Ninguém discute a importância do conhecimento para o desenvolvimento econômico, social e cultural. A escola que instrui porém, não prescinde da escola que educa. A primeira se expressa nos institutos de ensino. A segunda se materializa na intimidade do lar. Uma abrilhanta o cérebro com a riqueza dos compêndios; A outra modela o caráter com o cinzel do exemplo. Esta tem seu alcance limitado no tempo e no espaço; Aquela pode prolongar-se pelo infinito da eternidade. Nunca antes tantos conquistaram número tão expressivo de títulos acadêmicos e, paradoxalmente, nunca antes a sociedade esteve tão carente de paz e orientação. Não que os títulos do saber sejam desprezíveis, mas é inegável que o abandono dos valores morais tem lesado comunidades inteiras. Entre o vazio materialista e a competição nociva, perambula o grande cortejo dos incautos que se esqueceram de alimentar a alma enquanto se intoxicavam com ilusões passageiras. É por esse motivo que a visão imortalista da vida representa importante contribuição no resgate da paz social. Por constituir uma mudança de paradigma mediante a qual se rompe a cegueira materialista para vislumbrar a realidade do espírito, essa nova postura impulsiona o indivíduo a melhorar-se por dentro, a fim de que o indivíduo melhorado em seu mundo íntimo transforme toda a sociedade. É por essa razão que o Espiritismo, apoiando-se na ciência que investiga e na filosofia que discerne e reflete, tem como principal objetivo à renovação moral das consciências, num processo de reeducação, cujos resultados se conectam ao ideal de um mundo não apenas mais instruído, mas também junto e solidário. O tema nos interessa a todos, mas em especial aos pais, uma vez que, no processo educacional dos espíritos, são eles os primeiros e mais importantes mestres. Não tanto pela palavra, que muitas vezes se perde no vento, mas, sobretudo pela conduta na convivência cotidiana. Nesse particular, é preciso ser franco sem querer ser alarmista. Não são poucos os pais que aportam no plano do espírito acusando consciência deficitária por não ter oferecidos aos filhos os valores morais que só o exemplo pode consolidar. Como exigir uma conduta saudável, quando não se preocupou em eliminar hábitos doentios? Principalmente no momento conturbado pelo qual passa o planeta, todos nós, que já fomos pais na Terra ou nos encontremos nessa tarefa hoje, somos chamados a uma reflexão honesta, no sentido de analisarmos nossos passos no campo da formação moral daqueles cujos destinos encontram-se momentaneamente sob nossa responsabilidade enquanto educadores por que o desequilíbrio, muitas vezes involuntário, entre instrução e educação poderá representar a diferença entre o sucesso ou o fracasso de uma existência inteira. Gustavo Marcondes Mensagem psicográfica recebida por Clayton Levy, em reunião da noite de 30/01/2011, do C.E. “Allan Kardec”, de Campinas-SP. |
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sexta-feira, 17 de agosto de 2012
Instruir e Educar
Mensagens de Gustavo Marcondes
Queridos amigos.
É com alegria que nos dirigimos a vocês para breves palavras de incentivo e gratidão. A obra prossegue, conforme o planejamento estabelecido pelo Mais Alto e todos nos encontramos na condição de beneficiários da Misericórdia Divina na medida em que nos são concedidas as oportunidades de trabalho no bem do nosso próximo. Não percamos de vista, porém, que não há progresso sem interesse sincero pelo bem do próximo. Busquemos, ao lado dos resultados suscetíveis de serem contabilizados no plano material, a renovação necessária de nossas tendências e objetivos, colocando-nos um pouco mais no lugar daqueles que enfrentam dificuldades maiores que as nossas a fim de aprendermos a servir por amor e trabalhar pela causa. Não lamentemos inutilmente as dificuldades e tropeços. Sem as dificuldades não teríamos como fortalecer nosso ideal e, sem eventuais tropeços não teríamos como apurar a nossa perseverança na tarefa que nos reeduca e redime. Sigamos juntos e unidos, passo a passo, ombro a ombro, nos apoiando e compreendendo mutuamente porque o Mestre segue nos compreendendo e apoiando a fim de que o trabalho coroe nossos esforços por uma sociedade mais espiritualizada e pela nossa vinculação definitiva com o Evangelho. Gustavo Marcondes Mensagem psicográfica recebida por Clayton Levy, em reunião da noite de 17/02/2011, do C.E. “Allan Kardec”, de Campinas-SP. |
Entrevista com Raul Teixeira sobre atividade de desobsessão
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Escrito por Raul Teixeira |
Seg, 31 de Agosto de 2009 19:32 |
Entrevista em Quartera – Portugal
Pergunta - Há
necessidade de fazer passes sobre os centros de força ou basta fazê-lo
sobre o coronário, aplicando as mãos sobre a cabeça da pessoa?
Raul Teixeira -
Há sempre validade nos passes sobre os centros de força embora não haja
necessidade de se impor as mãos sobre esses centros de força. Uma vez
que nós espalmamos as mãos sobre o centro coronário (sobre o alto da
cabeça das pessoas) isso funciona como uma estação de água, um vaso
comunicante, porque as energias absorvidas por esse centro irão alcançar
os variados centros onde haja necessidade de elas realizarem o seu
mister. Não há nenhum caso em que seja necessário uma coisa ou outra: o
aplicar passes diretamente sobre o centro de força considerado ou sobre
simplesmente o alto da cabeça. Cabe ao bom senso das pessoas; se elas
sentem-se mais confiantes estendendo as mãos sobre o centro considerado,
que elas o façam, não haverá nenhum problema. No entanto, não há
nenhuma necessidade de que esta prática esteja em vigor.
P. - O doutrinador deve fazer passes ao médium durante a manifestação de uma entidade desequilibrada? Por quê?
R. T. -
Naturalmente que o doutrinador deve fazer passes no médium durante as
manifestações de entidades sofredoras, de obsessoras, sempre que isso se
mostre necessário. Quando a comunicação com a entidade torna-se
difícil, quando o médium apresenta algum sofrimento durante alguma
comunicação ou antes de propriamente dá-la, ou depois da entidade se
desprender naturalmente caberá ao bom senso do doutrinador ou do
aplicador de passes observar e poder utilizar os recursos da
fluidoterapia para ajudar tanto ao desencarnado como ao encarnado. A
questão dos passes dispersivos que são aplicados sobre os médiuns ao
cabo das manifestações mais difíceis são eficazes. O mundo espiritual,
naturalmente, poderia realizar esse trabalho. No entanto, quem necessita
de crescimento somos nós e eles dão¬-nos essa possibilidade de
trabalharmos, para angariarmos os méritos, as virtudes necessárias. A
partir daí nós sentiremos a importância do nosso esforço de aplicadores
de passes. Todo esse trabalho que realizamos não significa que o mundo
espiritual, os nossos benfeitores, não o possam realizar mas dão-nos
ensejo de retirar a melhor aprendizagem, o melhor proveito de tudo isto.
P. - O médium, numa sessão de desobsessão por exemplo, deve sentar-se sempre no mesmo lugar? R. T. - Numa sessão de desobsessão não há nenhuma necessidade do médium sentar-se sempre no mesmo lugar. Geralmente isso acontece, isto é, os médiuns ocupam sempre o mesmo lugar, por questão de comodidade, porque se ajustaram mais àqueles lugares e ficam mais facilmente acomodados ali. Mas se num dia ou noutro houver necessidade de o trocar nada será negativo para a reunião, porque isso não é fundamental. P. - E o doutrinador? Deve sentar-se sempre no mesmo lugar e com o mesmo médium? R.T. - Não há nenhuma necessidade de que o doutrinador, por sua vez, também se sente sempre no mesmo lugar. Deve sentar-se num lugar onde tenha uma visão geral da mesa, dos companheiros que estão a trabalhar, para facilitar-lhe a atuação. Principalmente quando eles não tem auxiliares e ele mesmo é o dirigente da reunião e que doutrina as entidades. Os doutrinadores não precisam trabalhar sempre com os mesmos médiuns. Quando existe mais que um doutrinador é mesmo recomendável que se troquem. P. - Que pensar dos médiuns e/ou doutrinadores que não gostam de trabalhar com este ou aquele? R.T. - Os médiuns e doutrinadores que não gostam de trabalhar uns com os outros já estão demonstrando que não estão aptos para o trabalho da doutrinação de espíritos, uma vez que não se doutrinaram a si mesmos. Todos esses sentimentos negativos, sentimentos de falta de afinidade, falta de encaixe vibratório são altamente prejudiciais ao desenvolvimento da reunião mediúnica. No Livro dos Médiuns, Allan Kardec diz-nos que a reunião é um ser coletivo; todos aqueles que dela fazem parte são responsáveis pela influência que sobre ela recai. Será bom que todos os médiuns e doutrinadores estejam afinados entre si e nas mesmas reuniões das quais participam. P. Quanto tempo deve durar uma reunião de desobsessão? R.T. - A reunião mediúnica deve durar cerca de hora e meia, incluindo todos os elementos que dela fazem parte: as leituras, as orações e o tempo da comunicação dos espíritos. Não deverá, por isso, ultrapassar, em casos bastante especiais, às duas horas de realização. Duas horas de trabalho mediúnico é bastante tempo para que se faça um trabalho sem excessivo desgaste dos médiuns e sem perder as qualidades da reunião. Admitimos, com os nossos benfeitores, que entre 1h30 e 2 horas é um tempo bastante razoável para que se realize a tarefa de desobsessão. P. – Podem os membros duma reunião mediúnica mudar de equipe de desobsessão ora hoje, ora amanhã? R.T. – Os médiuns que freqüentam uma reunião mediúnica em certo dia da semana estão sob uma certa estrutura psíquica, do grupo ao qual se acham afinados. Se ele participa de várias reuniões de mediunidade, certamente terá poucas possibilidades de ser útil em todas elas, porque ele terá de encaixar vibratoriamente em cada uma dessas reuniões, no caso de serem reuniões com equipes diferentes. Se forem reuniões com o mesmo grupo, nada impede que ele participe num dia ou noutro; é o mesmo grupo, a mesma equipe que está em ação. Mas se são equipes diferentes e ele vai trocando de equipe certamente não terá a mesma produtividade. E não há nenhuma necessidade disto. P. – Que fazer com os membros de uma equipe de desobsessão que ora aparecem ora não aparecem? R.T. – Os membros da reunião mediúnica, principalmente da desobsessão, que aparecem num dia e desaparecem depois já indicam que eles não foram bem selecionados para participarem desse mister, porque não se pode imaginar que um trabalho dessa índole tenha bom proveito com elementos que não se responsabilizam por estar ali com a freqüência que se exige, comumente uma vez por semana. Se um compromisso de uma vez por semana não permite a este ou aquele indivíduo estar ali sempre presente é sinal que ele não deverá fazer parte dessa atividade. Há muitas outras coisas que se podem fazer no centro espírita fora das reuniões mediúnicas. A reunião mediúnica exige basicamente disciplina, o cumprimento dos deveres, dos horários, etc. P. – E aqueles membros que só aparecem quando não estão bem? Devem freqüentar a reunião mediúnica? R.T. – Os médiuns que só aparecem quando não estão bem é mais um motivo para não fazerem parte da mesa, dos trabalhos de mediunidade. Que os dirigentes responsáveis conversem com eles para que eles percebam que não estão a agir de acordo com as recomendações da Doutrina Espírita. Pensando assim, não se lhes deve permitir o acesso a essas reuniões quando eles fizerem dessas mesmas reuniões, ponto de encontro, quando têm necessidade, ou uma fonte de água para quando tenham sede, não atuando como um verdadeiro enfermeiro ao serviço do Cristo, com a disposição que o trabalho exige. P. – Por vezes existe a “febre” das obras assistenciais, entre os portugueses. Espiritismo é isso, ou é educar, libertar consciências, auxiliando-as é claro? R.T. – A chamada febre de construir ou criar as obras de assistência, materialmente falando, não caracteriza propriamente uma postura espírita, mas o interesse de muitas pessoas. O trabalho espírita por excelência é aquele da reconstituição das almas, de levantar os indivíduos caídos nas estradas morais do mundo. Mas muitas vezes esses indivíduos caídos existem entre aqueles que sofrem necessidades variadas e de diverso porte, a nível material... Aqui, em Portugal, quando não existam essas necessidades, tipicamente materiais, todos os esforços deverão voltar-se para as necessidades morais, para os problemas de ordem ética... Quando um centro espírita não dispõe de uma obra material, um lar de crianças, de idosos, uma creche, um hospital, isso não diminui o seu mérito diante da obra da educação e de esclarecimento das almas que esteja a realizar. Até porque o movimento espírita deve expandir-se calcando sempre nessa necessidade que a doutrina tem de chegar aos corações, de fazer com que as pessoas libertem-se da ignorância... Não perderemos de vista, no entanto, a importância do socorro material àquelas pessoas que estejam nessa faixa de necessidade... mas com certeza de que não cabe ao trabalhador espírita, à Instituição Espírita manter um quadro de criaturas miseráveis improdutivas em nome do seu esforço de caridade. O trabalho assistencial espírita visa promover a criatura. O objetivo do Espiritismo é fazer o homem crescer, fazer o homem levantar-se, alcançando os objetivos da sua reencarnação. P. – Acha plausível dirigentes espíritas que não se dêem bem? R.T. – Lamentavelmente encontramos dirigentes, no Movimento Espírita, que não se dão bem, que não se ajustam, que não se afinam. É lamentável, mas temos que convir que isto existe porque vivemos no mundo. Triste é constatar-se que tais dirigentes, sejam eles quais forem, não estão a dar-se conta que desmentem com as atitudes aquilo que pregam com as palavras. Sendo a Doutrina Espírita uma doutrina de bom senso, de razão, uma doutrina que prega o amor acima de todas as coisas, como ensinou Jesus, não se justifica que esses elementos não tivessem coragem de lavar as suas diferenças nas águas da fraternidade, de dialogar, de chegarem a uma conclusão, mas isto, conforme nos diz “O livro dos espíritos”, demonstra a predominância do personalismo, do egoísmo, do homem velho sobre as estruturas frágeis do homem novo sobre a Terra. Lamentamos, mas ainda encontraremos os indivíduos que acham muito bonito falarem de Jesus mas que ainda não tiveram a coragem de saírem de si mesmos para viverem como o Mestre recomendou. Entrevista concedida em 30.10.1993. Revista Fraternidade/Portugal/ fevereiro/1994. Jornal Mundo Espírita/ março/1994. http://www.raulteixeira.com/noticias.php?not=81 |
Entrevista com Raul Teixeira sobre família .
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Escrito por Raul Teixeira |
VIOLÊNCIA NO LAR Por que tanta violência entre pais e filhos? Raul – No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis. Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo. FILHOS ADOTIVOS Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade? Raul – Desde que são adotados, deverão sabê-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir. Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou. SEPARAÇÕES NO MATRIMÔNIO A que se deve o número cada vez maior de separações no matrimônio? Raul – Deve-se ao fato de não ter sido levado em conta a lei divina, conforme anota Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXII, item 5. Os problemas de intolerância, a liberalidade da formação do caráter, o despreparo para as responsabilidades do casamento, o orgulho soez e seus afins, representam elementos danosos a atentarem contra os lares de fracos alicerces. DIVÓRCIO E FILHOS Quando o divórcio é iminente como fica a situação dos filhos? Raul – A situação do divórcio do casal, com raríssimas exceções, perturba muito os filhos. Seja pela divisão emocional que se processa, seja pelo caráter odiento em que se estriba, os filhos ficam como que sufocados num clima desestruturador, desde a iminência, desde as conversas, as querelas, as friezas ou os desrespeitos. Melhor seria que os casais se pudessem compreender melhor, evitando que essas aves implumes e dependentes, que são os filhos, caiam do ninho desfeito ou mal mantido, perturbando-se ao invés de avançar para Deus, em clima de segurança. FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas? Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam. Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero. INFLUÊNCIA DA TV Como você vê a influência da televisão no lar? Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações. O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo. Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer. FAMÍLIA ATUAL Sob que aspecto a família atual está mais descuidada? Raul – Ao que podemos contemplar, a família acha-se, de um modo geral, descuidada nos mais diversificados aspectos da vida, considerando-se o seu papel de “escola das almas”, e a primeira escola por sinal dos que chegam no mundo terreno. Entretanto, as raízes atormentadoras de tanto desajuste familiar, vemos na vivência materialista, sem as noções básicas quanto ao Espírito imortal, a descrença em Deus, embora a maioria professe rituais e cultos variados e vazios de conteúdo mais profundo acerca da vida. É aí que o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito, conforme ensina o Espiritismo, pode despertar os pais, os filhos, esposos, para que reflitam acerca das responsabilidades graves que têm, em face das relações familiares, com vistas ao futuro de alegrias e de paz. MÃES QUE TRABALHAM Mãe que trabalha fora do lar prejudica a educação dos filhos? Raul – Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a informação de que a paternidade é uma verdadeira missão e, mais do que isto, que é um grandíssimo dever e que envolve, mais do que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro, conforme notamos na questão 582. Acredito que a questão grave não seja a situação em que a mãe precisa trabalhar fora do lar, mas sim, como fará ela a necessária compensação, quando ao lar retorna. É certo que admitimos que a ausência da mãe sempre provocará, sobre os filhos pequenos, processos de carências que ninguém suprirá devidamente. De acordo com o tipo de Espírito, essas carências poderão atingir índices altos de transtornos na formação da personalidade infantil, a desaguar nos desajustes da adolescência, quando não corrigidos a tempo. Faze-se, assim, importante que a mãe que trabalhe fora de casa, empreenda maiores esforços para envolver a criança, atendê-la, entendê-la, ajudá-la em seus trabalhos escolares, dialogando sempre. Enfim, torna-se imprescindível que os pais, e particularmente a mãe, conversem com as crianças sobre as razões ponderáveis. Não deverão os pais, em chegando ao lar, fixarem-se nas intermináveis novelas, em leituras de jornais delongadas, irritando-se com a aproximação ou solicitação dos pequenos, aos quais, antes deveriam buscar para aconchegá-los. Nesses casos, depois que os pais cheguem em casa, eles próprios superarão o cansaço para cuidarem, com atenção e carinho, dos filhos que ficaram sem eles durante todo o dia, ou grande parte do dia. Os finais de semana, igualmente, deverão ser passados junto dos filhos, aproveitados na companhia deles, salvo em casos de necessidade imperiosa que determina o contrário. Necessário se faz renunciar a alguns prazeres e divertimentos, enquanto os filhos disto careçam, a fim de formá-los no equilíbrio para o futuro, agindo dentro da orientação espírita, de acordo com o que nos lembra a Codificação Espírita. EDUCAÇÃO SEXUAL No mundo atual vemos aumentar o desequilíbrio no campo sexual. Até que ponto os pais têm influência na educação do sexo? Raul – O sexo, representando uma das potências das quais se vale o Espírito, para progredir e cooperar com Deus na Obra universal, não encontrará equilíbrio, enquanto outras áreas do ser não forem bem trabalhadas pela educação superior. Jamais encontraremos sexualidade equilibrada em indivíduos egoístas, vaidosos, irascíveis, orgulhosos, violentos, mentirosos e usurpadores. Assim, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, a família deve educar seus filhos para Deus, para que, então, o todo se encaminhe para a faixa da harmonia. A morigeração dos hábitos, o respeito à vida em todas as suas dimensões, o cuidado de si mesmo, a sinceridade de uma religião profunda, farão com que a família cresça conduzindo seus filhos para Deus, com suas energias de criação, de características sexuais, ajustadas ao respeito, à dignidade, ao bem geral. FILHOS E CENTRO ESPÍRITA Qual a atitude dos pais, quando os filhos não aceitam o encaminhamento ao Centro Espírita? Raul – Se são filhos emancipados, com vida própria, caberá aos pais o respeito à sua condição e escolha. Entretanto, o mesmo não poderá ocorrer com os filhos menores, totalmente dependentes dos pais. É uma questão de coerência. Aos pais, neste caso, caberá persuadir, sem violência, mas com seriedade e severidade, para que participem da doutrina que auxilia o lar a manter-se em franco clima de progresso e de trabalho. Os que perante Deus são incumbidos de dar o alimento, o calçado e a veste, a escola e o cobertor, por que não ensejariam aos filhos a opção do conhecimento espírita? Mesmo que mais tarde, emancipados, se afastem do caminho espiritista, estarão lançadas as sementes da verdade, que um dia, germinarão, ainda que seja sob chuvas de testemunhos difíceis ou entre os ciclones de dores acerbas, ou, ainda, ante as exigências da alma, na sua sede de comunhão com Deus. Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas-SP, reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986, retirada do endereço: http://www.raulteixeira.com/noticias.php |
Raul Teixeira responde sobre as drogas.
Raul, como fazer para acabar com a "praga" das drogas?
Raul - Nós vivemos num planeta em fase de transformação e os Espíritos que aqui vivemos somos portadores de infinito conjunto de carências, de medos, de tormentos e, naturalmente, somos animais curiosos, por excelência.
Raul - Nós vivemos num planeta em fase de transformação e os Espíritos que aqui vivemos somos portadores de infinito conjunto de carências, de medos, de tormentos e, naturalmente, somos animais curiosos, por excelência.
Esse conjunto de situações vem fazendo com que as pessoas enveredem pelos caminhos das drogas sem que se apercebam disso.
Umas, pelo simples desejo de experimentar uma coisa
nova. Acabam gostando, acabam ficando dependentes organicamente,
psicologicamente falando, se tornam drogaditos.
Outras, para fugir de si mesmas, de conflitos, de lutas íntimas que não conseguem solucionar.
Outras, ainda, para fugir de problemas sociais, familiares.
Outros porque têm medo da bomba, da bomba de nêutron, da aids e de tantas outras coisas.
Há indivíduos com medo de ter medo e, então, cada um tem uma razão para ir fugindo, buscando esconderijos.
Naturalmente, é preciso pensarmos que nós temos uma
preocupação muito grande com a drogadição, com as chamadas drogas
pesadas, socialmente abominadas, mas costumamos dar muita guarida e
elogiar mesmo as drogas socialmente aceitas. É muito raro encontrarmos
um lar cristão que não tenha o seu barzinho, o seu uísque, a sua Vodka.
No Brasil tem uns que resolveram esse problema
fazendo uma cachaça espírita, a cachaça São Francisco, para poder tomar
seus golinhos.
A gente não sabe dar uma festinha em casa, mesmo que
seja o aniversário das crianças, sem o alcoólico. E a gente justifica de
todas as maneiras dizendo que é para comemorar, é para festejar, é pela
alegria, é por tudo.
Mas também a gente não dispensa - ¬hoje graças a Deus
muita gente já o dispensa - o tabaquinho, o cigarrinho, que é charmoso.
Mulher elegante fuma.
E ela fica cancerosamente elegante...
Homem elegante fuma. E nós vamos percebendo que a
participação da família no processo de educação das novas gerações tem
deixado muito a desejar.
Ora, que autoridade terá um pai para dizer ao seu
filho que não fume a marijuana, a maconha, se ele fuma o tabaco comum,
que os técnicos dizem que é tão ou mais prejudicial do que a marijuana
ou a maconha? As opiniões dos técnicos divergem num ou noutro ponto, mas
todos dizem que as duas coisas são terríveis para a saúde humana.
Como é que um pai que chega alcoolizado em casa, ou
que bebe em casa para não beber na rua, dando esse exemplo ao filho,
poderá criticá-lo quando este chegar embriagado, cambaleante, lambendo
os lábios ressecados?
Então, nós precisamos saber que só poderemos o mínimo quando ao mínimo nos dedicarmos.
Comecemos o trabalho de eliminar a drogadição da
Terra eliminando os nossos vícios domésticos. Falamos dos vícios
materiais como o tabaco, o álcool, o excesso de todo tipo para que,
gradativamente tenhamos autoridade moral para propor aos filhos uma
conduta diferente.
E então nós vamos verificando que todos os vícios,
toda drogadição será gradativamente eliminada à medida que a educação
não seja apenas artigo de livros, mas uma proposta de vida. A partir daí
estaremos trabalhando para que as pessoas se fortifiquem, se
fortaleçam, saiam dos medos, das fobias, das paúras, ou o que quer que
chamemos, tenham confiança, não queiram fugir dos seus próprios
problemas, aprendendo a faceá-los, a arrostá-los com a dignidade que a
vida nos permite ter.
Se nós erramos, se cometemos algum desatino, não será
fugindo através das drogas que resolveremos o problema, será
enfrentando-o.
Se a gente tiver que pedir desculpas ao mundo, que a
gente peça desculpas ao mundo, mas que não nos desnorteemos buscando uma
porta falsa para tentar fugir daquilo de que não fugiremos.
Só existe uma pessoa da qual não conseguiremos fugir: a gente mesmo.
Quando eu me olho de manhã no espelho, eu me assusto é
comigo; a única pessoa com quem não posso deixar de dormir é comigo
mesmo. Então não tem jeito de fugir de mim. Se eu usar uma droga, seja o
álcool ou o LSD, seja a cocaína, seja a heroína, quando eu volto a mim,
dos seus efeitos, eu sou a mesma criatura atormentada, com a agravante
de ter me viciado, de ter me drogado, de ter violentado a minha
estrutura organopsíquica.
Então, a proposta para se eliminar isso da Terra, não
é uma coisa para amanhã, mas é para o amanhã. Não é objetivo,
didaticamente falando, já que os objetivos são as coisas que a gente
quer conseguir hoje, mas é o fim, uma finalidade: alcançar a libertação
dos indivíduos, gradativamente, pouco a pouco. Com a mesma paciência com
que Deus nos trata, sabendo que nós caímos e levantamos, erramos e
acertamos, mas estamos na marcha, para frente e para o Alto.
Resposta dada em Workshop promovido durante o 2º
Congresso Espírita Mundial, em Lisboa, conforme a gravação feita em
vídeo, sob o tema A educação
quinta-feira, 16 de agosto de 2012
A ÚLTIMA TENTAÇÃO
Irmão X
Dizem que Jesus, na hora extrema, começou a
procurar os discípulos, no seio da agitada multidão que lhe cercava o madeiro,
em busca de algum olhar amigo em que pudesse reconfortar o espírito
atribulado...
Contemplou, em silêncio, a turba enfurecida.
Fustigado pelas vibrações de ódio e crueldade,
qual se devera morrer, sedento e em chagas, sob um montão de espinhos, começou a
lembrar os afeiçoados e seguidores da véspera...
Onde estariam seus laços amorosos da Galiléia?...
Recordou o primeiro contacto com os pescadores do
lago e chorou.
A saudade amargurava-lhe o coração.
Por que motivo Simão Pedro fora tão frágil? que
fizera ele, Jesus, para merecer a negação do companheiro a quem mais se
confiara?
Que razões teriam levado Judas a esquecê-lo? Como
entregara, assim, ao preço de míseras moedas, o coração que o amava tanto?
Onde se refugiara Tiago, em cuja presença tanto se
comprazia?
Sentiu profunda saudade de Filipe e Bartolomeu, e
desejou escutá-los.
Rememorou suas conversações com Mateus e refletiu
quão doce lhe seria poder abraçar o inteligente funcionário de Cafarnaum, de
encontro ao peito...
De reminiscência a reminiscência, teve fome da
ternura e da confiança das criancinhas galiléias que lhe ouviam a palavra,
deslumbradas e felizes, mas os meninos simples e humildes que o amavam
perdiam-se, agora, à distância...
Recordou Zebedeu e suspirou por acolher-se-lhe à
casa singela.
João, o amigo abnegado, achava-se ali mesmo, em
terrível desapontamento, mas precisava socorro para sustentar Maria, a
angustiada Mãe, ao pé da cruz.
O Mestre desejava alguém que o ajudasse, de perto,
em cujo carinho conseguisse encontrar um apoio e uma esperança...
Foi quando viu levantar-se, dentre a multidão
desvairada e cega, alguém que ele, de pronto, reconheceu.
Era a mesmo Espírito perverso que o tentara no
deserto, no pináculo do templo e no cimo do monte.
O Gênio da Sombra, de rosto enigmático, abeirou-se
dele e murmurou:
– Amaldiçoar, os teus amigos ingratos e dar-te-ei
o reino do mundo! Proclama a fraqueza dos teus irmãos de ideal, a fim de que a
justiça te reconheça a grandeza angélica e descerás, triunfante, da cruz!...
Dize que os teus amigos são covardes e duros, impassíveis e traidores e
unir-te-ei aos poderosos da Terra para que domines todas as consciências. Tu
sabes que, diante de Deus, eles não passara de míseros desertores...
Jesus escutou, com expressiva mudez, mas o pranto
manou-lhe mais intensamente da olhar translúcido.
– Sim – pensava –, Pedro negara-o, mas não por
maldade. A fragilidade do apóstolo podia ser comparada à ternura de uma oliveira
nascente que, com os dias, se transforma no tronco robusto e nobre, a desafiar a
implacável visita dos anos. Judas entregara-o, mas não por má-fé. Iludira-se com
a política farisaica e julgara poder substituí-lo com vantagem nos negócios do
povo.
Encontrou, no imo dalma, a necessária justificação
para todos e parecia esforçar-se por dizer o que lhe subia do coração.
Ansioso, o Espírito das Trevas aguardava-lhe a
pronúncia, mas o Cordeiro de Deus, fixando os olhos no céu inflamado de luz,
rogou em tom inesquecível:
– Perdoa,-lhes, Pai! Eles não sabem o que
fazem!...
O Príncipe das Sombras retirou-se apressado.
Nesse instante, porém, ao invés de deter-se na
contemplação de Jerusalém dominada de impiedade e loucura, o Senhor notou que o
firmamento rasgara-se, de alto a baixo, e viu que os anjos iam e vinham, tecendo
de estrelas e flores o caminho que o conduziria ao Trono Celeste.
Uma paz indefinível e soberana estampara-se-lhe no
semblante.
O Mestre vencera a última tentação e seguiria,
agora, radiante e vitorioso, para a claridade sublime da ressurreição eterna.
Do livro “Contos e Apólogos”. Irmão X. Psicografia
de Francisco Cândido Xavier.
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