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quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PERANTE OS CAÍDOS


Emmanuel
 
Tão fácil relegar ao infortúnio os nossos irmãos caídos!... Muitos passam por aqueles que foram acidentados em terríveis enganos e nada encontram a fim de oferecer-lhes, senão frases como estas: "eu bem disse", "avisei muito"...
No entanto, por trás da queda de nosso amigo menos feliz estão as lutas da resistência, que só a Justiça divina pode medir.
Este foi impelido à delinqüência e faz-se conhecido agora por uma ficha no cadastro policial; mas, até que se lhe consumasse a ruína, quanto abandono e quanta penúria terá arrastado na existência, talvez desde os mais recuados dias da infância!... Aquele se arrojou aos precipícios da revolta e do desânimo, abraçando o delírio da embriaguez; contudo, até que tombasse no descrédito de si mesmo, quantos dias e quantas noites de aflição terá atravessado, a estorcegar-se sob o guante da tentação para não cair!.. Aquela entrou pelas vias da insensatez e acomodou-se
no poço da infelicidade que cavou para si própria; todavia, em quantos espinheiros de necessidade e perturbação ter-se-á ferido, até que a loucura se lhe instalasse no cérebro atormentado!... Aquele outro desertou de tarefas e compromissos em cuja execução empenhara a vitória da própria alma e resvalou para experiências menos dignas, comprometendo os fundamentos da própria vida; no entanto, quantas tribulações terá agüentado e quantas lágrimas vertido, até que a razão se lhe entenebrecesse, abrindo caminho à irresponsabilidade e à demência!...
Diante dos companheiros apontados à censura, jamais condenes! Pensa nas trilhas de provação e tristeza que perlustram até que os pés se lhes esmorecessem, vacilantes, na jornada difícil! Reflete nas correntes de fogo invisível que lhes terão requeimado a mente, até que cedessem às compulsões terríveis das trevas!...
Então, e só então, sentirás a necessidade de pensar no bem, falar no bem, procurar o bem e realizar unicamente o bem, compreendendo, por fim, a amorosa afirmação de Jesus: "Eu não vim à Terra para curar os sãos".

Do livro Instrumentos do Tempo. Psicografia de Francisco Candido Xavier.  
 
 

terça-feira, 7 de agosto de 2012

A Vontade


A vontade

O estudo do ser, a que consagramos a primeira parte desta obra, deixou-nos entrever a poderosa rede de forças, de energias ocultas em nós. Mostrou-nos que todo o nosso futuro, em seu desenvolvimento ilimitado, lá está contido no gérmen. As causas da felicidade não se acham em lugares determinados no espaço; estão em nós, nas profundezas misteriosas da alma, o que é confirmado por todas as grandes doutrinas.
“O reino dos céus está dentro de vós”, disse o Cristo.
O mesmo pensamento está por outra forma expresso nos Vedas: “Tu trazes em ti um amigo sublime que não conheces.”
A sabedoria persa não é menos afirmativa: “Vós viveis no meio de armazéns cheios de riquezas e morreis de fome à porta.” (Suffis Ferdousis).
Todos os grandes ensinamentos concordam neste ponto: É na vida íntima, no desabrochar de nossas potências, de nossas faculdades, de nossas virtudes, que está o manancial das felicidades futuras.
Olhemos atentamente para o fundo de nós mesmos, fechemos nosso entendimento às coisas externas e, depois de havermos habituado nossos sentidos psíquicos à escuridade e ao silêncio, veremos surgir luzes inesperadas, ouviremos vozes fortificantes e consoladoras. Mas, há poucos homens que saibam ler em si, que saibam explorar as jazidas que encerram tesouros inestimáveis. Gastamos a vida em coisas banais, improfícuas; percorremos o caminho da existência sem nada saber de nós mesmos, das riquezas psíquicas, cuja valorização nos proporcionaria gozos inumeráveis.
Há em toda alma humana dois centros ou, melhor, duas esferas de ação e expressão. Uma delas, a exterior, manifesta a personalidade, o “eu”, com suas paixões, suas fraquezas, sua mobilidade, sua insuficiência. Enquanto ela for a reguladora de nosso proceder, teremos a vida inferior, semeada de provações e males. A outra, interna, profunda, imutável, é, ao mesmo tempo, a sede da consciência, a fonte da vida espiritual, o templo de Deus em nós. É somente quando esse centro de ação domina o outro, quando suas impulsões nos dirigem, que se revelam nossas potências ocultas e que o Espírito se afirma em seu brilho e beleza. É por ele que estamos em comunhão com “o Pai que habita em nós”, segundo as palavras do Cristo, com o Pai que é o foco de todo o amor, o princípio de todas as ações.
Por um desses centros perpetuamo-nos em mundos materiais, onde tudo é inferioridade, incerteza e dor; pelo outro temos entrada nos mundos celestes, onde tudo é paz, serenidade, grandeza. Somente pela manifestação crescente do Espírito divino em nós chegaremos a vencer o “eu” egoísta, a associar-nos plenamente à obra universal e eterna, a criar uma vida feliz e perfeita.
Por que meio poremos em movimento as potências internas e as orientaremos para um ideal elevado? Pela vontade! Os usos persistentes, tenazes, dessa faculdade soberana permitir-nos-á modificar a nossa natureza, vencer todos os obstáculos, dominar a matéria, a doença e a morte.
É pela vontade que dirigimos nossos pensamentos para um alvo determinado. Na maior parte dos homens os pensamentos flutuam sem cessar. Sua mobilidade constante e sua variedade infinita oferecem limitado acesso às influências superiores. É preciso saber se concentrar, colocar o pensamento acorde com o pensamento divino. Então, a alma humana é fecundada pelo Espírito divino, que a envolve e penetra, tornando-a apta a realizar nobres tarefas, preparando-a para a vida do espaço, cujos esplendores ela começa fracamente a entrever desde este mundo. Os Espíritos elevados vêem e ouvem os pensamentos uns dos outros, com os quais são harmonias penetrantes, ao passo que os nossos são, as mais das vezes, somente discordâncias e confusão. Aprendamos, pois, a servir-nos de nossa vontade e, por ela, a unir nossos pensamentos a tudo o que é grande, à harmonia universal, cujas vibrações enchem o espaço e embalam os mundos.
*
A vontade é a maior de todas as potências; é, em sua ação, comparável ao ímã. A vontade de viver, de desenvolver em nós a vida, atrai-nos novos recursos vitais; tal é o segredo da lei de evolução. A vontade pode atuar com intensidade sobre o corpo fluídico, ativar-lhe as vibrações e, dessa forma, apropriá-lo a um modo cada vez mais elevado de sensações, prepará-lo para mais alto grau de existência.
O princípio de evolução não está na matéria, está na vontade, cuja ação tanto se estende à ordem invisível das coisas como à ordem visível e material. Esta é simplesmente a conseqüência daquela. O princípio superior, o motor da existência, é a vontade. A vontade divina é o supremo motor da vida universal.
O que importa, acima de tudo, é compreender que podemos realizar tudo no domínio psíquico; nenhuma força permanece estéril quando se exerce de maneira constante, visando alcançar um desígnio conforme ao direito e à justiça.
É o que se dá com a vontade; ela pode agir tanto no sono como na vigília, porque a alma valorosa, que para si mesma estabeleceu um objetivo, procura-o com tenacidade em ambas as fases de sua vida e determina assim uma corrente poderosa, que mina devagar e silenciosamente todos os obstáculos.
Com a preservação dá-se o mesmo que com a ação. A vontade, a confiança e o otimismo são outras tantas forças preservadoras, outros tantos baluartes opostos em nós a toda causa de desassossego, de perturbação, interna e externa. Bastam, às vezes, por si sós, para desviar o mal; ao passo que o desânimo, o medo e o mau-humor nos desarmam e nos entregam a ele sem defesa. O simples fato de olharmos de frente para o que chamamos o mal, o perigo, a dor, a resolução de os afrontarmos, de os vencermos, diminuem-lhes a importância e o efeito.
Os americanos têm, com o nome de mind cure (cura mental) ou ciência cristã, aplicado esse método à terapêutica e não se pode negar que os resultados obtidos são consideráveis. Esse método resume-se na fórmula seguinte: “O pessimismo enfraquece; o otimismo fortalece.” Consiste na eliminação gradual do egoísmo, na união completa com a Vontade Suprema, causa das forças infinitas. Os casos de cura são numerosos e apóiam-se em testemunhos irrecusáveis.[i]
De resto, foi esse – em todos os tempos e com formas diversas – o princípio da saúde física e moral.
Na ordem física, por exemplo, não se destroem os infusórios, os infinitamente pequenos, que vivem e se multiplicam em nós; mas se ganham forças para melhor lhes resistir. Da mesma forma, nem sempre é possível, na ordem moral, afastar as vicissitudes da sorte, mas se pode adquirir força bastante para suportá-las com alegria, sobrepujá-las com esforço mental, dominá-las por tal forma que percam todo o aspecto ameaçador, para se transformarem em auxiliares de nosso progresso e de nosso bem.
Em outra parte demonstramos, apoiando-nos em fatos recentes, o poder da alma sobre o corpo na sugestão e auto-sugestão.[ii] Limitar-nos-emos a lembrar outros exemplos ainda mais concludentes.
Louise Lateau, a estigmatizada de Bois-d'Haine, cujo caso foi estudado por uma comissão da Academia de Medicina da Bélgica, fazia, meditando sobre a Paixão do Cristo, correr à vontade o sangue dos seus pés, mãos e lado esquerdo. A hemorragia durava muitas horas.[iii]
Pierre Janet observou casos análogos na Salpêtrière, em Paris. Uma extática apresentava estigmas nos pés quando lhos metiam num aparelho.[iv]
Louis Vivé, em suas crises, a si mesmo dava ordem de sangrar-se em horas determinadas e o fenômeno produzia-se com exatidão.
Encontra-se a mesma ordem de fatos em certos sonhos, bem como nos fenômenos chamados “noevi” ou sinais de nascença.[v] Em todos os domínios da observação, achamos a prova de que a vontade impressiona a matéria e pode submetê-la a seus desígnios. Essa lei manifestas-se com mais intensidade ainda no campo da vida invisível. É em virtude das mesmas regras que os Espíritos criam as formas e os atributos que nos permitem reconhecê-los nas sessões de materialização.
Pela vontade criadora dos grandes Espíritos e, acima de tudo, do Espírito divino, uma vida repleta de maravilhas desenvolve-se e se estende, de degrau em degrau, até ao infinito, nas profundezas do céu, vida incomparavelmente superior a todas as maravilhas criadas pela arte humana e tanto mais perfeita quanto mais se aproxima de Deus.
Se o homem conhecesse a extensão dos recursos que nele germinam, talvez ficasse deslumbrado e, em vez de se julgar fraco e temer o futuro, compreenderia a sua força, sentiria que ele próprio pode criar esse futuro.
Cada alma é um foco de vibrações que a vontade põe em movimento. Uma sociedade é um agrupamento de vontades que, quando estão unidas, concentradas num mesmo fito, constituem centro de forças irresistíveis. As humanidades são focos ainda mais poderosos, que vibram através da imensidade.
Pela educação e exercício da vontade, certos povos chegam a resultados que parecem prodígios.
A energia mental, o vigor de espírito dos japoneses, seu desprezo pela dor, sua impassibilidade diante da morte, causaram pasmo aos ocidentais e foram para eles uma espécie de revelação. O japonês habitua-se desde a infância a dominar suas impressões, a nada deixar trair dos desgostos, das decepções, dos sentimentos por que passa, a ficar impenetrável, a não se queixar nunca, a nunca se encolerizar, a receber sempre com boa cara os reveses.
Tal educação retempera os ânimos e assegura a vitória em todos os terrenos. Na grande tragédia da existência e da História, o heroísmo representa o papel principal e é a vontade que faz os heróis.
Esse estado de espírito não é privilégio dos japoneses. Os hindus chegam também, com o emprego do que eles chamam a hatha-yoga, ou exercício da vontade, a suprimir em si o sentimento da dor física.
Numa conferência feita no Instituto Psicológico de Paris e que Les Annales des Sciences Psychiques, de novembro de 1906, reproduziram, Annie Besant cita vários casos notáveis devidos a essas práticas persistentes.
Um hindu possuirá bastante poder de vontade para conservar um braço erguido até se atrofiar. Outro deitar-se-á numa cama eriçada de pontas de ferro sem sentir nenhuma dor. Encontra-se mesmo esse poder em pessoas que não praticaram a hatha-yoga. A conferencista cita o caso de um de seus amigos que, tendo ido à caça do tigre e tendo recebido, por causa da imperícia de um caçador, uma bala na coxa, recusou submeter-se à ação do clorofórmio para a extração do projétil, afirmando ao cirurgião que teria suficiente domínio sobre si mesmo para ficar imóvel e impassível durante a operação. Esta efetuou-se; o ferido tinha plena consciência de si mesmo e não fez um só movimento. “O que para outro teria sido uma tortura atroz, nada era para ele; havia fixado sua consciência na cabeça e nenhuma dor sentira. Sem ser yogui, possuía o poder de concentrar a vontade, poder que, nas Índias, se encontra freqüentemente.”
Pelo que se acaba de ler, pode-se julgar quão diferente dos nossos são a educação mental e o objetivo dos asiáticos. Tudo, neles, tende a desenvolver o homem interior, sua vontade, sua consciência, à vista dos vastos ciclos de evolução que se lhes abrem, enquanto o europeu adota, de preferência, como objetivo, os bens imediatos, limitados pelo círculo da vida presente. Os alvos em que se põe à mira nos dois casos são diferentes; e essa divergência resulta da concepção essencialmente diferente do papel do ser no universo. Os asiáticos consideraram por muito tempo, com um espanto misturado de piedade, nossa agitação febril, nossa preocupação pelas coisas contingentes e sem futuro, nossa ignorância das coisas estáveis, profundas, indestrutíveis, que constituem a verdadeira força do homem. Daí o contraste surpreendente que oferecem as civilizações do Oriente e do Ocidente. A superioridade pertence evidentemente à que abarca mais vasto horizonte e se inspira nas verdadeiras leis da alma e de seu futuro. Pode ter parecido atrasada aos observadores superficiais, enquanto as duas civilizações fizeram paralelamente sua evolução, sem que entre uma e outra houvesse choques excessivos. Mas, desde que as necessidades da existência e a pressão crescente dos povos do Ocidente forçaram os asiáticos a entrar na corrente dos progressos modernos – tal é o caso dos japoneses –, pode-se ver que as qualidades eminentes dessa raça, manifestando-se no domínio material, podiam assegurar-lhes igualmente a supremacia. Se esse estado de coisas se acentuar, como é de recear, se o Japão conseguir arrastar consigo todo o Extremo Oriente, é possível que mude o eixo da dominação do mundo e passe de uma raça para outra, principalmente se a Europa persistir em não se interessar pelo que constitui o mais alto objetivo da vida humana e em contentar-se com um ideal inferior e quase bárbaro.
Mesmo restringindo o campo de nossas observações à raça branca, aí vamos verificar também que as nações de vontade mais firme, mais tenaz, vão pouco a pouco tomando predomínio sobre as outras. É o que se dá com os povos anglo-saxônios e germânicos. Estamos vendo o que a Inglaterra tem podido realizar, através dos tempos, para execução de seu plano de ação. A Alemanha, com seu espírito de método e continuidade, soube criar e manter uma poderosa coesão em detrimento de seus vizinhos, não menos bem dotados do que ela, mas menos resolutos e perseverantes. A América do Norte prepara também para si um grande lugar no concerto dos povos.
A França é, pelo contrário, uma nação de vontade fraca e volúvel. Os franceses passam de uma idéia a outra com extrema mobilidade e a esse defeito não são estranhas as vicissitudes de sua História. Seus primeiros impulsos são admiráveis, vibrantes de entusiasmo. Mas, se com facilidade empreendem uma obra, com a mesma facilidade a abandonam, quando o pensamento já a vai edificando e os materiais se vão reunindo silenciosamente ao seu derredor. Por isso o mundo apresenta, por toda parte, vestígios meio apagados de sua ação passageira, de seus esforços depressa interrompidos.
Além disso, o pessimismo e o materialismo, que cada vez mais se alastram entre eles, tendem também a amesquinhar as qualidades generosas de sua raça. O positivismo e o agnosticismo trabalham sistematicamente para apagar o que restava de viril na alma francesa; e os recursos profundos do espírito francês atrofiam-se por falta de uma educação sólida e de um ideal elevado.
Aprendamos, pois, a criar uma “vontade de potência”, de natureza mais elevada do que a sonhada por Nietzsche. Fortaleçamos em torno de nós os espíritos e os corações, se não quisermos ver nossas sociedades votadas à decadência irremediável.
*
Querer é poder! O poder da vontade é ilimitado. O homem, consciente de si mesmo, de seus recursos latentes, sente crescerem suas forças na razão dos esforços. Sabe que tudo o que de bem e bom desejar há de, mais cedo ou mais tarde, realizar-se inevitavelmente, ou na atualidade ou na série das suas existências, quando seu pensamento se puser de acordo com a Lei divina. E é nisso que se verifica a palavra celeste: “A fé transporta montanhas.”
Não é consolador e belo poder dizer: “Sou uma inteligência e uma vontade livres; a mim mesmo me fiz, inconscientemente, através das idades; edifiquei lentamente minha individualidade e liberdade e agora conheço a grandeza e a força que há em mim. Amparar-me-ei nelas; não deixarei que uma simples dúvida as empane por um instante sequer e, fazendo uso delas com o auxílio de Deus e de meus irmãos do espaço, elevar-me-ei acima de todas as dificuldades; vencerei o mal em mim; desapegar-me-ei de tudo o que me acorrenta às coisas grosseiras para levantar o vôo para os mundos felizes!”
Vejo claramente o caminho que se desenrola e que tenho de percorrer. Esse caminho atravessa a extensão ilimitada e não tem fim; mas, para guiar-me na estrada infinita, tenho um guia seguro – a compreensão da lei de vida, progresso e amor que rege todas as coisas; aprendi a conhecer-me, a crer em mim e em Deus. Possuo, pois, a chave de toda elevação e, na vida imensa que tenho diante de mim, conservar-me-ei firme, inabalável na vontade de enobrecer-me e elevar-me, cada vez mais; atrairei, com o auxílio de minha inteligência, que é filha de Deus, todas as riquezas morais e participarei de todas as maravilhas do Cosmo.
Minha vontade chama-me: “Para frente, sempre para frente, cada vez mais conhecimento, mais vida, vida divina!” E com ela conquistarei a plenitude da existência, construirei para mim uma personalidade melhor, mais radiosa e amante. Saí para sempre do estado inferior do ser ignorante, inconsciente de seu valor e poder; afirmo-me na independência e dignidade de minha consciência e estendo a mão a todos os meus irmãos, dizendo-lhes:
Despertai de vosso pesado sono; rasgai o véu material que vos envolve, aprendei a conhecer-vos, a conhecer as potências de vossa alma e a utilizá-las. Todas as vozes da Natureza, todas as vozes do espaço vos bradam: “Levantai-vos e marchai! Apressai-vos para a conquista de vossos destinos!”
A todos vós que vergais ao peso da vida, que, julgando-vos sós e fracos, vos entregais à tristeza, ao desespero, ou que aspirais ao nada, venho dizer: “O nada não existe; a morte é um novo nascimento, um encaminhar para novas tarefas, novos trabalhos, novas colheitas; a vida é uma comunhão universal e eterna que liga Deus a todos os seus filhos.”
A vós todos, que vos credes gastos pelos sofrimentos e decepções, pobres seres aflitos, corações que o vento áspero das provações secou; Espíritos esmagados, dilacerados pela roda de ferro da adversidade, venho dizer-vos:
“Não há alma que não possa renascer, fazendo brotar novas florescências. Basta-vos querer para sentirdes o despertar em vós de forças desconhecidas. Crede em vós, em vosso rejuvenescimento em novas vidas; crede em vossos destinos imortais. Crede em Deus, Sol dos sóis, foco imenso, do qual brilha em vós uma centelha, que se pode converter em chama ardente e generosa!
“Sabei que todo homem pode ser bom e feliz; para vir a sê-lo basta que o queira com energia e constância. A concepção mental do ser, elaborada na obscuridade das existências dolorosas, preparada pela vagarosa evolução das idades, expandir-se-á à luz das vidas superiores e todos conquistarão a magnífica individualidade que lhes está reservada.
“Dirigi incessantemente vosso pensamento para esta verdade: podeis vir a ser o que quiserdes. E sabei querer ser cada vez maiores e melhores. Tal é a noção do progresso eterno e o meio de realizá-lo; tal é o segredo da força mental, da qual emanam todas as forças magnéticas e físicas. Quando tiverdes conquistado esse domínio sobre vós mesmos, não mais tereis que temer os retardamentos nem as quedas, nem as doenças, nem a morte; tereis feito de vosso “eu” inferior e frágil uma alta e poderosa individualidade!”
XXI

Léon Denis.

[i]    Ver W. James, Reitor da Universidade Harvard, L'Expérience Religieuse, págs. 86, 87. Tradução francesa de Abauzit. Félix Alcan, editor, Paris, 1906.
[ii]    Ver Depois da Morte, Cap. XXXII, “A vontade e os fluidos” e No Invisível, cap. XV.
[iii]   Dr. Warlomont - Louise Lateau, la stigmatisée de Bois-d'Haine, Bruxelas, 1873.
[iv]   P. Janet, “Une extatique”, Bulletin de 1'Institut Psychologique, julho, agosto, setembro de 1901.
[v]    Ver, entre outros, o Bulletin de la Société Psychique de Marseille, outubro de 1903.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

TOLERÂNCIA E COERÊNCIA


 E - Cap. X - Item 21
Compreender e desculpar sempre, porque todos necessitamos de compreensão e desculpa, nas horas do desacerto, mas observar a coerência para que os diques da tolerância não se esbarrondem, corroídos pela displicência sistemática, patrocinando a desordem.
Disse Jesus: "amai os vossos inimigos".
E o Senhor ensinou-nos realmente a amá-los, através dos seus próprios exemplos de humildade sem servilismo e de lealdade sem arrogância.
Ele sabia que Judas, o discípulo incauto, bandeava-se, pouco a pouco, para a esfera dos adversários que lhe combatiam a mensagem renovadora...
A pretexto de amar os inimigos, ser-lhe-ia lícito afastá-lo da pequena comunidade, a fim de preservá-la, mas preferiu estender-lhe mãos fraternas, até a última crise de deserção, ensinando-nos o dever de auxiliar aos companheiros de tarefa, na prática do bem, enquanto isso se nos torne possível.
Não ignorava que os supervisores do Sinédrio lhe tramavam a perda...
A pretexto de amar os inimigos, poderia solicitar-lhes encontros cordiais para a discussão de política doméstica, promovendo recuos e concessões, de maneira a poupar complicações aos próprios amigos, mas preferiu suportar-lhes a perseguição gratuita, ensinando-nos que não se deve contender, em matéria de orientação espiritual, com pessoas cultas e conscientes, plenamente informadas, quanto às obrigações que a responsabilidade do conhecimento superior lhes precoitua.
°°°
Certificara-se de que Pilatos, o juiz dúbio, agia, inconsiderado...
A pretexto de amar os inimigos, não lhe seria difícil recorrer à justiça de instância mais elevada, mas preferiu agüentar-lhe a sentença iníqua, ensinando-nos que a atitude de todos aqueles que procuram sinceramente a verdade não comporta evasivas.
Percebia, no sacrifício supremo, que a multidão se desvairava...
A pretexto de amar os inimigos, era perfeitamente cabível que alegasse a extensão dos serviços prestados, pedindo a comiseração pública, a fim de que se lhe não golpeasse a obra nascente, mas preferiu silencia e partir, invocando o perdão da Providencia Divina para os próprios verdugos, ensinando-nos que é preciso abençoar os que nos firam e orar por eles, sem, contudo, premiar-lhes a leviandade para que a leviandade não alegue crescimento com o nosso apoio.
°°°
Jesus entendeu a todos, beneficiou a todos, socorreu a todos e esclareceu a todos, demonstrando-nos que a caridade, expressando amor puro, é semelhante ao sol que abraça a todos, mas não transigiu com o mal.
Isso quer dizer que fora da caridade não há tolerância sem coerência.
(De “Opinião Espírita”, de Francisco Cândido Xavier e Waldo Vieira, pelos Espíritos Emmanuel e André Luiz)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

IMUNIZAÇÃO ESPIRITUAL


Emmanuel

Se te decides, efetivamente, a imunizar o coração contra as influências do mal, é necessário te convenças:
Que  todo minuto é chamamento de Deus à nossa melhoria e renovação;
Que  toda pessoa  se  reveste de importância particular em nosso caminho;
Que o melhor processo de receber auxílio é auxiliar em favor de  alguém;
Que a paciência é o principal ingrediente na solução de qualquer problema;
Que sem amor não há base firme nas construções espirituais;
Que o tempo gasto em queixa é furtado ao trabalho;
Que desprezar a simpatia dos outros, em nossa tarefa, é o mesmo que pretender semear um campo sem cogitar de lavrá-lo;
Que não existem pessoas perversas e sim criaturas doentes a nos requisitarem amparo e compaixão;
Que o ressentimento é sempre foco de enfermidade e desequilíbrio;
Que ninguém sabe sem aprender e ninguém aprende sem estudar;
E que, em suma, não basta pedir aos Céus, através da oração, para que baixem à Terra, mas também cooperar, através do serviço ao próximo, para que a Terra se eleve igualmente para os Céus.

Francisco Cândido Xavier  Do livro: "Paz e Renovação"

HÁBITO

Emmanuel
 
O hábito é uma esteira de reflexos mentais acumulados, operando constante indução a rotina.
 Herdeiros de milênios, gastos na recapitulação de muitas experiências análogas entre si, vivemos, até agora, quase que à  maneira de embarcações ao gosto da correnteza, no  rio de hábitos aos quais nos ajustamos sem resistência.
 Com naturais exceções, todos adquirimos o costume de consumir os pensamentos alheios pela reflexão automática e em razão disto, exageramos as nossas necessidades, apartamo-nos da simplicidade com que nos seria fácil erguer uma vida melhor, e formamos  em torno delas todo um sistema defensivo à base de crueldade, com o qual ferimos o próximo, dilacerando consequentemente a nós mesmos.
  Estruturamos, assim, complicado mecanismo de cautela e desconfiança, para além da justa preservação, retendo, apaixonadamente, o instinto da posse e, com o instinto da posse, criamos os reflexos do egoísmo e do orgulho, da vaidade e do medo, com que  tentamos inutilmente fugir às Leis Divinas, caminhando, na maioria das circunstâncias,  como operários distraídos e infiéis que desertassem da máquina preciosa em que devem servir gloriosamente, para cair, sufocados ou inquietos, nas engrenagens que lhes são próprias .
 Nesse círculo vicioso, vive a criatura humana, de modo geral, sob o domínio da ignorância acalentada, procurando enganar-se depois do berço, para desenganar-se depois do túmulo, aprisionada no binômio ilusão-desilusão, com que depende longos  séculos, começando e recomeçando a senda em que lhe cabe avançar.
 Não será lícito, porém, de modo algum, desprezar a rotina construtiva.
 É por ela que o ser se levanta no seio do espaço e do tempo, conquistando os recursos que lhe enobrecem a vida.
 A evolução, contudo, impões a instituição de novos costumes, afim de que nos desvencilhemos das fórmulas inferiores, em marcha para ciclos mais altos de existência.
 É por esse motivo que vemos no cristo – divino marco da renovação humana  – todo um programa de transformações viscerais do espírito.
 Sem violência de qualquer natureza, altera os padrões da moda moral em que a Terra vivia há numerosos milênios.
 Contra o uso da condenação metódica, oferece a prática do perdão.
 Á tradição de raça opões o fundamento da fraternidade legítima.
 No abandono à tristeza e ao desânimo, nas horas difíceis, traz a noção das bem-aventuranças eternas para os conflitos que sabem esperar e para os justos que sabem sofrer.
 Toda a passagem do Senhor, entre os homens, desde a Manjedoura, que estabelece o hábito da simplicidade, até a cruz afrontosa que cria a hábito da serenidade e da paciência, com certeza da ressurreição para a vida eterna, o apostolado de Jesus é resplendente conjunto de reflexos do caminho celestial para a redenção do caminho  humano.
 Até agora, no mundo, a nossa justiça cheira a vingança e o nosso amor sabe a egoísmo, pelo reflexo condicionado de nossas atitudes irrefletidas nos mil6enios que nos  precedem o “hoje”.
 Não podemos desconhecer, todavia, que somente adotando a bondade e o entendimento, com a obrigação de educar-nos e com o dever de servir, como hábitos, colaborando para s segurança e felicidade de todos, ainda mesmo à custa de nosso sacrifício, é que refletimos em nós a verdadeira felicidade por estarmos nutrindo o verdadeiro bem.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL
 

TOLERÂNCIA

Emmanuel
Vive a tolerância na base de todo o progresso efetivo.
 As peças de qualquer máquina suportam-se umas às outras para que surja essa ou aquela produção de benefícios determinados.
 Todas as bênçãos da Natureza constituem larga seqüência de manifestações da abençoada virtude que inspira a verdadeira fraternidade.
 Tolerância, porém, não é conceito de superfície.
 É reflexo vivo da compreensão que nasce, límpida, na fonte da lama, plasmando a esperança, a paciência e o perdão com esquecimento de todo o mal.
 Pedir que os outros pensem com a nossa cabeça seria exigir que o mundo se adaptasse aos nossos caprichos, quando é nossa obrigação adaptar-nos, com dignidade, ao mundo, dentro da firme disposição de ajudá-lo.
 A Providência Divina reflete, em toda parte, a tolerância sábia e ativa.
 deus não reclama da semente a produção imediata da espécie a que corresponde .
 Dá-lhe tempo para germinar, crescer, florir e frutificar, Não solicita do regato improvisada integração com o mar que o espera.
 Dá-lhe caminhos no solo, ofertando-lhe o tempo necessário à superação da marcha.
 Assim também, de alma para alma, é imperioso não tenhamos qualquer atitude de violência.
 A brutalidade do homem impulsivo e a irritação do enfermo deseducado, tanto quanto a garra no animal e o espinho na roseira, representam indícios naturais da condição evolutiva em que se encontram.
 Opor ódio ao ódio é operar a destruição.
 O autor de qualquer injúria invoca o mal para si mesmo.
 Em vista disso, o mal só é realmente mal para quem o pratica.
 Revidá-lo na base de inconseqüência em que se expressa é assimilar-lhe o veneno.
 É imprescindível tratar a ignorância com o carinho medicamentoso que dispensamos ao tratamento de uma chaga, porquanto golpear a aferida, sem caridade, será o mesmo que converter a moléstia curável num aleijão sem remédio.
 A tolerância, por esse motivo, é acima de tudo, completo esquecimento de todo o mal, com serviço incessante no bem.
 Quem com os lábios repete palavras de perdão, de maneira constante, demonstra acalentar a volúpia da mágoa com que se acomoda perdendo tempo.
 Perdoar é olvidar a sombra, buscando a luz.
 Não é dobrar joelhos ou escalar galerias de superioridade mendaz, teatralizando os impulsos do coração, mas sim persistir no trabalho renovador, criando o bem e a harmonia, pelos quais aqueles que não nos entendam, de pronto, nos observem com diversa interpretação, compreendendo-nos o idioma inarticulado do exemplo.
 Oferece-nos o cristo o modelo da tolerância ideal, em regressando do túmulo ao encontro dos aprendizes desapontados.
 Longe de reportar-se à deserção de Pedro ou à fraqueza de Judas, para dizer com a boca que os desculpava, refere-se ao serviço da redenção, induzindo-os a recomeçar o apostolado do bem eterno.
 Tolerar
é refletir o entendimento fraterno, e o perdão será sempre profilaxia segura, garantindo, onde estiver, saúde e paz, renovação e segurança.
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

HUMILDADE

Emmanuel
 
A humildade, por força divina, reflete-se, luminosa, em todos os domínios da Natureza, os quais expressam, efetivamente, o Trono de Deus, patrocinando o progresso e a renovação.
 Magnificente, o Sol, cada dia, oscula a face do pântano sem clamar contra o insulto da lama; a flor, sem alarde, incensa a glória do céu.
 Filtrada na aspereza da rocha, a água se revela mais pura, e, em seguida às grandes calamidades, a colcha de erva cobre o campo, a fim de que o homem recomece a lida.
 ã carência de humildade, que, no fundo, é reconhecimento de nossa pequenez diante do Universo, surgem na alma humana doentios enquistamentos de sentimento, quais sejam o orgulho e a cobiça, o egoísmo e a vaidade, que se responsabilizam pela discórdia e pela delinqüência em todas as direções.
 Sem o reflexo da humildade, atributo de deus no reino do “eu”, a criatura sente-se proprietária exclusiva dos bens que a cercam, despreocupada da sua condição real de espírito em trânsito nos carreiros evolutivos e, apropriando-se da existência em sentido particularista, converte a própria alma em cidadela de ilusão, dentro da qual se recusa ao contato com as realidades fundamentais da vida.
 Sob o fascínio de semelhante negação, ergue azorragues de revolta contra todos os que lhe inclinem o espírito ao aproveitamento da horas, já que, sem o clima da humildade, não se desvencilha da trama de sombras a que ainda se vincula, no plano da animalidade que todos deixamos para trás, após a auréola da razão.
 Possuída pelo espírito da posse exclusivista, a alma acolhe facilmente o desespero e o ciúme, o despeito e a intemperança, que geram a tensão psíquica, da qual se derivam perigosas síndromes na vida orgânica, a se exprimirem na depressão nervosa e no desequilíbrio emotivo, na ulceração e na disfunção celular, para não nos referirmos aos deploráveis sucessos da experiência cotidiana, em que a ausência da humildade comanda o incentivo à loucura, nos mais dolorosos conflitos passionais.
 Quem retrata em si os louros dessa virtude quase desconhecida aceita sem constrangimento a obrigação de trabalhar e servir, a benefício de todos, assimilando, deste modo, a bênção do equilíbrio e substancializando a manifestação das leis Divinas, que jamais alardeiam as próprias dádivas.
 Humildade não é servidão.
 É, sobretudo, independência, liberdade interior que nasce das profundezas do espírito, apoiando-lhe a permanente renovação para  o bem.
 Cultivá-la é avançar para a frente sem prender-se, é projetar o melhor de si mesmo sobre os caminhos do mundo, é olvidar todo o mal e recomeçar alegremente a tarefa do amor, cada dia.
 Refletindo-a.
 do Céu para a Terra, em penhor de redenção e beleza, o cristo de deus nasceu na palha da Manjedoura e despediu-se dos homens pelos braços da Cruz.
 
 
 Livro: Pensamento e Vida  - Francisco Cândido Xavier - Ditado pelo espírito EMMANUEL

Decálogo da Vontade


"Todas as virtudes e todos os
vícios são inerentes ao Espírito".
(Allan Kardec - E.S.E., Cap. IX, ltem 10)

Poupe-me à tentação, antes que me fortaleça, e eu o salvarei dos vícios futuros. Ainda sou muito jovem no equilíbrio.

Conduza-me ao dever e eu o ajudarei no caminho evolutivo. Necessito de um serviço nobre para manter-me.

Inspire-me a caridade e eu enflorescerei as avenidas de sua alma. Tenho sede de crescimento.

Impila-me ao trabalho e eu expulsarei de seu lar interior a preguiça destruidora. É imprescindível que ocupe minhas horas.

Ajude-me na resistência, oferecendo-me a oração, e eu deixarei asseada sua casa mental. Requeiro imediato auxílio para não desfalecer.

Exercite-me na inspiração do bem e eu o coroarei de luz. Tenho sido servidora da indolência e preciso de renovação.

Procure conhecer-me com mais atenção e o farei feliz. Sou velha amiga que a indiferença venceu.

Conceda-me nova oportunidade, quando eu tombar, e lhe darei força desconhecida. Lembre-se de que sou vulnerável à reincidência.

Evite-me os embates muito rudes, no momento, e vencerei para a sua paz todas as forças negativas que trabalham contra você. Necessito de tempo para fortalecer-me.

Tenha paciência comigo e, juntos, chegaremos à felicidade plena. Nasci com você e nunca nos separaremos. Ajude-me e o farei livre.






Autor: Marco Prisco
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Glossário Espírita-Cristão

Consciência da Gratidão




À medida que a psique desenvolve a consciência, fazendo-a superar os níveis primitivos recheados pela sombra, mais facilmente adquire a capacidade da gratidão.


A sombra, que resulta dos fenômenos egoicos, havendo acumulado interesses inferiores, é a grande adversária do sentimento de gratulação. Na sua ânsia de aparentar aquilo que não conquistou, impedida pelos hábitos enfermiços, projeta os conflitos nas demais pessoas, sem a lucidez necessária para confiar e servir. Servindo-se dos outros, supõe que assim fazem todos os demais, ante a impossibilidade de alargar a generosidade, que lhe facultaria o amadurecimento psicológico para a saudável convivência social, para o desenvolvimento interior dos valores nobres do amor e da solidariedade.


A miopia emocional defluente do predomínio da sombra no comportamento do ser humano impede-o que veja a harmonia existente na vida.


As imperfeições morais que não foram modificadas pelo processo da sua diluição e substituição pelas conquistas éticas atormentam o ser, fazendo-o refratário, senão hostil a todos os movimentos libertários.


Não há no seu emocional, em conseqüência, nenhum espaço para o louvor, o júbilo, a gratidão.


Desse modo, os conflitos que se originaram em outras existências e tornaram-se parte significativa do ego predominam no indivíduo inseguro e sofredor, que se refugia na autocompaixão ou na vingança, de forma que chame a atenção, que receba compensação narcisista, aplauso, preservando sempre suspeitas infundadas quanto à validade do que lhe é oferecido, pela consciência de saber que não é merecedor de tais tributos...


Acumuladas e preservadas as sensações que se converteram em emoções de suspeita em de ira, de descontentamento e amargura, projetam-nas nas demais pessoas, por não acreditar em lealdade, amor e abnegação.


Se alguém é dedicado ao bem na comunidade, é tido como dissimulador, porque essa seria a sua atitude (da sombra).


Se outrem reparte alegria e constrói solidariedade, a inveja que se lhe encontra arquivada no inconsciente acha meios de denominá-lo como bajulador e pusilânime, pois que, por sua vez, não conseguiria desempenhar as mesmas tarefas com naturalidade. A ausência de maturidade afetiva isola o indivíduo na amargura e na autopunição.


Tudo quanto lhe constitui impedimento mascara e transfere para os outros, assumindo postura crítica impiedosa, puritanismo exagerado, buscando sempre desconsiderar os comportamentos louváveis do próximo que lhe inspiram antipatia.


Assim age porque a sua é uma consciência adormecida, não habituada aos vôos expressivos da fraternidade e da compreensão, que somente se harmonizando com o grupo no qual vive é que poderá apresentar-se plena.


Autoconscientizando-se da sua estrutura emocional mediante o discernimento do dever, o que significa amadurecer, conseguirá realizar o parto libertador do ego, dele retirando as suas mazelas, lapidando as crostas externas qual ocorre com o diamante bruto que oculta o brilho das estrelas que se encontram no seu interior.


Urge, pois, adotar nova conduta para se libertar das fixações perversas. Conseguindo despertar dos valores nobres, é inevitável a saída da sua individualidade para a convivência com a coletividade, onde mais se aprimorará, aprendendo a conquistar emoções superiores que o enriquecerão de alegria e de paz, deslumbrando-se ante as bênçãos da vida que adornam tudo, assimilando-as em vez de reclamando sempre, pela impossibilidade de percebê-las.


O ingrato, diante do seu atraso emocional, reclama de tudo, desde os fatores climatéricos aos humanos de relacionamentos, desde os orgânicos aos emocionais, sempre com a verruma da acusação ou da autojustificação assim como do mal-estar a que se agarra em seguro mecanismo de fuga da realidade.


Nos níveis nobres da consciência de si e da cósmica, a gratidão aureola-se de júbilos, e os sentimentos não mais permanecem adstritos ao eu, ao meu, ampliando-se ao nós, a mim e a você, a todos juntos.


A gratidão é a assinatura de deus colocada na Sua obra.


Quando se enraíza no sentimento humano logra proporcionar harmonia interna, liberação de conflitos, saúde emocional, por luzir como estrela na imensidão sideral...


Por extensão, aquele que se faz agradecido torna-se veículo do sublime autógrafo, assinalando a vida e a natureza com a presença dEle.


Quando o egoísta insensatamente aponta as tragédias do cotidiano, as aberrações que assolam a sociedade, somente observa o lado mau e negativo do mundo, está exumando os seus sentimentos inconscientes arquivados, vibrantes, sem a coragem de externá-los, de dar-lhes campo livre no consciente.


A paz de fora inicia-se no cerne de cada ser. Também assim é a gratidão. Ao invés do anseio de recebê-la, tornar-se-lhe o doador espontâneo e curar-se de todas as mazelas, ensejando harmonia generalizada.


A vida sem gratidão é estéril e vazia de significado existencial.




Autor: Joanna de Ângelis

Psicografia de Divaldo Franco. Livro: Psicologia da Gratidão

Compaixão



Escasseia, na atual conjuntura terrestre, o sentimento da compaixão. Habituando-se aos próprios problemas e aflições, o homem passa a não perceber os sofrimentos do seu próximo.

Mergulhado nas suas necessidades, fica alheio às do seu irmão, às vezes, resguardando-se numa couraça de indiferença, a fim de poupar-se a maior soma de dores.

Deixando de interessar-se pelos outros, estes esquecem-se dele, e a vida social não vai além das superficialidades imediatistas, insignificantes.

Empedernindo o sentimento da compaixão, a criatura avança para a impiedade e até para o crime.

Olvida-se da gratidão aos pais e aos benfeitores, tornando-se de feitio soberbo, no qual a presunção domina com arbitrariedade.

Movimentando-se, na multidão, o indivíduo que foge da compaixão, distancia-se de todos, pensando e vivendo exclusivamente para o seu ego e para os seus. No entanto, sem um relacionamento salutar, que favorece a alegria e a amizade, os sentimentos se deterioram, e os objetivos da vida perdem a sua alta significação tornando-se mais estreitos e egotistas.

A compaixão é uma ponte de mão dupla, propiciando o sentimento que avança em socorro e o que retorna em aflição.

É o primeiro passo para a vigência ativa das virtudes morais, abrindo espaços para a paz e o bem-estar pessoal.

O individualismo é-lhe a grande barreira, face a sua programação doentia, estabelecida nas bases do egocentrismo, que impede o desenvolvimento das colossais potencialidades da vida, jacentes em todos os indivíduos.

A compaixão auxilia o equilíbrio psicológico, por fazer que se reflexione em torno das ocorrências que atingem a todos os transeuntes da experiência humana.

É possível que esse sentimento não resolva grandes problemas, nem execute excelentes programas. Não obstante, o simples desejo de auxiliar os outros proporciona saudáveis disposições físicas e mentais, que se transformarão em recursos de socorro nas próximas oportunidades.

Mediante o hábito da compaixão, o homem aprende a sacrificar os sentimentos inferiores e a abrir o coração.

Pouco importa se o outro, o beneficiado pela compaixão, não o valoriza, nem a reconheça ou sequer venha a identificá-la. O essencial é o sentimento de edificação, o júbilo da realização por menor que seja, naquele que a experimenta.

Expandir esse sentimento é dar significação à vida.

A compaixão está cima da emotividade desequilibrada e vazia. Ela age, enquanto a outra lamenta; realiza o socorro, na razão em que a última apenas se apiada.

Quando se é capaz de participar dos sofrimentos alheios, os próprios não parecem tão importantes e significativos.

Repartindo a atenção com os demais, desaparece o tempo vazio para as lamentações pessoais.

Graças à compaixão, o poder de destruição humana cede lugar aos anseios da harmonia e de beleza na Terra.

Desenvolve esse sentimento de compaixão para com o teu próximo, o mundo, e, compadecendo-te das suas limitações e deficiências, cresce em ação no rumo do Grande Poder.



Autor: Joanna de Ângelis
Psicografia de Divaldo Franco. Da obra: Responsabilidade

domingo, 29 de julho de 2012

GANHANDO RESISTÊNCIA

GANHANDO  RESISTÊNCIA

André Luiz
Reconhece você que a sua resistência precisa aumentar; por isso mesmo não despreze o esforço no bem algum tanto a mais além do nível.
Se o trabalho parece estafante, suporte mais um pouco as dificuldades em que se lhe envolvem os encargos.
Onde lhe pareça já haver exercitado o máximo de humildade, apague-se um tanto mais em favor de outrem para que o seu grupo alcance a segurança ideal.
Demonstre um pouco mais de paciência nos momentos de inquietação e evitará desgostos incalculáveis.
Abstenha-se algo mais de reclamações mesmo justas, no que se reporta aos seus interesses pessoais, e observará quanta simpatia virá depois ao seu encontro.
Mostre um pouco mais de serenidade nos instantes de crise e você se transformará no apoio providenciai de muita gente.
Confie algo mais na proteção da Bondade Divina e conseguirá superar obstáculos que se lhe figuravam intransponíveis.
Nos dias de enfermidade agüente um tanto mais as dificuldades do tratamento e você apressará as suas próprias melhoras de maneira imprevisível.
Tolere um tanto mais as intrigas que, porventura, lhe assediem o campo de ação, sem lhes oferecer qualquer importância e defenderá a sua própria felicidade, com inesperado brilhantismo.
Você vive no mundo em meio de provas e lutas, desafios e necessidades, ao modo de aluno entre as lições de que precisa na escola, em favor do próprio aproveitamento; aprenda a suportar os convites ao bem dos outros e você ganhará os melhores valores da resistência.
Livro Respostas da Vida. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

A PRUDÊNCIA- O Evangelho a luz do Espiritismo

A PRUDÊNCIA Extraído do Livro : Os Padrões Evangélicos -Paulo Alves de Godoy
“Eis que eu vos envio como
ovelhas para ó meio de lobos; sede,
portanto, prudentes como as serpentes e
símplices como as pombas.”
(Mateus. 10:16)

Não foram poucas as passagens evangélicas nas quais Jesus definiu a
necessidade de agirmos com prudência no trato das coisas de conseqüências
espirituais.
Na parábola das Dez Virgens, o Mestre deixou transparecer claramente a
necessidade de se ter prudência na solução dos problemas que surgem no decurso da
nossa vida terrena, tudo fazendo no sentido de acumularmos os dons imperecíveis do
Espírito, a fim de sairmos triunfantes das encarnações que nos são propiciadas pela
Justiça Divina. As virgens prudentes acumularam um acervo de boas obras que lhes
garantiram o acesso aos planos espirituais mais elevados, foram prudentes no decurso
da vida terrena e, como decorrência, lograram receber, no plano da vida, a
recompensa reservada aos que cumprem seus deveres na Terra.
Nos sublimes ensinamentos contidos nas entrelinhas dessa parábola, o Cristo
procurou demonstrar a necessidade imperiosa da vivência dos evangelhos, o que nos
propiciará meios de amealhar aquisições santificantes, imprescindíveis para a
conquista paulatina da sublimação espiritual.
Noutro trecho do Evangelho, Jesus Cristo assevera que o homem prudente
constrói sua casa sobre a rocha, e a impetuosiodade da borrasca nada pode contra ela,
que a tudo resiste.
Aqui também o Mestre prescreve a necessidade da prudência no processo de
consolidação da vida verdadeira. O objetivo primacial do ensinamento contido nessa
parábola é de fazer evidenciar a importância de embasarmos a nossa vida sobre o
fundamento sólido do amor e da moralidade, única forma de nos garantirmos contra
as adversidades e contra as investidas que sofremos de parte das entidades trevosas,
encarnadas e desencarnadas.
Se tivermos a sensatez de edificar a nossa vida sobre a rocha da fé, da
paciência, da integridade moral e do amor ao próximo, jamais deveremos temer os
vendavais das tribulações inerentes à vida humana.
Nas palavras que encimam esta divagação evangélica, o Messias prescreve a
necessidade inadiável de sermos mansos como os pombos, porém prudentes como as
serpentes. É óbvio que devemos ser mansos, resignados, tolerantes, entretanto
devemos fazer tudo isso com a mesma prudência com que age uma serpente. Não se
pode, sob a alegação de humildade e desprendimento, abdicar da nobreza que deve
aureolar as nossas almas, resvalando assim para o desequilíbrio e para a anulação dos
princípios que norteiam uma vida íntegra perante Deus.
“Os filhos do mundo são mais hábeis na sua geração de que os filhos da luz.”
No versículo 8 do capítulo 6 do Evangelho de Lucas, o Mestre nos conclama a
haurirmos o maior proveito possível do nosso aprendizado neste mundo. Os filhos do
mundo que tratam exclusivamente das coisas da Terra, muitas vezes sabem ser
prudentes, fazendo com que dos recursos materiais advenham benefícios de ordem
espiritual. Foi no tocante a essa necessidade que o Mestre preceituou: “Granjeai
amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas faltarem, vos recebam
eles nos tabernáculos eternos.” (Lucas, 16:9).
Os filhos da luz, aqueles que na Terra porfiam em cuidar somente das coisas do
Espírito, nem sempre sabem tirar o devido proveito dos “talentos” preciosos que
Deus, em sua Infinita Misericórdia, coloca ao alcance de suas mãos.
A prudência é, pois, um atributo relevante em nossa vida.
Devemos usá-la do melhor modo possível, pois, sem ela, dificilmente
poderemos equacionar os problemas agudos que fustigam as nossas almas e que se
nos deparam no decurso do nosso aprendizado terreno.
Se formos prudentes, não alimentaremos ódio, inveja, orgulho ou ciúme, contra
os nossos irmãos, jamais chafurdaremos nossas almas no lodaçal dos vícios, da
intemperança e do descalabro moral.
Agindo de modo prudente, nunca perderemos os frutos que devem advir de
uma vida pautada nas normas sadias prescritas pelos Evangelhos de Jesus.
As regras de prudência nos indicam que devemos viver os Evangelhos de
Jesus, manancial de vida eterna, que contribuirá de modo decisivo para impulsionar
as nossas almas para o Meigo Rabi.