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terça-feira, 13 de novembro de 2012

AMPARO A CRIANÇA

Batuíra
       
 
Se nos propomos a edificar o futuro com o Cristo de Deus é necessário auxiliar a criança.
 
Se desejamos solucionar os problemas do mundo, de maneira definitiva, é indispensável ajudar a criança.
 
Se buscamos sustentar a dignidade humana, abolindo a perturbação e imunizando o povo contra as calamidades da delinqüência, é preciso proteger a criança.
 
Se anelamos a construção da Era Nova, na qual as criaturas entrelacem as mãos na verdadeira fraternidade, em bases de serviço e sublimação espiritual, é imprescindível socorrer a criança.
 
Entretanto convenhamos que os grandes malfeitores da Terra, os fazedores de guerras e os verdugos das nações, via de regra foram crianças primorosamente resguardadas contra quaisquer provações na infância. E ainda hoje os jovens transviados habitualmente procedem de climas domésticos em que a abastança material não lhes proporcionou ensejo a qualquer disciplina, pelo conforto excessivo. Urge, pois, não só amparar a criança, mas educar a criança e induzi-la ao esforço de construção do Mundo Melhor.
 
Do livro Mais Luz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

DEUS E O HOMEM

DEUS  E  O  HOMEM
 
Emmanuel
        
Deus criou a Terra, à maneira de um paraíso repleto de fontes e de flores para as criaturas em evolução.
O homem dilapidou-lhe a face, a pretexto de buscar recursos e cultivá-los para a própria alimentação.
Deus formou o solo do Planeta com incalculáveis tesouros.
O homem encontrou vestígios de semelhantes riquezas e bastou isso para escavar-lhe o corpo, apropriando-se das criações divinas e instalando antagonismos entre os próprios irmãos para transformá-las em objeto de cobiça e ambição desvairada
Deus levantou árvores, destinando-as à proteção da vida.
O Homem, no entanto, derrubou-as, não apenas a fim de aproveitá-las na edificação de moradias, segundo as finalidades que lhes foram assinaladas, mas simplesmente por bagatelas ou para complementar o espetáculo de pavorosos incêndios.
Deus inspirou a formação da dinamite para facilitar a construção de estradas que favorecessem o intercâmbio entre os povos.
O Homem, entretanto, empregou-a na fabricação de bombas para a destruição de comunidades indefesas.
Deus plasmou a beleza e a música, a arte e a ciência, da conjugação das quais nascesse a paz entre os seres.
O Homem inventou planos de hegemonia e fez a guerra que se alimenta com milhões de vidas, expulsando, vaidosamente, a paz do ambiente deles
Mesmos.
Quando observares a Terra, sofrendo agressões à natureza e estabelecendo a dominação da guerra, não incluas Deus em tuas indagações, porque já sabes de quem é a culpa.

Do livro Monte Acima. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

TRIOS IMPORTANTES

TRIOS  IMPORTANTES
André Luiz

 

Três verbos existem que, bem conjugados, serão lâmpadas luminosas em nosso caminho:
Aprender, Servir, Cooperar.
 
Três atitudes exigem muita atenção:
Analisar, Reprovar, Reclamar.
 
De três normas de conduta jamais nos arrependeremos:
Auxiliar com a intenção do bem, Silenciar, Pronunciar frases de bondade e estímulo.
 
Três diretrizes manter-nos-ão, invariavelmente, em rumo certo:
Ajudar sem distinção, Esquecer todo mal, Trabalhar sempre.
 
Três  posições devemos evitar em todas as circunstâncias:
Maldizer, Condenar, Destruir.
 
Possuímos três valores que, depois de perdidos, jamais serão recuperados:
A hora que passa. A oportunidade de elevação. A palavra falada.
 
Três programas sublimes se desdobram à nossa frente revelando-nos a glória da Vida Superior:
Amor, Humildade, Bom ânimo.
 
Que o Senhor nos ajude, pois, em nossas necessidades, a seguir sempre três abençoadas regras de salvação.
Corrigir em nós o que nos desagrada em outras pessoas.
Amparar-nos mutuamente.
Amar-nos uns aos outros.

(Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. in: Nosso Livro)

EVANGELHO E PAZ

EVANGELHO  E  PAZ
Emmanuel

 

I
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
Não vô-la dou como o mundo a dá.
JESUS, JOÃO, 14:27.
 
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
                          ........................................................
O PROBLEMA da paz é questão de fraternidade, em todas as latitudes. E o Evangelho do Cristo constitui o manancial divino, em cujas correntes de água viva pode o coração renovar-se para a vitória do legítimo entendimento.
Guerras, discórdias, crises, representam a resultante da grande desarmonia que a ausência do amor estabeleceu no caminho da inteligência.
A concórdia real jamais será incubada por decretos políticos ou por princípios apressados de filosofia salvacionista, nas relações dos homens entre sí, e para a harmonia individual não valem tão-somente a argumentação da psiquiatria e as descobertas preciosas da ciência médica.
A incompreensão das criaturas torna sombrios todos os caminhos da Terra e o valor da carne sofre a influenciação da angústia que ele mesmo projeta.
Outro recurso não nos resta, além daquele que conduz com a justa retificação.
O Grande Médico e Sublime Renovador do mundo ainda é o Cristo que revelou o ministério do sacrifício pessoal por lição inesquecível de ressurreição e triunfo.
“Ajuda ao que te persegue e calunia. Ora pelos que te odeiam. Serve sem aguardar retribuição. Renuncia a ti mesmo, toma a cruz da abnegação em favor dos que te cercam e segue, de ânimo robusto, para diante. Aquele que te pede a capa, dá igualmente a túnica. Ao que te exigir a jornada de mil passos, caminha com ele dois mil”.
Semelhantes ensinamentos pairam sobre a fronte da Humanidade, concitando-a à vida nova.
A organização mental é um instrumento que, ajustado ao Evangelho, deixa escapar às vibrações harmônicas do amor, sem cujo domínio a vida em sí prosseguirá desequilibrada, fora dos objetivos superiores, a que indiscutivelmente se destina.
Há produção de pensamentos no mundo, como existe a produção de flores e batatas. Criamos, em torno de nós, a atmosfera de ordem ou perturbação, quanto incentivamos a seara de trigo ou suportamos, por relaxamento, a colheita compulsória de ervas daninhas.
Induzindo-nos ao trabalho construtivo com bases no devotamento pessoal pelo bem de todos, a mensagem de Jesus compele-nos a irradiar fé e paciência, serenidade e bom ânimo, com atividade plena e infatigável a benefício da alegria comum. Habituamo-nos, assim, a compreender as necessidades do vizinho, guardando um coração educado para auxiliar sempre, cedendo de nosso egoísmo ao alheio contentamento.
Sob tais moldes, a experiência do lar é mais sadia e mais nobre, o clima de confiança possibilita sólidos alicerces à felicidade e caminhamos para a frente de espírito arejado, pronto a socorrer todas as dores e a contribuir na equação dos problemas de quantos procuram a bênção do progresso junto de nós.
A comunhão com Jesus sublima as secreções ocultas da alma, proporcionando-nos acesso fácil ao manancial de forças renovadoras do ser ou de hormônios espirituais da vida eterna.
Afeiçoando-nos ao Mestre Sublime, seremos verdadeiros irmãos uns dos outros.
Em nosso coração e em nossa mente reside a sementeira da luz.
Auxiliando-a com a boa vontade, sob a inspiração ativa e constante da Boa Nova, no esforço mútuo de compreensão das nossas necessidades e problemas que exigem o concurso incessante do amor, alcançaremos, mais cedo, a vitória da saúde e da alegria, do aperfeiçoamento e da redenção.

(Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. in: Nosso Livro)

Jesus está chamando

Emmanuel

 

Desde a primeira hora do Apostolado Divino, Jesus está chamando cooperadores para os serviços de extensão do Reino de Deus na Terra.
A princípio, buscou Pedro e André, os pescadores humildes, à tarefa de salvação.
Convocou Mateus, o administrador de impostos, à coleta de bens do Céu.
Trouxe Maria de Magdala, a obsidiada de vários demônios, à necessária renovação.
Convocou Joana, a esposa admirável de ilustre funcionário do bem público, ao concurso fraterno.
Chamou Zaqueu, o mordomo da fortuna, do alto de um sicômoro, ao esforço de benemerência.
Exaltou em Maria da Betânia o valor da meditação.
Requisitou Marta, a preocupada servidora doméstica, às obras do pensamento sublime.
Acordou Nicodemos, o mestre intelectual de Israel, para o ministério da santificação..
Ergueu Lázaro, no sepulcro, para a manifestação do Divino Poder.
E ainda, no último dia e na derradeira hora, despertou um ladrão crucificado para a divina esperança.
Em todos os vinte séculos de Cristianismo que estamos vivendo, o Senhor está chamando colaboradores para a sua obra excelsa de redenção e aprimoramento.
Há serviço para cada um e degraus iluminativos para todos.
Para onde segues, irmão?
Jesus, por nós, imolou-se na cruz.
QUE  FAZEMOS  NÓS  POR  ELE?
 

(Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. in: Nosso Livro)

No Limiar do Amanhã / A força do pensamento



A força do pensamento
Herculano Pires

“Gostaria que o caro professor falasse a respeito da força do pensamento.”
O pensamento é a mais poderosa energia no campo da comunicação. Quando os astronautas vão à Lua e a nave espacial fica atrás do corpo lunar, não é possível nenhuma comunicação da nave com a Terra, nem da Terra com a nave. Por que? Porque o corpo lunar impede a passagem de qualquer energia ou comunicação terrena. Entretanto, lá de trás da lua, é possível ao astronauta enviar o seu pensamento para a Terra e receber a resposta enviada daqui.
Não estou jogando com palavras. Posso lembrar a experiência de um dos astronautas da Apollo 14, que foi à Lua levando a incumbência de fazer transmissões telepáticas para a Terra. As suas comunicações foram recebidas no Centro Espacial de Houston, nos Estados Unidos, demonstrando a possibilidade das comunicações telepáticas, no Cosmos. Sendo assim, as experiências telepáticas, nos Estados Unidos, demonstraram que não há matéria física que bloqueie o pensamento. E nem o espaço, nem o tempo, impedem essa transmissão. A transmissão telepática é precisa e perfeita, em qualquer distância, em qualquer ponto e através de qualquer espécie de matéria física.
Quando o professor Rhine, da Universidade de Houston, confirmou o que estamos dizendo, Ransiliev, da Universidade de Leningrado, contestou suas afirmações, comentando: “vou mostrar, através de pesquisas, que há barreiras físicas capazes de deter a transmissão telepática”. Ele fez uma série de investigações científicas e chegou à conclusão de que a energia do pensamento é uma energia física, mas de tipo ainda desconhecido, porque nenhuma barreira física consegue impedi-la.
O professor Rhine então disse: “o professor Ransiliev chegou a uma conclusão científica, de acordo com a minha, mas não a expôs de maneira científica, porque, quando ele disse que essa energia é de tipo desconhecido, não podia ser da matéria física”. Para o professor Rhine, a energia mental é extrafísica. Não pertence ao corpo físico, porque supera todos os condicionamentos e todas as barreiras do corpo físico. Isso prova que, apesar da distância que Deus está de nós, no Infinito, ou que um Espírito esteja, podemos enviar a Ele a nossa mensagem mental, porque não há barreiras que impeçam a comunicação do pensamento, às maiores distâncias.
É claro que a resposta de Deus é dada em nossa própria consciência. Nós a recebemos intuitivamente, ou muitas vezes através dos fatos, para os quais pedimos a sua manifestação. A prece tem, portanto, um sentido puramente racional. Nós nos dirigimos a uma Entidade, que sabemos ser Deus. Sabemos que ela existe, por que? Porque a vimos? Porque a tocamos? Não. Mas porque a vimos e sentimos na natureza que nos cerca, em toda a estrutura ordenada do Universo, onde nada acontece por acaso, pois tudo é determinado por Leis e, portanto, dirigido por uma Inteligência. Nada nasceu por acaso, porque o acaso não é inteligente. Se tivéssemos nascido por acaso, deveríamos ser uma monstruosidade. Nada existe por acaso. A Terra tem a sua estrutura, suas leis determinadas, perfeitas, que regem a existência de todas as coisas e de todos os seres. Por isso, sabemos que Deus existe. Deus é esse poder, embora não possamos tocá-lo nem vê-lo, porque é absoluto. Por isso, Deus está presente; sempre, em toda parte, em nossa consciência, em nosso coração.
Falar com Deus não é difícil, como pensam. Não se precisa de alto-falantes nem estações de rádio para transmitir uma mensagem ao espaço. Não! Deus está presente em nós mesmos, na nossa consciência e no nosso coração. Ele está e nos ouve, dentro de nós. Então, basta dirigirmos uma prece a Ele e nós, realmente, conseguimos nos comunicar com o Pai Criador.

No Limiar do Amanhã / O fermento dos fariseus



O fermento dos fariseus

(Locutora do programa) – Abrindo o Evangelho ‘ao acaso’, encontramos, em Lucas, capítulo 12, versículos 2 e 3: “Tendo-se juntado milhares de pessoas, de modo que um e outro se atropelavam, começou Jesus a dizer primeiro aos seus discípulos: Guardai-vos do fermento dos fariseus, que é a hipocrisia. Nada há encoberto, que se não venha a descobrir; em oculto que se não venha a saber. Por isso, o que disseste na treva, à luz será ouvido; o que falastes ao ouvido, no interior da casa, sobre os telhados será proclamado.”
Vemos, nessa passagem do Evangelho de Lucas, a colocação de um problema tipicamente espírita, ou seja: o problema da supressão das vidas. Jesus advertia, naquele momento, os seus discípulos, quanto àquilo que chamou de o fermento dos fariseus, ou o fermento da hipocrisia. Esse fermento dos fariseus, para sermos justos, é o fermento humano, que existe em toda a humanidade.
A hipocrisia nos faz mostrar um semblante alegre, sorridente, para os outros, quando, na verdade, mostramos apenas a nossa falsa casaca, como se costuma dizer. Então, Jesus diz que o que se diz ao ouvido, o que se diz dentro de casa, no ambiente familiar, escondido dos outros, afinal será proclamado, mais cedo ou mais tarde; aquilo que se diz no escuro será revelado na luz.
Quem conhece o problema das vidas sucessivas sabe que após a morte passamos a viver no mundo espiritual. Temos ali uma extensão da vida terrena, muitas vezes, igual ou com maior extensão do que a existência na Terra. Quando chegarmos ao mundo espiritual, vamos nos encontrar com uma sociedade diferente, onde quase não se pode esconder aquilo que se pensa, pois a linguagem dos Espíritos é o pensamento. Os Espíritos não precisam falar, como nós falamos, através da voz articulada, para se comunicarem entre si. Eles podem comunicar-se pelo pensamento.
Assim sendo, nós temos, no mundo espiritual, aquelas pessoas que costumavam, na Terra, falar mal do próximo e fingir amizade na sua presença, as quais encontram uma dificuldade muito grande, no Mundo Maior, porque estavam acostumadas a fazer assim na Terra. Mas na nova morada não podem fazê-lo, porque quando querem fingir, o fingimento transparece. E, praticamente, revelam as suas intenções ocultas. Então elas não podem adotar, como na Terra, a tática do fingimento, por não estarem escondidas atrás do corpo material; estão se comunicando através do seu próprio corpo espiritual, que é transparente e o pensamento, à flor da pele, se é que podemos dizer assim, revela-se por meios evidentes, não podendo ser escondido.
É por isso que Jesus disse que tudo aquilo que fizermos aqui será revelado, no Mundo Maior. Nas pesquisas de Allan Kardec sobre esse assunto, publicadas na Revista Espírita, vemos Espíritos que se queixam profundamente das situações em que se encontram, porque não podem fazer nada escondido. Tudo o que querem ocultar está sempre sob os olhos de entidades espirituais que enxergam tudo quanto fazem, tudo quanto pensam e sentem.
É por isso que Jesus nos dá uma lição, através desse trecho do Evangelho de Lucas, no sentido de que devemos ser leais. Devemos ser sinceros, a fim de evitarmos situações embaraçosas para o nosso Espírito, pois, após a morte, se não nos libertarmos, na Terra, do vício da hipocrisia, nos colocaremos em situações verdadeiramente desesperadoras, revelando aquilo que não queremos revelar. Não pensem que a desencarnação dá atestado de santidade a alguém. Seremos lá exatamente o que fomos aqui.

No Limiar do Amanhã /A Terceira Revelação



Herculano Pires

“Por que o Espiritismo se apresenta como a Terceira Revelação, se sabemos que houve muito mais do que três revelações no mundo? Kardec não sabia disso?”
Kardec sabia, perfeitamente. Mas acontece o seguinte: as numerosas revelações que houve no mundo, desde a época primitiva, entre os povos primitivos, podemos classificar como as revelações entre os homens da caverna, porque sabemos que os mesmos, como crianças que se iniciavam na vida, tiveram os seus preceptores, aqueles Espíritos superiores que cuidaram deles e os orientaram.
Todas essas revelações têm um sentido preparatório, no tocante a uma revelação de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização, que foi a revelação Mosaica, que, como sabemos, deu origem à Bíblia – a Bíblia dos judeus, que é também a Bíblia dos Cristãos. Porque o Cristianismo é uma reforma do Judaísmo, feita por Jesus, que era judeu. Essa revelação é de importância fundamental, porque estabelecia uma modificação muito profunda nos conceitos sobre Deus e o homem, sobre a vida na Terra e o destino do próprio homem.
A respeito de Deus, podemos acentuar um ponto capital: enquanto as revelações, ocorridas nas diversas partes do mundo, nos davam uma idéia de Deus como distanciado do homem, alguém que houvesse, por assim dizer, criado o mundo e depois pouco se tivesse importado com ele, a revelação judaica nos mostra um Deus providencial. É aquilo que estudam os filósofos e se chama providencialismo.
O providencialismo judeu modificou por completo o conceito de Deus. Deus não está ausente do mundo; Deus está presente; Deus faz a História. Ora, Deus, em fazendo a História, a sua participação no mundo dos homens é permanente, é constante. Essa primeira modificação é de uma importância decisiva. É para o homem uma concepção de Deus mais consentânea com a realidade daquilo que nós chamamos, hoje, a estrutura unitária do Universo.
Além disso, a revelação Mosaica nos deu a idéia de que Deus havia criado o mundo, não se servindo de material já existente, mas produzindo, ele mesmo, os materiais necessários. É o dogma bíblico da criação a partir do nada. Deus não criou o mundo do nada. O nada parece não ter condições para dar elemento algum a Deus, para que Ele pudesse criar o mundo. O nada bíblico, como nós o entendemos, na sua significação mais profunda, é como o nirvana de Buda, que parece ser o nada, a negação de tudo o que existe. Um nada apenas simbólico; um nada relativo; um nada em relação ao tudo que consideramos na Terra.
A matéria e todas as conseqüências da matéria, na vida terrena, não existem, no mundo espiritual superior. Então, vem daí a designação do nada. Além desse ponto, que é de importância fundamental para a compreensão do Universo e do processo criador de Deus, temos ainda um outro aspecto na revelação Mosaica, que é fundamental. Enquanto entre os povos das diversas religiões do mundo, não só mitológicas de que são exemplos típico e clássico as mitologias grega e romana, mas sim todas as religiões da Antigüidade, as revelações dessas religiões colocavam o problema de Deus numa situação múltipla. Havia deuses múltiplos, para todos os setores da natureza e para todos os aspectos da atividade humana. Alguns desses deuses sobreviveram até o nosso tempo. Hoje, quando falamos em Mercúrio, estamos nos referindo ao deus do comércio. Estamos voltando o nosso pensamento para os primórdios do desenvolvimento das religiões na Terra, e assim por diante.
A revelação Mosaica firmou a idéia do Deus único. Nasceu com ela o monoteísmo. Deus é um só. Isso foi de grande importância para a humanidade, porque mostrou que a humanidade havia atingido um plano de evolução mental capaz de encarar o Universo como um processo total, de maneira global; não só provou isto, como trouxe conseqüências sociais muito importantes. Quando nos lembramos de que no passado os povos tinham os seus deuses particulares, por exemplo, os egípcios, os babilônios, os gregos, os indianos e os judeus, que tinham seu Deus pessoal, Iavé, vemos que esses deuses, representando os protetores especiais de um desses povos e até mesmo seus criadores, estabeleciam diferenças fundamentais entre as raças, entre os povos.
Essas diferenças incentivavam as guerras de conquistas, de dominação e escravização dos povos. Os judeus, por exemplo, foram escravizados na Babilônia e no Egito; os gregos foram escravizados pelos romanos e assim por diante, porque quando Júpiter, o deus dos romanos, conseguiu vencer a batalha contra Zeus, o deus dos gregos, isso mostrou que o deus dos romanos era mais poderoso e o povo grego teve que se submeter, então, ao domínio e à escravização do povo romano.
Assim, a idéia do Deus único vinha abrir nova compreensão entre os homens, no sentido de uma maior possibilidade de harmonia entre as nações e os povos. Isso não quer dizer que as guerras se acabariam imediatamente, porque as mesmas têm vários motivos e elas continuam até os nossos dias. Mas aquelas guerras absolutas, do passado, em que o povo dominador tinha todos os direitos sobre o povo dominado, mudaram completamente de aspecto. Os povos conquistadores viam-se obrigados a respeitar, daí por diante, os outros povos, considerando que eles, embora subjugados temporariamente pela força, não obstante eram também filhos do mesmo Deus, que dera força ao povo conquistador.
Dessa maneira e graças a essas revelações especiais da revelação Mosaica, ela se tornou uma revelação de importância fundamental para o desenvolvimento da civilização no mundo. Por outro lado, a revelação Mosaica anunciava a vinda do Messias; a vinda de Jesus; a vinda do Cristo; conseqüentemente, essa revelação era também profética e já determinava uma relação entre ela e a próxima revelação que surgiria, ou seja, a vinda do Cristo.
Foi por isso que Kardec adotou a tese das três revelações fundamentais:
  primeira – a revelação judaica;
  segunda – a revelação cristã;
  terceira – a revelação espírita, que está prometida no Evangelho de Jesus.
Quando lemos, por exemplo, o capítulo 16 do Evangelho de João, encontramos a promessa do Consolador, do Espírito de Verdade, do Parácleto, que é aquele que virá restabelecer a verdade do destino do Cristo sobre o destino do homem na Terra. É aquela revelação que vem, ao mesmo tempo, completar a revelação cristã, a segunda revelação. É por isso, então, que Kardec chamou o Espiritismo de Terceira Revelação.