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quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

3 - SENTIDO HISTÓRICO DA BÍBLIA E A SUA NATUREZA PROFÉTICA


Qual a posição do Espiritismo diante do problema bíblico?
Os recentes debates na televisão entre espíritas, pastores protestantes e sacerdotes católicos,
deram motivo a algumas incompreensões, de que se aproveitaram adversários pouco escrupulosos
da Doutrina Espírita, para lhe desfecharem novos e injustos ataques.
Vamos procurar esclarecer, por estas colunas, a posição espírita, como já havíamos prometido.
Kardec define essa posição, desde O Livro dos Espíritos, como a de estudo e
esclarecimento do texto, à luz da História e na perspectiva da evolução espiritual da
Humanidade.
No cap. III deste livro, final do item 59, depois de analisar as contradições
entre a Bíblia e as Ciências, no tocante à criação do mundo, ele declara: "Devemos concluir
que a Bíblia é um erro? Não; mas que os homens se enganaram na sua interpretação".
Essas palavras de Kardec, sustentadas através de toda a Codificação, esclarecem a
posição espírita. Devemos reconhecer na Bíblia a sua natureza profética (ou seja:
mediúnica), encerrando a l Revelação, no ciclo histórico das revelações cristãs. Esse ciclo
começa com Moisés (l Revelação), define-se com Jesus (II Revelação) e encerra-se com o
Espiritismo (III Revelação). Os leitores encontrarão explicações detalhadas a respeito em O
Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que é um manual de moral evangélica.
O conceito espírita de Revelação, porém, não é o mesmo das religiões em geral. Revelar é
ensinar, e isso tanto pode ser feito pêlos Espíritos (revelação divina) quanto pêlos homens
(revelação humana), mas não por Deus "em pessoa", porque Deus age através de suas leis e
dos Espíritos. A revelação bíblica, portanto, não pode ser chamada de "palavra de Deus".
Ela é, apenas, a palavra dos Espíritos-Reveladores, e essa palavra é sempre adequada ao
tempo em que foi proferida. Isto é confirmado pela própria Bíblia, como veremos no
decorrer deste estudo.
A expressão "a palavra de Deus" é de origem judaica. Foi naturalmente herdada
pelo Cristianismo, que a empregou para o mesmo fim dos judeus: dar autoridade à Igreja. A
Bíblia, considerada "a palavra de Deus", reveste-se de um poder mágico: a sua simples
leitura, ou simplesmente a audiência dessa leitura, pode espantar o Demônio de uma pessoa
e convertê-la a Deus. Claro que o Espiritismo não aceita nem prega essa velha crendice,
mas não a condena. A cada um, segundo suas convicções, desde que haja boa intenção.

Livro: Visão Espírita
Herculano Pires

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