MEDIUNIDADE E
DEVER
Emmanuel
Reunião pública
de 2-3-59
Questão nº
799
No campo da
mediunidade, não ouvides que o dever retamente cumprido é a bússola que te
propiciará rumo certo.
Deslumbrar-te-ás na
contemplação de painéis assombrosos na esfera extrafísica, mas, se não
enxergas o quadro das próprias obrigações a fim de atendê-las
honestamente, a breve espaço sofrerás a espionagem das inteligências que
pervagam nas trevas, a converterem-te as horas em pasto de vampirismo.
Escutarás sublimes
revelações, inacessíveis ao sensório comum; todavia, se não estiveres
atento para com as ordenações da consciência laboriosa e tranqüila, em
pouco tempo serás ouvido pelos agentes da sombra a enredarem-te os passos
no fojo de perturbações aviltantes.
Assimilarás o
influxo mental de Espíritos nobres, domiciliados além da Terra, e
transmitir-lhes-ás a palavra construtiva em discursos admiráveis; contudo,
se não demonstras reta conduta à frente dos outros, no exemplo vivo do
trabalho e do entendimento, sem demora te encontrarás envolvido nas
vibrações de criaturas retardadas e delinqüentes, a chumbarem-te os pés na
fossa da obsessão.
Psicografarás
páginas brilhantes, nas quais a ciência e a fé se estampam, divinas; no
entanto, se teus braços desertam do serviço santificante,
transformar-te-ás facilmente no escriba da vaidade e da insensatez.
Fornecerás
importantes notícias do mundo espiritual, utilizando recursos ainda
ignorados pela percepção dos teus ouvintes; entretanto, se foges do estudo
que te faculta discernimento, serás para logo detido no nevoeiro da
ignorância.
Se a mediunidade
evidente é tarefa que te assinala o roteiro, não te afastes dos
compromissos que a vida te impõe.
Sobretudo, lembra-te
sempre de que o talento mediúnico, encerrado nas tuas mãos, deve ser a
tela digna em que os mensageiros da Espiritualidade Maior possam criar as
obras-primas da caridade e da educação, porquanto, de outro modo, se
buscas comprazimento na indisciplina, do pano roto de tuas energias
descontroladas surgirá simplesmente a caricatura das bênçãos que te
propunhas veicular, debuxada pelos artistas do escárnio, que se valem da
fantasia, a detrimento da luz.
(De "Religião dos
Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
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