JUSTIÇA  E  
      AMOR
      Emmanuel
      Questão nº876
      Sempre que te reportes à justiça, repara que 
      Deus a fez assistida pelo amor, a fim de que os caídos não sejam 
      aniquilados.
      Terás contigo a lógica indicando-te os males 
      e o entendimento inspirando-te o necessário socorro aos que lhes sofrem o 
      assédio. 
      Onde passes, compadece-te dos vencidos que 
      contemples à margem... 
      Muitos pranteiam as ilusões que lhes 
      trouxeram arrependimento e remorso e muitos se levantam ainda sobre os 
      próprios enganos, à maneira de trapezistas inconscientes, ensaiando o 
      último salto ao precipício da morte. 
      Dir-te-ão alguns não precisarem de teu 
      consolo, fugindo-te à presença, com receio da verdade que te brilha na 
      boca, e outros, que desceram do poder renovador do trabalho, preferem 
      rolar no vício, descendo, mais cedo, os degraus do sepulcro. 
      Além deles, porém, surgem outros... Os que 
      desanimaram em plena luta, recolhendo-se ao frio da retaguarda, os que 
      enlouqueceram de sofrimento, os que perderam a fé por falta de vigilância, 
      os que se transviaram à mingua de reconforto e os que se abeiraram do 
      suicídio, tomados pelo superlativo do desespero...
      Tentando dar-lhes 
      remédio, ergue o mundo penitenciárias e hospitais, reformatórios e 
      manicômios; no entanto, para ajudá-los, confere-te o Cristo a flama do 
      amor no santuário do coração.
      Todos esses 
      padecentes da estrada têm algo para ensinar.
      Os que tombam 
      esmagados de aflição induzem-te ao serviço pelo mundo melhor, e os que se 
      arrojam a monstruosos delitos falam, sem palavras, em. Louvor do 
      equilíbrio de que dispões, auxiliando-te a preservá-1o.
      Não permitas que a 
      justiça de tua alma caminhe sem amor, para que se não converta em 
      garra de violência.
      Ao pé dos maiores celerados da Terra, Deus 
      colocou mães que amam, embora esses filhos desditosos de suas bênçãos lhes 
      transformem a vida em fonte de lágrimas.
      Diante, pois, dos vencidos de todas as 
      condições e de todas as procedências, não mostres desprezo, nem grites 
      anátema.
      Não lhes conheces a história desde o 
      princípio e não percebes, agora, a causa invisível da dor que os degrada.
      Ora e auxilia em silêncio, porque não sabes 
      se amanhã raiará teu instante de abatimento e de angústia, e manda a regra 
      divina façamos aos outros aquilo que desejamos nos seja feito. 
      Justiça sem amor é como terra sem água.
      
      Recorda que o próprio Cristo, reconhecendo 
      que os vencedores do mundo habitualmente se inclinam à vaidade - perigosa 
      armadilha para quedas maiores -, preferiu nascer na palha dos que vagueiam 
      sem rumo, viver na dificuldade dos menos felizes e morrer na cruz 
      reservada às vítimas do crime e aos filhos da escravidão. 
      (De "Religião dos 
      Espíritos", de Francisco Cândido Xavier, pelo Espírito Emmanuel)
 
 
 
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