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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

DECÁLOGO PARA MÉDIUNS

Albino Teixeira
 
Não afastar-se dos deveres e compromissos que abraçou na vida, reconhecendo que é impossível manter intercâmbio espiritual claro e constante com o Plano Superior, sem base na consciência tranqüila.
Não descuidar-se do autodomínio, a fim de controlar as próprias faculdades.
Não ignorar que desenvolvimento mediúnico, antes de tudo significa educar-se o médium a si mesmo para ser mais útil.
Não desejar fazer tudo, mas fazer o que deve e possa no auxílio aos outros.
Não recusar críticas ou discussões e sim aceitá-las de boa vontade por testes de melhoria e aperfeiçoamento dos próprios recursos.
Não guardar ressentimentos.
Não fugir do estudo, nem da disciplina para discernir e agir com segurança.
Não relaxar a pontualidade, somente faltando às tarefas que lhe caibam por motivo de reconhecida necessidade.
Não olvidar pessoas nos benefícios que preste.
Não olvidar que o melhor médium para o mundo espiritual, em qualquer tempo e em qualquer circunstância, será sempre aquele que estiver resolvido a burilar-se, decidido a instruir-se, disposto a esquecer-se e pronto a servir.

Do livro Paz e renovação. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

SAÚDE

Emmanuel
A saúde é assim como a posição de uma residência que denúncia as condições do morador, ou de um instrumento que produz em si o zelo ou a desídia das mãos que o manejam.
 A falta cometida opera em nossa mente um estado de perturbação, ao qual não se reúnem simplesmente as forças desvairadas de nosso arrependimento, mas também as ondas de pesar e acusação da vítima e de quantos se lhe associam ao sentimento, instaurando desarmonias de vastas proporções nos centro da alma, a percutirem sobre a nossa própria instrumentação.
 Semelhante descontrole apresenta graus diferentes, provocando lesões funcionais diversas.
 A cólera e o desespero, a crueldade e a intemperança criam zonas mórbidas de natureza particular no cosmo orgânico, impondo as células a distonia pela qual se anulam quase todos os recursos de defesa, abrindo-se leira fértil à cultura de micróbios patogênicos nos órgãos menos habilitados à resistência.
 Ë assim que muitas vezes, a tuberculose e o câncer, a lepra e a ulceração aparecem como fenômenos secundários, residindo a causa primária no desequilíbrio dos reflexos da vida interior.
 Todos os sintomas mentais depressivos influenciam células em estado de mitose, estabelecendo fatores de desagregação.
 Por outro lado, importa reconhecer que o relaxamento da nutrição constrange o corpo e a pesados tributos de sofrimento.
 Enquanto encarnados, é natural que as vidas infinitesimais que nos constituem o veículo de existência retratem as substâncias que ingerimos.
 Nesse trabalho de permuta constante adquirimos imensa quantidade de bactérias patogênicas que, em se instalando comodamente no mundo celular, podem determinar moléstias infecciosas de variegados caracteres,  compelindo-nos a recolher, assim, de volta, os resultados de nossa imprevidência.
 Mas não é somente ai, no domínio das causas visíveis, que se originam os processos patológicos multiformes.
 Nossa emoções  doentias mais profundas, quaisquer que sejam, geram estados enfermiços.
Os reflexos dos sentimentos menos dignos que alimentamos voltam-se sobre nós  mesmos, depois de convertidos em ondas mentais, tumultuando o serviço das células nervosas que, instaladas na pele, nas vísceras, na medula e no tronco cerebral, desempenham as mais avançadas funções técnicas: acentue-se, ainda, que esses reflexos menos felizes, em que se derramando sobre o córtex encefálico, produzem alucinações que podem variar de fobia oculta à loucura manifesta, pelas quais os reflexos daqueles companheiros encarnados ou desencarnados, que se nos subjugam ao modo de proceder e de ser, nos atingem com sugestões destruidoras, diretas ou indiretas, conduzindo-nos a deploráveis fenômenos de alienação mental, na obsessão comum, ainda mesmo quando no jogo das aparências possamos aparecer como  pessoas espiritualmente sadias.
Não nos esqueçamos, assim, de que apenas o sentimento reto pode esboçar o reto pensamento, sem os quais a alma adoece pela carência de equilíbrio interior, imprimindo no aparelho somático os desvario e as perturbações que lhe são conseqüentes.
 Livro: Pensamento e Vida - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL
 

MORTE

Emmanuel
 
Sendo a mente o espelho da vida, entenderemos sem dificuldade que, na morte, lhe  prevalecem na face as imagens mais profundamente insculpidas por nosso desejo, à  custa da reflexão reflexão reiterada, de modo intenso.
 Guardando o pensamento  -  plasma  fluídico – a precisa faculdade de substancializar suas próprias criações, imprimindo-lhes vitalidade e movimento temporários, a maioria das criaturas terrestres, na transição do sepulcro, é naturalmente obcecada pelos quadros da própria imaginação, aprisionada a fenômenos alucinatórios, qual acontece no sono comum, dentro do qual, na maioria das circunstâncias, a individualidade reencarnada, em vez de retirar-se do aparelho físico, descansa em conexão com ele mesmo, sofrendo os reflexos das sensações primárias a que ainda se ajusta.
 Todos os círculos da existência, para se adaptarem aos processos da educação, necessitam do hábito, porque todas as conquistas do espírito se efetuam na base de lições recapituladas.
  As classes são vastos setores de trabalho específico, plasmando, por intermédio de longa  repercussão, os objetivos que lhes são peculiares naqueles que as compõem.
 É assim que o jovem destinado a essa ou aquela carreira é submetido, nos bancos escolares, a determinadas disciplinas, incluindo a experiência anterior dos orientadores que lhe precederam os passos na senda profissional escolhida.
 O futuro militar aprenderá.
 desde cedo, a manejar os instrumentos de guerra, cultuando as instruções dos grandes chefes de estratégia, e o médico porvindouro deverá repetir, por anos sucessivos, os ensinos e experimentos dos especialistas, antes do juramento hipocrático.
 Em todas as escolas de formação, vemos professores ajustando a infância, a mocidade e a madureza aos princípios consagrados, nesse ou naquele ramo de estudo, fixando-lhes personalidade particular para determinados fins, sobre o alicerce da reflexão mental sistemática, em forma de lições persistentes e progressivas.
 Um diploma universitário é, no fundo , o pergaminho confirmativo do tempo de recapitulações indispensáveis ao domínio do aprendiz em certo campo de conhecimento para efeito de serviço nas linhas da coletividade.
 Segundo o mesmo princípio, a morte nos confere a certidão das experiências repetidas a que nos adaptamos, de vez que cada espírito, mais ou menos, se transforma naquilo que imagina.
 É deste modo que ela, a morte, extrai a soma de nosso conteúdo mental, compelindo-nos a viver, transitoriamente, dentro dele.
 Se esse conteúdo é o bem, teremos a nossa parcela de céu, correspondente ao melhor da construção que efetuamos em nós, e se esse conteúdo é o mal estaremos necessariamente detidos na parcela de inferno que corresponda aos males de nossa autoria, até que se extinga o inferno de purgação merecida, criado por nós mesmos na intimidade da consciência.
 Tudo o que foge à lei do amor e do progresso, sem a renovação e a  sublimação por bases, gera o enquistamento mental, que nada mais é que a produção de nossos reflexos  pessoais acumulados e sem valor na circulação do bem comum, consubstanciando as idéias fixas em que passamos a respirar depois do túmulo, à feição de loucos autênticos, por nos situarmos distantes  da realidade fundamental.
 É por esta razão que morrer significa penetrar mais profundamente no mundo  de nós mesmos, consumindo longo tempo em despir a túnica de nossos reflexos menos felizes, metamorfoseados em região alucinatória decorrente do nosso monodeísmo na sombra, ou transferindo-nos simplesmente de plano, melhorando o clima de nossos reflexos ajustados ao bem, avançando em degraus conseqüentes para novos horizontes de ascensão e de luz.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL
 

HÁBITO

Emmanuel
 
O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução a rotina.
 Herdeiros de milênios, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora, quase que à  maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no  rio de hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência.
 Com naturais exceções, todos adquirimos o costume de consumir os pensamentos alheios pela reflexão automática e em razão disto, exageramos as nossas necessidades, apartamo-nos da simplicidade com que nos seria fácil erguer uma vida melhor, e formamos  em torno delas todo um sistema defensivo à base de crueldade, com o qual ferimos o próximo, dilacerando consequentemente a nós mesmos.
  Estruturamos, assim, complicado mecanismo de cautela e desconfiança, para além da justa preservação, retendo, apaixonadamente, o instinto da posse e, com o instinto da posse, criamos os reflexos do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do medo, com que  tentamos inutilmente fugir às Leis Divinas, caminhando, na maioria das circunstâncias,  como operários distraídos e infiéis que desertassem da máquina preciosa em que devem servir gloriosamente, para cair, sufocados ou inquietos, nas engrenagens que lhes são próprias .
 Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo, aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que depende longos  séculos, começando e recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.
 Não será lícito, porém, de modo algum, desprezar a rotina construtiva.
 É por ela que o ser se levanta no seio do espaço e do tempo, conquistando os recursos que lhe enobrecem a vida.
 A evolução, contudo, impões a instituição de novos costumes, afim de que nos desvencilhemos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos de existência.
 É por esse motivo que vemos no cristo – divino marco da renovação humana  – todo um programa de transformações viscerais do espírito.
 Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios.
 Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão.
 Á tradição de raça opões o fundamento da fraternidade legítima.
 No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças eternas para os conflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.
 Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a cruz afrontosa que cria a hábito da serenidade e da paciência, com certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho  humano.
 Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor sabe a egoísmo, pelo reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos mil6enios que nos  precedem o “hoje”.
 Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos, colaborando para s segurança e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletimos em nós a verdadeira felicidade por estarmos nutrindo o verdadeiro bem.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL
 

TOLERÂNCIA

Emmanuel
Vive a tolerância na base de todo o progresso efetivo.
 As peças de qualquer máquina suportam-se umas às outras para que surja essa ou aquela produção de benefícios determinados.
 Todas as bênçãos da Natureza constituem larga seqüência de manifestações da abençoada virtude que inspira a verdadeira fraternidade.
 Tolerância, porém, não é conceito de superfície.
 É reflexo vivo da compreensão que nasce, límpida, na fonte da lama, plasmando a esperança, a paciência e o perdão com esquecimento de todo o mal.
 Pedir que os outros pensem com a nossa cabeça seria exigir que o mundo se adaptasse aos nossos caprichos, quando é nossa obrigação adaptar-nos, com dignidade, ao mundo, dentro da firme disposição de ajudá-lo.
 A Providência Divina reflete, em toda parte, a tolerância sábia e ativa.
 deus não reclama da semente a produção imediata da espécie a que corresponde .
 Dá-lhe tempo para germinar, crescer, florir e frutificar, Não solicita do regato improvisada integração com o mar que o espera.
 Dá-lhe caminhos no solo, ofertando-lhe o tempo necessário à superação da marcha.
 Assim também, de alma para alma, é imperioso não tenhamos qualquer atitude de violência.
 A brutalidade do homem impulsivo e a irritação do enfermo deseducado, tanto quanto a garra no animal e o espinho na roseira, representam indícios naturais da condição evolutiva em que se encontram.
 Opor ódio ao ódio é operar a destruição.
 O autor de qualquer injúria invoca o mal para si mesmo.
 Em vista disso, o mal só é realmente mal para quem o pratica.
 Revidá-lo na base de inconseqüência em que se expressa é assimilar-lhe o veneno.
 É imprescindível tratar a ignorância com o carinho medicamentoso que dispensamos ao tratamento de uma chaga, porquanto golpear a aferida, sem caridade, será o mesmo que converter a moléstia curável num aleijão sem remédio.
 A tolerância, por esse motivo, é acima de tudo, completo esquecimento de todo o mal, com serviço incessante no bem.
 Quem com os lábios repete palavras de perdão, de maneira constante, demonstra acalentar a volúpia da mágoa com que se acomoda perdendo tempo.
 Perdoar é olvidar a sombra, buscando a luz.
 Não é dobrar joelhos ou escalar galerias de superioridade mendaz, teatralizando os impulsos do coração, mas sim persistir no trabalho renovador, criando o bem e a harmonia, pelos quais aqueles que não nos entendam, de pronto, nos observem com diversa interpretação, compreendendo-nos o idioma inarticulado do exemplo.
 Oferece-nos o cristo o modelo da tolerância ideal, em regressando do túmulo ao encontro dos aprendizes desapontados.
 Longe de reportar-se à deserção de Pedro ou à fraqueza de Judas, para dizer com a boca que os desculpava, refere-se ao serviço da redenção, induzindo-os a recomeçar o apostolado do bem eterno.
 Tolerar
é refletir o entendimento fraterno, e o perdão será sempre profilaxia segura, garantindo, onde estiver, saúde e paz, renovação e segurança.
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

O ESPELHO DA VIDA


Emmanuel
A mente é o espelho da vida em toda parte.
Ergue-se na Terra para Deus, sob a égide do Cristo, à feição do diamante bruto, que,  arrancado ao ventre obscuro do solo, avança, com a orientação do lapidário, para a magnificência da luz.
Nos seres primitivos, aparece sob a ganga do instinto, nas almas humanas surge entre as ilusões que salteiam a inteligência, e revela-se nos Espíritos Aperfeiçoados por brilhante precioso a retratar a Glória Divina.
Estudando-a de nossa posição espiritual, confinados que nos achamos entre a animalidade e a angelitude, somos impelidos a interpretá-la como sendo o campo de nossa consciência desperta, na faixa evolutiva em que o conhecimento adquirido nos permite operar.
Definindo-a por espelho da vida, reconhecemos que o coração lhe é a face e que o cérebro é o centro de suas ondulações, gerando a força do pensamento que tudo move, criando e transformando, destruindo e refazendo para acrisolar e sublimar.
Em todos os domínios do Universo vibra, pois, a influência recíproca.
Tudo se desloca e renova sob os princípios de interdependência e repercussão.
O reflexo esboça a emotividade.
A emotividade plasma a idéia.
A idéia determina a atitude e a palavra que comandam as ações.
Em semelhantes manifestações alongam-se os fios geradores das causas de que nascem as circunstâncias, válvulas obliterativas ou alavancas libertadoras da existência.
Ninguém pode ultrapassar de improviso os  recursos da própria mente, muito além do círculo de trabalho em que estagia; contudo, assinalamos, todos nós, os reflexos uns dos outros, dentro da nossa relativa capacidade de assimilação.
Ninguém, permanece fora do movimento de permuta incessante.
Respiramos no mundo das imagens que projetamos e recebemos. Por elas, estacionamos sob a fascinação  dos elementos que provisoriamente nos escravizam e, através delas, incorporamos o influxo renovador dos poderes que nos induzem à purificação e ao progresso.
O reflexo mental mora no alicerce da vida.
Refletem-se as criaturas, reciprocamente, na Criação que reflete os objetivos do Criador.

 Livro: Pensamento e vida -Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

HUMILDADE

Emmanuel
 
A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.
 Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu.
 Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.
 ã carência de humildade, que, no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinqüência em todas as direções.
 Sem o reflexo da humildade, atributo de deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.
 Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento da horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.
 Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.
 Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.
 Humildade não é servidão.
 É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para  o bem.
 Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.
 Refletindo-a.
 do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o cristo de deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

DESÇA DA CRUZ...

...
“Salvou os outros, e a si mesmo
não pode salvar-se. Se é o rei de Israel,
desça agora da cruz, e creremos nele.”
(Mateus, 27:42)
Muitas das pessoas que foram assistir à crucificação de Jesus Cristo, passando
diante dele, diziam, em tom de zombaria: “Tu que derribas o templo e em três dias o
reedificas, salva-te a ti mesmo e desce da cruz”. Outros, inclusive um dos homens
que haviam sido crucificados a seu lado, diziam: “Salvou aos outros e a si mesmo não
pode salvar-se; se de fato é o rei dos judeus, desça agora da cruz”.
Como não poderia deixar de ser, também no Calvário, naquele momento
angustiante da crucificação do Mestre, surgiram os empedernidos de todos os tempos,
aqueles que se predispõem a crer desde que vejam a operação de um “milagre”.
O Mestre, nos três curtos anos do seu Messiado, não podia se preocupar muito
com a conversão de gente que não estivesse amadurecida para o entendimento, ou
que não alimentasse qualquer disposição de reforma interior. Certa vez, procurado
por algumas figuras proeminentes da cidade, dentre elas alguns gregos, que lhe
pediram um sinal, para que vissem e passassem a crer, foi enfático na resposta:
“Nenhum sinal será dado a esta geração adúltera e infiel”.
Se ele sentisse que alguém estava sequioso para receber suas palavras, ou
preparado para a reforma íntima, não trepidava em caminhar horas e horas, sob o sol
causticante da Judéia, a fim de procurá-lo. Servem de paradigma os casos de Maria
de Betânia, de Maria Madalena e do publicano Zaqueu. Por outro lado, ele não
arredava pé no sentido de procurar homens endurecidos e obstinados, a quem havia
qualificado de “cegos que não querem ver” e “homens de dura cerviz e incircuncisos
de coração”
Sempre houve e continua a haver homens recalcitrantes que, mesmo diante das
provas mais convincentes, se recusam a crer. Ainda que o Mestre, naquela
emergência, fizesse produzir ali um fenômeno retumbante, o que não estava em suas
cogitações, eles continuariam mergulhados na descrença.
Nas páginas dos Evangelhos deparamos com várias narrativas que destacam a
indisposição de muitas pessoas em aceitarem os ensinamentos ou fatos produzidos
por Jesus, preferindo comodamente situarem-se na posição de negativistas.
O moço rico (Mateus, 19:16-30), quando o Mestre lhe prometeu uma série de
benefícios na vida futura, desde que se prontificasse a dar seus bens aos pobres, não
acreditou e preferiu continuar a desfrutar dos benefícios efêmeros que os bens
terrenos propiciam.
Os setenta discípulos de Jesus (Lucas, 10:1-20), a quem ele havia afiançado
que seus nomes estavam escritos nos planos superiores da Espiritualidade, ao
ouvirem um discurso no qual o Senhor falava das responsabilidades inerentes a todos
os discípulos, abandonaram-no, passando a descrer de suas palavras.
Afirma João, em seu Evangelho (7:5), que “nem mesmo os irmãos de Jesus
criam nele”, por isso ele lhes disse: “Ainda não chegado o meu tempo, mas o vosso
tempo sempre está pronto”. Para ele não havia chegado o momento culminante de
fazer brilhar as luzes que viera revelar, mas para os seus irmãos o tempo devia ser
aproveitado para iniciar o processo de reforma interior, o tempo estava diante deles e
deviam deixar a descrença, dedicando-se firmemente no esforço individual em favor
do aprimoramento moral. Isso, aliás, sucede com muitas pessoas que malbaratam
tempo precioso, anulam encarnações preciosas, não tiram proveito do tempo e
conseqüentemente retardam a própria evolução espiritual.
O apóstolo Tomé (João, 20), quando foi informado pelos demais apóstolos que
Jesus estivera entre eles, não acreditou e disse: “Se eu não vir os sinais dos cravos em
suas mãos, e não puser a minha mão no ferimento do lado”, de maneira nenhuma
crerei”. Logo que o Mestre apareceu de novo, disse a Tomé: “Põe aqui os teus dedos
e vê as minhas mãos, e põe a tua mão em meu lado”, acrescentando: “Porque viste,
Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”.
Com base em erros tradicionais, o homem supõe que a crença em Deus é um
imperativo e condição indispensável para a evolução da alma. No passado, esses
erros levaram a verdadeiros absurdos, inspirando verdadeiros atentados contra o bom
senso e a razão, colimados através de conversões feitas sob violência, ameaças,
intolerância, perseguições e até guerras.
A crença em Deus, por si só, não basta. É imprescindível que se observem suas
leis morais, sem o que o homem jamais se situará em condições para o processo de
reforma interior a ser colimado, e que somente será possível através da vivência dos
ensinos contidos nos Evangelhos.
Galileu, certa vez, convidou Cremonesi a observar, pelo seu telescópio, os
satélites de Júpiter que ele havia descoberto. A resposta do convidado foi cortante:
“Aristóteles não fala de satélites de Júpiter, logo... eles não existem, nem podem
existir, e eu não os quero ver. Verifique bem se não há tio seu telescópio alguma
mancha, e, se esta aí não estiver, estará nos seus olhos”.

Paulo Alves de Godoy- " Os Padrões Evangélicos"

REFORMA INTERIOR


“Porque qualquer que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á; mas
qualquer que, por amor de mim, perder a
sua vida, a salvará.”
(Lucas, 9:24)
Os contemporâneos de Jesus Cristo não compreenderam o significado de sua
missão consoladora e muitos não entenderam a razão do seu chamamento.
Apesar de ser o médico das almas, e não ter vindo à Terra com a finalidade de
operar curas de natureza material, Jesus Cristo teve que efetuar várias curas dessa
natureza, fazendo-o especificamente com o fim de atrair as multidões para que estas
ouvissem as suas palavras de vida eterna.
Na realidade, se contarmos as curas materiais por ele operadas no decorrer dos
três curtos anos de Messiado, veremos que o seu número é bastante reduzido, muito
provavelmente tenha atingido a casa de uma centena, deduzindo-se daí que foram
diminutas, se defrontadas com o número avultado de pessoas que o buscava.
Operando as curas materiais, a sua fama se espargia pelas vilas e cidades
circunvizinhas e grande multidão acorria com o fim de receber o tão desejado
benefício. Aproveitando essa aglomeração de pessoas, o Senhor proferia os seus
ensinamentos, os quais, se não fossem aproveitados naquele evento, ficariam como
sementes em estado latente à espera da época adequada para germinação.
Foi desta forma que Jesus conseguiu levar milhares de pessoas para ouvirem
suas maravilhosas pregações, tendo numa dessas reuniões proferido o Sermão da
Montanha, que inquestionavelmente representa a mais bela página dos Evangelhos.
Isso prova uma vez mais que os homens sempre foram e são profundamente
imediatistas. Não fossem as curas materiais que vêm a curto prazo, eles jamais
seguiriam o Messias, não se importunando com as palavras vivificantes que levariam
à cura espiritual, à reforma íntima, que de um modo geral vem a longo prazo.
O Senhor suspirava pela reforma íntima das criaturas humanas, por isso,
quando sabia da existência de uma pessoa predisposta para a cura espiritual, não
hesitava em fazer longas caminhadas a pé, com o objetivo de com ela dialogar e
propiciar o tão almejado benefício. Dentre as curas dessa natureza podem se
enquadrar aquelas operadas em Maria Madalena, em Maria de Betânea e no
Publicano Zaqueu. Do encontro do Mestre com esses personagens resultou o
enquadramento deles num esquema que os levou à reforma íntima, que o Mestre
definia como sendo “a conquista do reino dos Céus”.
A Boa Nova deveria ser apregoada a todas as criaturas e, sendo Jesus Cristo o
seu medianeiro, não deveria medir esforços no sentido de convencer a todos sobre o
caráter da sua missão. Conseqüentemente, ele fez a sua pregação de modo irrestrito,
falando a crédulos e incrédulos, a gentios e judeus. Uns aceitavam a sua palavra com
naturalidade, outros ouviam-na simplesmente sem dar-lhe a guarida necessária nos
corações, outros ainda, sem aceitar a mensagem, passavam a combater o seu portavoz, perseguindo-o e conspirando no sentido de destruí-lo.
No primeiro grupo enquadram-se as pessoas que, a exemplo de Maria
Madalena, deixam para trás todo um passado de erros e decidem-se a tomar o
caminho certo; são aqueles que, no judicioso dizer evangélico: “Tomam do arado e
não olham mais para trás”.
No segundo grupo enquadram-se pessoas como o “Moço Rico”, descrito por
Marcos, 10:17; e outras pessoas da mesma natureza, as quais, quando deparam com
os encargos e responsabilidades, recusam-se a aceitar o generoso convite.
O terceiro grupo abrange aqueles que se encastelam no orgulho, não admitem
idéias renovadoras e revelam assim todo o seu ódio para com os inovadores. São
pessoas como o foram os fariseus, os escribas e outros do mesmo gênero, que, não
aceitando as novas idéias que sempre surgem na Terra, passam a combatê-las por
todos os meios e modos.
Apreciável parcela de criaturas humanas estranhas que Jesus tenha procurado,
para constituir o seu núcleo apostólico, homens rudes e sem aprimoramento
intelectual, quando poderia ter solicitado o concurso dos filósofos, dos doutores da
lei, dos potentados e das proeminências da época.
Na opinião desses homens, o Cristo teria tido maior possibilidade de êxito no
desempenho da sua tarefa, uma vez que passaria a desfrutar de prestígio social e,
despreocupado da ação de opositores sorrateiros, poderia ter evitado o drama do
Calvário e, pelo prolongamento do seu estágio na Terra, atingido resultados mais
práticos.
Esquecem-se essas pessoas que a crucificação representou o coroamento da
missão de Jesus. Sem o sacrifício do Gólgota a doutrina por Ele revelada não teria
tido a penetração que conseguiu.
É indubitável que todos os missionários que preferiram servir aos dúbios
interesses e preconceitos humanos, tiveram vida diferente, porém deixaram a missão
por cumprir. Se o Cristo tivesse agido desse modo é certo que, em vez do fel amargo
do Monte das Caveiras, teria continuado a deleitar-se com o vinho alegre do mundo,
mas os pequeninos do Pai teriam continuado sem o inestimável benefício que a sua
esplendorosa tarefa lhes trouxe.
O Ungido de Deus foi enviado rara as “ovelhas desgarradas de Israel” e para os
“doentes que precisam de médico”. Como conseqüência, Ele procurava de
preferência os pequeninos, os enfermos, os desajustados e os pecadores, em suma. No meio dos sofredores Ele se desdobrava em desvelo, sentindo que o terreno estava preparado para receber a semente boa que viera semear, e exultou-se quando,
medindo a grandiosidade do amor de Deus para com as suas criaturas, exclamou:
Graças te dou, ó Pai, por teres revelado estas coisas aos pequeninos e as ocultado aos grandes e potentados”.
A afirmação solene de Jesus de que havia vencido o príncipe deste mundo,
deixa patente que os objetivos da missão por Ele desempenhada na Terra foram
colimados.
O Mestre sabia que, procurando os eruditos e os filósofos, os seus
ensinamentos perderiam a simplicidade e o encantamento e, como conseqüência, não seriam absorvidos com a facilidade com que o foram, emanados das suas
empolgantes parábolas e da boca de humildes pescadores, que falavam com amor e
de forma clara e precisa.
O que edifica as almas é o máximo de trabalho e de luta na Terra, em todos os
dias da existência. Os homens que vivem sonhando com a tranqüilidade eterna das
sepulturas, menosprezam o labor santificante da ação, malbaratam os dons preciosos que lhes foram outorgados pelo Alto, por excesso de misericórdia do Pai Celestial.
Buscando os doentes do corpo e da alma, restaurando-lhes a saúde e dandolhes
de beber a água viva dos seus preceitos, Jesus fazia mais do que muitas
assembléias de homens discutidores e cheios de retórica.


Paulo Alves de Godoy- Livro : Os Padrões Evangélicos

Diante da Angústia



A ausência de objetivos existenciais conduz o indivíduo à conceituação do nada como um mecanismo de fuga da realidade.

Kierkegaard, o eminente teólogo e filósofo dinamarquês, estabeleceu que a ausência de sentido da vida conduz à angústia, procedendo do nada e vivenciando realidades para o futuro .

Essa ambigüidade entre o nada e o ser leva a uma irracionalidade da sua existência metafísica e a expressão absurda da vida.
Essa conceituação abriu espaço para formulações variadas na área da filosofia, facultando aos existencialistas, através do pensamento de Sartre, que a considerava como sendo uma expressão de liberdade, conseqüência da falta de objetivos essenciais. Igualmente os sensualistas têm-na como ausência de metas, o absurdo, produzindo resultados de aniquilamento da vida, como pensava Camus e todo um grupo de apologistas do prazer.

Sob o ponto de vista psicológico, a angústia resulta de vários fatores ancestrais, que podem possuir uma carga genética, que imprimiu no comportamento a patologia perturbadora.
Outros impositivos psicossociais como perinatais influenciam a conduta angustiante, levando à depressão profunda, que pode resultar em suicídio.
A fixação de pensamentos negativos em que o homem se compraz termina por gerar conflitos graves quando se negam auto-estima e o direito à felicidade, vivência a autoconsideração, tombando na revolta surda e silenciosa, que cultiva nos dédalos da personalidade conflitiva.

Entretanto, as raízes fortes da angústia encontram-se emaranhadas no passado de culpa do Espírito, que reconhece o erro e teme ser descoberto.
Envolve-se , sem dar-se conta, num manto sombrio de desconforto moral e sem ter consciência da sua realidade, compreende-a, mas não sabendo digeri-la, transforma-a em mortificação, em cilício, que o amargura.
Faltando valores morais para um enfrentamento lúcido com a realidade em que limita os movimentos, transfere o sentido de responsabilidade para o próximo, para a sociedade e descarrega a sua mágoa, rebelando-se, anulando-se.

A angústia é estado mórbido que deve ser combatido na sua causalidade.

A reflexão em torno dos valores que são desconsiderados, a introspeção sobre a oportunidade de despertamento para ser útil, o sentimento de fraternidade que deve ser despertado, contribuem positivamente para o tratamento libertador...
A ajuda especializada de terapeuta responsável enseja o desalgemar do Espírito desse amargo estado aflitivo, acenando possibilidades felizes que se transformam em bem –estar e saúde.
Não raro, o portador de angústia cultiva o masoquismo, que resulta de uma consulta egoísta, graças, ao que, mediante mecanismo psicológico especial, foge da realidade por necessidade de valorização pessoal.

Em face da ausência de recursos positivos e superiores, recorre ao atavismo dos instintos primários e descamba na torpe angústia.
Diante dela, somente uma resolução firme e legítima para facultar abertura terapêutica para o desafio.
Não havendo interesse do paciente, é certo que mais difícil se torna a liberação da psicopatologia tormentosa.

Considera a bênção da oportunidade que desfrutas e espanca as sombras da tristeza que, periodicamente, te assaltam.
Evita acumular amarguras defluentes da queixa, da sensação de infelicidade, e trabalha-te, a fim de que teu amanhã se apresente menos tenebroso.
Hoje colhes, enquanto fruis o ensejo de ensementar.
Busca ser útil a alguém, mesmo que, aparentemente, nenhum objeto se te delineie de imediato.
Sempre há oportunidade, quando se deseja crescer e desenvolver valores latentes.

Jesus informou que Ele é vida e vida em abundância.
Recorre-lhe à ajuda, e deixa-te curar pela sua assistência de Psicoterapeuta por excelência.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco