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quinta-feira, 2 de agosto de 2012

OBSESSÕES EM MASSA


“A NOVA ERA”, presente à concorrida tarde de Autógrafos de Chico Xavier em dois deste mês, em Sacramento (MG), teve a feliz oportunidade de abraçar efusivamente esse grande amigo, e ouvir suas sempre maravilhosas lições.
122 – O CARÁTER DOS DISCURSOS
PERGUNTA -  Inúmeros confrades que presenciaram seus últimos discursos notaram que o irmão, nessas ocasiões, vivia como que uma nova didática do discurso, sem a costumeira eloqüência e isolamento do orador. O que nos diz a isto?
R – Posso dizer que fui colhido de improviso a essa tarefa de contato mais intenso com o público. Esses títulos de cidadania, compreendemos muito bem, não têm sido dados a mim, que não os mereço; eles naturalmente são dádivas de legislativos generosos à nossa Doutrina Espírita, e eu não passo de um poste obscuro para a colocação do aviso de que a Doutrina Espírita foi premiada com essas considerações públicas. Tenho recebido essa tarefa nesta condição: na condição de mero instrumento. Posso adiantar que nas ocasiões desses discursos, desde a primeira vez que me vi em contato mais intensivo com a nossa gente, reunida em maior número, eu me senti numa espécie de transe que no momento eu não posso definir com muita clareza. Desde os programas últimos de televisão, sinto que o espírito de Emmanuel me ocupa a vida mental e física, dando margem a que eu esteja presente para assumir a responsabilidade, e induzindo-me a falar muitas vezes na primeira pessoa, naturalmente para não alarmar àqueles que ainda não têm contato com a mediunidade. Mas, francamente, nesses discursos eu sou médium; muitas vezes pergunto aos amigos o que é que eu falei, porque eu não tenho consciência exata disso.
 
123- RESPEITO A OUTROS MOVIMENTOS ESPIRITUALISTAS
PERGUNTA -  Muitos confrades observam também que pouco, ou quase nada, falam os irmãos espirituais sobre a situação da Doutrina face ao Ocultismo e doutrinas correlatas, como o Esoterismo, a Teosofia, o Rosacrucianismo, etc. A imprensa mundial, ultimamente, revela o extraordinário aumento do interesse público por esses movimentos. Quanto a isto, o que poderia dizer sobre a posição do espiritismo atual?
RESPOSTA -  Acreditamos, com as instruções dos Bons Espíritos, que a posição da Doutrina Espírita é uma posição definida. Estamos diante do Evangelho Redivivo, porque o Espiritismo traz de novo as lições de Jesus, interpretadas com sinceridade e verdade. Respeitamos, nós todos, quaisquer faixas de conhecimento humano relacionadas com o Ocultismo, com o Espiritualismo em geral. Todas as escolas de esoterismo, de conhecimentos chamados secretos, são dignas do nosso maior acatamento. Mas, se estamos na escola da Doutrina Espírita, com trabalho gigantesco a realizar, de nossa parte cremos que seja nosso dever respeitar todos os movimentos espiritualistas, sem desconsiderá-los de modo algum, mas cumprir a nossa tarefa do Evangelho de Jesus tanto quanto eles, os movimentos espiritualistas, estão cumprindo, com fidelidade e grandeza, os compromissos deles diante das doutrinas orientais.
 
124 – COMO PROGRIDE O HOMEM
PERGUNTA -  O homem somente progride por esforço próprio ou também por uma contingência da vida?
RESPOSTA -  Progride através desses dois impulsos. Apenas devemos considerar que, pelas contingências da vida, ele terá um progresso comparado ao da pedra rolante do rio; com o tempo, uma pedra deixará suas arestas no rio natural, enquanto que com os instrumentos chamados ao aperfeiçoamento da pedra, o enriquecimento dessa mesma pedra preciosa se faz muito mais direto. Por esforço próprio, podemos realizar em alguns anos aquilo que, pelas contingências, podemos gastar milênios. Mas, pelo esforço próprio, o esforço de dentro para fora é o esforço do burilamento pessoal, através da autocrítica, do auto-exame. Agora, com o tempo, é de fora para dentro: gastaremos séculos e séculos, e mais séculos.
 
125 – OBSESSÕES EM MASSA
PERGUNTA -  Que poderia dizer das obsessões em massa que se verificam no mundo, atualmente?
RESPOSTA -  Um assunto dos mais palpitantes, e que nos obriga a trabalhar intensivamente pela difusão dos princípios espírita-cristãos, porque consideramos cada reunião espírita na base do Evangelho, como reunião dedicada ao trabalho de desobsessão. Em nossas casas espíritas, em nossos contatos públicos, nós estamos também trabalhando em desobsessão intensiva, isto é, desobsessão em massa, já que estamos observando muitos problemas da obsessão igualmente em massa.
 
( * ) Transcrita do jornal “A Nova Era”, Franca, SP, 15 de dezembro de 1972, sob o título “Uma entrevista com Chico Xavier”.
 
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel 

ANSEIOS DA MOCIDADE ESPÍRITA

A
 
61 – CURSO PRÉ-MOCIDADE
 
P – Como o Senhor vê o Curso Pré-Mocidade?
R – Nós reconhecemos pessoalmente a nossa incompetência para interferir nos assuntos de educação, mas, como espírita militante, nós vemos no Curso Pré-Mocidade uma iniciativa das mais edificantes, porque o Curso encontra os nossos companheiros reencarnados entre a infância e a juventude num período em que nós acreditamos seja mais proveitosa a aplicação de normas educativas capazes de auxiliar a criatura durante a sua encarnação na Terra. Concordamos que o Pré-Mocidade é um empreendimento dos mais dignos e que merece a atenção de todas as instituições do Espiritismo Cristão, principalmente.
 
 
62 – PROGRAMA PARA OS JOVENS
 
P – Sendo a fase da adolescência de transição, o que o Senhor julga mais importante para ser dar aos jovens neste Curso?
R – Creio que a nossa obrigação ministrar conhecimentos práticos em torno da vida prática, idéias tão sólidas quanto possíveis, quanto à realidade da vida em si. Precisamos acordar não só a juventude como também a madureza para as questões da autenticidade. Devemos se nós mesmos com a aceitação até mesmo de nossas próprias imperfeições, para que venhamos a conhecer-nos por dentro, melhorando o nosso padrão d vida íntima, com a reforma que a Doutrina Espírita nos aconselha e com o aproveitamento máximo de nosso tempo de reencarnação.
 
 
63 – ESTUDO EM GRUPO
 
P – O estudo em grupo é hoje um método muito divulgado. Este método é vantajoso para o adolescente?
R – Tanto para os jovens como para os adultos o estudo em grupo é o mais eficiente até porque nós não podemos esquecer que na base do Cristianismo, o próprio Jesus desistiu de agir sozinho, procurando agir em grupo. Ele reconheceu a sua missão divina, constituiu um grupo de doze companheiros para debater os assuntos relativos à doutrina salvadora do Cristianismo, que o Espiritismo hoje restaura, procurando imprimir naquelas mentes, vamos dizer, todo o programa que ainda hoje é programa para nossa vida, depois de quase vinte séculos. Programa d vivência que nós estamos tentando conhecer e tanto quanto possível aplicar na Doutrina Espírita, no campo de nossas lides e lutas cotidianas.
 
 
64 – MOTIVAÇÃO DE AULAS DOUTRINÁRIAS
 
P – De que podemos fazer o adolescente interessar-se realmente pelas aulas de Doutrina? Que motivação usaríamos?
R – Creio que um entendimento entre os professores para que eles possam estudar o problema do relacionamento entre eles e os alunos é uma iniciativa que nós não podemos desprezar, porque aprendemos com os nossos benfeitores espirituais que cada espírito é um mundo por si, que Deus não dá cópias; cada um de nós é uma criação independente, de modo que precisamos estudar a natureza, as tendências, os problemas, as dificuldades, as facilidades de cada um de nossos companheiros que levam
o nome de nossos aprendizes, para que venhamos a beneficiá-los com a nossa influência,
 
 
(*) Entrevista realizada por Sônia Barbante Santos, publicada pelo jornal “A Flama Espírita”, de Uberaba, MG, em 25 de dezembro de 1971, sob o título “entrevista com Chico Xavier sobre o Pré-Mocidade”.
os ensinamentos de que sejamos portadores. Mas embora sejamos apaixonados pelas estórias que usam apólogos e símbolos, nós acreditamos que estamos faceando agora num período de progresso da Humanidade em que devemos usar a verdade tento quanto possível, mas a verdade que não fira, a verdade que não destrua, porque se o professor é autentico, descobre autenticidade em seu aluno; encontra a chave para penetrar na mente e no coração do aluno, de modo a auxiliá-lo.
Então o problema do relacionamento é problema vital em toda escola. Devemos estudar, observar bem para que nós venhamos a clima capaz de interessar os nossos irmãos adolescentes no estudo da verdade. Entretanto, somos também de parecer que cada Centro Espírita é um educandário em que os adultos também estão na mesma posição.
Nós precisamos descobrir quais as motivações para que os adultos se interessem pela Doutrina Espírita. Não somente receber os benefícios, como sejam os benefícios da prece, do passe, do amparo espiritual, do auxílio magnético, mas a luta da criatura em si para o conhecimento dela própria, à luz da verdade. São assuntos da atualidade que nós precisamos estudar, estudar para penetrá-los devidamente.  
 
P – Para despertar então no adolescente o amor à Doutrina, o caminho seria este?
R – Cremos que sim: o amor à Doutrina com demonstração da vida prática.
 
 
65 – DEBATES E RESPEITO
 
p – Quer dizer que o senhor acha que devem constar do programa do Curso – Pré-Mocidade, além da parte Doutrinária, aulas práticas?
R – Se houvesse possibilidade, aulas expressando contatos humanos entre os professores e alunos, palestras, conversações em grupo, em que cada um pudesse expor suas idéias, mas em provocar de nenhum modo em ninguém, nem o espanto, nem o ridículo, quando estas idéias destoassem das idéias chamadas normais entre as pessoas. O aluno poderia se exteriorizar como ele é, o professor aceitá-lo como ele é, ajudá-lo como ele é, para que ele possa produzir melhor a vida dele. Nós estamos atravessando numa época em que toda imposição espiritual significa violência, e o espírito humano recusa a violência. Nós estamos diante de uma revolução no mundo, uma revolução pacífica contra a violência entre as pessoas humanas. Então precisamos de senso de humanidade no trato com os outros e este trato uns com os outros. A base deste trato chama-se respeito. Se não respeitamos as idéias do aluno, ele não nos respeita. De modo que precisamos estabelecer esta linha de definição.
 
 
66 – DURAÇÃO DE AULA
 
P – Qual seria a duração de maior rendimento doutrinário para uma aula do Pré-Mocidade?
R – Máximo ed quarenta (40) minutos para não cansar; meia hora no mínimo. Vou explicar não tenho experiência no magistério espiritual, sou médium e mau médium.
 
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel    
 

EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA


 
 
Encontramos no movimento de Evangelização da criança, aquele verdadeiro movimento de formação espiritual da infância, diante do futuro!
Com essas palavras, o nosso querido companheiro CHICO XAVIER, inicia sua entrevista concedida ao TRIÂNGULO ESPÍRITA, a propósito do mais sério movimento espírita nacional: a evangelização da criança. Eis, na íntegra, a entrevista:
 
98 – FORMAÇÃO ESPIRITUAL DA INFÂNCIA
 
P – Como o senhor vê o movimento de Evangelização da criança?
R – Há muitos anos, nós todos, os companheiros de Doutrina Espírita, encontramos no movimento de Evangelização da Criança, aquele verdadeiro movimento de formação espiritual da infância, diante do futuro. Há muito tempo acompanho o Departamento de Infância e Juventude da federação Espírita do Estado de São Paulo, e admiro profundamente o trabalho que ali se realiza neste setor.
 
99 – APOIO AOS EVANGELIZADORES
 
P – Qual a tarefa do dirigente espírita junto aos evangelizadores?
R – Cremos que o dirigente de Instituição Espírita, a nosso ver, deveria prestigiar no máximo o trabalho dos evangelizadores, porque eles funcionam dentro da Organização Espírita-Cristã, como legítimos educadores dos pequeninos que amanhã tomarão o nosso lugar, em todos os setores da experiência terrestre.
Esse trabalho é grande e sublime demais para ser subestimado, por isso mesmo nós admitimos, que o assunto não pode escapar do apoio dos dirigentes espíritas, que, naturalmente, se estão devidamente conscientizados de suas tarefas, hão de apoiar os professores como sendo companheiros dos mais estimáveis na Seara Espírita evangélica.
 
100 – SIMPÓSIO SOBRE EVANGELIZAÇÃO DA CRIANÇA
 
P – O que o senhor acha da realização do Simpósio sobre Evangelização da Criança?
R – Nós acreditamos que o Simpósio é uma necessidade, porque favorece a troca dos pontos de vista e dos estudos experimentais que possam ser realizados em torno da educação espírita-cristã, dedicada à criança; antes da ministração de ensinamentos mais claros e mais definitivos da Doutrina Espírita, aplicada à nossa própria vivência, no caminho comum da Terra.
O simpósio é como se fora uma reunião de pais ou responsáveis observando que tipo de alimentação pode ser dado a determinadas comunidades infantis. Antes das lições em si, o Simpósio é sempre uma preparação de contatos. E nós não podemos esquecer isto, sem nos perdemos na precipitação, que acaba sempre em prejuízo e em atividade inútil dento de nossas instituições.
 
101 – PROGRAMA DE ESTUDOS
 
P – Quais as matérias que os espíritos gostariam que fossem estudadas neste Simpósio?
R – Temos ouvido o espírito de Emmauel há muitos anos com respeito e estes assuntos, e ele admite, sem nenhuma exigência, porque os nossos amigos espirituais não nos violentam em atitude alguma , ele considera que seria muito interessante os professores encarnados na Terra, e que se encontram nessa maravilhosa tarefa de preparação do futuro na mente infantil, ele considera que seria interessantes reuniões deles, selecionando os temas espíritas, dentro da atualização dos nossos processos atuais de
 
 
(*) Transcrita do jornal “O Triangulo Espírita”, Uberaba, MG, 31 de dezembro de 1972.
vivência, para que a criança possa se desenvolver para a vida adulta e experiências que a esperam no dia de amanhã. Nós sempre nos desvelamos em nossas casas, no ensino da bondade, do perdão, das atitudes evangélicas em si, mas precisávamos descobrir um meio de comunicar à criança, algum ensinamento em torno da Lei de Causa e Efeito, mostrando determinados tópicos dos mais expressivos para o mundo infantil, com respeito à reencarnação, o problema da imortalidade da alma.
Muitas vezes, encontramos crianças traumatizadas pela perda de irmãos pequeninos, pela perda dos pais, pela perda de amigos, de parentes próximos, e nos esquecemos de que os pequeninos, também, esperam uma palavra de consolo e de esclarecimento, qual uma acontece com os adultos, diante dos processos de desencarnação.
E muitas vezes, nós esquecemos de conduzir a criança para este tipo de lição, para este tipo de comentários, com receio de apressar na mente da criança determinados pensamentos com relação à morte do corpo. Precisávamos estudar quais os meios d começar a oferecer à criança, bases para que ele se conheça no mundo em que está vivendo e naquele mundo social em que ela vai viver.
Mas, é assunto dos professores, porque os espíritos amigos dizem sempre que, aqueles que se reencarnam na Terra para determinadas tarefas, não devem ser incomodados com opiniões estranhas a eles mesmos, desde que, se eles receberam estes encargos, é porque eles os merecem, e está na órbita das responsabilidades deles.
Os professores espíritas reencarnados têm essa responsabilidade, esse encargo a cumprir, selecionar os assuntos, pata fortalecer e amparar a criança diante do futuro.
 
102 – PROGRAMAÇÃO DAS AULAS INFANTIS
 
P – Em face do desenvolvimento mental da criança, da influência dos méis de comunicação do processo de aprendizagem, justifica-se-ia a programação de aulas predominantemente de Doutrina Espírita?
R – Pelo menos depois de 8 a 10 anos de idade, acreditamos que sim, porque a mente infantil de 9 a 10 anos de idade, já se encaminha para uma posição consolidada na reencarnação, que a criança está começando a viver.
Aos 10 anos, dos 10 aos 12, temos um mundo de informações para dar à criança, está encontrando hoje, um mundo muito diferente daquele que os adultos de agora encontraram há 40, 50, 30 anos atrás. Há muitos pequeninos que são chamados aos 8, 9, 10 e 11 anos de idade a facear problemas que só adultos conheciam há 10 anos passados. Hoje, autoridades da Europa e da América do Norte, em diversos comentários e estudos de revistas de divulgação cientifica, muitas autoridades andam impressionadas, com o suicídio entre crianças, suicídio de crianças de 10, de 11, de 12, de 13.
Ainda ontem, tivemos em nossa casa, aqui na Comunhão Espírita Cristã, um casal de São Paulo que vinha desolado à procura de reconforto, porque o filho único do casal, um menino de 12 para 13 anos se enforcou deliberadamente, tão-só porque encontrou negativa da parte dos pais, para ir ao cinema, depois de ter ido ao cinema durante algumas noites consecutivas. Isto é muito importante.
Estes suicídios nessa idade não eram comuns, nem eram mesmo conhecidos há 15, 20 anos atrás. Crianças que sofrem a perda de pais ou que são abandonadas pelos pais e que se suicidam mesmo, se afogam, se envenenam, procurando armas, atiram contra si próprias. Isto é um problema sério para todos aqueles que se sentem vinculados à tarefa de socorro à criança.
 
103 – O ENSINO E A REALIDADE
 
P – O que o senhor tem a nos dizer sobre material didático constante de apólogos e símbolos para as Escolas de Evangelização, desde a faixa de 5 a 13 anos?
R – Nós estamos vendo discussão em torno deste assunto, por toda parte. Uns não querem que a criança ouça apólogos com vozes humanas em animais, outros exigem que este material seja posto em função. Não estando dentro do movimento de educação da criança nos meios espíritas, nós não temos o direito de opinar, porque só devemos opinar num assunto quando estamos em atividade dentro dele.
Mas, como criatura humana que sou, creio que até os 6 anos nessa faixa, uma árvore, uma borboleta, uma fonte, uma andorinha conversar, isto ajuda muito a criança.
Agora, depois dos 6, 7 anos é interessante que a criança, entre num mundo de realidade objetivas, para que ela não acuse o adulto de mentiroso. Mas, não devemos legar tão longe essa idéia de que estejamos mentindo.
A criança nos primeiros tempos de vida, tem necessidade da história tocada de amor, tocada de ternura, beleza, espiritualidade. E o apólogo em que os animais comparecem conversando entre si, dando lições, este apólogo é sempre um agente muito proveitoso no esclarecimento da mente.
Não vemos nenhum inconvenientemente, mas deixamos o assunto para os técnicos.
 
Livro: “A Terra e o Semeador” – Psicografia de Francisco C. Xavier – Espírito Emmanuel

Vida e Valores (A revolução planetária)


O nosso planeta é um corpo vivo solto no espaço. E, certamente este nosso planeta há passado por incontáveis transformações. Por ser um corpo vivo, está em processo de evolução permanente, de amadurecimento.
E por ser um corpo vivo e por estar nesse processo de amadurecimento, nós presenciamos a cada dia, tudo quanto vem ocorrendo com o nosso querido planeta terrestre. As suas transformações são incontáveis. A Terra é um mundo em transformações.
Basta pensarmos que aqui nós temos vivido transformações de variadas ordens. Há transformações geográficas. Naturalmente, quando pensamos nessas transformações geográficas, pensamos em transformações geopolíticas porque, afinal de contas, ainda nos lembramos bem da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. Depois do extermínio do comunismo por Gorbatchev, a União Soviética desapareceu.
Tomba o regime, cai o muro de Berlim, acabam-se todas as pressões e o Portal de Brandenburg se abre para que as duas Alemanhas pudessem se confraternizar.
Mudanças geopolíticas porque, agora, a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas se distribue, se racha, se parte nas suas Repúblicas componentes. Antes, pelo regime da força, ali estavam todos juntos. Depois abriu-se o sistema e a Rússia tomou a hegemonia da região, mas a União Soviética desapareceu.
Mas, se nós pensarmos nessa linha geopolítica, olhamos para os Bálcãs e verificamos que, com a morte do General Tito, desaparecem todos aqueles sistemas hegemônicos, e a Iugoslávia abre espaço para que surjam Montenegro, Sarajevo, várias outras Repúblicas. E o mundo se modifica outra vez, geopoliticamente.
Guerras, transformações, conflitos... Mas, se pensarmos em termos geológicos, o nosso planeta é um corpo ainda muito virgem. A Terra tem poucos milhões de anos. Para um corpo sideral é muito pouco tempo.
Basta pensarmos que ainda temos no coração do planeta, no cerne planetário, substâncias liquefeitas, substâncias em processos viscosos.Temos o nife, essa composição de níquel e de ferro, quase líquida. E, totalmente líquidas outras mais internas, pela temperatura exagerada da intimidade planetária.
É graças a isso, que nós ainda encontramos na Terra os vulcões. O que são os vulcões senão válvulas de escape, para que o planeta não estoure, sob as pressões internas dessas substâncias liquefeitas e quentes?
Os vulcões permitem que o esvurmar dessas substâncias possa dar à Terra um alívio, em sua pressão interior.
Encontramos na Terra, em função dessas camadas liquefeitas da sua intimidade, as camadas que se solidificaram sobre a parte liquefeita. E por isso encontramos as chamadas placas tectônicas: a parte sólida sobre essa parte líquida ou viscosa, essa massa em alta temperatura da intimidade do planeta.
Quando pensamos assim, começamos a compreender que, se existe uma quantidade líquida no miolo do planeta, e sobre ela está a parte sólida, qualquer movimento da parte líquida impõe movimentos à parte sólida.
Essas placas tectônicas se movem, e se move tudo que está sobre elas. É por isso que tremem edifícios, ruem pontes, desabam construções.
Quando essa camada líquida se move e as placas tectônicas se agitam nos fundos dos mares, as ondas agigantadas da intimidade dos mares se pronunciam, e quando chegam na superfície, nós encontramos os fenômenos notáveis que deram origem a um nome novo para o ocidente, as tsunamis. Graças ao movimento geológico, graças ao movimento planetário, graças a essa expressão de vida que a Terra demonstra em cada momento As nossas transformações planetárias são incalculavelmente importantes.
É por causa disso que nós deveremos estar sempre atentos à condição de vida do planeta, às manifestações de vida do mundo em que vivemos, para que possamos compreender a razão pela qual tantas outras coisas se vão dando, ao longo do tempo de existência do nosso mundo.
* * *
Esses maremotos, essas tsunamis fazem parte desse processo natural do planeta. E temos, ao lado dos terremotos, das tsunamis e dos vulcões, os furacões, os grandes ventos, os tornados, todo um movimento planetário que permite a existência desses fenômenos geoclimáticos.
A partir daí, vale a pena pensar que, se nós estamos sobre este planeta que se movimenta, que se transforma, que se agita em suas entranhas, considerando que Deus, o Criador, jamais erra, existem razões ponderáveis para que nós estejamos aqui renascidos sobre este planeta, para que nós vivamos aqui sobre o solo planetário.
E é por causa disso que verificamos o tipo de Espíritos que somos nós aqui na Terra. Como é que nós agimos e reagimos na nossa convivência com o mundo?
Somos ainda criaturas de índole um tanto ríspida. Guerreamos, somos belicosos, carregamos ainda essas marcas da beligerância em nossas atitudes. Ainda vivemos a falta de fraternidade, a traição contra amigos, familiares, entes queridos, a soberba, a vaidade.
Ainda carregamos na Terra essas marcas tremendas do orgulho individual, do orgulho familiar, do orgulho social e, óbvio que essas manifestações do nosso caráter dizem porque é que nós estamos aqui, num mundo em processo de amadurecimento, num planeta em processo de maturação.
Por que? Porque esses fenômenos que ocorrem no mundo, eles teriam que ocorrer. A Terra está amadurecendo, põe para fora seus produtos, treme nas suas bases.
Mas, nós, os humanos que estamos matriculados neste planeta, estamos aqui por razões muito especiais. A Divindade pretende que nós nos aproveitemos dessa realidade planetária para desenvolver muitas coisas que precisamos desenvolver: nosso conhecimento científico, nosso conhecimento tecnológico. Para que nós possamos nos desenvolver em termos morais, a partir dessas circunstâncias.
Graças aos fenômenos metereológicos do nosso mundo, a metereologia vem se desenvolvendo, capaz de dizer quando vai chover, a quantidade de chuva, quanto tempo vai durar; quando vai nevar, nas regiões onde neva, qual é a quantidade, qual é o tipo de neve, quanto tempo vai durar, para que as comunidades se previnam, principalmente as comunidades que têm plantações.
A nossa tecnologia vem se desenvolvendo a tal ponto, que já existem os sismógrafos, aparelhos capazes de detectar esses tremores de terra e avaliar quando é que esse tremor chegará onde o pesquisador se encontra.
Daí, nós vamos verificando que as transformações por que passa o planeta também têm o sentido de permitir à criatura humana o seu amadurecimento científico, tecnológico, emocional, moral.
Se nós pudermos pensar nessas transformações tecnológicas pelas quais tem passado nosso planeta, verificaremos coisas maravilhosas, principalmente no campo da informática.
E nos damos conta de que, na década dos quarenta do século XX, década de 1950, o mundo começou a ouvir falar de cérebros eletrônicos. A construção de Norberto Winer foi de ordem magnífica, porque ele pensou em construir uma máquina que pudesse realizar operações como o cérebro humano realiza.
Ele quis imitar o nosso sistema nervoso central. Por isso, a máquina se chamou cérebro eletrônico. Cabia em dois andares de um prédio. Hoje, nós encontramos os computadores de tal forma aprimorados, de tal modo aperfeiçoados, que cabem na palma da nossa mão.
Carregamos um aparelho que é, ao mesmo tempo, telefone celular, fax, televisão, máquina fotográfica, e até consegue falar, tão aprimorados estão os computadores.
Os satélites que a criatura humana mandou para rodear a Terra, como o Hubble, que manda fotografias do Cosmo alcançável, a cada décimo, milésimo, centésimo de segundo, para que a NASA possa saber o que se passa, para que as estações espaciais possam acompanhar o movimento do nosso planeta.
Deus pretende que com esses recursos nós evoluamos, nós cresçamos.
A Terra é um mundo vivo, é um corpo vivo que se agita, e nós, Espíritos nascidos nele, vivendo sobre ele, precisamos aprender a evoluir, crescer e amadurecer para Deus.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 133, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em janeiro de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 12.10.2008.
Em 02.02.2009.

Vida e Valores (O problema da tentação)



Existe uma dificuldade no ser humano, que é necessário parar muitas vezes para refletir a respeito. É a dificuldade das tentações. Afinal de contas, que fenômeno é esse?

Quase sempre, na problemática das tentações, fazemos um juízo de nós mesmos, e damos uma má interpretação das coisas, das nossas possibilidades.

Às vezes, avaliamos a nossa condição acima do devido, supervalorizamos possibilidades nossas, juramos que não cederemos em determinadas questões, que não cairemos em determinadas circunstâncias, e acabamos por adotar posturas às quais fomos levados pela tentação.

Por vezes, temos a tentação de trair, de trair um amigo, de trair a esposa, de trair o marido, de trair uma pessoa que nos é cara. Por que essa tentação nos ocorre?

Às vezes, temos a tentação de furtar. Sim, de furtar. E essa tentação se manifesta desde a cleptomania, em que pessoas furtam coisas de lojas, de mercados, até o imposto de renda fraudado. É um furto. Sim, é um furto.

Temos a tentação de beber. Começamos com a primeira taça e juramos que ficaremos sóbrios, que daremos conta de dirigir o carro, e juramos...

Temos a tentação de experimentar a droga, uma vez só, uma vezinha só, seja  um pó,  uma pedra de craque, uma taça de alcoólico. Uma vezinha só. Não, eu me garanto.

É a tentação, alguma coisa que nos impulsiona a fazer algo que não estamos muito certos da nossa capacidade de resistir, não podemos garantir quanto à nossa resistência. Mas fazemos.

A temeridade quando tomamos de um veículo, pisamos no acelerador e saímos em disparada: a tentação da velocidade, de bater o próprio recorde. A roleta russa, a roleta mineira, tantas tragédias por causa dessa tentação.

A tentação da libido, de procurar, de sondar, de cobiçar alguém que já seja comprometido, exatamente pelo prazer do inusitado. São tentações perigosas.

É muito importante verificar que, no mundo em que vivemos, precisamos ter cuidado com esse fenômeno terrível que nos arrasta a situações muito complexas no território da tentação.

É muitíssimo importante pensar como Jesus Cristo nos orientou. Em todas as vezes que Se dirigiu ao nosso Pai Celeste, nos ensinou buscar recursos contra a tentação.

Na oração dominical, o chamado Pai Nosso, há um momento em que o Mestre nos ensina a rogar ao Pai: Não nos deixes cair na tentação, ou não nos deixes cair em tentação.

A proposta viver na Terra é necessária, é indispensável. Viver no mundo nos enriquece. As experiências com nosso próximo, com nosso semelhante, as experiências na relação com as coisas, com os fenômenos naturais, isso tudo nos enriquece, mas é importante que não nos deixemos arrastar pelas tentações.

Os Bons Espíritos dizem que não existe um arrastamento irresistível. Se fosse irresistível, ninguém teria culpa de cair sob seu peso. Mas, existem arrastamentos aos quais nos permitimos em nome da tentação, porque sempre fazemos uma má interpretação das nossas possibilidades, temos um juízo indevido das nossas condições e quando vemos, tombamos nesse abismo terrível que se chama tentação.

É importante, porém, que neste capítulo, que neste campo, passemos a ter a proposta de Jesus Cristo em mente: oração e vigilância. É importante que se aprenda a orar, fazer essa ponte com o Divino; mas ter vigilância, o cuidado conosco mesmos.

Não há razão para orarmos, orarmos, somente orarmos e não prestar atenção nos caminhos por onde estamos trafegando, porque as tentações são perigosas e, a qualquer momento nos podem derrubar.

*  *  *

Nesse capítulo das tentações, existe algo que não devemos perder de vista. Não podemos dizer que foi o demônio que nos atentou, que Satanás é que nos arrastou.

Não temos como dizer que foram as más companhias que nos arrastaram ao mal, que foram os maus colegas, os maus companheiros, como é comum escutarmos nas conversas cotidianas da Humanidade. Atribuímos sempre aos outros o nosso insucesso.Quando são coisas boas, a estrela é nossa.

Claro que temos que parar e refletir que, nesse território das tentações, existe algo do que não podemos esquecer, a nossa volição. Sim, a nossa vontade.

 Não fazemos nada que não esteja de acordo com a nossa vontade. A tentação exatamente mexe nesse território da vontade.

Temos vontade de fazer, embora queiramos depois inculpar a terceiros, jurar que foram as más companhias, mas nós temos vontade.

É importante saibamos que, quando temos vontade de fazer determinada coisa, mesmo que essa coisa seja negativa,  acabamos por fazer.

Jesus Cristo nos diz: Buscai e achareis, pedi e obtereis, batei e abrir-se-vos-á. Mas Ele não nos diz em que porta deveremos bater. Qualquer porta em que batermos, ela se nos abrirá; qualquer coisa que pedirmos, receberemos; o que buscarmos, acharemos.

Se encontrarmos um espinho e sairmos procurando de onde ele veio, não haverá outra solução: vamos nos deparar com o espinheiro.

Se acharmos uma flor, um perfume, e sairmos buscando de onde vieram, esbarraremos num jardim, indubitavelmente.

E, nessa área é que temos que pensar nas influenciações espirituais negativas, que se aproveitam de nossas brechas morais, de nosso consentimento interior, de nossa vontade, e somam o seu desejo à nossa vontade.

Aí entramos na faixa das obsessões, das perturbações espirituais. Há muitas entidades devotadas ao mal, na postura de anti-Cristos e que querem fazer com que  aqueles que estejam no caminho do bem se percam, para deles zombar, para retardar o seu caminho, o seu passo pela vida afora.

Cabe recordar o ensinamento de Cristo para que oremos e vigiemos.

A vigilância corresponde a este estado de prestar sempre atenção nas consequências do que vamos fazer.

Temos liberdade? Temos liberdade. Mas, até onde? Até quando? Com que intensidade? Porque tudo aquilo que semearmos, isso mesmo colheremos. As entidades negativas vão nos provocando a vaidade, o orgulho, a presunção, para nos fazer cair moralmente, para nos fazer tombar espiritualmente. As tentações têm suas raízes na nossa intimidade.

Digamos que uma pessoa passe pela porta de um bar, mas não tenha vícios de alcoólicos. O bar para ela será como uma vitrine qualquer de garrafas coloridas. Mas, se ela tiver o vício, qualquer garrafa, qualquer vitrine de bar lhe será uma tentação tremenda, exercerá sobre ela uma grandíssima tentação.

Alguém que não seja consumista inveterado pode passar por qualquer loja, pode ver o que for e passará tranquilo,  olhará, tocará e sairá. Contudo, para quem tem essa compulsão interior para gastar, qualquer coisa será motivo para gastar.

Logo, a tentação não está do lado de fora, a tentação está dentro de nós. A tentação reside em nós. É aquela bagagem ainda não doutrinada, ainda não disciplinada, é aquela situação ainda não arranjada devidamente em nossa intimidade.

Isso provoca em nós uma instigação. O alcoólatra se sente atraído, atentado para o álcool. O gastrônomo se vê atentado pela comida e se torna glutão, e a glutonaria é um campo aberto para entidades viciosas explorarem a capacidade do indivíduo, até que ele adoeça, até que ele passe mal, até que se perca.

Para quem carrega em si a tormenta sexólatra, para quem aprendeu a desrespeitar a sexualidade, homens, mulheres, crianças, velhos, cadáveres, tudo entra no campo da sua tentação sexual, porque ele carrega em si essa matriz negativa.

Para quem aprendeu a se disciplinar, a se respeitar, a ver, por exemplo, a sexualidade como algo nobre e digno, sabe respeitar a esposa dos outros, o marido das outras, o namorado das outras, sabe respeitar os corpos alheios porque respeita o seu próprio.

A tentação tem esse componente terrível existindo dentro de nós, coabitando conosco, vivendo em nossa intimidade.

É por essa razão que, em cada momento de nossas existências, apelando para o ensinamento de Jesus de Nazaré, estaremos sim, fazendo as nossas preces, seja qual for a nossa crença, fazendo nossa elevação de pensamento, se assim preferirmos, mas sem deixar de vigiar os nossos passos, para onde estão indo nossos pensamentos e como estamos desenvolvendo os nossos atos.

Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 111, apresentado por Raul Teixeira,
sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro
de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 5 de abril de 2009.
Em 16.07.2009.

Vida e Valores (Os anjos guardiães)


Jamais suponhas que tu estejas ao léu na Terra. Não. Cada qual de nós que renasce no mundo, a Divindade aciona alguém para nos orientar, ao longo de nossa trajetória por aqui.
Esse alguém, esse ser espiritual é conhecido, desde todos os tempos, e nós o chamamos de nosso anjo guardião.
Desde quando surgiu no palco da mentalidade humana a idéia de que há anjos, de que existem seres angélicos, aquele ser superior a nós, que nos guia a vida, que nos orienta a vida, que nos coordena os passos, é chamado de anjo guardião, ou simplesmente anjo da guarda, ou simplesmente nosso guia.
Existem várias imagens que tentam representar o nosso anjo guardião. Há uma muito conhecida, muito popular, de um anjo com asas enormes acompanhando um menino que corre atrás da bola na direção do abismo.
É tão importante saber que a imagem que se tem do anjo guardião é a imagem de quem nos guia, de quem nos protege.E, de fato, o anjo guardião é um Espírito de hierarquia superior à nossa. O bom senso nos diz que tem que ser assim.
Alguém para guiar outro alguém não pode estar no mesmo nível, não pode ser equiparado, porque não saberia sair das situações complexas, inspirar nas situações difíceis.
Logo, o nosso anjo guardião, invariavelmente, é um Espírito de hierarquia mais alta que a nossa.
O anjo guardião funciona como se fosse um irmão mais velho, um pai amoroso, um mestre, um professor, mas fundamentalmente, um amigo.
E nessa amizade, nessa paternidade, nessa irmandade, o nosso anjo guardião não nega recursos para nos fazer criaturas felizes, ainda que para isso tenha que nos deixar sofrer, ainda que para isso nos permita a lágrima.
Desse modo, nós ficamos pensando como é importante essa consciência de que, apesar de sermos pessoas maduras, racionais, homens e mulheres que já conseguimos decidir as nossas vidas na Terra, se não tivéssemos o nosso guardião, cairíamos invariavelmente em muitas trampas do caminho, em muitas armadilhas da vida material na Terra.
Porque é na Terra onde encontramos toda gama de perigos, todas as dificuldades, e a nossa visão humana não é tão abrangente, em termos espirituais, que nos permita identificar onde se acham determinados perigos, determinadas dificuldades.
O anjo guardião é essa criatura que nos inspira, que nos orienta, mas de nenhuma maneira interfere no nosso livre arbítrio, senão ninguém mataria outra pessoa, ninguém roubaria, ninguém furtaria.
Se não fosse esse respeito pelo livre arbítrio, ninguém trairia ninguém, ninguém mentiria contra ninguém, porque o nosso anjo guardião não chancela isso, não aprova isso, não pode aplaudir essas coisas. Mas, em nome do respeito ao nosso livre arbítrio, ele nos deixa agir, na certeza de que, depois da nossa ação teremos que suportar o peso da reação.
É desse modo que verificamos que a nossa vida na Terra só não é mais feliz porque ainda não o desejamos, nem sabemos que é possível ser mais feliz na Terra.
Para nós, nascer na Terra já é, em si próprio, motivo de sofrimento. Pouca gente faz idéia de que a nossa vida no mundo é destinada ao nosso crescimento, à nossa felicidade.
Só que, para que alcancemos esse crescimento, para que logremos essa felicidade, temos que fazer a nossa parte.O nosso anjo guardião nos inspira, repito, nos orienta, nos ajuda, mas ele não pode fazer o que somente nós podemos.
Alguém que visite o médico diante de um problema de saúde, ouvirá do médico as orientações devidas, receberá do médico a prescrição quanto à medicação a tomar, mas vai tomar se quiser, fará uso, se quiser, de tudo quanto o facultativo lhe haja indicado.
Assim é a nossa vida com nossos anjos guardiães. Nós poderemos receber deles toda boa inspiração, mas colocá-la em prática já será de nossa inteira liberdade.
Nosso anjo guardião merece, por isso, ser buscado, procurarmos estreitar os vínculos com ele. É certo que ele não nos abandona, mas nós, muitas vezes, nos desplugamos da sintonia com ele, saímos dessa sintonia com ele e obviamente nos sentiremos a sós, um tanto quanto perdidos nessa vastidão do mundo Terra.
E é tão triste essa sensação de que não temos ninguém, embora tenhamos todos a nosso favor, porque se temos Deus conosco através da figura do nosso guardião, não precisaríamos de mais nada.
* * *
Essa presença de Deus junto a nós, através da figura do nosso anjo guardião, precisa ser valorizada por nós. Sim, precisa ser valorizada por nós.
É muito comum que cheguemos ao ponto de sair procurando ajuda através de outras criaturas.Vamos procurar os médiuns, os sacerdotes, os rabinos, os pastores, os pais de santo, na tentativa de que eles nos resolvam problemas, supondo que eles nos apontarão caminhos.
Muitas vezes o fazem, mas porque são criaturas humanas como nós, vivendo as mesmas lutas e necessidades do mundo, às vezes num plano de melhor visão, muitas vezes dotados de maior experiência que a gente, mas não deixam de ser criaturas humanas, atropeladas pelos mesmos vendavais que atropelam as nossas vidas, nem sempre eles atinarão para com o sentido daquele sofrimento que nos acontece, para com a fonte daquele tormento que nos acicata.
Mas, o nosso anjo guardião sabe exatamente porque é que nós estamos atravessando determinadas quadras da vida, positivas ou doloridas. Nosso anjo guardião sabe.
Será importantíssimo nós aprendermos a fechar circuito com eles, a travar contato com eles. Poderemos fazer isso, sem dúvida, aprendendo a fazer silêncio íntimo.
Temos vivido num tempo na Terra e, particularmente nesse lado ocidental do mundo, em que não conseguimos fazer silêncio mental. Acostumamo-nos culturalmente ao barulho, ao tumulto.
Dessa forma, será muito difícil para nós manter contato com nosso anjo guardião. Para ouvirmos entre aspas, sua voz, para captarmos seu psiquismo, é necessário silenciar nossos barulhos internos, nossos tumultos interiores.
Os orientais costumavam dizer que a nossa mente ocidental é semelhante a um macaco louco, porque salta de um para outro galho. Nós pensamos várias coisas ao mesmo tempo e isso nos perturba muito a capacidade de concentração.
É necessário, em nossa vida, o exercício de fazer silêncio íntimo, o exercício de silenciar, desligar os celulares, a campainha da porta, desligarmos o rádio, a televisão e fazermos durante um tempo, a nossa reflexão.
Pensar na natureza, os quadros bons da natureza, as coisas que nos sensibilizam, que nos comovem. Gradativamente nós vamos aprendendo a concentrar.
Concentrar-se é dirigir-se para alguma coisa ou algum lugar. É transformar alguma coisa, algum lugar, algum fato, no centro da nossa atenção.
Daí então, o nosso anjo guardião merece que nós façamos esse exercício para conseguirmos, ao longo do tempo, estabelecer ponte com ele.
A princípio, quando começarmos a fazer silêncio íntimo, sentiremos grande dificuldade, porque estamos acostumados ao barulho.Temos que falar o tempo todo da nossa vida. Não temos costume de silenciar, de passar algumas horas por conta da nossa própria reflexão.
Temos que estar escutando alguma coisa, seja música, seja conversa dos outros, seja irradiação de futebol, seja a novela, seja o que for: o tempo todo nos acostumamos ao barulho, não conseguimos fazer ponte com o Além Superior.
É importante que comecemos o exercício. Na hora em que o pensamento evadir-se, retornamos e recomeçamos a pensar naquilo que era alvo da nossa atenção.O tempo vai passando e nós vamos aprendendo, gradativamente, a ficar mais tempo em silêncio. Silêncio, ouvindo a voz do infinito.
O célebre Pitágoras estabeleceu que o Universo tem uma harmonia, uma sinfonia, corpos que giram para todos os lados, com velocidades variadas não podem ter outra destinação senão a produção de sons.
Mas Pitágoras estabeleceu que nós não conseguimos ouvir esses sons da natureza, porque já nascemos mergulhados nele, não temos o contraste do som e do silêncio.
Então, para nós será importante aprendermos a ouvir esse som do Universo conscientemente, sabedores de que não saberemos distingui-lo do silêncio cósmico. Mas vamos aprender a ouvir o silêncio do Universo que, para nós, será uma verdadeira sinfonia.
Somente quando o logremos, saberemos. Teremos conseguido fazer ponte mental com nosso anjo guardião. Surgir-nos-ão inspirações, idéias, palavras, aprimoramento daquelas idéias que já tínhamos desenvolvido.
Desse modo, estaremos entrosados com aquele Espírito que foi destinado a nos conduzir na Terra, do nosso berço ao nosso túmulo. Muitas vezes, desde antes do nosso berço terrestre, muitas vezes, para além da nossa morte física, nosso anjo guardião nosso amigo, representante de Deus junto a nós.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 120, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em outubro de 2007. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 03.08.2008.
Em 29.09.2008.

Vida e Valores (Gratidão)



Encontramos um ensino notável de Paulo de Tarso, o grande Apóstolo do Cristianismo nascente, quando disse: Dai graças a Deus por todas as coisas.
Esse ensinamento de Paulo, naturalmente enfoca a questão da gratidão.
Via o Apóstolo a importância de se agradecer.
Percebemos que esta não é uma praxe entre as criaturas humanas. Todos nós gostamos de receber. E como gostamos! Mas, a questão é na hora de agradecer.
Parece que as pessoas que fazem as coisas para nós, que nos atendem de alguma forma, no nosso juízo profundo, não fazem mais que sua obrigação, quando não é verdade.
Aí começamos a encontrar espetáculos tenebrosos de ingratidão. Espetáculos de ingratidão que começam, muitas vezes, dentro de nossa casa, dentro do lar.
Quantas vezes, conversando com psicanalistas, com psicólogos,  eles falam das reclamações, das queixas de muitos filhos referentemente aos seus pais.
É muito difícil encontrar filhos que não tenham queixas de seus pais. Nada obstante vale pensar que os pais também teriam queixas dos seus filhos, mas porque os amam, os toleram.
Desse modo, vemos com muita estranheza a ingratidão dos filhos pelos pais. Muitos alegam que sua mãe têm defeitos A, defeitos B; outros dizem que seu pai tem esse ou aquele defeito. Um diz que sua mãe não liga para ele, não lhe dá importância, outro diz que sua mãe o abafa.
Outros falam que seus pais nunca os abraçaram, nunca os beijaram. Outros falam que seus pais são muito exigentes, que o pai é muito cobrador.
E nós ficamos pensando. Naturalmente aqueles que reclamam tanto dos pais, seja do pai, seja da mãe, nunca se detiveram para pensar que, por mais complicado seja o pai, seja a mãe, eles têm uma virtude pela qual se tem que ser perpetuamente agradecido.
Sim. Foram eles que nos deixaram nascer, para que tivéssemos essa vivacidade que temos hoje, para que tivéssemos essa liberdade que temos hoje, para que pudéssemos ser como somos hoje. Devemos a eles, com todos os defeitos que eles possam ter.
É natural pensar que quem não consegue agradecer ao seu pai, à sua mãe que lhe deram a vida física, que lhe concederam a oportunidade do corpo físico, da vida na Terra, dificilmente agradecerá aos outros, aos estranhos. Aquele que não agradece a seus pais, não agradece a ninguém.
Alguns dizem: Mas eu não amo a minha mãe. Outros afirmam: Mas eu não amo  meu pai, essa é uma outra questão.
Analisando tudo isso, dentro do enfoque reencarnacionista,  podemos bem admitir que, na maioria das vezes, os filhos e os pais são Espíritos antagônicos, Espíritos que tiveram experiências não muito felizes em outras existências e que, por isso, quando chegam no mesmo lar, debaixo do mesmo teto, a Divindade propõe que eles se acertem. Essa inconsciência relativamente ao passado, esse esquecimento que o passado nos impõe na nova vida, é para que nós nos acertemos e não para que criemos problemas com a questão da ingratidão.
É por isso que vale a pena pensar que a gratidão é uma virtude de quem consegue amar, mas também de quem consegue raciocinar.
Mesmo sabendo que não sentimos amor pela pessoa que nos atende, mas ela nos atende. Então, precisamos ser-lhe gratos.
Verificando essa dificuldade dentro dos lares, quando muitos filhos são ingratos para com seus pais, ficamos a pensar o que eles encontrarão pelos caminhos afora, o que a vida lhes reservará. Porque se a gente não é capaz de dedicar esse sentimento de agradecimento pela vida, pelo corpo físico, pelas oportunidades, pelo lar, pela escolaridade que tivemos, mesmo pelas lutas que nos conferiram valor, quem não consegue agradecer isto, como vai agradecer outras coisas?
A gratidão, sem dúvida, é a nossa demonstração de amadurecimento, é a nossa demonstração de maturidade diante da vida.
Todas as pessoas que nos fazem bem, que nos ajudam a crescer, mormente quem nos deu o corpo físico, são dignas do nosso agradecimento.
Agradecer é servir a vida, é uma forma de ser feliz.
*   *   *
Somente quando conseguimos agradecer a pai e mãe é que estendemos essa gratulação a outras pessoas, porque os amigos mais próximos são eles, nossos pais.
Às vezes, encontramos o hábito ruim, que vem se implantando mesmo dentro dos lares, que é o hábito de não se ensinar aos filhos a agradecer.
As relações dos nossos filhos começam com os servidores domésticos, com as empregadas domésticas. Porque são empregadas domésticas, passa pelo imaginário geral que essas pessoas não devem receber agradecimento. Como não?

Claro que elas estão recebendo um salário para nos servir, para nos ser úteis, no entanto, toda criatura se sente feliz, gratificada, quando lhe agradecemos.
É por isso que vale a pena agradecer a toda criatura que, de alguma forma, nos atende.
O servidor doméstico pôs a comida à mesa: Muito obrigado, Fulano. Retirou o nosso copo, o nosso prato: Obrigado, Fulano. Porque a criatura pode fazer com má vontade.
Se aprendemos a agradecer, ela terá gosto em nos servir, gosto em nos atender. E, nessas relações todas que estabelecemos uns com outros, não podemos perder de vista a questão energética, a questão vibratória.
Aquela criatura que sabe que nós a estamos desdenhando, vibra mal com relação a nós, faz as coisas vibrando negativamente. Será capaz de impregnar aquilo que nos serve, aquilo com que nos atende. E não custa dizer à nossa servidora doméstica: Fulana, Beltrana, por favor, traga-me um café. Fulana, Beltrana, muito obrigado. Não custa, é uma palavra a cada momento em que nos sintamos agraciados.
Quantas vezes entramos num restaurante, chamamos o garçom de moço ou garçom, não lhe sabemos o nome, nem temos interesse em saber, e o tratamos como se ele não fizesse mais do que a obrigação ao nos servir.
É verdade, ele recebe salário para nos servir, mas, como pessoas amorosas, como pessoas que buscam a paz no mundo e querem ajudar com aquilo que lhes é mais fácil, não nos custaria agradecer ao garçom que nos serve à mesa.
Com toda certeza, cada vez que ele vier à mesa para nos servir, ele terá um sorriso, terá alegria, terá aquela satisfação em colocar no nosso prato, no nosso copo aquilo que estamos solicitando.
A grande questão é trabalharmos, energeticamente, as relações, sabedores do quanto o indivíduo se sente feliz quando recebe um agradecimento.
O balconista, quem é que agradece ao balconista? Ele não faz mais que a obrigação, ele está recebendo para isso, esse é o discurso que nós usamos.
Mas é tão bom quando alguém nos atende e, depois de termos feito o balconista descer todos os produtos para que nós verificássemos qual deles iríamos levar e, às vezes, não levamos, depois daquele sacrifício todo nós dizermos: Muito obrigado, você foi muito gentil.
Quantas vezes essa criatura, que está do outro lado, atendendo no balcão, espera uma palavra de alguém, diante das crises humanas que está vivendo.
Há algum tempo, saindo do aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro, dirigindo o carro, estava com um amigo e passei pela jovem que cobrava a entrada do estacionamento. Parei o carro e entreguei-lhe o tiquet, ela me disse o valor e, por trás dessa moça registrei uma presença espiritual.
Era um senhor de cabeça branca, com ar preocupado, e dizia-me assim: Mexa com ela, brinque com ela, ela é do Ceará. Naquele átimo, olhei aquela jovem entristecida, aborrecida, e disse-lhe: Olá, cearense. Ela abriu um sorriso.
Como é que o senhor sabe que eu sou do Ceará? Eu digo: Pelo seu jeito. E ela ficou feliz, agradecida.
Eu lhe disse: Muito obrigado, embora ela estivesse ali para atender a todo mundo que fosse pagar o estacionamento.
Agradecer não deveria ser uma obrigação, deveria ser uma alegria, um dever nosso de fraternidade.
Por isso, desde os tempos apostólicos, Paulo de Tarso nos ensinou com relação a Deus: Dai graças a Deus por todas as coisas e, quando agradeço o meu próximo,  estou agradecendo a Deus que o colocou no meu caminho.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 139, apresentado
por Raul Teixeira,
 sob coordenação da Federação Espírita do Paraná.
Programa gravado em abril de 2008.
 Exibido pela NET, Canal 20,
Curitiba, no dia 15 de março de 2009.

Em 13.07.2009.

Vida e Valores (Assistência Espiritual)


É muito comum nós escutarmos o ditado popular: Diga-me com quem andas e te direi quem és. Quem não conhece isto?
E, naturalmente, usamos esta expressão, para designar as pessoas que têm más companhias, que andam em boas companhias. Pela companhia que a gente escolhe, as pessoas nos caracterizam.
Fulano é bom menino, ele procura boas companhias. Fulana é boa moça, está sempre com boa gente.
E o contrário: Ele não vale nada, vê o tipo de pessoa com que ele anda.
Os seres espirituais têm uma outra maneira de encarar isso. Ao invés de dizer como nós dizemos, dize-me com quem andas e te direis quem és, eles têm uma outra maneira de informar:
Dize-me quem és e te direi com quem andas.
Porque os Espíritos partem do princípio que nós é que definimos aqueles seres que queremos como nossos acompanhantes espirituais. Todos nós temos acompanhantes espirituais indubitavelmente, quer nós acreditemos neles, quer não acreditemos neles. Quer sejamos materialistas, ateus, quer sejamos espiritualistas.
O fato é que, como afirmou Paulo de Tarso, nós estamos cercados por uma nuvem de testemunhas.
Testemunhas positivas, que querem nos ver crescer, avançar, progredir, e testemunhas negativas, aquelas que estão prontas para puxar-nos os tapetes.
Vale a pena enfocar a questão da assistência espiritual que todos temos, já que estamos cercados por nuvens de testemunhas; já que a população espiritual do planeta é muito maior do que a população encarnada no planeta. Isso quer dizer, há muito maior número de seres no mundo espiritual, do que de seres na Terra, envergando um corpo físico como nós.
Desse modo, é impossível que nós não tenhamos um acompanhamento espiritual grande. Mas, nem sempre esse acompanhamento espiritual é formado por seres que nos assistem, mas sim, por seres que nos rodeiam.
Aqueles que nos assistem, o fazem por afinidade conosco, por algum tipo de interesse junto a nós. Interesse em nossa evolução, em nosso progresso, em nosso crescimento, ou interesse em nossa desdita, em nossa infelicidade.
Mas, tudo isso não deixa de ser assistência espiritual.
Quem define o tipo de assistência espiritual somos nós, pela forma como se vive.
Esses assistentes espirituais, quando positivos, quando do bem, têm seu ponto máximo naquele ser que nós chamamos de anjo guardião.
Todos nós temos nossos anjos guardiães. Esses anjos guardiães são Espíritos que Deus estabeleceu que seriam nossos guias aqui na Terra, nossos tutores aqui no mundo. Inspirando-nos, acompanhando-nos, orientando-nos para o melhor, sempre para o melhor.
O anjo guardião sempre nos dá as boas dicas, os bons direcionamentos. Ele se comporta como o irmão mais velho ou como um pai extremado, um pai muito atencioso, que estivesse sempre desejoso de ver seus filhos felizes. Essa é a postura do anjo guardião.
Às vezes, nós damos muito trabalho ao nosso anjo guardião, porque tudo quanto ele nos sugere, nós fazemos o contrário, nós desacatamos, nós desobedecemos. E, por causa disto, certamente advêm sobre nós infelicidades, tormentos, dificuldades, quando não ouvimos a voz inspirativa do nosso anjo guardião.
Todos nós, detentores desses seres espirituais que nos assistem, deveremos aprender a travar contato mais próximo, mais íntimo com o nosso anjo guardião, que é o maior dos assistentes que acompanham a nossa vida aqui no planeta.
É esse anjo guardião o ser que Deus colocou para nos atender, para nos entender, colocou à nossa disposição.
Vale a pena que treinemos contato com esse anjo guardião. Como é que a gente consegue isto?
Através do exercício de silêncios íntimos.
Se somos pessoas, se formos indivíduos buscando sempre barulhos, tumultos, agitação; se gostarmos de muita atividade excessivamente barulhenta, com certeza não conseguimos o silêncio íntimo, para fazer ponte com nosso anjo guardião.
Ele é o ponta-de-lança da nossa vida. É ele que define aquilo que nós pretendemos conseguir, nos ajuda naquilo que desejamos alcançar, nos inspira para o bem e nos impulsiona para Deus.
Vale a pena pensarmos nesses assistentes espirituais sim, mas entendendo, que nosso dever imediato é contatar com intimidade o nosso anjo guardião.
* * *
É graças ao nosso anjo guardião, que muitas situações nos são evitadas, porque ele trata de nos anteceder em muitos lugares, em muitos acontecimentos, para que nós não sejamos apanhados de surpresa.
Quantas vezes é ele que nos inspira mudanças de caminho, a adoção de determinado caminho. É ele que nos inspira voltar à casa, depois de termos saído, e aí descobrimos que ficou uma panela no fogão aceso, que ficou uma panela sobre a chama acesa.
É ele que nos orienta para olhar o berço da criança, que às vezes está de bruços, sufocada. É ele que nos orienta dar uma olhada no carro, antes de ligarmos a chave, e percebemos que há alguma alteração, algum vazamento. O nosso anjo guardião está sempre a postos, conduzindo-nos os passos, orientando-nos os passos.
Mas, nem sempre nós desenvolvemos afinidade com nosso anjo guardião. Às vezes, nossos interesses, nossas práticas, nossas ações buscam mais os assistentes negativos, os nossos comparsas espirituais, comparsas de nossos erros, comparsas de nossos equívocos.
Muitas vezes, nós damos mais atenção espiritual aos seres que nos querem puxar para baixo, porque eles nos inspiram, por exemplo, para a bebida e nós vamos, nos inspiram para o acinte à vida, e nós adotamos a sua inspiração, nos inspiram para o crime, e nós vamos, nos incitam para a droga, e nós vamos.
Certamente, ninguém recebe somente uma inspiração. Quando nos vem à mente uma idéia negativa, paralelamente vem outra positiva: Fulano, faça isto, e a outra voz interna que diz: Não faça isto. Beltrano, prove isto, e outra voz interna que nos sugere: Não prove isto. E fica por conta do nosso livre-arbítrio, decidir o que fazemos e o que não fazemos.
Os nossos assistentes espirituais positivos, os Benfeitores Espirituais de nossas vidas, estão sempre pelejando para que nós acertemos, para que cresçamos, para que soframos menos. Mas eles não nos podem impedir sofrer, se nós buscamos o sofrimento.
É por isto que nos cabe ter mais atenção para com nossa vida, porque, de acordo com a maneira que nós formos, estabeleceremos quais serão as entidades espirituais que nos acompanharão, que formarão esse grupo de testemunhas acompanhando nossa vida, cobrindo e secundando os nossos atos.
É por causa disto que Jesus Cristo orientava-nos para o fato de ser Ele o Caminho, ser Ele a Verdade, dirigindo-nos para a grande Vida.
Não é à toa que Paulo de Tarso nos propunha: Vede prudentemente como andais, porque a forma pela qual nós andamos, os destinos que buscamos, definirão a assistência espiritual com que contaremos.
Não adianta as pessoas dizerem que sua vida está indo para trás, que elas não têm sorte na vida, se seus pensamentos, se suas ações, se suas buscas, são de má índole, são de má qualidade.
Se quando a pessoa pensa em alguém ou em alguma coisa, pensa sempre para baixo, pensa sempre negativamente, é óbvio, que o tipo de entidades espirituais que lhe darão assistência, que a acompanharão, serão entidades de baixo nível.
Temos a responsabilidade sobre a assistência espiritual que temos.
Era muito comum, ao tempo do saudoso Chico Xavier, as pessoas dizerem que se aproximavam de Chico Xavier e se sentiam bem, sentiam-se agasalhadas, sentiam-se abraçadas por Chico Xavier, que dava a cada pessoa a sensação de que eram as mais amadas por ele, graças a esse envolvimento espiritual de Chico Xavier, a influência positiva que ele exercia sobre as pessoas.
Isso porque Chico Xavier tinha uma assistência espiritual notável. O Espírito Emmanuel, seu guia espiritual, seu anjo guardião, criava em torno dele uma aura de paz, de felicidade, de alegria, com toda responsabilidade que o Chico tinha nas suas realizações.
Era por isso, pela vida que ele levava, que merecia a assistência do Espírito Emmanuel.
Muitos de nós gostaríamos de ter como guias espirituais Espíritos positivamente bons, almas nobres, Espíritos angélicos. Mas, para isso, nós temos que fazer a parte que nos cabe aqui na Terra: a luta por ser bons, a luta por melhorar a nossa maneira de viver, a luta por melhorar aqueles que estão à nossa volta, e semear pelos caminhos por onde passamos as sementes da felicidade.
Nossos assistentes espirituais, estão profundamente relacionados aos nossos hábitos, aos nossos pensares, ao nosso psiquismo.
Por causa disso, vale a pena que você, que eu, que nós todos, busquemos ao longo dos nossos caminhos, maior entrosamento com o nosso anjo guardião, desenvolvendo silêncios íntimos, o ato de orar e de meditar profundamente.
Transcrição do Programa Vida e Valores, de número 146, apresentado por Raul Teixeira, sob coordenação da Federação Espírita do Paraná. Programa gravado em abril de 2008. Exibido pela NET, Canal 20, Curitiba, no dia 09.11.2008.
Em 09.02.2009.