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quarta-feira, 1 de agosto de 2012

HUMILDADE

Emmanuel
 
A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.
 Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu.
 Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.
 ã carência de humildade, que, no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinqüência em todas as direções.
 Sem o reflexo da humildade, atributo de deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.
 Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento da horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.
 Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.
 Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.
 Humildade não é servidão.
 É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para  o bem.
 Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.
 Refletindo-a.
 do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o cristo de deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

DESÇA DA CRUZ...

...
“Salvou os outros, e a si mesmo
não pode salvar-se. Se é o rei de Israel,
desça agora da cruz, e creremos nele.”
(Mateus, 27:42)
Muitas das pessoas que foram assistir à crucificação de Jesus Cristo, passando
diante dele, diziam, em tom de zombaria: “Tu que derribas o templo e em três dias o
reedificas, salva-te a ti mesmo e desce da cruz”. Outros, inclusive um dos homens
que haviam sido crucificados a seu lado, diziam: “Salvou aos outros e a si mesmo não
pode salvar-se; se de fato é o rei dos judeus, desça agora da cruz”.
Como não poderia deixar de ser, também no Calvário, naquele momento
angustiante da crucificação do Mestre, surgiram os empedernidos de todos os tempos,
aqueles que se predispõem a crer desde que vejam a operação de um “milagre”.
O Mestre, nos três curtos anos do seu Messiado, não podia se preocupar muito
com a conversão de gente que não estivesse amadurecida para o entendimento, ou
que não alimentasse qualquer disposição de reforma interior. Certa vez, procurado
por algumas figuras proeminentes da cidade, dentre elas alguns gregos, que lhe
pediram um sinal, para que vissem e passassem a crer, foi enfático na resposta:
“Nenhum sinal será dado a esta geração adúltera e infiel”.
Se ele sentisse que alguém estava sequioso para receber suas palavras, ou
preparado para a reforma íntima, não trepidava em caminhar horas e horas, sob o sol
causticante da Judéia, a fim de procurá-lo. Servem de paradigma os casos de Maria
de Betânia, de Maria Madalena e do publicano Zaqueu. Por outro lado, ele não
arredava pé no sentido de procurar homens endurecidos e obstinados, a quem havia
qualificado de “cegos que não querem ver” e “homens de dura cerviz e incircuncisos
de coração”
Sempre houve e continua a haver homens recalcitrantes que, mesmo diante das
provas mais convincentes, se recusam a crer. Ainda que o Mestre, naquela
emergência, fizesse produzir ali um fenômeno retumbante, o que não estava em suas
cogitações, eles continuariam mergulhados na descrença.
Nas páginas dos Evangelhos deparamos com várias narrativas que destacam a
indisposição de muitas pessoas em aceitarem os ensinamentos ou fatos produzidos
por Jesus, preferindo comodamente situarem-se na posição de negativistas.
O moço rico (Mateus, 19:16-30), quando o Mestre lhe prometeu uma série de
benefícios na vida futura, desde que se prontificasse a dar seus bens aos pobres, não
acreditou e preferiu continuar a desfrutar dos benefícios efêmeros que os bens
terrenos propiciam.
Os setenta discípulos de Jesus (Lucas, 10:1-20), a quem ele havia afiançado
que seus nomes estavam escritos nos planos superiores da Espiritualidade, ao
ouvirem um discurso no qual o Senhor falava das responsabilidades inerentes a todos
os discípulos, abandonaram-no, passando a descrer de suas palavras.
Afirma João, em seu Evangelho (7:5), que “nem mesmo os irmãos de Jesus
criam nele”, por isso ele lhes disse: “Ainda não chegado o meu tempo, mas o vosso
tempo sempre está pronto”. Para ele não havia chegado o momento culminante de
fazer brilhar as luzes que viera revelar, mas para os seus irmãos o tempo devia ser
aproveitado para iniciar o processo de reforma interior, o tempo estava diante deles e
deviam deixar a descrença, dedicando-se firmemente no esforço individual em favor
do aprimoramento moral. Isso, aliás, sucede com muitas pessoas que malbaratam
tempo precioso, anulam encarnações preciosas, não tiram proveito do tempo e
conseqüentemente retardam a própria evolução espiritual.
O apóstolo Tomé (João, 20), quando foi informado pelos demais apóstolos que
Jesus estivera entre eles, não acreditou e disse: “Se eu não vir os sinais dos cravos em
suas mãos, e não puser a minha mão no ferimento do lado”, de maneira nenhuma
crerei”. Logo que o Mestre apareceu de novo, disse a Tomé: “Põe aqui os teus dedos
e vê as minhas mãos, e põe a tua mão em meu lado”, acrescentando: “Porque viste,
Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram”.
Com base em erros tradicionais, o homem supõe que a crença em Deus é um
imperativo e condição indispensável para a evolução da alma. No passado, esses
erros levaram a verdadeiros absurdos, inspirando verdadeiros atentados contra o bom
senso e a razão, colimados através de conversões feitas sob violência, ameaças,
intolerância, perseguições e até guerras.
A crença em Deus, por si só, não basta. É imprescindível que se observem suas
leis morais, sem o que o homem jamais se situará em condições para o processo de
reforma interior a ser colimado, e que somente será possível através da vivência dos
ensinos contidos nos Evangelhos.
Galileu, certa vez, convidou Cremonesi a observar, pelo seu telescópio, os
satélites de Júpiter que ele havia descoberto. A resposta do convidado foi cortante:
“Aristóteles não fala de satélites de Júpiter, logo... eles não existem, nem podem
existir, e eu não os quero ver. Verifique bem se não há tio seu telescópio alguma
mancha, e, se esta aí não estiver, estará nos seus olhos”.

Paulo Alves de Godoy- " Os Padrões Evangélicos"

REFORMA INTERIOR


“Porque qualquer que quiser
salvar a sua vida, perdê-la-á; mas
qualquer que, por amor de mim, perder a
sua vida, a salvará.”
(Lucas, 9:24)
Os contemporâneos de Jesus Cristo não compreenderam o significado de sua
missão consoladora e muitos não entenderam a razão do seu chamamento.
Apesar de ser o médico das almas, e não ter vindo à Terra com a finalidade de
operar curas de natureza material, Jesus Cristo teve que efetuar várias curas dessa
natureza, fazendo-o especificamente com o fim de atrair as multidões para que estas
ouvissem as suas palavras de vida eterna.
Na realidade, se contarmos as curas materiais por ele operadas no decorrer dos
três curtos anos de Messiado, veremos que o seu número é bastante reduzido, muito
provavelmente tenha atingido a casa de uma centena, deduzindo-se daí que foram
diminutas, se defrontadas com o número avultado de pessoas que o buscava.
Operando as curas materiais, a sua fama se espargia pelas vilas e cidades
circunvizinhas e grande multidão acorria com o fim de receber o tão desejado
benefício. Aproveitando essa aglomeração de pessoas, o Senhor proferia os seus
ensinamentos, os quais, se não fossem aproveitados naquele evento, ficariam como
sementes em estado latente à espera da época adequada para germinação.
Foi desta forma que Jesus conseguiu levar milhares de pessoas para ouvirem
suas maravilhosas pregações, tendo numa dessas reuniões proferido o Sermão da
Montanha, que inquestionavelmente representa a mais bela página dos Evangelhos.
Isso prova uma vez mais que os homens sempre foram e são profundamente
imediatistas. Não fossem as curas materiais que vêm a curto prazo, eles jamais
seguiriam o Messias, não se importunando com as palavras vivificantes que levariam
à cura espiritual, à reforma íntima, que de um modo geral vem a longo prazo.
O Senhor suspirava pela reforma íntima das criaturas humanas, por isso,
quando sabia da existência de uma pessoa predisposta para a cura espiritual, não
hesitava em fazer longas caminhadas a pé, com o objetivo de com ela dialogar e
propiciar o tão almejado benefício. Dentre as curas dessa natureza podem se
enquadrar aquelas operadas em Maria Madalena, em Maria de Betânea e no
Publicano Zaqueu. Do encontro do Mestre com esses personagens resultou o
enquadramento deles num esquema que os levou à reforma íntima, que o Mestre
definia como sendo “a conquista do reino dos Céus”.
A Boa Nova deveria ser apregoada a todas as criaturas e, sendo Jesus Cristo o
seu medianeiro, não deveria medir esforços no sentido de convencer a todos sobre o
caráter da sua missão. Conseqüentemente, ele fez a sua pregação de modo irrestrito,
falando a crédulos e incrédulos, a gentios e judeus. Uns aceitavam a sua palavra com
naturalidade, outros ouviam-na simplesmente sem dar-lhe a guarida necessária nos
corações, outros ainda, sem aceitar a mensagem, passavam a combater o seu portavoz, perseguindo-o e conspirando no sentido de destruí-lo.
No primeiro grupo enquadram-se as pessoas que, a exemplo de Maria
Madalena, deixam para trás todo um passado de erros e decidem-se a tomar o
caminho certo; são aqueles que, no judicioso dizer evangélico: “Tomam do arado e
não olham mais para trás”.
No segundo grupo enquadram-se pessoas como o “Moço Rico”, descrito por
Marcos, 10:17; e outras pessoas da mesma natureza, as quais, quando deparam com
os encargos e responsabilidades, recusam-se a aceitar o generoso convite.
O terceiro grupo abrange aqueles que se encastelam no orgulho, não admitem
idéias renovadoras e revelam assim todo o seu ódio para com os inovadores. São
pessoas como o foram os fariseus, os escribas e outros do mesmo gênero, que, não
aceitando as novas idéias que sempre surgem na Terra, passam a combatê-las por
todos os meios e modos.
Apreciável parcela de criaturas humanas estranhas que Jesus tenha procurado,
para constituir o seu núcleo apostólico, homens rudes e sem aprimoramento
intelectual, quando poderia ter solicitado o concurso dos filósofos, dos doutores da
lei, dos potentados e das proeminências da época.
Na opinião desses homens, o Cristo teria tido maior possibilidade de êxito no
desempenho da sua tarefa, uma vez que passaria a desfrutar de prestígio social e,
despreocupado da ação de opositores sorrateiros, poderia ter evitado o drama do
Calvário e, pelo prolongamento do seu estágio na Terra, atingido resultados mais
práticos.
Esquecem-se essas pessoas que a crucificação representou o coroamento da
missão de Jesus. Sem o sacrifício do Gólgota a doutrina por Ele revelada não teria
tido a penetração que conseguiu.
É indubitável que todos os missionários que preferiram servir aos dúbios
interesses e preconceitos humanos, tiveram vida diferente, porém deixaram a missão
por cumprir. Se o Cristo tivesse agido desse modo é certo que, em vez do fel amargo
do Monte das Caveiras, teria continuado a deleitar-se com o vinho alegre do mundo,
mas os pequeninos do Pai teriam continuado sem o inestimável benefício que a sua
esplendorosa tarefa lhes trouxe.
O Ungido de Deus foi enviado rara as “ovelhas desgarradas de Israel” e para os
“doentes que precisam de médico”. Como conseqüência, Ele procurava de
preferência os pequeninos, os enfermos, os desajustados e os pecadores, em suma. No meio dos sofredores Ele se desdobrava em desvelo, sentindo que o terreno estava preparado para receber a semente boa que viera semear, e exultou-se quando,
medindo a grandiosidade do amor de Deus para com as suas criaturas, exclamou:
Graças te dou, ó Pai, por teres revelado estas coisas aos pequeninos e as ocultado aos grandes e potentados”.
A afirmação solene de Jesus de que havia vencido o príncipe deste mundo,
deixa patente que os objetivos da missão por Ele desempenhada na Terra foram
colimados.
O Mestre sabia que, procurando os eruditos e os filósofos, os seus
ensinamentos perderiam a simplicidade e o encantamento e, como conseqüência, não seriam absorvidos com a facilidade com que o foram, emanados das suas
empolgantes parábolas e da boca de humildes pescadores, que falavam com amor e
de forma clara e precisa.
O que edifica as almas é o máximo de trabalho e de luta na Terra, em todos os
dias da existência. Os homens que vivem sonhando com a tranqüilidade eterna das
sepulturas, menosprezam o labor santificante da ação, malbaratam os dons preciosos que lhes foram outorgados pelo Alto, por excesso de misericórdia do Pai Celestial.
Buscando os doentes do corpo e da alma, restaurando-lhes a saúde e dandolhes
de beber a água viva dos seus preceitos, Jesus fazia mais do que muitas
assembléias de homens discutidores e cheios de retórica.


Paulo Alves de Godoy- Livro : Os Padrões Evangélicos

Diante da Angústia



A ausência de objetivos existenciais conduz o indivíduo à conceituação do nada como um mecanismo de fuga da realidade.

Kierkegaard, o eminente teólogo e filósofo dinamarquês, estabeleceu que a ausência de sentido da vida conduz à angústia, procedendo do nada e vivenciando realidades para o futuro .

Essa ambigüidade entre o nada e o ser leva a uma irracionalidade da sua existência metafísica e a expressão absurda da vida.
Essa conceituação abriu espaço para formulações variadas na área da filosofia, facultando aos existencialistas, através do pensamento de Sartre, que a considerava como sendo uma expressão de liberdade, conseqüência da falta de objetivos essenciais. Igualmente os sensualistas têm-na como ausência de metas, o absurdo, produzindo resultados de aniquilamento da vida, como pensava Camus e todo um grupo de apologistas do prazer.

Sob o ponto de vista psicológico, a angústia resulta de vários fatores ancestrais, que podem possuir uma carga genética, que imprimiu no comportamento a patologia perturbadora.
Outros impositivos psicossociais como perinatais influenciam a conduta angustiante, levando à depressão profunda, que pode resultar em suicídio.
A fixação de pensamentos negativos em que o homem se compraz termina por gerar conflitos graves quando se negam auto-estima e o direito à felicidade, vivência a autoconsideração, tombando na revolta surda e silenciosa, que cultiva nos dédalos da personalidade conflitiva.

Entretanto, as raízes fortes da angústia encontram-se emaranhadas no passado de culpa do Espírito, que reconhece o erro e teme ser descoberto.
Envolve-se , sem dar-se conta, num manto sombrio de desconforto moral e sem ter consciência da sua realidade, compreende-a, mas não sabendo digeri-la, transforma-a em mortificação, em cilício, que o amargura.
Faltando valores morais para um enfrentamento lúcido com a realidade em que limita os movimentos, transfere o sentido de responsabilidade para o próximo, para a sociedade e descarrega a sua mágoa, rebelando-se, anulando-se.

A angústia é estado mórbido que deve ser combatido na sua causalidade.

A reflexão em torno dos valores que são desconsiderados, a introspeção sobre a oportunidade de despertamento para ser útil, o sentimento de fraternidade que deve ser despertado, contribuem positivamente para o tratamento libertador...
A ajuda especializada de terapeuta responsável enseja o desalgemar do Espírito desse amargo estado aflitivo, acenando possibilidades felizes que se transformam em bem –estar e saúde.
Não raro, o portador de angústia cultiva o masoquismo, que resulta de uma consulta egoísta, graças, ao que, mediante mecanismo psicológico especial, foge da realidade por necessidade de valorização pessoal.

Em face da ausência de recursos positivos e superiores, recorre ao atavismo dos instintos primários e descamba na torpe angústia.
Diante dela, somente uma resolução firme e legítima para facultar abertura terapêutica para o desafio.
Não havendo interesse do paciente, é certo que mais difícil se torna a liberação da psicopatologia tormentosa.

Considera a bênção da oportunidade que desfrutas e espanca as sombras da tristeza que, periodicamente, te assaltam.
Evita acumular amarguras defluentes da queixa, da sensação de infelicidade, e trabalha-te, a fim de que teu amanhã se apresente menos tenebroso.
Hoje colhes, enquanto fruis o ensejo de ensementar.
Busca ser útil a alguém, mesmo que, aparentemente, nenhum objeto se te delineie de imediato.
Sempre há oportunidade, quando se deseja crescer e desenvolver valores latentes.

Jesus informou que Ele é vida e vida em abundância.
Recorre-lhe à ajuda, e deixa-te curar pela sua assistência de Psicoterapeuta por excelência.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

Defesa contra Obsessão


Doía ver o irmão Maurício Tessi, prostrado, na crise aguda de artrite reumatóide. Orava, sofria, esperava.

A dor espraiava-se de um dos joelhos intumescido, assaltando o corpo.

Acompanhando-lhe a mãezinha desencarnada, Dona Etelvina, que nos fora devotada amiga na Terra, partilhávamos a oração, enquanto a equipe de enfermeiros espirituais atuava com recursos curativos do nosso plano de ação.

Finda a tarefa de auxílio, ergueu-se a velha amiga e perguntou, respeitosamente, ao dirigente da turma:

– Meu amigo, posso, na condição de mãe, saber por que motivo tanto demora a definitiva recuperação de meu filho?

O interpelado disse apenas:

– Sem dúvida. Aqui está o registro das reações dele nos dias últimos...

E com a exatidão de um técnico, no setor de trabalho que lhe é próprio, sacou da pasta pequena folha de papel em que nos foi possível, de imediato, ler as seguintes indicações, simples e expressivas, que se interrompiam justamente no dia de nossa presença, no quarto humilde:



MAURÍCIO TESSI
36 anos no corpo físico.

DOENÇA – Providencial.

FASE – Experimentação.


MÉRITO INDIVIDUAL POR SERVIÇO À COMUNIDADE, ATÉ OS PRIMEIROS SINTOMAS DA MOLÉSTIA – Nenhum.


MOTIVO – Defesa contra obsessão e loucura.


AUXÍLIO A RECEBER – Socorro em bases de magnetismo curativo, somente para a sustentação de forças orgânicas e alívio controlado, até a melhora espiritual positiva.


HISTÓRICO – Os amigos e benfeitores do interessado, residentes nas Esferas Superiores, depois de lhe endossarem a presente reencarnação, observaram-lhe a tendência para estragar, de modo completo, a oportunidade recebida. Preocupados, solicitaram seja ele mantido em condições enfermiças, conforme os remanescentes das dívidas cármicas que ainda carrega no extrato corpóreo. Assim agiram para evitar-lhe a indesejável associação com Espíritos infelizes, procedentes de suas existências passadas, caídos, desde muito tempo, em processos de vampirização e criminalidade, com os quais o beneficiário vinha, a pouco e pouco, se acomodando.


ANOTAÇÕES DE 4 A 28 DE JANEIRO DE 1967


DATAS DE OBSERVAÇÃO ESTADO FÍSICO CONDIÇÕES ESPIRITUAIS


4 - Crise - Fé, oração, humildade.


5 - Melhora - Tranquilidade, teimosia.


6 - Grande melhora - Agressividade, pensamentos escusos. Obsessores perto.


7 - Crise - Obediência, conformação, gentileza.


8 - Crise aguda - Elevação moral, prece.


9 - Crise aguda - Nobres promessas de serviço ao próximo, altura mental.


10 - Melhora - Bom humor, rebeldia.


11 - Grande melhora - Intolerância, idéias menos dignas, obsessores atraídos.


12 - Grande melhora - Desequilíbrio, obsessores no aposento.


13 - Crise - Serenidade


14 - Crise agravada - Emoções superiores


15 - Crise aguda - Fé comovente, simpatia, generosidade.


16 - Melhora - Calma, irritação.


17 - Grande melhora - Pensamentos inconfessáveis, obsessores próximos.


18 - Grande melhora - Obsessores dominando.


19 - Crise - Obsessores repelidos.


20 - Crise aguda - Confiança em Deus.


21 - Crise aguda - Votos de trabalho santificante, planos de caridade.


22 - Melhora - Marasmo, azedume.


23 - Grande melhora - Idéias lastimáveis, obsessores interessados.


24 - Grande melhora - Obsessores na aura, caos intenrior.


25 - Crise - Brandura, confiança.


26 - Crise aguda - Afabilidade, benevolência.


27 - Crise aguda - Doçura, lucidez, piedade para com os outros.


28 - Crise aguda - Formosa renovação íntima. Raios de luz em momentos de prece.



A irmã Etelvina restituiu a folha de notas, entre serena e triste, agradecendo ao prestimoso cooperador:



– Obrigada, amigo. Maurício é meu filho. Antes, contudo, tanto ele e eu, quanto vós, somos filhos de Deus. E a Lei do Senhor foi criada para o bem de nós todos.



Em seguida, nosso grupo dispersou-se, mas permaneci longo tempo, junto ao enfermo, tentando meditar em minhas próprias necessidades e aproveitar a lição.


Autor: Irmão X
Psicografia de Chico Xavier

Decálogo da Vontade


"Todas as virtudes e todos os
vícios são inerentes ao Espírito".
(Allan Kardec - E.S.E., Cap. IX, ltem 10)

Poupe-me à tentação, antes que me fortaleça, e eu o salvarei dos vícios futuros. Ainda sou muito jovem no equilíbrio.

Conduza-me ao dever e eu o ajudarei no caminho evolutivo. Necessito de um serviço nobre para manter-me.

Inspire-me a caridade e eu enflorescerei as avenidas de sua alma. Tenho sede de crescimento.

Impila-me ao trabalho e eu expulsarei de seu lar interior a preguiça destruidora. É imprescindível que ocupe minhas horas.

Ajude-me na resistência, oferecendo-me a oração, e eu deixarei asseada sua casa mental. Requeiro imediato auxílio para não desfalecer.

Exercite-me na inspiração do bem e eu o coroarei de luz. Tenho sido servidora da indolência e preciso de renovação.

Procure conhecer-me com mais atenção e o farei feliz. Sou velha amiga que a indiferença venceu.

Conceda-me nova oportunidade, quando eu tombar, e lhe darei força desconhecida. Lembre-se de que sou vulnerável à reincidência.

Evite-me os embates muito rudes, no momento, e vencerei para a sua paz todas as forças negativas que trabalham contra você. Necessito de tempo para fortalecer-me.

Tenha paciência comigo e, juntos, chegaremos à felicidade plena. Nasci com você e nunca nos separaremos. Ajude-me e o farei livre.






Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão

Criação Verbal



Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não...



- Jesus. (Mateus, 5:37.)


Toda frase, no mundo da alma, é semelhante a engenho de projeção suscitando imagens na

câmara oculta do pensamento.

Temos, assim, frases e frases: duras como aço; violentas como fogo; suaves como brisa; reconfortantes como sol; mordentes quais lâminas; providenciais como bálsamos.

À vista disso, todos nós carregamos, no estoque verbalístico, palavras e palavras:


palavras - bênçãos;

palavras - armadilhas;

palavras - charcos;

palavras - luzes;

palavras - esperanças;

palavras - alegrias;

palavras - promessas;

palavras - realizações;
 
palavras - trevas;

palavras - consolos;

palavras - aflições;

palavras - problemas.

Sabendo nós que o Criador, ao criar a criatura, criou nessa mesma criatura o poder de criar, é forçoso reconhecer que toda frase cria imagens e toda imagem pode criar alguma coisa. Saibamos, assim, compor as nossas frases com as nossas melhores palavras, nascidas em nossos melhores sentimentos, porque toda peça verbal rende luz ou sombra, felicidade ou sofrimento, bem ou mal para aquele que lhe faz o lançamento na Criação.




Autor: Emmanuel
Psicografia de Chico Xavier. Livro: Benção de Paz

Contato com os Guias Espirituais



Afliges-te, porque ainda não lograste o contato psíquico com os teus guias espirituais.

Reflexionas que buscaste a fé religiosa, abraçando a mediunidade, e, não obstante, tens a impressão que navegas sem rumo, padecendo conflitos e experimentando desânimo.

Momentos surgem nos quais receias pela legitimidade do intercâmbio espiritual de que te fazes objeto.

Anseias por informações precisas sobre o teu papel nas tarefas da mediunidade.

Relacionas pessoas que te parecem menos equipadas, e, apesar disso, apresentam-se superprotegidas pelos Espíritos Nobres, assessoradas por Benfeitores Venerandos e Entidades outras, que na Terra deixaram nomes respeitáveis, famosos...

Planejas desistir, acreditando que as tuas são faculdades atormentadas, sem credencial ou recurso capaz de registrar a proteção dos guias espirituais.

Tem, porém, cuidado e medita sem queixa.

A mediunidade é instrumento de serviço em nome do amor de Deus, para apressar o progresso dos homens e facultar o intercâmbio com os Espíritos, deles recebendo a ajuda.

Candidatas-te ao labor socorrista, como recurso saudável para te recuperares moralmente do passado delituoso, mediante cuja contribuição terias, também, as dores lenidas ou alteradas no seu organograma para a evolução.

Honrado pelo trabalho de iluminação de consciência, estás colocado como veículo de bênçãos.

Buscam-te os sofredores, porque são trazidos a ti pelos teus guias espirituais, que confiam na tua ductibilidade, no teu sentimento de amor.

Porque não ouves os teus Benfeitores, não te creias abandonado, sem apoio.

Tem paciência.

Faze silêncio íntimo e entrega-te mais.

Quando desdobrado parcialmente pelo sono, eles te confortam e instruem, fortalecem-te e programam as atividades para as quais renasceste.

Se não o recordas conscientemente, ficam impressos nos teus registros psíquicos, esses salutares conúbios edificantes.

Se aprofundares reflexão, perceberás quantas vezes eles já te falaram, socorreram e apoiaram nos momentos rudes das provações e dos testemunhos.

Eles são discretos e agem sem alarde, não brindando recursos que induzam à vaidade, ao exibicionismo.

Amparam em silêncio, instruem em calma, conduzem com afabilidade.

Quando vejas, na mediunidade, o campeonato das disputas humanas e o calafrio que provoca a presença de seres nobres do passado, aureolando com pompa terrestre a memória, que pretendem manter rutilante, acautela-te e desconfia.

Importante não é o nome que firma ou enuncia uma mensagem, mas, sim, o seu conteúdo de qualidade e penetração benéfica.

Desse modo, trabalha no anonimato e, consciente das responsabilidades que te dizem respeito, deixa que os teus guias espirituais zelosamente te guardem e conduzam, não te expondo no palco da insensatez, onde brilha por um dia e se apaga de imediato a vaidade humana.

Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco

Consciência da Gratidão




À medida que a psique desenvolve a consciência, fazendo-a superar os níveis primitivos recheados pela sombra, mais facilmente adquire a capacidade da gratidão.


A sombra, que resulta dos fenômenos egoicos, havendo acumulado interesses inferiores, é a grande adversária do sentimento de gratulação. Na sua ânsia de aparentar aquilo que não conquistou, impedida pelos hábitos enfermiços, projeta os conflitos nas demais pessoas, sem a lucidez necessária para confiar e servir. Servindo-se dos outros, supõe que assim fazem todos os demais, ante a impossibilidade de alargar a generosidade, que lhe facultaria o amadurecimento psicológico para a saudável convivência social, para o desenvolvimento interior dos valores nobres do amor e da solidariedade.


A miopia emocional defluente do predomínio da sombra no comportamento do ser humano impede-o que veja a harmonia existente na vida.


As imperfeições morais que não foram modificadas pelo processo da sua diluição e substituição pelas conquistas éticas atormentam o ser, fazendo-o refratário, senão hostil a todos os movimentos libertários.


Não há no seu emocional, em conseqüência, nenhum espaço para o louvor, o júbilo, a gratidão.


Desse modo, os conflitos que se originaram em outras existências e tornaram-se parte significativa do ego predominam no indivíduo inseguro e sofredor, que se refugia na autocompaixão ou na vingança, de forma que chame a atenção, que receba compensação narcisista, aplauso, preservando sempre suspeitas infundadas quanto à validade do que lhe é oferecido, pela consciência de saber que não é merecedor de tais tributos...


Acumuladas e preservadas as sensações que se converteram em emoções de suspeita em de ira, de descontentamento e amargura, projetam-nas nas demais pessoas, por não acreditar em lealdade, amor e abnegação.


Se alguém é dedicado ao bem na comunidade, é tido como dissimulador, porque essa seria a sua atitude (da sombra).


Se outrem reparte alegria e constrói solidariedade, a inveja que se lhe encontra arquivada no inconsciente acha meios de denominá-lo como bajulador e pusilânime, pois que, por sua vez, não conseguiria desempenhar as mesmas tarefas com naturalidade. A ausência de maturidade afetiva isola o indivíduo na amargura e na autopunição.


Tudo quanto lhe constitui impedimento mascara e transfere para os outros, assumindo postura crítica impiedosa, puritanismo exagerado, buscando sempre desconsiderar os comportamentos louváveis do próximo que lhe inspiram antipatia.


Assim age porque a sua é uma consciência adormecida, não habituada aos vôos expressivos da fraternidade e da compreensão, que somente se harmonizando com o grupo no qual vive é que poderá apresentar-se plena.


Autoconscientizando-se da sua estrutura emocional mediante o discernimento do dever, o que significa amadurecer, conseguirá realizar o parto libertador do ego, dele retirando as suas mazelas, lapidando as crostas externas qual ocorre com o diamante bruto que oculta o brilho das estrelas que se encontram no seu interior.


Urge, pois, adotar nova conduta para se libertar das fixações perversas. Conseguindo despertar dos valores nobres, é inevitável a saída da sua individualidade para a convivência com a coletividade, onde mais se aprimorará, aprendendo a conquistar emoções superiores que o enriquecerão de alegria e de paz, deslumbrando-se ante as bênçãos da vida que adornam tudo, assimilando-as em vez de reclamando sempre, pela impossibilidade de percebê-las.


O ingrato, diante do seu atraso emocional, reclama de tudo, desde os fatores climatéricos aos humanos de relacionamentos, desde os orgânicos aos emocionais, sempre com a verruma da acusação ou da autojustificação assim como do mal-estar a que se agarra em seguro mecanismo de fuga da realidade.


Nos níveis nobres da consciência de si e da cósmica, a gratidão aureola-se de júbilos, e os sentimentos não mais permanecem adstritos ao eu, ao meu, ampliando-se ao nós, a mim e a você, a todos juntos.


A gratidão é a assinatura de deus colocada na Sua obra.


Quando se enraíza no sentimento humano logra proporcionar harmonia interna, liberação de conflitos, saúde emocional, por luzir como estrela na imensidão sideral...


Por extensão, aquele que se faz agradecido torna-se veículo do sublime autógrafo, assinalando a vida e a natureza com a presença dEle.


Quando o egoísta insensatamente aponta as tragédias do cotidiano, as aberrações que assolam a sociedade, somente observa o lado mau e negativo do mundo, está exumando os seus sentimentos inconscientes arquivados, vibrantes, sem a coragem de externá-los, de dar-lhes campo livre no consciente.


A paz de fora inicia-se no cerne de cada ser. Também assim é a gratidão. Ao invés do anseio de recebê-la, tornar-se-lhe o doador espontâneo e curar-se de todas as mazelas, ensejando harmonia generalizada.


A vida sem gratidão é estéril e vazia de significado existencial.




Autor: Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Psicologia da Gratidão

Compaixão



Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da compaixão. Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não perceber os sofrimentos do seu próximo.

Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de poupar-se a maior soma de dores.

Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas, insignificantes.

Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança para a impiedade e até para o crime.

Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores, tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade.

Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus. No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas.

A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição.

É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.

O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os indivíduos.

A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da experiência humana.

É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas. Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.

Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar os sentimentos inferiores e a abrir o coração.

Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la. O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta.

Expandir esse sentimento é dar significação à vida.

A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia. Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última apenas se apiada.

Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos.

Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais.

Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.

Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Responsabilidade