Nem Prata, Nem Ouro, Mas ...
Pairavam, na memória dos discípulos de Jesus, o doce encantamento das experiências ao Seu lado e as cruas quão dilacerantes cenas da Tragédia.
Reconfortados pela Sua ressurreição, cantavam-lhes nas almas as festivas reminiscências dos reencontros com o Amigo redivivo, em exuberante vitalidade, que nunca mais desapareceria das suas existências.
O palco imenso da rude e ingrata Jerusalém, onde se desenrolaram os acontecimentos quase inexplicáveis que o Gólgota exibira em hediondez e o túmulo não silenciara em sombras, agora era novo cenário, no qual ocorrências diferentes e multiplicadas aconteciam.
As notícias do retorno do Mestre produziram diferentes reações, como seriam de esperar-se: alegria e curiosidade nas massas, medo e perversidade nos culpados.
Desejando silenciar a Voz da Verdade, tomaram-na mais potente; pretendendo matar o Cantor, fizeram-nO mais vivo e objetivando anular-Lhe a mensagem abriram mais amplo espaço para fazê-lA ouvida.
Uma sucessão de eventos ditosos impediu que o esquecimento geral sepultasse a melodia de libertação do Conquistador Celeste, o que sacudia continuamente a opinião nas praças e assustava os habitantes soezes dos palácios e dominadores do Templo.
Jesus prosseguia vivo na memória geral e atuante em toda parte.
Fora visto em diferentes lugares, e os testemunhos eram insuspeitos.
Uma aragem perfumada espraiava-se pelas diferentes regiões e nelas Ele retomava, dialogando, cumprindo o anúncio da sobrevivência.
Ninguém, nem nada pudera detê-lO.
O ódio, que envilece, também cega; igualmente intoxica, e alucina.
O assassinato do Justo não bastara para os criminosos, que, desejando fazê-lO um traidor, criaram um mártir, planejando maculá-lO, desnudaram-Lhe a pureza, e crendo aniquilá-lo, abriram-Lhe as portas fantásticas da imortalidade com que confirmava todos os ditos e feitos.
A orgulhosa e fria Jerusalém fora erguida com pompa, e o seu Templo, sobre o monte Moriá, constituía o máximo da glória de Israel, que se ufanava do Deus único, embora subjugada pela águia romana, em cujas garras o mundo conhecido se debatia e estertorava.
A política vil e a ganância arbitrária se misturavam nas disputas governamentais dos poderes civil e militar, entregues aos romanos, e religioso, nas mãos hábeis dos sacerdotes, na sua maioria, inescrupulosos.
O poder e a miséria mesclavam-se, trocavam de lugar, qual ocorre ainda hoje.
Os átrios e a entrada do Templo suntuoso, desafiador, majestoso e extravagante nas ornamentações com que Salomão o engrandecera, após a sua construção por Zorobabel, e posterior destruição, permaneciam repletos de miséria: a moral — dos cambistas e vendedores; a mental — dos alucinados; a orgânica — dos enfermos; a econômica —dos pobres; a ociosa — dos desocupados e aventureiros.
No seu interior, entre liturgias e cerimoniais, a face gelada da religião formal confundia o temor a Deus e o ódio aos romanos, a indiferença pelas criaturas e a astúcia para manter o domínio sobre as consciências adormecidas.
Os perfumes rituais exalavam dos incensórios e trípodes espalhados por todos os lados, confundindo-se com a sudorese do poviléu e suas chagas abertas.
O país, porém, e a cidade, acorriam com a assiduidade exigida aos cultos que ali se celebravam, conforme o calendário estabelecido. Além dos dias festivos, que celebravam o cativeiro ou a libertação, o sofrimento no deserto ou as concessões divinas, também se apresentavam os ofícios habituais expostos pela Lei.
Foi num dia comum, igual a outro qualquer, ante as atividades da cidade febril e a monotonia da realização religiosa, que Pedro e João, dando prosseguimento à obediência exigida pela Tradição, subiram ao Templo para a oração da hora nona.
Esfervilhavam nas suas mentes as recordações de Jesus e a sinfonia das Suas palavras marcava os movimentos e o pulsar dos sentidos e do coração.
Os infelizes desfilavam suas misérias e as dores exibiam suas exulcerações.
Quase à Porta Formosa, rica de adornos, entrada especial para o interior das imponentes edificações do Templo, um coxo de nascença que era trazido ali para mendigar, vendo que eles iam entrar, implorou-lhes que lhe dessem esmola.
A esmola sempre foi um recurso da indignidade humana, que afronta aquele que a recebe e toma mesquinho quem a oferta.
Jesus subverteu-a, oferecendo o amor que dignifica e que liberta.
Pedro, recordando-se do Divino Médico e Benfeitor, tomado de compaixão, disse ao solicitante:
— Olha para nós.
Supondo que ia receber as migalhas habituais, o mendigo dirigiu-lhe o olhar e foi surpreendido com a dádiva incomum: — Não tenho prata nem ouro para te dar — esclareceu o Apóstolo — mas o que eu tenho dou-te: em nome de Jesus, o Nazareno, anda!
Aconteceu muito rápido. Relâmpago que fere a noite escura e cinde-a, os fatos atropelaram-se para espanto geral.
Tomando-o pela mão direita o levantou; logo os seus pés e artelhos se firmaram; e, dando um salto, pôs-se de pé e começou a andar.
Ato contínuo, cantando louvores, ele entrou no Templo com os dois, andando e exaltando Deus.
Como era natural, a estupefação tomou conta das pessoas, que conheciam o pedinte da Porta Formosa, agora recuperado. Tomadas de espanto, acorreram a informar-se do acontecido.
Instaurava-se em definitivo o amanhecer da Nova Era.
O arrependido das negações erguia-se para demonstrar que o amor é a terapia por excelência e a misericórdia é a companheira que balsamiza todas as chagas da vida e do coração.
A Humanidade possui prata e ouro em abundância e misérias morais em quantidade.
Poucos distribuem esses valores e perdem-se entre os celerados, os carentes morais do mundo.
Alguns se liberam dessa escravidão e repartem um pouco.
Os verdadeiros cristãos, no entanto, que não possuem os tesouros que se gastam, se roubam, se perdem, despertam disputas e paixões, oferecem o que têm, distendem e promovem a criatura, impulsionando-a para a felicidade, para caminhar por si mesma no rumo da libertação.
Não doam coisas — doam-se.
Não possuem moedas, mas amor.
—Nem prata, nem ouro, mas...
Amélia Rodrigues
Divaldo Franco
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quinta-feira, 27 de junho de 2013
Multidão de Sofrimentos (...)"A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe era conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor"....
Multidão de Sofrimentos
Sempre estava Jesus cercado pela multidão. Entardecia...
A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe era conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor.
Em todos os tempos, o sofrimento é a cobrança do pretérito culposo dos atormentados em lapidação benéfica para a própria redenção, em clima de urgência.
A lepra, ingrata e hedionda, procede do Espírito que exterioriza a degenerescência dos tecidos sutis, exsudando as misérias íntimas na faina incessante da purificação. Assim a cegueira e a surdez, a paralisia e a mudez, o câncer e tantos suplícios expressam o limite imposto ao devedor na faculdade cujo uso foi mal aplicado, fazendo o ser calceta em si mesmo, carente de imediata reparação.
A falta do órgão ou membro, a desarmonia da faculdade ou função que representam sempre a cobrança que chega em forma de controle e educação, predispondo o ser para a liberdade.
E como a dor tem sido a característica da vida humana, Jesus estava sempre cercado pela multidão.
Eram os atormentados de ontem, ora envergando as marcas e manchas do passado, na condição de atormentados atuais, buscando, sequiosos, a água lustral do Evangelho do Reino, para lavarem as imundícies da imperfeição.
Cercado pela multidão, Ele abria os braços e descerrava os lábios, socorrendo e falando ...
A voz modulada em musicalidade divina derramava lições de vida em urgente profilaxia, de modo a que todo aquele que pudesse recuperar-se não tornasse aos erros transatos, a fim de não se acumpliciar com o crime, do que decorrem sempre mais graves e danosos compromissos. E as mãos misericordiosas libertavam das amarras limitadas do padecimento, facultando agilidade e os meios de crescimento superior aos beneficiados.
A multidão buscava-O sempre ansiosa...
Dos Seus lábios recolhia pérolas em luz, gemas em claridade incomparável para iluminar a senda de percalços e pedrouços. E das Suas mãos recebia o vigor em dádivas de saúde, que renovavam as peças gastas e os implementos orgânicos em desconcerto, produzindo o refazimento e a paz.
Amava-O a multidão; ao menos necessitava d’Ele avidamente e O seguia.
Começava o ministério entre expectativas e ansiedades.
Quantas vezes Israel tivera outros profetas.
Procediam de todos os rincões e se caracterizavam, não raro, pela severidade e aspereza dos conceitos que, semelhante a látego em brasa punitiva, azorragavam com doestos e ameaçavam com longas e penosas correções.
Há pouco escutara-se a Voz do Batista e a sua figura austera derramava o verbo abrasador, conclamando ao arrependimento e ao aproveitamento da hora, antes que se fizesse tarde.
Ele, porém, Aquele suave Rabi, era a mansuetude e a abnegação. Quando o semblante se Lhe fazia grave, a meiguice e a dor exteriorizavam todo o Seu amor e ao mesmo tempo refletiam as Suas esperanças, penetrando no porvir, em cujo curso incessante dos tempos o homem encontraria a paz ...
Era o mês de Nisan. A tarde caía suave e calma.
A notícia da cura da sogra de Simão, cuja febre repreendida pelos Seus lábios se evadira, atraía a multidão dos necessitados.
Carreados por ventos brandos, aromas sutis balsamizavam a tarde em festa de luz.
A praia amiga, referta de esperanças, suspirando nos corações ansiosos dos homens, ali representava todos os tempos; o ontem e o amanhã da dor perseguindo a paz ...
Ele aproximou-se e começou a curar.
Luz Divina em sombra densa, Sua aura reativava as forças fracas, recompondo os desgastes e desalinhos dos infelizes.
O espetáculo da alegria espontânea explodindo, comovia, e a reconstrução da saúde ante o olhar esgazeado de surpresa dos comensais do sofrimento, a rearticulação das faculdades psíquicas dos antes atormentados, os Espíritos imundos expulsos pelo Seu magnetismo fascinavam e, num crescendo, avolumavam-se as emoções à Sua volta...*
As vozes estremunhadas dos obsessores desligados das vítimas, gritavam:
- Tu és o filho de Deus.
Ele, porém, sereno e pulcro, respondia:
- Eu vos proíbo de falar. Afastai-vos daqui ...
- No desabrochar natural das alegrias, uma pausa fez-se espontânea durante o sublime repasto da esperança. Ele, então, falou com eloqüência e magnitude:
- Todos os males promanam do Espírito. Tende tento!
“O Espírito é a fonte gentil e abundante onde nascem a enfermidade e a saúde, o destino e o porvir de cada ser, conforme se acumulam nas nascentes os atos que padronizam as futuras necessidades. Enquanto o homem não mergulhar na intimidade dos seus problemas para solucioná-los à luz da razão e do amor, não conseguirá o lenitivo da harmonia.
“Sois ‘o sal da Terra’. O valor dele é mantido enquanto conserva o sabor.
“Sois a luz” da oportunidade, enquanto marchardes espargindo bênçãos e distribuindo esperanças.
“Deus, Nosso Pai, é o Criador, mas o homem, ascendendo, é o autor da sua dita ou desgraça.
“Inutilmente buscareis fora a saúde se não a mantiverdes retida no âmago do Espírito, cuja perda se transforma em incessante aflição e maior tormento.
“A saúde, a seu turno, é oportunidade de evolução e de responsabilidade para com a vida.
“Buscai antes o amor e fazei todo o bem possível, para vos conservardes em paz. O amor é a candeia acesa e o bem é o combustível que a mantém.
“Pacificai-vos para que vos conduzais em espírito de sabedoria, fazendo longos e proveitosos os vossos dias de júbilo na Terra e felizes, mais tarde, nos Céus.”
Clara manhã. Sua presença apagava a noite, sugando-a com beijos de luminosidade libertadora. E por onde andava, lá estava a multidão aflita e Ele prosseguia, disseminando a saúde, por ser um excelente mensageiro da Vida.
Ao longe o sol declinava, caindo além dos montes, adornando a paisagem de ouro fulgurante no ar, e todos, tocados pela Sua misericórdia, os antes aflitos, debandaram na direção do lar, deixando a meditar, em profundo recolhimento, sob o fulgor das primeiras estrelas, o Filho do Altíssimo...
(*) Lucas 5:40-41 – Nota da Autora Espiritual.
Amélia Rodrigues
A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe era conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor.
Em todos os tempos, o sofrimento é a cobrança do pretérito culposo dos atormentados em lapidação benéfica para a própria redenção, em clima de urgência.
A lepra, ingrata e hedionda, procede do Espírito que exterioriza a degenerescência dos tecidos sutis, exsudando as misérias íntimas na faina incessante da purificação. Assim a cegueira e a surdez, a paralisia e a mudez, o câncer e tantos suplícios expressam o limite imposto ao devedor na faculdade cujo uso foi mal aplicado, fazendo o ser calceta em si mesmo, carente de imediata reparação.
A falta do órgão ou membro, a desarmonia da faculdade ou função que representam sempre a cobrança que chega em forma de controle e educação, predispondo o ser para a liberdade.
E como a dor tem sido a característica da vida humana, Jesus estava sempre cercado pela multidão.
Eram os atormentados de ontem, ora envergando as marcas e manchas do passado, na condição de atormentados atuais, buscando, sequiosos, a água lustral do Evangelho do Reino, para lavarem as imundícies da imperfeição.
Cercado pela multidão, Ele abria os braços e descerrava os lábios, socorrendo e falando ...
A voz modulada em musicalidade divina derramava lições de vida em urgente profilaxia, de modo a que todo aquele que pudesse recuperar-se não tornasse aos erros transatos, a fim de não se acumpliciar com o crime, do que decorrem sempre mais graves e danosos compromissos. E as mãos misericordiosas libertavam das amarras limitadas do padecimento, facultando agilidade e os meios de crescimento superior aos beneficiados.
A multidão buscava-O sempre ansiosa...
Dos Seus lábios recolhia pérolas em luz, gemas em claridade incomparável para iluminar a senda de percalços e pedrouços. E das Suas mãos recebia o vigor em dádivas de saúde, que renovavam as peças gastas e os implementos orgânicos em desconcerto, produzindo o refazimento e a paz.
Amava-O a multidão; ao menos necessitava d’Ele avidamente e O seguia.
Começava o ministério entre expectativas e ansiedades.
Quantas vezes Israel tivera outros profetas.
Procediam de todos os rincões e se caracterizavam, não raro, pela severidade e aspereza dos conceitos que, semelhante a látego em brasa punitiva, azorragavam com doestos e ameaçavam com longas e penosas correções.
Há pouco escutara-se a Voz do Batista e a sua figura austera derramava o verbo abrasador, conclamando ao arrependimento e ao aproveitamento da hora, antes que se fizesse tarde.
Ele, porém, Aquele suave Rabi, era a mansuetude e a abnegação. Quando o semblante se Lhe fazia grave, a meiguice e a dor exteriorizavam todo o Seu amor e ao mesmo tempo refletiam as Suas esperanças, penetrando no porvir, em cujo curso incessante dos tempos o homem encontraria a paz ...
Era o mês de Nisan. A tarde caía suave e calma.
A notícia da cura da sogra de Simão, cuja febre repreendida pelos Seus lábios se evadira, atraía a multidão dos necessitados.
Carreados por ventos brandos, aromas sutis balsamizavam a tarde em festa de luz.
A praia amiga, referta de esperanças, suspirando nos corações ansiosos dos homens, ali representava todos os tempos; o ontem e o amanhã da dor perseguindo a paz ...
Ele aproximou-se e começou a curar.
Luz Divina em sombra densa, Sua aura reativava as forças fracas, recompondo os desgastes e desalinhos dos infelizes.
O espetáculo da alegria espontânea explodindo, comovia, e a reconstrução da saúde ante o olhar esgazeado de surpresa dos comensais do sofrimento, a rearticulação das faculdades psíquicas dos antes atormentados, os Espíritos imundos expulsos pelo Seu magnetismo fascinavam e, num crescendo, avolumavam-se as emoções à Sua volta...*
As vozes estremunhadas dos obsessores desligados das vítimas, gritavam:
- Tu és o filho de Deus.
Ele, porém, sereno e pulcro, respondia:
- Eu vos proíbo de falar. Afastai-vos daqui ...
- No desabrochar natural das alegrias, uma pausa fez-se espontânea durante o sublime repasto da esperança. Ele, então, falou com eloqüência e magnitude:
- Todos os males promanam do Espírito. Tende tento!
“O Espírito é a fonte gentil e abundante onde nascem a enfermidade e a saúde, o destino e o porvir de cada ser, conforme se acumulam nas nascentes os atos que padronizam as futuras necessidades. Enquanto o homem não mergulhar na intimidade dos seus problemas para solucioná-los à luz da razão e do amor, não conseguirá o lenitivo da harmonia.
“Sois ‘o sal da Terra’. O valor dele é mantido enquanto conserva o sabor.
“Sois a luz” da oportunidade, enquanto marchardes espargindo bênçãos e distribuindo esperanças.
“Deus, Nosso Pai, é o Criador, mas o homem, ascendendo, é o autor da sua dita ou desgraça.
“Inutilmente buscareis fora a saúde se não a mantiverdes retida no âmago do Espírito, cuja perda se transforma em incessante aflição e maior tormento.
“A saúde, a seu turno, é oportunidade de evolução e de responsabilidade para com a vida.
“Buscai antes o amor e fazei todo o bem possível, para vos conservardes em paz. O amor é a candeia acesa e o bem é o combustível que a mantém.
“Pacificai-vos para que vos conduzais em espírito de sabedoria, fazendo longos e proveitosos os vossos dias de júbilo na Terra e felizes, mais tarde, nos Céus.”
Clara manhã. Sua presença apagava a noite, sugando-a com beijos de luminosidade libertadora. E por onde andava, lá estava a multidão aflita e Ele prosseguia, disseminando a saúde, por ser um excelente mensageiro da Vida.
Ao longe o sol declinava, caindo além dos montes, adornando a paisagem de ouro fulgurante no ar, e todos, tocados pela Sua misericórdia, os antes aflitos, debandaram na direção do lar, deixando a meditar, em profundo recolhimento, sob o fulgor das primeiras estrelas, o Filho do Altíssimo...
(*) Lucas 5:40-41 – Nota da Autora Espiritual.
Amélia Rodrigues
ANTE OS ADVERSÁRIOS
ANTE OS
ADVERSÁRIOS
Emmanuel
Interpretemos nossos adversários por irmãos, quando não nos seja possível
recebê-los por instrutores.
Quando o Senhor nos aconselhou a
paz com os inimigos do nosso modo de ser, recomendou-nos certamente o
olvido de todo o mal.
Às vezes, fustigando aqueles que
nos ofendem, a pretexto de servirmos à verdade, quase sempre faltamos ao
nosso dever de amor.
Nem todos podem enxergar a vida por
nossos olhos ou aceitar o mapa da jornada terrestre, através da cartilha
dos nossos pontos de vista.
E, não raro, em zurzindo os outros
com o látego de nossa crítica ou intoxicando-os com o vinagre de nosso
azedume, procederemos à maneira do lavrador que enlouquecesse, de
improviso, espalhando cáusticos destruidores sobre a plantação nascente,
necessitada de auxílio pela fragilidade natural.
Claro que o amor fraterno encontra
mil modos diversos para fazer-se sentir, no reajuste das situações
difíceis no caminho da vida e é justamente para a verdadeira solidariedade
que devemos apelar em qualquer circunstância obscura do roteiro comum.
Se não apagamos o incêndio,
atirando-lhe combustível, e se não podemos sanar feridas, alargando-lhes
as bordas, a golpes de força, também não entraremos em harmonia com os
nossos adversários por intermédio da violência.
Usemos o amor que o Mestre nos
legou, se desejamos a paz na Vida Maior.
Compreendamos aos que nos ofendem.
Oremos pelos que nos perseguem ou
caluniam.
Amparemos os que nos perturbam.
Sejamos o apoio dos companheiros
mais fracos.
E o Divino Senhor da Vinha do
Mundo, que nos aconselhou o livre crescimento do joio e do trigo, no campo
da Terra, em momento oportuno, se fará revelar, amparando-nos e
selecionando os nossos sentimentos, através do seu justo julgamento.
Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
MEDIUNIDADE E DEVER
MEDIUNIDADE E
DEVER
Emmanuel
Reunião pública
de 2-3-59
Questão nº
799
No campo da
mediunidade, não ouvides que o dever retamente cumprido é a bússola que te
propiciará rumo certo.
Deslumbrar-te-ás na
contemplação de painéis assombrosos na esfera extrafísica, mas, se não
enxergas o quadro das próprias obrigações a fim de atendê-las
honestamente, a breve espaço sofrerás a espionagem das inteligências que
pervagam nas trevas, a converterem-te as horas em pasto de vampirismo.
Escutarás sublimes
revelações, inacessíveis ao sensório comum; todavia, se não estiveres
atento para com as ordenações da consciência laboriosa e tranqüila, em
pouco tempo serás ouvido pelos agentes da sombra a enredarem-te os passos
no fojo de perturbações aviltantes.
Assimilarás o
influxo mental de Espíritos nobres, domiciliados além da Terra, e
transmitir-lhes-ás a palavra construtiva em discursos admiráveis; contudo,
se não demonstras reta conduta à frente dos outros, no exemplo vivo do
trabalho e do entendimento, sem demora te encontrarás envolvido nas
vibrações de criaturas retardadas e delinqüentes, a chumbarem-te os pés na
fossa da obsessão.
Psicografarás
páginas brilhantes, nas quais a ciência e a fé se estampam, divinas; no
entanto, se teus braços desertam do serviço santificante,
transformar-te-ás facilmente no escriba da vaidade e da insensatez.
Fornecerás
importantes notícias do mundo espiritual, utilizando recursos ainda
ignorados pela percepção dos teus ouvintes; entretanto, se foges do estudo
que te faculta discernimento, serás para logo detido no nevoeiro da
ignorância.
Se a mediunidade
evidente é tarefa que te assinala o roteiro, não te afastes dos
compromissos que a vida te impõe.
Sobretudo, lembra-te
sempre de que o talento mediúnico, encerrado nas tuas mãos, deve ser a
tela digna em que os mensageiros da Espiritualidade Maior possam criar as
obras-primas da caridade e da educação, porquanto, de outro modo, se
buscas comprazimento na indisciplina, do pano roto de tuas energias
descontroladas surgirá simplesmente a caricatura das bênçãos que te
propunhas veicular, debuxada pelos artistas do escárnio, que se valem da
fantasia, a detrimento da luz.
(De "Religião dos
Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
JUSTIÇA E AMOR
JUSTIÇA E
AMOR
Emmanuel
Questão nº876
Sempre que te reportes à justiça, repara que
Deus a fez assistida pelo amor, a fim de que os caídos não sejam
aniquilados.
Terás contigo a lógica indicando-te os males
e o entendimento inspirando-te o necessário socorro aos que lhes sofrem o
assédio.
Onde passes, compadece-te dos vencidos que
contemples à margem...
Muitos pranteiam as ilusões que lhes
trouxeram arrependimento e remorso e muitos se levantam ainda sobre os
próprios enganos, à maneira de trapezistas inconscientes, ensaiando o
último salto ao precipício da morte.
Dir-te-ão alguns não precisarem de teu
consolo, fugindo-te à presença, com receio da verdade que te brilha na
boca, e outros, que desceram do poder renovador do trabalho, preferem
rolar no vício, descendo, mais cedo, os degraus do sepulcro.
Além deles, porém, surgem outros... Os que
desanimaram em plena luta, recolhendo-se ao frio da retaguarda, os que
enlouqueceram de sofrimento, os que perderam a fé por falta de vigilância,
os que se transviaram à mingua de reconforto e os que se abeiraram do
suicídio, tomados pelo superlativo do desespero...
Tentando dar-lhes
remédio, ergue o mundo penitenciárias e hospitais, reformatórios e
manicômios; no entanto, para ajudá-los, confere-te o Cristo a flama do
amor no santuário do coração.
Todos esses
padecentes da estrada têm algo para ensinar.
Os que tombam
esmagados de aflição induzem-te ao serviço pelo mundo melhor, e os que se
arrojam a monstruosos delitos falam, sem palavras, em. Louvor do
equilíbrio de que dispões, auxiliando-te a preservá-1o.
Não permitas que a
justiça de tua alma caminhe sem amor, para que se não converta em
garra de violência.
Ao pé dos maiores celerados da Terra, Deus
colocou mães que amam, embora esses filhos desditosos de suas bênçãos lhes
transformem a vida em fonte de lágrimas.
Diante, pois, dos vencidos de todas as
condições e de todas as procedências, não mostres desprezo, nem grites
anátema.
Não lhes conheces a história desde o
princípio e não percebes, agora, a causa invisível da dor que os degrada.
Ora e auxilia em silêncio, porque não sabes
se amanhã raiará teu instante de abatimento e de angústia, e manda a regra
divina façamos aos outros aquilo que desejamos nos seja feito.
Justiça sem amor é como terra sem água.
Recorda que o próprio Cristo, reconhecendo
que os vencedores do mundo habitualmente se inclinam à vaidade - perigosa
armadilha para quedas maiores -, preferiu nascer na palha dos que vagueiam
sem rumo, viver na dificuldade dos menos felizes e morrer na cruz
reservada às vítimas do crime e aos filhos da escravidão.
(De "Religião dos
Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
EADE-Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita-Livro 1 - Roteiro 15-As Epístola de Paulo parte 2
EADE - LIVRO I
ROTEIRO
15
Objetivos
• Analisar os principais ensinos existentes nas epístolas destinadas
aos gálatas, aos efésios,
aos filipenses e aos colossenses.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Na epístola aos gálatas, Paulo faz uma súplica continuada e
apaixonada sobre
as necessidades dos
cristãos se manterem fiéis ao Evangelho.
• Em efésios, o missivista evidencia preocupação de a comunidade
cristã de
Éfeso não se deixar conduzir
pelas idéias dos filósofos, artistas, retóricos e
historiadores contrárias
aos ensinos evangélicos.
• Na carta dirigida aos filipenses encontramos refletidos o amor e
consideração
que o apóstolo dos gentios
tinha pelos cristãos de Filipos, dedicados servidores
do Cristo.
• A epístola de colossos recebe de Paulo alertas contra idéias
estranhas, oriundas
das práticas pagãs, que
poderiam contaminar a mensagem do Evangelho.
AS EPÍSTOLAS DE PAULO (2)
1. Epístola aos gálatas
Os gálatas viveram na
Galácia, antiga província romana, região situada
no centro da Ásia Menor
(atualmente, fica próxima de Ancara, na Turquia). A
Galácia original era
formada de diversos povos e abrigava várias comunidades
cristãs primitivas. 1
Os gálatas originais eram
celtas que, vindo da Europa central, tinham invadido a Ásia
Menor e se estabeleceram
ali no século III a.C. Mas os soberanos da Galácia estenderam
seu poder sobre os
territórios vizinhos, povoados por outros grupos étnicos; esses grupos
foram incluídos na
província da Galácia e eram gálatas no sentido político, embora não
no sentido étnico. Alguns
desses grupos pertenciam as cidades de Antioquia da Psídia,
Icônio, Listra e Derbe, que
foram evangelizadas por Paulo e Barnabé por volta de 47
d.C. 2
Nessa carta, escrita,
possivelmente, entre 48 e 55, foi enviada, em especial
às igrejas de Antioquia da
Psídia, Icônio, Listra e Derbe e, talvez, à Galácia
étnica. Paulo faz uma
apaixonada súplica aos cristãos das diferentes igrejas
para que não se desviem do
Evangelho. 3
Eles [...] estavam
propensos a dar ouvidos a certos mestres que os exortavam a acrescentar
à sua fé em Cristo alguns
traços característicos do Judaísmo, em particular a circuncisão.
Esses mestres tentavam
também diminuir a autoridade de Paulo, insistindo em que ele
estava em dívida para como
os líderes eclesiais de Jerusalém por sua delegação apostólica
e não tinham nenhum direito
de desvia-los da prática [judaica] de Jerusalém. A epístola
pode ser lida contra o pano
de fundo do ressugirmento do nacionalismo militante da
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 15
Judéia nos anos após 44
d.C. Esses militantes (que vieram a ser chamados de zelotes)
tratavam os judeus que
confraternizavam com gentios como traidores. 3
1.1 - Síntese dos principais
ensinos da epístola aos gálatas
A análise dos ensinamentos
que se seguem deve considerar, sempre, a ação
dos zelotes que desejavam,
por um lado, que os judeus convertidos voltassem ao
Judaísmo, e, por outro,
desmoralizar a mensagem cristã e a Paulo, considerado
traidor por ter-se tornado
cristão.
• Constância na fé cristã
“Maravilho-me de que tão
depressa passásseis daquele que vos chamou à
graça de Cristo para outro
evangelho, o qual não é outro, mas há alguns que
vos inquietam e querem
transtornar o evangelho de Cristo. Mas, ainda que nós
mesmos ou um anjo do céu
vos anuncie outro evangelho além do que já vos
tenho anunciado, seja
anátema. Assim como já vo-lo dissemos, agora de novo
também vo-lo digo: se
alguém vos anunciar outro evangelho além do que já
recebestes, seja anátema.
Porque persuado eu agora a homens ou a Deus? Ou
procuro agradar a homens?
Se estivesse ainda agradando aos homens, não seria
servo de Cristo. Mas
faço-vos saber, irmãos, que o evangelho que por mim foi
anunciado não é segundo os
homens, porque não o recebi, nem aprendi de
homem algum, mas pela
revelação de Jesus Cristo. [...] Nós somos judeus por
natureza e não pecadores
dentre os gentios. Sabendo que o homem não é justificado
pelas obras da lei, mas
pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em
Jesus Cristo, para sermos
justificados pela fé de Cristo e não pelas obras da lei,
porquanto pelas obras da
lei nenhuma carne será justificada. Pois, se nós, que
procuramos ser justificados
em Cristo, nós mesmos também somos achados
pecadores, é, porventura,
Cristo ministro do pecado? De maneira nenhuma.
[...] Ó insensatos gálatas!
Quem vos fascinou para não obedecerdes à verdade,
a vós, perante os olhos de
quem Jesus Cristo foi já representado como crucificado?
Só quisera saber isto de
vós: recebestes o Espírito pelas obras da lei ou
pela pregação da fé? Sois
vós tão insensatos que, tendo começado pelo Espírito,
acabeis agora pela carne?”
(Gl 1:8-12; 2:15-17; 3:1-4)
• Fidelidade ao Cristo
“É evidente que, pela lei,
ninguém será justificado diante de Deus, porque
o justo viverá da fé. Ora,
a lei não é da fé, mas o homem que fizer estas coisas
por elas viverá. [...] De
maneira que a lei nos serviu de aio, para nos conduzir
a Cristo, para que, pela
fé, fôssemos justificados. Mas, depois que a fé veio, já
não estamos debaixo de aio.
Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo
Jesus; porque todos quantos
fostes batizados em Cristo já vos revestistes de
Cristo. Nisto não há judeu
nem grego; não há servo nem livre; não há macho
nem fêmea; porque todos vós
sois um em Cristo Jesus. E, se sois de Cristo,
então, sois descendência de
Abraão e herdeiros conforme a promessa.” (Gl 3:
11-12, 22-29)
• O homem com o Cristo é
livre
“Estai, pois, firmes na
liberdade com que Cristo nos libertou e não torneis
a meter-vos debaixo do jugo
da servidão. Eis que eu, Paulo, vos digo que, se
vos deixardes circuncidar,
Cristo de nada vos aproveitará. [...] Porque nós,
pelo espírito da fé,
aguardamos a esperança da justiça.Porque, em Jesus Cristo,
nem a circuncisão nem a
incircuncisão têm virtude alguma, mas, sim, a fé que
opera por caridade.
[...]Porque vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não
useis, então, da liberdade
para dar ocasião à carne, mas servi-vos uns aos outros
pela caridade. Porque toda
a lei se cumpre numa só palavra, nesta: Amarás o
teu próximo como a ti
mesmo. [...] Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo,
paz, longanimidade,
benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança. Contra
essas coisas não há lei. E
os que são de Cristo crucificaram a carne com as
suas paixões e
concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no
Espírito. (Gl 5: 1-2, 5-6,
13-14,22-25)
A carta aos gálatas
sintetiza a necessidade de se manter fiel ao Cristo em
benefício do próprio
progresso espiritual.
Um dos maiores desastres no
caminho dos discípulos é a falsa compreensão com que
iniciam o esforço na região
superior, marchando em sentido inverso para os círculos
da inferioridade. Dão,
assim, a idéia de homens que partissem à procura de ouro,
contentando-se, em seguida,
com a lama do charco. [...]Observamos enfermos que se
dirigem à espiritualidade
elevada, alimentando nobres impulsos e tomados de preciosas
intenções; conseguida a
cura, porém, refletem na melhor maneira de aplicarem as
vantagens obtidas na
aquisição do dinheiro fácil. [...]Numerosos aprendizes persistem
nos trabalhos do bem;
contudo, eis que aparecem horas menos favoráveis e se entregam,
inertes, ao desalento,
reclamando prêmio aos minguados anos terrestres em que tentaram
servir na lavoura do Mestre
Divino e plenamente despreocupados dos períodos
multimilenários em que
temos sido servidos pelo Senhor. Tais anomalias espirituais que
perturbam consideravelmente
o esforço dos discípulos procedem dos filtros venenosos
compostos pelos pruridos de
recompensa. Trabalhemos, pois, contra a expectativa de
retribuição, a fim de que
prossigamos na tarefa começada, em companhia da humildade,
portadora de luz
imperecível. 11
2. Epístola aos efésios
Os efésios eram os
habitantes de Éfeso, cidade situada na costa odidental da Ásia Menor,
atualmente pertencente á
Turquia. Era [...] sede da comunidade cristã a que a Epístola aos
efésios é dirigida.
Geralmente reconhecida como a primeira e a mais notável metrópole
da província romana da
Ásia. Éfeso desempenhou um papel histórico no movimento do
Cristianismo desde a
Palestina até Roma. Atos [dos Apóstolos] descreve Éfeso como o
ponto culminante da
atividade missionária de Paulo, e foi de Éfeso que Paulo escreveu as
Epístolas aos coríntios.
[...] Do período clássico ao bizantino, Éfeso exerceu hegemonia
na região jônica. Era
famosa pelos seus filósofos, artistas, poetas, historiadores e retóricos.
[...]. Não admira que Paulo
seja visto ensinando “todos os dias na escola de Tirano”, em
Éfeso, durante dois anos
(Atos, 19:9), que João tenha, ao que se conta, escrito o Quarto
Evangelho em Éfeso, e que
tenha sido o local da conversão de Justino Mártir, o primeiro
filósofo cristão. 4
À época da instalação do
Cristianismo primitivo, Éfeso possuía cerca de
250 mil habitantes,
constituindo-se um dos centros urbanos e comerciais que
mais rapidamente cresceram
nos domínios romanos do Oriente. Segundo
Flávio Josefo, embora na
cidade existisse uma expressiva comunidade judaica,
de onde saíram inúmeros
cristãos convertidos, a cidade também era famosa
como centro de magia e
taumaturgia. Havia inúmeros exorcitas, judeus e
gentílicos, como o famoso
pagão Apolônio de Tiana. Existiam também, ali,
inúmeros templos e
panteões, objeto de cultos e rituais aos deuses, sendo o
mais importante o templo
consagrado à deusa Artemisa, que foi considerado
uma das sete maravilhas do
mundo antigo. 4
A epístola aos efésios foi
escrita entre os anos 61-63, quando Paulo estava
preso, possivelmente em
Roma, e faz parte do grupo das cartas denominadas
“epístolas do cativeiro.” 4 (Ef 1:1; 3:1-13; 4:1; 6: 19-22)
A autenticidade dessa
epístola é questionada. Em 1729, o teólogo inglês
Edward Evanson colocou
publicamente, pela primeira vez, a questão. No século
dezenove, estudiosos
alemães chegaram à mesma conclusão: a epistola
não era de Paulo. Este é o
pensamento atual, mantido pela maioria dos pés
quisadores.
quisadores.
A autoria da carta é
atribuída a Onésimo, «[...] o escravo foragido mencionado
na epístola de Paulo a
Filêmon, que é depois identificado também
com o bispo de Éfeso que
usava o nome Onésimo [...].» 5
2.1 - Síntese dos principais
ensinos da epístola aos efésios
• A salvação pela graça
Trata-se de pensamento,
existente no capítulo dois da epístola, que contraria
a salvação pela fé,
defendido por Paulo na epístola aos romanos e na aos
gálatas. Este deve ter sido
um dos pontos que suscitaram dúvidas nos estudiosos.
O estilo e a linguagem são
também diferentes (são de natureza mais teológica).
Analisemos a seguinte ordem
de idéias: “E vos vivificou, estando vós mortos
em ofensas e pecados, em
que, noutro tempo, andastes, segundo o curso deste
mundo, segundo o príncipe
das potestades do ar, do espírito que, agora, opera
nos filhos da
desobediência; entre os quais todos nós também, antes, andávamos
nos desejos da nossa carne,
fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e
éramos por natureza filhos
da ira, como os outros também. Mas Deus, que é
riquíssimo em misericórdia,
pelo seu muito amor com que nos amou, estando
nós ainda mortos em nossas
ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela
graça sois salvos), e nos
ressuscitou juntamente com ele, e nos fez assentar nos
lugares celestiais, em
Cristo Jesus [...]. Porque pela graça sois salvos, por meio
da fé; e isso não vem de
vós; é dom de Deus.” (Ef 2: 1-6, 8)
• A unidade da fé no Cristo
“Portanto, lembrai-vos de
que vós, noutro tempo, éreis gentios na carne
e chamados incircuncisão
pelos que, na carne, se chamam circuncisão feita
pela mão dos homens; que,
naquele tempo, estáveis sem Cristo, separados
da comunidade de Israel e
estranhos aos concertos da promessa, não tendo
esperança e sem Deus no
mundo. Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes
estáveis longe, já pelo
sangue de Cristo chegastes perto. Porque ele é a nossa
paz, o qual de ambos os
povos fez um [...] Rogo-vos, pois, eu, o preso do
Senhor, que andeis como é
digno da vocação com que fostes chamados, com
toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos
outros em amor, procurando
guardar a unidade do Espírito pelo vínculo da
paz: há um só corpo e um só
Espírito, como também fostes chamados em uma
só esperança da vossa
vocação; um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um
só Deus e Pai de todos, o
qual é sobre todos, e por todos, e em todos. Mas a
graça foi dada a cada um de
nós segundo a medida do dom de Cristo.” (Ef 2:
11-14; 4: 1-7)
• Santidade dos costumes
“E digo isto e testifico no
Senhor, para que não andeis mais como andam
também os outros gentios,
na vaidade do seu sentido, entenebrecidos no entendimento,
separados da vida de Deus,
pela ignorância que há neles, pela
dureza do seu coração, os
quais, havendo perdido todo o sentimento, se entregaram
à dissolução, para, com
avidez, cometerem toda impureza. [...]Pelo que
deixai a mentira e falai a
verdade cada um com o seu próximo; porque somos
membros uns dos outros.
Irai-vos e não pequeis; não se ponha o sol sobre a
vossa ira. Não deis lugar
ao diabo. Aquele que furtava não furte mais; antes,
trabalhe, fazendo com as
mãos o que é bom, para que tenha o que repartir
com o que tiver
necessidade. Não saia da vossa boca nenhuma palavra torpe,
mas só a que for boa para
promover a edificação, para que dê graça aos que a
ouvem.” (Ef 4:17-19, 25-29)
• A armadura de Deus
“No demais, irmãos meus,
fortalecei-vos no Senhor e na força do seu poder.
Revesti-vos de toda a
armadura de Deus, para que possais estar firmes contra
as astutas ciladas do diabo
[...]. Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para
que possais resistir no dia
mau e, havendo feito tudo, ficar firmes. Estai, pois,
firmes, tendo cingidos os
vossos lombos com a verdade, e vestida a couraça da
justiça,e calçados os pés
na preparação do evangelho da paz; tomando sobretudo
o escudo da fé, com o qual
podereis apagar todos os dardos inflamados
do maligno. Tomai também o
capacete da salvação e a espada do Espírito, que
é a palavra de Deus [...].”
(Ef 6:10-11, 13-17)
A epístola aos efésios
indica que os aprendizes do Evangelho devem procurar
levar uma vida simples e
desprendida, vigiando os pensamentos e atos.
Cada criatura dá sempre
notícias da própria origem espiritual. Os atos, palavras e pensamentos
constituem informações
vivas da zona mental de que procedemos. Os filhos da
inquietude costumam abafar
quem os ouve, em mantos escuros de aflição. Os rebentos
da tristeza espalham o
nevoeiro do desânimo. Os cultivadores da irritação fulminam o
espírito da gentileza com
os raios da cólera. Os portadores de interesses mesquinhos
ensombram a estrada em que
transitam, estabelecendo escuro clima nas mentes alheias.
Os corações endurecidos
geram nuvens de desconfiança, por onde passam. Os afeiçoados
à calúnia e à maledicência
distribuem venenosos quinhões de trevas com que se
improvisam grandes males e
grandes crimes.
Os cristãos, todavia, são
filhos da luz. E a missão da luz é uniforme e insofismável. Beneficia
a todos sem distinção. Não
formula exigências para dar. Afasta as sombras sem
alarde. Espalha alegria e
revelação crescentes. Semeia renovadas esperanças. Esclarece,
ensina, ampara e
irradia-se. 12
3. Epístola aos filipenses
Filipenses eram os
habitantes de Filipos.
Importante [...] cidade da Macedônia
oriental, na Grécia, sede da comunidade cristã
a que a Epístola de Paulo
aos filipenses é dirigida. Após a batalha decisiva de 42 a .C.,
nas proximidades da cidade,
o imperador Otaviano havia feito de Filipos uma colônia
romana e dado a seus cidadãos
os direitos e privilégios dos que nasciam e viviam em
Roma. Segundo o relato de
Atos, a igreja de Filipos começou assim: Paulo, em sua segunda
viagem missionária, deixou
Ásia Menor pela Macedônia, foi a Filipos, pregou o
Evangelho; Lídia, uma
mulher proeminente daquela região, e alguns outros se tornaram
cristãos. Ao que parece a
igreja foi abrigada inicialmente na casa de Lídia. Apesar dos
seus começos modestos,
cresceu e se tornou uma ativa comunidade cristã, desempenhando
importante papel no evangelismo,
partilhando prontamente suas próprias posses
materiais, mesmo em meio a
extrema pobreza, e enviando generosamente um dos seus
para ajudar Paulo em seu
trabalho para auxiliá-lo quando estava na prisão. Paulo visitou
essa igreja em pelo menos
três ocasiões [...]. 6
A epístola traz um apelo do
apóstolo aos cristãos, pedindo-lhes «[...] que
vivam de maneira condigna
do Evangelho, em unidade, harmonia e generosidade,
sem lamúrias nem queixas,
mantendo sempre diante de si Jesus Cristo
como modelo supremo de toda
ação moral [...].» 7
A epístola destaca as
qualidades de Timóteo e Epafrodito, exemplos de
trabalhadores cristãos
fiéis, prometendo enviá-los a Filipos. «[...] Adverte-os
contra evangelistas judeus
ou judaizantes cujos ensinamentos e práticas são
contrários ao Evangelho
[...].» 7
A autenticidade da epístola
aos filipenses não é posta em dúvida. O que se
supõe é que, originalmente,
existiu um conjunto de bilhetes ou três pequenas
cartas, posteriormente
reunidos numa única epístola. 8
EADE - Roteiro 15 - As epístolas de Paulo (2)
A comunidade de Filipos
devotava especial afeto ao apóstolo dos gentios,
cumpriram fielmente as suas
orientações e o auxiliou, dentro das suas possibilidades,
quando caiu prisioneiro na
Tessalônica e em Corinto. 7 Paulo lhes
escreve agradecendo o
auxílio, recebido por intermédio de Epafrodito. (Fl 4,
10-20)
Filipenses faz parte do
grupo das “epístolas do cativeiro”. Paulo se encontrava
prisioneiro quando a
escreveu, não se sabe exatamente onde: em Roma,
em Cesaréia da Palestina ou
em Éfeso. 7
A carta aos filipenses é de
natureza pouco doutrinária. «[...] É uma efusão
do coração, uma troca de
notícias, uma advertência contra os “maus operários”
que destroem alhures os
trabalhos do Apóstolo e bem poderiam atacar
também os seus caros
filipenses [...].» 8 A epístola destaca também o valor da
humildade. 8
3.1 - Síntese dos principais
ensinos da epístola aos filipenses
• Exemplo de vivência do
Evangelho
Os filipenses cristãos
formavam uma comunidade pobre de bens materiais,
mas sinceramente devotada
ao Evangelho. Os filipenses jamais esqueceram as
lições que lhes foram
ensinadas por Paulo, auxiliando-o quando esteve preso
e, recebendo deste, os
sentimentos de afeto e reconhecimento. Os filipenses
foram cristãos que souberam
colocar em prática a vivência da caridade.
“Dou graças ao meu Deus
todas as vezes que me lembro de vós, fazendo,
sempre com alegria, oração
por vós em todas as minhas súplicas, pela vossa
cooperação no evangelho
desde o primeiro dia até agora. Tendo por certo isto
mesmo: que aquele que em
vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao Dia de
Jesus Cristo. Como tenho
por justo sentir isto de vós todos, porque vos retenho
em meu coração, pois todos
vós fostes participantes da minha graça, tanto nas
minhas prisões como na minha
defesa e confirmação do evangelho. Porque
Deus me é testemunha das
saudades que de todos vós tenho, em entranhável
afeição de Jesus Cristo. E
peço isto: que a vossa caridade aumente mais e mais
em ciência e em todo o
conhecimento.” (Fl 1: 3-9)
• Exortação à perseverança,
ao amor fraternal e à humildade
“Somente deveis portar-vos
dignamente conforme o Evangelho de Cris-
to, para que, quer vá e vos
veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que
estais num mesmo espírito,
combatendo juntamente com o mesmo ânimo
pela fé do evangelho. [...]
Nada façais por contenda ou por vanglória, mas
por humildade; cada um
considere os outros superiores a si mesmo. [...] De
sorte que, meus amados,
assim como sempre obedecestes, não só na minha
presença, mas muito mais agora
na minha ausência, assim também operai a
vossa salvação com temor e
tremor; porque Deus é o que opera em vós tanto
o querer como o efetuar,
segundo a sua boa vontade. Fazei todas as coisas sem
murmurações nem contendas;
para que sejais irrepreensíveis e sinceros, filhos
de Deus inculpáveis no meio
duma geração corrompida e perversa, entre a qual
resplandeceis como astros
no mundo; retendo a palavra da vida, para que, no
Dia de Cristo, possa
gloriar-me de não ter corrido nem trabalhado em vão.”
(Fl 1: 27; 2: 3, 12-16)
• Cuidados contra os maus
obreiros. Cultivo dos bens espirituais
“Resta, irmãos meus, que
vos regozijeis no Senhor. Não me aborreço de
escrever-vos as mesmas
coisas, e é segurança para vós. Guardai-vos dos cães,
guardai-vos dos maus
obreiros, guardai-vos da circuncisão! [...] Irmãos, quanto
a mim, não julgo que o haja
alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendome
das coisas que atrás ficam
e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo
prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
[...] Portanto, meus amados
e mui queridos irmãos, minha alegria e coroa, estai
assim firmes no Senhor,
amados. [...] Regozijai-vos, sempre, no Senhor; outra
vez digo: regozijai-vos.
Seja a vossa eqüidade notória a todos os homens. Perto
está o Senhor. Não estejais
inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições
sejam em tudo conhecidas
diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de
graças. E a paz de Deus,
que excede todo o entendimento, guardará os vossos
corações e os vossos
sentimentos em Cristo Jesus. Quanto ao mais, irmãos,
tudo o que é verdadeiro,
tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que
é puro, tudo o que é
amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma virtude,
e se há algum louvor, nisso
pensai.” (Fl 3:1-2, 13-14; 4:1, 4-8)
A carta de Paulo aos
filipenses atesta que estes representavam um exemplo
de cristão que absorveu o
sentido espiritual do Evangelho: fora da caridade
não há salvação.
A caridade é,
invariavelmente, sublime nas menores manifestações, todavia, inúmeras
pessoas muitas vezes
procuram limitá-la, ocultando-lhe o espírito divino. Muitos aprendizes
crêem que praticá-la é
apenas oferecer dádivas materiais aos necessitados de pão e
teto. Caridade, porém,
representa muito mais que isso para os verdadeiros discípulos do
Evangelho. [...] Caridade
essencial é intensificar o bem, sob todas as formas respeitáveis,
sem olvidarmos o imperativo
de auto-sublimação para que outros se renovem para a
vida superior,
compreendendo que é indispensável conjugar, no mesmo ritmo, os verbos
dar e saber.[...] Bondade e
conhecimento, pão e luz, amparo e iluminação, sentimento
e consciência são arcos
divinos que integram os círculos perfeitos da caridade. Não só
receber e dar, mas também
ensinar e aprender. 13
4. Epístola aos colossenses
Paulo enviou três cartas às
comunidades cristãs da província romana da
Ásia. Colossos foi uma
delas, cidade localizada a aproximadamente duzentos
quilômetros de Éfeso.
Colossos localizava-se no
oeste da Ásia Menor, ao sul do rio Meandro (atual Menderes),
6,4 km a leste de Denilzli
na Turquia de hoje. Era uma cidade comercial até ser
incorporada pela vizinha
Laodicéia, e abrigou a comunidade cristã a quem foi dirigida
a epístola aos colossenses.
9
Paulo teve contato com os
colossenses a partir do seu trabalho missionário
em Éfeso (Atos dos
Apóstolos, capítulo 19) e auxiliado por muitos companheiros,
através dos quais diversas
igrejas cristãs foram erguidas na Ásia romana,
como as do Vale do Lico, da
Laodicéia e de Hierápolis. As comunidades cristãs
fundadas nessas localidades
dependeram do esforço de Epafras, dedicado
discípulo de Paulo, que o
via como “leal ministro do Cristo.” 9
A epístola aos colossenses
faz parte do grupo das “epístolas do cativeiro”.
Paulo estava na prisão
(provavelmente em Roma) [...]. A epístola aos colossenses parece ter
sido escrita bastante cedo
no período que Paulo estava na prisão, por volta de 60-61 a.C.
Epafras fizera uma visita a
Paulo em Roma e o informara do estado das igrejas no vale do
Lico. Embora grande parte
do relato fosse animador, uma característica inquietante era o
ensinamento atraente, mas
falso recentemente introduzido na congregação; se não fosse
contido, subverteria o
Evangelho e poria os colossenses numa servidão espiritual. 9
A dificuldade relatada por
Epafras estava relacionada à idolatria e aos maus
costumes pagãos
(liberalidade sexual), uma vez que as comunidades cristãs, da
região, eram basicamente
constituídas de gentios convertidos.
Existem dúvidas se a carta
aos colossenses é de autoria de Paulo. Alguns
estudiosos entendem que o
estilo pesado e repetitivo não é o usualmente utilizado
pelo apóstolo. Há dúvidas
também relacionadas a certas idéias teológicas,
principalmente as que fazem
alusão ao corpo do Cristo, ao Cristo como cabeça
do corpo e à igreja
universal. 8 São idéias semelhantes às divulgadas pelos
gnósticos no século II d.C.
Outras idéias que são combatidas, pretensamente
por Paulo, estão
relacionadas a conceitos essênicos, comuns entre os judeus
que seguiam os preceitos
dos essênios (poderes celestes e cósmicos), seita
existente à época do
Cristo. 10
4.1 - Síntese dos
principais ensinos da epístola aos colossenses
• Exortação à
espiritualidade e ao amor fraternal
“Portanto, se já
ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de
cima, onde Cristo está
assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são
de cima e não nas que são
da terra [...].Mortificai, pois, os vossos membros
que estão sobre a terra: a
prostituição, a impureza, o apetite desordenado, a
vil concupiscência e a
avareza, que é idolatria [...]. Mas, agora, despojai-vos
também de tudo: da ira, da
cólera, da malícia, da maledicência, das palavras
torpes da vossa boca. Não
mintais uns aos outros, pois que já vos despistes do
velho homem com os seus
feitos. [...] Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus,
santos e amados, de
entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade,
mansidão, longanimidade,
suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos
uns aos outros, se algum
tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos
perdoou, assim fazei vós
também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de caridade,
que é o vínculo da
perfeição.
E a paz de Deus, para a
qual também fostes chamados em um cor-po,
domine em vossos corações;
e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em
vós abundantemente, em toda
a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos
uns aos outros, com salmos,
hinos e cânticos espirituais; cantando ao Senhor
com graça em vosso coração.
E, quanto fizerdes por palavras ou por obras,
fazei tudo em nome do
Senhor Jesus, dando por ele graças a Deus Pai. (Cl 3:
1-2, 5, 8-9, 12-17)
A carta dirigida à
comunidade cristã de Colossos evidencia o amor fraternal,
o espírito de cooperação
que deve reger as relações interpessoais.
É impossível qualquer ação
de conjunto, sem base na tolerância. Aprendamos com
o Cristo. A queixa
desfigura a dignidade do trabalho, retardando-lhe a execução. Indispensável
cultivar a renúncia aos
pequenos desejos que nos são peculiares, a fim de
conquistarmos a capacidade
de sacrifício, que nos estruturará a sublimação em mais altos
níveis. Para que o trabalho
nos eleve, precisamos elevá-lo. Para que a tarefa nos ajude,
é imprescindível nos
disponhamos a ajudá-la. Recordemos que o supremo orientador
das equipes de serviço
cristão é sempre Jesus. Dentro delas, a nossa oportunidade de
algo fazer constitui só por
si valioso prêmio. Esqueçamo-nos, assim, de todo o mal, para
construirmos todo o bem ao
nosso alcance. E, para que possamos agir nessas normas, é
imperioso suportar-nos como
irmãos, aprendendo com o Senhor, que nos tem tolerado
infinitamente. 14
REFERÊNCIAS
1. BIBLIA DE JERUSALÉM.
Nova edição, revista e ampliada. São Paulo:
Paulus, 2002. Item:
Introdução às epístolas de São Paulo, p. 1960.
2. ______. p. 1961.
3. ______. p. 1962.
4. DICIONÁRIO DA BÍBLIA.
Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzger, Michael D. Coogan. Traduzido por Maria Luiza X. de
A. Borges. Rio de Janeiro:
Zahar, 2002, Item: Colossos, p. 43.
5. ______. Item: Éfeso, p.
65.
6. ______. p. 66.
7. ______. Item: Filipos,
p. 92-93.
8. ______. Item: Galácia,
p. 95.
9. ______. p. 95-96.
10. ______. p. 96.
11.XAVIER, Francisco
Cândido. Fonte viva. Pelo Espírito Emmanuel. 35.
ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 163 (Aprendamos com Jesus), p. 397-
398.
12. ______. Pão nosso. Pelo Espírito Emmanuel. 27.ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 155 (Contra a
insensatez), p. 325-326.
13. ______. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. 25.ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 116 (Não só), p.
263-264.
14. ______. Cap. 160
(Filhos da luz), p. 357-358.
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