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terça-feira, 25 de maio de 2021

SOCIEDADE

fragmentos do texto:

[...]A sociedade humana pode ser comparada a imensa floresta de criações mentais[...]s corações que hoje oprimem o próximo, a se prevalecerem da galeria social em que se acastelam, na ilusória supremacia do ouro, voltam amanhã ao terreno torturado da carência e do infortúnio[...]Sociedades que ontem escravizaram o braço humano são hoje obrigadas a afagar, por filhos do próprio seio, aqueles que elas furtaram à terra em que se lhes situava o degrau evolutivo. [...]Agrupamentos separatistas, que humilham irmãos de cor, voltam na pigmentação que detestam[...]Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação



Sociedade


A sociedade humana pode ser comparada a imensa floresta de criações mentais, onde cada espírito, em processo de evolução e acrisolamento, encontra os reflexos de si mesmo.
Aí dentro os princípios de ação e reação funcionam exatos.

As pátrias, grandes matrizes do progresso, constituem notáveis fulcros da civilização ou expressivos redutos de trabalho, em que vastos grupos de almas se demoram no serviço de auto-educação, mediante o serviço à comunidade, emigrando, muita vez, de um país para outro, conforme se lhes faça precisa essa ou aquela aquisição nas linhas da experiência.

O lar coletivo, definindo afinidades raciais e interesses do clã, é o conjunto das emoções e dos pensamentos daqueles que o povoam.

Entre as fronteiras vibratórias que o definem, por intermédio dos breves aprendizados “berço-túmulo”, que denominamos existências terrestres, transfere-se a alma de posição a posição, conforme os reflexos que haja lançado de si mesma e conforme aqueles que haja assimilado do ambiente em que estagiou.

Atingida a época de aferição dos próprios valores, quando a morte física determina a extinção da força vital corpórea, emprestada ao espírito para a sua excursão de desenvolvimento e serviço, reajuste ou elevação, na esfera da carne, colhemos os resultados de nossa conduta e, bastas vezes, é preciso recomeçar o trabalho para regenerar atitudes e purificar sentimentos, na reconstrução de nossos destinos.

Dessa forma, os corações que hoje oprimem o próximo, a se prevalecerem da galeria social em que se acastelam, na ilusória supremacia do ouro, voltam amanhã ao terreno torturado da carência e do infortúnio, recolhendo, em impactos diretos, os raios de sofrimento que semearam no solo das necessidades alheias. 

E se as vítimas e os verdugos não souberem exercer largamente o perdão recíproco, encontramos no mundo social verdadeiro círculo vicioso em que se entrechocam, constantemente, as ondas da vingança e do ódio, da dissensão e do crime, assegurando clima favorável aos processos da delinquência.

Sociedades que ontem escravizaram o braço humano são hoje obrigadas a afagar, por filhos do próprio seio, aqueles que elas furtaram à terra em que se lhes situava o degrau evolutivo. 

Hordas invasoras que talam os campos de povos humildes e inermes, neles renascem como rebentos do chão conquistado, garantindo o refazimento das instituições que feriram ou depredaram. 

Agrupamentos separatistas, que humilham irmãos de cor, voltam na pigmentação que detestam, arrecadando a compensação das próprias obras. 

Citadinos aristocratas, insensíveis aos problemas da classe obscura, depois de respirarem o conforto de avenidas suntuosas costumam renascer em bairros atormentados e anônimos, bebendo no cálice do pauperismo os reflexos da crueldade risonha com que assistiram, noutro tempo, à dor e à dificuldade dos filhos do sofrimento.

Em todas as épocas, a sociedade humana é o filtro gigantesco do espírito, em que as almas, nos fios da experiência, na abastança ou na miséria, na direção ou na subalternidade, colhem os frutos da plantação que lhes é própria, retardando o passo na planície vulgar ou acelerando-o para os cimos da vida, em obediência aos ditames da evolução.

Emmanuel;
Psicografia: Francisco Cândido Xavier;
Do livro: Pensamento e Vida.

sábado, 20 de março de 2021

LIVRE-ARBÍTRIO E PROVIDÊNCIA "A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.""

 

A questão do livre-arbítrio é uma das que mais tem preocupado os filósofos e os teólogos. Conciliar a vontade, a liberdade do homem com o jogo das leis naturais e a vontade divina, pareceu tanto mais difícil quanto a fatalidade cega parecia pesar, aos olhos de um grande número, sobre o destino humano. O ensino dos espíritos elucidou o problema. A fatalidade aparente que semeia de males o caminho da vida é apenas a consequência do nosso passado, o efeito retornando para a causa; é o cumprimento do programa aceito por nós antes de renascermos, segundo os conselhos de nossos guias espirituais, para o nosso grande bem e nossa elevação.

Nas camadas inferiores da criação, o ser ainda se ignora.
Só o instinto e a necessidade o conduzem, e somente nos tipos mais evoluídos que aparecem, como uma aurora pálida, os primeiros rudimentos das faculdades. No estado de humanidade, a alma atingiu a liberdade moral. Seu raciocínio, sua consciência desenvolvem-se cada vez mais, à medida que percorre sua imensa jornada. Colocada entre o bem e o mal, compara e escolhe livremente.
Esclarecida através de suas decepções e seus males, é no meio das provas que sua experiência se forma, que sua força moral se tempera.

A alma humana, dotada de consciência e de liberdade, não pode degenerar na vida inferior. Suas encarnações se sucedem até que tenha adquirido esses três bens imperecíveis, alvo de seus longos trabalhos: a sabedoria, a Ciência e o amor. Sua posse liberta-a para sempre dos renascimentos e da morte e abre-lhe o acesso à vida celeste.

Pelo uso de seu livre-arbítrio, a alma fixa seus destinos, prepara suas alegrias ou suas dores. Mas, nunca, no decorrer de sua marcha, na prova amarga como no meio da ardente luta da paixão, nunca os socorros do Alto lhe foram recusados.
Por mais que se abandone a si mesma, por mais indigna que pareça, desde que desperte sua vontade de caminhar pelo caminho reto, a via sacra, a Providência a ajuda e sustenta.

A Providência, é o espírito superior, é o anjo que vela sobre o infortúnio, é o consolador invisível, cujos fluidos vivificantes sustentam os corações acabrunhados; é o farol aceso na noite para a salvação daqueles que erram no mar tempestuoso da vida. A Providência, é ainda, é sobretudo, o amor divino derramando-se em abundância sobre a criatura.
E que solicitude, que previdência nesse amor! Não é apenas para a alma, para servir de moldura à sua vida, de teatro para os seus progressos, que ela dependurou os mundos no espaço, acendeu os sóis, formou os continentes e os mares? Somente para a alma essa grande obra efetua-se, as forças naturais se combinam, os universos eclodem no seio das nebulosas.

A alma é criada para a felicidade, mas essa felicidade, para apreciá-la no seu valor, para conhecer-lhe o preço, deve ela própria conquistá-la e, para isso, desenvolver livremente as potências que nela estão. Sua liberdade de ação e sua responsabilidade aumentam com sua elevação, pois, quanto mais se esclarece, mais pode e deve conformar o jogo de suas forças pessoais às leis que regem o Universo.

A liberdade do ser se exerce, portanto, num círculo limitado, de um lado, pelas exigências da lei natural, que nenhum ultraje pode sofrer, nenhuma alteração na ordem do mundo; do outro, pelo seu próprio passado, cujas consequências jorram sobre ele através dos tempos, até a reparação completa. Em nenhum caso o exercício da liberdade humana pode entravar a execução dos planos divinos; sem isso, a ordem das coisas seria a cada instante perturbada. Acima das nossas visões limitadas e mutantes, a ordem imutável do Universo se mantém e prossegue. Somos, quase sempre, maus juízes daquilo que é para nós o verdadeiro bem; e se a ordem natural das coisas tivesse que se dobrar aos nossos desejos, que perturbações medonhas não resultariam disso?

O primeiro uso que o homem faria de uma liberdade absoluta seria o de afastar de si todas as causas de sofrimento e de assegurar para si, desde aqui na Terra, uma vida de felicidades. Ora, se há males que a inteligência humana tem o dever e os meios de conjurar e de destruir, — por exemplo, aqueles que provêm do meio terrestre — há outros, inerentes à nossa natureza moral, que só a dor e a compreensão podem dominar e vencer; tais são os nossos vícios. Nesse caso, a dor torna-se uma escola, ou melhor, um remédio indispensável e as provas suportadas são apenas uma repartição equitativa da infalível justiça. É, portanto, a nossa ignorância dos fins objetivados por Deus que nos faz recriminar a ordem domundo e suas leis. Se as criticamos é porque ignoramos osmeios ocultos.

O destino é a resultante, através das nossas vidas sucessivas, dos nossos atos e das nossas livres resoluções. Mais esclarecidos sobre nossas imperfeições, no estado de espíritos, preocupados com os meios de atenuá-los, aceitamos a vida material sob a forma e nas condições que nos parecem próprias para realizar esse objetivo.

Os fenômenos do hipnotismo e da sugestão mental explicam o que acontece, em caso semelhante, sob a influência de nossos protetores espirituais. No estado de sonambulismo, a alma, sob a sugestão do magnetizador, empenha-se em executar tal ou qual ato, num dado tempo. De retorno ao estado de vigília, sem ter conservado nenhuma lembrança aparente dessa promessa, executa-a exatamente. Da mesma maneira, resoluções são tomadas antes de renascer; mas, chegada a hora, ela se adianta à frente dos acontecimentos previstos e deles participa na medida necessária ao seu adiantamento ou à execução da inelutável lei.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

INFLUXOS MENTAIS : HARMONIA E PADRÃO VIBRATÓRIO - - - - - - - "Quanto mais nos avizinhamos da esfera animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do espírito, maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina.

 


O INSTRUTOR CLARENCIO, NOS OFERECE UMA VERDADEIRA AULA SOBRE NOSSOS PENSAMENTOS E VONTADES ATUANDO EM NOSSOS CENTROS DE FORÇA , TANTO NA MANUTENÇÃO DO EQUILÍBRIO QUANTO NO  DESEQUILÍBRIO, ,FALA A  RESPEITO DO PADRÃO VIBRATÓRIO QUE DETERMINA NOSSO PESO ESPECÍFICO E POR CONSEQUÊNCIA NOSSO HABITAT NO PLANO ESPIRITUAL, TECENDO COMENTÁRIOS SOBRE A FISIOLOGIA DO PERISPÍRITO! APRECIEM!





[...]”Como não desconhecem, o nosso corpo de matéria rarefeita está intimamente regido por sete centros de força, que se conjugam nas ramificações dos plexos e que, vibrando em sintonia uns com os outros, ao influxo do poder diretriz da mente, estabelecem, para nosso uso, um veículo de células elétricas, que podemos definir como sendo um campo eletromagnético, no qual o pensamento vibra em circuito fechado. Nossa posição mental determina o peso específico do nosso envoltório espiritual e, conseqüentemente, o “habitat” que lhe compete. Mero problema de padrão vibratório. Cada qual de nós respira em determinado tipo de onda. Quanto mais primitiva se revela a condição da mente, mais fraco é o influxo vibratório do pensamento, induzindo a compulsória aglutinação do ser às regiões da consciência embrionária ou torturada, onde se reúnem as vidas inferiores que lhe são afins. O crescimento do influxo mental, no veículo eletromagnético em que nos movemos, após abandonar o corpo terrestre, está na medida da experiência adquirida e arquivada em nosso próprio espírito. Atentos a semelhante realidade, é fácil compreender que sublimamos ou desequilibramos o delicado agente de nossas manifestações, conforme o tipo de pensamento que nos flui da  íntima. Quanto mais nos avizinhamos da esfera animal, maior é a condensação obscurecente de nossa organização, e quanto mais nos elevamos, ao preço de esforço próprio, no rumo das gloriosas construções do espírito, maior é a sutileza de nosso envoltório, que passa a combinar-se facilmente com a beleza, com a harmonia e com a luz reinantes na Criação Divina.

[...] Tal seja a viciação do pensamento, tal será a desarmonia no centro de força, que reage em nosso corpo a essa ou àquela classe de influxos mentais. Apliquemos à nossa aula rápida, tanto quanto nos seja possível, a terminologia trazida do mundo, para que vocês consigam fixar com mais segurança os nossos apontamentos. Analisando a fisiologia do perispírito, classifiquemos os seus centros de força, aproveitando a lembrança das regiões mais importantes do corpo terrestre. Temos, assim, por expressão máxima do veículo que nos serve presentemente, o “centro coronário” que, na Terra, é considerado pela filosofia hindu como sendo o lótus de mil pétalas, por ser o mais significativo em razão do seu alto potencial de radiações, de vez que nele assenta a ligação com a mente, fulgurante sede da consciência. Esse centro recebe em primeiro lugar os estímulos do espírito, comandando os demais, vibrando todavia com eles em justo regime de interdependência. Considerando em nossa exposição os fenômenos do corpo físico, e satisfazendo aos impositivos de simplicidade em nossas definições, devemos dizer que dele emanam as energias de sustentação do sistema nervoso e suas subdivisões, sendo o responsável pela alimentação das células do pensamento e o provedor de todos os recursos eletromagnéticos indispensáveis à estabilidade orgânica. É, por isso, o grande assimilador das energias solares e dos raios da Espiritualidade Superior capazes de favorecer a sublimação da alma. Logo após, anotamos o “centro cerebral”, contíguo ao “centro coronário”, que ordena as percepções de variada espécie, percepções essas que, na vestimenta carnal, constituem a visão, a audição, o tato e a vasta rede de processos da inteligência que dizem respeito à palavra, à cultura, à arte, ao saber. É no “centro cerebral” que possuímos o comando do núcleo endocrínico, referente aos poderes psíquicos. Em seguida, temos o “centro laríngeo”, que preside aos fenômenos vocais, inclusive às atividades do timo, da tireóide e das paratireóides. Logo após, identificamos o “centro cardíaco”, que sustenta os serviços da emoção e do equilíbrio geral. Prosseguindo em nossas observações, assinalamos o “centro esplênico” que, no corpo denso, está sediado no baço, regulando a distribuição e a circulação adequada dos recursos vitais em todos os escaninhos do veículo de que nos servimos. Continuando, identificamos o “centro gástrico”, que se responsabiliza pela penetração de alimentos e fluidos em nossa organização e, por fim, temos o “centro genésico”, em que se localiza o santuário do sexo, como templo modelador de formas e estímulos.

O instrutor fez pequena pausa de repouso e prosseguiu: – Não podemos olvidar, porém, que o nosso veículo sutil, tanto quanto o corpo de carne, é criação mental no caminho evolutivo, tecido com recursos tomados transitoriamente por nós mesmos aos celeiros do Universo, vaso de que nos utilizamos para ambientar em nossa individualidade eterna a divina luz da sublimação, com que nos cabe demandar as esferas do Espírito Puro. Tudo é trabalho da mente no espaço e no tempo, a valer-se de milhares de formas, a fim de purificar-se e santificar-se para a Glória Divina.

[...]– Quando a nossa mente, por atos contrários à Lei Divina, prejudica a harmonia de qualquer um desses fulcros de força de nossa alma, naturalmente se escraviza aos efeitos da ação desequilibrante, obrigando-se ao trabalho de reajuste.

 

Fonte: Livro Entre a Terra e o Céu- Francisco Cândido Xavier em parceria com Espírito de André Luiz.

CAP. 20 CONFLITOS DA ALMA 36§ À 40 §

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

O INSTRUTOR GÚBIO, NOS ALERTA DAS RELAÇÕES : PENSAMENTO, VONTADE , SINTONIA E DOENÇAS -------[...]Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa...

 

[...]O espírito encarnado respira numa zona de vibrações mais lentas, enfaixado num veículo constituído de trilhões de células que são outras tantas vidas microscópicas inferiores. Cada vida, porém, por mais insignificante, possui expressão magnética especial. A vontade, não obstante condicionada por leis cósmicas e morais, inclinará a comunidade dos corpúsculos vivos que permanecem a seu serviço por tempo limitado, à maneira do eletricista que liga as forças da usina para atividades num charco ou para serviços numa torre. Sendo cada um de nós uma força inteligente, detendo faculdades criadoras e atuando no Universo, estaremos sempre engendrando agentes psicológicos, através da energia mental, exteriorizando o pensamento e com ele improvisando causas possíveis, cujos efeitos podem ser próximos ou remotos sobre o ponto de origem. Abstendo-nos de mobilizar a vontade, seremos invariáveis joguetes das circunstâncias predominantes, no ambiente que nos rodeia; contudo, tão logo deliberemos manobrá-la, é indispensável resolvamos o problema de direção, porquanto nossos estados pessoais nos refletirão a escolha íntima. Existem princípios, forças e leis no universo minúsculo, tanto quanto no universo macrocósmico. Dirija um homem a sua vontade para a idéia de doença e a moléstia lhe responderá ao apelo, com todas as características dos moldes estruturados pelo pensamento enfermiço, porque a sugestão mental positiva determina a sintonia e receptividade da região orgânica, em conexão com o impulso havido, e as entidades microbianas, que vivem e se reproduzem no campo mental das milhões de pessoas que as entretêm, acorrerão em massa, absorvidas pelas células que as atraem, em obediência às ordens interiores, reiteradamente recebidas, formando no corpo a enfermidade idealizada. Claro que nesse capítulo temos a questão das provas necessárias, nos casos em que determinada personalidade renasce, atendendo a impositivos das lições expiatórias, mas, mesmo aí, o problema de ligação mental é infinitamente importante, porquanto o doente que se compraz na aceitação e no elogio da própria decadência acaba na posição de excelente incubador de bactérias e sintomas mórbidos, enquanto que o espírito em reajustamento, quando reage, valoroso, contra o mal, ainda mesmo que benéfico e merecido, encontra imensos recursos de concentrar-se no bem, integrando-se na corrente de vida vitoriosa.[...]

[...]– Nossa mente é uma entidade colocada entre forças inferiores e superiores, com objetivos de aperfeiçoamento. Nosso organismo perispiritual, fruto sublime da evolução, quanto ocorre ao corpo físico na esfera da Crosta, pode ser comparado aos pólos de um aparelho magneto-elétrico. O espírito encarnado sofre a influenciação inferior, através das regiões em que se situam o sexo e o estômago, e recebe os estímulos superiores, ainda mesmo procedentes de almas não sublimadas, através do coração e do cérebro. Quando a criatura busca manejar a própria vontade, escolhe a companhia que prefere e lança-se ao caminho que deseja. Se não escasseiam milhões de influxos primitivistas, constrangendo-nos, mesmo aquém das formas terrestres a entreter emoções e desejos, em baixos círculos, e armando-nos quedas momentâneas em abismos do sentimento destrutivo, pelos quais já peregrinamos há muitos séculos, não nos faltam milhões de apelos santificantes, convidando-nos à ascensão para a gloriosa imortalidade.


Trecho da Palestra de Gúbio , retirada do Livro Libertação de Francisco Cândido Xavier em parceria com André Luiz.

FONTE:LIBERTAÇÃO-CAP.2 " A palestra do Instrutor" 

15º§ à 17º§

quinta-feira, 23 de maio de 2019

O que os pais devem saber

Revista o Reformador - setembro de 1963


[...]Enquanto trocavam palavras ásperas e impensadas, suas mentes,descontroladas pela ira, emitiam vibrações que tornavam deletéria a atmosfera psíquica da casa. Ao sofrer o impacto do ambiente viciado , o pequeno ser tornou-se vítima da insensatez de seus genitores.[...]Não podemos olvidar , para uma perfeita compreensão do fenômeno , que a nossa mente funciona qual autêntico gerador de força magnética, a expandir-se através de pensamentos e palavras.[...] se nos domina a cólera,o rancor , o ódio, o ciúme , a inveja , o desespero ou a revolta, desregulamos os centros de energia mental e passamos a emitir , qual instalação elétrica em curto-circuito, raios destruidores que comprometem nossa estabilidade espiritual e a salubridade do ambiente em que estivermos.[...]Há mães que envenenam o leite materno com pensamentos menos dignos; pais que levam para seus filhos as mais nocivas influências escolhidas no vício, e casais que, em constantes desavenças, formam lares de clima psíquico irrespirável para os pequenos.[...]há aqueles que desencarnam quando deveriam continuar no mundo , apenas por não suportarem o ambiente do lar.


   O termômetro marca quarenta graus. A criança debate-se em convulsões próprias de tão elevada temperatura. Constatada a infecção pelo clínico familiar , a medicação antibiótica é aplicada sem demora , sob a expectativa ansiosa dos pais , que não se afastam do leito bem cuidado. A febre parece não ceder e , enquanto a madrugada avança lentamente , eles permanecem em dolorosa vigília e ardentes orações.
   Acompanhando a silenciosa luta do frágil ser contra a morte, indagam de si mesmos como pudera a enfermidade assumir características tão avassaladoras! Evidentemente , uma causa houvera! Algo que enfraquecera as defesas orgânicas , permitindo a incursão dos bacilos provocadores do grave processo patológico! Como teria acontecido , se todos os cuidados eram dispensados ao rebento querido, desde a rigorosa higiene no mais perfeito regime alimentar!?
   Nunca poderiam imaginar, no entanto, que foram uma lamentável descuido de sua parte que envenenara a criança, comprometendo a ação dos agentes imunológicos.Mas um envenenamento que não deixara vestígios e que jamais seria descoberto.
    Dias antes tiveram violenta discussão, dessas comuns em lares que não são habitados pelo respeito, pelo entendimento e pela tolerância. Enquanto trocavam palavras ásperas e impensadas, suas mentes,descontroladas pela ira, emitiam vibrações que tornavam deletéria a atmosfera psíquica da casa. Ao sofrer o impacto do ambiente viciado , o pequeno ser tornou-se vítima da insensatez de seus genitores.

   Não podemos olvidar , para uma perfeita compreensão do fenômeno , que a nossa mente funciona qual autêntico gerador de força magnética, a expandir-se através de pensamentos e palavras. Quando nos mantemos equilibrados na serenidade , suas emissões são sempre salutares , favorecendo a harmonia ao nosso derredor. Entretanto , se nos domina a cólera,o rancor , o ódio, o ciúme , a inveja , o desespero ou a revolta, desregulamos os centros de energia mental e passamos a emitir , qual instalação elétrica em curto-circuito, raios destruidores que comprometem nossa estabilidade espiritual e a salubridade do ambiente em que estivermos.
   Sendo estas explosões mais frequentes na intimidade do lar,onde se rompe com maior facilidade o leve verniz de civilidade que a vida em sociedade impõe, as crianças são as primeiras a sofrer as consequências, em virtude de sua frágil constituição.
   As cefalalgias, a urticária , os ataques convulsivos ,as perturbações digestivas, etc.,são males infantis que causam grande preocupação aos pais , os quais, entretanto,facilitam com sua conduta irregular e desajustada a eclosão de tais distúrbios.
  Há mães que envenenam o leite materno com pensamentos menos dignos; pais que levam para seus filhos as mais nocivas influências escolhidas no vício, e casais que, em constantes desavenças, formam lares de clima psíquico irrespirável para os pequenos.

   Muitos Espíritos partem da Terra, diariamente , deixando a vestimenta carnal nos verdes anos da infância , por atender a imperativos de experiências e provações. Entretanto, há aqueles que desencarnam quando deveriam continuar no mundo , apenas por não suportarem o ambiente do lar. Os Espíritos amigos,os chamados anjo de guarda, procuram facultar-lhes todos os recursos de sobrevivência , salvaguardando-os de semelhantes males, mas há ocasiões em que vêem infrutíferos seus esforços , tão violento é o impacto das vibrações deletérias em que são envolvidos os pequeninos, em virtudes da criminosa imprudência daqueles que não medem a extensão das responsabilidades que assumiram perante Deus , ao aceitarem a sagrada missão da paternidade..

    Quando aconselhamos a sofrear seus maus impulsos, muitos dizem, simplesmente: "Impossível , pois meu gênio é este!È a minha natureza!"

    Todavia, tal afirmativa encerra um absurdo inconcebível e apenas revela orgulho e ignorância. Aceitá-la seria admitir que Deus criasse espíritos violentos e viciados! Os sentimentos inferiores que dominam a alma humana são apenas fruto de seus desastrosos fracassos , no passado.

    Perecerá, talvez, nem sempre convincente falar aos homens que o caminho de regresso  à Casa Paterna e, consequentemente , o caminho da salvação, é o da renovação à luz do Evangelho, em combate corajoso e perseverante contra suas infelizes criações. Mas a Doutrina dos Espíritos vai além, e é extraordinariamente persuasiva quando , usando a lógica irretorquível da filosofia edificada sobre as bases científicas, fala no que existe de mais nobre e puro em seus corações - o amor que dedicam aos filhos- e revela que para o perfeito desenvolvimento físico e espiritual dos rebentos queridos, que resumem suas mais caras esperanças, a alimentação sadia,  o vestuário adequado e os cuidados higiênicos são importantes,mas a harmonia no lar, garantida pelo esforço da virtude, é indispensável!

    Recusar atender-lhe às advertências seria demonstrar a triste cegueira de quem não quer ver!

Richard Simonetti

terça-feira, 11 de novembro de 2014

NOSSA CASA. "A mente é a casa onde cada um de nós reside..."(...)Se encontramos alegria na crítica ou na perversidade, naturalmente nos demoramos no cárcere escuro da maledicência ou do crime..."

NOSSA  CASA

Emmanuel
 
A mente é a casa onde cada um de nós reside, segundo as nossas próprias concepções.
A imaginação é o arquiteto de nosso verdadeiro domicílio.
Se julgarmos que o ouro é o material adequado à nossa construção, cedo sofremos a ventania destruidora ou enregelante da ambição e da inveja, do remorso e do tédio, que costuma envolver a fortuna, em seu castelo de imprevidência.
Se supomos que o poder humano deve ser o agasalho de nosso Espírito, somos apressadamente defrontados pela desilusão que habitualmente coroa a fronte das criaturas enganadas pelos desvarios da autoridade.
Se encontramos alegria na crítica ou na perversidade, naturalmente nos demoramos no cárcere escuro da maledicência ou do crime.
Moramos, em espírito, onde projetamos nosso pensamento.
Respiramos o bem ou o mal, de acordo com as nossas preferências na vida.
Na Terra, muitas vezes temos a máscara física emoldurada em honrarias e esplendores, conservando-nos intimamente em deploráveis cubículos de padecimentos e trevas.
Só o trabalho incessante no bem pode oferecer-nos a milagrosa química do amor para a sublimação de nosso lar interno.
Por isso mesmo, disse Jesus: - “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também”
Idealizemos mais luz para o nosso caminho.
Abracemos o serviço infatigável aos nossos semelhantes e a nossa experiência, de alicerces na Terra, culminará feliz e vitoriosa, nos esplendores do Céu.
(De “Coragem”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)
 

segunda-feira, 31 de março de 2014

Vigia a Palavra(...)"A palavra é a expressão do pensamento que, por sua vez, em última análise, é tua própria identidade....

Vigia a Palavra

"Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disso passar vem do maligno."- Mateus 5-37

Não utilizes a palavra a esmo e não deixes de ser transparente em tuas opiniões.
O sofisma é sempre uma artimanha das trevas para ocultar a Verdade.
Jesus falava com simplicidade e, porventura, quando os apóstolos não revelavam imediata compreensão das parábolas, dispunha-se a explicá-las para que não lhes sobrepairasse qualquer dúvida no espírito.
A palavra é a expressão do pensamento que, por sua vez, em última análise, é tua própria identidade.
O verbo excessivo, por mais eloqüente e erudito, confunde, ao invés de esclarecer.
O Mestre foi claro quando sentenciou: "Seja, porém, a tua palavra: Sim, sim; não, não. O que disto passar vem do maligno."
A palavra é o instrumento do entendimento humano; os conflitos armados, a violência, e toda e qualquer expressão do mal entre os homens costumam ser antecedidos por ela.
Fala sempre modulando a tua voz em vibrações de paz.
Não converses além do que te seja necessário para confortar e esclarecer.
A palavra tem poder de indução hipnótica e de sugestão, capaz de induzir à ação os que ainda não lograram suficiente discernimento.
A responsabilidade de quem fala é quase compatível com a responsabilidade de quem faz e, não raro, chega mesmo a superá-la.
Os espíritos pseudo-sábios escondem a sua ignorância com discursos brilhantes.
Tanto quanto se faz indispensável vigiar a palavra em teus lábios, vigia os teus ouvidos...
Não ofertes sintonia ao verbo que não esteja a serviço do bem.
A palavra, através dos séculos, verbalizada ou escrita, tem sido cativeiro para a Humanidade, em seus anseios de conhecimento da verdade que liberta.
Pondera o que dizes e não te faças, consciente ou inconscientemente, instrumento do "maligno".
Haverás também de responder, mais tarde, pela menor palavra que pronunciaste de maneira inconseqüente e invigilante.

Irmão José psicografado por Carlos Baccelli

sexta-feira, 5 de julho de 2013

A importância da palavra na doutrinação e em nosso dia a dia...

( Alguns trechos foram subtraídos para não tornar tão extenso)
IRMà CLARA

 André Luiz

XXII

(...)Por que motivo rogaria ele o concurso de outrem, quando se dirigira com tanto êxito à mente de Esteves e Armando, reencarnados? não lhes favorecera o retrocesso da memória, até os recuados dias da luta no Paraguai? porque não conseguiria doutrinar também a desditosa irmã enferma?
O Ministro ouviu-me, tolerante, e redargüiu:
‑ Iludes-te. Nem sempre doutrinar será transformar. Efetivamente, guardo alguma força magnética suficientemente desenvolvida, capaz de operar sobre a mente de nossos companheiros em recuperação; no entanto, ainda não disponho de sentimento sublimado, suscetível de garantir a renovação da alma. Sem dúvida, dentro de minhas limitações, estou habilitado a falar à inteligência, mas não me sinto à altura de redimir corações. Para esse fim, para decifrar os complicados labirintos do sofrimento moral, é imprescindível haver atingido mais elevados degraus na humana compreensão.
Dispunha-me a desfechar novo interrogatório, contudo, nosso orientador indicou-nos bela edificação próxima.
Cercada de arvoredo, que servia de enfeite a espaçosos canteiros de flores, a residência de Clara figurou-se-nos pequeno colégio ou gracioso internato de moças.
Até certo ponto, não nos enganáramos.
A nossa anfitriã não morava num estabelecimento de ensino, entretanto, mantinha em casa um verdadeiro educandário, tão grandes e luzidas eram as assembléias instrutivas que sabia organizar.
Recebeu-nos em extenso salão, onde era atenciosamente ouvida por quatro dezenas de alunos de variadas condições, que se instalavam à vontade, em grupos diversos, sem qualquer idéia de escola assinalando o ambiente em sua feição exterior.
De olhos rasgados e lúcidos a lhe marcarem magnificamente o semblante com os traços aristocráticos do rosto emoldurados pela basta cabeleira, Clara parecia uma jovem madona, detida entre os melhores dons da mocidade e da madureza. Estendeu-nos as mãos pequenas e finas, respondendo-nos às saudações com alegria sincera.
Nosso orientador rogou excusas, pela nossa interferência no trabalho.
‑ Não se incomodem – acentuou a interlocutora, encantadoramente natural ‑, achamo-nos num curso rápido, acerca da importância da voz a serviço da palavra. Podem partilhá-lo conosco. Nossa aula é uma simples conversação ...
Fitando bondosamente o Ministro, rematou:
‑ Sentem-se. Sou eu quem pede perdão por fazê-los esperar mais um pouco. Em breves instantes, todavia, entraremos em nosso entendimento mais íntimo.
E, voltando à poltrona que nada tinha de cátedra, sem qualquer atitude professoral, tão grande era o doce ambiente de maternidade que sabia irradiar de si, começou a dizer para os aprendizes:
‑ Conforme estudamos na noite de hoje, a palavra, qualquer que ela seja, surge invariavelmente dotada de energias elétricas específicas, libertando raios de natureza dinâmica. A mente, como não ignoramos, é o incessante gerador de força, através dos fios positivos e negativos do sentimento e do pensamento, produzindo o verbo que é sempre uma descarga electromagnética, regulada pela voz. Por isso mesmo, em todos os nossos campos de atividade, a voz nos tonaliza a exteriorização, reclamando apuro de vida interior, de vez que a palavra, depois do impulso mental, vive na base da criação; é por ela que os homens se aproximam e se ajustam para o serviço que lhes compete e, pela voz, o trabalho pode se favorecido ou retardado, no espaço e no tempo.
Dentro da pausa ligeira que se fizera espontânea, simpática senhora interrogou:
‑ Mas, para que tenhamos a solução do problema, é indispensável jamais nos encolerizarmos?
‑ Sim – elucidou a instrutora, calma ‑, indiscutivelmente, a cólera não aproveita a ninguém, não passa de perigoso curto-circuito de nossas forças mentais, por defeito na instalação de nosso mundo emotivo, arremessando raios destruidores, ao redor de nossos passos ...
Sorrindo bem humorada, acrescentou:
‑ Em tais ocasiões, se não encontramos, junto de nós, alguém com o material isolante da oração ou da paciência, o súbito desequilíbrio de nossas energias estabelece os mais altos prejuízos à nossa vida, porque os pensamentos desvairados, em se interiorizando, provocam a temporária cegueira de nossa mente, arrojando-a em sensações de remoto pretérito, nas quais como que descemos quase sem perceber a infelizes experiências da animalidade inferior. A cólera,segundo reconhecemos, não pode e nem deve comparecer em nossas observações, relativas à voz. A criatura enfurecida é um dínamo em descontrole, cujo contato pode gerar as mais estranhas perturbações.
Um moço, com evidente interesse nas lições, argumentou:
‑ E se substituíssemos o termo «cólera» pelo termo «indignação»?
Irmã Clara pensou alguns instantes e redarguiu:
‑ Efetivamente, não poderíamos completar os nossos apontamentos, sem analisar a indignação como estado dalma, por vezes necessário. Naturalmente é imprescindível fugir aos excessos. Contrariar-se alguém a propósito de bagatelas e a todos os instantes do dia será baratear os dons da vida, desperdiçando-os, de modo inconseqüente, sem o mínimo proveito para si mesmo ou para os outros. Imaginemos a indignação por subida de tensão na usina de nossos recursos orgânicos, criando efeitos especiais à eficiência de nossas tarefas. Nos casos de exceção, em que semelhante diferença de potencial ocorre em nossa vida íntima, não podemos esquecer o controle da inflexão vocal. Assim como a administração da energia elétrica reclama atenção para a voltagem, precisamos vigiar a nossa indignação principalmente quando seja imperioso vertê-la através da palavra, carregando a nossa voz tão somente com a força suscetível de ser aproveitada por aqueles a quem endereçamos a carga de nossos sentimentos. É indispensável modular a expressão da frase, como se gradua a emissão elétrica...
E, ante a assembléia que lhe registrava os ensinamentos com justificável respeito, prosseguiu, depois de ligeiro intervalo:
‑ Nossa vida pode ser comparada a grande curso educativo, em cujas classes inumeráveis damos e recebemos, ajudamos e somos ajudados. A serenidade, em todas as circunstâncias, será sempre a nossa melhor conselheira, mas, em alguns aspectos de nossa luta, a indignação é necessária para marcar a nossa repulsa contra os atos deliberados de rebelião ante as Leis do Senhor. Essa elevada tensão de espírito, porém, nunca deve arrojar-se à violência e jamais deve perder a dignidade de que fomos investidos, recebendo da Divina Confiança a graça do conhecimento superior. Basta, dentro dela, a nossa abstenção dos atos que intimamente reprovamos, porque a nossa atitude é uma corrente de indução magnética. Em torno de nós, quem simpatiza conosco geralmente faz aquilo que nos vê fazer. Nosso exemplo, em razão disso, é um fulcro de atração. Precisamos, assim, de muita cautela com a palavra, nos momentos de tensão alta do nosso mundo emotivo, a fim de que a nossa voz não se desmande em gritos selvagens ou em considerações cruéis que não passam de choques mortíferos que infligimos aos outros, semeando espinheiros de antipatia e revolta que nos prejudicarão a própria tarefa.
Um amigo que acompanhava os ensinamentos, com interesse invulgar, perguntou, respeitoso:
‑ Irmã Clara, como devemos interpretar as perturbações da voz, como, por exemplo, a gaguez e a diplofonia?
‑ Sem dúvida – informou a instrutora, solícita ‑, os órgãos vocais experimentam igualmente lutas e provações quando reclamam reajuste. Por intermédio da voz, praticamos vários delitos de tirania mental e, através dela, nos cabe reparar os débitos contraídos. As enfermidades dessa ordem compelem-nos ao trabalho de recuperação no silêncio, de vez que, sofrendo a alheia observação, aprendemos pouco a pouco a governar os próprios impulsos, afeiçoando-os ao bem.
A orientadora, que falava com absoluta simplicidade e à maneira de um anjo maternal dirigindo-se aos filhinhos, comentou, ainda por alguns minutos, o tema singular com surpreendente primor de definição.
Depois, finda a aula, permaneceram no belo domicílio tão somente algumas jovens que encontravam em nossa anfitriã desvelada benfeitora.
Clara convidou-nos a pequena peça contígua e o Ministro deu-lhe a conhecer o objetivo de nossa visitação. Alguém na Terra precisava ouvi-la, a fim de modificar-se. A interlocutora perguntou, com carinho, quanto às particularidades do serviço que pretendíamos realizar.
Clarêncio resumiu o drama que nos empolgava a atenção.
Quando se inteirou de que amargurada mulher devia renunciar ao companheiro que permanecia na Terra, vimos imensa compaixão se lhe estampar no rosto. Seus olhos enevoaram-se de lágrimas que não chegaram a cair ...
Compreendi que a nobre instrutora, aureolada de soberanos valores morais, trazia consigo profundas mágoas imanifestas. Certamente, buscávamos reconforto para um coração infeliz num coração que talvez estivesse padecendo ainda mais ...
‑ Pobre criatura! – disse a orientadora, comovida.
E, afirmando-se com tempo bastante para ausentar-se, acolheu-nos o apelo e dispôs-se a seguir-nos generosamente.
 

Fonte: Livro “Entre a Terra e o Céu” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito de André Lui

Raul Teixeira: A Razão e o Querer ( Excelente palestra)


terça-feira, 2 de julho de 2013

Forças Psíquicas no Passe

Forças Psíquicas no Passe

"À medida que se vulgarizam e recebem aceitação as terapias alternativas, objetivando a saúde real, a técnica do amor ganha prestígio, por constatar-se que o fulcro de radiação'>irradiação do pensamento mantém estreito intercâmbio com a emoção. Quanto mais expressiva a quota de amor, irradiando-se em forma de energia positiva, mais favoráveis se fazem os resultados terapêuticos nos tentames de auxílio ao próximo.
O amor lúcido carreia forças plenificadoras que robustecem as áreas psíquica, emocional e física daquele a quem é dirigido.
Sendo a chave simbólica para a solução do mais intrincados problemas, ele exterioriza simpatia em sucessivas ondas de renovação que penetram o paciente, revigorando-o para o prosseguimento dos compromissos assumidos.
A canalização do amor é decorrência do pensamento que se sensibiliza pela emoção, exteriorizando força psíquica complementadora, que se dirige no mesmo rumo da afetividade.
Toda vez que Jesus foi convocado a curar, procurou despertar o suplicante para a responsabilidade da saúde, para o compromisso com a vida. Invariavelmente, interrogava-o, se queria realmente curar-se, após cuja anuência, mediante o toque o amor, Ele recuperava os órgãos afetados, restabelecendo a harmonia no ser, cuja preservação, a partir daí, dependia do mesmo.
Tocando o doente, suavemente, sem complexidades no gesto, desejando e emitindo o pensamento curador, alongando-se, psiquicamente até o necessitado onde estivesse, o seu amor reabilitava, recompunha, liberava, sarava, enfim.
A incontestável força da mente ora demonstrada em inúmeras experiências de laboratório, decorre da sua educação e da canalização que se lhe oferece, favorecendo alcançar o alvo ao qual se dirige.
O sentimento de amor que o comanda é complemento essencial para o logro da finalidade a que se destina.
Não obstante, na terapia através dos passes, além da energia mental e do sentimento de afetividade, são inestimáveis outros recursos que lhe formam e definem a qualidade superior.
Referimo-nos às aspirações íntimas, aos anseios emocionais que devem viger em todo aquele que se candidata ao labor da transfusão da bioenergia curadora.
O pensamento exterioriza o somatório das vibrações do psiquismo e, como é natural, torna-se indispensável que essas sejam constituídas de recursos positivos e saudáveis, sem as pesadas cargas deletérias dos vícios e dependências perturbadoras.
Cada qual é o que cultiva; exterioriza aquilo que elabora.
Não há milagre transformador de caráter vicioso, num momento produzindo energias salutares, que não existem naquele que pretende improvisá-las.
Todo recurso é resultado do esforço e a força psíquica se deriva dos conteúdos das ações realizadas.
Quem, portanto, deseje contribuir na terapia socorrista mediante os passes, despreocupe-se das fórmulas e das aparências, perfeitamente dispensáveis, para cuidar dos recursos morais, espirituais que devem ser desenvolvidos em si mesmo.
Tabaco, alcoólicos, drogas aditivas são grandemente perniciosos aos pacientes que lhes recebem as cargas de natureza tóxica. Igualmente, as emanações do desregramento sexual, dos distúrbios de comportamento emocional, da intriga, da maledicência, do orgulho, do ódio e seus famanazes, tornam-se de caráter destrutivo, que irão agravar o quadro daqueles que se lhes submetem.
Na terapia pelos passes, torna-se imprescindível a sintonia do doador com o passivo, a receptividade do paciente em relação ao agente, sem o que, os resultados se tornam iníquos, quando não decepcionantes.
A pedra que não tem poros, após milênios mergulhada no oceano, ao ser partida, apresenta-se seca no seu interior.
Ame-se e cure-se, quem deseje participar da solidariedade humana, no ministério do socorro aos enfermos, a fim de melhor ajudar.
Exteriorize o amor e anele firmemente pela saúde do próximo, deixando-se penetrar pela energia divina de que se fará instrumento e, exteriorizando-a com a sua própria vibração, atenda os irmãos enfraquecidos na luta, caídos na jornada, desorganizados nas paisagens do equilíbrio.
A terapia pelos passes é doação de amor e de saúde pessoal, dispensando quejandos e aparatos mecânicos de sugestão exterior".

Manoel Philomeno de Miranda

sexta-feira, 5 de abril de 2013

Aprendendo com o livro dos espiritos questão 89

 
“Quando o pensamento está em alguma parte, a alma também aí está, pois que é a alma quem pensa. O pensamento é um atributo.”
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O Espírito é uma chama divina, consciente, e o pensamento é seu atributo, cuja força pode levá-lo aonde quer que seja, desde que tenha condições para tais viagens. O universo é uma casa grande, mas nem todos os Espíritos podem andar nos departamentos desta casa de Deus. Existem muitos limites, de acordo com a posição da alma na escala a que pertence. Há muitos Espíritos que, ao desencarnarem, não saem das casas onde viveram como encarnados; outros, ficam ligados aos despojos nos cemitérios, e outros, ainda, ficam perambulando pelas ruas e lugares que se afinizaram com os seus sentimentos. O ódio em demasia faz pesar o corpo espiritual; assim a inveja, o ciúme, a maledicência, o orgulho e o egoísmo, de modo que a volitação fica difícil para essas entidades, e os seus corpos ficam chumbados ao solo terreno.
O pensamento é uma propriedade elástica do Espírito e seus poderes ultrapassam as pálidas deduções dos homens. Dependendo de quem pensa, podem os pensamentos, emitidos em determinados lugares, trazer de volta à mente as imagens e as impressões do ambiente que se deseja e deste modo ficar sabendo o que se passa. A força mental do Espírito superior é como um verdadeiro milagre, sob o comando da sua vontade. O poder da mente do Espírito puro é sem limites, porém, mesmo dotado de todas essas conquistas, respeita, dentro da ordem do universo, os seus irmãos menores, que estão passando por certos aprendizados, sob o controle da dor. Todavia, há casos em que eles intervêm com a misericórdia de Deus, em nome da mesma lei de justiça, ajudando aos que sofrem, quando a condição do sofredor pede esse amparo, para que possa servir melhor, aproveitando oportunidade difícil de ser granjeada. Os recursos são diversos e Deus é Amor!
 
Miramez por João Nunes Maia

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

RENOVEMOS NOSSA MENTE


"O homem bom tira coisas boas do bom tesouro de seu coração; e o homem mau tira coisas más do mau tesouro de seu coração."(MATEUS, 12:35.)
Coração, no caso vertente, não é o órgão que exerce as funções de uma bomba impelindo o sangue na irrigação geral do nosso corpo.

Trata-se da natureza dos pensamentos e dos sentimentos que nosso espírito irradia, isto é: do estado de nossa mente; das visões, das imagens que cria e desenvolve; do modo e da maneira com que ela discerne e ajuíza de tudo que vemos, de tudo que cai sob o domínio da nossa percepção.

Da boa ou má função da mente depende a boa ou má direção que tomamos no caminho da vida; o bom ou mau Juízo que emitimos a propósito de todas as coisas; os bons ou os maus atos que praticamos.

Os nossos destinos estão na dependência direta da nossa mente: serão fatalmente o que ela determinar que sejam.
O primeiro passo, portanto, a dar, na obra de nossa salvação, deve constar do estudo meticuloso da nossa mente.
Que espécie de pensamentos engendramos?
Que gênero de visões e de imagens nossa mente se compraz em acalentar?
Como costumamos julgar os atos dos nossos semelhantes?
Que juízo fazemos de Deus e de sua justiça, do amor e do dever?
Que é que de preferência nos afeta mais profundamente?
Em suma, qual o nosso ideal?

Tal é, em resumo, o problema da vida.
Nada conseguiremos no sentido de nossa melhoria e de nosso progresso, sob qualquer aspecto, enquanto não prestarmos acurada atenção às condições de nossa mente.
Não haverá reforma possível em nosso caráter, sem que previamente se tenha verificado uma mudança em nossa mente.

O grande Paulo, profundo conhecedor da psicologia da evolução espiritual, assim escrevia aos romanos (Romanos, 12:1 e 2):
- "Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos corpos como um sacrifício vivo, santo e agradável a Deus; pois em tal importa o culto racional; e não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que saibais qual é a boa, agradável e perfeita vontade de Deus".

A doutrina de Paulo é, portanto, a reprodução da de Jesus.
Paulo empregou a palavra mente, e Jesus usou o termo coração.

A fonte de todo o bem é por sua vez a fonte de todo o mal.
É do coração ou da mente que procedem os pensamentos pecaminosos, o orgulho, o ódio, a inveja, o ciúme, as contendas, o dolo, a corrupção, a avareza.
Da mesma sorte, é do coração, é da mente que afloram os ideais puros e elevados, a palavra convincente e sincera, a virtude enfim sob os vários aspectos em que ela se desdobra.
A obra de nossa redenção depende, em síntese, da reforma de nossos corações, ou, na palavra de Paulo, da renovação da nossa mente.
Devemos, pois, cultivá-la, extirpando dela todas as formas de egoísmo, para dar lugar à frutificação das múltiplas modalidades do amor.
Tudo o mais que se pretenda fazer, fora desse trabalho de autoeducação da mente, não passa de um erro religioso, e de uma superstição.
Vinicius
Livro: O Mestre na Educação

segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

RENOVAÇÃO


As revelações dos Espíritos convidam naturalmente a ideais mais elevados, a propósitos
mais edificantes.
Para as inteligências realmente dispostas à renunciação da animalidade, são elas sublime
incentivo à renovação interior, modificando a estrutura fluídica do ambiente mental que
lhes é próprio.
Se a civilização exige o desbravamento da mata virgem, para que cidades educadas
surjam sobre o solo e para que estradas se rasguem soberanas, é indispensável a
eliminação de todos os obstáculos, à custa do sacrifício daqueles que devotam ao
apostolado do progresso.
A Humanidade atual, em seu aspecto coletivo, considerada mentalmente, ainda é a
floresta escura, povoada de monstruosidades.
Se nos fundamentos evolutivos da organização planetária encontramos os animais préhistóricos,
oferecendo a predominância do peso e da ferocidade sobre quaisquer outros
característicos, nos alicerces da civilização do espírito ainda perseveram os grandes
monstros do pensamento, constituídos por energias fluídicas, emanadas dos centros de
inteligência que lhes oferecem origem.
Temos, assim, dominando ainda a formação sentimental do mundo, os mamutes da
ignorância, os megatérios da usura, os iguanodontes da vaidade ou os dinossauros da
vingança, da barbárie, da inveja ou da ira.
As energias mentais do habitantes da Terra tecem o envoltório que os retém à superfície
do Globo. Raros são aqueles cuja mente vara o teto sombrio com os raios de luz dos
sentimentos sublimados que lhes fulguram no templo íntimo.
O pensamento é o gerador dos infracorpúsculos ou das linhas de força do mundo
subatômico, criador de correntes de bem ou de mal, grandeza ou decadência, vida ou
morte, segundo a vontade que o exterioriza e dirige. E a moradia dos homens ainda está
mergulhada em fluidos ou em pensamentos vivos e semicondensados de estreiteza
espiritual, brutalidade, angústia, incompreensão, rudeza, preguiça, má-vontade, egoísmo,
injustiça, crueldade, separação, discórdia, indiferença, ódio, sombra e miséria...
Com a demonstração da sobrevivência da alma, porém, a consciência humana adquire
domínio sobre as trevas do instinto, controlando a corrente dos desejos e dos impulsos,
soerguendo as aspirações da criatura para níveis mais altos.
Os corações despertados para a verdade começam a entender as linhas eternas da
justiça e do bem. A voz do Cristo é ouvida sob nova expressão na mais profunda acústica
da alma.
Quem acorda converte-se num ponto de luz no serro denso da Humanidade, passando a
produzir fluidos ou forças de regeneração e redenção, iluminando o plano mental da Terra
para a conquista da vida cósmica no grande futuro.
Em verdade, pois, nobre é a missão do Espiritismo, descortinando a grandeza da
universalidade divina à acanhada visão terrestre; no entanto, muito maior é muito mais
sublime é a missão do nosso ideal santificante com Jesus para o engrandecimento da
própria Terra, a fim de que o Planeta se divinize para o Reino do Amor Universal.

Livro: Roteiro
Chico Xavier/Emmanuel

sábado, 8 de dezembro de 2012

19 Inveja


Remanescente dos atavismos inferiores, a inveja é fraqueza moral, a
perturbar as possibilidades de luta do ser humano.
Ao invés de empenhar-se na autovalorização, o paciente da inveja lamenta
o triunfo alheio e não luta pelo seu; compete mediante a urdidura da intriga e
da maledicência; aguarda o insucesso do adversário, no que se compraz;
observa e persegue, acoimado por insidiosa desdita íntima.
Egocêntrico, não saiu da infância psicológica e pretende ser o único centro
de atenção, credor de todos os cultos e referências.
Insidiosa, a inveja é resultado da indisciplina mental e moral que não
considera a vida como patrimônio divino para todos, senão, para si apenas.
Trabalha, por inveja, para competir, sobressair, destacar-se. Não tem ideal,
nem respeito pelas pessoas e pelas suas árduas conquistas.
Normalmente moroso e sem determinação, resultado da sua morbidez
inata, o enfermo de inveja nunca se alegra com a vitória dos outros, nem com a
alheia realização.
A inveja descarrega correntes mentais prejudiciais dirigidas às suas
vítimas, que somente as alcançam se estiverem em sintonia, porém cujos
danos ocorrem no fulcro gerador, perturbando-lhe a atividade, o
comportamento.
A terapia para a inveja consiste, inicialmente, na-cuidadosa reflexão do eu
profundo em torno da sua destinação grandiosa, no futuro, avaliando os recursos
de que dispõe e considerando que a sua realidade é única, individual, não
podendo ser medida nem comparada com outras em razão do processo da
evolução de cada um.
O cultivo da alegria pelo que é e dos recursos para alcançar outros novos
patamares enseja o despertar do amor a si mesmo, ao próximo e a Deus, como
meio e meta para alcançar a saúde ideal, que lhe facultará a perfeita
compreensão dos mecanismos da vida e as diferenças entre as pessoas,
formando um todo holístico na Grande Unidade.

Livro: O Ser Consciente
Divaldo/Joana de Angelis

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 26

 
 

terça-feira, 13 de novembro de 2012

EVANGELHO E PAZ

EVANGELHO  E  PAZ
Emmanuel

 

I
Deixo-vos a paz, a minha paz vos dou;
Não vô-la dou como o mundo a dá.
JESUS, JOÃO, 14:27.
 
O bem semeia a vida, o mal semeia a morte. O primeiro é o movimento evolutivo na escala ascensional para a Divindade, o segundo é a estagnação.
                          ........................................................
O PROBLEMA da paz é questão de fraternidade, em todas as latitudes. E o Evangelho do Cristo constitui o manancial divino, em cujas correntes de água viva pode o coração renovar-se para a vitória do legítimo entendimento.
Guerras, discórdias, crises, representam a resultante da grande desarmonia que a ausência do amor estabeleceu no caminho da inteligência.
A concórdia real jamais será incubada por decretos políticos ou por princípios apressados de filosofia salvacionista, nas relações dos homens entre sí, e para a harmonia individual não valem tão-somente a argumentação da psiquiatria e as descobertas preciosas da ciência médica.
A incompreensão das criaturas torna sombrios todos os caminhos da Terra e o valor da carne sofre a influenciação da angústia que ele mesmo projeta.
Outro recurso não nos resta, além daquele que conduz com a justa retificação.
O Grande Médico e Sublime Renovador do mundo ainda é o Cristo que revelou o ministério do sacrifício pessoal por lição inesquecível de ressurreição e triunfo.
“Ajuda ao que te persegue e calunia. Ora pelos que te odeiam. Serve sem aguardar retribuição. Renuncia a ti mesmo, toma a cruz da abnegação em favor dos que te cercam e segue, de ânimo robusto, para diante. Aquele que te pede a capa, dá igualmente a túnica. Ao que te exigir a jornada de mil passos, caminha com ele dois mil”.
Semelhantes ensinamentos pairam sobre a fronte da Humanidade, concitando-a à vida nova.
A organização mental é um instrumento que, ajustado ao Evangelho, deixa escapar às vibrações harmônicas do amor, sem cujo domínio a vida em sí prosseguirá desequilibrada, fora dos objetivos superiores, a que indiscutivelmente se destina.
Há produção de pensamentos no mundo, como existe a produção de flores e batatas. Criamos, em torno de nós, a atmosfera de ordem ou perturbação, quanto incentivamos a seara de trigo ou suportamos, por relaxamento, a colheita compulsória de ervas daninhas.
Induzindo-nos ao trabalho construtivo com bases no devotamento pessoal pelo bem de todos, a mensagem de Jesus compele-nos a irradiar fé e paciência, serenidade e bom ânimo, com atividade plena e infatigável a benefício da alegria comum. Habituamo-nos, assim, a compreender as necessidades do vizinho, guardando um coração educado para auxiliar sempre, cedendo de nosso egoísmo ao alheio contentamento.
Sob tais moldes, a experiência do lar é mais sadia e mais nobre, o clima de confiança possibilita sólidos alicerces à felicidade e caminhamos para a frente de espírito arejado, pronto a socorrer todas as dores e a contribuir na equação dos problemas de quantos procuram a bênção do progresso junto de nós.
A comunhão com Jesus sublima as secreções ocultas da alma, proporcionando-nos acesso fácil ao manancial de forças renovadoras do ser ou de hormônios espirituais da vida eterna.
Afeiçoando-nos ao Mestre Sublime, seremos verdadeiros irmãos uns dos outros.
Em nosso coração e em nossa mente reside a sementeira da luz.
Auxiliando-a com a boa vontade, sob a inspiração ativa e constante da Boa Nova, no esforço mútuo de compreensão das nossas necessidades e problemas que exigem o concurso incessante do amor, alcançaremos, mais cedo, a vitória da saúde e da alegria, do aperfeiçoamento e da redenção.

(Francisco Cândido Xavier por Espíritos Diversos. in: Nosso Livro)