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quarta-feira, 4 de setembro de 2013

ORAI PELOS QUE VOS PERSEGUEM

ORAI PELOS QUE VOS PERSEGUEM


Compadecei-vos de quantos se consagram a instilar a peçonha da crueldade nos corações alheios, porque toda perseguição nasce da alma desventurada que a invigilância entenebreceu.

Monstro invisível, senhoreando idéias e sentimentos, é qual fera à solta, transpirando veneno, a partir das próprias vítimas que transforma em carrascos.

Quase sempre, surge naqueles que vascolejam o lixo da maledicência, buscando o lodo da calúnia para as telas do crime, quando não se levanta do charco ignominioso da inveja para depredar ou ferir.

De qualquer modo, gera alienação e infortúnio naqueles que lhes albergam as sugestões, escurecendo-lhes o raciocínio, para arrebata-los com segurança ao cárcere da agonia moral no inferno do desespero.

Ventania de lama, espalha corrente miasmáticas com o seu hálito de morte, agregando elementos de corrosão em todos os que lhe ofertam guarida.

É por isso que, ante os nossos perseguidores, é preciso acender a flama da caridade, a fim de que se nos não desvairem os pensamentos espancados de chofre.

Olhos e ouvidos empenhados à sombra dessa espécie; são rendições ao desânimo e à delinqüência, à deserção e à enfermidade.

Eis porque, Jesus, em Seu Amor e Sabedoria, não nos inclinou à lutar contra semelhante fantasma, induzindo-nos à bênção da compaixão, qual se fôssemos defrontados pela peste contagiante.
Perseguidos no mundo; mantenhamo-nos constante no trabalho do bem a realizar, e, ao invés do gládio da reação ou do choro inútil da queixa, aprendamos, cada dia, entre o perdão e o silêncio, a orar e esperar.



pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Trilha De Luz, Médium: Francisco Cândido Xavier

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Pai Nosso(...)"O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro..."

pai  nosso
Emmanuel
           
"Pai nosso ..." Jesus. (MATEUS, 6:9.)
 
A grandeza da prece dominical nunca será devidamente compreendida por nós que lhe recebemos as lições divinas.
Cada palavra, dentro dela, tem a fulguração de sublime luz.
De início, o Mestre Divino lança-lhe os fundamentos em Deus, ensinando que o Supremo Doador da Vida deve constituir, para nós todos, o princípio e a finalidade de nossas tarefas.
É necessário começar e continuar em Deus, associando nossos impulsos ao plano divino, a fim de que o nosso trabalho não se parca no movimento ruinoso ou inútil.
O Espírito Universal do Pai há de presidir-nos o mais humilde esforço, na ação de pensar e falar, ensinar e fazer.
Em seguida, com um simples pronome possessivo, o Mestre exalta a comunidade.
Depois de Deus, a Humanidade será o tema fundamental de nossas vidas.
Compreenderemos as necessidades e as aflições, os males e as lutas de todos os que nos cercam ou estaremos segregados no egoísmo primitivista.
Todos os triunfos e fracassos que iluminam e obscurecem a Terra pertencem-nos, de algum modo.
Os soluços de um hemisfério repercutem no outro.
A dor do vizinho é uma advertência para a nossa casa.
O erro de um irmão, examinado nos fundamentos, é igualmente nosso, porque somos componentes imperfeitos de uma sociedade menos perfeita, gerando causas perigosas e, por isso, tragédias e falhas dos outros afetam-nos por dentro.
Quando entendemos semelhante realidade, o "império do eu" passa a incorporar-se por célula bendita à vida santificante.
Sem amor a Deus e à Humanidade, não estamos suficientemente seguros na oração.
Pai nosso . . . - disse Jesus para começar.
Pai do Universo . . . Nosso mundo . . .
Sem nos associarmos aos propósitos do Pai, na pequenina tarefa que nos foi permitido executar, nossa prece será, muitas vezes, simples repetição do "eu quero", invariavelmente cheio de desejos, mas quase sempre vazio de sensatez e de amor.
 
 Do livro À Luz da Oração. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 
 
 

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

A psicologia da oração

A psicologia da oração

Convencionou-se, ao longo do tempo, que a oração é um recurso emocional e psíquico para rogar e receber benefícios da Divindade, transformando-a em instrumento de ambição pessoal, realmente distante do seu alto significado psicológico.
A oração é um precioso recurso que faculta a aquisição da autoconsciência, da reflexão, do exame dos valores emocionais e espirituais que dizem respeito à criatura humana.
Tornando-se delicado campo de vibrações especiais, faculta a sintonia com as forças vivas do Universo, constitui veículo de excelente qualidade para a vinculação da criatura com o seu Criador.
Todos os seres transitam vibratoriamente em faixas especiais que correspondem ao seu nível evolutivo, ao estágio intelecto-moral em que se encontram, às suas aspirações e aos seus atos, nos quais se alimentam e constroem a existência.
A oração é o mecanismo sublime que permite a mudança de onda para campos mais sensíveis e elevados do Cosmo.
Orar é ascender na escala vibratória da sinfonia cósmica.
Em face desse mecanismo, torna-se indispensável que se compreenda o significado da prece, sua finalidade e a maneira mais eficaz pela qual se pode alcançar o objetivo desejado.
Inicialmente, orar é abrir-se ao amor, ampliar o círculo de pensamentos e de emoções, liberando-se dos hábitos e vícios, a fim de criar-se novos campos de harmonia interior, de forma que todo o ser beneficie-se das energias hauridas durante o momento especial.
A melhor maneira de alcançar esse parâmetro é racionalmente louvar a Divindade, considerando a grandeza da Criação, permitindo-se vibrar no seu conjunto, como seu filho, assimilando as incomparáveis concessões que constituem a existência.
Considerar-se membro da família universal, tendo em vista a magnanimidade do Pai e Sua inefável misericórdia, enseja àquele que ora o bem-estar que propicia a captação das energias saudáveis da vida.
Logo depois, ampliar o campo do raciocínio em torno dos próprios limites e necessidades imensas, predispondo-se a aceitar todas as ocorrências que dizem respeito ao seu processo evolutivo, mas rogando compaixão e ajuda, a fim de errar menos, acertar mais, e de maneira edificante, o passo com o bem.
Nesse clima emocional, evitar a queixa doentia, a morbidez dos conflitos e exterioridades ante a magnitude das bênçãos que são hauridas, apresentando-se desnudado das aparências e circunlóquios da personalidade convencional.
Não é necessário relacionar sofrimentos, nem explicitar anseios da mente e do coração, porque o Senhor conhece a todos os Seus filhos, que são autores dos próprios destinos e ocorrências, mediante o comportamento mantido nas multifárias experiências da evolução.
Por fim, iluminado pelo conhecimento da própria pequenez ante a grandeza do Amor, externar o sentimento de gratidão, a submissão jubilosa às leis que mantêm o arquipélago de astros e a infinitude de vidas.
*   *   *
Tudo ora no Cosmo, desde a sinfonia intérmina dos astros em sua órbita, mantendo a harmonia das galáxias, até os seres infinitesimais no mecanismo automático de reprodução, fazendo parte do conjunto e da ordem estabelecidos.
Em toda parte vibra a vida nos aspectos mais complexos e simples, variados e uniformes.
Sem qualquer esforço da consciência, circula o sangue por mais de 150 mil quilômetros de veias, vasos, artérias, em ritmo próprio para a manutenção do organismo humano tanto quanto de todos os animais.
Funções outras mantidas pelo sistema nervoso autônomo obedecem a equilibrado ritmo que as preserva em atividade harmônica.
As estações do tempo alternam-se facultando as variadas manifestações dos organismos vivos dentro de delicadas ondas de luz e de calor que lhes possibilitam a existência, a manifestação, o desabrochar, o adormecimento, a espera.
O ser humano, enriquecido pela faculdade de pensar e dotado do livre-arbítrio, que lhe propicia escolher, atado às heranças do primarismo da escala animal ancestral pela qual transitou, experiencia mais as sensações do imediato do que as emoções da beleza, da harmonia, da paz, da saúde integral,
Reconhece o valor incalculável do equilíbrio, no entanto, estigmatizado pela herança do prazer hedonista, entrega-se-lhe à exorbitância pela revolta nos transtornos de conduta, como forma de imposição grotesca.
Ao descobrir a oração, logo se permite exaltar falsas ou reais necessidades, desejando respostas imediatas, soluções mágicas para atendê-las, distantes do esforço pessoal de crescimento e de reabilitação.
É claro que aquele que assim procede não alcança as metas propostas, pois que elas ainda não podem apresentar-se por nele faltarem os requisitos básicos para o estabelecimento da harmonia interior.
A oração é campo no qual se expande a consciência e o Espírito eleva-se aos páramos da luz imarcescível do amor inefável.
Quem ora ilumina-se de dentro para fora, tornando-se uma onda de superior vibração em perfeita consonância com a ordem universal.
O egoísmo, os sentimentos perversos não encontram lugar na partitura da oração.
Torna-se necessário desfazer-se desses acordes perturbadores, para que haja sincronização do pensamento com as dúlcidas notas da musicalidade divina.
A psicologia da oração é o vasto campo dos sentimentos que se engrandecem ao compasso das aspirações dignificadoras, que dão sentido e significado à existência na Terra.
Inutilmente, gritará a alma em desespero, rogando soluções para os problemas que lhe compete equacionar, mesmo que atraindo os numes tutelares sempre compadecidos da pequenez humana.
Desde que não ocorre sintonia entre o orante e a Fonte exuberante de vida, as respostas, mesmo quando oferecidas, não são captadas pelo transtorno da mente exacerbada.
*   *   *
Quando desejares orar, acalma o coração e suas nascentes, assumindo uma atitude de humildade e de aceitação, a fim de que possas falar àquele que é o Pai de misericórdia, que sempre providencia todos os recursos necessários à aquisição humana da sua plenitude.
Convidado a ensinar aos seus discípulos a melhor maneira de expressar a oração, Jesus foi taxativo e gentil, propondo a exaltação ao Pai em primeiro lugar, logo após as rogativas e a gratidão, dizendo:
- Pai Nosso, que estais nos Céus...
Entrega-te, pois, a Deus, e nada te faltará, pelo menos tudo aquilo que seja importante à conquista da harmonia mediante a aquisição da saúde integral.
 
Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 29 de
outubro de 2012, em Sydney, Austrália.

Em 24.5.2013.

quinta-feira, 13 de junho de 2013

S. O. S. ( Silêncio-Oração-Serviço)

S. O. S.

André Luiz

A existência terrestre é comparada ao firmamento que nem sempre surge perfeitamente anilado.
Dias sobrevêm nos quais as nuvens da prova se entrechocam de improviso, estabelecendo o aguaceiro das lágrimas.
Raios de angústia varrem o céu da esperança..
Granizos de sofrimento apedrejam os sonhos...
Rajadas de calúnia açoitam a alma...
Enxurrada carreando maledicência invade o caminho anunciando subversão...
Multiplicam-se os problemas, traçando os testes do destino em que se nos verificará o aproveitamento dos valores que o mundo nos oferece.
Entretanto, a facilitação de cada problema solicita três atitudes essencialmente distintas, tendendo ao mesmo fim.
Silêncio diante do caos.
Oração à frente do desafio.
Serviço perante o mal.
Se a tentação aparece entenebrecendo a estrada, recorramos à oração.
Se a ofensa nos injuria, refugiemos no serviço.
Toda perturbação pode ser limitada pelo silêncio até que se lhe extinga o núcleo de sombra.
Toda impropriedade mental desaparece se lhe antepomos a luz da oração.
Todo desequilíbrio engenhado pelas forças das trevas é suscetível de se regenerar pela energia benéfica do serviço.
O trânsito da vida possui também sinalização peculiar.
Silêncio - previne contra o perigo.
Oração - prepara a passagem livre.
Serviço - garante a marcha correta.
Em qualquer obstáculo, valer-se desse trio de paz, discernimento e realização é assegurar a própria felicidade.
S.O.S. é hoje o sinal de todas as nações para configurar as súplicas de socorro e, na esfera de todas as criaturas existe outro S.O.S., irmanando silêncio, oração e serviço, como sendo a síntese de todas as respostas.
(Do livro "Sol na Alma",  F.C.X., CEC)

sábado, 25 de maio de 2013

"SOZINHOS ASCENDEREMOS AO NOSSO CALVÁRIO"

"SOZINHOS ASCENDEREMOS AO NOSSO CALVÁRIO"
No apogeu de Sua missão terrena, Jesus Cristo dirigiu-se ao Horto de Getsêmani, levando em companhia os apóstolos Tiago, Pedro e João. Ali chegado, deixou os companheiros a uma curta distância e, indo um pouco mais além, prostrou-se em terra e formulou ardente prece a Deus, quando suplicou que se fosse possível passasse dele aquele cálice, acrescentando, no entanto, que prevalecesse a vontade do Pai e não a sua.
Após fazer a primeira rogativa, voltou ao lugar onde estavam os três apóstolos, encontrando-os dormindo. Acordou-os, dizendo: "Então nem uma hora pudestes vós velar comigo? Vigiai e orai, para que não entreis em tentação; na verdade o Espírito está pronto, mas a carne é fraca".
Fazendo a sua segunda prece, suplicando a mesma coisa ao Criador, voltou e novamente encontra os seus discípulos em profundo sono. Acordou-os e foi orar pela terceira vez. Voltando, disse aos Seus companheiros: "Dormi agora, e repousai; eis que é chegada a hora de o Filho do homem ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos" (Mateus 26:38-46).
Muita gente se surpreende com a fragilidade dos três apóstolos, dormindo assim tão profundamente num momento tão importante, deixando de secundar o Mestre em suas rogativas . . Alguns chegam a afirmar que eles foram influenciados por espíritos trevosos, interessados em ver malograda a missão de Jesus.
O evangelista Lucas (22:45) afirma que eles "dormiram de tristeza". Marcos e Mateus afirmam que "Seus olhos estavam pesados ". João, um dos que dormiram, narra apenas "que Jesus e os Sus discípulos se dirigiram a um horto, além do ribeiro de Cedron".
O Espírito Irmão X, no livro A Boa Nova, afirma que o sono dos Apóstolos, naquela hora cruciante, aconteceu para que o Mestre ensejasse um novo ensinamento: "que cada Espírito na Terra tem de ascender sozinho ao Calvário de sua redenção, muitas vezes com a despreocupação dos entes mais amados do mundo. O discípulo do futuro compreenderá que a sua marcha tem de ser solitária, uma vez que seus familiares e companheiros de confiança se entregam ao sono da indiferença."
Na realidade, o drama cruciante que se avizinhava teria de ser vivido unicamente por Jesus Cristo. Posteriormente, os três apóstolos. cada um de per si, se defrontariam com o batismo de fogo dos martírios, cada um deles também teria o seu calvário.
A História dá-nos conta de que Pedro e Tiago foram vítimas de morte violenta, apenas João experimentou o seu drama em prolongado e penoso exílio na ilha grega de Patmos, onde desencarnou em avançada idade.
O sono dos apóstolos, naquele momento extremo da oração do Horto, é bastante esquisito. Se eles acompanharam o Mestre a fim de secundá-Lo naquela hora, por que teriam sido acometidos de sono tão intenso: Influências de espíritos trevosos: Tristeza: Indiferença pela sorte do Cristo: Sono real?
Os três apóstolos. Pedro, Tiago e João, eram sempre os escolhidos para acompanharem o Mestre nos acontecimentos mais notáveis e marcantes de Seu messiado. Eram criaturas dotadas de mediunidade em grau mais elevado que os demais apóstolos, por isso, puderam presenciar os fenômenos acontecidos no alto do Monte Tabor, quando Jesus se transfigurou, Seu rosto tornou-se resplandencente como a luz e as Suas vestes brancas como a neve, surgindo ali os Espíritos - Moisés e Elias -, simbolizando as leis e os profetas, com Ele confabulando.
Sendo portadores de mediunidade, isso foi o fator básico que levou o Mestre a convocá-los para a prece da hora extrema, quando rogou ao Pai que, se possível, evitasse que fosse tragado o cálice da amargura do sacrifício do Calvário no que, aliás, não foi atendido, pois o Seu martírio no madeiro infamante era imprescindível para que se consumasse a consagração da Sua doutrina de paz e de amor entre os homens.
E bem provável que, sendo Espíritos de ordem elevada, tenham adormecido para livrarem-se do corpo denso, a fim de melhor poderem assistir o Mestre, pois é estranho que todos os três, simultaneamente, tenham experimentado o mesmo fenômeno do sono, quando sabiam, de antemão, que a ida ao Horto representava uma responsabilidade a mais no desempenho do grandioso apostolado.
O Mestre, dirigindo-se aos apóstolos, falou em "orar e vigiar, para não entrar em tentação". De fato, espíritos trevosos, encarnados e desencarnados, tinham grande interesse em fazer com que o Cristo fosse banido da Terra de qualquer forma, animando Judas Iscariotes a denunciar o lugar onde Ele estava, o que foi consumado mediante o pagamento de trinta moedas de prata. Eles não podiam admitir que alguém perturbasse o intento, por isso atuaram sobre os três apústolos fazendo com que dormissem. Era uma força a menos a pleitear que o Mestre permanecesse no mundo.
O evangelista João, discorrendo sobre a última oração de Jesus, sustenta que o Mestre, angustiado, exclamou: "Agora a minha alma está perturbada; e que direi eu? Pai, salva-me desta hora. Mas para isso vim a esta hora" (João 12: 27) . Isto confirma o que temos sempre escrito, que o episódio do Calvário teria de ser inapelavelmente consumado, pois que ele representou a glorificação do Cristo e de Sua obra.
Logo após haver pronunciado essas palavras, os que estavam presentes ouviram uma voz retumbante, que disse, em resposta à solicitação do Mestre: "Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei" (João 12:28).
Paulo Alves Godoy

sábado, 16 de março de 2013

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita-Livro I - Roteiro 4 - Módulo 2 A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade

CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus, somente a sua
doutrina (a do Cristo), em toda a pureza, pode exprimir esse pensamento. Allan
Kardec: A gênese. Cap. 17, it. 26.
• Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o
teu pensamento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante
a este, é: amarás o teu próximo como a ti mesmo. Desses dois mandamentos
dependem toda a Lei e os profetas. (Mateus, 22:37-40) Esse ensinamento de Jesus
[...] é a expressão mais completa da caridade, porque resume todos os deveres
do homem para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal
respeito, que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que
para nós desejamos. Allan Kardec: O evangelho segundo o espiritismo. Cap. 11,
item 4.
• Qual o tipo mais perfeito que Deus tem oferecido ao homem, para servir de guia
e modelo?
“Jesus”. Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a
Humanidade pode aspirar na Terra. Allan Kardec: O livro dos espíritos, questão
625.
A MISSÃO DE JESUS - GUIA E
MODELO DA HUMANIDADE
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. Jesus, guia e modelo da Humanidade
Rezam as tradições do mundo espiritual que na direção de todos os fenômenos, do nosso
sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do
Universo, em cujas mãos se conservam as rédeas diretoras da vida de todas as coletividades
planetárias.
Essa Comunidade de seres angélicos e perfeitos, da qual é Jesus um dos membros divinos,
ao que nos foi dado saber, apenas já se reuniu, nas proximidades da Terra, para a
solução de problemas decisivos da organização e da direção do nosso planeta, por duas
vezes no curso dos milênios conhecidos.
A primeira, verificou-se quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar, a fim
de que se lançassem, no Tempo e no Espaço, as balizas do nosso sistema cosmogônico e
os pródromos da vida na matéria em ignição, do planeta, e a segunda, quando se decidia
a vinda do Senhor à face da Terra, trazendo à família humana a lição imortal do seu
Evangelho de amor e redenção. 17
Vemos, dessa forma, a excelsitude de Jesus, o construtor da nossa moradia,
planeta destinado à nossa melhoria espiritual .
Jesus [...], com as suas legiões de trabalhadores divinos, lançou o escopo da sua misericórdia
sobre o bloco de matéria informe, que a Sabedoria do Pai deslocara do Sol para
as suas mãos augustas e compassivas. Operou a escultura geológica do orbe terreno,
talhando a escola abençoada e grandiosa, na qual o seu coração haveria de expandir-se
em amor, claridade e justiça. Com os seus exércitos de trabalhadores devotados, estatuiu
os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizando-lhes o equilíbrio futuro
na base dos corpos simples de matéria, cuja unidade substancial os espectroscópios terrenos
puderam identificar por toda a parte no universo galáxico. Organizou o cenário
SUBSÍDIOS
MÓDULO II
Roteiro 4
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
da vida, criando, sob as vistas de Deus, o indispensável à existência dos seres do porvir.
Fez a pressão atmosférica adequada ao homem, antecipando-se ao seu nascimento no
mundo [...]. Definiu todas as linhas de progresso da humanidade futura, engendrando a
harmonia de todas as forças físicas que presidem ao ciclo das atividades planetárias. 18
Por ignorar o amor de Jesus e o trabalho que vem realizando ao longo
dos milênios, em nosso benefício, permanecemos imersos em sofrimentos
atrozes.
A ciência do mundo não lhe viu as mãos augustas e sábias na intimidade das energias que
vitalizam o organismo do Globo. Substituíram-lhe a providência com a palavra “natureza”,
em todos os seus estudos e análises da existência, mas o seu amor foi o Verbo da criação
do princípio, como é e será a coroa gloriosa dos seres terrestres na imortalidade sem-fim.
[...] Daí a algum tempo, na crosta solidificada do planeta, como no fundo dos oceanos,
podia-se observar a existência de um elemento viscoso que cobria toda a Terra. Estavam
dados os primeiros passos no caminho da vida organizada. Com essa massa gelatinosa,
nascia no orbe o protoplasma e, com ele, lançara Jesus à superfície do mundo o germe
sagrado dos primeiros homens. 19
Precisamos conhecer e sentir mais Jesus, estudar com dedicação os seus
ensinos, aceitar o seu jugo, divulgando a sua mensagem de amor.
Jesus, cuja perfeição se perde na noite imperscrutável das eras, personificando a sabedoria
e o amor, tem orientado todo o desenvolvimento da Humanidade terrena, enviando os
seus iluminados mensageiros, em todos os tempos, aos agrupamentos humanos e, [...]
desde que o homem conquistou a racionalidade, vem-lhe fornecendo a idéia da sua divina
origem, o tesouro das concepções de Deus e da imortalidade do Espírito, revelando-lhe,
em cada época, aquilo que a sua compreensão pode abranger. 22
Entendemos, dessa forma, por que os Espíritos Superiores afirmam ser
Jesus guia e modelo da humanidade.
Para o homem, Jesus constitui o tipo da perfeição moral a que a Humanidade pode aspirar
na Terra. Deus no-lo oferece como o mais perfeito modelo e a doutrina que ensinou é
a expressão mais pura da lei do Senhor, porque, sendo ele o mais puro de quantos têm
aparecido na Terra, o Espírito Divino o animava. 11
2. A mensagem cristã
Jesus tem por missão encaminhar a Humanidade terrestre ao bem, disponibilizando
condições para que o ser humano evolua em conhecimento e em
moralidade. «Tendo por missão transmitir aos homens o pensamento de Deus,
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
somente a sua doutrina, em toda a pureza, pode exprimir esse pensamento.
Por isso foi que ele disse: Toda planta que meu Pai celestial não plantou será
arrancada.» 6
A vinda de Jesus foi assinalada por uma época especial. Os historiadores
do Império Romano sempre observaram com espanto os profundos contrastes
da gloriosa época de Augusto (Caio Júlio César Otávio), o primeiro imperador
romano, com os períodos anteriores e posteriores.
É que os historiadores ainda não perceberam, na chamada época de Augusto, o século do
Evangelho ou da Boa Nova. Esqueceram-se de que o nobre Otávio era também homem
e não conseguiram saber que, no seu reinado, a esfera do Cristo se aproximava da Terra,
numa vibração profunda de amor e de beleza. 13
Jesus chegou ao Planeta no reinado do sobrinho de Júlio César, Otávio,
também conhecido como Augusto César.
Acercavam-se de Roma e do mundo não mais Espíritos belicosos [...], porém outros
que se vestiriam dos andrajos dos pescadores, para servirem de base indestrutível aos
eternos ensinos do Cordeiro. Imergiam nos fluidos do planeta os que preparariam a
vinda do Senhor e os que se transformariam em seguidores humildes e imortais dos seus
passos divinos. É por essa razão que o ascendente místico da era de Augusto se traduzia
na paz e no júbilo do povo que, instintivamente, se sentia no limiar de uma transformação
celestial. Ia chegar à Terra o Sublime Emissário. Sua lição de verdade e de luz ia
espalhar-se pelo mundo inteiro, como chuva de bênçãos magníficas e confortadoras. A
Humanidade vivia, então, o século da Boa Nova. 14
A vinda do Cristo mostra que a Humanidade estava em condições de receber
ensinamentos superiores. «Começava a era definitiva da maioridade espiritual
da Humanidade terrestre, de vez que Jesus, com a sua exemplificação divina,
entregaria o código da fraternidade e do amor a todos os corações.» 20
Jesus nasceu num momento em que o mundo estava mergulhado numa
miscelânea de idéias religiosas, predominantemente politeístas. O «[...] mundo
era um imenso rebanho desgarrado. Cada povo fazia da religião uma nova fonte
de vaidades, salientando-se que muitos cultos religiosos do Oriente caminhavam
para o terreno franco da dissolução e da imoralidade [...].» 21
O [...] Cristo vinha trazer ao mundo os fundamentos eternos da verdade e do amor.
Sua palavra, mansa e generosa, reunia todos os infortunados e todos os pecadores. Escolheu
os ambientes mais pobres e mais desataviados para viver a intensidade de suas
lições sublimes, mostrando aos homens que a verdade dispensava o cenário suntuoso
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
dos areópagos, dos fóruns e dos templos, para fazer-se ouvir na sua misteriosa beleza.
Suas pregações, na praça pública, verificam-se a propósito dos seres mais desprotegidos
e desclassificados, como a demonstrar que a sua palavra vinha reunir todas as criaturas
na mesma vibração de fraternidade e na mesma estrada luminosa do amor. Combateu
pacificamente todas as violências oficiais do judaísmo, renovando a Lei Antiga com a
doutrina do esclarecimento, da tolerância e do perdão. Espalhou as mais claras visões
da vida imortal, ensinando às criaturas terrestres que existe algo superior às pátrias, às
bandeiras, ao sangue e às leis humanas. Sua palavra profunda, enérgica e misericordiosa,
refundiu todas as filosofias, aclarou o caminho das ciências e já teria irmanado todas as
religiões da Terra, se a impiedade dos homens não fizesse valer o peso da iniqüidade na
balança da redenção. 21
A mensagem cristã causa impacto por ser límpida e cristalina, livre de
fórmulas iniciáticas ou de manifestações de culto externo.
Não se reveste o ensinamento de Jesus de quaisquer fórmulas complicadas. Guardando
embora o devido respeito a todas as escolas de revelação da fé com os seus colégios iniciáticos,
notamos que o Senhor desce da Altura, a fim de libertar o templo do coração
humano para a sublimidade do amor e da luz, através da fraternidade, do amor e do
conhecimento. Para isso, o Mestre não exige que os homens se façam heróis ou santos
de um dia para outro. Não pede que os seguidores pratiquem milagres, nem lhes reclama
o impossível. Dirige-se a palavra dEle à vida comum, aos campos mais simples do
sentimento, à luta vulgar e às experiências de cada dia. 32
A despeito do caráter reformador que Jesus imprimiu à Lei de Deus,
recebida mediunicamente por Moisés e conhecida como os Dez Mandamentos,
na verdade o Cristo ensinou como compreendê-la e demonstrou como
praticá-la.
Jesus não veio destruir a lei, isto é, a lei de Deus; veio cumpri-la, isto é, desenvolvê-la,
dar-lhe o verdadeiro sentido e adaptá-la ao grau de adiantamento dos homens. Por isso
é que se nos depara, nessa lei, os princípios dos deveres para com Deus e para com o
próximo, base da sua doutrina. [...] combatendo constantemente o abuso das práticas
exteriores e as falsas interpretações, por mais radical reforma não podia fazê-las passar,
do que as reduzindo a esta única prescrição: “Amar a Deus acima de todas as coisas e o
próximo como a si mesmo”, e acrescentando: aí estão a lei toda e os profetas. 1
3. Ensinamentos da mensagem cristã
A mensagem cristã nos esclarece que o «[...] Velho Testamento é o alicerce
da Revelação Divina. O Evangelho é o edifício da redenção das almas. Como tal,
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
devia ser procurada a lição de Jesus, não mais para qualquer exposição teórica,
mas visando cada discípulo o aperfeiçoamento de si mesmo, desdobrando as
edificações do Divino Mestre no terreno definitivo do Espírito.» 23
Neste sentido, é importante compreender que o Cristianismo é «[...] a
síntese, em simplicidade e luz, de todos os sistemas religiosos mais antigos,
expressões fragmentárias das verdades sublimes trazidas ao mundo na palavra
imorredoura de Jesus.» 24
Sendo assim, o cristão verdadeiro «[...] deve buscar, antes de tudo, o modelo
nos exemplos do Mestre, porque o Cristo ensinou com amor e humildade
o segredo da felicidade espiritual, sendo imprescindível que todos os discípulos
edifiquem no íntimo essas virtudes, com as quais saberão remontar ao calvário
de suas dores, no momento oportuno.» 24
Assinalamos, em seguida, alguns ensinamentos que caracterizam a
mensagem cristã, sem guardarmos a menor pretensão de termos esgotado o
assunto.
• A humildade
«A manjedoura assinalava o ponto inicial da lição salvadora do Cristo,
como a dizer que a humildade representa a chave de todas as virtudes.» 19 Por
essa razão, afirmou Jesus: Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles
é o Reino dos céus. (Mateus, 5: 3)
Dizendo que o reino dos céus é dos simples, quis Jesus significar que a ninguém é
concedida entrada nesse reino, sem a simplicidade de coração e humildade de espírito;
que o ignorante possuidor dessas qualidades será preferido ao sábio que mais crê em
si do que em Deus. Em todas as circunstâncias, Jesus põe a humildade na categoria das
virtudes que aproximam de Deus e o orgulho entre os vícios que dele afastam a criatura,
e isso por uma razão muito natural: a de ser a humildade um ato de submissão a Deus,
ao passo que o orgulho é a revolta contra ele. 2
• A lei de amor
O amor resume a doutrina de Jesus toda inteira, visto que esse é o sentimento por excelência,
e os sentimentos são os instintos elevados à altura do progresso feito. [...] E o
ponto delicado do sentimento é o amor, não o amor no sentido vulgar do termo, mas
esse sol interior que condensa e reúne em seu ardente foco todas as aspirações todas
as revelações sobre-humanas. A lei de amor substitui a personalidade pela fusão dos
seres; extingue as misérias sociais. Ditoso aquele que, ultrapassando a sua humanidade,
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade

Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
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ama com amplo amor os seus irmãos em sofrimento! Ditoso aquele que ama, pois não
conhece a miséria da alma, nem a do corpo. Tem ligeiro os pés e vive como que transportado,
fora de si mesmo. Quando Jesus pronunciou a divina palavra – amor, os povos
sobressaltaram-se e os mártires, ébrios de esperança, desceram ao circo. 5
A mensagem cristã é um poema sublime de amor que Jesus trouxe à
Humanidade.
Descendo à esfera dos homens por amor, humilhando-se por amor, ajudando e sofrendo
por amor, passa no mundo, de sentimento erguido no Pai Excelso, refletindo-Lhe a vontade
sábia e misericordiosa. E, para que a vida e o pensamento de todos nós lhe retratem
as pegadas de luz, legou-nos, em nome de Deus, a sua fórmula inesquecível: - “amai-vos
uns aos outros como eu vos amei”. 31
• Amor e justiça de Deus
O amor puro é o reflexo do Criador em todas as criaturas. Brilha em tudo e em tudo
palpita na mesma vibração de sabedoria e beleza. É fundamento da vida e justiça de toda
a Lei. Surge, sublime, no equilíbrio dos mundos erguidos à gloria da imensidade, quanto
nas flores anônimas esquecidas no campo. Nele fulgura, generosa, a alma de todas as
grandes religiões que aparecem, no curso das civilizações, por sistemas de fé à procura
da comunhão com a Bondade Celeste, e nele se enraíza todo impulso de solidariedade
entre os homens. 29
A mensagem cristã reflete o amor e a justiça de Deus, daí ser importante
compreender as suas lições.
O amor, repetimos, é o reflexo de Deus, Nosso Pai, que se compadece de todos e que a ninguém
violenta, embora, em razão do mesmo amor infinito com que nos ama, determine
estejamos sempre sob a lei da responsabilidade que se manifesta para cada consciência,
de acordo com as suas próprias obras. E, amando-nos, permite o Senhor perlustrarmos
sem prazo o caminho de ascensão para Ele, concedendo-nos, quando impensadamente
nos consagramos ao mal, a própria eternidade para reconciliar-nos com o Bem, que é
a Sua Regra Imutável. [...] Eis por que Jesus, o Modelo Divino, enviado por Ele à Terra
para clarear-nos a senda, em cada passo do seu Ministério tomou o amor ao Pai por
inspiração de toda a vida, amando sem a preocupação de ser amado e auxiliando sem
qualquer idéia de recompensa. 30
• Fidelidade a Deus
Ensina-nos Jesus que a primeira qualidade a ser cultivada no coração,
acima de todas as coisas, é a fidelidade a Deus. 15
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
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Na causa de Deus, a fidelidade deve ser uma das primeiras virtudes. Onde o filho e o pai
que não desejam estabelecer, como ideal de união, a confiança integral e recíproca? Nós não
podemos duvidar da fidelidade de Nosso Pai para conosco. Sua dedicação nos cerca os espíritos,
desde o primeiro dia. Ainda não o conhecíamos e já ele nos amava. E, acaso, poderemos
desdenhar a possibilidade da retribuição? Não seria repudiarmos o título de filhos amorosos,
o fato de nos deixarmos absorver no afastamento, favorecendo a negação? 15
Registra o livro Boa Nova, em relação ao assunto, que Jesus aconselhou
o apóstolo André nestes termos:
André, se algum dia teus olhos se fecharem para a luz da Terra, serve a Deus com a tua
palavra e com os ouvidos; se ficares mudo, toma, assim mesmo, a charrua, valendo-te
das tuas mãos. Ainda que ficasses privado dos olhos e da palavra, das mãos e dos pés,
poderias servir a Deus com a paciência e a coragem, porque a virtude é o verbo dessa
fidelidade que nos conduzirá ao amor dos amores! 16
A fidelidade a Deus é também sinônimo de amor, prédica resumida por
Jesus, segundo atesta o registro de Mateus. (Mateus, 22:37-39)
• Amor ao próximo
O amor aos semelhantes é um dos princípios basilares do Cristianismo,
incessantemente exemplificado por Jesus. Neste sentido, nos recorda o apóstolo
João, citando Jesus, respectivamente, em sua primeira epístola e no seu
evangelho: “Amados, amemo-nos uns aos outros” (1 João, 4:7). “Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros.” (João,
13:35)
Nem um só monumento do passado revela o espírito de fraternidade nas grandes civilizações
que precederam o Cristianismo. Os restos do Templo de Carnaque, em Tebas,
se referem à vaidade transitória. Os resíduos do Circo Máximo, em Roma, falam de
mentirosa dominação. As ruínas da Acrópole, em Atenas, se reportam ao elogio da inteligência
sem amor. [...] Antes do Cristo, não vemos sinais de instituições humanitárias de
qualquer natureza, porque, antes d´Ele, o órfão era pasto à escravidão, as mulheres sem
títulos, eram objeto de escárnio, os doentes eram atirados aos despenhadeiros da imundície
e os fracos e os velhos eram condenados à morte sem comiseração. Aparece Jesus,
porém, e a paisagem social se modifica. O povo começa a envergonhar-se de encaminhar
os enfermos ao lixo, de decepar as mãos dos prisioneiros, de vender mães escravas, de
cegar os cativos utilizados nos trabalhos de rotina doméstica, de martirizar os anciãos e
zombar dos humildes e dos tristes. [...] Sem palácio e sem trono, sem coroa e sem títulos,
o gênio da Fraternidade penetrou o mundo pelas mãos do Cristo, e, sublime e humilde,
continua, entre nós, em silêncio, na divina construção do Reino do Senhor. 32
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
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É por essa razão que Jesus indica quais são os mandamentos mais importantes
da sua Doutrina: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração,
e de toda tua alma, e de todo o teu pensamento. Este é o primeiro e grande
mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como
a ti mesmo. Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas.
(Mateus, 22:37-40)
Entendemos, assim, que esse ensino de Jesus representa «[...] é a expressão
mais completa da caridade, porque resume todos os deveres do homem
para com o próximo. Não podemos encontrar guia mais seguro, a tal respeito,
que tomar para padrão, do que devemos fazer aos outros, aquilo que para nós
desejamos.» 4
• O reino de Deus
Afirma Jesus: “O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem
dirão: Ei-lo aqui! Ou: Ei-lo ali! Porque eis que o Reino de Deus está entre vós”.
(Lucas, 17:20-21)
Exegetas e teólogos, historiadores e pensadores, estudiosos e simples leitores, em significativa
maioria, parecem concordarem em que a pregação de Jesus gira em torno da
noção básica do Reino de Deus, que ele estabelece como meta a atingir, objetivo pelo
qual devem convergir todos os esforços, sacrifícios, renúncias e anseios. O caminho para
o Reino de Deus não é largo, amplo e fácil, contudo: é estreito e difícil. O instrumento
para sua realização é o amor a Deus e ao próximo, tanto quanto a si mesmo, um amor
total, universal, paradoxalmente uma extensão modificada do egoísmo, uma transcendência,
uma sublimação do egoísmo, pois amando aos outros tanto quanto amamos a
nós mesmos, estaremos doando o máximo, em termos humanos, tão poderosa é a força
da auto-estima em nós. Acima disso – “de todas as coisas” – disse ele – só o amor de
Deus. Esse programa, o roteiro, a metodologia que nos levam à conquista do Reino, que
– outro paradoxo – está em nós mesmos. Podemos, portanto, dizer que há duas tônicas,
duas dominantes, como objetivo da vida e a prática do amor como programa para essa
busca, como seu instrumento e veículo. 12
• A necessidade do perdão
Aproximando Pedro de Jesus, perguntou-lhe: “Senhor, até quantas vezes
pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? Jesus lhe disse:
Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete.” (Mateus, 18: 21-22)
O [...] ódio e o rancor denotam alma sem elevação, nem grandeza. O esquecimento das
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ofensas é próprio da alma elevada, que paira acima dos golpes que lhe possam desferir.
Uma é sempre ansiosa, de sombria suscetibilidade e cheia de fel; a outra é calma, toda
mansidão e caridade. [...] Há, porém, duas maneiras bem diferentes de perdoar: uma,
grande, nobre, verdadeiramente generosa, sem pensamento oculto, que evita, com
delicadeza, ferir o amor-próprio e a suscetibilidade do adversário, ainda quando este
último nenhuma justificativa possa ter; a segunda é a em que o ofendido, ou aquele que
tal se julga, impõe ao outro condições humilhantes e lhe faz sentir o peso de um perdão
que irrita, em vez de acalmar; se estende a mão ao ofensor, não o faz com benevolência,
mas com ostentação, a fim de poder dizer a toda gente: vede como sou generoso! Nessas
circunstâncias, é impossível uma reconciliação sincera de parte a parte. Não, não há aí
generosidade; há apenas uma forma de satisfazer ao orgulho. 3
Vemos, assim que o perdão é, uma necessidade humana, caminho seguro
da felicidade.
Para a convenção do mundo, o perdão significa renunciar à vingança, sem que o ofendido
precise olvidar plenamente a falta do seu irmão; entretanto, para o espírito evangelizado,
perdão e esquecimento devem caminhar juntos, embora prevaleça para todos os instantes
da existência a necessidade de oração e vigilância. 26
• O valor da oração
Lembra-nos Jesus: “Por isso, vos digo que tudo o que pedirdes, orando,
crede que o recebereis e tê-lo-eis. E, quando estiverdes orando, perdoai, se
tendes alguma coisa contra alguém, para que vosso Pai, que está nos céus, vos
perdoe as vossas ofensas.” (Marcos, 11: 24-25)
Orienta também Jesus: “E quando orardes, não sejas como os hipócritas,
pois se comprazem em orar em pé nas sinagogas e às esquinas das ruas, para
serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
Mas tu, quando orares, entra no teu aposento e, fechando a tua porta,
ora a teu Pai, que vê o que esta oculto; e teu Pai que vê o que está oculto, te
recompensará. E orando, não useis vãs repetições, como os gentios, que pensam
que, por muito falarem, serão ouvidos.” (Mateus, 6: 5-7)
Jesus nos ensina como orar, dizendo: “Pai Nosso, que estás nos céus,
santificado seja o teu nome. Venha o teu Reino. Seja feita a tua vontade, tanto
na terra, como no céu. O pão nosso de cada dia dá-nos hoje. Perdoa-nos as
nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos
induzas à tentação, mas livra-nos do mal.” (Mateus, 6: 9-13.)
«A oração é divino movimento do espelho de nossa alma no rumo da
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Esfera Superior, para refletir-lhe a grandeza.» 26
Orar é identificar-se com a maior fonte de poder de todo o Universo, absorvendo-lhe as
reservas e retratando as leis da renovação permanente que governam os fundamentos da
vida. A prece impulsiona as recônditas energias do coração, libertando-as com as imagens
de nosso desejo, por intermédio da força viva e plasticizante do pensamento, imagens essas
que, ascendendo às Esferas Superiores, tocam as inteligências visíveis ou invisíveis que
nos rodeiam, pelas quais comumente recebemos as respostas do Plano Divino, porquanto
o Pai Todo-Bondoso se manifesta igualmente pelos filhos que se fazem bons. A vontade
que ora, tange o coração que sente, produzindo reflexos iluminativos através dos quais
o espírito recolhe em silêncio, sob a forma de inspiração e socorro íntimo, o influxo dos
Mensageiros Divinos que lhe presidem o território evolutivo, a lhe renovarem a emoção
e a idéia, com que se lhe aperfeiçoa a existência. 28
Os Ensinamentos de Jesus representam, pois, «[...] a pedra angular, isto
é, a pedra de consolidação do novo edifício da fé, erguido sobre as ruínas do
antigo.» 7
Sendo assim, chegará o dia em que estas palavras do Cristo se cumprirão:
“Ainda tenho outras ovelhas que não são deste aprisco; também me convém
agregar estas, e elas ouvirão a minha voz, e haverá um rebanho e um Pastor.” 8
(João, 10:16)
Por essas palavras, Jesus claramente anuncia que os homens um dia se unirão por uma
crença única; mas, como poderá efetuar-se essa união? Difícil parecerá isso, tendo-se
em vista as diferenças que existem entre as religiões, o antagonismo que elas alimentam
entre seus adeptos, a obstinação que manifestam em se acreditarem na posse exclusiva
da verdade. [...] Entretanto, a unidade se fará em religião, como já tende a fazer-se socialmente,
politicamente, comercialmente, pela queda das barreiras que separam os povos,
pela assimilação dos costumes, dos usos, da linguagem. Os povos do mundo inteiro
já confraternizam, como os das províncias de um mesmo império. Pressente-se essa
unidade e todos a desejam. Ela se fará pela força das coisas, porque há de tornar-se uma
necessidade, para que se estreitem os laços de fraternidade entre as nações; far-se-á pelo
desenvolvimento da razão humana, que se tornará apta a compreender a puerilidade de
todas as dissidências; pelo progresso das ciências, a demonstrar cada dia mais os erros
materiais sobre que tais dissidências assentam e a destacar pouco a pouco das suas fiadas
as pedras estragadas. Demolindo nas religiões o que é obra dos homens e fruto de sua
ignorância das leis de Natureza, a Ciência não poderá destruir, mau grado à opinião de
alguns, o que é obra de Deus e eterna verdade. Afastando os acessórios, ela prepara as
vias para a unidade. A fim de chegarem a esta, as religiões terão que encontrar-se num
terreno neutro, se bem que comum a todas; para isso, todas terão que fazer concessões e
sacrifícios mais ou menos importantes, conformemente à multiplicidade dos seus dogmas
particulares. 9 No estado atual da opinião e dos conhecimentos, a religião, que terá de
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congregar um dia todos os homens sob o mesmo estandarte, será a que melhor satisfaça
à razão e às legítimas aspirações do coração e do espírito; que não seja em nenhum ponto
desmentida pela ciência positiva; que, em vez de se imobilizar, acompanhe a Humanidade
em sua marcha progressiva, sem nunca deixar que a ultrapassem; que não for nem
exclusivista, nem intolerante; que for a emancipadora da inteligência, com o não admitir
senão a fé racional; aquela cujo código de moral seja o mais puro, o mais lógico, o mais
de harmonia com as necessidades sociais, o mais apropriado, enfim, a fundar na Terra
o reinado do Bem, pela prática da caridade e da fraternidade universais. 10
111
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. KARDEC, Allan. O evangelho segundo o espiritismo. Tradução de Guillon
Ribeiro. 125. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2006. Cap. 1, item 3, p. 58.
2. ______. Cap. 7, item 2, p.146-147.
3. ______. Cap. 10, item 4, p. 186-187.
4. ______. Cap. 11, item 4, p. 203.
5. ______. Item 8, p. 205.
6. ______. A gênese. Tradução de Guillon Ribeiro. 50. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2006. Cap. 17, item 26, p. 432.
7. ______. Item 28, p. 433.
8. ______. Item 31, p. 436.
9. ______. Item 32, p. 436-437.
10. ______. p. 437-438.
11. ______. O livro dos espíritos. Tradução de Guillon Ribeiro. 88. ed. Rio de
Janeiro: FEB, 2006, questão 625, comentário, p. 346
12. MIRANDA, Hermínio C. Cristianismo: a mensagem esquecida. 1. ed. Matão
[SP]: O Clarim, 1988. cap. 12 (Cristianismo e a doutrina de Jesus), p. 294.
13. XAVIER, Francisco Cândido. Boa nova. Pelo Espírito Humberto de Campos.
33. ed. Rio de Janeiro, 2005. Cap. 1 (Boa nova), p. 17-18.
14. ______. p. 18.
15. ______. Cap. 6 (Fidelidade a Deus), p. 44.
16. ______. p. 48.
17. ______. A caminho da luz. Pelo Espírito Emmanuel. 33. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2006. Cap. 1 (A gênese planetária), item: A comunidade dos espíritos
puros, p. 17-18.
18. ______. Item: O divino escultor, p. 21-22.
19. ______. Item: O verbo na criação terrestre, p. 22-23.
20. ______. Cap. 12 (A vinda de Jesus), item: A manjedoura, p. 105.
21. ______. Item: A grande lição, p. 107-108.
22. ______. Emmanuel. Pelo Espírito Emmanuel. 25. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005. Cap. 2 (A ascendência do evangelho), p. 25.
23. ______. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 26. ed. Rio de Janeiro: FEB,
2005, questão 282, p.168.
24. ______. Questão 286, p. 169.
REFERÊNCIAS
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo da Humanidade
112
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
25. ______. Questão 293, p. 172.
26. ______. Questão 340, p. 193.
27. ______. Pensamento e vida. Pelo Espírito Emmanuel. 15. ed. Rio de Janeiro:
FEB, 2005. Cap. 26 (Oração), p. 119.
28. ______. p. 121-122.
29. ______. Cap. 30 (Amor), p. 136-137.
30. ______. p. 138-139.
31. ______. p. 139.
32. ______. Roteiro. Pelo Espírito Emmanuel. 11. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2004.
Cap. 13 (A mensagem cristã), p. 59.
33. ______. Segue-me. Pelo Espírito Emmanuel. 7. ed. 1. ed. Matão [SP]: O
Clarim, 1992. Item: Fraternidade, p. 135-136.
EADE - Roteiro 4 - A Missão de Jesus: guia e modelo25. ______. Questão 293, p. 172.

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

A Terapia do Passe (...)"– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão homérica com minha esposa. Quase chegamos a vias de fato. Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender que é preciso evitar a irritação para receber o passe"...

ador • Dezembro 2006
Transfusão de energias, o passe magnético é um recurso milenar, usado desde as culturas mais remotas, com resultados surpreendentes, em favor da saúde humana.
Foi largamente empregado por Jesus. Dotado de potencial incomparável, o Mestre curava insidiosos
males do corpo e da alma.
Multidões o buscavam, atraídas muito mais pelos prodígios que operava sem que se atentasse à excelência
de seus princípios.
Algo semelhante ocorre na atualidade com o Espiritismo. As pessoas comparecem ao Centro Espírita como quem vai a um hospital, em busca de cura para males variados.
Expositores costumam evocar velho adágio, que até parece versículo evangélico:
Quem não vem pelo amor, vem pela dor.
Raros procuram a Doutrina movidos pelo amor ao conhecimento.
A dor é bem o Sino de Deus a nos convocar para o exercício de religiosidade. Quando plange, insistente, a alma se põe genuflexa, com disposição até para enfrentar os preconceitos ditados pela ignorância,
em busca de cura para seus males.
E situa-se o Centro Espírita como hospital, num primeiro momento, escola depois; por último,
abençoada oficina de trabalho para aqueles que perseveram na freqüência, acordados para os objetivos
do mergulho na carne, definidos na questão 132, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta
qual o objetivo da encarnação dos Espíritos.
Responde o mentor espiritual:
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia
com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É
assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
O mentor espiritual que assistia Kardec enfatiza as maravilhosas oportunidades de progresso e
de participação na obra da Criação, que Deus nos oferece na experiência humana, utilizando essa
máquina incomparável que é o corpo humano.
Por mau uso, a desgastamos e desarranjamos freqüentemente.
Em nosso socorro, a Misericórdia Divina mobiliza infinitos recursos para o “conserto”.
Dentre eles, o maravilhoso passe magnético.
Imperioso, porém, alertar os beneficiários de que sua eficiência obedece a dois fatores primordiais:
O primeiro é a capacidade do passista, subordinada não tanto ao conhecimento da mecânica do serviço, mas, sobretudo, à pureza de seus sentimentos e ao desejo de servir.
Passista distraído do empenho de renovação e que desenvolve essa atividade como um assalariado,
interessado nos benefícios que receberá, sem cogitar dos benefícios que deve prestar, jamais será um
instrumento confiável da Espiritualidade.
Noutro dia perguntaram-me se alguém assim pode prejudicar o paciente.
Só se houver intencionalidade.
Se o passista, com raiva do paciente, impuser-lhe as mãos a afirmar, em pensamento:
– Quero que você se dane! Que fique doente e morra!
Assustador, amigo leitor?
Não se preocupe. Seria apenas uma vibração negativa, do mesmo teor deletério de quem grita,
xinga, ofende, capaz de causar embaraços ao objeto dela, mas considerado aqui o fator sintonia.
Se o “bombardeado” tem um comportamento equilibrado, habituado à oração, a cultivar a serenidade,
não será afetado.
E esteja sossegado. Ninguém se dispõe a participar do serviço do passe com a intenção de prejudicar
desafetos.
Considerando que a assistência espiritual é sempre monitorada e sustentada por mentores espirituais,
as deficiências humanas podem ser superadas, desde que seja cumprida a outra condição: a receptividade
do paciente. O aproveitamento depende de seu empenho por colocar-se em sintonia com o serviço.
Para que isso ocorra, é importante que nas palestras doutrinárias seja explicado aos interessados
o que é o passe, como funciona e quais as condições necessárias a fim de que surta efeito.
Cuidados indispensáveis:
 Disciplina das emoções.
No atendimento fraterno:
– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão
homérica com minha esposa.
Quase chegamos a vias de fato.
Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender
que é preciso evitar a irritação para receber o passe.
 Atenção às palestras.
Fala-se de Espíritos obsessores que procuram neutralizar com o sono a assimilação de esclarecimentos
capazes de subtrair os participantes à sua influência.
Pode acontecer, mas na maior parte das vezes o que ocorre é o desinteresse. São freqüentadores
que vêem o recinto das palestras como uma sala de espera de atendimento médico, situando-se em
modorrento alheamento, que favorece o sono.
 Silêncio e contrição.
Favorecendo a eficiência do serviço, os centros espíritas tendem a realizar o atendimento magnético após
o trabalho doutrinário, nas chamadas câmaras de passe.
Enquanto espera, há quem aproveite para confraternizar com amigos e conhecidos ali presentes, abordando,
não raro, assuntos que não interessam à economia do ambiente, favorecendo uma quebra de sintonia
que vai tornar menos eficiente o passe.
Melhor o silêncio, com leitura de algo edificante ou a meditação em torno dos temas abordados
pelos expositores.
Duas observações de Jesus, endereçadas às pessoas beneficiadas por suas curas, devem merecer
nossa atenção.
 Tua fé te salvou!
Os cuidados a que nos referimos favorecem a sintonia do paciente com o passista, mas a receptividade, a possibilidade de assimilar plenamente os benefícios oferecidos, depende da
confiança plena, da certeza absoluta de que estamos nos submetendo a uma terapia capaz de nos
beneficiar.
As curas operadas por Jesus não constituíam o prêmio da fé.O
Mestre não curava porque as pessoa acreditavam nele, mas porque as pessoas sintonizavam com seus
poderes.
Oportuno recordar o exemplo da mulher hemorroíssa, que se curou de uma hemorragia uterina de doze anos simplesmente tocando em suas vestes, movida pela convicção de que seria beneficiada.
 Vai e não peques mais para que te não suceda pior!
Voltamos aqui à questão do uso. Se nossos males são decorrentes da má utilização da máquina
física, de nada valerá o “conserto”, se insistimos no mesmo comportamento.
Com o tempo o passe parece “perder a força”, já não traz os benefícios desejados, e o paciente
acaba buscando outro Centro, mais forte, sem noção de que os
Benfeitores espirituais estabelecem limites à sua ação.
Se constatam que os beneficiários não se conscientizam quanto à necessidade de superar mazelas
e imperfeições, deixam que o Sino de Deus continue a repicar, até que superem a “sonolência” e despertem
para os objetivos da existência humana.

Richard Simonetti.
O Reformador-Dezembro de 2006

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno " Suicidas" 3a Parte

FRANÇOIS-SIMON LOUVET

(Do Havre)
A seguinte comunicação foi dada espontaneamente, em uma reunião espírita no Havre, a 12 de fevereiro de 1863:
"Tereis piedade de um pobre miserável que passa de há muito por cruéis torturas?! Oh! o vácuo... o Espaço..... despenho-me... caio... morro... Acudam-me! Deus, eu tive uma existência tão miserável... Pobre diabo, sofri fome muitas vezes na velhice; e foi por isso que me habituei a beber, a ter vergonha e desgosto de tudo.
"Quis morrer, e atirei-me... Oh! meu Deus! Que momento! E para que tal desejo, quando o termo estava tão próximo? Orai, para que eu não veja incessantemente este vácuo debaixo de mim.... Vou despedaçar-me de encontro a essas pedras! Eu vo-lo suplico, a vós que conheceis as misérias dos que não mais pertencem a esse mundo. Não me conheceis, mas eu sofro tanto... Para que mais provas? Sofro! Não será isso o bastante? Se eu tivera fome, em vez deste sofrimento mais terrível e aliás imperceptível para vós, não vacilaríeis em aliviar-me com uma migalha de pão. Pois eu vos peço que oreis por mim... Não posso permanecer por mais tempo neste estado... Perguntai a qualquer desses felizes que aqui estão, e sabereis quem fui. Orai por mim. François-Simon Louvet."
O guia do médium. - "Esse que acaba de se dirigir a vós foi um pobre infeliz que teve na Terra a prova da miséria; vencido pelo desgosto, faltou-lhe a coragem, e, em vez de olhar para o céu como devia, entregou-se à embriaguez; desceu aos extremos últimos do desespero, pondo termo à sua triste provação: atirou-se da Torre Francisco I, no dia 22 de julho de 1857. Tende piedade de sua pobre alma, que não é adiantada, mas que lobriga da vida futura o bastante para sofrer e desejar uma reparação. Rogai a Deus lhe conceda essa graça, e com isso tereis feito obra meritória."
Buscando-se informes a respeito, encontrou-se no Journal du Havre, de 23 de julho de 1857, a seguinte notícia local:
"Ontem, às 4 horas da tarde, os transeuntes do cais foram dolorosamente impressionados por um horrível acidente: - um homem atirou-se da torre, vindo despedaçar-se sobre as pedras. Era um velho puxador de sirga, cujo pendor à embriaguez o arrastara ao suicídio. Chamava-se François-Victor-Simon Louvet. O corpo foi transportado para a casa de uma das suas filhas, à rua de la Corderie. Tinha 67 anos de idade."
    Nota - Seis anos fazia que esse homem morrera e ele se via ainda cair da torre, despedaçando-se nas pedras... Aterra-o o vácuo, horroriza-o a perspectiva da queda... e isso há 6 anos! Quanto tempo durará tal estado? Ele não o sabe, e essa incerteza lhe aumenta as angústias. Isso não equivale ao inferno com suas chamas? Quem revelou e inventou tais castigos? Pois são os próprios padecentes que os vem descrever, como outros o fazem das suas alegrias. E fazem-no, muita vez, espontaneamente, sem que neles se pense - o que exclui toda hipótese de sermos nós o joguete da própria imaginação.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Caridade com os Criminosos:"(...)Será a lei de Cristo a que regerá os homens: somente ela será freio e esperança, e conduzirá as almas às moradas dos bem-aventurados. Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças entre vós e os infelizes..." (...) Se a prática do mal exige tanta inteligência e serviço de um homem, calculemos a nossa necessidade de compreensão, devotamento e perseverança no sacrifício que nos reclama a execução do verdadeiro bem...(...) Recusá-las aos criminosos é faltar à caridade e desconhecer a misericórdia de Deus. Pensar que são inúteis, porque um homem cometeu faltas muito graves, seria prejulgar a justiça do Altíssimo...

Caridade com os Criminosos
Elisabeth de França
Havre, 1862
14. A verdadeira caridade é um dos mais sublimes ensinamentos de Deus para o mundo. Entre os verdadeiros discípulos da sua doutrina deve reinar perfeita fraternidade. Deveis amar os infelizes, os criminosos, como criaturas de Deus, para as quais, desde que se arrependam, serão concedidos o perdão e a misericórdia, como para vós mesmos, pelas faltas que cometeis contra a sua lei. Pensai que sois mais repreensíveis, mais culpados que aqueles aos quais recusais o perdão e a comiseração, porque eles quase sempre não conhecem a Deus, como o conheceis, e lhes será pedido menos do que a vós.
Não julgueis, oh! Não julgueis, meus queridos amigos, porque o juízo com que julgardes vos será aplicado ainda mais severamente, e tendes necessidade de indulgência para os pecados que cometeis sem cessar. Não sabeis que há muitas ações que são crimes aos olhos do Deus de pureza, mas que o mundo não considera sequer como faltas leves?
A verdadeira caridade não consiste apenas na esmola que dais, nem mesmo nas palavras de consolação com que as acompanhais. Não, não é isso apenas que Deus exige de vós! A caridade sublime, ensinada por Jesus, consiste também na benevolência constante, e em todas as coisas, para com o vosso próximo. Podeis também praticar esta sublime virtude para muitas criaturas que não necessitam de esmolas, e que palavras de amor, de consolação e de encorajamento conduzirão ao Senhor.
Aproximam-se os tempos, ainda uma vez vos digo, em que a grande fraternidade reinará sobre o globo. Será a lei de Cristo a que regerá os homens: somente ela será freio e esperança, e conduzirá as almas às moradas dos bem-aventurados. Amai-vos, pois, como os filhos de um mesmo pai; não façais diferenças entre vós e os infelizes, porque Deus deseja que todos sejam iguais; não desprezeis a ninguém. Deus permite que os grandes criminosos estejam entre vós, para vos servirem de ensinamento. Brevemente, quando os homens forem levados à prática das verdadeiras leis de Deus, esses ensinamentos não serão mais necessários, e todos os Espíritos impuros serão dispersados pelos mundos inferiores, de acordo com as suas tendências.
Deveis a esses de que vos falo o socorro de vossas preces: eis a verdadeira caridade. Não deveis dizer de um criminoso: "É um miserável; deve ser extirpado da Terra; a morte que se lhe inflige é muito branda para uma criatura dessa espécie" . Não, não é assim que deveis falar! Pensai no vosso modelo, que é Jesus. Que diria ele, se visse esse infeliz ao seu lado? Havia de lastimá-lo, considerá-lo como um doente muito necessitado, e lhe estenderia a mão. Não podeis, na verdade, fazer o mesmo, mas pelo menos podeis orar por ele, dar-lhe assistência espiritual durante os instantes que ainda deve permanecer na Terra. O arrependimento pode tocar-lhe o coração, se orardes com fé. É vosso próximo, como o melhor dentre os homens. Sua alma, transviada e revoltada, foi criada, como a vossa, para se aperfeiçoar. Ajudai-o, pois, a sair do lamaçal, e orai por ele!
15. Um homem está em perigo de morte. Para salvá-lo, deve expor a própria vida. Mas sabe-se que é um malvado, e que, se escapar, poderá cometer novos crimes. Deve-se, apesar disso, arriscar-se para o salvar?
Lamennais
Paris, 1862
Esta é uma questão bastante grave, e que pode naturalmente apresentar-se ao espírito. Responderei segundo o meu adiantamento moral, desde que se trata de saber se devemos expor a vida, mesmo por um malfeitor. A abnegação é cega. Socorre-se a um inimigo; deve-se socorrer também a um inimigo da sociedade, numa palavra, a um malfeitor. Credes que é somente à morte que se vai arrebatar esse desgraçado? É talvez a toda a sua vida passada. Porque, _ pensai nisso, _ nesses rápidos instantes que lhe arrebatam os últimos momentos da vida, o homem perdido se volta para a sua vida passada, ou melhor, ela se ergue diante dele. A morte, talvez, chegue muito cedo para ele. A reencarnação poderá ser terrível. Lançai-vos, pois, homens! Vós, que a ciência espírita esclareceu, lançai-vos, arrancai-o ao perigo! E então, esse homem, que teria morrido injuriando-vos, talvez se atire nos vossos braços. Entretanto, não deveis perguntar se ele o fará ou não, mas correr em seu socorro, pois, salvando-o, obedeceis a essa voz do coração que vos diz: "Podeis salvá-lo; salvai-o".
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Evangelho Segundo O Espiritismo
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Continuação do Tema em Aprendizado e Estudo.


INESPERADA  OBSERVAÇÃO

Irmão X



Assim que a fama de Jesus Se espalhou fartamente, dizia-se, em torno de Genesaré, que o Messias jamais desprezava o ensejo de ensinar o bem, através de todos os quadros da natureza.

Ante as ondas revoltas, comentava as paixões que devastam a criatura; contemplando algum ninho com filhotes tenros, exaltava a sublimidade dos elos da família; à frente das flores campesinas louvava a tranqüilidade e a segurança das coisas simples; ouvindo o cântico das aves, reportava-se às harmonias do alto. Ocasião houve em que de uma semente de mostarda extraiu glorioso símbolo para a fé e, numa tarde fulgurante de pregação consoladora, encontrara inesquecíveis imagens do Reino de Deus, lembrando um trigal. Explanou sobre o amor celeste, recorrendo a uma dracma perdida, e surgiu um instante, ó surpresa divina, em que o Cristo subtraíra infortunada pecadora ao apedrejamento, usando palavras que lhe denunciavam a perfeita compreensão da justiça!

Reconhecida e proclamada a sabedoria d’Ele, porfiavam os discípulos em lhe arrancarem referências nobres e sábias palavras. Por mais se revezassem na exposição de feridas e maldades humanas, curiosos de apreender-lhe a conceituarão da vida, o Mestre demonstrava incessantes recursos na descoberta da “melhor parte”.

Como ninguém, sabia advogar a causa dos infelizes e identificar atenuantes para as faltas alheias, guardado o respeito que sempre consagrou à ordem. Guerreava abertamente o mal e chicoteava o pecado. Entretanto, estava pronto invariàvelmente ao socorro e amparo das vítimas. Se vivia de pé contra os monstros da perversidade e da ignorância, nunca foi observado sem compaixão para com os desventurados e falidos da sorte. Levantava e animava sempre. Estimulava as qualidades superiores sem descanso, surpreendia ângulos iluminados nas figuras aparentemente trevosas.

Impressionados com aquela feição d’Ele, Tiago e João, certa feita, ao regressarem de rapida estada em Cesareia, traziam, espantados, o caso de um ladrão confesso, que fora ruidosamente trancafiado no cárcere...

Pisando Cafarnaum, de retorno, Tiago disse ao irmão, após relacionar as dificuldades do prisioneiro:

– Que diria o Senhor se viesse a sabê-la. Tiraria ilações benéficas de acontecimento tão escabroso?

Ouvido pelo irmão, com indisfarçável interesse, rematou:

– Dar-lhe-ei notícias do sucedido.

Com efeito, depois de abraçarem Jesus, de volta, o filho de Zebedeu passou a narrar-lhe a ocorrência desagradável, em frases longas e inúteis.

– O criminoso de Cesareia – descreveu, prolixo – fora preso em flagrante, em seguida a audaciosa tentativa de roubo, que perdurara por seis meses consecutivos. Conhecia, através de informações, vasto ninho de jóias pertencentes a importante família romana e, por cento e oitenta dias, cavara ocultamente a parede rochosa, de modo a pilhar as preciosidades, sem testemunhas. Fizera-se passar por escravo misérrimo, sofrera açoites na carne, padecera fome e sede, por determinações de capatazes insolentes, trabalhara de sol a sol num campo não distante da residência patrícia, tão só para valer-se da noite, na transposição do obstáculo que o inibia de apropriar-se dos camafeus e das pedras, das redes de ouro e dos braceletes de brilhantes. Na derradeira noite de trabalho sutil, foi seguido pela observação de um guarda cuidadoso e, quando mergulhava as mãos ávidas no tesouro imenso, eis que dois vigilantes espadaúdos agarram-no pressurosos. Buscou escapar, mas debalde. Rudes bofetadas amassaram-lhe o rosto e dos braços duramente golpeados corria profusamente o sangue. Aturdido, espancado, depois de sofrer pesadas humilhações, o infeliz, agonizando, fora posto a ferros em condições nas quais, talvez, não lhe seria dado esperar a sentença de morte...

O Mestre ouviu a longa narrativa em silêncio e, porque observasse a atitude expectante dos aprendizes, neles fixou o olhar percuciente e doce e falou:

Se a prática do mal exige tanta inteligência e serviço de um homem, calculemos a nossa necessidade de compreensão, devotamento e perseverança no sacrifício que nos reclama a execução do verdadeiro bem.

Logo após, afastou-se, pensativo, enquanto os dois jovens companheiros se entreolhavam, surpresos, sem saberem que replicar.


Livro “Luz Acima”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.


Continuação no aprendizado do tema do Evangelho Segundo O Espiritismo.


FRUTOS
Hilário Silva



          - Reconheço no Evangelho o livro da salvação, mas decididamente não concordo. Não concordo em que os espíritas de afirmem cristãos.

          Era um negociante do Recife, muito ligado às tarefas de evangelização, dirigindo-se a Djalma de Farias, então benemérito lidador da Doutrina Espírita na capital pernambucana.

          - Imagine só – e apontando para um homem sob pesado fardo na rua -, aquele é Secundino, que esteve na cadeia por mais de oito anos. Beberrão contumaz, assassinou um companheiro de quarto que lhe negará alguns vinténs, e, por causa dele, morreu a esposa e um filhinho da vítima, em triste miséria. Isso aconteceu aqui mesmo, perto de nós. Entretanto, hoje diz que é espírita. Lê comentários do Novo Testamento. Fala sobre Jesus. Não é o caso do demônio que, depois de velho, se fez ermitão?

          Farias, porém, objetou, muito afável:

          - Meu caro, veja lá o que diz. Não será esse um caso para louvar? Pois se vemos um delinqüente regenerado, um homem problema tornar-se útil... Você é leal servidor do Evangelho. Vamos lá! E Jesus? O Mestre foi o remédio dos enfermos, o equilíbrio dos loucos, a visão dos cegos, o movimento dos paralíticos... O papel da religião não será ajudar, restaurar, reviver?

          Surpreendendo-se desarmado de argumentação mais sólida, o comerciante aduziu:

          - Para mim nada disso vale. Só a palavra do Evangelho é verdadeira. Quero a letra da lei...

          - E você tem aí o Testamento do Cristo? – indagou Farias com humildade.

          - Como não, gritou o opositor enervado – estudo o Evangelho de ponta a ponta.

          E sacou do bolso pequenino exemplar.

          - Então, abra o livro – pediu Djalma -, é sempre impossível que não tenhamos resposta justa.

          O lojista descerrou as páginas, com segurança, e surgiram aos olhos de ambos as palavras de Cristo no versículo trinta e três do capítulo doze, nas anotações de Mateus: “... pelo fruto se conhece a árvores.”

Espírito: Hilário Silva -  Psicografia: Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira.

          Livro: A Vida Escreve – Primeira Parte – Médium: Waldo Vieira
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Prece por um Criminoso ( Evangelho Segundo O Espiritismo)

Por Um Criminoso
69. Prefácio _ Se a eficácia das preces estivesse na razão da sua extensão, as mais longas deviam ser reservadas para os mais culpados, porque eles têm mais necessidade do que aqueles que viveram santamente. Recusá-las aos criminosos é faltar à caridade e desconhecer a misericórdia de Deus. Pensar que são inúteis, porque um homem cometeu faltas muito graves, seria prejulgar a justiça do Altíssimo. (Cap. XI, nº 14).
70. Prece _ Senhor Deus de Misericórdia, não repudieis esse criminoso que acaba de deixar a Terra! A justiça dos homens pode condená-lo, mas isso não o livra da vossa justiça, caso o seu coração não tenha sido tocado pelo remorso. Tirai-lhe a venda que lhe oculta a gravidade de suas faltas, e possa o seu arrependimento merecer a vossa graça, para que se aliviem os sofrimentos de sua alma! Possam também as nossas preces, e a intercessão dos Bons Espíritos, levar-lhe a esperança e consolação; inspirar-lhe o desejo de reparar as suas más ações, através de uma nova existência; e dar-lhe a força necessária para não sucumbir nas novas lutas que terá de enfrentar! Senhor, tende piedade dele!
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terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O JUGO LEVE


"Vinde a mim todos vós que estais aflitos e sobrecarregados que eu vos aliviarei." - Mateus, (cap. XI, v. 28)
Jesus humanizado é o grande médico das almas, que as conhecendo em profundidade, apresenta a terapia recuperadora, ao tempo que oferece a libertadora, que evita novos comprometimentos. Conhecendo a causalidade que desencadearia as aflições que as geraram, propõe como recurso melhor para a total liberação do seu contingente perturbador a conquista da luz interna, superando toda a sombra que campeia nas consciências.

Essa claridade incomparável capaz de anular todos os prejuízos e evitar novas projeções de sofrimentos é o cultivo do amor, sustentado pela oração que se converte em canal de irrigação da energia que procede de Deus e vitaliza a criatura humana. Com esse recurso incomparável, a docilidade no trato com o semelhante permite que as Forças espirituais que promanam das imarcescíveis regiões da plenitude alcancem a intimidade daquele que ora, nele produzindo o milagre da harmonia e da claridade interior permanentes.
O Homem-Jesus, absolutamente lúcido e conhecedor do SELF que Lhe mantinha a organização humana não havendo qualquer espaço sombra, o lado escuro que devesse ser penetrado, a fim de erradicar mazelas, desde que o houvera superado em experiências multifárias nas Esferas Superiores de onde provinha.

Encarnando-se na Terra, não fugiu ao confrontos com as imposições dominantes entre os Seus coevos, mantendo-se imperturbável, mas não insensível aos seus desmandos e irreflexões, loucuras e infantilidades evolutivas, razão porque procurava extirpar do cerne das vidas que O buscavam os agentes geradores das aflições que as esmagavam, e os levavam à hediondez, ao crime, à mentira, ao ódio, novos desencadeadores de futuras inquietações. O Seu fardo se fazia leve, porque estruturado em claridade diamantina, sem qualquer contingente de tormento, ensejando o alívio imediato ao penetrar na projeção do Seu pensamento irradiante que cindia toda treva.

N'Ele estavam os recursos valiosos para a saúde espiritual, conseqüentemente, de natureza moral, emocional, física.. O ser humano é o somatório das suas aspirações e necessidades, mas também o resultado de como aplica esses recursos que o podem escravizar ou libertar. A predominância da sombra ou do lado escuro, é efeito compreensível da ignorância ou do acumpliciamento com o crime, derivado da preservação dos instintos primários em predominância no seu comportamento.

Enquanto não seja diluída essa sombra, facultando o entendimento das responsabilidades e dos compromissos que favorecem o progresso, mais se aturde na escuridão aquele que deseja encontrar rumos que não são visíveis. A sua existência se torna um pesado fardo para conduzir, um tormento mental e conflitivo na consciência entenebrecida. O amor, que significa conquista emocional superior, rompe a densidade da ignorância enquanto a oração dilui as espessas ondas escuras que envolvem o discernimento.

Mediante o amor, o ser descobre o sentido existencial, tornando-se humano, isto é, adquirindo sentimento de humanidade com libertação da alta carga de animalidade nele prevalecente, compreendendo a necessidade de compartilhar com o seu irmão o que tenha, mas também de repartir quanto o enriquece. Através da oração identifica-se com outras ondas psíquicas e impregna-se de energias saturadoras de paz, bem como enriquecedoras de alegria de viver e de crescer no rumo da plenitude.

A soberba, filha dileta do egoísmo, que lhe faculta atribuir-se um valor que ainda não possui, cede lugar à humildade que o ajuda a visualizar a grandeza da Vida e a pequenez em que ainda se debate, incitando-o à coragem e à abnegação, como o devotamento às causas de enobrecimento em que se engajará, buscando os objetivos reais agora vislumbrados e fascinantes.

Toda a terapêutica proposta por Jesus é libertadora, total e sem recuo. Ele não se detém à borda do problema, mas identifica-o, despertando o problematizado para que não reincida no erro, no comprometimento moral com a consciência, a fim de que não lhe aconteça algo pior, quais sejam a amargura sem consolo, a expiação sem alternativa, o impositi vo do resgate compulsório.

Esse Homem singular sempre foi peremptório na proposta da decisão de cada um, respeitando o livre-arbítrio, o direito de escolha que é inalienável, definindo os rumos da felicidade terrena, que prosseguiriam no reino dos Céus, ou demonstrando que através do sofrimento resignado, bem vivido, já se devassavam as fronteiras do reino, embora ainda no mundo físico.
Essa visão de profundidade define o Messias nazareno como a Luz que veio ao mundo e o mundo a recusou, preferindo a densidade do nevoeiro envolvente e alucinante. Sóbrio e austero, sem dureza ou crueldade, sempre compassivo mas não conivente, demonstrou pelo exemplo como viver-se em equilíbrio e morrer-se em serenidade, mesmo que através de qualquer flagício imposto.

Ninguém houve que mantivesse tanta serenidade na alegria da pregação da Boa Nova, sem a exaltação que tisna a beleza do conteúdo da Mensagem ou receio de que ela demorasse a se implantar no coração da Humanidade, não importando o tempo que fosse necessário, o que, realmente, é de significado secundário. O Espírito é eterno e a relatividade temporal é sempre sucedida pela sua perenidade.

Feliz aquele que opta por experimentar o bem-estar no momento em que respira e entende; desditoso aquele que, conhecendo a forma para tornar-se pleno posterga a oportunidade, aguardando os impositivos inevitáveis da sujeição e do sofrimento para resolver-se pelo adquirir o que rejeitara anteriormente.

Sob outro aspecto, Ele nunca se apresentou como solucionador de problemas, antes invitou a todos a fazerem a sua parte, a se responsabilizarem pelos próprios deveres, tornando-se o Educador que sempre se fez compreender, nunca transferindo responsabilidades que a cada qual pertecem,como mecanismos falsos para atrair ou gerar proselitismo em torno da Sua pessoa.

Diferindo de todos os demais homens, não se revestiu de aspecto excêntrico ou tomou atitudes aberrantes para chamar a atenção, mantendo-se sempre o mesmo, preservando o critério da seleção natural pelo mérito de cada discípulo que se Lhe associasse ao Ministério.

Era compreensível, portanto, que a c
omunidade judaica do Seu tempo, e a sociedade quase em geral de todos os tempos, não aceitassem o Seu método. Acostumados que se encontram os homens ao vazio do comportamento moral às concessões da mentira e da bajulação, aos esconsos compromissos seletivos, viam-nO e ainda O vêem alguns indivíduos como um violador dos costumes - infelizes, é certo - que predominam nas consciências ensombradas de governantes insensatos e das massas desgovernadas.

Não obstante, Ele permaneceu fiel ao Seu compromisso, sem o alterar para iludir ou arrebanhar simpatizantes. Sua austeridade e misericórdia conquistavam naturalmente sem promessas mentirosas, nem concessões inúteis, dando o primeiro sinal para o despertar para a Verdade, passo indispensável para futuras revoluções internas que seriam operadas no cerne de cada qual.

É incomparável Jesus, o responsável pelo fardo leve, em razão da Sua autoridade moral, ainda não totalmente reconhecida pela psicologia profunda, como o Homem de palavras claras, de ensinamentos sem dubiedades, de vivência sem recalques ou fugas.

Veio instruir e consolar mediante o exemplo de dedicação, jamais se acomodando ao modus vivendi e operandi, abrindo sulcos novos no solo dos corações para neles ensementar as palavras seguras e medicamentosas para a preservação da saúde e da vida. Ante os desafios mais vigorosos e as situações mais inclementes, não desistir dos ideais de beleza, não ceder espaço ao mal, não negociar com as sombras, permanecendo-se verdadeiro, luminoso, de consciência reta, decidido - eis a Sua proposta, conforme Ele próprio a viveu.

Sendo o Caminho, único, aliás, para chegar-se a Deus, não teve outra alternativa senão afirmar: - Vinde a mim, todos que estais aflitos e sobrecarregados, que eu vos aliviarei.
Joanna De Ângelis

Livro: Jesus e o Evangelho