Buda, p. 54-57.
11. IMBASSAHY, Carlos. Religião. 4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 1990. Item: O
Buda, p. 185.
12. XAVIER, Francisco Cândido. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel.
33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 5 (A Índia. A organização hindu),
p. 49.
13. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005. Cap. 2 (A ascendência do Evangelho), item: As tradições religiosas,
p. 26.
14. ______. Item: Os missionários do Cristo p. 26-27.
15. ______. cap. 4 (A base religiosa), item: Religião e religiões p. 37.
16. http://pt.wikipedia.org/wiki/Movimento_Hare_Krishna
17. http://pt.wikipedia.org/wiki/Bhagavad_Gita
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 2 - As religiões não-cristãs (1)
Paf31
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita:
Dividir a turma em grupos para estudar os
itens: Hinduísmo e Budismo. Após o trabalho,
realizar amplo debate sobre o assunto, em plenária,
destacando as principais características dessas
diferentes interpretações religiosas não-cristãs e os
pontos que lhes são comuns

Fé – Esperança – Caridade




Emmanuel

É necessário guardar a fé, contudo, se não a testemunhamos, nos trabalhos de cada dia, permaneceremos na velha superfície do palavrório. (V. L.)
A árvore da fé viva não cresce no coração, miraculosamente. (V. L.)
Ninguém pode, em sã consciência, transferir, de modo integral, a vibração da fé ao espírito alheio, porque, realmente, isso é tarefa que compete a cada um. (V. L.)
Quando fizeres o costumeiro balanço de tua fé, repara, com honestidade imparcial, se estás falando apenas do Cristo ou se procuras seguir-lhe os passos, no caminho comum. (V. L.)
Admitir a verdade, procurá-la e acreditar nela são atitudes para todos; contudo, reter a fé viva constitui a realização divina dos que trabalharam, porfiaram e sofreram pela adquirir. (P. N.)
A maioria das pessoas inquietas pede alívio, apressadamente, como se a consolação real fosse obra de improviso, a impor-se de fora para dentro. Se tens fé, aprende a orar nas situações difíceis. (R. – 8/950)
Ter fé é guardar no coração a luminosa certeza em Deus, certeza que ultrapassou o âmbito da crença religiosa, fazendo o coração repousar numa energia constante de realização divina da personalidade. (Con)
A Ciência construirá para o homem o clima do conforto e enriquecê-lo-á com os brasões da cultura superior; a filosofia auxiliá-lo-á com valiosas interpretações doe fenômenos em que a Eterna Sabedoria se manifesta, mas somente a fé, com os seus estatutos de perfeição íntima, consegue preparar nosso espírito imperecível para a ascensão à glória universal. (Rot.)
Os homens de fé não são aqueles apenas palavrosos e entusiastas, mas os que são portadores igualmente da atenção e da boa-vontade, perante as lições de Jesus, examinando-lhes o conteúdo espiritual para o trabalho de aplicação no esforço diário. (P. N.)
Jesus, na condição de Mestre Divino, sabe que os aprendizes nem sempre poderão acertar inteiramente, que os erros são próprios da escola, evolutiva e, por isto mesmo, a esperança é um dos cânticos sublimes do seu Evangelho de Amor. (V. L.)
A Esperança é a filha dileta da Fé. Ambas estão, uma para outra, como a luz reflexa dos planetas está para a luz central e positiva do Sol. (Con.)
Caridade essencial é intensificar o bem, sob todas as formas respeitáveis, sem olvidarmos o imperativo de auto-sublimação para que outros se renovem para a vida superior, compreendendo que é indispensável conjugar, no mesmo ritmo, os verbos dar e saber. (V. L.)
Bondade e conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação, sentimento e consciência são arcos divinos que integram os círculos perfeitos da caridade.
Não só receber e dar, mas também ensinar e aprender. (V. L.)
O bem que praticares, em algum lugar, é teu advogado em toda parte. (V. L.)
Quantos se dizem portadores da caridade para o mundo e relegam o lar ao desespero e ao abandono?!... (R. – 11/951)
Tanto quanto no Cristianismo primitivo, puro e simples, a caridade para nós não possuí privilégios e nem fronteiras, e a fé, para manifestar-se, não reclama lugares especiais. (R. – 12/952)
Sai, cada dia, de ti mesmo, e busca sentir a dor do vizinho, a necessidade do próximo, as angústias de teu irmão e ajuda quanto possas.
Não te galvanizes na esfera do próprio “eu”. (R. – 1/953)
A caridade para com o instrutor não é a mesma que devemos prestar ao aprendiz, e a assistência ao homem enfermo não é igual a que nos cabe dispensar ao homem robusto. A essência do bem é una em suas raízes fundamentais, mas os seus métodos de manifestação variam infinitamente. (R. – 2/953)
As boas obras são frases de luz que endereças à Humanidade inteira. (R. – 4/953)
A mão que escreve um livro nobre é respeitável e generosa, todavia, a mão que socorre um doente é sublime e santa. (R. – 6/953)

Livro: Palavras de Emmanuel


As Almas Enfraquecidas




Emmanuel

Minhas palavras de hoje são dirigidas aos que ingressam nos estudos espiritistas, tangidos pelos azorragues impiedosos do sofrimento; no auge das suas dores, recorreram ao amparo moral que lhes oferecia a doutrina e sentiram que as tempestades amainavam... Seus corações reconhecidos voltaram-se então para as coisas espirituais;todavia, os tormentos não desapareceram. Passada uma trégua ligeira, houve recrudescência de prantos amargos.
Experimentando as mesmas torturas, sentem-se vacilantes na fé e baldos do entusiasmo das primeiras horas e é comum ouvirem-se as suas exclamações: "Já não tenho mais fé, já não tenho mais esperanças..."Invencível abatimento invade-lhes os corações tíbios e enfraquecidos na luta, desamparados na sua vontade titubeante e na sua inércia espiritual.
Essas almas não puderam penetrar o espírito da doutrina, vagando apenas entre as águas das superficialidades.

Livro: Palavras de Emmanuel

Evangelização: A Fé que Transporta Montanhas

Aula - A Fé que Transporta Montanhas

A FÉ QUE TRANSPORTA MONTANHAS
Evangelho Segundo o Espiritismo, capítulo 19
Subtítulos:
·        O PODER DA FÉ
·        A FÉ SEM OBRAS É MORTA

BIBLIOGRAFIA: Evangelho Segundo o Espiritismo, cap.19; Mt 9:19/23 e Lc 8:42/48.;  O Evangelho Segundo o Espiritismo para a Infância, de Maria Helena Fernandes Leite

Harmonização com música

Prece Inicial

PRIMEIRO MOMENTO: Dinâmica – Com fé em Deus e com meu esforço, poderei realizar muitas coisas!
 Pedir a cooperação de alguns evangelizando para cumprir uma tarefa complicada para a idade deles, que poderá ser realizada com a turma toda também, como por exemplo, levar um desenho colar no quadro e pedir que desenhem.
Certamente alguns dirão que não conseguem, outros se aventurarão e outros nem vão querer tentar. Estimular e deixar que escolham fazer ou não.
Depois de cumprida a tarefa dizer que é importante ter confiança e realizar, mesmo que não consigamos da primeira vez, é importante realizar e acreditar.
SEGUNDO MOMENTO:
Vamos conversar sobre o poder da fé. O que é fé? Aguardar as respostas e anotá-las no quadro.
Fé: certeza, crença em algo. É a firme convicção de que algo seja verdade, sem nenhuma prova de que este algo seja verdade, pela absoluta confiança que depositamos neste algo ou alguém. A fé descansa na certeza. A fé é a certeza.
Também é nutrir um sentimento de fé (crença) em relação a:
. Uma pessoa (mãe, pai, amigo, padre, santo, Emmanuel, Chico Chavier, etc.)
. Um objeto (imagens, velas, medalhas, etc.)
. Nas coisas (horóspoco, sorte, rituais, etc.)
. Um pensamento filosófico (“Quanto mais aprendo, mais me dou conta da minha ignorância”; “A ciência sem a religião é paralítica e a religião sem a ciência é cega”;
“Fé inabalável só é a que pode encarar a razão, face a face, em todas as épocas da humanidade – Allan Kardec.”
. Uma crença popular (a voz do povo é a voz de Deus)
. Em dogmas de uma determinada religião (comunhão, promessa, correntes, etc.)
A fé pode ter muitos significados e é mais comum ouvirmos e falarmos na fé em Deus.
Jesus, através de historinhas que depois vou contar, ensinou que a fé é uma força interior, que mesmo pequenina, consegue tirar uma montanha de um lugar. Mas isso é “força de expressão”, Jesus quis dizer que através da fé, conseguimos realizar muitas coisas.
Os bons espíritos, na codificação, nos explicaram que quem tem fé possui algumas características, são elas: Ter confiança em si mesmo, nas próprias forças da alma, sempre pensando no bem, sem presunção, isto é, com humildade. E é claro, e em Deus que não nos desampara.
No evangelho há historinhas que conta o poder e o valor da fé.
Jesus caminhava no meio da multidão, quando uma pobre mulher doente vendo tanta bondade que irradiava de Jesus, achou que bastava tocar nas suas vestes e seria curada.
Aproximou-se de Jesus em meio de uma multidão que o seguia e tocou-lhe a barra de sua veste.
O Mestre, detendo seus passos, confabula com os seguidores mais próximos:
- Sinto que alguém me tocou.
- Mas Senhor  são tantos os que o tocam em meio a esta multidão... - respondem os discípulos, sem compreender as palavras do Mestre.
- Sim, mas alguém me tocou de modo especial... Sinto que de mim saiu virtude.
Jesus, voltando-se para a mulher, dirige a ela seu olhar dizendo-lhe:
- Minha irmã, a tua fé te salvou!
Jesus incentivava assim as pessoas a terem fé. Ela pode começar pequena e crescer muito. À medida que vamos despertando a fé, somos capazes de enfrentar as dificuldades e se amarmos de verdade o nosso próximo, somos capazes de realizar muita coisa: sermos amigo de verdade, repartir o que temos com os pobres. Somos capazes de fazer o bem tanto para os outros como para nós mesmos.

Mais historinha de Jesus...

Jesus aproximou-se de uma figueira para comer do seu fruto. Mas não havia fruto nenhum, só folhas. Então Jesus disse:
- Se esta figueira não dá frutos para alimentar aos que têm fome, é melhor que ela seque para aí nascer outra que dê frutos.
A figueira secou para dar lugar a uma que daria frutos.
Vamos ver o que esta pequena parábola pode nos ensinar?
Se a figueira não dá frutos, nada produz, ela está sendo útil? A figueira é um símbolo, Jesus comparava a árvore que estava cheia de folhas, mas não dava frutos, com as pessoas que tem apenas as aparências do bem, mas na verdade não produzem nada de bom. São pessoas que querem passar uma imagem que não corresponde ao que realmente são.
Jesus está, nesta passagem evangélica, chamando a nossa atenção para as boas obras, não de aparência, mas de real valor para a Humanidade. A vida de aparência caridosa de ser pessoa boa pode enganar aos homens, mas não consegue ludibriar a Deus, que é eminentemente sabedoria e justiça.
A boa arvore é aquele que dá frutos, e é isso que queria ensinar Jesus. Nós temos a chance de produzir frutos, em todos os lugares aonde vamos, através do nosso exemplo. Ao nos comportarmos com educação em uma fila, ao respeitarmos os idosos, ao ajudar a mamãe a arrumar a casa, não responder os pais, não gritar com os outros, usar sempre as palavras mágicas, obedecer aos pais, estarão cumprindo com suas obrigações e dando bons frutos
Além dos locais como rua, de estudo, de lazer, devemos dar frutos em primeiro lugar, dentro de nossos lares. De que adianta, da porta pra fora sermos um cristão exemplar, se dentro do lar somos brigões, pirracentos e irritados com aqueles a quem amamos?
Se minha árvore somente produz brigas, fofocas, intolerância, agressão física ou verbal, egoísmos ela é tão seca quanto à figueira da história.
Quando estamos dando frutos? Quando estamos sendo fraternos, caridosos, humildes, amigos, espalhando o bem sempre que possível em toda parte.
A importância da Fé está em suas obras.
O convite desta passagem é de aproveitarmos todas as oportunidades de sermos úteis, em primeiro lugar na nossa família, depois no trabalho, na escola, no centro, na sociedade e termos a fé raciocinada, nunca a fé cega.

TERCEIRO MOMENTO: Apresentar as gravuras e ler a história – A Figueira Estéril, deixando a ultima gravura para o final. 
Pedir aos evangelizando que eles façam a interpretação da história ou a explique, depois concluir com a leitura da ultima gravura acrescentando se necessário. 

PRECE FINAL
HISTÓRIA – A FIGUEIRA ESTÉRIL





Fonte: Evangelização Espírita Infantil.