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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Fraternidade


JUVANIR BORGES DE SOUZA
A Mensagem do Cristo de Deus dirigida às Humanidades, que se
sucedem e se renovam, é um apelo permanente à fraternidade entre todos os
homens – irmãos, amigos, ou inimigos.
“Amai-vos uns aos outros”; “Ama ao próximo como a ti mesmo”; “Ama ao
teu inimigo”; “Faça aos outros o que gostarias que te fizessem” – são fórmulas
com fulcro no amor, no entendimento, na compreensão, na fraternidade,
ensinadas e repetidas sucessivamente nos Evangelhos.
O Consolador, prometido e enviado pelo Mestre Incomparável, que já se
encontra entre os homens, reproduz e enfatiza os mesmos ensinamentos,
procurando despertar as almas para as fontes do Bem que todas possuem em
desenvolvimento ou em gérmen.
As vidas que se sucedem, para a ascensão contínua de cada ser espiritual,
são repetidas oportunidades que a Providência Divina oferece para o aprendizado
do amor fraterno entre as criaturas.
Aqueles que já despertaram e reconheceram a necessidade da vivência do
“maior dos mandamentos”- o amor a Deus e ao próximo – tornam-se não somente
os praticantes, mas também os auxiliares da obra divina da implantação da
fraternidade legítima entre os homens.
A tarefa que compete a cada ser realizar em si mesmo resume-se em
expandir seus conhecimentos e aprender a amar, exercitando esse sentimento,
que se desdobra em múltiplas formas no relacionamento com o Criador, com os
semelhantes e com a Natureza.
Todo o esforço, todo o trabalho do Espírito, ligado à matéria ou em estado
livre, constitui o carreiro da evolução, no qual o ser desenvolve a sabedoria e o
senso do Amor e da justiça, que resumem toda a Lei.
A fraternidade é decorrência natural da prática dessa Lei universal.
Dentre os homens, aqueles que, impelidos por idéias, religiões e filosofias
reconhecem o Ser Supremo e suas leis, constróem uma consciência esclarecida
pelo sentimento de amor e justiça. Suas vidas tornam-se exemplos de
fraternidade, de solidariedade e de serviço ao próximo.
O Consolador, a Doutrina dos Espíritos, é um manancial permanente onde
os aprendizes das verdades eternas aperfeiçoam seus conhecimentos e sua
consciência, reeducam-se, renovam-se intimamente, compreendem o porquê da
vida, das desigualdades, do sofrimento, da morte e das transformações.
Na medida em que o adepto espírita aplica sua vontade e determinação em
vivência dos princípios morais e espirituais que abraçou, ele se eleva, domina as
paixões e vicissitudes, que identifica em sua personalidade, renova-se, evolui,
identifica-se com sua verdadeira natureza que, mesmo em conjunção com a
matéria, é essencialmente espiritual.
Na trilha do Cristo e de seus ensinamentos, os trabalhadores da Nova
Revelação, especialmente os que constituíram a falange do Espírito da Verdade e
os que, nos dias atuais, apoiam e incentivam a propagação do Espiritismo no
mundo, dão ênfase especial à necessidade da fraternidade no relacionamento
entre seus seguidores.
Todos os que chegam às fileiras do Consolador despertam de um estado
de consciência anterior influenciado por religiões dogmáticas, ou por filosofias
limitativas, ou pelo materialismo incongruente, ou por uma indiferença
comprometedora quanto ao próprio destino.
Na realidade, são influências de determinado estado de ignorância em que
se encontra o Espírito, cerceando seu desenvolvimento e melhor compreensão de
sua própria natureza e destino.
Esse estágio de ignorância não é um mal em si mesmo, mas uma condição
transitória, superável pelo advento de novos conhecimentos e pela aceitação de
realidades que se tornam patentes.
A evolução é feita pela substituição contínua de conhecimentos e
sentimentos por outros superiores, concordantes coma lei divina.
Uma Doutrina Superior, como a dos Espíritos, em consonância com as
verdades e realidades, isenta dos prejuízos das paixões e interesses humanos,
porque tem origem divina, auxilia de forma decisiva o progresso daqueles que a
aceitam e a praticam com sinceridade.
Ela vem em socorro de todos os que estão à procura de um novo estágio
evolutivo, saturados e inconformados com dogmas impróprios, superados pelas
luzes dos novos conhecimentos.
É o Consolador prometido por Jesus, para repor as coisas nos seus
devidos lugares, retificando entendimentos e interpretações e trazendo novas
idéias, informações e experiências para os homens.
Aceitando a Nova Revelação o homem sente-se como que liberto de liames
de um longo passado de ignorância e de insatisfação. Reconhece ter chegado a
um novo estágio evolutivo, em um terreno favorável ao desenvolvimento de ideais
que o encaminham para o Alto, com a segurança que as leis divinas proporcionam
aos que as praticam.
Nesse despertar para a luz, as reações de cada ser variam de
conformidade com os próprios valores individuais.
Há os que se sentem felizes e libertos, transformando suas vidas e
dominando as vicissitudes e os óbices com vontade e determinação. Tornam-se
servidores conscientes, espíritas sinceros, trabalhadores dedicados da Grande
Causa, nas mais variadas atividades a que se dedicam: oradores, escritores,
dirigentes, médiuns, evangelizadores, obreiros da assistência espiritual e material.
Outros esforçam-se por se modificarem, conscientes de que precisam
dominar ora o egoísmo, ora a vaidade, ora o personalismo que identificam em
suas individualidades. Travam luta interior consigo mesmos, das quais nem
sempre saem vencedores imediatamente. Em todo caso, a lei natural e a Doutrina
Consoladora oferecem tempo indeterminado para a reforma interior, aguardando
que os esforços de cada um produzam seus efeitos, nesta ou noutra vida.
Há, também, os que se entusiasmam com os princípios edificantes, que
lhes descortinam uma nova realidade, nesta e na vida futura, mas que temem
romper com suas antigas concepções religiosas ou filosóficas, dominados que
são por preconceitos arraigados.
Perdem a oportunidade preciosa que lhe oferece o conhecimento espírita
de uma renovação consciente e proveitosa, preferindo o comodismo a que se
afeiçoaram por séculos.
As ilusões, as miragens e as quimeras próprias de um mundo material de
expiações e provas, como o nosso, exercem poderosa influência sobre as almas,
mesmo sobre as que já vislumbram novos horizontes. Daí a dificuldade da
divulgação das idéias novas superiores e da sua vivência pelos que as aceitam.

Muitos não têm ainda a capacidade de entender e absorver as verdades da
Nova Revelação. Suas inteligências se comprazem no que aprenderam antes, em
conceitos e preconceitos seculares cristalizados de tal forma em seus
entendimentos que se torna inviável removê-los pela razão e pela evidência de
um valor novo. Nesses casos há que se confiar na Providência Divina, que tem
muitos meios para fazer chegar a essas almas as verdades superiores: a dor,
novas reencarnações, novos meios de reeducação, reencontro com novas
oportunidades.
*
Compete a nós, espíritas, que nos sentimos beneficiados pelo
conhecimento da Nova Luz, antes de tudo vivenciar os seus ensinos. Mas
cumpre-nos também levar essa luz aos nossos semelhantes, companheiros de
jornada de diferentes condições individuais.
Divulgar a Doutrina Espírita é, pois, nosso dever, como forma de praticar a
caridade moral do esclarecimento.
Mas é preciso não confundir o dever moral do esclarecimento e da
exemplificação com as imposições, o fanatismo, o desrespeito à pessoa humana,
grandes erros em que incorrem, ainda hoje, fanáticos de diferentes denominações
religiosas.
O Espiritismo é doutrina de amor e de compreensão. Não podemos forçar o
entendimento de quem não tem condições de aceitar seus princípios, como, por
exemplo, a lei das reencarnações, a lei de causa e efeito, a distinção entre Deus,
o Criador de todas as coisas, e Jesus, o Cristo, seu enviado, questões que,
entendidas espontaneamente, conduzem ao sólido terreno de todo o acervo
doutrinário.
Não podemos esquecer que, ao lado do amor ao próximo, como regra de
comportamento, estão também o dever de respeito à liberdade da pessoa
humana, que não devemos violar, sob pena de repetir erros do passado.
O sentimento de fraternidade para com os nossos semelhantes quaisquer
sejam suas condições individuais, conduz-nos com segurança à prática do que
preconiza a Doutrina Espírita, aos seus princípios morais.
É a vivência dos ensinos de Jesus resumidos no grande mandamento do
amor ao próximo como a si mesmo, que não exclui ninguém, nem mesmo os
inimigos.
A fraternidade liga entre si todos os seres, e nesse aspecto, confunde-se
com a solidariedade, já que todos os Espíritos são criaturas do mesmo Criador,
têm o mesmo destino e são regidos pelas mesmas leis.
Não é por outro motivo que os Espíritos Superiores, a serviço do Cristo,
exortam continuamente ao Movimento Espírita, vale dizer a todos os que se unem
sob a égide do Consolador, a cultivarem a fraternidade, a se entenderem como
irmãos.
Como assinala Emmanuel (“O Consolador”, item 349 – FEB), a fraternidade
é a lei da assistência mútua e da solidariedade comum, sem a qual todo
progresso, no planeta, seria praticamente impossível.
Bezerra de Menezes, o incansável trabalhador das hostes espiritistas,
inconfundível batalhador da união fraternal de todos os espíritas, por ocasião da
inauguração da primeira construção da sede da Federação em Brasília,
conclamava a todos à fraternidade, nestes termos:

“Estamos enchendo a nossa Casa com o espírito de amor e com a luz do Espírito
Redivivo, para albergar no seio generoso da fraternidade os que virão depois de nós,
sedentos de luz, necessitados de paz”. (Médium Divaldo P. Franco – REFORMADOR de
junho de 1967 – grifos nossos).
E o Espírito da Verdade, em “O Evangelho segundo o Espiritismo” - Os
Obreiros do Senhor -, assim convoca os trabalhadores dedicados à obra
grandiosa de transformação da Humanidade:
“Trabalhemos juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar,
encontre acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: ”Vinde a mim, vós que sois bons
servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas discórdias,
a fim de que daí não viesse dano para a obra!” Mas, ai daqueles que, por efeito das suas
dissensões, houverem retardado a hora da colheita (...)”. (Grifos nossos)
O desafio que os espíritas, “os trabalhadores da última hora”, que têm os
esclarecimentos e os conhecimentos mais belos e generosos que vieram à Terra,
têm diante de si mesmos é o de assimilá-los e pô-los em prática em seu
Movimento.Revista O Reformador Fevereiro de 1999

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