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sábado, 2 de março de 2013
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
TENTAÇÕES AFETIVAS
TENTAÇÕES AFETIVAS |
terça-feira, 26 de fevereiro de 2013
Estudos : Série Psicológica - Módulo 2 " A Conquista da Consciência"
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domingo, 24 de fevereiro de 2013
Estudos: Série Psicológica-Módulo 2 -" Evolução da Consciência"
Fonte : TV cei , youtube
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terça-feira, 19 de fevereiro de 2013
Estudos: Série Psicológica Módulo 1 " A Estrutura da Psique 1"
Estudos :Série Psicológica " Introdução"
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terça-feira, 29 de janeiro de 2013
O Mandamento Difícil."...Amar ao próximo não parece muito difícil, mas amá-lo como a nós mesmos é quase uma temeridade. Mas Jesus o deu de maneira enérgica, explicando ainda que esse amor corresponde também ao amor a Deus. Amamos naturalmente a nós mesmos com tal afinco que estendemos esse amor à família e o negamos às pessoas estranhas, não raro de maneira agressiva e ciumenta...."(...) “Quando vejo passar pela minha porta um homem condenado pelos outros, logo penso que, por aquela criatura detestada, o Cristo entregou-se à crucificação". Porque, na verdade, Jesus não veio à Terra para salvar a este ou àquele, mas a toda a Humanidade. Se conseguirmos compreender isso, afastaremos da Terra o cancro moral do racismo, da aversão ao estrangeiro, da impiedade para com os infelizes viciados no crime e na maldade, oferecendo-lhes pelo menos um pouco de simpatia..."
12
O Mandamento Difícil
O mandamento central dos Evangelhos, e por isso mesmo o mais complexo e o mais difícil, é o de amar ao próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas. Amar ao próximo não parece muito difícil, mas amá-lo como a nós mesmos é quase uma temeridade. Mas Jesus o deu de maneira enérgica, explicando ainda que esse amor corresponde também ao amor a Deus. Amamos naturalmente a nós mesmos com tal afinco que estendemos esse amor à família e o negamos às pessoas estranhas, não raro de maneira agressiva e ciumenta. Podemos explicar isso, psicologicamente, pelo egocentrismo da infância, que é uma exigência da formação da personalidade. Se a criança não fosse — como se costuma dizer — o centro do mundo, e não se apegasse a essa centralização, seria facilmente absorvida na mundanidade e dispersa na temporalidade, para usarmos a terminologia de Heideggard. Para manter a sua unidade ôntica, ou seja, para ser ela mesma, a criança tem de se apegar com unhas e dentes ao seu ego, esse pivô interno, em torno do qual desenvolvem-se as energias da afetividade e da criatividade. O mundo nos atrai e tenta absorver-nos num processo de dispersão centrífuga. Se não tivéssemos o pivô do ego, com suas energias centralizadoras, o ser estaria sujeito a se perder na dispersão das energias ôntica. O normal é que essas duas correntes energéticas se contrabalancem, sem o que teríamos o indivíduo egoísta ou o indivíduo amorfo, sem nunca atingirmos a formação da personalidade que define o homem. A permanente ameaça e o temor da dispersão gera no homem a reação de defesa contra a eternidade.
Nas tribos selvagens as crianças recém-nascidas são consideradas criaturas estranhas e misteriosas, que chegam não se sabe de onde. Por isso são tratadas com carinho na primeira e segunda infância, mas depois submetidas a períodos de observação quanto às tendências que devem revelar. Só adquirem um nome e se integram na tribo depois de reconhecidas como em condições para tanto. Nas civilizações encontramos um desenvolvimento agudo do sociocentrismo, em que os estrangeiros são considerados impuros, como na Antiga Israel, ou considerados bárbaros, como na Roma Antiga. O próprio instinto de conservação, que começa na lei física da inércia e se prolonga nas coisas e nos seres, até ao homem, e suas instituições, completa esse quadro defensivo. Não há dúvida que a nossa desconfiança em relação ao próximo provém dessas forças instintivas. Só conseguimos vencê-las quando nos sentimos onticamente maduros, como seres formados e definidos em nossa personalidade. Quanto mais inseguros nos sentimos, tanto mais difícil se torna a nossa aceitação do próximo, sem prevenções e desconfianças. Nossa primeira atitude ante um desconhecido é sempre de reserva ou de antipatia. Somente nos reencontros reencarnatórios de criaturas afins, com um passado de relações felizes ou uma afinidade vibratória semelhante, os primeiros contatos podem ser expansivos.
A sabedoria dos ensinos de Jesus se revela precisamente nesses casos em que se mostra de maneira evidente. Com o ensino do amor ao próximo Jesus agiu sobre a indevida extensão dessas forças preservadoras num tempo de maturidade. Não foi somente com o ensino do monoteísmo, da unicidade de Deus, que ele procurou acordar-nos para a fraternidade humana. Completando a ação reformista e dando mais ênfase à necessidade de amarmos a todos os nossos semelhantes, ele definiu a família humana como decorrente da paternidade universal de Deus.
Stanley Jones, pastor metodista, chamado O Cavaleiro do Reino de Deus, por suas pregações profundamente humanistas, descobriu a maneira cristã de combater essa aversão ao estranho, dizendo: “Quando vejo passar pela minha porta um homem condenado pelos outros, logo penso que, por aquela criatura detestada, o Cristo entregou-se à crucificação". Porque, na verdade, Jesus não veio à Terra para salvar a este ou àquele, mas a toda a Humanidade. Se conseguirmos compreender isso, afastaremos da Terra o cancro moral do racismo, da aversão ao estrangeiro, da impiedade para com os infelizes viciados no crime e na maldade, oferecendo-lhes pelo menos um pouco de simpatia. Com isso, pingamos uma gota de amor na taça de fel que o nosso irmão leva aos lábios todos os dias.
Mais estranho nos parece o mandamento: “Amai aos vossos inimigos". Entretanto, se não fizermos isso, nunca aprenderemos realmente a amar. Porque o verdadeiro amor nunca é discriminativo, mas abrangente, envolvendo num só objeto de afeição todas as criaturas. Como ensina Kardec, não podemos amar a um inimigo como amamos a um amigo, que conhecemos pela experiência da convivência, depositando nele a nossa confiança.
Amar ao inimigo não é fácil, exige principalmente o sacrifício do perdão e do esquecimento do que ele nos fez de mal. E por isso mesmo esse amor é sublime, podendo levar o inimigo a se transformar no nosso maior e mais reconhecido amigo. Não podemos, porém, agir com ingenuidade nesses casos.
Temos de usar sempre, como Jesus ensinou, a mansidão das pombas e a prudência das serpentes. Diz o povo que “Quem faz um cesto faz um cento". O homem, herdeiro dos instintos animais, é também herdeiro dos instintos espirituais de que trata Kardec, e possui o poder discriminador da consciência. Agindo sempre com a devida prudência, pode apagar as mágoas da inimizade sem entregar-se às armadilhas da traição. Assim, o processo de amar o inimigo não pode ser imediato, mas progressivo, segundo a prudência dos selvagens no trato com os novos e ainda desconhecidos companheiros que chegam à tribo vestidos com a roupagem da inocência, segundo a expressão kardeciana. O que importa, no caso, não é o milagre da conversão do inimigo em amigo, mas o despertar no homem da compreensão verdadeira do amor.
A importância desse problema, na educação para a morte, relaciona-se com a questão da sobrevivência. As pesquisas da Ciência Espírita mostraram que muitos dos nossos sofrimentos na Terra provêm das malquerenças do passado. Um inimigo no Além representa quase sempre ligações negativas, de forma obsessiva, para o que ficou na Terra sem saber perdoar. A técnica espírita da desobsessão — de libertar o homem das vibrações de ódio e vingança dos inimigos mortos — é precisamente a da reconciliação de ambos nas sessões ou através de orações reconciliadoras.
A situação obsessiva é grandemente desfavorável para o que continua vivo na Terra, pois este se esqueceu dos males cometidos e o Espírito obsessor, vingativo, lembra-se claramente de tudo. Por isso, as práticas violentas do exorcismo, judeu ou cristão, com ameaças e exprobrações negativas do obsedado, podem levar ao auge o ódio do obsessor.
A condição do obsessor no plano espiritual — alimentando o ódio que levou da Terra — é também de responsabilidade do obsedado que não soube perdoar e pedir perdão. Todos os sofrimentos de uma situação de penoso desajuste no após-morte são produzidos pela dureza de coração do que continuou na Terra ou a ela voltou para o necessário reajuste. Por isso, Jesus advertiu que devemos acertar o passo com o nosso adversário enquanto estamos a caminho com ele. Conhecidos estes princípios de maneira racional, podemos influir no alívio da pesada atmosfera moral que pesa sobre a Terra em momentos como este que estamos vivendo. Não se trata de problemas que devam ser resolvidos por este ou aquele tribunal, humano ou divino. A solução está sempre em nossas mãos, pois foi com elas que praticamos os crimes que agora dardejam sobre a nossa consciência como os raios de Júpiter.
Nos tenebrosos anais da pesquisa psíquica mundial encontramos numerosos casos, descritos em minúcias pelos protagonistas de tragédias dessa espécie. Daí a advertência de Jesus, que parece temerária aos inscientes: “O que xinga o seu irmão de raca está condenado ao fogo do inferno". A palavra raca éuma injúria grandemente ofensiva, mas o castigo parece exagerado. Devemos lembrar que o fogo inferno não é eterno, como querem os teólogos, mas que a dor da consciência fora da matéria queima como fogo. Tivemos a oportunidade de conviver alguns dias com um assassino que matara seu adversário a faca, pelas costas. Era um homem de formação protestante, que continuava apegado ao Evangelho e se justificava com passagens vingativas da Bíblia, apoiadas por Deus. Repeliu as nossas explicações de que a Bíblia é uma coletânea de livros judeus e nos disse, com assustadora firmeza: “Se ele me aparecesse agora redivivo, eu o mataria de novo". Episódios como esse nos mostram como os sentimentos humanos podem perdurar nos Espíritos encarnados ou desencarnados, de maneira assustadora.
O ódio desse homem não se extinguira com o sangue do inimigo. Nenhuma sombra de remorso transparecia nos seus olhos carregados de ódio e ameaças. Faltava-lhe, porém, o conhecimento das leis morais. Mais tarde, segundo nos disseram, o seu coração se abrandou. Tivera um sonho com o adversário morto, que lhe pedia perdão, em lágrimas, por havê-lo levado ao desespero do crime.
As tragédias dessa espécie, em que a vítima geralmente é responsável pelo crime, por motivos de sua intransigência, são em maior número do que supomos. Torna-se bem claro, nesses casos, o processo dialético da evolução humana. Nesse criminoso aparentemente insensível havia um coração profundamente ferido pela intransigência do adversário. Questões formais de honra, de direitos violados, de prepotência e humilhação torturaram a mente do assassino e o levaram ao crime. Cometido este, decorridos amargos anos de prisão, com a família na miséria e enxovalhada pela mancha criminosa, a vítima transformada em carrasco não conseguia perdoar o morto. Os instintos animais, em fermentação na sua afetividade e na sua consciência, não lhe permitiam abrir-se para a compreensão da gravidade do seu ato. Ao mesmo tempo, o assassinado, nos planos espirituais inferiores, remoia o seu ódio e a sua frustração, acusando o assassino de lhe haver tirado a vida. A troca de vibrações mentais entre ambos mantinha-os na mesma luta. Somente a interferência da misericórdia divina conseguira abrir uma fresta de luz na mente do assassinado, para que ele caísse em si e reconhecesse a sua culpabilidade. Para a sociedade terrena a tragédia terminara nas grades de uma prisão, mas para o mundo espiritual ela prosseguia. Na consciência do assassinado a visão da realidade até então oculta despertava os instintos espirituais, os anseios de superação das condições animalescas a que se entregara na carne.
A Educação para a Morte teria libertado ambos na própria vida carnal, levando-os à compreensão de que não eram feras em luta na selva, mas criaturas humanas dotadas de potencialidades divinas. Não lhes haviam faltado os socorros espirituais da intuição e do chamado terreno no campo religioso. Um era protestante e o outro católico, ambos tiveram contato com os Evangelhos desde a infância, mas a reação hipnótica dos interesses mundanos os havia imantado fortemente à matéria, fazendo-os esquecer a natureza espiritual da criatura humana. As religiões, por seu lado, imantadas às interpretações dogmáticas, não puderam ampará-los com a explicação racional da situação que enfrentavam. No entanto, há dois mil anos, Jesus já advertia: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!”
Livro: Educação Para a Morte
Herculano Pires
O Mandamento Difícil
O mandamento central dos Evangelhos, e por isso mesmo o mais complexo e o mais difícil, é o de amar ao próximo como a nós mesmos e a Deus sobre todas as coisas. Amar ao próximo não parece muito difícil, mas amá-lo como a nós mesmos é quase uma temeridade. Mas Jesus o deu de maneira enérgica, explicando ainda que esse amor corresponde também ao amor a Deus. Amamos naturalmente a nós mesmos com tal afinco que estendemos esse amor à família e o negamos às pessoas estranhas, não raro de maneira agressiva e ciumenta. Podemos explicar isso, psicologicamente, pelo egocentrismo da infância, que é uma exigência da formação da personalidade. Se a criança não fosse — como se costuma dizer — o centro do mundo, e não se apegasse a essa centralização, seria facilmente absorvida na mundanidade e dispersa na temporalidade, para usarmos a terminologia de Heideggard. Para manter a sua unidade ôntica, ou seja, para ser ela mesma, a criança tem de se apegar com unhas e dentes ao seu ego, esse pivô interno, em torno do qual desenvolvem-se as energias da afetividade e da criatividade. O mundo nos atrai e tenta absorver-nos num processo de dispersão centrífuga. Se não tivéssemos o pivô do ego, com suas energias centralizadoras, o ser estaria sujeito a se perder na dispersão das energias ôntica. O normal é que essas duas correntes energéticas se contrabalancem, sem o que teríamos o indivíduo egoísta ou o indivíduo amorfo, sem nunca atingirmos a formação da personalidade que define o homem. A permanente ameaça e o temor da dispersão gera no homem a reação de defesa contra a eternidade.
Nas tribos selvagens as crianças recém-nascidas são consideradas criaturas estranhas e misteriosas, que chegam não se sabe de onde. Por isso são tratadas com carinho na primeira e segunda infância, mas depois submetidas a períodos de observação quanto às tendências que devem revelar. Só adquirem um nome e se integram na tribo depois de reconhecidas como em condições para tanto. Nas civilizações encontramos um desenvolvimento agudo do sociocentrismo, em que os estrangeiros são considerados impuros, como na Antiga Israel, ou considerados bárbaros, como na Roma Antiga. O próprio instinto de conservação, que começa na lei física da inércia e se prolonga nas coisas e nos seres, até ao homem, e suas instituições, completa esse quadro defensivo. Não há dúvida que a nossa desconfiança em relação ao próximo provém dessas forças instintivas. Só conseguimos vencê-las quando nos sentimos onticamente maduros, como seres formados e definidos em nossa personalidade. Quanto mais inseguros nos sentimos, tanto mais difícil se torna a nossa aceitação do próximo, sem prevenções e desconfianças. Nossa primeira atitude ante um desconhecido é sempre de reserva ou de antipatia. Somente nos reencontros reencarnatórios de criaturas afins, com um passado de relações felizes ou uma afinidade vibratória semelhante, os primeiros contatos podem ser expansivos.
A sabedoria dos ensinos de Jesus se revela precisamente nesses casos em que se mostra de maneira evidente. Com o ensino do amor ao próximo Jesus agiu sobre a indevida extensão dessas forças preservadoras num tempo de maturidade. Não foi somente com o ensino do monoteísmo, da unicidade de Deus, que ele procurou acordar-nos para a fraternidade humana. Completando a ação reformista e dando mais ênfase à necessidade de amarmos a todos os nossos semelhantes, ele definiu a família humana como decorrente da paternidade universal de Deus.
Stanley Jones, pastor metodista, chamado O Cavaleiro do Reino de Deus, por suas pregações profundamente humanistas, descobriu a maneira cristã de combater essa aversão ao estranho, dizendo: “Quando vejo passar pela minha porta um homem condenado pelos outros, logo penso que, por aquela criatura detestada, o Cristo entregou-se à crucificação". Porque, na verdade, Jesus não veio à Terra para salvar a este ou àquele, mas a toda a Humanidade. Se conseguirmos compreender isso, afastaremos da Terra o cancro moral do racismo, da aversão ao estrangeiro, da impiedade para com os infelizes viciados no crime e na maldade, oferecendo-lhes pelo menos um pouco de simpatia. Com isso, pingamos uma gota de amor na taça de fel que o nosso irmão leva aos lábios todos os dias.
Mais estranho nos parece o mandamento: “Amai aos vossos inimigos". Entretanto, se não fizermos isso, nunca aprenderemos realmente a amar. Porque o verdadeiro amor nunca é discriminativo, mas abrangente, envolvendo num só objeto de afeição todas as criaturas. Como ensina Kardec, não podemos amar a um inimigo como amamos a um amigo, que conhecemos pela experiência da convivência, depositando nele a nossa confiança.
Amar ao inimigo não é fácil, exige principalmente o sacrifício do perdão e do esquecimento do que ele nos fez de mal. E por isso mesmo esse amor é sublime, podendo levar o inimigo a se transformar no nosso maior e mais reconhecido amigo. Não podemos, porém, agir com ingenuidade nesses casos.
Temos de usar sempre, como Jesus ensinou, a mansidão das pombas e a prudência das serpentes. Diz o povo que “Quem faz um cesto faz um cento". O homem, herdeiro dos instintos animais, é também herdeiro dos instintos espirituais de que trata Kardec, e possui o poder discriminador da consciência. Agindo sempre com a devida prudência, pode apagar as mágoas da inimizade sem entregar-se às armadilhas da traição. Assim, o processo de amar o inimigo não pode ser imediato, mas progressivo, segundo a prudência dos selvagens no trato com os novos e ainda desconhecidos companheiros que chegam à tribo vestidos com a roupagem da inocência, segundo a expressão kardeciana. O que importa, no caso, não é o milagre da conversão do inimigo em amigo, mas o despertar no homem da compreensão verdadeira do amor.
A importância desse problema, na educação para a morte, relaciona-se com a questão da sobrevivência. As pesquisas da Ciência Espírita mostraram que muitos dos nossos sofrimentos na Terra provêm das malquerenças do passado. Um inimigo no Além representa quase sempre ligações negativas, de forma obsessiva, para o que ficou na Terra sem saber perdoar. A técnica espírita da desobsessão — de libertar o homem das vibrações de ódio e vingança dos inimigos mortos — é precisamente a da reconciliação de ambos nas sessões ou através de orações reconciliadoras.
A situação obsessiva é grandemente desfavorável para o que continua vivo na Terra, pois este se esqueceu dos males cometidos e o Espírito obsessor, vingativo, lembra-se claramente de tudo. Por isso, as práticas violentas do exorcismo, judeu ou cristão, com ameaças e exprobrações negativas do obsedado, podem levar ao auge o ódio do obsessor.
A condição do obsessor no plano espiritual — alimentando o ódio que levou da Terra — é também de responsabilidade do obsedado que não soube perdoar e pedir perdão. Todos os sofrimentos de uma situação de penoso desajuste no após-morte são produzidos pela dureza de coração do que continuou na Terra ou a ela voltou para o necessário reajuste. Por isso, Jesus advertiu que devemos acertar o passo com o nosso adversário enquanto estamos a caminho com ele. Conhecidos estes princípios de maneira racional, podemos influir no alívio da pesada atmosfera moral que pesa sobre a Terra em momentos como este que estamos vivendo. Não se trata de problemas que devam ser resolvidos por este ou aquele tribunal, humano ou divino. A solução está sempre em nossas mãos, pois foi com elas que praticamos os crimes que agora dardejam sobre a nossa consciência como os raios de Júpiter.
Nos tenebrosos anais da pesquisa psíquica mundial encontramos numerosos casos, descritos em minúcias pelos protagonistas de tragédias dessa espécie. Daí a advertência de Jesus, que parece temerária aos inscientes: “O que xinga o seu irmão de raca está condenado ao fogo do inferno". A palavra raca éuma injúria grandemente ofensiva, mas o castigo parece exagerado. Devemos lembrar que o fogo inferno não é eterno, como querem os teólogos, mas que a dor da consciência fora da matéria queima como fogo. Tivemos a oportunidade de conviver alguns dias com um assassino que matara seu adversário a faca, pelas costas. Era um homem de formação protestante, que continuava apegado ao Evangelho e se justificava com passagens vingativas da Bíblia, apoiadas por Deus. Repeliu as nossas explicações de que a Bíblia é uma coletânea de livros judeus e nos disse, com assustadora firmeza: “Se ele me aparecesse agora redivivo, eu o mataria de novo". Episódios como esse nos mostram como os sentimentos humanos podem perdurar nos Espíritos encarnados ou desencarnados, de maneira assustadora.
O ódio desse homem não se extinguira com o sangue do inimigo. Nenhuma sombra de remorso transparecia nos seus olhos carregados de ódio e ameaças. Faltava-lhe, porém, o conhecimento das leis morais. Mais tarde, segundo nos disseram, o seu coração se abrandou. Tivera um sonho com o adversário morto, que lhe pedia perdão, em lágrimas, por havê-lo levado ao desespero do crime.
As tragédias dessa espécie, em que a vítima geralmente é responsável pelo crime, por motivos de sua intransigência, são em maior número do que supomos. Torna-se bem claro, nesses casos, o processo dialético da evolução humana. Nesse criminoso aparentemente insensível havia um coração profundamente ferido pela intransigência do adversário. Questões formais de honra, de direitos violados, de prepotência e humilhação torturaram a mente do assassino e o levaram ao crime. Cometido este, decorridos amargos anos de prisão, com a família na miséria e enxovalhada pela mancha criminosa, a vítima transformada em carrasco não conseguia perdoar o morto. Os instintos animais, em fermentação na sua afetividade e na sua consciência, não lhe permitiam abrir-se para a compreensão da gravidade do seu ato. Ao mesmo tempo, o assassinado, nos planos espirituais inferiores, remoia o seu ódio e a sua frustração, acusando o assassino de lhe haver tirado a vida. A troca de vibrações mentais entre ambos mantinha-os na mesma luta. Somente a interferência da misericórdia divina conseguira abrir uma fresta de luz na mente do assassinado, para que ele caísse em si e reconhecesse a sua culpabilidade. Para a sociedade terrena a tragédia terminara nas grades de uma prisão, mas para o mundo espiritual ela prosseguia. Na consciência do assassinado a visão da realidade até então oculta despertava os instintos espirituais, os anseios de superação das condições animalescas a que se entregara na carne.
A Educação para a Morte teria libertado ambos na própria vida carnal, levando-os à compreensão de que não eram feras em luta na selva, mas criaturas humanas dotadas de potencialidades divinas. Não lhes haviam faltado os socorros espirituais da intuição e do chamado terreno no campo religioso. Um era protestante e o outro católico, ambos tiveram contato com os Evangelhos desde a infância, mas a reação hipnótica dos interesses mundanos os havia imantado fortemente à matéria, fazendo-os esquecer a natureza espiritual da criatura humana. As religiões, por seu lado, imantadas às interpretações dogmáticas, não puderam ampará-los com a explicação racional da situação que enfrentavam. No entanto, há dois mil anos, Jesus já advertia: “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!”
Livro: Educação Para a Morte
Herculano Pires
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domingo, 27 de janeiro de 2013
ENTUSIASMO E RESPONSABILIDADE. (...)"é indispensável te arrependas do passado delituoso e creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o “homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara a boa-vontade dos homens!" (...)" Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela advertência calara-lhe fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o entusiasmo, as vibrações festivas..." (...)"- Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita. E, depois de uma pausa, ante o espanto dos companheiros, concluiu, como muita gente: - Tenho muita vontade de ser...."
Irmão X
Nos primeiros tempos da nova fé, Aureliano Correia não
regateava as manifestações entusiásticas.
- Sou espírita – exclamava convicto -, pertenço às
fileiras dos discípulos sinceros da Nova Revelação. Tenho a minha tarefa a
cumprir.
O rapaz vivia embriagado de júbilio. Comparecia
pontualmente às reuniões doutrinarias, comentava ardoroso, os ensinamentos
ouvidos. Ex punha projetos grandiosos, relativamente ao futuro.
Instituiria núcleos de fé viva, disseminaria fundações de amor fraternal.
Afirmava, sem medo, a nova atitude e prometia realizações seguras e
generosas.
Não se contentava em estabelecer compromissos com a fé.
Aureliano ia mais longe. Referia-se ao Espiritismo na política, na
filosofia, nas artes, nas ciências. Trabalharia sem cessar, dizia ele, e
criaria diretrizes novas e edificações mais sólidas para o espírito
humano.
Continuava atravessando a região do entusiasmo fácil,
quando, certa noite, no parcial desprendimento do sono, foi conduzido à
presença de um de seus orientadores espirituais.
O companheiro exultava.
A entidade amiga falou carinhosamente, depois de
abraçá-lo:
- Aureliano, que o Senhor te abençoe as esperanças de
redenção. Teu caminho cobre-se, agora de júbilos santos. Guardas, meu
amigo, a divina lâmpada no coração. A benção do Eterno Pai segue tuas
aspirações de progresso. Sê bendito e feliz, filho meu! Teu ideal de
crente fervoroso será uma roseira florida no jardim do Mestre Generoso e o
perfume de fé em teu espírito idealista.
O rapaz chorava de contentamento e emoção.
E o sábio mentor prosseguiu calmo e bondoso:
- Atingirás a praia sublime da paz consoladora e,
seguro na terra firme das convicções sadias, observarás, espiritualmente,
de longe, o oceano revolto do mundo, embora continues em serviço de
abnegação ativa a beneficio dos nossos irmãos encarnados, aflitos e
vacilantes, na grande jornada, através das ondas vorazes da ilusão.
Receberás consolações celestes, ao contacto dos amigos espirituais que te
esperam, deste lado da vida. Conhecerás a profunda alegria da luz eterna,
no tabernáculo da alma crente. As dificuldades da terra surgirão aos teus
olhos, na qualidade de benfeitoras. No seio das lutas mais forte, sentirão
o beijo caricioso da amizade dos Servos Glorificados de Deus, invisíveis
no mundo aos olhos mortais. Cada dia será uma taça de oportunidades
benditas ao teu coração e cada noite um parque de claridades compassivas,
onde meditarás nas Dádivas Celestes, entre a alegria e o reconhecimento.
Alcançarás o bem-estar de quem encontrou o amor universal, a compreensão
de todos os seres e o respeito a todas as coisas e, venturoso, estarás a
caminho de esferas iluminadas, a distancia dos círculos inferiores da
carne, seguindo com Jesus, amparado por seu divino amor...
Enquanto a entidade fazia súbita parada, sentia-se
Aureliano o mais feliz dos homens. Seria o aprendiz superior, discípulo
dileto do Cristo. Não cabia em si de satisfação. O orientador devotado,
porém, quebrou a pausa longa e tornou a falar:
- Mas, como sabes Aureliano, não existe concessão sem
responsabilidade. Alguma coisa dará de ti mesmo, para receberes tantas
bênçãos. Para que te integres na posse definitiva de semelhante tesouro, é
necessário que abandones a caverna dos instintos inferiores e que sejas um
homem renovado
em Cristo-Jesus. Não poderás perder o Mestre de vista, procurando
seguir-lhe os passos, desde a manjedoura de submissão a Deus até o cuspo
irônico povo de Jerusalém, a fim de que o encontres no Calvário, a caminho
da ressurreição. È indispensável seguir Jesus e Alcança-lo, no monte do testemunho, diante dos homens e da
suprema obediência ao Eterno Pai. Serás bafejado pelas harmonias celestes;
entretanto, não te poderás esquivar aos sacrifícios terrestres. Receberás
a tranqüilidade que excede a compreensão das criaturas; todavia, para que
isto se verifique, é indispensável te arrependas do passado delituoso e
creias na tua sublime oportunidade de hoje, negando-te a alimentar o
“homem velho” que ainda te domina o coração, e suportando a luminosa cruz
de teus serviços de cada dia, acompanhando Aquele que nos dirige os
destinos desde o principio. Ganharás a luz, Aureliano, mas é
imprescindível que expulses as sombras que te rodeiam. Atingirás a esfera
superior; no entanto, é preciso que te retires das zonas mais baixas dos
vastos caminhos da vida. Não temas, porém, meu filho! Jesus não desampara
a boa-vontade dos homens!
Nesse instante, Aureliano acordou muito pálido. Aquela
advertência calara-lhe fundo. Sentia-se desapontado. Estimava o
entusiasmo, as vibrações festivas, os rasgos da palavra, mas não se
lembrara ainda do campo da responsabilidade e do serviço inevitáveis.
Queria uma doutrina para se proteger, mas nunca pensara na fé que exige
trabalho, abnegação e testemunho no bem ativo. Estava, portanto,
decepcionado. Aureliano, tão expansivo nas afirmações fáceis, levantou-se
da cama, profundamente amuado, arredio, nervoso. Sua mente recuava, a
passos largos, nas promessas feitas.
Mal não saíra de casa, a caminho do centro urbano, eis
que quatro companheiros humildes lhe surgem à frente, solicitando
ansiosos:
- Aureliano amigo, fundamos ontem um núcleo modesto e
contamos com você! Sentimo-nos cercados de necessidades espirituais e
precisamos cooperadores de sua envergadura. Venha hoje à noite, não falte.
Esperamos que aceite o nosso convite e que não desampare a nossa
confiança!
O interpelado, porém muito diferente da véspera, sem
qualquer disposição ao serviço sério, e positivamente em fuga ante a idéia
de responsabilidade, respondeu com secura:
- Não, meus amigos, não posso dizer que sou espírita.
E, depois de uma pausa, ante o espanto dos
companheiros, concluiu, como muita gente:
- Tenho muita vontade de ser.
Livro:
Pontos e Contos
Psicografia Francisco Cândido Xavier - Pelo espírito: Irmão
X
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
Necessidade de Vigilância
Essa passagem de Jesus, ocorrida
no horto de Getsêmani,
no Monte das Oliveiras,
também registrada em Marcos
(14:38) e Lucas (22:46), tem sido
ressaltada pelos Espíritos superiores,
ao avaliarem o grau de imperfeição
que nos caracteriza o ser, a
cada oportunidade de encarnação.
Afirma o Espírito Emmanuel,
a esse respeito:
As mais terríveis tentações decorrem
do fundo sombrio de
nossa individualidade. [...]
Renascemos na Terra com as
forças desequilibradas do nosso
pretérito para as tarefas do
reajuste.
Nas raízes de nossas tendências,
encontramos as mais vivas
sugestões de inferioridade.
[...]1
Jesus nos fala a respeito das tentações
e da vigilância em outros
ensinamentos, por exemplo, ao
ser transportado por um Espírito
maléfico ao pináculo do templo e,
depois, ao cume de uma montanha,
sendo importunado pelo gênio
perverso que, desejando tentá-
lo, oferece-lhe todos os reinos
do mundo e a glória que os cerca
em troca de sua lealdade e adoração
às forças do mal (Mateus, 4:1
a 11; Marcos, 1:12 e 13; e Lucas,
4:1 a 13). O episódio é citado em
A gênese com a explicação de Allan
Kardec de que o importante preceito
não teria sido compreendido
na sua qualidade, tendo a credulidade
pública o interpretado, apenas,
como fatos materiais. A análise,
contida na obra citada, foi extraída
da instrução dada pelo Espírito
João Evangelista, recebida em
Bordeaux, no ano de l862, conforme
trecho que se segue:
Jesus não foi arrebatado. Ele apenas
quis fazer que os homens
compreendessem que a Humanidade
se acha sujeita a falir e
que deve manter-se sempre vigilante
contra as más inspirações
a que, pela sua natureza
fraca, é impelida a ceder. A tentação
de Jesus é, pois, uma figura
e fora preciso ser cego para
tomá-la ao pé da letra. [...] O
Espírito do mal não teria nenhum
poder sobre a essência
do bem. [...]2
Inúmeras lições de Jesus chamam
a nossa atenção para não
sermos tentados. Podemos avaliá-
-las do ponto de vista humano,
pois a expressão tentação, para
nós, significa problemas a enfrentar
na luta pessoal por nós travada
para aquisição dos bens que o
mundo nos oferece, a qual é aspiração
justa para a concretização
de uma vida melhor, e das situações
vividas ao lado daqueles que
nos rodeiam. No entanto, há certos
gozos materiais que podem levar-
nos a cometer excessos, o que
Deus permite para testar a nossa
conduta:
Para estimular o homem ao
cumprimento da sua missão e
também para experimentá-lo
por meio da tentação.3
O Criador nos testa a razão e
nos preserva dos descomedimentos
para não sermos vítimas de
circunstâncias alheias à nossa vontade,
fruto das opções equivocadas
que nos agradam. A liberdade
consiste exatamente em escolher
o que nos atrai e influencia.
Possuímos compreensão do
nosso estado moral e das decisões
que tomamos,
de acordo com os
motivos de nossa preferência,
mas que
nem sempre poderão
nos beneficiar espiritualmente?
Que
justificativa buscar
para as infrações às
leis morais que cometemos?
Ao discorrer sobre
o Resumo teórico do
móvel das ações humanas,
Kardec analisa
a questão do livre-
-arbítrio:
Sem o livre-arbítrio
o homem
não teria nem
culpa por praticar
o mal, nem
mérito em praticar
o bem. Isto é
de tal modo reconhecido que a
censura ou o elogio, em nosso
mundo, são feitos à intenção,
isto é, à vontade. Ora, quem diz
vontade, diz liberdade. O homem,
portanto, não poderá
buscar no seu organismo físico
nenhuma desculpa para os seus
delitos, sem abdicar da razão e
da sua condição de ser humano,
para se equiparar aos animais.
[...]4
Outras ideias referentes ao tema
são desenvolvidas no resumo
da questão 872, de O livro dos espíritos,
citado anteriormente, sobretudo
ao destacar o conceito de
fatalidade. Para o Espiritismo, a
fatalidade “existe na posição que o
homem ocupa na Terra e nas funções
que aí desempenha”,4 concorde
com o gênero de existência
que o Espírito escolheu para si, de
prova, expiação ou missão. Desse
modo, sofremos, fatalmente, certos
infortúnios a cada vinda ao
corpo de carne e experimentamos
os efeitos das tendências boas ou
más que nos são peculiares. Nesse
ponto, porém, acaba o inevitável,
pois da nossa vontade depende
ceder ou não a essas inclinações:
[...] Pode deixar de haver fatalidade
no resultado de tais acontecimentos,
visto depender do
homem, pela sua prudência,
modificar o curso das
coisas. Nunca há fatalidade
nos atos da vida
moral.4
É fácil avaliar a situação
moral em que
nos encontramos, especialmente
se identificarmos
os vícios de
que porventura não
estejamos completamente
libertos.
[...] nós os conhecemos
pelas nossas tendências
atuais, e para elas é que
devemos voltar todas as
atenções. Basta saber o
que somos, sem que seja
necessário saber o que
fomos.5
Sem o desejo sério
de nos melhorarmos,
não tomaremos cuidado na urgência
da essencial vigilância. Preocupado
com o futuro de seus discípulos,
por estar próximo ao termo
de sua passagem pelos caminhos
terrenos, Jesus diz para Pedro, no
expressivo diálogo que manteve
com ele, narrado na belíssima obra
Boa nova:
[...] A criatura na Terra precisa
aproveitar todas as oportunidades
de iluminação interior, em
sua marcha para Deus. Vigia o
teu espírito ao longo do caminho.
Basta um pensamento de
amor para que te eleves ao Céu;
mas, na jornada do mundo, também
basta, às vezes, uma palavra
fútil ou uma consideração
menos digna para que a alma do
homem seja conduzida ao estacionamento
e ao desespero das
trevas, por sua própria imprevidência!
Nesse terreno [...], o discípulo
do Evangelho terá sempre
imenso trabalho a realizar [...].6
A tentação, portanto, constitui
um ato moral e a vigilância é consequência
do esforço que fazemos,
de modo a conquistar a humildade,
o desinteresse e a renúncia
de nós mesmos. Entretanto,
nem sempre conseguimos vencer
intimamente. As dificuldades a
enfrentar se originam, principalmente,
de não sabermos distinguir
as manifestações do nosso intelecto,
que funcionam como auxiliar
na reforma íntima, das demonstrações
dos sentimentos, das
emoções e do estado psíquico em
geral, que afetam a nossa estabilidade
interior. A renovação efetiva
depende da disposição total do
Espírito no aproveitamento de todas
as suas possibilidades, na busca
de novas maneiras de ser, de
pensar, de agir, em substituição às
vivências adquiridas em suas existências
anteriores. Quantos de
nós, intelectualmente favorecidos
pela razão e pelo saber, não conseguimos
vencer as lutas morais
oferecidas pela misericórdia divina,
por não aceitarmos as verdades
eternas do Evangelho de Jesus
que, se aplicadas, poderiam amenizar
os sofrimentos e as decepções
dos tempos atuais?
Se todos os homens pensassem
de forma consciente em Deus, não
cometeriam tantos erros! Em nota
a uma das questões de O livro dos
espíritos, Kardec alerta-nos sobre a
incapacidade do homem de entender
a plenitude infinita de Deus:
A inferioridade das faculdades
do homem não lhe permite
compreender a natureza íntima
de Deus. Na infância da Humanidade,
o homem o confunde
muitas vezes com a criatura, cujas
imperfeições lhe atribui; mas, à
medida que nele se desenvolve o
senso moral, seu pensamento
penetra melhor no âmago das
coisas; então ele faz da Divindade
uma ideia mais justa e mais
conforme à sã razão, embora
sempre incompleta.7
Por isso, avançamos nas descobertas
e nos estudos das várias
ciências e religiões utilizadas pelo
homem, mas ainda nos colocamos
num campo de vulgaridades, incapazes
de valorizar as riquezas espirituais
que nos cercam. O Espírito
André Luiz transmite, em um
de seus livros, a palavra sensata de
Alexandre, instrutor devotado, em
uma sessão de estudos mediúnicos,
que traz apreciações interessantes
sobre as concepções existentes
a respeito da obra divina:
[...] Desde o primeiro dia de
razão na mente humana, a
ideia de Deus criou princípios
religiosos, sugerindo-nos as
regras de bem-viver. Contudo,
à medida que se refinam conhecimentos
intelectuais, parece
que há menor respeito no
homem para com as dádivas
sagradas. [...]8
Peçamos a Deus a força necessária
para vencermos a nós mesmos,
conforme a oração dominical,
ensinada por Jesus, ao rogar
sinceramente: “E não nos deixes
cair em tentação, mas livra-nos
do mal”. (Mateus, 6:13; Lucas,
11:4.)
1 XAVIER, Francisco C. Fonte viva. Pelo Espírito
Emmanuel. 3. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Cap. 110.
2 KARDEC, Allan. A gênese. Trad. Evandro
Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Cap. 15, it. 53, p. 438.
3 ______. O livro dos espíritos. Trad.
Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. 1. reimp.
Rio de Janeiro: FEB, 2011. Q. 712.
4 ______. ______. Q. 872.
5 ______. O céu e o inferno. Trad. Evandro
Noleto Bezerra. 1. reimp. Rio de Janeiro:
FEB, 2011. Pt. 2, cap. 6, it. Jacques Latour,
p. 455.
6 XAVIER, Francisco C. Boa nova. 3. ed. 5.
reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010. Cap. 21.
7 KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.
Trad. Evandro Noleto Bezerra. Comentário
de Allan Kardec à q. 11.
8 XAVIER, Francisco C. Missionários da luz.
Pelo Espírito André Luiz. 3. ed. especial.
3. reimp. Rio de Janeiro: FEB, 2010.
Cap. 4, p. 41.
Revista O Reformador Janeiro de 2013
Revista O Reformador Janeiro de 2013
quinta-feira, 3 de janeiro de 2013
VELHA SOMBRA:"Em muitas ocasiões, a própria palavra é um asilo à preguiça despistadora, que se envolve no verbalismo fulgurante, para continuar arrojada à inutilidade e à prostração..."
Emmanuel
A grande e velha sombra que oculta habitualmente a candeia bruxuleante de nossa fé, muitas vezes, se exprime na espessa neblina da ociosidade mental, que nos entorpece os melhores impulsos para a construção do bem.
- o -
Preguiça de pensar com a própria cabeça...
Preguiça de sentir com o próprio coração...Preguiça de auxiliar...
Preguiça de fazer...
Preguiça de aprender...
Preguiça de ensinar...
- o -
Não acredites que bastaria a confissão em Cristo para dar aos outros o necessário testemunho de comunhão com o Evangelho de Amor e Luz.
- o -
Em muitas ocasiões, a própria palavra é um asilo à preguiça despistadora, que se envolve no verbalismo fulgurante, para continuar arrojada à inutilidade e à prostração.
- o -
Que a nossa frase se estenda em abençoada luz, revelando o Eterno Benfeitor que nos rege os destinos, mas que não nos exonere do dever do exemplo vivo, de vez que apenas na linguagem convincente das obrigações corretamente cumpridas é que seremos entendidos pelos companheiros de jornada no grande caminho da evolução.
- o –
Dissipemos o nevoeiro da preguiça que nos esconde o ideal de servir e avancemos, com diligência, no terreno da ação.
- o -
Evitemos seja colocada a lâmpada de nosso conhecimento sob o antigo velador do desculpismo e, exumando os braços e os recursos que estejamos conservando no frio da inércia, façamos da inteligência o arado de nosso amor, unindo cérebro e coração, alma e corpo, vida e entendimento, na construção da verdadeira fraternidade sobre a Terra, na certeza de que somente pelo trabalho incansável no bem é que nos transformaremos em instrumentos vivos nas realizações do Senhor.
Livro: Moradia de Luz
terça-feira, 1 de janeiro de 2013
CONHECE-TE A TI MESMO
A
felicidade foi, é e será sempre a maior e a mais profunda aspiração
do homem.
Ninguém
há que não deseje conquistá-la, tê-la como companheira
inseparável de sua existência.
Raros,
no entanto, aqueles que a têm connseguido.
E'
que grande parte dos terrícolas, não se conhecendo a si mesmos,
quais "imagem e semelhança de Deus", e ignorando os altos destinos
para que foram criados, não compreendem ainda que a verdadeira felicidade
não consiste na posse nem no desfrute de algo que o mundo nos possa dar
e que, em nos sendo negado ou retirado, nos torna infelizes.
Com
efeito, aquilo que venha de fora ou dependa de outrem (bens materiais, poder,
fama, glória, comprazimento dos sentidos, etc) é precário,
instável, contingente. Não nos pode oferecer, por conseguinte,
nenhuma garantia de continuidade. Além disso, conduz fatalmente à
desilusão, ao fastio, à vacuidade.
«O
reino dos céus está dentro de vós», proclamou Jesus.
Importa,
então, que cultivemos nossa alma, a "pérola" de subido
preço de que nos fala a parábola, e cuja aquisição
compensa o sacrifício de todos os tesouros de menor valor a que nos temos
apegado, porquanto é na auto-realização espiritual, no
aprimoramento de nosso próprio ser, que haveremos de encontrar a plenitude
da paz e da alegria com que sonhamos.
A
Doutrina Espírita, em exata consonância com os ensinamentos do
Mestre, elucida-nos que, tanto aqui na Terra como no outro lado da Vida, a felicidade
é inerente e proporcional ao grau de pureza e de progresso moral de cada
um.
"Toda
imperfeição - di-lo Kardec - é causa de sofrimento e de
privação de gozo, do mesmo modo que toda perfeição
adquirida é fonte de gozo e atenuante de sofrimentos. Não há
uma só ação, um só pensamento mau que não
acarrete funestas e inevitáveis consequências, como não
há uma só qualidade boa que se perca. Destarte, a alma que tem
dez imperrfeições, p. ex., sofre mais do que a que tem três
ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar
mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, a alma
será perfeitamente feliz."
Pela
natureza dos seus sofrimentos e vicissitudes na vida corpórea, pode cada
qual conhecer a natureza das fraquezas e mazelas de que se ressente e, conhecendo-as,
esforçar-se no sentido de vencê-las, caminhando, assim, para a
felicidade completa reservada aos justos.
A
máxima - "nosce te ipsum" - inscrita no frontão do templo
de Delfos e atribuída a um dos mais sábios filósofos da
Antiguidade, constitui-se até hoje a chave de nossa evolução,
isto é, continua sendo o melhor meio de melhorar-nos e alcançarmos
a bem-aventurança.
E'
verdade que esse autoconhecimento não é muito fácil, já
que nosso amor-próprio sempre atenua as faltas que cometemos, tornando-as
desculpáveis, assim como rotula como qualidades meritórias o que
não passa de vícios e paixões.
Urge,
porém, que aprendamos a ser sinceros com nós mesmos e procuremos
aquilatar o real valor de nossas ações, indagando-nos como as
qualificaríamos se praticadas por outrem.
Se
forem censuráveis em outra pessoa, também o serão em nós,
eis que "Deus não usa de duas medidas na aplicação
de Sua justiça" .
Será
útil conhecermos, igualmente, qual o juízo que delas fazem os
outros, principalmente aqueles que não pertencem ao círculo de
nossas amizades, porque, livres de qualquer constrangimento, podem estes expressar-se
com mais franqueza.
Uma
entidade sublimada, em magnífica mensagem a respeito, aconselha-nos:
"Aquele
que, possuído do propósito de melhorar-se, a fim de extirpar de
si os maus pendores, como de seu jardim arranca as ervas daninhas, evocasse
todas as noites as ações que praticara durante o dia e inquirisse
de si próprio o bem ou o mal que houvera feito, grande força adquiriria
para aperfeiçoar-se porque, crede-me, Deus o assistiria. Dirigi, pois,
a vós mesmos, questões nítidas e precisas, interrogai-vos
sobre o que tendes feito e com que objetivo procedestes em tal ou qual circunstância,
sobre se obrastes alguma ação que não ousaríeis
confessar. Perguntai ainda mais: se aprouvesse a Deus chamar-me neste momennto,
teria que temer o olhar de alguém, ao entrar de novo no mundo dos Espíritos,
onde nada pode ser ocultado? Examinai o que puderdes ter obrado contra Deus,
depois contra o vosso próximo e, finalmente, contra vós mesmos.
As respostas vos darão, ou o descanso para a vossa consciência,
ou a indicação de um mal que precise ser curado. Não trabalhais
todos os dias com o fito de juntar haveres que vos garantam repouso na velhice?
Não constitui esse repouso o fim que vos faz suportar fadigas e privações
temporárias? Pois bem! que é esse descanso de alguns dias, turbado
sempre pelas enfermidades do corpo, em comparação do corpo, em
comparação com o que espera o homem de bem?" ( Cap. XII,
q. 919 e seguintes.
Rodolfo
Calligaris
Livro: Leis Morais
Livro: Leis Morais
MULTIDÃO E JESUS
A
multidão! Sempre o Senhor esteve visitado pela multidão.
A multidão, porém, são as chagas sociais, as dores superlativas, as agonias e decepções, as lutas e angústias, as dificuldades.
Em toda parte o Mestre esteve sempre cercado pela multidão.
Através das Suas mãos perpassavam as misericórdias, as blandícias, manifestava-se o amor. . .
O seu dúlcido e suave olhar penetrava a massa amorfa sob a dor repleta de aflitos e ansiosos lenindo as desesperações e angústias que penetram as almas como punhais afiados e doridos.
A multidão são o imenso vale de mil nonadas e muitas necessidades humanas mesquinhas, onde fermentam os ódios, e os miasmas da morte semeiam luto e disseminam a peste em avalanche desesperadora num contágio de longo porte. . .
Ele viera para a multidão, que somos todos nós, os sedentos de paz, os esfaimados de justiça, os atormentados pelo pão do corpo e na alma. ..
Todos os grandes Missionários desceram das altas planuras para as multidões que são o nadir da Humanidade.
Por isto sempre encontraremos Jesus cercado pela multidão.
A multidão, porém, são as chagas sociais, as dores superlativas, as agonias e decepções, as lutas e angústias, as dificuldades.
Em toda parte o Mestre esteve sempre cercado pela multidão.
Através das Suas mãos perpassavam as misericórdias, as blandícias, manifestava-se o amor. . .
O seu dúlcido e suave olhar penetrava a massa amorfa sob a dor repleta de aflitos e ansiosos lenindo as desesperações e angústias que penetram as almas como punhais afiados e doridos.
A multidão são o imenso vale de mil nonadas e muitas necessidades humanas mesquinhas, onde fermentam os ódios, e os miasmas da morte semeiam luto e disseminam a peste em avalanche desesperadora num contágio de longo porte. . .
Ele viera para a multidão, que somos todos nós, os sedentos de paz, os esfaimados de justiça, os atormentados pelo pão do corpo e na alma. ..
Todos os grandes Missionários desceram das altas planuras para as multidões que são o nadir da Humanidade.
Por isto sempre encontraremos Jesus cercado pela multidão.
Ele
é paz.
Sua presença acalma, diminuindo o fragor da batalha, amainando guerras de fora quanto conflitos de dentro.
Ele é amor.
O penetrar do seu magnetismo dulcifica, fazendo que os valores negativos se convertam em posições refletidas, em aquisições de bênçãos.
Quando Ele passa, asserenam-se as ansiedades. Rei Solar, onde esteja, haverá sempre a claridade de um perene amanhecer.
Sua presença acalma, diminuindo o fragor da batalha, amainando guerras de fora quanto conflitos de dentro.
Ele é amor.
O penetrar do seu magnetismo dulcifica, fazendo que os valores negativos se convertam em posições refletidas, em aquisições de bênçãos.
Quando Ele passa, asserenam-se as ansiedades. Rei Solar, onde esteja, haverá sempre a claridade de um perene amanhecer.
Ele
tomara a barca com os Amigos do ministério e vencera o mar na serenidade
do dia.
As águas tépidas, aos ósculos do Astro-rei, refletem o céu azul de nuvens brancas e garças. . .
Há salmodias que cantam no ar, expectativas que dormem e despertam nos espíritos. . .
Chegando às praias de Genesaré, a notícia voa nos pés alígeros da ansiedade e a multidão se adensa. ..
As informações se alargam pelas aldeias vizinhas, pelos povoados ribeirinhos. . .
Todos trazem os seus. . . Os seus pacientes, familiares e conhecidos, problemas e querelas. . .
Exibem chagas purulentas, paralisias, dificuldades morais, misérias e tormentos de toda espécie.
Obsessos ululam e leprosos choram, cegos clamam e surdos-mudos atordoam-se.
A atroada dos atropelos que o egoísmo desatrelado produz, a inquietação individual, o medo de perder-se a oportunidade tumultua todos, os semblantes se angustiam, os ruídos se fazem perturbadores, enquanto Ele, impávido, sereno, acerca-se e toca, deixando-se tocar. . .
Transfiguram-se as faces, sorriem os rostos antes deformados, inovimentam-se os membros hirtos e os sorrisos, em lírios brancos ngastados nas molduras dos lábios arroxeados, abrem-se, exaltam o Rabi, cantam aleluias.
A música da saúde substitui a patética da enfermidade, a paz adorna a fronte fatigada dos guerreiros inglórios.
Partem os que louvam, chegam os que rogam. . .
Há silêncios que se quebram em ribombar de solicitações contínuas. Há vozes que emudecem na asfixia das lágrimas.
Das fímbrias das suas vestes, que brilham em claridade desconhecida, desprendem-se as virtudes e estas curam, libertam, asserenam, felicitam. . .
Genesaré encontra o seu apogeu, encanta-se com o Profeta. . . O Rabi, o Aguardado, reveste-se de misericórdia e todos exultam.
Narram os evangelistas que naquela visita à cidade formosa e humilde ocorreram todos os milagres que o amor produz.
No entanto, por cima de tais expectativas e conquistas transitórias, Jesus alonga o olhar para o futuro e descortina, além dos painéis porvindouros, a Nova Humanidade destituída das cangas atribulatórias, constringentes e justiçadoras com que o homem se libera, marchando na direção do Pai.
Até este momento, o Senhor sabe que os homens ainda são as suas necessidades imediatas e tormentosas em cantochões de agonia lenta. . .
Por muitos séculos soarão as vozes das multidões necessitadas e torpes, no festival demorado das lágrimas.
As águas tépidas, aos ósculos do Astro-rei, refletem o céu azul de nuvens brancas e garças. . .
Há salmodias que cantam no ar, expectativas que dormem e despertam nos espíritos. . .
Chegando às praias de Genesaré, a notícia voa nos pés alígeros da ansiedade e a multidão se adensa. ..
As informações se alargam pelas aldeias vizinhas, pelos povoados ribeirinhos. . .
Todos trazem os seus. . . Os seus pacientes, familiares e conhecidos, problemas e querelas. . .
Exibem chagas purulentas, paralisias, dificuldades morais, misérias e tormentos de toda espécie.
Obsessos ululam e leprosos choram, cegos clamam e surdos-mudos atordoam-se.
A atroada dos atropelos que o egoísmo desatrelado produz, a inquietação individual, o medo de perder-se a oportunidade tumultua todos, os semblantes se angustiam, os ruídos se fazem perturbadores, enquanto Ele, impávido, sereno, acerca-se e toca, deixando-se tocar. . .
Transfiguram-se as faces, sorriem os rostos antes deformados, inovimentam-se os membros hirtos e os sorrisos, em lírios brancos ngastados nas molduras dos lábios arroxeados, abrem-se, exaltam o Rabi, cantam aleluias.
A música da saúde substitui a patética da enfermidade, a paz adorna a fronte fatigada dos guerreiros inglórios.
Partem os que louvam, chegam os que rogam. . .
Há silêncios que se quebram em ribombar de solicitações contínuas. Há vozes que emudecem na asfixia das lágrimas.
Das fímbrias das suas vestes, que brilham em claridade desconhecida, desprendem-se as virtudes e estas curam, libertam, asserenam, felicitam. . .
Genesaré encontra o seu apogeu, encanta-se com o Profeta. . . O Rabi, o Aguardado, reveste-se de misericórdia e todos exultam.
Narram os evangelistas que naquela visita à cidade formosa e humilde ocorreram todos os milagres que o amor produz.
No entanto, por cima de tais expectativas e conquistas transitórias, Jesus alonga o olhar para o futuro e descortina, além dos painéis porvindouros, a Nova Humanidade destituída das cangas atribulatórias, constringentes e justiçadoras com que o homem se libera, marchando na direção do Pai.
Até este momento, o Senhor sabe que os homens ainda são as suas necessidades imediatas e tormentosas em cantochões de agonia lenta. . .
Por muitos séculos soarão as vozes das multidões necessitadas e torpes, no festival demorado das lágrimas.
Mesmo
hoje, evocando os acontecimentos de Genesaré, defrontam-se as multidões
buscando as soluções imediatas para o corpo, no pressuposto de
que estão tentando atender o espírito exculpando-se das paixões,
aparentando manter os compromissos com Jesus mediante um comércio infeliz
para com as informações e conquistas imperecíveis. . .
Cristianismo, todavia, é Jesus em nós, insculpido no santuário dos sentimentos, esflorando esperança e fé.
Atendamos à enfermidade, à viuvez, ao abandono, à solidão e à fome sem nos esquecermos de que, revivendo o Mestre Insuperável, os Imortais que ora retornam, buscam, essencialmente, libertar o homem de si mesmo, arrebentando os elos escravocratas que os fixam às mansardas soezes do primitivismo espiritual de cada um, a fim de alçá-lo à luz perene e conduzi-lo às praias da nova Genesaré do amor, onde Ele, até hoje, espera por todos nós, a aturdida multidão de todos os tempos.
(*) Mateus 14:34-36. Marcos 6:53-56. (Notas da Autora espiritual).
Cristianismo, todavia, é Jesus em nós, insculpido no santuário dos sentimentos, esflorando esperança e fé.
Atendamos à enfermidade, à viuvez, ao abandono, à solidão e à fome sem nos esquecermos de que, revivendo o Mestre Insuperável, os Imortais que ora retornam, buscam, essencialmente, libertar o homem de si mesmo, arrebentando os elos escravocratas que os fixam às mansardas soezes do primitivismo espiritual de cada um, a fim de alçá-lo à luz perene e conduzi-lo às praias da nova Genesaré do amor, onde Ele, até hoje, espera por todos nós, a aturdida multidão de todos os tempos.
(*) Mateus 14:34-36. Marcos 6:53-56. (Notas da Autora espiritual).
Amélia
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Livro: Quando voltar a Primavera
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domingo, 30 de dezembro de 2012
REFORMA ÍNTIMA, JÁ!
"Voltando,
achou-os dormindo; e disse Jesus a Pedro: Simão dormes?
Não pudeste vigiar nem uma hora?" - (Marcos, 14:37)
Não pudeste vigiar nem uma hora?" - (Marcos, 14:37)
Enquanto
os três apóstolos dormiam o Horto de Getsêmani, teve seu
epílogo o maior ato de traição da História da Humanidade.
No
curto intervalo daquele profundo sono dos assessores mais imediatos de Jesus
Cristo, consumava-se a mais incrível das prisões.
No
decorrer daqueles ligeiros momentos de invigilância, aconteceu o mais
dramático drama vivido pelo Grande Nazareno, que, em súplicas
ardentes, havia rogado ao Pai que, se fosse possível, evitasse que o
cálice de amargura fosse por ele tragado.
Jerônimo,
o erudito doutor da Igreja, autor da "Vulgata Latina", recomendava
aos chefes da Igreja: "Não durmam, para que não se façam
semeaduras de heresias entre os fiéis".
De
forma idêntica, Jesus Cristo, na parábola do Joio e do Trigo, nos
ensinou que, enquanto o dono da seara dormia, uma vasta semeadura do joio foi
feita na terra, onde estava plantado o trigo.
O
sono comum, conhecido por nós, é necessário para o refazimento
de nossas energias. Ele é indispensável para a vida humana, e,
obviamente, os ensinamentos de Jesus não se referem a ele.
A recomendação do Mestre diz respeito a um sono diferente: o sono da indiferença, do descaso, do comodismo, da invigilância. Esse tipo de sono é responsável pelas deturpações que têm ocorrido no mundo, no tocante a muitos problemas, principalmente os que dizem respeito à necessidade impostergável da REFORMA ÍNTIMA. Um imperativo de todos os tempos, uma necessidade que deve ser encarada em regime de urgência, ou melhor urgência urgentíssima. Uma reforma que deve ser colimada já.
Jesus Cristo desceu à Terra para nos legar uma mensagem que tem como ponto alto o alerta quanto à necessidade de nossos aprimoramentos moral e espiritual.
Enveredando, resolutamente, na senda da REFORMA ÍNTIMA, estaremos nos aproximando de Deus. Sem essa prática ficaremos simplesmente estacionados no caminho da vida, pois conviveremos com os vícios degradantes, com o crime, com o erro contínuo, fatores principais do endurecimento dos corações humanos, da violência, da falta de receptividade aos ensinamentos que emanam dos Céus.
Para nos trazer essa mensagem de concitamento à reforma íntima, o Mestre suportou toda a sorte de sofrimentos: a incompreensão dos homens, a prisão, a flagelação, os acintes e os açoites e, por fim, a crucificação no madeiro infamante.
O Evangelho, infelizmente, ainda continua a ser o "grande desconhecido", e isso porque os homens têm cogitado muito mais das coisas de César, relegando, para plano secundário, as coisas de Deus.
Muitas pessoas demoram no caminho da vida sem cuidar de aprimorar-se no bem. Por influência do meio onde vivem, ou por qualquer outra razão, chafurdam-se nas aberrações dos vícios e nos devaneios do crime, e, mesmo em face dos escolhos, das advertências, dos apelos, dos bons exemplos, jamais retrocedem.
A recomendação do Mestre diz respeito a um sono diferente: o sono da indiferença, do descaso, do comodismo, da invigilância. Esse tipo de sono é responsável pelas deturpações que têm ocorrido no mundo, no tocante a muitos problemas, principalmente os que dizem respeito à necessidade impostergável da REFORMA ÍNTIMA. Um imperativo de todos os tempos, uma necessidade que deve ser encarada em regime de urgência, ou melhor urgência urgentíssima. Uma reforma que deve ser colimada já.
Jesus Cristo desceu à Terra para nos legar uma mensagem que tem como ponto alto o alerta quanto à necessidade de nossos aprimoramentos moral e espiritual.
Enveredando, resolutamente, na senda da REFORMA ÍNTIMA, estaremos nos aproximando de Deus. Sem essa prática ficaremos simplesmente estacionados no caminho da vida, pois conviveremos com os vícios degradantes, com o crime, com o erro contínuo, fatores principais do endurecimento dos corações humanos, da violência, da falta de receptividade aos ensinamentos que emanam dos Céus.
Para nos trazer essa mensagem de concitamento à reforma íntima, o Mestre suportou toda a sorte de sofrimentos: a incompreensão dos homens, a prisão, a flagelação, os acintes e os açoites e, por fim, a crucificação no madeiro infamante.
O Evangelho, infelizmente, ainda continua a ser o "grande desconhecido", e isso porque os homens têm cogitado muito mais das coisas de César, relegando, para plano secundário, as coisas de Deus.
Muitas pessoas demoram no caminho da vida sem cuidar de aprimorar-se no bem. Por influência do meio onde vivem, ou por qualquer outra razão, chafurdam-se nas aberrações dos vícios e nos devaneios do crime, e, mesmo em face dos escolhos, das advertências, dos apelos, dos bons exemplos, jamais retrocedem.
Levam
para o túmulo toda uma gama de contravenções à Lei
de Deus e isso, obviamente, demandará série prolongada de dolorosos
reajustes nos Planos espirituais e nas vidas futuras.
Após ultrapassarem o fenômeno da morte do corpo, seus Espíritos ressurgem nos Planos espirituais sem a condição mínima para merecerem qualquer uma das compensações prometidas por Jesus Cristo no Sermão da Montanha.
Após ultrapassarem o fenômeno da morte do corpo, seus Espíritos ressurgem nos Planos espirituais sem a condição mínima para merecerem qualquer uma das compensações prometidas por Jesus Cristo no Sermão da Montanha.
Se
levaram na Terra uma vida cheia de contradições, de ódio,
de revoltas, de inércia, é óbvio que se defrontarão,
na vida espiritual, com a terrível realidade de não terem amealhado
os tesouros imperecíveis da alma, de não terem implantado em seus
corações os puros ensinamentos cristãos.
Essas pessoas consideraram o amor ao próximo como mera utopia. Passaram por cima dos direitos alheios. Ensurdeceram seus ouvidos aos clamores do bom senso. Fecharam os olhos às demonstrações de fé. Ignoraram a recomendação de Jesus: "Sedes perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial".
Quando nos referimos aos que estão com suas mentes adormecidas por influência das viciações terrenas, não fazemos alusão apenas aos que usam qualquer tipo de entorpecente que possa afetar os seus sentidos. São viciosos, também, os subjugados pela avareza, pelo orgulho, pela vaidade, pela inveja, pela calúnia, pelo ciúme, pelo ódio e por todo e qualquer prejuízo que denota falta de caridade, e que, em muitos casos, avilta, degrada o ser humano, retardando ou oferecendo obstáculo à sua marcha ascensional para Deus.
A todos esses que assim dormem no caminho da evolução, deve-se fazê-los sentirem os ecos das palavras do Cristo dirigidas a Pedro; Simão, dormes?
Essas pessoas consideraram o amor ao próximo como mera utopia. Passaram por cima dos direitos alheios. Ensurdeceram seus ouvidos aos clamores do bom senso. Fecharam os olhos às demonstrações de fé. Ignoraram a recomendação de Jesus: "Sedes perfeitos como perfeito é o vosso Pai celestial".
Quando nos referimos aos que estão com suas mentes adormecidas por influência das viciações terrenas, não fazemos alusão apenas aos que usam qualquer tipo de entorpecente que possa afetar os seus sentidos. São viciosos, também, os subjugados pela avareza, pelo orgulho, pela vaidade, pela inveja, pela calúnia, pelo ciúme, pelo ódio e por todo e qualquer prejuízo que denota falta de caridade, e que, em muitos casos, avilta, degrada o ser humano, retardando ou oferecendo obstáculo à sua marcha ascensional para Deus.
A todos esses que assim dormem no caminho da evolução, deve-se fazê-los sentirem os ecos das palavras do Cristo dirigidas a Pedro; Simão, dormes?
Paulo
A. Godoy
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
"Se a tristeza e o desânimo te procuram, acende a lanterna da coragem e resiste ao sopro frio do desalento..."
NA PREPARAÇÃO DO REINO DA LUZ
Emmanuel
Chamados a substancializar o Evangelho de Jesus no campo da vida
humana, decerto, nós outros, os espíritos encarnados e desencarnados, somos
constrangidos a levantar em nós mesmos os alicerces do Reino de Deus, adstritos à
verdade de que o Céu começa em nós mesmos.
Em razão disso, os antigos processos de construção palavrosa, através dos
quais o verbo, muita vez, pretende superar o nível do exemplo, não podem constituir
padrão às nossas atividades.
Também nós possuímos o tesouro do tempo, muito mais expressivo do que
a riqueza amoedada, e, por isso, ao invés de criticar o companheiro que padece a
obsessão da autoridade e do ouro, será mais justo operar com o nosso próprio trabalho a
lição da bondade incessante sem nos perder no vinagre da censura ou do nevoeiro da
frase vazia.
Nós, igualmente, guardamos conosco os talentos da fé raciocinada, muito
mais sólidos que os da crença vazada em cegueira da alma, competindo-nos, desse
modo, não a guerra de revide ou condenação aos que nos esposam os pontos de vista,
mas, sim, a prática da tolerância fraterna e da caridade genuína, pelas quais os nossos
companheiros de evolução e de experiência consigam ler a mensagem da Vida Maior,
abandonando naturalmente as grilhetas da ignorância.
Não nos bastará, dessa forma, a confissão labial da fé como entusiasmo de
quem se vê na iminência dos princípios superiores.
É necessário saibamos comungar a esperança e o sofrimento, a provação e
a dificuldade dos outros, abençoando os irmãos que nos partilham a marcha e
ensinando-lhes, pela cartilha de nossas próprias ações, o caminho renovador, suscetível
de oferecer-lhes a bênção da paz.
Sem dúvida, milhões de inteligências se agregam à ilusão e à crueldade,
descerrando aos homens resvaladouros calamitosos, preparando o domínio da morte e
fortalecendo o poder das trevas, todavia, a nós outros se roga o cérebro e o coração para
que o Cristo se manifeste em plenitude de sabedoria e de amor, nas vitórias do espírito,
por intermédio das quais a Humanidade ainda na sombra será, finalmente, investida na
posse da Eterna Luz.
Se a tristeza e o desânimo te procuram, acende a lanterna da
coragem e resiste ao sopro frio do desalento, prosseguindo no trabalho que a
vida te confiou.
Livro: Alvorada do Reino
Chico Xavier e Emmanuel
Emmanuel
Chamados a substancializar o Evangelho de Jesus no campo da vida
humana, decerto, nós outros, os espíritos encarnados e desencarnados, somos
constrangidos a levantar em nós mesmos os alicerces do Reino de Deus, adstritos à
verdade de que o Céu começa em nós mesmos.
Em razão disso, os antigos processos de construção palavrosa, através dos
quais o verbo, muita vez, pretende superar o nível do exemplo, não podem constituir
padrão às nossas atividades.
Também nós possuímos o tesouro do tempo, muito mais expressivo do que
a riqueza amoedada, e, por isso, ao invés de criticar o companheiro que padece a
obsessão da autoridade e do ouro, será mais justo operar com o nosso próprio trabalho a
lição da bondade incessante sem nos perder no vinagre da censura ou do nevoeiro da
frase vazia.
Nós, igualmente, guardamos conosco os talentos da fé raciocinada, muito
mais sólidos que os da crença vazada em cegueira da alma, competindo-nos, desse
modo, não a guerra de revide ou condenação aos que nos esposam os pontos de vista,
mas, sim, a prática da tolerância fraterna e da caridade genuína, pelas quais os nossos
companheiros de evolução e de experiência consigam ler a mensagem da Vida Maior,
abandonando naturalmente as grilhetas da ignorância.
Não nos bastará, dessa forma, a confissão labial da fé como entusiasmo de
quem se vê na iminência dos princípios superiores.
É necessário saibamos comungar a esperança e o sofrimento, a provação e
a dificuldade dos outros, abençoando os irmãos que nos partilham a marcha e
ensinando-lhes, pela cartilha de nossas próprias ações, o caminho renovador, suscetível
de oferecer-lhes a bênção da paz.
Sem dúvida, milhões de inteligências se agregam à ilusão e à crueldade,
descerrando aos homens resvaladouros calamitosos, preparando o domínio da morte e
fortalecendo o poder das trevas, todavia, a nós outros se roga o cérebro e o coração para
que o Cristo se manifeste em plenitude de sabedoria e de amor, nas vitórias do espírito,
por intermédio das quais a Humanidade ainda na sombra será, finalmente, investida na
posse da Eterna Luz.
Se a tristeza e o desânimo te procuram, acende a lanterna da
coragem e resiste ao sopro frio do desalento, prosseguindo no trabalho que a
vida te confiou.
Livro: Alvorada do Reino
Chico Xavier e Emmanuel
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Trabalho,
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tristeza
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Não foi no Centro Espírita!
ORSON PETER
CARRARA
orsonpeter@yahoo.com.br Matão, São Paulo (Brasil) |
|
A finalidade
essencial do
Espiritismo é a
melhoria das
criaturas
Se você indagar de qualquer pessoa que exerça a função de caixa num supermercado, farmácia, padaria etc. sobre onde aprendeu o procedimento de registrar a compra do cliente e sua quitação com dinheiro vivo, cartão de crédito ou cheque, cada modalidade com suas características próprias de encaminhamento e processamento, ela não dirá que foi na escola, mas sim na própria rotina de trabalho, através de alguém que lhe repassou o conhecimento.
O mesmo exemplo
pode ser
ampliado para
outras práticas
profissionais,
onde o
aprendizado
ocorre na
própria prática
da atividade.
E o mesmo
raciocínio
também ocorre na
prática espírita
das
instituições.
Sempre houve
alguém que
repassou o
conhecimento,
orientou e
encaminhou, com
sua experiência,
alguém que
inicia e começa
a trabalhar na
seara espírita.
Essa transmissão
de conhecimento,
todavia, está
sujeita aos
condicionamentos,
vícios e pontos
de vista
alcançados na
compreensão dos
postulados do
Espiritismo.
Assim como a
Escola deveria
possuir
estrutura para
transmitir a
experiência da
preparação
profissional, ao
invés de se
deterem apenas
na transmissão
do conhecimento
(nem sempre
devidamente
assimilado), as
instituições
espíritas
possuem
objetivos
definidos e
claros de serem
os construtores
e geradores do
conhecimento,
mas nem sempre
esta é a
realidade que se
apresenta.
Muitas vezes,
limita-se à
transmissão de
informações com
base em pontos
de vista
pessoais, sempre
sujeitos aos
equívocos de
entendimento,
vícios e
condicionamentos
a que todos,
alunos em
aprendizado que
somos, estamos
sujeitos.
Por esta razão
surgem as
deturpações e
práticas
incoerentes,
frutos diretos
da inexata
compreensão do
Espiritismo, de
seus fundamentos
e objetivos,
misturando-se
misticismos,
hábitos
estranhos à
Doutrina,
disputas,
vaidades e seus
consequentes
desdobramentos.
Embora pareça
paradoxal,
referidas crises
existentes nas
instituições são
naturais e
benéficas,
porque elas
proporcionam
crescimento e
aprendizado,
levando à busca
dos verdadeiros
parâmetros. Mas
é fato real que
muitas
afirmações e
práticas não
foram
transmitidas no
centro espírita,
embora sua
tribuna e
estrutura,
possivelmente,
tenham sido
utilizadas.
Foram
transmitidas na
ausência do
conhecimento,
através de
nossos equívocos
de entendimento.
A construção do
conhecimento
solicita
debates,
questionamentos,
troca de
informações,
análise
ponderada de
conceitos,
dispensa de
preconceitos,
entendimento
correto de
palavras,
parágrafos,
gramática e,
mesmo, é óbvio,
a exata
compreensão do
Espiritismo e
seus
fundamentos.
Referidos
conhecimentos,
para serem
adquiridos e
assimilados, e,
portanto,
construídos
interiormente,
requerem firmeza
e perseverança
dos grupos e
seus
integrantes,
pois a mera
transmissão de
informações
assemelha-se a
alguém que
abrisse o
próprio cérebro
e colocasse sua
massa cerebral
para
distribuir...
Vejamos,
todavia, com
bons olhos, esse
conflito e
aparente
disparate na
diversidade de
entendimento e
práticas. Isso é
salutar.
Faz-nos pensar,
convida à
reflexão e
oferece a
multiplicidade
das experiências
para que,
igualmente, elas
sejam
analisadas.
Mas há que se
ater ao momento
aflitivo com que
se depara a
Humanidade. O
instante
presente
solicita
“menos
competição e
mais cooperação.
Esta deve ser a
preocupação de
todos os
espíritas
sinceros, a fim
de transferir a
Doutrina para as
futuras
gerações,
conforme a
receberam do
Codificador e
dos seus
iluminados
trabalhadores
das primeiras
horas”, como
acentua o
Espírito Vianna
de Carvalho e
outros
Espíritos-espíritas,
na oportuna
mensagem
“Campeonato da
Insensatez”,
publicada pela
revista
“Reformador”,
páginas 8 a 10
da edição de
Outubro de 2006,
na psicografia
de Divaldo
Franco.
É que, acentua o
Espírito: “Estais
comprometidos,
desde antes da
reencarnação,
com o
Espiritismo que
agora conheceis
e vos fascina a
mente e o
coração. Tende
cuidado! Evitai
conspurcá-la com
atitudes
antagônicas aos
seus
ensinamentos e
imposições não
compatíveis com
o seu corpo
doutrinário.
Retornar às
bases e vivê-las
qual o fizeram
Allan Kardec e
todos aqueles
que o seguiram
desde o primeiro
momento é dever
de todo espírita
que travou
contato com a
Terceira
Revelação
judaico-cristã,
porque o tempo
urge e a hora é
esta, sem lugar
para o
campeonato da
insensatez”.
“Pois
(e vale muito
transcrever mais
este parágrafo)
– continua o
Espírito –,
não se dispõe de
tempo (...) para
a assistência
aos sofredores e
necessitados que
aportam às casas
espíritas,
relegados a
segundo plano,
nem para a
convivência com
os pobres e
desconhecedores
da Doutrina, que
são encaminhados
a cursos, quando
necessitam de
uma palavra de
conforto moral
urgente... Os
corações
enregelam-se e a
fraternidade
desaparece”.
Não é, pois, no
Centro que
surgem tais
dificuldades. É
dentro de nós
mesmos,
Espíritos-espíritas,
encarnados mesmo
(embora
integrantes das
instituições),
necessitados
todos da
autêntica
compreensão dos
autênticos
objetivos do
Espiritismo, que
não são outros
senão os
indicados no
item 292 de O
Livro dos
Médiuns:
“Não esqueçais
que o fim
essencial,
exclusivo, do
Espiritismo é a
vossa
melhora...”.
Tratemos, pois,
com a máxima
urgência, de nos
adequarmos ao
Espiritismo e
não tentarmos
adequar o
Espiritismo ao
nosso estreito,
limitado e
imperfeito ponto
de vista
pessoal, nem
sempre coerente
com o autêntico
conhecimento à
nossa
disposição.
Revista Eletrônica O Consolador
Revista Eletrônica O Consolador
Mapeando os males do egoísmo
ANSELMO FERREIRA
VASCONCELOS
afv@uol.com.br São Paulo, SP (Brasil) |
|
Decorridos 155
anos da
publicação da
primeira edição
de O
Livro dos
Espíritos,
marco inicial da
era do Espírito
imortal ou da
imortalidade da
alma, os mentores
espirituais
desse mundo têm
apontado o egoísmo –
assunto que
sempre merece
cuidadosa
reflexão de
nossa parte –
como o maior
entrave ao
progresso
humano. Nesse
sentido, nos
comentários
referentes à
pergunta nº 917
da citada obra,
Allan Kardec
concluiu que “O
egoísmo é a
fonte de todos
os vícios, como
a caridade o é
de todas as
virtudes [...]”.
O Codificador
inferiu também
que destruir uma
e desenvolver a
outra deve ser o
objetivo de toda
a criatura
humana que
almeja a
felicidade –
tanto quanto se
é possível
alcançá-la neste
planeta – agora
e no
futuro.
Basicamente, o
egoísmo deriva
da forte
influência das
coisas da
matéria em nossa
personalidade;
por isso, é
difícil
eliminá-lo, mas
não impossível.
Explicitando
mais os seus
malefícios,
Chico Xavier, já
na condição de
Espírito
desencarnado, na
obra que leva,
aliás, o seu
nome
(psicografia de
Carlos A.
Bacelli),
ponderou que
“Todos os males
que assolam a
humanidade
derivam do
egoísmo; é ele o
grande
responsável
pelos
preconceitos de
toda espécie – o
orgulho racial,
o fanatismo
religioso, a
ambição do
poder: é ele que
fomenta as
guerras de
extermínio, a
subjugação de um
povo por outro,
o desequilíbrio
que assola as
mentes que
articulam os
atentados
terroristas...”.
Infelizmente,
nesse início de
milênio, a
civilização
humana ainda se
pauta, de
maneira
inequívoca, pelo
comportamento
egoístico,
considerando
que:
Paulo de Tarso
não condena nem
demoniza o
dinheiro
Vale acrescentar
ainda que, de
acordo com os
dados do
Ministério do
Trabalho &
Emprego, foram
resgatados
41.451
trabalhadores no
Brasil entre
1995 e 2011
encontrados em
situação análoga
à de escravo. Pior
ainda: persistem
os sinais
convincentes de
que tal
abominação ainda
esteja presente
no território
nacional.
Subjacente a
grande parte dos
males acima
descritos, está
o notório e
excessivo apego
ao dinheiro como
forma veemente
de manifestação
egoística. Prova
dificílima para
o Espírito que,
se não bem
aproveitada,
pode levá-lo ao
abismo. Por
isso, Paulo de
Tarso com acerto
asseverou: “Porque
o amor do
dinheiro é a
raiz de toda
espécie de
males; e, nessa
cobiça, alguns
se desviaram da
fé e se
traspassaram a
si mesmos com
muitas dores”
(I Timóteo, 6:
10).
Notem que Paulo
não condena,
abomina ou
demoniza o
dinheiro. Como
pessoa
inteligente, ele
certamente sabia
da importância
desse elemento
material para o
adequado
funcionamento
das sociedades
humanas. Ainda
hoje precisamos
ardentemente do
papel-moeda
para o nosso
sustento,
preservação e
equilíbrio
econômico
mundial. De
fato, estamos
ainda muito
longe de
vivermos numa
economia
baseada, por
exemplo, no
bônus-hora. Mas
é previsível que
à medida que
avançarmos nas
coisas do
espírito, menos
relevância o
dinheiro terá em
nossas vidas.
Tecendo outras
relevantes
considerações, o Espírito
Emmanuel, na
obra Caminho,
Verdade e Vida (psicografia
de Francisco C.
Xavier),
enfatiza, por
sua vez, que o dinheiro
que conquistamos
pelos caminhos
retos, abençoado
pela claridade
divina, é um
amigo que nos
busca a
orientação sadia
e a utilização
humanitária. Mas
o sábio mentor
adverte
igualmente: “Responderás
a Deus pelas
diretrizes que
lhe deres e ai
de ti se
materializas
essa força
benéfica no
sombrio edifício
da iniquidade”.
Desse modo,
possuir o
dinheiro, em si,
não é algo
negativo; no
entanto, as
finalidades para
as quais o
direcionamos
impactarão
fortemente o
nosso futuro.
Por isso, o Espírito
Emmanuel, em O
Evangelho
segundo o
Espiritismo, observa
que: “O egoísmo,
chaga da
humanidade, tem
que desaparecer
da Terra, a cujo
progresso moral
obsta. O egoísmo
é, pois, o alvo
para o qual
todos os
verdadeiros
crentes devem
apontar suas
armas, dirigir
suas forças, sua
coragem [...]”.
Afinal, a
maioria de nós
traz em si, de
maneira muito
nítida ainda,
essa nódoa. O
próprio estilo
de vida que
adotamos –
consumista e
eminentemente
voltado para a
aquisição e o
acúmulo de bens
materiais em
detrimento dos
bens espirituais
(virtudes) –
favorece, como
abordamos antes,
o comportamento
egoístico.
Há pessoas
incapazes de
sacrificar-se
pelo próximo
Emmanuel
esclarece a
necessidade de
“[...] Que cada
um, portanto,
empregue todos
os esforços a
combatê-lo em
si, certo de que
esse monstro
devorador de
todas as
inteligências,
esse filho do
orgulho é o
causador de
todas as
misérias do
mundo terreno. É
a negação da
caridade e, por
conseguinte, o
maior obstáculo
à felicidade dos
homens”.
Emmanuel conclui
o seu elevado
pensamento
externando o
seguinte: “É...
por essa lepra
que se deve
atribuir o fato
de não haver
ainda o
cristianismo
desempenhado por
completo a sua
missão [...]”.
Desafortunadamente,
continuamos a
não entender que
devemos nos
empenhar para
gerar bem-estar
para todos e não
apenas para
alguns grupos.
Por fim, ele nos
conclama a
expulsarmos o
egoísmo da Terra
para que ela
possa ascender
na hierarquia
dos mundos. Mas
a condição sine
qua non para
que tal objetivo
seja alcançado é
expulsarmos esse
sentimento
pernicioso de
nossos corações.
Depreende-se,
assim, que este
é o único
caminho para
alcançarmos a
maturidade
espiritual.
O Espírito Irmão
José, na obra Vigiai
e Orai (psicografia
de Carlos A.
Bacelli), aborda
outros aspectos
inerentes ao
sentimento de
egoísmo que
merecem
igualmente
reflexão de
todos nós.
Segundo esse
sábio mentor,
“Existem pessoas
que não são
capazes de
sacrificar-se
por ninguém”. De
fato, é
imperioso
reconhecer que,
às vezes, tais
pessoas estão
sob o nosso teto
na condição de
filho(a), marido
ou esposa, ou
até mesmo como
mãe ou pai
espalhando
energias malsãs.
“Não são capazes
de deixar de ir
a uma festa,
para atender um
amigo”, pondera
o citado mentor.
Seguindo essa
linha de
raciocínio,
diríamos que as
pessoas
portadoras de
tal perfil
raramente saem
da sua zona de
conforto e,
quando o fazem,
estão claramente
imbuídas de mau
humor ou de
interesse
pessoal. Aliás,
é altamente
desagradável
constatar que
muitos pacientes
internados em
hospitais com
doenças graves
ficam sem
visitas ou
aguardam até um
ano pela
passagem de
parentes.
Irmão José
observa ainda
que essas
pessoas são
incapazes de
renunciar aos
seus interesses
(geralmente
mesquinhos e
egocêntricos),
de rever uma
posição, de algo
compartilhar e
até mesmo de
considerar o
outro como
extensão delas
próprias. Por
terem a mente
obnubilada não
conseguem
vislumbrar a
obrigação moral
de que devemos
fazer aos outros
o que,
fundamentalmente,
desejamos para
nós próprios.
De maneira
geral, o egoísmo
pode ser
considerado como
um vício. É o
vício de olhar
só para si, para
os próprios
interesses
pessoais;
essencialmente,
é a atitude
viciosa de se
importar apenas
consigo mesmo e
ninguém mais. A
propósito, vemos
na atualidade
jovens viciados
roubando coisas
de valor de seus
próprios lares –
agindo
egoisticamente
por causa da
drogadição – sem
se importar com
a dor e decepção
que geram e nem
com as
consequências
das suas
loucuras.
A prática do bem
é essencial à
nossa sanidade
mental
A análise do
egoísmo também
comporta uma
faceta coletiva. As
onipresentes
greves de
funcionários das
companhias de
Metrô, ônibus,
trens, hospitais
e segurança
públicas são
alguns exemplos
insofismáveis da
indiferença
humana.
Explorando um
pouco mais os
pensamentos do
Irmão José, ele
afirma que os
egoístas são os
primeiros “a se
valerem da
generosidade
alheia”. Mais
ainda:
“Transvestem-se
de humildade,
mas se rebelam
quando não são
atendidos de
imediato”.
Paradoxalmente,
“Esperam dos
outros o que
nunca deram a
ninguém”. Desse
modo, esclarece
com muita
propriedade o
Espírito Chico
Xavier que só
através do nosso
contato com a
dor dos
semelhantes para
não sucumbirmos
às nossas
insanas crises
narcisísticas. E
arremata, por
fim, que: “A
prática do bem
aos semelhantes
é essencial à
nossa sanidade
mental”.
Cremos que vale
relembrar uma
passagem contida
na obra Dias
Venturosos do
Espírito Amélia
Rodrigues
(psicografia de
Divaldo P.
Franco) que traz
o pensamento do
próprio Cristo
acerca de tão
complexo
assunto. Os
ensinamentos são
magnificamente
claros e
atualizados dado
que o egoísmo é
endêmico.
Buscaremos
apresentar um
pequeno resumo
da lição e
recomendamos ao
leitor
interessado em
colher mais
informações que
as busque na
luminosa obra.
Posto isto,
lembra a mentora
do além-túmulo
que naquele dia
– aliás, como
sempre acontecia
– o sermão do
mestre havia
atraído imensa
multidão e a
“Sua mensagem
carregada de
ternura e de
esperança
convidava
essencialmente
os ouvintes à
transformação
moral”.
Os pedidos de
socorro eram
inúmeros e os
pedintes não
demonstravam
atenção para o
visível cansaço
e desgaste do
Mestre
inesquecível.
Aliás, Amélia
Rodrigues
observa com
precisão que “Na
sua cegueira e
desconcerto
moral, as
criaturas nunca
veem as dores
dos outros, suas
dificuldades e
problemas,
diante dos
próprios
desafios”.
Infelizmente,
tal quadro não
foi dissipado
haja vista que
os centros
espíritas
recebem enorme
quantidade de
pessoas nesse
estado d’alma. E
acrescenta ainda
ela: “A ânsia de
os solucionar
torna-as
indiferentes aos
testemunhos
silenciosos e
afligentes que
vergastam
aqueles a quem
recorrem, sem a
menor
consideração”.
Jesus, no
entanto,
atendera a todos
com atenção e
compaixão “até o
momento em que
Simão Pedro o
resgatou da
massa informe e
insaciável”.
Decorrido um
intervalo para
descanso e
alimentação, na
habitual reunião
noturna de
estudos, Simão,
sob o efeito de
um desagradável
encontro que
tivera com
antigo desafeto
que outrora o
caluniara, e
sentindo-se
ainda magoado e
ressentido,
indagou-lhe –
motivado por
sincero desejo
de aprender –
como proceder
diante dos que
nos prejudicam e
perturbam...
O egoísmo é
responsável por
males
incontáveis
Jesus, solícito,
respondeu-lhe
com bondade:
“Simão, os
verdadeiros
adversários do
homem não se
encontram fora
dele, porém em
seu mundo
íntimo,
perseguindo e
inquietando-o
sem termo
[...]”.
Buscando obter
mais
esclarecimentos,
perguntou-lhe
ainda Simão
quais eram os
inimigos íntimos
que carregamos
dentro de nós. O
Mestre foi
extremamente
didático ao
explicar que:
“Há três
inimigos ferozes
no imo do ser
humano, que
respondem por
todas as
misérias que
assolam a
sociedade,
dilacerando os
tecidos sutis da
alma. Trata-se
do egoísmo, do
orgulho e da
ignorância”. Tal
diagnóstico
ainda prevalece,
pois vemos as
terríveis
consequências
desses elementos
produzindo
sofrimento e
aflição
diariamente.
Continuando os
seus
ensinamentos,
Jesus aduziu o
seguinte:
“O egoísmo é
algoz impiedoso,
que junge a sua
vítima ao eito
da escravidão,
tornando-a
infeliz.
Graças a ele
predominam os
preconceitos
sociais, as
dificuldades
econômicas, os
problemas de
relacionamento
humano... Qual
uma moléstia
devoradora, se
instala nos
sentimentos e os
estrangula com a
força da própria
loucura.
O egoísmo é
responsável por
males
incontáveis que
devastam a
humanidade. O
egoísta somente
pensa em si, a
nada nem a
ninguém respeita
na sanha de
amealhar
exclusivamente
em benefício
próprio, a tudo
quanto
ambiciona.
Faz-se avaro e
perverso, porque
transita
insensível às
necessidades
alheias.
Por sua vez, o
orgulho é tóxico
que cega e
destrói os
valores morais
do indivíduo,
levando-o a
desconsiderar as
demais criaturas que
o cercam.
Acreditando-se
excepcional e
portador de
valores que
pensa possuir
subestima tudo
para sobressair
onde se
encontra,
exibindo a
fragilidade
moral e as
distonias
nervosas de que
se torna vítima
indefesa.
A ignorância
igualmente
escraviza e
torna o ser
déspota,
indiferente a
tudo quanto não
lhe diz respeito
diretamente,
esquecido de que
todas as pessoas
são membros
importantes e
interdependentes
do organismo
social”.
Ao egoísmo se
deve sobrepor a
solidariedade
Pedro desejando
aprender mais
perguntou ao
Messias como
extirpar tais
males da alma e
quais antídotos
poderiam ser
usados para
eliminá-los. E
Jesus
ofereceu-lhe a
seguinte sublime
orientação:
“Ao egoísmo se
deve sobrepor a
solidariedade,
que abre os
braços à
gentileza e ao
altruísmo.
O coração
generoso é rico
de dádivas.
Quanto mais as
reparte, mais
possui, porque
se multiplicam
com celeridade.
A solidariedade
anula a solidão
e amplia o
círculo de
auxílios mútuos,
dignificando o
ser que se eleva
emocionalmente,
engrandecendo a
vida e a
humanidade.
O orgulho cede
ante a
humildade, que
dimensiona a
pessoa com a
medida exata,
descobrindo-lhe
o significado, a
sua realidade
[...].
Sem a humildade
o homem se
rebela, porque
não reconhece a
fraqueza que lhe
é peculiar, nem
se dá conta,
conscientemente,
de que logo mais
será desatrelado
do carro
orgânico,
nivelando-se a
todos os demais
no vaso
sepulcral...
À ignorância
facultam-se o
conhecimento e o
dileto filho do
sentimento
maior, que é
hálito do Pai
vivificando tudo
e todos, origem
e finalidade do
Universo: o
amor!
[...]
A vitória real é
sempre sobre si
mesmo, nas
províncias da
alma.
O perdão às
ofensas, o
respeito ao
direito alheio,
a beneficência e
a bondade são os
filhos diletos
do
amor-conhecimento
que voa em luz
com asas de
caridade,
tornando o mundo
melhor e todos
os seres
felizes”.
Após as
profundas
elucidações,
Jesus silenciou.
Em seguida,
pôs-se a
caminhar,
enquanto os
demais
companheiros
caíam em
profunda
meditação.
Portanto, nós
espíritas
deveríamos nos
considerar
imensamente
felizes por
dispor de obras
como aquela
acima
referenciada que
traz
esclarecimentos
e informações da
fonte mais pura.
Concluindo, o
egoísmo só será
superado quando
o indivíduo
buscar entender
a sua realidade
eminentemente
espiritual. O
nosso modesto
conselho é para
que busquemos
extirpar esse
mal que
carregamos em
nós de eras
incontáveis para
nos
credenciarmos à
felicidade
eterna.
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Fonte: Revista eletrônica O Consolador |
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