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quinta-feira, 16 de agosto de 2012

JESUS E O MUNDO


Emmanuel

Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens e no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da terra.
Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.
Da escola do mundo saíram diplomados em santificação Espíritos sublimes, que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.
Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.
Se o melhor não auxilia ao pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.
Se o bom desampara o mau, a fraternidade não passaria de mera ilusão.
Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.
Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.
Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsividade, o desequilíbrio comandaria a existência.
Se a virtude não socorre às vítimas do vício e se o bem não se dispõe a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de coisa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.
O Mestre não era do mundo, mas veio até nós para a redenção do mundo. Sabia que os seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-os ao convívio com homens para que os homens se transformassem nos servidores devotados do bem, convertendo o Planeta em seu reino de Luz.
O cristão que foge ao contato com o mundo, a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor, longe de solicitar ornamentos para a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do grande amanhã.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

NA INTIMIDADE DOMÉSTICA


Emmanuel
 
A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.
Não hesita em auxiliá-lo.
Estende-lhe as mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.
Conduze-o ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém-se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.
Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício da caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa !
Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.
(De “Coragem”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)
 

HORA DIFÍCIL


Emmanuel
 
Os Amigos Espirituais auxiliam aos companheiros encarnados na terra, em toda parte e sempre. sobretudo, com alicerces na inspiração e no concurso indireto. Serviço no bem do próximo, todavia, será para todos eles o veículo essencial. Contato fraterno por tomada de ligação.
*
Suportarás determinadas tarefas sacrificiais com paciência e, através daqueles que se te beneficiam do esforço, os Mensageiros da Vida Superior te estenderão apoio imprevisto.
Darás tua contribuição no trabalho espontâneo, em campanhas diversas, a favor dos necessitados, e, pelos irmãos que te cercam, oferecer-te-ão esperança e alegria.
Visitarás o doente e, utilizando o próprio doente, renovar-te-ão as idéias.
Socorrerás os menos felizes, e, por intermédio daqueles que se lhes vinculam à provação e à existência, dar-te-ão bondade e simpatia.
Ajudarás a criança desprotegida e, mobilizando quantos se lhe interessam pelo destino, descerrar-te-ão vantagens inesperadas.
Desculparás ofensas recebidas e, servindo-se dos próprios beneficiários de tua generosidade e tolerância, surpreender-te-ão com facilidades e bênçãos a te enriquecerem as horas.
*
Permaneça o tarefeiro na tarefa que lhe cabe e os emissários do Senhor encontrarão sempre meios de lhe prestarem assistência e cooperação. entretanto, eles também, os doadores da luz, sofrem, por vezes, a intromissão da hora difícil. Quando o obreiro se deixa invadir pelo desânimo, eis que os processos de intercâmbio entram em perturbação e colapso, de vez que, entorpecida a vontade, o trabalhador descamba para a inércia e a inércia, onde esteja, cerra os canais do auxílio, instalando o deserto espiritual.

Do Livro “Coragem”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

QUANDO O TÉDIO APAREÇA


Emmanuel
 
Quando o desalento te ameace o caminho, pensa nos outros, naqueles que não dispõem de tempo para qualquer entrevista com o tédio.
Se te acreditar amargurando lições demasiado severas no educandário da vida, freqüenta, de quando em quando, a escola das grandes provações, onde os aprendizes se acomodam na carteira das lágrimas. Muitos jazem na rua, estendendo mãos fatigadas aos que passam com pressa... Em maioria, são doentes que a onda renovadora do grupo social atirou à praia da assistência pública ou mães aflitas a quem as exigências de filhos pequeninos ainda não permitem a liberalidade de uma profissão...
Provavelmente, alguém dirá que entre eles se encontram oportunistas e malfeitores que se fantasiam de enfermos para te assaltarem a bolsa em nome da piedade. Compreendemos semelhante alegação e justificamo-la, porque o mal existe sempre onde lhe queiramos destacar a presença e, conquanto te roguemos o benefício da prece, em favor dos que agem assim, mais por ignorância que por maldade, apelamos para que consultes ainda aquelas outras salas de aula que se enfileiram no recinto dos hospitais e nos albergues esquecidos. Acompanha os estudos daqueles cujo corpo se carrega de feridas dolorosas para agradeceres a pele sadia que te veste a figura ou segue a cartilha de agoniadas emoções dos que se recolhem nos manicômios, sorvendo angústia e desespero nos resvaladouros da loucura ou da obsessão, a fim de valorizares o cérebro tranqüilo que te coroa a existência... Visita os asilos que resguardam a sucata do sofrimento humano e observa as disciplinas dos que foram entregues às meditações da penúria, para quem um simples sanduíche é um brinde raro e partilha os exercícios de saudade e de dor dos que foram abandonados pelos entes que mais amam, a fim de abençoares o pão de tua casa e os afetos que te enriquecem os dias.
Quando o tédio te procure, vai à escola da caridade... Ela te acordará para as alegrias puras do bem e te fará luz no coração, livrando-te das trevas que costumam descer sobre as horas vazias.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

DECÁLOGO DO BOM ÂNIMO


André Luiz

1 - Dificuldades? Não perca tempo, lamuriando. Trabalhe.
2 - Críticas? Nunca aborrecer-se com elas. Aproveite-as no que mostrem de útil.
3 - Incompreensões? Não busque torná-las maiores, através de exigências e queixas. Facilite o caminho.
4 - Intrigas? Não lhes estenda a sombra. Faça alguma luz com o óleo da caridade.
5 - Perseguições? Jamais revidá-las. Perdoe esquecendo.
6 - Calúnias? Nunca enfurecer-se contra as arremetidas do mal. Sirva sempre.
7 - Tristezas? Afaste-se de qualquer disposição ao desânimo. Ore abraçando os próprios deveres.
8 - Desilusões? Por que debitar aos outros a conta de nossos erros? Caminhe para frente, dando ao mundo e à vida o melhor ao seu alcance.
9 - Doenças? Evite a irritação e a inconformidade. Raciocine nos benefícios que os sofrimentos do corpo passageiro trazem à alma eterna.
10 - Fracassos? Não acredite em derrotas. Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você está agora em seu melhor tempo – o tempo de hoje, no qual você pode sorrir e recomeçar, renovar e servir, em meio de recursos imensos.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

DEPRESSÕES


Emmanuel
 
Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
*
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é Lei do Universo
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
*
Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente. 


Do Livro “Coragem”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

OS DIREITOS DA MULHER


Conversávamos antes da reunião sobre os direitos da mulher perante o homem. Os comentários eram os mais diversos, quanto ao que ocorre no mundo neste sentido. Quando os deveres em pauta nos chamaram à tarefa, O Livro dos Espíritos, aberto ao acaso, deu-nos a questão 201 para estudo. Após as explanações habituais, o nosso caro Emmanuel trouxe-nos a página “Especialmente à Mulher”.
 
 
ESPECIALMENTE  À  MULHER
 
Emmanuel
 
Homem e mulher guardam idênticos direitos perante as Leis da Vida.
E ambos, análogas características de imortalidade; os mesmos atributos do espírito eterno.
Entretanto, a Sabedoria da Criação entregou à mulher as chaves da vida. Com ela, a repetição do berço, nos prodígios do renascimento.
O homem dominará a natureza, erguerá impérios, influenciará povos ou marcará época; no entanto a humanização de tudo isso pertence à mulher que o embala nos vínculos de sua própria renovação. 
Por muito poderosos hajam sido os conquistadores da Terra, no passado e no presente, e por mais cultos os filósofos que traçam as diretrizes da cultura humana, de nenhum deles a vida suprimiu a necessidade das entranhas femininas para que se lhes gerasse a existência; e ainda agora, quando a ciência do mundo se dispõe a intervir nos processos da reencarnação, procurando nova nidação dos recursos genéticos, a favor da gestação em proveta criadora, nenhum sistema de sublimação espiritual pode substituir a assistência materna, no trabalho do renascimento físico, porque unicamente o amor é a luz da civilização, conduzindo-a para a integração com Deus.
***
Se te encontras na experiência feminina, ante os impositivos da evolução, é natural te compreendas, no mesmo nível do homem relativamente à cultura e à inteligência, com a mesma segurança de competência. Mas para a demonstração disso, não busques os pontos de vivência em que a maioria dos homens falhou tantas vezes.
Para te mostrares tão eficiente quanto os melhores companheiros da Terra, não é necessário desças aos precipícios a que tantos se arrojaram na própria imprevidência.
Recorda que podes ombrear com todos eles em matéria de trabalho e habilitação, entendimento e responsabilidade, mas é preciso pensar que Deus não confiou aos homens os dons que te concedeu na perpetuação da vida e no sustento do amor.
Livro “Caminhos de Volta” – Psicografia Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos.
 

Parábola do Semeador, sob a ótica de Joaana de Angelis


“Saiu o semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte caiu á beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram. Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade. Outra caiu no meio de espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na. E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um. Dizendo isto clamou: Quem tem ouvidos para ouvir, ouça. (...)”
(Mateus, XIII, 1-9-Lucas, VIII, 4-15.)

“Saiu o semeador para semear a sua semente. E quando semeava, uma parte caiu á beira do caminho; foi pisada, e as aves do Céu a comeram...”

Uma semente que não cresce e não cria raízes é aquela que é plantada superficialmente, podemos trazer esta experiência para o nosso dia a dia, nas relações pessoais, profissionais e até mesmo religiosa, as quais encaramos superficialmente.
Nós em muitos momentos da vida somos rígidos, “solos” duros, áridos, impedindo assim que as boas sementes germinem. Enquanto não permitirmos que a semente adentre o nosso ser, ela não vai germinar e conseqüentemente não vai criar raízes, às vezes não permitimos isso por estarmos em uma condição “confortável”, ou seja, acomodado.
E na maioria das vezes, ouvimos os ensinamentos, mas jamais achamos que eles servem para nós, sempre os projetamos para outras pessoas, e nunca para nós.

“Receando ser ele mesmo, tornasse pessoa espelho, a refletir as conveniências dos outros, ou, homem-parede, a reagir contra todas às vibrações que lhe são dirigidas antes de as examinar”
(Joanna de Angelis-Homem Integral)

“Outra caiu sobre a pedra; e tendo crescido, secou, porque não havia umidade...”

“Como o próprio Jesus disse, este solo é aquele que recebeu rápida e alegremente a Sua palavra, mas não tem raiz em si mesmo.”

Somos nós, eufóricos quando movidos somente pela impulsividade, não nos aprofundamos em nossas raízes, ou seja, partimos para nossas empreitadas na vida, mas sem buscarmos o devido preparo para termos “sucesso” em nossas buscas.
Assim também é na luta pelo nosso melhoramento espiritual, se deixarmos a semente do Evangelho criar raízes profundas dentro de nós, nosso crescimento será mais significativo, uma arvore não pode crescer exuberantemente em sua verticalidade, se não possuir fortes e profundas raízes que a sustentarão.
Esta semente representa aquelas pessoas que não possuem raízes em si mesmas.
Quantas iniciam cursos de estudos da Doutrina Espírita, que certamente nos ajudam muito a criarmos melhores condições para nossa existência,e de hora para outra simplesmente desaparecem, usando trabalho profissional e outros, para justificar sua ausência, outras freqüentam reuniões com belas palestras e com profundas mensagens, e acham tudo muito lindo, mas não deixam esses momentos se aprofundarem dentro de si, em boas reflexões, e acaba tudo passando, alguns partem para os trabalhos necessários dentro da Casa Espírita, iniciam grandes projetos, mas no primeiro obstáculo, desiste de tudo.
Esta é a segunda semente, houve todos as lições, tem acesso a tudo de bom, mas existe nelas uma grande falta de enraizamento e de aprofundamento, deixando que todas as suas atividades sejam plenamente superficiais.

“O ser humano possui profundidade que deve ser penetrada, superando a superficialidade no dia a dia”
(Joanna de Angelis)

“Outra caiu no meio de espinhos; e com ela cresceram os espinhos, e sufocaram-na...”

Os espinhos são as nossas sombras, que ficam escondidas e crescem e quando desejamos partir para uma renovação moral, pois as boas raízes começam a crescer, as nossas melhores qualidades e as maiores virtudes são contaminadas por estes espinhos, por estas sombras.

“Toda vez que a pessoa tenta a conscientização intima, o encontro com o “eu” profundo, a busca interior, as sensações predominantes nas paisagens físicas, perturbam-lhe a decisão, impedindo a experiência”
(Joanna de Angelis)

Se já nos conhecemos um pouco, e sabemos das sombras que trazemos dentro de nós, também sabemos de nossas boas conquistas, então devemos iniciar já uma batalha para que estas sombras não se sobreponham as nossas qualidades, impedindo o nosso crescimento.
Precisamos então trabalhar mais as nossas sombras, buscar as raízes, nos aprofundarmos, deixar o orgulho de lado e passarmos, com esse mergulho em nós mesmos, nos aceitar mais e procurar disseminar estes espinhos de dentro de nós. Como nos orienta a Benfeitora Joanna de Angelis, buscar o nosso “self” e nos conhecermos profundamente.

“A aquisição da consciência é um processo lento e profundo, porque se encontra em germe no próprio “ser”, como a pérola preciosa na concha escura no molúsculo...”
(Joanna de Angelis)

Nada acontece de hora para outra, mas é preciso fazer nossa parte para que consigamos transformar nossas feridas em pérolas, é preciso deixar que todos os ensinamentos nos penetrem verdadeiramente para que ao absorvermos, possamos partir para a vivencia no dia a dia, fazendo com que os espinhos caiam e deixem os frutos bons das boas sementes crescerem e se multiplicarem.
E outra caiu na boa terra, e, tendo crescido, deu fruto a cento por um.

“Nesse homem atribulado dos nossos dias, a Divindade deposita confiança em favor de uma renovação para um mundo melhor e uma sociedade mais feliz, buscar os valores que lhes dormem soterrados no íntimo é a razão de sua existência corporal no momento, encontrar-se com a vida, enfrentá-la e triunfar eis o seu fanal.”
(Joanna de Angelis)

“Quantos de vós aqui presentes darão frutos? Quantos de vós que estão aqui vão permitir que tudo que vocês escutaram e escutam se enraízem, transformem vocês e sigam a adiante se transformando nessa árvore que dará frutos e que vão gerar novas e boas sementes?
(Bezerra de Menezes)

Fonte:Blog: Estudos Espiritas

O SEMEADOR INCOMPLETO


 
Irmão X
 
 
  
    Conta-se que existiu um cristão inteligente e sincero, de convicções forte e maneiras francas, que, onde estivesse, atento às letras evangélicas, não deixava de semear a palavra do Senhor.
    Excelente conversador, ocupava a tribuna com êxito invariável. As imagens felizes fluíam-lhe dos lábios quais arabescos maravilhosos de som. Ensinava sempre, conduzia com lógica, aconselhava com acerto, espalhava tesouros verbais. No entanto, reconhecia-se incompreendido de toda gente.
    Em verdade, no fundo, exaltava o amor; todavia, acima de tudo, queria ser amado. Salientava os benefícios da cooperação; contudo, estimava a colaboração alheia, sentindo-se diminuído quando as situações lhe reclamavam concurso fraterno. Sorria, contente, ao receber o titulo de orientador; entretanto, dificilmente sabia utilizar o titulo de irmão. Habituara-se, por isso, ao patriarcado absorvente criado pelos homens na imitação do patriarcado libertador de Deus.
    Com a passagem do tempo, todavia, suas palavras perderam o brilho. Faltava-lhe a claridade interior que somente a integração com Jesus pode proporcionar.
    Servo caprichoso e rígido, insulou-se no estudo das letras sagradas e buscou situar-se nos símbolos da Boa Nova, descobrindo para ele mesmo a posição do semeador incompreendido.
    As estações correram sucessivas e a luz de cada dia encontrou-o sempre sozinho e distante...
    Dizia-se enfastiado das criaturas. Semeara entre elas, afirmava triste, as melhores noções da vida, recebendo, em troca, a ingratidão e o abandono. Sentia-se ausente de sua época, desajustado entre os companheiros e descrente do mundo. E porque não desejava contrariar a si mesmo, retirara-se das atividades sociais, a fim de aguardar a morte.
    Efetivamente, o anjo libertador, decorrido algum tempo, veio subtraí-lo ao corpo físico.
    Estranho, agora, durante muitos anos. Mantinha-se apagada a lâmpada de seu coração. Não possuía suficiente luz para identificar os caminhos novos ou para ser visto pelos emissários celestes.
    O inteligente instrutor, por fim, valeu-se da prece. Afinal, fora sincero em seus pontos de vista e leal a si próprio. E tanto movimentou os recursos da oração que o Senhor, ouvindo-lhe as suplicas bem urdidas, desceu em pessoa aos círculos penumbrosos.
    Sentindo-se agraciado, o infeliz alinhou frases preciosas que Jesus anotava em silencio.
    Depois de longa exposição verbal do aprendiz, perguntou o Mestre, amável:
    - Que missão desempenhaste entre os homens?
    O interpelado fixou o gesto de quem sofre o golpe da injustiça e esclareceu:
    - Senhor, minha tarefa foi semelhante à daquele semeador de tua parábola. Gastei varias dezenas de anos, espalhando tuas lições na Terra. No entanto, não fui bem-sucedido no ministério. As sementes que espargi a mancheias sempre caíram em terra sáfara. Quando não eram eliminadas pelas pedras do orgulho, apareciam monstros da vaidade, destruindo-as, surgiam espinhos da insensatez sufocando-as, crescia o lodo do mal, anulando-me o serviço. Nunca fugi ao esforço de oferecer teus ensinamentos com abundância. Atirei-os aos quatro cantos do mundo, através da tribuna privada ou da praça livre. Todavia, meu salário tem sido o pessimismo e a derrota...
    Jesus fitava-o, condoído. E porque os lábios divinos nada respondessem, o aprendiz acentuou:
    - Portanto, é imperioso reconhecer que te observei as advertências... Fui sincero contigo e fiel a mim mesmo...
    Verificando-se novo intervalo, disse o Senhor com imperturbável serenidade:
    - Se atiraste tantas semente a esmo, que fazias do solo? Acreditas que o Supremo Criador conferiu eternidade ao pântano e ao espinheiro? Que dizer do lavrador que planta desordenadamente, que não retira as pedras do campo, nem socorre o brejo infeliz? É fácil espalhar sementes porque os principais sublimes da vida procedem originariamente da Providencia Divina. A preparação do solo, porém, exige cooperação direta do servo disposto a contribuir com o próprio suor. Que fizeste em favor dos corações que converteste em terra de tua semeadura? Esperavas, acaso que o logo lodacento te procurasse as mãos para ser drenado, que as pedras te rogassem remoção, que os carrascais te pedissem corrigenda? Permaneceria a sementeira fora do plano educativo estabelecido pelo Pai Eterno para o Universo inteiro?
    Ante nova pausa que se fizera, o crente, desapontado, objetou:
    - Contudo, tua parábola não se refere aos nossos deveres para com o solo...
    - Oh! – tornou Jesus, complacente – estará o mestre obrigado a resolver os problemas dos discípulos? Não me reportei a Vinha do Mundo, à charrua do esforço, ao trigo da verdade e ao joio da mentira? Não expliquei que o maior no Reino dos Céus será sempre aquele que se transformou em servo de todos? Não comentei, muitas vezes, as necessidades do serviço?
    O ex-instrutor silenciou em pranto convulso.
    O Senhor, todavia, afagou-lhe pacientemente a fronte e recomendou:
    - Volta, meu amigo, ao campo do trabalho terrestre e não te esqueças do solo, antes de semear. Cada coração respira em clima diferente. Enquanto muitos permanecem na zona fria da ignorância outros se demoram na esfera tórrida das paixões desvairadas. Volta e vive com eles, amparando a cada um, segundo as suas necessidades. Aduba a sementeira do bem, de conformidade com as exigências de cada região. Esse ministério abençoado reclama renuncia e sacrifício. Atendendo aos outros, ajustarás a ti mesmo. Por enquanto, és apenas o semeador incompleto. Espargiste as sementes, mas não consultaste as necessidade de chão. Cada gleba tem as suas dificuldades, os seus problemas e percalços diversos. Vai e, antes de tudo, distribuí o adubo da fraternidade e do entendimento.
    Nesse instante, o ex-pregador da verdade sentiu-se impelido por vento forte. A lei do renascimento arrebatava-o às esferas mais baixas, onde, novamente internado na carne, trabalharia, não para ser compreendido, mas para compreender.
 
  Livro:  Pontos e Contos  Psicografia  Francisco Cândido Xavier  - Pelo espírito:   Irmão X

PORTA ESTREITA

Emmanuel

"Porfiai por entrar pela porta estreita,
porque eu vos digo que muitos procurarão entrar, e não poderão."
- Jesus. (LUCAS, 13:24.)

Antes da reencarnação necessária ao progresso, a alma estima na "porta estreita" a sua oportunidade gloriosa nos círculos carnais.
 Reconhece a necessidade do sofrimento purificador.
 Anseia pelo sacrifício que redime.
 Exalta o obstáculo que ensina.
 Compreende a dificuldade que enriquece a mente e não pede outra coisa que não seja a lição, nem espera senão a luz do entendimento que a elevará nos caminhos infinitos da vida.
 Obtém o vaso frágil de carne, em que se mergulha para o serviço de retificação e aperfeiçoamento.
 Reconquistando, porém, a oportunidade da existência terrestre, volta a procurar as "portas largas" por onde transitam as multidões.
 Fugindo à dificuldade, empenha-se pelo menor esforço.
 Temendo o sacrifício, exige a vantagem pessoal.
 Longe de servir aos semelhantes, reclama os serviços dos outros para si.
 E, no sono doentio do passado, atravessa os campos de evolução, sem algo realizar de útil, menosprezando os compromissos assumidos.
 Em geral, quase todos os homens somente acordam quando a enfermidade lhes requisita o corpo às transformações da morte.
 "Ah! se fosse possível voltar!...
" - pensam todos.
 Com que aflição acariciam o desejo de tornar a viver no mundo, a fim de aprenderem a humildade, a paciência e a fé!...
 com que transporte de júbilo se devotariam então à felicidade dos outros! ...
 Mas... é tarde.
 Rogaram a "porta estreita" e receberam-na, entretanto, recuaram no instante do serviço justo.
 E porque se acomodaram muito bem nas "portas largas", volvem a integrar as fileiras ansiosas daqueles que procuram entrar, de novo, e não conseguem.

Livro: Vinha de Luz - Emmanuel - Psicografia de Chico Xavier