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terça-feira, 31 de julho de 2012

A Letra que Mata

A Letra que Mata

"Para que sirvamos em novidade de Espírito e não na velhice da letra". (Romanos, 7:6)


Em sua famosa Epístola aos Romanos, afirmou Paulo de Tarso: "Morremos para aquilo em que estamos retidos", acrescentando logo a seguir: "Para que sirvamos em novidade de Espírito, e não na velhice da letra".

Esta afirmação do apóstolo equivale a esta outra, também exarada no livro dos Atos dos Apóstolos: "A letra mata e o Espírito vivifica", com a significação de que, tanto nos livros dos profetas como nos Evangelhos, devemos deixar de lado a interpretação segundo a letra, para nos atermos tão-somente ao significado segundo o espírito.

Ao contrário do que sucedeu com os apóstolos diretos de Jesus, Paulo de Tarso, assim que travou conhecimento com os ensinos da Boa Nova, deixou para trás todos os preconceitos e o apego às vãs tradições, para abraçar incondicionalmente os imorredouros preceitos legados por Jesus Cristo.

Enquanto alguns dos apóstolos praticavam o batismo de água, Paulo proclamava que "não veio para batizar mas sim para evangelizar". Enquanto os apóstolos, ainda apegados às tradições da circuncisão, alimentavam sentimentos favoráveis à continuidade dessa prática, ele combatia frontalmente tudo aquilo que viesse a favorecê-la, não hesitando mesmo em enfrentar o Apóstolo Pedro, na cidade de Antióquia, refutando os ensinamentos do velho apóstolo e dizendo que "eles eram preceitos de homens e não de Deus".

Na realidade, não se pode apegar ao formalismo das letras, mas é necessário extrair delas o Espírito que vivifica. É imperioso que assim suceda, pois, do contrário, cairemos nos mesmos erros dos nossos antepassados.

Quando Jesus Cristo afirmou: "eu e o Pai somos um", ele não pretendeu dizer que isso implicava numa aberrante trindade, onde ele, como filho, era parte integrante do Pai. O sentido de suas palavras foi de dizer que entre ele e o Pai existe perfeita identidade, tendo por isso se convertido num seu autêntico mensageiro na Terra. Ele executou a vontade do Pai, mas deixou bem claro a sua dependência dele, e mesmo a sua submissão. Para ilustração mencionemos apenas a sua oração no Horto das Oliveiras, quando disse: "Meu Pai, seja feita a tua vontade e não a minha".

Aqui também cabe um esclarecimento sobre as palavras que abrem o Evangelho de João: "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho Unigênito que está no seu seio, esse o fez conhecer". (João, 1:18).

Ora, não se pode conceber a idéia de ser Jesus o Unigênito de Deus, uma vez que isso implicaria na crença de ser ele o Filho único, o único gerado por Deus.

O próprio Cristo desmente esse conceito quando, em Espírito, disse a Madalena, segundo o que está explícito no próprio Evangelho de João: "Não me detenhas porque ainda não subi para meu Pai, mas vai para meus irmãos, e dize-lhes que eu subo para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus". (João, 20:17).

Neste último trecho evangélico ficou bem evidenciado que Deus é Pai de todos, que todos são seus filhos, desde os mais bondosos, que são denominados santos, até os mais maldosos, que são chamados demônios.

"Morremos para aquilo em que estamos retidos" significa dizer que, devido ao excessivo apego ao formalismo da letra, fica retida a evolução do Espírito vivificante, por isso é necessário morrer para aquilo que retém o nosso progresso espiritual, a fim de viver para as coisas novas e retumbantes, que na realidade alçam os nossos Espíritos para Deus, enquadrando-os na célebre sentença de Jesus Cristo: "Conheça a verdade e ela vos fará livres".

Pagar o Mal com o Bem

Pagar o Mal com o Bem

"Tendes ouvido o que foi dito: Amarás ao teu próximo e aborrecerás ao teu inimigo.
Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei bem ao que vos odeia,e orai pelos que
vos perseguem e caluniam para serdes filhos de vosso Pai que está nos Céus, o qual faz
nascer o seu sol para os bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos".
(Mateus, 5:43-45)

Amar os inimigos, eis um preceito exarado por Jesus Cristo, algo difícil de ser observado, principalmente no estágio evolutivo da Humanidade. Somente Espíritos e altamente evoluídos podem exercer essa faculdade. O exemplo maior nos foi propiciado pelo próprio Jesus, que pediu a Deus que perdoasse os seus algozes, aqueles que o perseguiam, que o condenaram, que o flagelaram e que o crucificaram. O Cristo perdoou os seus desafetos, porque os amava como irmãos.

No entanto, a palavra amar, no sentido empregado por Jesus, deve ser entendida em seu sentido amplo, pois é óbvio que não podemos dispensar a um nosso desafeto, o mesmo carinho, ternura e dedicação que dispensamos a um amigo.

A aproximação de um inimigo acarreta sensações diferentes daquelas que acontecem quando um amigo se aproxima de nós. Isso resulta de uma lei natural, a da repulsão e assimilação dos fluidos, pois o pensamento malévolo, de um modo geral, acarreta uma corrente fluídica que origina uma impressão abominável, enquanto que, por outro lado, o pensamento benévolo envolve-nos num pensamento sumamente agradável.

Amar o nosso inimigo poderá representar um contra-senso e parecer um verdadeiro paradoxo para muitos; entretanto, devemos ter em mente as palavras de Jesus, contidas em Mateus 5:25, advertindo-nos para que envidemos esforços no sentido de nos "reconciliarmos com os nossos adversários, enquanto estivermos com eles no caminho, para não acontecer que sejamos entregues aos juizes e estes nos mandem colocar na prisão". É óbvio que o sentido real dessas palavras do Mestre é de concitar-nos à reconciliação com o nosso inimigo enquanto estivermos vivendo com ele aqui na Terra.

Paulo Alves de Godoy

A Negação de Pedro

A Negação de Pedro

"E Pedro o seguia de longe, até o pátio do sumo sacerdote e, entrando, assentou-se entre os criados para ver o fim." (Mateus, 26:58)


Afirma Emmanuel que o fracasso, como qualquer êxito, tem causas positivas.

Pedro foi admoestado reiteradas vezes por Jesus no sentido de "orar e vigiar"; e o fracasso do humilde pescador Galileu teve origem na sua desatenção. Ninguém poderá, entretanto, "atirar-lhe a primeira pedra", porque todos nós participamos igualmente das mesmas negações. Ainda não aprendemos a seguir as advertências do Mestre, contidas nas páginas dos Evangelhos.

Na descrição de Meu'>ateus, vimos Pedro "seguir o Mestre de longe", permanecer "no pátio do sumo sacerdote" e "assentar-se entre os criados para ver o fim".

O mesmo quadro se repete há vinte séculos, pois, ainda agora, continuamos a seguir o Cristo à distância, temerosos de perdermos as vantagens que a vida material nos oferece.

Quando convocados para o trabalho, geralmente demorava-nos "no pátio" do convencionalismo terreno, onde se desenvolvem as tarefas transitórias que constituem a preocupação primária do homem, entre "os criados" dos interesses imediatistas e dos conchavos que levam alguns a se locupletarem à custa dos direitos alheios, preferindo "ver de longe o fim" das tarefas desenvolvidas pelos seareiros mais animosos.

Esse modo de agir leva muitos ao fracasso, do mesmo modo como fracassou o velho apóstolo. Estes também chorarão amargamente quando o "cantar do galo" anunciar-lhes que está prestes a findar-se mais uma de suas tarefas terrenas, esvaindo-se assim mais uma oportunidade redentora de um ciclo reencarnatório.

O episódio da negação de Pedro tem por objetivo principal demonstrar a necessidade imperiosa da "oração e vigilância" para não se cair nas malhas das tentações oriundas das nossas próprias inferioridades, pois, mesmo aqueles que estão colocados em posições proeminentes no desempenho das missões terrenas, poderão tornar-se vítimas das investidas das entidades trevosas, que tudo fazem no sentido de protelar o processo grandioso e incessante da implantação do reinado da luz na face da Terra.

Muitos homens fracassam porque não se revestem da couraça da fé e da decisão inabalável de servir o Cristo no setor que lhe foi atribuído pelo Alto.

As negações ou vacilações de Pedro ocorreram em etapas distintas no decurso do Messiado de Jesus:

A primeira, segundo a narração do próprio Mateus (16:22-23), teve lugar quando Pedro "tomando-o de parte, começou a repreendê-lo, dizendo: Senhor, tem compaixão de ti; de modo nenhum te acontecerá isso. Ele, porém, voltando-se disse a Pedro: "Para trás de mim, satanás, que me serves de escândalo; porque não compreendes as coisas que são de Deus, mas só as que são dos homens".

A segunda ocorreu quando o Mestre, em companhia de Pedro, Tiago e João, desciam do Monte Tabor, após a transfiguração. Os três apóstolos estavam face a face com um dilema: o Cristo havia confabulado com o Espírito de Elias, e as escrituras preconizavam que Elias viria na frente do Cristo a fim de preparar-lhe o caminho. Ou as escrituras estavam erradas, ou aquele que ali estava não era o Cristo. Se Elias era Espírito desencarnado, como poderia ser o precursor de Jesus, que já estava entre os homens?

Daí a indagação: "Por que dizem então os escribas que é mister que Elias venha primeiro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro, e restaurará todas as coisas; mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do homem. Então entenderam os discípulos que lhe falara de João Batista." (Meu'>ateus, 17:10-13).

A terceira está contida em Lucas 22-31: "Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, confirma teus irmãos".

A quarta ocorreu quando Pedro, no pátio do sumo sacerdote, nega Jesus por três vezes consecutivas (Lucas 22:54-62), passando a chorar amargamente quando o cantar do galo fez com que ele se lembrasse do vaticínio do Mestre em torno do seu fracasso.

O valoroso apóstolo de Jesus, apesar da sua idade avançada, foi com João e Tiago um dos que gozaram de maior confiança por parte do Mestre. Os três tomaram parte, invariavelmente, em todos os acontecimentos importantes no decurso da missão do Mestre, e algumas das vacilações ocorridas, como pode ser visto, se prenderam mais ao seu idealismo e ao desejo insopitável de servir a causa esposada pelo Meigo Rabi.

No decurso do Messiado de Jesus ocorreram muitas outras negações, de muito maior envergadura:

Os escribas e fariseus negaram o Mestre quando, apesar de todos os sinais por ele propiciados, evidentemente corroborado pelas próprias escrituras e por quase todos os profetas, vieram lhe pedir um sinal do céu.

Os setenta discípulos narrados por João, no versículo 60, capítulo 6, do seu Evangelho, negaram o Cristo quando, ouvindo o seu discurso, foram se debandando, um após outro, não se conformando com a forma de servir por ele esboçada.

Judas Escariotes negou o Senhor quando, após ter presenciado tantos fatos supranormais e ouvido tantos ensinamentos maravilhosos, entregou-o aos seus verdugos a troco de trinta moedas de prata.

Quando o Mestre formulou uma convocação mais ampla a um grupo de pessoas para que o seguisse, e um alegou que precisava primeira ir sepultar o seu pai, foi outro que necessitava primeiro atender os reclamos da sua casa (Lucas, 9:57-61). Ocorreu ali autêntica negação.

Os próprios irmãos de Jesus negaram-no, pois João afirma em seu Evangelho (7:5), que "nem mesmo seus irmãos criam nele".

O Mancebo de Qualidade (Lucas 18:23), de forma idêntica, negou o Mestre, quando se retirou, após ouvir o conselho para "vender e dar aos pobres tudo quando possuía".

Paulo Alves de Godoy

Os Pais e os Filhos Problema

Os Pais e os Filhos Problema

Os filhos doentes são mensageiros de amor que Deus te envia, para que o amor se desentranhe de qualquer forma do egoísmo enquistado e se inflame de luz, na luz da sublimação". (Emmanuel)

Os laços de família não se verificam por acaso: há uma Lei Divina comandando o destino e a união das almas na vida corpórea. Antes de acolhermos nos braços, com ternura, o ser pequenino, pelas vias da maternidade sagrada, idealizamos para ele o melhor: o corpo mais perfeito, a saúde orgânica integral, a inteligência lúcida; mas não devemos esquecer que essa escolha já foi feita realmente por nós, desde muito tempo, sem ilusões e sonhos, na maioria das vezes, antes de reencarnarmos. Deste modo não devemos alarmar-nos com o que os filhos possam trazer para nós de trabalhos dificuldades e problemas, desde tenra idade.
Nossos filhos, em verdade, não são nossos filhos: São filhos de Deus, e temporariamente se encontram sob nossos cuidados. Junto aos filhos simpáticos, pacíficos e obedientes, surgem também aqueles outros que, desde o berço, já começam a provocar preocupações, irritações, tensões emocionais, aborrecimentos, angústias e canseiras físicas e psíquicas, por apresentarem um temperamento forte de rebeldia e desobediência, destacando-se pela insubordinação e leviandade. São os filhos problema que a Lei da Reencarnação trouxe ao nosso convívio familiar, ensejando a oportunidade de renovação de seus destinos. É o reencontro para a reconciliação indispensável entre pais e filhos, em busca de um melhor futuro espiritual. Na intimidade do coração, os pais sempre indagam quem são estes filhos diferentes que trazem uma maior dose de lutas e trabalhos. O mentor espiritual Emmanuel explica: "Os filhos-problema são aqueles mesmos espíritos que prejudicamos, desfigurando-lhes o caráter e envenenando-lhes os sentimentos".
Os filhos difíceis são filhos de nossas próprias obras, em vidas passadas, que a Providência Divina agora encontra a possibilidade de nos unir pelos laços da consanguinidade, dando-nos a maravilhosa chance de resgate, reparação e os serviços árduos da educação.
A primeira atitude construtiva dos pais, ante os filhos rebeldes, é desenvolverem em si mesmos a grande compreensão, para não se deixarem dominar pela revolta e amargura, julgando que são infelizes e perseguidos pela má sorte... O evangelho de Allan Kardec nos ensina: "Não recuseis, portanto, o filho que no berço repele a mãe, nem aquele que vos paga com a ingratidão: não foi o acaso que o fez assim e que o enviou. Uma intuição imperfeita do passado se revela e dela podeis deduzir que um ou outro já odiou ou foi odiado, que um ou outro veio para perdoar ou para expiar".
Encontramos no livro do espírito André Luiz, "Nos Domínios da Mediunidade" cap. 24, psicografia de Francisco C. Xavier, um fato interessante sobre reencarnação e família. Na encarnação atual, vamos encontrar o pai de nome Júlio, espírita convicto, acometido de paralisia das pernas e que possui quatro filhos desorientados: Américo sofre de perturbação mental. Márcio é vítima do alcoolismo e Guilherme e Benício vivem na leviandade e extravagâncias noturnas. Os Espíritos Superiores revelaram a André Luiz que, em vida passada Júlio, o pai, fora chefe de um grupo de assaltantes e desencaminhou quatro rapazes para aventuras delituosas, os quais, hoje, são seus filhos desequilibrados. Teremos sempre os filhos de que precisamos e merecemos, dentro dos estatutos da Justiça Divina e através dos processos redentores das reencarnações expiatórias.
Os pais espíritas com cérebros esclarecidos e os corações iluminados pela Doutrina Kardecista, devem ficar felizes por encontrarem esta oportunidade grandiosa de cooperar na recuperação de espíritos infelizes; a quem devem e que talvez, há longo tempo, esperam por esta bênção do reencontro.

Autor: Walter Barcelos

Ansiedade

Ansiedade

Definimos comportamento como o conjunto de reações e condutas de um indivíduo em resposta a um estímulo. Em outras palavras, é a forma de ser, agir e reagir exclusiva de cada pessoa.
Nossas convicções íntimas é que determinam nossos comportamentos exteriores; portanto, reside em nós mesmos a influência que exercemos sobre as situações imediatas ou sobre as circunstâncias futuras de nossa vida. Nenhuma de nossas condutas ou atitudes manifestadas é livre de efeitos. Embora possa não ser notada no momento, futuramente será percebida e influenciará outros eventos em outras ocasiões.
O poder das crenças e dos pensamentos é fator impressionante nas ocorrências de nosso cotidiano.
Sabendo dessas verdades, não seria de vital importância que observássemos melhor nossos pensamentos habituais e analisássemos nossas crenças mais profundas?Não seria mais adequado verificarmos onde estamos pondo nosso poder de fé?
É freqüente idealizarmos ansiosamente o nosso futuro.Atribuímos momentos felizes e expectativas irreais à nossa vida,encaixando-os em ocasiões especiais como a formatura,o casamento,os filhos,um bom emprego.Quase sempre,quando o fato se concretiza,ficamos por demais frustrados,pois a realidade nunca corresponde exatamente à nossa idealização precipitada.
A preocupação pode produzir ansiedade,levando-nos,a partir então,a imaginar fatos catastróficos.Quando nos preocupamos com o futuro,não vivemos o agora e sofremos imensa imobilização,que toma conta do nosso presente,advinda de coisas que irão ou não acontecer no amanhã.A reunião de todas as nossas ansiedades não poderá alterar nosso destino;somente nosso empenho,determinação e vontade no momento presente é que poderá transformá-lo para melhor.
As situações calamitosas que imaginamos apenas se materializarão,se as dramatizarmos constantemente.Se imprimirmos com pensamentos trágicos os fatos e acontecimentos da vida,eles assumirão proporções que não tinham a princípio e,realmente,se tornarão realidade.Criaturas trágicas atrairão certamente a tragédia.
Crer com firmeza que Deus nunca erra e sempre está se manifestando e se pronunciando em tudo e em todos será sempre um método feliz de se despreocupar.Crer que Ele está sempre disposto a nos prover de tudo o que necessitamos para o nosso amadurecimento espiritual é o melhor antídoto contra a ansiedade e os excessos de imaginação dramática.
Deus é a “Consciência do Universo”,a “Alma da Natureza” e a “Harmonia das Forças Cósmicas”.
As Entidades Benevolentes e Sábias que elaboram os fundamentos da Doutrina Espítita responderam que :”...Deus é eterno,infinito,imutável,material'>imaterial,único,onipotente,soberanamente justo e bom(...)do vosso ponto de vista(...)porque credes abranger tudo.”
Acreditar que a vida é perfeita e que nada existe que não tenha uma razão de ser nos conduzirá sempre ao discernimento de que tudo está certo de maneira inequívoca e absoluta.Mesmo quando estamos iludidos pelos aspectos exteriores das coisas,pela falta de fé,pelos exageros de qualquer matiz,ainda assim a Vida Providencial nos levará a “um só rebanho e um só Pastor”.
Lembremo-nos,porém,de que a imaginação serve para criarmos quadros de alegria,beleza,progresso
amor.No entanto,se a estivermos usando para produzir tristeza,ansiedade,abandono,medo e desconfiança,o melhor a fazer é interronper o negativismo e mudar o estado mental.
Cada um transita pelo caminho certo,na hora exata,de acordo com seu estado evolutivo.Não há com que nos preocuparmos;tudo está absolutamente correto,porque todos estamos amparados pela sabedoria providencial das Leis Divinas.

Mensagem do Espírito: Hammed

A VIOLÊNCIA NO CORPO E NA MENTE DO ADOLESCENTE


A adolescência sempre foi considerada um período difícil no
desenvolvimento do ser humano, com mais desafios do que na infância,
criando embaraços para o próprio jovem como para os seus pais e todos
aqueles que com ele convivem.
Trezentos anos antes de Cristo, Aristóteles escrevera que os
adolescentes são impetuosos, irascíveis e tendem a se deixar levar por seus
impulsos, demonstrando uma certa irritabilidade em relação ao comportamento
juvenil. Por sua vez, Platão desaconselhava o uso de bebidas alcoólicas pelos
jovens antes dos dezoito anos, em razão da rápida excitabilidade dos mesmos,
e propunha: Não se despejar fogo sobre fogo.
Os conceitos sobre a adolescência sempre ganharam aceitação,
particularmente quando de natureza censória, intolerante.
No século 17, em sermão fúnebre, um clérigo afirmava que a juventude
era como um navio novo lançado ao oceano sem um leme, sem lastro, ou
piloto para dirigi-lo, como resultado de uma observação externa, sem
aprofundamento, de modo que se pudesse compreender as significativas
transformações que se operam no ser em formação, compelindo-o para as
atitudes anticonvencionais, período assinalado por mudanças estruturais.
Essas mudanças, que se operam na forma física, repercutem
significativamente na conduta psicológica, propondo diferentes
relacionamentos com os companheiros, experimentando novos modelos
educacionais, vivenciais, enquanto todo ele se encontra em maturação
biológica apressada, sem precedentes na sua história orgânica.
Nesse período, compreensivelmente, surgem os conflitos de identidade,
em tentativas internas de descobrir quem é e o que veio fazer aqui na Terra.
Logo depois surgem-lhe as indagações de como conduzir-se e qual a melhor
maneira de aproveitar o período promissor, sem o comprometimento do futuro.
Esse estado de mudanças pode ser breve, nas sociedades mais simples,
mais primitivas, ou prolongado, nas tecnologicamente mais desenvolvidas,
podendo dar-se de maneira abrupta, ou através de uma gradual transição das
experiências antes vivenciadas para as atuais desafiadoras. Em todas as
culturas, porém, apresenta-se com um caráter geral de identidade: alterações
físicas e funcionais da puberdade, assinalando-lhe o início inevitável.
Os hormônios, que desempenham um fundamental papel na
transformação orgânica e na constituição dos elementos secundários do sexo,
igualmente interferem na conduta psicológica, fazendo ressuscitar problemas
que se encontravam adormecidos no inconsciente profundo, na memória do
Espírito reencarnado. Isto porque, a reencarnação é oportunidade de
refazimento e de adestramento para desafios sempre maiores em relação ao
si, na conquista da imortalidade. Na adolescência, em razão das
transformações variadas, antigos vícios e virtudes ressumam como tendências
e manifestam-se, exigindo orientação e comando, a fim de serem evitados
novos e mais graves cometimentos morais perturbadores.
Localizada na base do cérebro, a hipófise tem importância especial na
proposta do desenvolvimento da puberdade. Os seus hormônios permanecem
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inibidos até o momento que sucede um amadurecimento das células do
hipotálamo, que lhe enviam sinais específicos, a fim de que os libere. Tal
fenômeno ocorre em diferentes idades, nunca sendo no mesmo período em
todos os organismos.
Esses hormônios são portadores de uma carga muito forte de estímulos
sobre as demais glândulas endócrinas, particularmente a tireóide, a adrenal, os
testículos e os ovários, que passam a produzir e ativar os seus próprios,
responsáveis pelo crescimento e pelo sexo.
Surgem, então, os andyogênios, os estrogênios e as progestinas, estas
últimas responsáveis pela gravidez. No metabolismo geral, todos eles
interagem de forma que propiciem o desenvolvimento físico e fisiológico
simultâneos.
Nesse período de transformações orgânicas acentuadas, o adolescente,
não poucas vezes, sente-se estranho a si mesmo. As alterações
experimentadas são tão marcantes que ele perde o contacto com a sua própria
realidade, partindo então para o descobrimento de sua identidade de forma
estranha, inquieta, gerando distúrbios que se podem acentuar mais, caso não
encontre orientação adequada e imediata.
Em razão da dificuldade de identificação do si, o jovem tem necessidade
de ajustar-se à imagem do seu corpo, detendo-se nos aspectos físicos, sem
uma percepção correta da realidade, o que o conduz a conclusões
equivocadas, a respeito de ser amado ou não, atraente ou repulsivo, por falta
de uma capacidade real para a avaliação.
Nas meninas, o ciclo menstrual surge de uma forma desafiadora e quase
sempre causa surpresa, reação prejudicial, quando não estão preparadas, por
ignorarem que se trata de um ajustamento fisiológico, ao mesmo tempo
símbolo de maturidade sexual.
A desorientação pode deixar sinais negativos no seu comportamento,
particularmente sensações físicas dolorosas, rejeição e irritabilidade, na área
psicológica, após a menarca.
Outras seqüelas podem ocorrer na pré ou na pós-menstruação, exigindo
terapia própria.
Os rapazes, por sua vez, se não esclarecidos, podem ser surpreendidos
com os fenômenos sexuais espontâneos, como a ereção incontrolada e as
ejaculações desconhecidas.
Nessa fase eles vivem um espaço no qual tudo pode tomar
características de manifestação sexual: odor, som, linguagem, lembrança...
Não sabendo ainda como administrar essas manifestações espontâneas do
organismo, embaraçam-se e descontrolam-se com relativa facilidade.
Certamente, os jovens da atualidade se encontram muito mais informados
do que os outros das gerações passadas, não obstante esses conhecimentos
estejam muito distorcidos na mente juvenil, o que perturba aqueles de
formação tímida ou portadores de qualquer distúrbio ainda não definido.
A questão da maturação sexual nos jovens não tem período demarcado,
podendo ser precoce ou tardia, que resulta em estados de apreensão ou
desequilíbrio, insegurança ou audácia, a depender da personalidade, no caso,
do Espírito reencarnado com o patrimônio dos méritos e dívidas.
O amadurecimento psicológico faz-se, nessa ocasião, com maior rapidez
do que na infância. Há mudanças cognitivas muito fortes, que desempenham
um papel crítico para o jovem cuidar das demandas educacionais, sociais,
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vocacionais, políticas, econômicas, sempre cada dia mais complexas.
As alterações nos relacionamentos, entre pais e filhos, propõem
necessidade de maior intercâmbio no lar, a fim de proporcionar um
desenvolvimento psicológico saudável, quanto intelectual, equilibrado.
Uma outra questão muito significativa do momento da adolescência é o
conflito entre o real e o possível, vivenciado pelo jovem em transição. Ao
constatar que o real deixa-lhe muito a desejar, porque se encontra num período
de enriquecimento psíquico, torna-se rebelde e transtorna-se, o que não deixa
de ser uma característica transitória do seu comportamento.
A harmonia que se deve estabelecer entre o físico e o psíquico, libertando
o adolescente da violência existente no seu mundo interior, será conseguida a
esforço de trabalho, de orientação, de vivências morais e espirituais, o que
demanda tempo e amadurecimento, compreensão e ajuda dos adultos, sem
imposições absurdas, geradoras de outras agressões.



Livro: Adolescência e Vida . Joana de Angelis /Divaldo Franco

O SEMEADOR INCOMPLETO

 
Irmão X
 
 
  
    Conta-se que existiu um cristão inteligente e sincero, de convicções forte e maneiras francas, que, onde estivesse, atento às letras evangélicas, não deixava de semear a palavra do Senhor.
    Excelente conversador, ocupava a tribuna com êxito invariável. As imagens felizes fluíam-lhe dos lábios quais arabescos maravilhosos de som. Ensinava sempre, conduzia com lógica, aconselhava com acerto, espalhava tesouros verbais. No entanto, reconhecia-se incompreendido de toda gente.
    Em verdade, no fundo, exaltava o amor; todavia, acima de tudo, queria ser amado. Salientava os benefícios da cooperação; contudo, estimava a colaboração alheia, sentindo-se diminuído quando as situações lhe reclamavam concurso fraterno. Sorria, contente, ao receber o titulo de orientador; entretanto, dificilmente sabia utilizar o titulo de irmão. Habituara-se, por isso, ao patriarcado absorvente criado pelos homens na imitação do patriarcado libertador de Deus.
    Com a passagem do tempo, todavia, suas palavras perderam o brilho. Faltava-lhe a claridade interior que somente a integração com Jesus pode proporcionar.
    Servo caprichoso e rígido, insulou-se no estudo das letras sagradas e buscou situar-se nos símbolos da Boa Nova, descobrindo para ele mesmo a posição do semeador incompreendido.
    As estações correram sucessivas e a luz de cada dia encontrou-o sempre sozinho e distante...
    Dizia-se enfastiado das criaturas. Semeara entre elas, afirmava triste, as melhores noções da vida, recebendo, em troca, a ingratidão e o abandono. Sentia-se ausente de sua época, desajustado entre os companheiros e descrente do mundo. E porque não desejava contrariar a si mesmo, retirara-se das atividades sociais, a fim de aguardar a morte.
    Efetivamente, o anjo libertador, decorrido algum tempo, veio subtraí-lo ao corpo físico.
    Estranho, agora, durante muitos anos. Mantinha-se apagada a lâmpada de seu coração. Não possuía suficiente luz para identificar os caminhos novos ou para ser visto pelos emissários celestes.
    O inteligente instrutor, por fim, valeu-se da prece. Afinal, fora sincero em seus pontos de vista e leal a si próprio. E tanto movimentou os recursos da oração que o Senhor, ouvindo-lhe as suplicas bem urdidas, desceu em pessoa aos círculos penumbrosos.
    Sentindo-se agraciado, o infeliz alinhou frases preciosas que Jesus anotava em silencio.
    Depois de longa exposição verbal do aprendiz, perguntou o Mestre, amável:
    - Que missão desempenhaste entre os homens?
    O interpelado fixou o gesto de quem sofre o golpe da injustiça e esclareceu:
    - Senhor, minha tarefa foi semelhante à daquele semeador de tua parábola. Gastei varias dezenas de anos, espalhando tuas lições na Terra. No entanto, não fui bem-sucedido no ministério. As sementes que espargi a mancheias sempre caíram em terra sáfara. Quando não eram eliminadas pelas pedras do orgulho, apareciam monstros da vaidade, destruindo-as, surgiam espinhos da insensatez sufocando-as, crescia o lodo do mal, anulando-me o serviço. Nunca fugi ao esforço de oferecer teus ensinamentos com abundância. Atirei-os aos quatro cantos do mundo, através da tribuna privada ou da praça livre. Todavia, meu salário tem sido o pessimismo e a derrota...
    Jesus fitava-o, condoído. E porque os lábios divinos nada respondessem, o aprendiz acentuou:
    - Portanto, é imperioso reconhecer que te observei as advertências... Fui sincero contigo e fiel a mim mesmo...
    Verificando-se novo intervalo, disse o Senhor com imperturbável serenidade:
    - Se atiraste tantas semente a esmo, que fazias do solo? Acreditas que o Supremo Criador conferiu eternidade ao pântano e ao espinheiro? Que dizer do lavrador que planta desordenadamente, que não retira as pedras do campo, nem socorre o brejo infeliz? É fácil espalhar sementes porque os principais sublimes da vida procedem originariamente da Providencia Divina. A preparação do solo, porém, exige cooperação direta do servo disposto a contribuir com o próprio suor. Que fizeste em favor dos corações que converteste em terra de tua semeadura? Esperavas, acaso que o logo lodacento te procurasse as mãos para ser drenado, que as pedras te rogassem remoção, que os carrascais te pedissem corrigenda? Permaneceria a sementeira fora do plano educativo estabelecido pelo Pai Eterno para o Universo inteiro?
    Ante nova pausa que se fizera, o crente, desapontado, objetou:
    - Contudo, tua parábola não se refere aos nossos deveres para com o solo...
    - Oh! – tornou Jesus, complacente – estará o mestre obrigado a resolver os problemas dos discípulos? Não me reportei a Vinha do Mundo, à charrua do esforço, ao trigo da verdade e ao joio da mentira? Não expliquei que o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se transformou em servo de todos? Não comentei, muitas vezes, as necessidades do serviço?
    O ex-instrutor silenciou em pranto convulso.
    O Senhor, todavia, afagou-lhe pacientemente a fronte e recomendou:
    - Volta, meu amigo, ao campo do trabalho terrestre e não te esqueças do solo, antes de semear. Cada coração respira em clima diferente. Enquanto muitos permanecem na zona fria da ignorância outros se demoram na esfera tórrida das paixões desvairadas. Volta e vive com eles, amparando a cada um, segundo as suas necessidades. Aduba a sementeira do bem, de conformidade com as exigências de cada região. Esse ministério abençoado reclama renuncia e sacrifício. Atendendo aos outros, ajustarás a ti mesmo. Por enquanto, és apenas o semeador incompleto. Espargiste as sementes, mas não consultaste as necessidade de chão. Cada gleba tem as suas dificuldades, os seus problemas e percalços diversos. Vai e, antes de tudo, distribuí o adubo da fraternidade e do entendimento.
    Nesse instante, o ex-pregador da verdade sentiu-se impelido por vento forte. A lei do renascimento arrebatava-o às esferas mais baixas, onde, novamente internado na carne, trabalharia, não para ser compreendido, mas para compreender.
 
  Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

domingo, 29 de julho de 2012

GANHANDO RESISTÊNCIA

GANHANDO  RESISTÊNCIA

André Luiz
Reconhece você que a sua resistência precisa aumentar; por isso mesmo não despreze o esforço no bem algum tanto a mais além do nível.
Se o trabalho parece estafante, suporte mais um pouco as dificuldades em que se lhe envolvem os encargos.
Onde lhe pareça já haver exercitado o máximo de humildade, apague-se um tanto mais em favor de outrem para que o seu grupo alcance a segurança ideal.
Demonstre um pouco mais de paciência nos momentos de inquietação e evitará desgostos incalculáveis.
Abstenha-se algo mais de reclamações mesmo justas, no que se reporta aos seus interesses pessoais, e observará quanta simpatia virá depois ao seu encontro.
Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providenciai de muita gente.
Confie algo mais na proteção da Bondade Divina e conseguirá superar obstáculos que se lhe figuravam intransponíveis.
Nos dias de enfermidade agüente um tanto mais as dificuldades do tratamento e você apressará as suas próprias melhoras de maneira imprevisível.
Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.
Você vive no mundo em meio de provas e lutas, desafios e necessidades, ao modo de aluno entre as lições de que precisa na escola, em favor do próprio aproveitamento; aprenda a suportar os convites ao bem dos outros e você ganhará os melhores valores da resistência.
Livro Respostas da Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

PAIS DE FAMÍLIA / QUEM NÃO PEDIU PARA NASCER?

PAIS  DE  FAMÍLIA
                                               
Emmanuel

Chico Xavier conta-nos como foi recebida a mensagem abaixo: “Antes das tarefas programadas, muitos dos visitantes, notadamente dos mais jovens na vida física, solteiros e casados, faziam perquirições sobre as diretrizes dos bons espíritos às pessoas que tivessem pais ou mães de trato difícil, vários companheiros destacando os obstáculos de que se sentem objeto. Os estudos realizados reportaram-se à questão nº. 203 de “O Livro dos Espíritos”, aberto, como sempre, ao acaso. Ao término da reunião o nosso caro Emmanuel escreveu a página que lhe envio”.

Na Terra, habitualmente, esperamos encontrar, em nossos filhos, gênios de grandeza moral. De igual modo, quando na condição de filhos, desejamos possuir nos pais modelos intocáveis de virtude.
Mais longamente internados na escola física vamos reconhecendo, a pouco e pouco, seja qual seja a posição que nos cabe no mundo, que somos o que somos, criaturas ainda incompletas a caminho da perfeição, unidas transitoriamente umas às outras, entre as paredes do lar ou nos compromissos domésticos para fins de resgate ou burilamento.
Reflete nisso. E se a vida te entregou a pais ou mães difíceis, que não puderam ou não te podem apresentar, por agora, dia por dia, inalteravelmente uma certidão de irrepreensibilidade, não deixe de amá-los e respeitá-los mesmo assim.
***
Há quem diga que não pediu aos genitores para nascer, entretanto, essa mesma criatura em rebeldia talvez seja aquela que, antes do berço, se lhes erigia em obsessor afetivo, a esmolar-lhes repetidamente uma nova existência na Terra, até que lhes cedessem aos anseios, integrando-se um com o outro, para que esse filho ou filha, hoje revoltados, atingissem o plano físico tentando novas aquisições de progresso.
***
Se sofres conflitos e ouves alguém a debitá-los na conta de traumas nascidos de aversão, desprezo, inveja, ódio, vinculação afetiva ou superproteção por parte dos pais difíceis que talvez tiveste ou que provavelmente ainda agora te acompanham, recorda que semelhantes estudos poderão expressar a verdade do ponto de vista terrestre, mas não te esqueças de que as leis da reencarnação estão funcionando. E que na posição de pais ou filhos somos seres em aperfeiçoamento, demandando à imortalidade, e que unicamente à custa de compreensão e respeito recíproco lograremos sanas os próprios desequilíbrios e desajustes.
***
Ante pais ou mães complexos, auxilia-os, sem jamais reprová-los. Eles te pedem entendimento e apoio, a fim de acertarem com os próprios rumos, tanto quanto recebeste deles apoio e entendimento para alcançar a escola humana.
Todos nós, os espíritos em evolução na Terra, por enquanto, nos achamos muito longe das qualidades evangélicas. E todos nós, sem exceção, precisamos de amor e do amparo do amor para viver, conviver e sobreviver.
 
QUEM NÃO PEDIU PARA NASCER?

Irmão Saulo

A pergunta 203 de “O Livro dos Espíritos” refere-se aos elementos que os pais transmitem aos filhos. A resposta dos espíritos é esta: “Dão-lhes apenas a vida animal, pois a alma é indivisível. Um pai obtuso pode ter filhos inteligentes e vice-versa”. Acreditava-se que os pais transmitiam aos filhos alguma coisa de suas próprias almas. Os espíritos refutaram essa tese.
As semelhanças de temperamento e tendências nas famílias não são explicadas no Espiritismo pela hereditariedade física, mas pela afinidade espiritual. Na reencarnação os espíritos são atraídos aos pais em virtude de ligações do passado. As ligações positivas se reconhecem pela afinidade, as negativas pela repulsão. Pais e filhos que se ajustam são espíritos afins, os que se repelem são credores e devedores que se reencontram.
O espírito suficientemente evoluído para ter consciência de suas deficiências, logo que vence o prazo destinado à sua permanência na vida espiritual, pede para reencarnar. Liga-se, então, por afeto ou por remorso, a pessoas de seu convívio na vida anterior (ligações positivas ou negativas) pedindo-lhes que os aceitem como filhos. Cada nascimento na Terra implica decisões tomadas no mundo espiritual. Há os que pedem e os que imploram para nascer. Os que imploram são geralmente os que mais reclamam nesta vida, os que mais se desajustam em família, os mais rebeldes – porque mais necessitados.
O conceito humano de que ninguém pediu para nascer é um erro produzido pela cegueira espiritual dos homens. Como esquecemos os antecedentes espirituais do nascimento – precisamente para podermos viver uma vida nova, sem lembranças perturbadoras – temos a impressão de que fomos enviados ao mundo à revelia do nosso desejo. E muitos acusam os pais de responsáveis pelo seu nascimento, como se os pais tivessem o poder de gerar quando querem e de escolher os espíritos que devem nascer como seus filhos.
A mensagem de Emmanuel, colocando o problema em seus termos exatos, adverte-nos quanto à necessidade de atendermos aos deveres da vida em família, pois o cumprimento ou não desses deveres determinará a nossa futura situação na vida espiritual. A vida material passa depressa e os laços espirituais continuam além da morte e repercutem nas vidas futuras.

Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

Ante o Aborto

ante  o  aborto
                                               
Emmanuel

Na problemática do aborto imagina-te ansiando pelo ingresso em determinada oficina, de cujo salário e experiência necessitas para efeito de aperfeiçoamento e promoção.
Alcançando-a pelo concurso de mãos amigas, alimentas a melhor esperança.
Em tudo, votos de paz e renovação aguardando o futuro.
Entretanto, ainda nesta hipótese, observas-te em profundo abatimento, incapaz de comandar a própria situação. Assemelhas-te ao enfermo exausto, sem recursos para te garantires e sem palavra que te exprima, suplicando em silêncio a compaixão e a bondade daqueles aos quais a Sabedoria da Vida te confiou a necessidade por algum tempo e a quem prometes reconhecimento e veneração.
Mentalizado semelhante painel, reflete no desapontamento e na dor que te tomariam de assalto se te visses inesperadamente debaixo de fria e descaridosa expulsão, a pancadas de instrumentos cortantes ou a jatos de venenosos agentes químicos.
Nessas circunstâncias, que sentimentos te caracterização a reação?
Nesta imagem simples colocamos, do Lado Espiritual da Vida, a posição da criatura rejeitada a golpes e injúrias na passagem para o renascimento no Plano Físico.
Por mais pretenda basear-se em leis humanas de impunidade, o aborto sem apoio no impositivo de salvação da vida materna será sempre um erro deplorável, a seguir-se de conseqüências inquietantes e imprevisíveis.
Onde estiveres, na execução dos encargos que o mundo te deu, organiza os temas de sexo que te digam respeito, conscientizando as próprias responsabilidades no relacionamento com o próximo, segundo os princípios de compromisso, equilíbrio, controle e educação, nos vários graus de burilamento em que se nos orienta a vida afetiva, até que possamos penetrar com segurança nos domínios da sublimação. E conservamos a certeza de que também no sexo funciona a lei de causa e efeito, pela qual sempre recolhemos de volta aquilo que dermos ou impusermos aos outros.
Ainda assim, se um ser humano se te incorpora à existência humana, não o condenes à morte. Compadece-te do companheiro que se encontra contigo ou que se te vincula ao coração, por enquanto sem voz para defender-se. Além disso, é lícito considerar que se a criatura hoje ao teu lado te pede a bênção para nascer, transformando-se em motivo de preocupação ou desgosto, é possível que essa mesma criatura se te converta amanhã em base de sustentação e de alegria no caminho do amor, para a obtenção de mais luz.


A MATANÇA DOS INOCENTES

Irmão Saulo

Conta-nos o evangelista Mateus o episódio da matança dos inocentes em Belém, por ordem de Herodes, com o fim de aniquilar o mais glorioso destino que já se desenrolou na Terra. Foi uma tentativa de aborto após nascimento, pois, não tendo podido ordenar o aborto fisiológico, Herodes tentou o aborto histórico do destino do Cristo. Os inocentes sacrificados em Belém dão-nos a imagem brutal das conseqüências de cada crime dessa espécie para a humanidade Centenas de destinos que se ligavam ao do nascituro são afetados pelas mãos assassinas que o imolam.
Chico Xavier conta-nos como foi recebida essa mensagem na reunião pública de 7 de março de 1972, em Uberaba. Eis as informações textuais que nos enviou :
“Duas senhoras se manifestaram desejosas de conhecer que opinião seria a dos amigos espirituais de sempre acerca do aborto. E falaram com bastante conhecimento de causa sobre o que vai ocorrendo em outros países que se regem por leis diferentes das nossas. Outros temas sobre maternidade, filhos, familiares e vida doméstica afastaram o assunto inicial. Mas, no desenrolar das tarefas da noite, a pergunta que nos veio em “O Livro dos Espíritos”, para estudo, foi a que tem o número 358, e o problema do aborto voltou ao exame de todos os presentes. Ao término da reunião, Emmanuel escreveu a página que lhe entrego com estas noticias.”
Respondendo a pergunta 358, os espíritos afirmam, no livro citado, que o aborto é um crime, mas na pergunta seguinte fazem uma ressalva quando se trata de salvar a vida da mãe. Na mensagem de Emmanuel verificamos que o problema é colocado nesses mesmos termos. O sacrifício da criança que vai nascer só pode ter uma justificativa, a preservação da vida materna, naturalmente em casos extremos. Não há necessidade de argumentos metafísicos para se compreender isso. Um ser que nasce é um destino que se inicia na Terra. Seja glorioso ou não, segundo o juízo humano, esse destino, por mais obscuro, corresponde sempre a uma necessidade vital, a uma exigência da evolução.
Não faltaram nesse episódio evangélico os traços marcantes de cada crime de aborto praticado na Terra. Uma luz no céu anuncia o nascimento de Jesus. Os Reis Magos a seguem jubilosos através do deserto para verem a criança esperada, e levam a notícia a Herodes que devia também alegrar-se com ela. Um anjo avisa José e o manda fugir com Maria e a criança para o Egito. Herodes finge alegrar-se, mas ordena a matança. Cada nascimento na Terra é precedido sempre de uma luz no céu (que é o desígnio espiritual determinando a ocorrência), do júbilo dos que o aguardam – mesmo à distância, no deserto das provas e expiações do destino – da notícia levada aos que devem alegrar--se com ela e da presença do anjo que vela pelo inocente.
Mas, quando o crime do aborto é tentado ou se consuma, seus antecedentes são sempre os do fingimento e da astúcia, originados pelo egoísmo e o comodismo de Herodes. O anjo nunca deixa de avisar os pais, tocando-lhes a consciência e o coração, ordenando-lhes a fuga, em defesa da criança, para longe das mãos assassinas que se aprestam para sacrificá-la. Alguns estudiosos do Evangelho desprezam essa alegoria, de Mateus. Mas o ensino espiritual que ela encerra bastaria para mostrar às consciências cristãs e espirituais do mundo – independente da veracidade histórica do episódio – que as advertências divinas nunca faltam na Terra aos que se deixam fascinar pelo canto da sereia das conveniências materiais.

Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos