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sábado, 13 de outubro de 2012

As Bases do transformar-se item 2

2 - REFORMA ÍNTIMA EM SEIS PERGUNTAS
2 - REFORMA ÍNTIMA EM SEIS PERGUNTAS:

1ª - O que é a Reforma Intima?
A Reforma Intima é um processo contínuo de autoconhecimento, de conhecimento da nossa intimidade espiritual, modelando-nos progressivamente na vivência evangélica, em todos os sentidos da nossa existência. É a transformação do homem velho, carregado de tendências e erros seculares, no homem novo, atuante na implantação dos ensinamentos do Divino Mestre, dentro e fora de si.

2ª - Por que a Reforma íntima?

Porque é o meio de nos libertarmos das imperfeições e de fazermos objetivamente o trabalho de burilamento dentro de nós, conduzindo-nos compativelmente com as aspirações que nos levam ao aprimoramento do nosso espírito.

3ª - Para que a Reforma Íntima?

Para transformar o homem e a partir dele, toda a humanidade, ainda tão distante das vivências evangélicas. Urge enfileirarmo-nos ao lado dos batalhadores das últimas horas, pelos nossos testemunhos, respondendo aos apelos do Plano Espiritual e integrando-nos na preparação cíclica do Terceiro Milênio.

4ª - Onde fazer a Reforma íntima?

Primeiramente dentro de nós mesmos, cujas transformações se refletirão depois em todos os campos de nossa existência, no nosso relacionamento com familiares, colegas de trabalho, amigos e inimigos e, ainda, nos meios em que colaborarmos desinteressada-mente com serviços ao próximo.

5ª - Quando fazer a Reforma Intima?

O momento é agora e já; não há mais o que esperar. O tempo passa e todos os minutos são preciosos para as conquistas que precisamos fazer no nosso íntimo.

6ª - Como fazer a Reforma íntima?

Ao decidirmos iniciar o trabalho de melhorar a nós mesmos, um dos meios mais efetivos é o ingresso numa Escola de Aprendizes do Evangelho, cujo objetivo central é exatamente esse. Com a orientação dos dirigentes, num regime disciplinar, apoiados pelo próprio grupo e pela cobertura do Plano Espiritual, conseguimos vencer as naturais dificuldades de tão nobre empreendimento, e transpomos as nossas barreiras. Daí em diante o trabalho continua de modo progressivo, porém com mais entusiasmo e maior disposição. Mas, também, até sozinhos podemos fazer nossa Reforma Intima, desde que nos empenhemos com afinco e denodo, vivendo coerentemente com os ensinamentos de Jesus.
Ney Prieto Peres

As bases do transformar-se


1 - ALLAN KARDEC ESTABELECE AS BASES

"A moral dos Espíritos superiores se resume, como a do Cristo, nesta máxima evangélica: 'Fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem', ou seja, fazer o bem e não fazer o mal. O homem encontra nesse principio a regra universal de conduta, mesmo para as menores ações."
(Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Introdução VI. Resumo da Doutrina dos Espíritos.)

Naquela Introdução ao Estudo da Doutrina Espírita, resumindo as suas bases fundamentais, o codificador, no final do item VI, expõe que os Espíritos "nos ensinam que o egoísmo, o orgulho, a sensualidade são paixões que nos aproximam da natureza animal, prendendo-nos à matéria; que o homem que, desde este mundo, se liberta da matéria, pelo desprezo para com as futilidades mundanas e o cultivo do amor ao próximo, se aproxima da natureza espiritual. E que cada um de nós deve tornar-se útil, segundo as faculdades e os meios que Deus nos colocou nas mãos para nos provar; que o Forte e o Poderoso devem apoio e proteção ao Fraco, porque aquele que abusa da sua força e do seu poder, para oprimir o seu semelhante, viola a lei de Deus".
Eles ensinam, enfim, "que no mundo dos Espíritos, nada podendo estar escondido, o hipócrita será desmascarado e todas as suas torpezas reveladas; que a presença inevitável e em todos os instantes daqueles que prejudicamos é um dos castigos a nós reservados; que aos estados de inferioridade e de superioridade dos Espíritos correspondem penas e alegrias que nos são desconhecidas na terra".
Mas eles nos ensinam também "que não há faltas irremissíveis que não possam ser apagadas pela expiação. O homem encontra o meio necessário, nas diferentes existências, que lhe permite avançar, segundo o seu desejo e os seus esforços, na via do progresso, em direção à perfeição, que é o seu objetivo final".

O que depreendemos dessa importante síntese constitui precisamente o roteiro deste opúsculo. De início procuramos evidenciar, trazendo aos níveis do consciente, as manifestações características da nossa natureza animal: os vícios e os defeitos que denotam a predominância corpórea. Depois, o conhecimento das virtudes que nos libertam, pelo seu cultivo, das futilidades mundanas, e nos predispõem a exercer o amor ao próximo, desenvolvendo, assim, a nossa natureza espiritual. Os meios práticos para exercitarmos as nossas faculdades, nos esforços que nos permitam progredir em direção à perfeição, é o que indicamos. A necessidade imperiosa de nos tornarmos úteis em todos os sentidos, levando a nossa contribuição ao próximo, cultivando o verdadeiro espírito da caridade desinteressada, está igualmente inserida.

São exatamente "os meios necessários" que desejamos colocar à disposição dos amigos interessados em realizar o seu desenvolvimento moral, entendendo que o mundo em que vivemos, longe da perfeição, está muito mais envolvido nos erros. Erros que são importantes, pois nos levam a distinguir a verdade, nas lições da experiência humana, e que nos permitem fazer as nossas escolhas, propiciando-nos o adiantamento progressivo na senda do espírito. Errar menos, ou ainda, evitar a repetição de erros anteriores, é uma preocupação que pode conduzir-nos a recuperar muito tempo já perdido. Esse também é um enfoque prioritário a objetivar, pois encontramo-nos todos na condição de ajustar nossos débitos, somando méritos, no avanço que carecemos. Na realidade, não é grande o esforço que precisamos desenvolver. Até com pouco trabalho poderemos vencer as nossas más tendências, mas o que nos falta é a vontade. Porém, essa vontade também podemos cultivar. E um dos métodos para isso é o da auto-sugestão, como veremos adiante.

As bases da Transformação Intima estão com Kardec, que eleva e dá cumprimento à moral de Jesus no "fazer aos outros o que quereríamos que os outros nos fizessem". Regra universal de conduta, até mesmo para as menores ações, que nos deve pautar em nosso relacionamento. Os questionários de avaliação individual nos levam a refletir, trazendo à consciência os defeitos mais evidentes a serem corrigidos. A maioria destes defeitos é comum, e quase sempre acham-se ocultos sob a forma de torpezas inconscientemente sepultadas.

A auto-avaliação progressiva nos faz ver, periodicamente, o amadurecimento conquistado pelo próprio esforço em melhorar, proporcionando-nos o estímulo em continuar na remodelação de nós mesmos. Vencidas as primeiras dificuldades, a misericórdia do nosso Divino Criador já nos faz colher os primeiros frutos do nosso trabalho, nas manifestações das alegrias reconfortadoras do espírito.

Quem vem a se interessar pelo Espiritismo como curiosidade, e fica na constatação do intercâmbio e das manifestações dos espíritos, flutua na sua superfície; e quem se sente atraído pelas suas interpelações e busca no estudo informações sobre sua contribuição ao conhecimento da origem, natureza e destinação dos nossos espíritos, penetra nas camadas de suas bases; no entanto, aqueles, pelo que já sofreram e na ansiedade de preencher o espírito ávido de perfeição, sentindo em profundidade os seus ensinamentos, oferecem terreno sólido para a edificação progressiva da Doutrina dos Espíritos dentro de si mesmos, porque neles as transformações íntimas serão realizadas e neles o Espiritismo cumpre o seu verdadeiro papel de redentor da humanidade.

Portanto, se ainda não nos sentimos tocados em profundidade, e se nas nossas inquietações não estamos trazendo o conhecimento espírita para o terreno das mudanças no nosso comportamento, não estaremos aplicando a Doutrina em benefício da nossa própria evolução, e não poderemos, a rigor, ser reconhecidos como espíritas. Poderemos ser profundos conhecedores da sua filosofia ou meticulosos pesquisadores da sua ciência, o que nos conferirá apenas a condição de teóricos. Vivência, aplicação, exemplificação, transformação, eis as características do espírita autêntico; eis a base estabelecida por Allan Kardec.

Ney Prieto Peres

A COMUNICABILIDADE DOS ESPÍRITOS


Nas páginas dos chamados livros sagrados de todas as religiões, ressalta-se a comunicabilidade entre os seres corpóreos e incorpóreos. No Antigo Testamento, encontramos os livros dos "tretas, contendo vaticínios e ensinamentos de todos os matizes. E evidente que esses antigos profetas de Israel foram autênticos médiuns, que serviram de intermediários para a transmissão de uma série infindável de ensinamentos.
No Novo Testamento, reservamos também fatos insofismáveis, que comprovam o intercâmbio entre os Espíritos desencarnados, tal como a inundação a Maria e Isabel, em torno do nascimento de Jesus e de Batista; a profecia de Simeão, quando da apresentação do menino Jesus no templo; a confabulação de Jesus com os Espíritos de Elias e Moisés, no alto do Monte Tabor; a conversão de Saulo na Estrada de Damasco; as manifestações coletivas do Dia de Pentecostes e muitos outros fatos isolados, sucedidos com Paulo de Tarso, Estevão, João Evangelista, além de muitos outros. Toda essa gama de manifestações é prova conclusiva do intercâmbio existente entre os dois mundos - o dos encarnados e o dos desencarnados.

Existe, porém, no Antigo Testamento, uma lei legislada por Moisés, na qual o libertador dos hebreus proibiu, taxativamente, o intercâmbio com os chamados mortos. Essa ordenação tem servido de bandeira para os detratores do Espiritismo.

Entretanto cumpre aqui esclarecer que o Espiritismo, longe de desaprovar, aprova essa interdição, se levarmos em consideração as razões pelas quais ela foi implantada qual seja, a de coibir o intercâmbio com entidades espirituais para
mercantilismo, sem nenhuma edificação moral ou espiritual.

O Antigo Testamento é pródigo na afirmação de que Moisés se comunicava muito frequentemente com o Espírito de Jeová, deidade tribal dos antigos hebreus, no interior do Tabernáculo.

O que Moisés objetivou com a implantação dessa interdição foi pôr um paradeiro na ação de muitos médiuns menos escrupulosos, que invocam Espíritos sobre questões terra-a-terra, conveniências de negócios materiais e outras coisas. O Espiritismo também condena essa prática nociva, sob todos os aspectos.

Aqui cumpre ressaltar que Moisés aplaudia a comunicação com os Espíritos para fins nobilitantes. Certa vez, veio até ele um moço, com o objetivo de denunciar que dois homens — Eldad e Medad — estavam recebendo Espíritos no campo. Josué, que estava a seu lado, considerou isso uma insubordinação à lei, e pediu a Moisés que fosse puni-los. O grande legislador não tomou nenhuma atitude; pelo contrário, retrucou asperamente a Josué: "Que zelos são estes por mim? Oxalá todos profetizassem em Israel, e o Senhor lhes desse do seu espírito." Isso deixou bem evidenciado que Moisés aprovava a comunicação com os Espíritos, para fins nobres e sadios.

É lamentável que os que combatem o Espiritismo, lembrem-se apenas dessa proibição, fazendo vista grossa a muitas outras leis estabelecidas por Moisés e mesmo a algumas das quais ele serviu de intermediário, como foi o caso do Decálogo. Nessas leis, existe a proibição de fazer e prestar cultos a imagens, a esculturas, de trabalhar em dias de sábado; permitindo apedrejar filhos rebeldes e mulheres adúlteras e outras ordenações que não são obedecidas principalmente por algumas grandes religiões do mundo ocidental.

A comunicabilidade dos Espíritos é um dos postulados básicos do Espiritismo. Entretanto, Allan Kardec, em O Livro dos Médiuns e em outras obras trata do assunto com abundância de detalhes. Vejamos o que afirma o Codificador em Obras Póstumas:

"As almas ou Espíritos dos homens que viveram na Terra constituem o mundo invisível no espaço que nos cerca. Resulta daí que, desde que há homens, há Espíritos, e que, se estes têm o poder de manifestar-se, devem tê-lo feito em todos os tempos. É o que provam a História e as religiões de todos os povos.

Ultimamente, porém, as manifestações dos Espíritos têm adquirido enorme desenvolvimento e maior autenticidade, sem dúvida, por querer a Providência curar a chaga da incredulidade e do materialismo por evidentes provas, permitindo aos que deixaram a Terra vir atestar sua existência e revelar-nos as condições felizes ou penosas em que vivem.

O mundo visível, sendo envolvido pelo invisível, com o qual vive em perpétuo contato, age incessantemente sobre ele e lhe recebe a reação. Esta reciprocidade é origem de uma multidão de fenômenos, considerados sobrenaturais se lhes ignorar as causas. A ação e reação de um sobre o outro, desses mundos, é uma das leis, uma das forças da Natureza necessária à harmonia universal, como, por exemplo, a lei da atração.
Se aquela força deixasse de agir, seria perturbada a ordem universal, como um mecanismo do qual se tirasse a rotação. Não têm, portanto, o caráter de sobrenatural, os fenômenos produzidos por semelhante força ou lei da Natureza, julgados tais por não se lhes conhecer a causa, como acontece com certos efeitos da luz, da eletricidade etc." (Obras Póstumas, Manifestações dos Espíritos, págs. 13 e 14).

Paulo A. Godoy

DESCIDA DO ESPÍRITO SANTO


"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará um outro Consolador, para que fique convosco para sempre." (João, 14:16)
No capítulo (16:12-13), o mesmo evangelista escreveu: "Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis compreender agora. Mas quando vier aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará em toda a verdade, porque não falará de si mesmo, mas vos anunciará o que há de vir."

Desta forma, houve uma promessa de Jesus, de que em tempo adequado, quando os homens estivessem mais bem preparados, para assimilarem novas verdades, o Consolador, ou Espírito de Verdade, viria para reafirmar tudo o que Ele havia ensinado e muito mais.

Algumas teologias corroboram a promessa que, com a explosão mediúnica do Dia de Pentecostes, cumpriu-se de Jesus, somente com a diferença de que, em vez de uma falange de Espíritos Puros, as teologias proclamam que foi a descida do Espírito Santo.
Cumpre aqui esclarecer que, naquele tempo, não se falava em Espírito Santo, mas em Espírito de Deus, Santo Espírito e "Spiritum Bonum".

A crucificação de Jesus Cristo ocorreu na véspera da Páscoa, ou 50 dias antes do Dia de Pentecostes. Segundo o livro dos Atos dos Apóstolos, os Espíritos manifestantes passaram a apregoar os ensinamentos de Jesus em outros idiomas.
Esses ensinamentos já eram do conhecimento dos apóstolos e de muitos dos discípulos presentes, não se acrescentando nenhuma novidade no que tange à revelação cristã.

Se algumas semanas ou meses antes, os apóstolos não estivessem preparados para compreender como o poderiam estar em tão curto espaço de tempo?

Segundo a pregação do apóstolo Pedro, o que aconteceu no Dia de Pentecostes foi o cumprimento do vaticínio do profeta Joel, de que "o Espírito seria derramado sobre toda a carne".
Nesse dia, línguas repartidas, como se fosse de fogo, pousaram sobre a cabeça dos apóstolos, desenvolvendo suas mediunidades principalmente a poliglota, possibilitando-lhes as pregações dos ensinamentos do Mestre em outras línguas, principalmente aos estrangeiros de várias nações, que estavam em Jerusalém.

Nada de descida do Espírito Santo. O que aconteceu foi o desenvolvimento coletivo da mediunidade dos apóstolos, desrespeitando, assim, até a ordenação de Moisés, que proibia o intercâmbio entre Espíritos encarnados e desencarnados; pelo contrário, este fato provou que esse entrelaçamento entre os dois mundos — o visível e o invisível - sempre ocorreu em todas as épocas da Humanidade.

O advento do Consolador, ou do Espírito de Verdade, aconteceu realmente, mas foi quase 20 séculos após, com a revelação do Espiritismo, numa época com que a Humanidade já estava mais preparada para assimilar novas verdades, e quando podiam ser derrubados os dogmas e as deturpações que foram agregados ao Cristianismo no decurso dos séculos.
Paulo A. Godoy

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 06

 
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 05

 
 
Usamos as comparações acima citadas, para te dizer de algo excelente, para te dizer do avanço da razão, aprimorada na seqüência do tempo e pelas bênçãos de Deus: queremos falar da intuição, que será a faculdade comum do futuro, por enquanto latente em todos os seres. É ela o veículo divino capaz de orientar todas as criaturas e fazê-las felizes, filha do progresso espiritual, nascida no amanhecer das almas, ao despertarem para a luz, para o entendimento das leis espirituais. Essa intuição, no seu princípio se chamava instinto, dominando animais e homens nos seus primeiros passos. E se os homens primitivos já possuíam em suas consciências a idéia de Deus e viviam em tribos espalhadas pela Terra, sem condições de comunicação entre si, qual a origem dessa consciência de um Poder Supremo? E se não existe causa sem efeito, nem efeito sem causa, essa causa será, certamente, esse Deus que tanto amamos, que fala a tudo e a todos da Sua existência, pelos processos compatíveis com os que devem e precisam escutar a Sua voz dentro da alma.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 4

 
 
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 3

 
 
Sabemos que toda definição, se referindo a Deus, é incompleta; todavia, vamos transcrever a do Apóstolo João, por não encontrarmos outra melhor: Deus é Amor. Ainda assim, entendemos que o Amor é atributo da Divindade.

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 2

 
 
Quem deixa para depois o conhecimento de si mesmo e tenta a sabedoria exterior, desconhece a verdadeira porta da felicidade. Cada Espírito é um mundo, um universo em miniatura, onde mora Deus e vibram todas as Suas leis, em ação compatível com o tamanho da individualidade. Assim, para entender o infinito da Criação, necessário se faz começar a entender o infinito da alma.

O QUE LIGARES NA TERRA


"E eu te darei as chaves do Reino dos Céus, e tudo o que ligares na Terra será ligado nos Céus,
e tudo o que desligares na Terra será desligado nos Céus."(Mateus, 16: 19)
Não sendo o Reino dos Céus um lugar circunscrito, mas apenas um estado consciencial, é óbvio que as chaves desse reino, prometidas por Jesus Cristo ao apóstolo Pedro, são apenas simbólicas.
Os homens conquistam o Reino dos Céus quando operam dentro de si a reforma íntima. Sendo o Evangelho de Jesus a alavanca mais portentosa para se alcançar essa reforma, é ele, portanto, a chave desse reino, a qual é concedida por Deus a todos os seus filhos, assim como foram outorgadas a Pedro as chaves do Reino dos Céus, que apesar de ser um Espírito de ordem elevada estava e está ainda palmilhando a senda evolutiva.
Quando o Mestre prometeu a Pedro que tudo aquilo que ele ligasse na Terra, teria a sua correspondente ligação nos Céus, e tudo aquilo que fosse por ele desligado aqui embaixo, seria também desligado lá em cima, não objetivou conceder ao notável apóstolo uma prerrogativa especial, pois os acontecimentos posteriores revelaram que o antigo pescador do Tiberíades não desfrutava desse poder.
Como poderiam ser ligadas nos Céus as coisas praticadas por Pedro na Terra, se logo após ter o Cristo proferido aquelas palavras, o apóstolo foi vítima da influenciação de Espíritos de ordem inferior, merecendo de Jesus as famosas palavras: Afasta-te de mim satanás! (Mateus,16:23).
Como poderia Pedro estar investido de tamanha autoridade, se algum tempo após o Mestre teve necessidade de dizer-lhe: Pedro, satanás vos pediu para vos cirandar como trigo, mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça. Quando te converteres, convence os teus irmãos (Lucas,22:31-34).
Teria sido ligado nos Planos Superiores o episódio da negação quando Pedro, por três vezes consecutivas, sustentou não ser seguidor de Jesus Cristo? (Mateus, 26:34).
Será que poderia ser ligada nos Céus a atitude dos apóstolo entre eles Pedro, de repelir estrangeiros na comunidade dos cristãos?
Os apóstolos, entre eles Pedro, não conseguiram curar o jovem lunático, narrado em Mateus, 9:18, o que foi feito posteriormente por Jesus Cristo. Tudo indica que não foi ligado no Céu aquilo que os apóstolos, entre eles Pedro, pretendiam fazer.
Quando Pedro visitou o Centurião Cornélio, na cidade de Cesaréia, houve uma ligação no Céu daquilo que ele praticou. Os demais apóstolos não concordaram com a visita e admoestaram Pedro severamente por haver adentrado a casa dum gentio. Nessa mesma visita Pedro disse a Cornélio: Vós bem sabeis que não é lícito a a um varão judeu juntar-se ou chegar-se a um estrangeiro (Atos, 10:28). Porventura teriam essas palavras do apóstolo boa ressonância no Céu, quando se considera que a mensagem de Jesus Cristo foi dirigida a todos os povos de forma indistinta?
Como decorrência, deve-se compreender que somente é ligado ou desligado nos Céus o que for praticado sob a égide dos ensinamentos evangélicos, pois isso constitui, na realidade, os de ligação entre Deus e os homens. Somente merecerá o beneplácito ou a repulsa do Alto, o que for praticado com ou sem a égide do Evangelho, uma vez que o Mestre havia asseverado que nenhum só til ou jota dos seus ensinos deixaria de ser cumprido.
O que significam, na realidade, as chaves do Reino dos Céus?
Serão porventura chaves comuns, como as que são usadas na Terra para se abrir portas de casas? Teriam as chaves do Reino dos Céus sido dadas somente a Pedro?
As chaves do Reino dos Céus, prometidas por Jesus Cristo, são simbolizadas na sabedoria, nas obras meritórias, na evolução espiritual, na reforma íntima, pois, sem esses atributos ninguém terá possibilidades de ascender aos páramos de luz que os homens denominam Céus. Quem tiver obedecido às ordenações de Jesus Cristo no sentido de acumular um tesouro nos Céus, onde os ladrões não roubam nem a ferrugem consome, certamente terá garantida a posse dessas chaves.
Todo aquele que pautar seus atos nos moldes dos ensinamentos legados por Jesus, todo aquele que viver os ensinamentos evangélicos, estará apto a conquistar esse decantado reino. A vivência dos preceitos ensinados pelo Cristo propiciará a todos aqueles que os assimilarem a oportunidade de viverem as qualidades intrínsecas que lhes possibilitarão o acesso a essas regiões elevadas. Eles entrarão realmente na posse das chaves para a conquista desse tão almejado Reino.
Quando Pedro proclamou ser Jesus Cristo o Filho de Deus vivo, o Mestre retrucou: Não foi nem a carne nem o sangue quem isso te revelou, mas meu Pai que está nos Céus, o que, logicamente, indica que o apóstolo estava sendo medianeiro de palavras emanadas do Alto, portanto, o instrumento de uma revelação. Como decorrência, tudo aquilo que, como medianeiro, ele ligasse na Terra, seria ligado nos Céus, rnas o que ele viesse a fazer como homem, e não como instrumento do Alto, não teria essa ligação ou desligamento.
Como homem, ele teve dura contenda com Paulo (Gálatas, 2:11), tendo o Apóstolo dos Gentios afirmado que Pedro era repreensível e que não andava segundo as verdades contidas nos Evangelhos. É óbvio que um episódio dessa natureza não poderia jamais ser ligado nos Céus.
Paulo A. Godoy

Livro : O  Evangelho Pede Licença