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domingo, 26 de maio de 2019

Mediunidade em Exercício

Nenhum médium é orientador-mor da casa espírita. Ele não é infalível e os espíritos que se expressam por seu intermédio ainda não são conhecedores da verdade integral.

Não deve, portando, o medianeiro extrapolar de suas funções,tanto quanto possível evitando se imiscuir nos assuntos de ordem administrativa,e nem colocar a sua mediunidade a serviço da curiosidade dos dirigentes que desejam abordar o Mundo Espiritual na solução dos impasses que surgem.
A mediunidade deve ser um fator de crescimento para o grupo, não centralizando decisões e transferindo responsabilidades.

Os Espíritos Amigos não se envolvem nas questões que competem aos integrantes da equipe cabe-lhes desenvolver o bom senso, dialogando fraternalmente na exposição transparente de suas idéias. As orientações espirituais neste sentido,quando acontecem,são sempre de ordem geral, e , da parte dos espíritos esclarecidos,jamais descem a detalhes onde o excesso de palavras anula a ação.

Não se deve marginalizar a opinião do medianeiro em assuntos administrativos, mas, por outro lado, dele não deve ser a última palavra.

Imaginemos a casa espírita onde nada se fizesse sem que o médium, guindado à condição de oráculo, fosse consultado...A mediunidade é assessoria espiritual a que se deve recorrer quando estritamente necessário,sob pena de banalização.Os Espíritos Superiores não existem para substituir o esforço humano, e a mediunidade não tem a função de isentar o homem das experiências que necessite vivenciar.

Espíritos desencarnados dominadores estimam controlar o grupo em suas decisões, desde , é evidente, que encontrem no instrumento mediúnico a ressonância indispensável.Médiuns personalistas, com extrema facilidade concedem passividade aos espíritos centralizadores.Associam-se em seus propósitos,assumindo grave responsabilidade pela manipulação psicológica do grupo..

Neste sentido, seria mesmo interessante que o medianeiro, evitando ser manipulado por dirigentes inescrupulosos, por outro lado se eximisse de aceitar qualquer cargo de direção, limitando-se a cumprir com a sua tarefa de médium.
Muitos medianeiros se perdem quando aceitam, de encarnados e desencarnados, as sugestões que lhes excitam a vaidade, induzido-os a pretender posição de liderança no movimento, ou esta ou aquela condição de relevo no templo espírita.

A sintonia com o Mundo Espiritual Superior carece de ser acalentada; se o medianeiro interessado em melhores contatos psíquicos não conceder espaço mental para as idéias que deseja intermediar, as suas faculdades não se verticalizarão...

A influência do trabalho do médium no grupo a que se vincule acontecerá naturalmente, desde, é claro, que as suas conseqüências morais se façam sentir.

Quando sincero, o medianeiro irradiará as suas vibrações convincentes que, através do exemplo nobre, terminarão por se impor sem que, na maioria das vezes, as palavras articuladas sejam necessárias. Nenhum discurso mais eloqüente do que o da própria conduta!

Que medianeiro algum pretenda o poder, revivendo as experiências infelizes do pretérito quando, em outra roupagem física, estimava a presença de vassalos aos seus pés.

Livro: Conversando com os Médiuns.
Espírito: Odilon Fernandes.
Médium: Carlos A. Baccelli.

sábado, 25 de novembro de 2017

Médiuns Curadores--- [...]O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.[...]Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”[...]nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente

Um oficial de caçadores, espírita de longa data, e um dos numerosos exemplos de reformas morais que o Espiritismo pode operar, nos transmite estes detalhes:

“Caro mestre,
“Aproveitamos as longas horas de inverno para nos entregarmos com ardor ao desenvolvimento de nossas faculdades mediúnicas. A tríade do 4.º regimento de caçadores, sempre unida, sempre viva, inspira-se em seus deveres, e ensaia novos esforços. Sem dúvida desejais conhecer o objeto de nossos trabalhos, a fim de saber se o campo que cultivamos não é estéril. Podereis julgá-lo pelos detalhes seguintes:
“De alguns meses para cá, nossos trabalhos têm por objeto o estudo dos fluidos. Esse estudo desenvolveu em nós a mediunidade curadora, de forma que agora a aplicamos com sucesso. Há alguns dias, uma simples emissão fluídica de cinco minutos, com minha mão, bastou para tirar uma nevralgia violenta.
“Há vinte anos a Sra. P... estava afetada por uma hiperestesia aguda ou exagerada sensibilidade da pele, moléstia que há quinze anos a retinha em seu quarto. Ela mora numa pequena cidade vizinha, e tendo ouvido falar de nosso grupo espírita, veio buscar alívio junto de nós. Ao cabo de trinta e cinco dias ela voltou para casa completamente curada. Durante esse tempo ela recebeu diariamente um quarto de hora de emissão fluídica, com o concurso de nossos guias espirituais.
“Ao mesmo tempo estendíamos os nossos cuidados a um epiléptico, afetado por esse mal há vinte e sete anos. As crises se repetiam quase todas as noites, durante as quais sua mãe passava longas horas à sua cabeceira. Trinta e cinco dias bastaram para essa cura importante, e como ficou feliz aquela mãe, levando seu filho radicalmente curado! Nós nos revezávamos os três de oito em oito dias. Para a emissão do fluido, ora colocávamos a mão no vazio do estômago do doente, ora sobre a nuca, na raiz do pescoço. Cada dia o doente podia constatar alguma melhora. Nós mesmos, após a evocação e durante o recolhimento, sentíamos o fluido exterior nos invadir, passar em nós e escapar-se dos dedos estirados e do braço distendido para o corpo do pa­ciente que tratávamos.
“Neste momento estamos prestando atendimento a um segundo epiléptico. Desta vez a moléstia talvez seja mais rebelde, por ser hereditária. O pai deixou nos quatro filhos o germe dessa afecção. Enfim, com a ajuda de Deus e dos bons Espíritos, esperamos reduzi-la nos quatro.
“Caro mestre, reclamamos o socorro de vossas preces e das preces dos irmãos de Paris. Esse auxílio será para nós um encorajamento e um estimulante para os nossos esforços. Depois, vossos bons Espíritos podem vir em nosso auxílio, tornar o tratamento mais salutar e abreviar a sua duração.
“Não aceitamos como recompensa, como podeis imaginar, e ela deve ser suficiente, senão a satisfação de ter feito o nosso dever e de ter obedecido ao impulso dos bons Espíritos. O verdadeiro amor ao próximo trás consigo uma alegria sem mescla e deixa em nós algo de luminoso, que encanta e eleva a alma. Assim procuramos, tanto quanto nos permitem nossas imperfeições, compenetrarmo-nos dos deveres do verdadeiro espírita, que não devem ser senão a aplicação dos preceitos evangélicos.
“O Sr. G... de L.... deve trazer-nos o seu cunhado, que um Espírito malévolo subjuga há dois anos. Nosso guia espiritual Lamennais nos encarrega do tratamento dessa rebelde obsessão. Deus nos daria também o poder de expulsar os demônios? Se assim fosse, teríamos que nos humilhar ante tão grande favor, em vez de nos orgulharmos. Quanto maior ainda não seria para nós a obrigação de nos melhorarmos, para testemunhar-lhe o nosso reconhecimento e para não perdermos dons tão preciosos?”

Lida esta carta tão interessante na Sociedade Espírita de Paris, na sessão de 18 de dezembro de 1863, um dos nossos bons médiuns obteve espontaneamente as duas comunicações seguintes:

“Existindo no homem a vontade em diferentes graus de desenvolvimento, em todas as épocas, ela tanto serviu para curar quanto para aliviar. É lamentável sermos forçados a constatar que ela também foi fonte de muitos males, mas isto é uma das consequências do abuso que muitas vezes as pessoas têm feito de seu livre-arbítrio.
“A vontade tanto desenvolve o fluido animal quanto o espiritual, porque, como todos sabeis agora, há vários gêneros de magnetismo, em cujo número estão o magnetismo animal e o magnetismo espiritual que, conforme a ocorrência, pode pedir apoio ao primeiro. Um outro gênero de magnetismo, muito mais poderoso ainda, é a prece que uma alma pura e desinteressada dirige a Deus.
“A vontade muitas vezes foi mal compreendida. Em geral o que magnetiza não pensa senão em desdobrar sua força fluídica, em derramar seu próprio fluido sobre o paciente submetido aos seus cuidados, sem se preocupar se há ou não uma Providência interessada no caso tanto ou mais que ele. Agindo sozinho, ele não pode obter senão o que a sua força sozinha pode produzir, ao passo que nossos médiuns curadores começam por elevar sua alma a Deus e por reconhecer que por si mesmos nada podem. Eles fazem, por isto mesmo, um ato de humildade, de abnegação, e então, confessando-se fracos por si mesmos, Deus, em sua solicitude, lhes envia poderosos socorros que o primeiro não pode obter, porque ele se julga suficiente para o empreendimento. Deus sempre recompensa a humildade sincera, elevando-a, ao passo que rebaixa o orgulho. Esse socorro que ele envia, são os bons Espíritos que vêm penetrar o médium com seu fluido benéfico, que este transmite ao doente. Também é por isto que o magnetismo empregado pelos médiuns curadores é tão potente e produz essas curas qualificadas de miraculosas, e que são devidas simplesmente à natureza do fluido derramado sobre o médium. Enquanto o magnetizador ordinário se esgota, por vezes em vão, a fazer passes, o médium curador infiltra um fluido regenerador pela simples imposição das mãos, graças ao concurso dos bons Espíritos. No entanto, esse concurso só é concedido à fé sincera e à pureza de intenção.”

MESMER
(Médium, Sr. Albert)

“Uma palavra sobre os médiuns curadores, dos quais acabais de falar. Eles estão todos nas mais louváveis disposições; eles têm a fé que transporta montanhas, o desinteresse que purifica os atos da vida e a humildade que os santifica.
“Que eles perseverem na obra de beneficência que empreenderam; que se lembrem bem que aquele que pratica as leis sagradas que o Espiritismo ensina, aproxima-se constantemente do Criador. Que, ao empregarem sua faculdade, a prece, que é a vontade mais forte, seja sempre o seu guia, seu ponto de apoio.
“Em toda a sua existência, o Cristo vos deu a mais irrefutável prova da mais firme vontade, mas era a vontade do bem e não a do orgulho. Quando, por vezes, ele dizia eu quero, essa palavra estava cheia de unção. Seus apóstolos, que o cercavam, sentiam abrir-se seus corações a esta palavra santa.
“A doçura constante do Cristo, sua submissão à vontade de seu Pai, sua perfeita abnegação, são os mais belos modelos de vontade que se pode propor como exemplo.”

PAULO, apóstolo.
(Médium: Sr. Albert)

Algumas explicações facilmente darão a compreender o que se passa nesta circunstância. Sabe-se que o fluido magnético ordinário pode dar a certas substâncias propriedades particulares ativas. Neste caso, ele age de certo modo como agente químico, modificando o estado molecular dos corpos. Não há, pois, nada de extraordinário no fato de ele ter a capacidade de modificar o estado de certos órgãos, mas compreende-se igualmente que sua ação, mais ou menos salutar, deve depender de sua qualidade, daí as expressões “bom ou mau fluido; fluido agradável ou penoso.”
Na ação magnética propriamente dita, é o fluido pessoal do magnetizador que é transmitido, e sabe-se que esse fluido, que não é senão o perispírito, participa sempre, mais ou menos, das qualidades materiais do corpo, ao mesmo tempo que sofre a influência moral do Espírito. É, pois, impossível que o fluido próprio de um encarnado seja de uma pureza absoluta, razão pela qual sua ação curativa é lenta, por vezes nula, outras vezes até nociva, porque ele pode transmitir ao doente princípios mórbidos.
Considerando-se que um fluido é suficientemente abundante e enérgico para produzir efeitos ins­tantâneos de sono, de catalepsia, de atração ou de repulsão, absolutamente não se segue que ele tenha as necessárias qualidades para curar. É a força que derruba, mas não o bálsamo que suaviza e restaura. Dessa forma, há Espíritos desencarnados de ordem inferior cujo fluido pode até mesmo ser muito maléfico, o que os espíritas a cada passo têm ocasião de constatar.
Somente nos Espíritos superiores o fluido perispiritual está despojado de todas as impurezas da matéria; está, de certo modo, quintessenciado; sua ação, por conseguinte, deve ser mais salutar e mais pronta: é o fluido benfazejo por excelência. Como ele não pode ser encontrado entre os encarnados, nem entre os desencarnados vulgares, então é preciso pedi-lo aos Espíritos elevados, como se vai procurar em terras distantes os remédios que se não encontram na própria.
O médium curador emite pouco de seu próprio fluido. Ele sente a corrente do fluido estranho que o penetra e para a qual serve de condutor. É com esse fluido que ele magnetiza, e aí está o que caracteriza o magnetismo espiritual e o distingue do magnetismo animal: um vem do homem, o outro, dos Espíritos. Como se vê, aí nada existe de maravilhoso, mas um fenômeno resultante de uma lei da Natureza que não era conhecida.
Para curar pela terapêutica ordinária não bastam os pri­meiros medicamentos que surgem. São necessários medicamentos puros, não avariados ou adulterados, e convenientemente preparados. Pela mesma razão, para curar pela ação fluídica, os fluidos mais depurados são os mais saudáveis. Como esses fluidos benéficos são uma propriedade dos Espíritos superiores, então é o concurso deles que é preciso obter, por isso a prece e a invocação são necessárias. Mas para orar, e sobretudo para orar com fervor, é preciso ter fé. Para que a prece seja escutada, é preciso que seja feita com humildade e ditada por um real sentimento de benevolência e de caridade. Ora, não há verdadeira caridade sem devotamento, nem devotamento sem desinteresse. Sem estas condições, o magnetizador, privado da assistência dos bons Espíritos, fica reduzido às suas próprias forças, por vezes insuficientes, ao passo que com o concurso deles, elas podem ser centuplicadas em poder e em eficácia. Entretanto, não há licor, por mais puro que seja, que não se altere ao passar por um vaso impuro. Assim acontece com o fluido dos Espíritos superiores, ao passar pelos encarnados. Daí, para os médiuns nos quais se revela essa preciosa faculdade, e que querem vê-la crescer e não se perder, a necessidade de trabalhar por seu melhoramento moral.
Entre o magnetizador e o médium curador há, pois, uma diferença capital, porque o primeiro magnetiza com o seu próprio fluido, e o segundo com o fluido depurado dos Espíritos. Daí se segue que os Espíritos dão o seu concurso a quem querem e quando querem; que podem recusá-lo e, consequentemente, tirar a faculdade daquele que dela abusasse ou a desviasse de seu fim humanitário e caridoso para dela fazer comércio.
Quando Jesus disse aos apóstolos: “Ide! Expulsai os demônios, curai os doentes”, ele acrescentou: Dai de graça o que de graça recebestes.”
Os médiuns curadores tendem a multiplicar-se, como anunciaram os Espíritos, e isto com o objetivo de propagar o Espiritismo, pela impressão que esta nova ordem de fenômenos não pode deixar de produzir nas massas, porque não há quem não ligue para a sua saúde, mesmo os mais incrédulos. Assim, pois, quando virem que é possível obter com a intervenção dos Espíritos o que a Ciência não pode dar, hão de convir que há uma força fora do nosso mundo. Dessa forma, a Ciência será conduzida a sair da via exclusivamente material em que permaneceu até hoje. Quando os magnetizadores antiespiritualistas ou antiespíritas virem que existe um magnetismo mais poderoso que o seu, eles serão forçados a remontar à verdadeira causa.
Contudo, importa premunir-se contra o charlatanismo, que não deixará de tentar explorar em proveito próprio esta nova faculdade. Há para isto um meio simples, o de lembrar-se que não há charlatanismo desinteressado, e que o desinteresse absoluto, material e moral, é a melhor garantia de sinceridade. Se há uma faculdade dada por Deus com esse objetivo santo, sem a menor dúvida é esta, porque ela exige imperiosamente o concurso dos Espíritos superiores, e esse concurso não pode ser adquirido pelo charlatanismo. É para que se fique bem conscientizado quanto à natureza toda especial desta faculdade que a descrevemos com alguns detalhes.
Conquanto tenhamos podido constatar-lhe a existência por fatos autênticos, muitos dos quais passados aos nossos olhos, pode-se dizer que ela ainda é rara, e que só existe parcialmente nos médiuns que a possuem, quer por não terem todas as qualidades requeridas para a sua posse em toda a plenitude, quer por estar ela ainda em seu começo. É por isto que até hoje os fatos não tiveram muita repercussão, no entanto, não tardarão a tomar desenvolvimentos de natureza a chamar a atenção geral. Daqui a poucos anos ela se revelará nalgumas pessoas predestinadas para isto, com uma força que triunfará de muitas obstinações, mas estes não são os únicos fatos que o futuro nos reserva, e pelos quais Deus confundirá os orgulhosos e os convencerá de sua impotência. Os médiuns curadores são um dos mil meios providenciais para atingir este objetivo e apressar o triunfo do Espiritismo.
Compreende-se facilmente que esta qualificação não pode ser dada aos médiuns escreventes que recebem receitas médicas de certos Espíritos.
Não encaramos a mediunidade curadora senão do ponto de vista fenomênico e como meio de propagação, mas não como recurso habitual. Num próximo artigo trataremos de sua possível aliança com a medicina e com o magnetismo ordinários.

Revista Espírita 1864-Janeiro

terça-feira, 24 de janeiro de 2017

PORQUE A REUNIÃO MEDIÚNICA DEVE SER PRIVATIVA?


“E perguntou-lhe  Jesus  dizendo:  Qual  é  o  teu  nome  ?  E  ele disse: Legião, porque tinham entrado nele muitos demônios. “  Lc ; 8:30
Na  apresentação  do  livro  “Desobsessão”  explicando  a  passagem  acima  citada,
Emmanuel   nos   esclarece   que  Jesus   ao   conversar   fraternalmente  com   o   obsesso, pergunta-lhe o nome ; “o médium , consciente da pressão que sofria por parte das Inteligências  conturbadas  e  errante,  informa  chamar-se ‘Legião ‘ “porque Eles eram muitos. Emmanuel esclarece que o Cristo entendia-se de forma simultânea com o médium e as entidades comunicantes e com isto nos mostra que : “desobsessão não é caça a fenômeno e sim trabalho paciente do amor conjugado ao conhecimento e do raciocínio associado  à  fé”.  E  ,continua  Emmanuel  a  explicação  quanto  a  necessidade  de  : “vulgarizar a assistência sistemática aos desencarnados (...) por intermédio das equipes de companheiros consagrados aos serviços dessa ordem.”(1).
 
 André Luiz na  apresentação desta obra também reforça esta colocação dizendo que : “Cada templo espírita deve e precisa possuir a sua equipe de servidores de desobsessão, quando  não  seja  destinada  a  socorrer  as  vítimas  da  desorientação  espiritual  que  lhe rondam as portas, para defesa e conservação de si mesma.”Allan Kardec, no Projeto 1868 nos diz que : “Um dos  maiores  obstáculos  capazes de retardar a propagação da Doutrina seria a falta de unidade”.

Em se tratando de “prover a Sociedade de um local convenientemente situado e disposto para as reuniões e recepções”, ressalta dentre outros itens, o 3º: “Um compartimento destinado às evocações íntimas, espécie de santuário, que não seria profanado por nenhuma ocupação estranha”. (2 ) Kardec também esclarece em O livro dos médiuns-artigo 17:  Regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, que: “as sessões serão particulares ou gerais; nunca serão públicas”.  Ele assinala que    as reuniões particulares possibilitam”(...)os assuntos de estudo que mais tranquilidade e concentração reclamem, ou que ela julgue conveniente aprofundar, antes de tratá-lo em presença de pessoas estranhas. ” (3 )
Dentro deste raciocínio André Luiz em Conduta espírita nos informa:

“Abster-se da realização de sessões públicas para assistência a desencarnados sofredores, de vez que semelhante procedimento é falta de caridade para com os próprios espíritos socorridos, que sentem torturados, o comentário crescente e malsão em torno de seu próprio infortúnio. ” ( 4 ) Segundo André Luiz, no livro Desobsessão, cap.18 pag.77: “A desobsessão abrange em si obra hospitalar das mais sérias.
Compreenda-se que o espaço a ela destinado, entre quatro paredes, guarda a importância de uma enfermaria, com recursos adjacentes da Espiritualidade Maior para tratamento e socorro das mentes desencarnadas, ainda conturbadas ou infelizes.
Arrede-se da desobsessão qualquer sentido de curiosidade intempestiva ou de formação espetaculosa.
Coloquemo-nos no lugar dos desencarnados em desequilíbrio e entenderemos, de pronto, a inoportunidade da presença de qualquer pessoa estranha a obra assistencial dessa natureza. (...) Daí nasce o impositivo de absoluto isolamento hospitalar para o recinto dedicado a semelhantes serviços de socorro e esclarecimento, entendendo-se, desse modo, que a desobsessão, tanto quanto possível deve ser praticada de preferência no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. “ (5 )
No mesmo livro cap. 21 pag.89“O serviço da desobessão não é um departamento de trabalho para cortesias sociais que, embora respeitáveis, não se compadecem com a enfermagem espiritual a ser desenvolvida, a benefício de irmãos desencarnados que amargas dificuldades atormentam. Ainda assim, há casos em que companheiros da construção espírita-cristã, quando solicitem permissão para isso, podem ter acesso ao serviço, em caráter de observação construtiva; entretanto, é forçoso preservar o cuidado de não acolhe-los em grande número para que o clima vibratório da reunião não venha a sofrer mudanças inoportunas. “( 6 )
Chegada inesperada de doente: (...) a chegada de enfermos ou de obsidiados sem aviso prévio, sejam adultos ou crianças. Necessário que o discernimento do conjunto funcione, ativo. (...) o doente e os acompanhantes podem ser admitidos por momentos rápidos, na fase preparatória dos serviços programados, recebendo passes e orientação para que se dirijam a órgãos de assistência ou doutrinação competentes (...) Findo o socorro breve, retirar-se-ão do recinto. ( 7)
O livro dos médiuns no cap.29 itens 331diz que: “ Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for. ” ( 8 ) Segundo a obra Obsessão/ desobsessão, cap.4:-“O ministério da desobsessão só deve ser realizado em equipe. ”-“ (...) o bom êxito dos trabalhos de desobsessão depende muito da equipe de encarnados, que precisa estar ciente de suas responsabilidades.-“ A equipe de encarnados tem assim funções específicas e de grande responsabilidade, mas, ela se submete, a seu turno, àquela outra equipe-a espiritual –que é em verdade a que dirige e orienta os trabalhos em todo o seu desenrolar. “-“ Quando o grupo de encarnados é harmônico, isto é, quando já está afeiçoado aos trabalhos de mediunidade socorrista e coloca-se como dócil instrumento a serviço dos amigos Espirituais, a reunião cresce em produtividade, porque então as duas equipes trabalharão em consonância e a programação será executada de comum acordo. “(...)No capítulo 2 da mesma obra temos as seguintes colocações: -“O aposento destinado à reunião de desobsessão é, dentro do Templo Espírita, o local onde são medicadas, mais diretamente, as almas. “
Baseado na obra “Os mensageiros “de André Luiz, no cap.48 quando o autor nos fala dos desencarnados inconformados com o desencarne, Suely explica que : (...) A sala onde se realizam os trabalhos mediúnicos representa para tais seres a possibilidade de entrarem em contato com os que ainda estão na Terra e de receber destes as vibrações magnéticas que carecem.(...) Motivo pelo qual ele não é um trabalho para principiantes, visto que exige dos participantes a exata noção da gravidade dos momentos que ali serão vividos (...) Por isto é que jamais devem ser abertos ao público.
A sala reservada para tais atividades foi comparada por André Luiz a uma sala cirúrgica, que requer isolamento, respeito, silêncio e assepsia, onde só entram os que se prepararam antecipadamente. Como também é isolada de olhares indiscretos e curiosos. ( 9 ) Hermínio C. Miranda no seu livro Diálogo com as sombras, nos diz que: (...) somente em casos excepcionais se justifica a presença de pessoas estranhas ao grupo, nos trabalhos de desobsessão. Sob condições normais,
ela não é necessária à tarefa que nos incumbe junto aos obsediados que buscam o socorro de um grupo mediúnico. (...) a presença de pessoas perturbadas, no ambiente onde se desenrola o trabalho mediúnico, pode provocar incidentes e dificuldades insuperáveis (...) como regra geral, deve ser preservada a intimidade do trabalho mediúnico. (...) o grupo pode perfeitamente assistir os companheiros encarnados sob a provação da obsessão, sem introduzi-los no seu ambiente de trabalho. (...) Os benfeitores espirituais dispõem de recursos mais seguros e eficazes para isso, não havendo necessidade de correr riscos indevidos. (10 )
O Livro Série: Evangelho e Espiritismo-Mediunidade-6 da UEM esclarece quanto a seguinte pergunta : “As reuniões mediúnicas devem ou podem
 ser públicas?
R: De acordo com a Codificação não devem ser públicas e também por uma questão de segurança e de caridade para com os necessitados. ( 11)-
Em o livro “Recordações da mediunidade”-Yvonne Pereira
-
cap.10 item 6 diz com muita propriedade que: “ (...) Não convirá ao obsidiado assistir às sessões realizadas a seu benefício durante o estado agudo do mal, nem o obsessor deverá ser doutrinado por seu intermédio. (...) O obsidiado, afeito às vibrações dominantes de seu opositor, não estará em condições de se prestar à comunicação normal necessária, é antes um enfermo necessitado de tratamento e não um médium, propriamente. “ ( 12 )
No capítulo “O Psicoscópio” em o livro Nos domínios da mediunidade, o relato nos esclarece quanto a privacidade necessária a uma reunião mediúnica: “(...) –
Esta é a casa espírita onde encontraremos nosso ponto básico de experiências e observações. -
Entramos.
Atravessamos largo recinto, em que estacionavam numerosas entidades menos felizes de nosso plano, o orientador esclareceu: -Vemos aqui o salão consagrado aos ensinamentos públicos.
Todavia, o núcleo que buscamos jaz situado em reduto íntimo, assim como o coração dentro do corpo.( grifos nossos)
Escoados alguns instantes, penetramos acanhado aposento, onde se congregava reduzida assembleia, em silenciosa concentração mental.(...) Sabem que não devem abordar o mundo espiritual sem a atitude nobre e digna que lhes outorgará a possibilidade de atrair companhias edificantes...” (13 )(...)a desobsessão deve ser praticada no templo espírita, ao invés de ambientes outros, de caráter particular. No templo espírita, os instrutores desencarnados conseguem localizar recursos avançados do plano espiritual para o socorro a obsidiados e obsessores. (14 )“Uma reunião mediúnica de caráter público é um risco desnecessário, porque vêm pessoas portadoras de sentimentos os mais diversos, que irão perturbar, invariavelmente, a operação da mediunidade.”
“ A reunião mediúnica não deve ser de caráter público, porque teria feição especulativa, exibicionista, destituída de finalidade superior, atitudes tais que vão de encontro negativamente aos postulados morais da doutrina. “ ( 15 )
“Obreiros devotados, sob a direção de técnicos e diretores(...) preparavam o recinto reservado à pratica dos fenômenos (...).Enquanto isso, foi solicitada ao diretor espiritual do Centro em questão a fineza de recomendar ao diretor espiritual terreno, por via mediúnica, absolutamente não permitir assistência leiga ou desatenciosa aos trabalhos daquela noite, os quais seriam importantes e delicados...”(16)
Podemos concluir que um grupo harmonizado para o trabalho está preparado para compreender a angústia e a desarmonia dos espíritos comunicantes sem desequilibrar o andamento da tarefa. Mas uma pessoa leiga , com certeza exigirá do plano espiritual cuidados para que a sessão possa se realizar, pois muitos não estão preparados para as colocações e revelações íntimas que possam surgir. O trabalho mediúnico , principalmente a reunião de desobsessão como diz Hermínio Miranda “não é para ser divulgado, nem exibido, como espetáculo público.”
REFERÊNCIAS:
1-Xavier, Francisco Cândido e Vieira , Waldo. André Luiz(Espírito).Desobsessão. 9.ed.Rio de Janeiro .FEB.1987. Apresentação. p.13.
2-Kardec, Allan: Obras Póstumas.37.ed.Rio de Janeiro. FEB.2005. p.339
3-___________O Livro dos Médiuns..75.ed.Rio de Janeiro.FEB.2005.Cap.XXX-Cap. III. Art.: 17 / 21.p.448.
4-Vieira, Waldo. Conduta Espírita . André Luiz ( Espírito).13.ed.Rio de Janeiro. FEB.1987. Cap.24 ,p. 90
5-Xavier, Francisco Cândido e Vieira, Waldo. André Luiz (Espírito). Desobsessão .9.ed. Rio de Janeiro.FEB.1987.Cap. 18 p.77
6-Idem , ibidem .Cap. 21 p.89
7-Idem ibidem. Cap. 23 p.95
8-Kardec, Allan: O Livro dos Médiuns.75.ed. Rio de Janeiro.FEB.2005.Cap.29, item 331p.427.
9Schubert,Suely.Obsessão/Desobsessão.10.ed.RiodeJaneiro.FEB.1995.Terceira Parte.Cap.4. p.134
10-Miranda, Hermínio. Diálogo com as Sombras. 9.ed.Rio de Janeiro.FEB.1995. p.86. Os Assistentes.
11-União Espírita Mineira. Série : Evangelho e Espiritismo-Mediunidade-6. BeloHorizonte.1986

12-Pereira,YvonneA.Recordações daMediunidade.10.ed.RiodeJaneiro.FEB.2002.p. 211,Item:6
13-Xavier, Francisco Cândido. Nos Domínios da Mediunidade. André Luiz.( Espírito)14.ed.Rio de Janeiro.FEB.1985.Cap.2,pag.21.
14-Conselho Federativo daFederaçãoEspírita Brasileira. Orientação ao Centro Espírita .3.ed.Brasília. FEB.1988.Reunião de Desobsessão. Cap. 6-. Item 7 tópico “d “.
15-Franco, Divaldo e Teixeira, Raul. Diretrizes de Segurança.5.ed. Ed.Frater. Niterói .Perg. 42. p.62
16-Pereira,Yvonne.A.Memorias de Um Suicida.14.ed.RiodeJaneiro.FEB.1987.Cap.6.p.14

Fonte:http://www.uemmg.org.br/sites/default/files/public/download/arquivo/reuniao_mediunica_privativa.pdf

terça-feira, 5 de julho de 2016

Dez Mandamentos com Kardec .



Walter Barcelos (Uberaba – MG) 

“Para discernir o erro da verdade, é preciso aprofundar estas respostas [osensinos dos Sábios Espíritos] e meditá-las longa e  seriamente; é todo um estudo que se tem a fazer. É preciso tempo para isso, assim como para tudo mais. Estudem, comparem, aprofundem-se; nós lhes dizemos sem cessar; o conhecimento da verdade tem este preço.” (“O Livro dos Médiuns”, Allan Kardec, cap. XXVII – “Contradições e Mistificações”, questão n.º 301, item 4, pág. 303, Editora LAKE)

ALLAN KARDEC é o eminente Codificador da Doutrina Espírita, que nasceu em 3 de outubro de 1804, em Lyon, na França. KARDEC é o alicerce inamovível da Fé Raciocinada, a fonte do conhecimento espiritual fundamentado na razão e nos fatos, a excelente interpretação para entender com beleza e espiritualidade os ensinamentos de Jesus. Kardec extrai o “espírito” que edifica, ilumina e educa, da “letra” que limita, abafa e mata o entendimento da verdade espiritual.
A FÉ RACIOCINADA será sempre para nós espíritas: a fé do raciocínio lógico,  a fé lúcida e consciente, a fé esclarecida, a fé iluminada, a fé em Espírito e Verdade, a fé da convicção inquebrantável, a fé do discernimento justo, a fé do bom senso, a fé
da certeza inabalável, a fé da compreensão plena, a fé da união divina entre Ciência, Filosofia e Religião. Discorreremos sobre os “dez verbos” citados pelo espírito Emmanuel, psicografia de Francisco Cândido Xavier, “Caminho Espírita”, lição n.º 11 – “Kardec”, págs. 55-56, Editora CEC.

SENTIR KARDEC
O coração espiritual é imenso celeiro psíquico dos bons ou maus sentimentos.
O coração de carne é simples instrumento e mero reflexo das profundas emoções da alma, que brotam de forma vertiginosa da sensibilidade complexa do espírito. Imprescindível lançar as nossas melhores energias do coração no estudo sério dos textos doutrinários de Kardec. Que as melhores energias do coração vicejem no solo fértil da fé espírita, acionando o SENTIR PRAZEROSO: sentir com liberdade, sentir com autenticidade, sentir com sinceridade, sentir com alegria,  sentir com satisfação, sentir  com pureza de intenções, sentir com desejo de aprender, sentir com vontade de praticar, sentir com amor a Kardec e a Jesus. Ler e estudar as fantásticas lições do Codificador,deixando o coração emanar e fazer crescer os melhores sentimentos de amor e as melhores vibrações de paz, esperança e certeza. Transformar o conhecimento das obras de Kardec em essência espiritual que possa ficar eternamente conosco, vinculando-se aos mais recônditos arquivos de nosso coração e consciência. O órgão da sensibilidade espiritual deve ser acionado primeiro a fim de que os ensinos do sábio Missionário sejam incorporados no solo de nossos sentimentos e cresçam fortes e robustos, dêem centuplicados frutos de luz e conhecimento, caridade e fraternidade. O coração que realmente vibra com os ensinos do Mestre da razão iluminada registra-os nos escaninhos da alma, assegurando a assimilação da Verdade que educa e liberta. Sentir Kardec é selo espiritual que garante o nosso comprometimento e compromisso com a prática genuína do Espiritismo.

ESTUDAR KARDEC
A Doutrina Espírita é ciência divina do espírito e,para bem conhecê la, devemos começar com estudos sérios das obras de Allan Kardec. São as fontes fundamentais para o perfeito conhecimento do Espiritismo.
Ler muitos e muitos livros espíritas de maneira precipitada, esquecendo-se de estudar Kardec será conhecer o Espiritismo de forma incompleta. Sem o estudo metódico, permanente e progressivo das extraordinárias Obras da Codificação, nenhum espírita conseguirá construir a estrutura sólida da Fé Raciocinada.
As Obras de Kardec ensinam ao homem: raciocinar coma verdade, analisar os fenômenos materiais e espirituais que estão ao seu redor, refletir sobre o seu próprio destino, meditar nas conseqüências de seu livre-arbítrio, usar a razão e lógica em tudo quanto lê e estuda. Com a persistência de anos e anos de estudos ininterruptos, conquistam-se as virtudes: Prudência, Bom Senso e Discernimento – indispensáveis à prática do verdadeiro Espiritismo.
Raciocinemos com Kardec no silêncio e conforto da mesa de nossa residência e levemos com boa vontade, os luminosos frutos desse esforço para os Grupos de Estudos das casas espíritas. Dar nossa contribuição fraterna, com estudos bem elaborados, seguidos de explicações lúcidas e bem argumentadas. Quem estuda somente para seu uso pessoal, não ajudando na difusão do conhecimento espírita, age como egoísta da fé racional.
Sejamos bons aprendizes de Kardec, manuseemos diariamente as suas extraordinárias Obras, à semelhança dos livros escolares sempre compulsados por alunos dedicados.
Estudemos Kardec em grupo de irmãos sinceros nas casas espíritas. Que seja estudo participativo e dinâmico, dialogado e comentado e bem debatido de forma respeitosa e democrática, com atuação verbal de todos os presentes, de maneira alegre, fraternal e simpática. Todos são convidadosa falar e a ouvir, a perguntar e a
responder com espírito de disciplina, amizade e aproveitamento de tempo. Deste modo, obteremos sempre melhores resultados na assimilação dos princípios doutrinários. Gastemos fosfato e tempo de esforço continuado, desdobrando intenso amor ao conhecimento aprofundado de cada obra de Kardec, até ao seu término!...
Logo em seguida, comecemos novamente o estudo desta ou de outra excelente obra do Codificador

ANOTAR KARDEC
Para estudar, alcançando melhor aproveitamento na assimilação do
conhecimento das obras de Kardec, indispensável aprendermos a fazer anotações, registrar as idéias de maior profundidade, elaborar
resumos, criar quadros sinópticos com as principais idéias dos textos doutrinários das Obras Básicas. Selecionar e registrar as frases de maior conteúdo, os períodos de maior expressão explicativa, os parágrafos mais interessantes, buscando fazer anotações das principais idéias contidas nas dissertações. A fim de levar para a frente o esforço de “estudar-escrevendo”, tenhamos muita vigilância para que a verminose mental da preguiça, comodismo e desatenção não predomine em nós, fazendo com que deixemos de lado este excelente exercício de aprendizagem doutrinária.
Quem anota com racionalidade os estudos doutrinários grava e estuda melhor Kardec. Jamais se sentir cansado ao reler e reestudar a lição quantas vezes forem necessárias, penetrar na essência de seus ensinamentos, assimilar pelo raciocínio amadurecido. Se convocado a apresentá-las diante dos companheiros de estudos, então expô-las com método, serenidade e convicção. Montar planos de estudos com atenção, prazer e responsabilidade para ser apresentados com seriedade nos grupos de estudos da casa espírita. Pouco proveito obterá alguém quando produz ótimos resumos doutrinários, porém estes ficam guardados nas gavetas e não são aproveitados nos “Círculos de Estudos” das Obras Básicas.
Participemos dos excelentes Estudos Sistematizados da Doutrina Espírita (estudos com apostilas), todavia jamais deixemos demanusear e fazer anotações das Obras de Kardec!

MEDITAR KARDEC
Meditar é dever com Kardec, que vai exigir esforço maior do espírita interessado em estudar a abençoada Doutrina dos Espíritos. A definição da palavra “meditar”: submeter a um exame interior. Estudar, ponderar, considerar. Fazer meditação, concentração intensa do espírito, refletir. A volta da consciência, do espírito sobre si mesmo, para examinar o seu próprio conteúdo por meio do entendimento, da razão”.
O espírita que não aprende a meditar de maneira permanente e progressiva as explicações de Allan Kardec e dos Espíritos Superiores torna evidente que não assimilará as idéias e conhecimentos profundos contidos nessas Obras.
Quem deseje sinceramente penetrar e conquistar o conhecimento da verdade espiritual não poderá ler com pressa e nem estudar com agitação as obras de Kardec.
Deste modo, perderá o fio condutor da boa assimilação do conhecimento superior. Pratiquemos, com vontade decisiva e alegria interior sempre renovada, o salutar exercício da meditação silenciosa, serena e empolgante. Aquietemos o corpo físico, tranqüilizemos a mente, pacifiquemos os sentimentos, empreguemos energia e atividade ao raciocínio progressivo, concentremo-nos nas idéias centrais e secundárias, naveguemos com emoção enlevada na profundeza dos princípios e conceitos, sejamos os pilotos seguros da nave espacial da imaginação construtiva e elevada. Aprendamos a conversar mentalmente com Kardec. Meditando com disciplina e persistência, entraremos em comunhão mental com instrutores da Vida Maior que nos inspiram
melhores sentimentos, melhores atitudes, melhores idéias, melhores projetos...
Usemos a incorruptível consciência para averiguar nossas emoções e desejos, fantasias e fracassos, frustrações e vitórias, imperfeições e virtudes, as boas ou más tendências, examinando com coragem resoluta nosso complexo mundo interior com os recursos superiores:retidão moral, exatidão de julgamentos e correção de rumos.

ANALISAR KARDEC
A Doutrina Espírita é formada pela tríplice aliança do conhecimento humano: CIÊNCIA, FILOSOFIA E RELIGIÃO. A Ciência é pesquisa e observação, experimentação e comprovação. A Filosofia é a capacidade de elaborar o encadeamento de raciocínios na busca do entendimento, na investigação de si mesmo, de seu destino, da vida material e espiritual, da evolução, da dor, das leis divinas, das
virtudes morais e de seu futuro glorioso. A Religião é o esforço sincero através da educação e do trabalho para praticar-se a Verdade, o Amor e a Caridade no desenvolvimento das potencialidades do espírito, rumo ao aprimoramento moral e à conquista da perfeição para o Reino de Deus.
Definição da palavra “análise”: “Decomposição de um todo em suas partes constituintes. Exame de dada parte de um todo, para conhecer sua natureza, suas proporções, suas funções, suas relações, suas proporções, etc. Analisar, portanto, é observar, examinar com minúcias, esquadrinhar. Examinar criticamente”.
As obras de Allan Kardec devem ser estudadas e reestudadas e não simplesmente lidas. As belas e profundas dissertações de Kardec e dos Sábios Espíritos devem ser analisadas: palavra por palavra, frase por frase, período por período, parágrafo por parágrafo, uma idéia encadeada com outra idéia ou com outras idéias, pergunta por pergunta, tema por tema, lição por lição, capítulo por capítulo. Analisar Kardec com bastante calma e sem pressa, com ritmo constante, sem saltos, com observações próprias sem divagações, com análise bem centrada nos conceitos kardequianos. Observar Kardec com raciocínio cuidadoso, atento e persistente, começando pelas idéias mais simples, a fim de alcançar progressivamente as idéias mais complexas. Análise detalhada dos conceitos, dos fatos e dos fenômenos, formando conclusões concretas e objetivas, visando a extrair: o espírito da letra, o essencial do superficial, as leis morais dos fenômenos humanos, o fator eterno do transitório.
Estamos precisando com urgência de estudo puro, completo, exclusivo das obras de Allan Kardec, sem mistura, sem alteração,
muito cristalino e transparente.
Implantemos na casa espírita um horário ou vários horários para estudar-se somente Kardec!

COMENTAR KARDEC
Há necessidade de familiarizarmo-nos com os ensinosdas Obras Básicas. Comentar Kardec, sabendo extrair os diamantes doutrinários no exercício da palavra responsável, lúcida e amorosa. Explicar em sua pureza cristalina os conceitos dos
Sábios Espíritos, de Kardec e de Jesus, à luz do edifício luminoso da Fé Raciocinada.
Explicando as lições de Kardec, vamos espalhar seus excelentes ensinamentos libertadores, ajudando a construir a fé racional na
mente popular ainda imatura, ignorante e supersticiosa.
O grande público que repleta as casas espíritas, na busca do passe curador,  tratamento espiritual e orientação dos Espíritos necessita ouvir belas e fecundas explicações dos textos de Kardec para familiarizar-se com os ensinamentos da Codificação. Falar com riqueza de conteúdo doutrinário penetrando o maravilhoso universo das obras de Kardec, que esclarece a inteligência, ilumina a consciência e eleva a emoção do homem tecnológico do Terceiro Milênio. Que os expositores e explicadores espíritas sejam estudiosos, responsáveis e persistentes no estudo das obras kardequianas. Tenham a convicção espírita baseada na fé racionada, a fim de ensinar com clareza, objetividade e simplicidade, somando racionalidade lúcida, poderosa certeza, emoção elevada e vibrações superiores.
Selecionar dos textos doutrinários as frases e idéias mais elucidativas, colocando-as em destaque na lousa, cartazes, fichas e na tela de data-show, favorecendo aos assistentes atentos conviver de mais perto com os conceitos de Kardec. Falar com a
claridade da certeza, expor com inspiração, ensinar com emoção, explicar com convicção e comentar com sabedoria, serenidade e alegria. Discorrer sobre os assuntos das obras kardequianas, deixando extravasar nossos melhores sentimentos, vibrar com entusiasmo com os princípios que ensinamos, dando autenticidade legítima a tudo que transmitimos ao público atento às nossas palavras de esclarecimento que soma certeza, consolação e esperança.

INTERPRETAR KARDEC
O Espiritismo é grandioso arcabouço doutrinário que deve ser estudado com muita seriedade, de forma metódica, sistemática, perseverante e a longo prazo, para se inteirar de seu fantástico conteúdo. Não poderá ser aprendido de forma leviana, fanatizada ou irresponsável. O sábio Codificador Allan Kardec fez interessante
pronunciamento em O Livro dos Médiuns, Editora LAKE, cap. III – “Método”, na questão n.º 18:
“Dissemos que o Espiritismo é toda uma Ciência, toda uma Filosofia.
Quem desejar conhecê-lo seriamente deve, pois, como primeira condição, submeter-se a um estudo sério e persuadir-se de que, mais do que qualquer outra ciência, não se pode aprendê-lo brincando”. Torna-se indispensável aos espíritas um GRANDE ESFORÇO DE ESTUDO, ENTENDIMENTO E INTERPRETAÇÃO das idéias contidas nas obras de Kardec para alcançar uma boa compreensão do corpo doutrinário do Espiritismo. A definição da palavra interpretar: “Ajuizar a intenção, o sentidode. Explicar, explanar ou aclarar o sentido de palavra, texto, lei, regulamentos, etc. Julgar, considerar, reputar. Dar significação. Alcançar o bom entendimento”. O bom intérprete das obras de Kardec deverá somar: estudo e atenção, razão e sentimento, análise e entendimento, conhecimento e auto-educação, fidelidade e
testemunho.
Se Kardec é excelente intérprete dos ensinos de Jesus, por nossa
vez, devemos ser bons intérpretes de Kardec. O bom intérprete que interessa a JESUS e a KARDEC deverá fundir em seu espírito os inestimáveis talentos e virtudes: Razão, Coração e Consciência; Raciocínio, Sentimento e Intuição; Lógica, Amor e Discernimento; Ponderação, Fraternidade e Bom Senso; Análise, Caridade e Reflexão.
Não basta sermos bons intérpretes dos conhecimentos científicos e filosóficos, imprescindível sermos bons intérpretes das esquecidas cátedras de Amor, Abnegação e Humildade, refletindo Jesus no coração. Testemunhar Kardec na idéia espírita, no estudo doutrinário, no trabalho solidário e no exemplo cristão. Cumpramos nossos deveres de amor, de coração sempre aberto, desfraldando a bandeira da Fraternidade Universal.

CULTIVAR KARDEC
Inicialmente, vamos saber no dicionário o que significa cultivar: “Fertilizar a terra pelo trabalho. Dar condições para o nascimento e desenvolvimento da planta.
Aplicar-se ou dedicar-se. Procurar manter ou conservar. Formar, educar ou desenvolver pelo estudo, pelo exercício”.
A idéia espirita deve e precisa ser promovida de forma permanente, com destaque para as obras e as idéias do Codificador do Espiritismo. É preciso convir que as obras de Kardec devem ser lidas e estudadas, dialogadas e debatidas, compreendidas e sentidas, amadas e vividas. Deste modo, estaremos cuidando com
acerto da grandiosa, bela e frutífera árvore do Cristianismo Redivivo que o Espiritismo tem a missão de fazer ressurgir vigorosa para beneficiar a grande família humana.
A casa espírita deverá buscar nas Obras do Mestre Lionês a fonte luminosa de suas orientações e aconselhamentos, trabalhos e estudos, programações e metas. Mantenhamos na casa espírita a MELHOR MÍDIA DOUTRINÁRIA: Kardec no diálogo fraternal das reuniões administrativas, Kardec na postura sincera dos diretores espíritas, Kardec nos estudos instrutivos das reuniões públicas, Kardec no conhecimento abalizado de expositores, oradores e comentaristas do Evangelho, Kardecnas idéias dos devotados trabalhadores da assistência fraterna, Kardec na mente dos médiuns da desobsessão, Kardec nos sentimentos dos médiuns passistas, Kardec na idéia e sentimento de evangelizadores da criança, coordenadores de mocidade e médiuns esclarecedores. Esforcemo-nos por manter a idéia do Codificador no cérebro esclarecido e coração sensibilizado de todos irmãos trabalhadores espíritas.
Que nossas queridas casas criem Grupos de Estudos Sistematizados das Obras de Kardec. Zelemos pela preservação do entusiasmo, alegria e firmeza na sua aprendizagem, mantendo com carinho os pequenos grupos de estudos.
Ninguém conseguirá cultivar a idéia espírita com Kardec sem estudar, sem se esforçar na aprendizagem, sem compreender, sem sentir, sem assimilá-la e sem vivenciá-la permanentemente. Na verdade, o que vai crescer com destaque, neste primeiro século do Terceiro Milênio, serão os ESTUDOS DOUTRINÁRIOS, muito especialmente das Obras Básicas do Espiritismo.

ENSINAR KARDEC
O recinto mais adequado para ENSINAR ESPIRITISMO é o centro espírita. Local apropriado, por possuir todas as condições físicas,
espirituais e instrumentações para ensinar com os melhores recursos. Tais são: a comunhão incessante com os Bons Espíritos, o bom ambiente espiritual, os expositores doutrinários preparados e os aprendizes realmente interessados.
A casa espírita deverá funcionar como VERDADEIRA ESCOLA DO ESPÍRITO, ensinando e vivenciando a Doutrina dos Espíritos, através de estudos sérios, sistematizados e produtivos. Há imperiosa necessidade de estudar de forma regular as
Obras Básicas. O Mestre Kardec pronunciou: “Estabelecer-se um
curso regular de Espiritismo, no intuito de desenvolver os princípios da ciência e de propagar o gosto pelos estudos sérios. O curso teria a vantagem de fundar a unidade de princípio, de fazer adeptos esclarecidos, capazes de propagar as idéias espíritas e de desenvolver grande número de médiuns.
Considero esse curso como elemento de influência capital sobre o futuro do Espiritismo e sobre as suas conseqüências.” (os grifos são nossos) (Obras Póstumas, 2ª Parte, dissertação: “Ensino Espírita”, pág. 258, edição 1966, LAKE) (os grifos são nossos)
Os companheiros dedicados que mais amam o estudo doutrinário devem trabalhar pelo crescimento do número de Grupos de Estudos de Kardec. Estudos sistemáticos buscando o aprendizado sério, desenvolvendo a fé raciocinada, esforçando-se pela reforma íntima e fortalecendo a convicção espírita.
A conquista íntima da FÉ RACIOCINADA destruirá as sombras espessas da fé cega, que alimenta os hábitos inferiores da crença: dogmatismo, fanatismo, ritualismo, cerimoniais, fascinação coletiva, idolatria, superstição, misticismo e mediunismo irracional.
Quem não estuda Kardec com seriedade não poderá ensinar Kardec com certeza, clareza e segurança.
As Obras Básicas são fonte de luz divina para o cérebro aturdido e o coração atribulado de milhões de criaturas descrentes e indecisas da atualidade. Ensinar Kardec descortina aos aprendizes a visão grandiosa da vida espiritual e abrirá o mundo novo  de trabalho e amor, caridade e educação.

DIVULGAR KARDEC
Toda boa idéia merece ser estudada, ensinada e bem divulgada. A idéia espírita não dispensa a premente necessidade de sua propagação consciente e esclarecida, educada e respeitosa, que alcançará de forma crescente o raciocínio, a mente e o coração das criaturas descrentes e ignorantes.
Divulgar as obras e ensinos de Kardec em jornais espíritas, programas radiofônicos e televisivos, favorecer a aquisição das Obras Básicas pelo grande público, fomentar a distribuição de textos kardequianos, multiplicar os estudos em grupo das obras de Kardec, promover semanas espíritas, feirase clubes de livros espíritas, encontros, cursos, simpósios, congressos... Todas as atividades são necessárias e merecem ser bem feitas com simplicidade, desprendimento e confraternização, para espalharem com alegria as idéias de Kardec.
Convenhamos, o local onde está muito a desejar a divulgação de Kardec é no próprio centro espírita, junto aos médiuns, trabalhadores da casa e freqüentadores.
Neste aspecto encontra-se deficiente e apagada, limitada e desanimada, desfigurada e desmotivada. Manter o estudo sério, motivando o entusiasmo na maioria dos irmãos espiritistas não é atividade muito fácil de se concretizar. Duas são as principais causas:
1ª - A ausência de maior número de bons líderes espíritas para promover, incentivar e dinamizar os estudos sistematizados das Obras Básicas de maneira regular, a fim de atender o número sempre crescente de trabalhadores e freqüentadores das casas espíritas.
2ª - O acentuado desinteresse dos centros espíritas de estudar as Obras de Kardec. De que adianta promovermos grandes investimentos financeiros para divulgar Kardec na imprensa espírita e leiga, no rádio e televisão, confeccionar numerosas publicações dos textos doutrinários de Kardec, sendo que a maioria dos centros doutrinários continuam inertes e desmotivados para o conhecimento aprofundado da Doutrina Espírita?
Divulguemos Kardec de forma mais esclarecedora no salão iluminado do raciocínio, no santuário sensível do coração e no altar sublime da consciência dos irmãos espíritas!
Uberaba (MG), setembro de 2004