Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.

OS ESPÍRITOS INSTRUTORES DA INFÂNCIA.
CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.
Uma senhora nos transmite o fato seguinte:
"Uma de minhas filhas tem um menininho de três anos que, desde que nasceu, lhe
deu as mais vivas inquietações; restabelecida sua saúde, ao fim do mês de agosto último,
andava com dificuldade, não dizia senão papá, mama, o resto de sua linguagem não era
senão uma mistura de sons inarticulados. Há um mês mais ou menos, em conseqüência
das tentativas infrutíferas para fazer seu filho pronunciar as palavras mais usuais,
tentativas freqüentemente renovadas sem nenhum sucesso, minha filha deitou-se, muito
entristecida por essa espécie de mutismo, desolando-se sobretudo porque, em seu
retorno, seu marido, capitão de longo curso, cuja ausência havia durado mais de um ano,
não encontraria mudança na maneira de falar de seu filho, quando, às cinco horas da
manhã, ela foi despertada pela voz da criança que articulava distintamente as letras A, B,
C, D, que jamais havia tentado fazê-lo pronunciar. Crendo sonhar, ela sentou-se em sua
cama, a cabeça pendida sobre o berço, o rosto junto do menino que dormia, ela o ouviu
repetir, em alta voz, várias vezes, pontuando cada uma por um pequeno movimento da
cabeça, as letras A, B, C, depois um pequeno tempo de parada, em se apoiando sobre a
pronúncia, D.
"Quando entrou em seu quarto às seis horas, a criança dormia sempre, mas a mãe,
ainda muito feliz e muito emocionada por ter ouvido seu filho dizer essas letras, não tinha
tornado a dormir. No despertar do menino, e então depois, tentamos em vão fazê-lo dizer
essas letras (das quais nunca tinha ouvido falar quando as disse em seu sono, ao menos
nesta vida), todas as nossas tentativas fracassaram. Ainda hoje mesmo, ele disse A, B,
mas nos foi impossível obter, para C, D, outra coisa senão dois sons, um da garganta, o
outro do nariz que não lembram de nenhum modo as duas letras que queríamos fazê-lo
dizer.
"Não é a prova de que essa criança já viveu? Detenho-me aí, sentindo-me bastante
instruída por ousar concluir. Tenho necessidade de aprender ainda, de ler muito tudo o
que trata do Espiritismo, não para me convencer: o Espiritismo responde a tudo, ou pelo
menos quase tudo; mas, vo-lo repito, senhor, não sei bastante. Isto virá: o desejo não me
falta. Deus que não me abandonou há dezessete anos que sou viúva; Deus, que me
ajudou a educar meus filhos e a estabelecê-los; Deus, em quem tenho fé, provera o que
me falta, porque espero nele, e lhe rogo de todo o coração para que permita aos seus
bons Espíritos esclarecer-me, guiar-me para o bem. Orai, pois, por mim, senhor, que
estou em comunhão de pensamento convosco, e que desejo acima de tudo caminhar no
bom caminho."
Este fato é, sem contradita, o resultado de conhecimentos adquiridos anteriormente.
Se ele é uma aptidão inata, é a que se revela espontaneamente durante o sono do corpo,
quando nenhuma circunstância não tinha podido desenvolvê-la no estado de vigília. Se as
idéias fossem um produto da matéria, por que surgiria uma idéia nova quando a matéria
está entorpecida, ao passo que ela é, não só nula, mas impossível de se exprimir quando
os órgãos estão em plena atividade? A causa primeira, pois, não deve estar na matéria. É
assim que o materialismo se choca a cada passo contra os problemas aos quais é
impotente para dar a solução. Para que uma teoria seja verdadeira e completa, é preciso
que ela não seja desmentida por nenhum fato; o Espiritismo não a formula nenhuma
prematuramente, a menos que isso não seja a título de hipótese, caso em que se guarda
de dá-la como verdade absoluta, mas somente como um objeto de estudo. É a razão pela
qual ele caminha infalivelmente.
No caso de que se trata, é, pois, evidente que o Espírito não tendo aprendido
durante a vigília o que disse durante o sono, é preciso que haja aprendido em alguma
parte; uma vez que não foi nesta vida, é preciso que isso seja numa outra, e, o que é
mais, numa existência terrestre onde falasse francês, uma vez que foram letras francesas
que ele pronunciou. Como explicarão esses fatos aqueles que negam a pluralidade das
existências ou a reencarnação sobre a Terra?
Mas resta saber como ocorre que o Espírito não possa dizer, desperto, o que
articulou no sono?
Eis a explicação que disso foi dada por um Espírito à Sociedade de Paris.
(24 de novembro de 1864. - Médium, senhora Cazemajour.)

"É uma inteligência que poderá permanecer ainda velada algum tempo pelo
sofrimento material da reencarnação à qual esse Espírito teve muita dificuldade em se
submeter, e que tem, momentaneamente, aniquiladas as suas faculdades. Mas seu guia o
ajuda com uma terna solicitude a sair desse estado pelos conselhos, os encorajamentos e
as lições que lhe dá durante o sono do corpo, lições que não são perdidas e que se
reencontrarão vivazes quando essa fase do entorpecimento tiver passado, e que será
determinada por um choque violento, uma emoção extrema. Uma crise desse gênero é
necessária para isso; é preciso esperá-la, mas não temer o idiotismo: este não é o caso."
Há ali um ensinamento importante e até certo ponto novo: o da primeira educação
dada a um Espírito encarnado por um Espírito desencarnado. Certos sábios, sem dúvida,
desdenhariam esse fato como muito pueril e sem importância; não veriam nisso senão
uma bizarrice da Natureza, ou o explicariam por uma superexcitação cerebral que apaga
momentaneamente as faculdades; porque é assim que eles explicam todas as faculdades
medianímicas. Sem dúvida, conceber-se-ia, em certos casos, a exaltação em uma pessoa
de idade madura, que eleva a imaginação por aquilo que vê, ou o que ouve, mas não se
compreenderia que isso pudesse superexcitar o cérebro de uma criança de três anos que
dorme. Eis, pois, um fato inexplicável por essa teoria, ao passo que encontra sua solução
natural e lógica pelo Espiritismo. O Espiritismo não desdenha nenhum fato, por medíocre
que seja em aparência; ele os espia, os observa e os estuda todos; é assim que progride
a ciência espírita, à medida que os fatos se apresentam para afirmar ou completar a sua
teoria; se eles se contradizem, procura-lhes uma outra explicação.
Uma carta datada de 30 de dezembro de 1864, escrita por um amigo da família,
contém o que se segue:
"Uma crise, disseram os Espíritos, determinada por um choque violento, uma
emoção extrema, livrará a criança do entorpecimento de suas faculdades. Os Espíritos
disseram verdadeiramente: a crise ocorreu por um choque violento, e eis de que maneira.
A criança foi causa para que sua avó tivesse uma queda terrível, na qual deixou de rachar
a cabeça, esmagando a criança. Depois desse abalo, a criança surpreende seus
parentes, a cada instante, pronunciando frases inteiras, como esta, por exemplo: "Tome
cuidado, mamãe, de cair."
A articulação das letras durante o sono da criança era, bem evidentemente, o
resultado do exercício que o Espírito lhe fazia praticar. Numa sessão ulterior da
Sociedade, onde não se ocupava de nenhum modo do fato em questão, a dissertação
seguinte foi dada espontaneamente, e vem confirmar e desenvolver o princípio desse
gênero de mediunidade.
Continuação
Revista Espírita 1865 Fevereiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário