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sábado, 3 de novembro de 2012

DÚVIDAS


Richard Simonetti
- Se o passista não está bem joga coisa ruim sobre quem recebe o passe?
- Explicando que nossos males e dificuldades representam o pagamento de dívidas, o princípio da
reencarnação não faz a gente desistir de lutar para melhorar de vida?
- Se a Doutrina Espírita é do século passado, como podem os espíritas dizer que os discípulos de
Jesus aceitavam a reencarnação?
- Encontrarei meus familiares quando morrer?
- Japonês pode reencarnar como negro africano?
- O Mundo vai acabar em 2000?
- Há um horário certo para nos comunicarmos com nosso anjo de guarda?
- Que oração devo usar para fazer as pazes com meu namorado?
- Por que os espíritas evocam os Espíritos, contrariando a proibição de Moisés?
- Como podemos encontrar nossa alma gêmea?
- O demônio se manifesta no Centro Espírita?
- As pessoas más reencarnam como animais?
Selecionei estas perguntas dentre centenas, formuladas pelo público, no Centro Espírita, em reuniões
onde se oferece essa possibilidade.
Diga-se de passagem que esse pinga-fogo é muito oportuno. Desde que tenhamos alguém em
condições de responder, os resultados são excelentes. Há maior interesse e as pessoas podem desfazer
suas dúvidas. É mais produtivo que as palestras, onde nem sempre o expositor aborda o que realmente
interessa aos ouvintes.
Mas o que ressalta na amostragem apresentada é a pouca familiaridade com a Doutrina Espírita por
parte daqueles que comparecem às reuniões públicas.
Trata-se de algo perfeitamente compreensível.
A grande maioria é composta de adeptos de outras religiões que procuram cura para seus males e
solução para seus problemas, encaminhados por amigo ou familiar.
Comportam-se exatamente como quem vai a um hospital. Estão ali para tratamento, sem intenção de
estabelecer vínculos.
Alguns acabam por interessar-se, tornam-se assíduos, estudam a Doutrina e se integram no Centro.
Muitos seguem seu caminho, atendendo a dois fatores:
Sararam.
Afastam-se porque não precisam mais de tratamento.
Não sararam.
Afastam-se porque desejam encontrar um Centro “mais forte” ou algo semelhante.
Seguem também porque não foram suficientemente motivados. Não lhes passaram uma mensagem
atraente, esclarecedora, com conteúdo capaz de despertar e sustentar o desejo de aprender.
Há carência de expositores espíritas eficientes, mesmo porque não temos especialistas que vivam
desse trabalho.
O expositor espírita é aquele cidadão de boa vontade que faz malabarismos para participar do Centro
e ao mesmo tempo atender seus compromissos familiares e profissionais.
E há um problema adicional, que envolve companheiros mais bem dotados intelectualmente, com uma
atividade profissional que lhes exigiu o desenvolvimento de valores culturais. Não raro encasquetam de
estudar nas reuniões públicas livros da Codificação ou complementares que devem ser reservados a grupos
de estudo metodizado.
Há expositores que abordam as novidades no setor literário sobre esoterismo, psicologia, terapias
alternativas, auto-ajuda, anjo e quejando... É tudo muito interessante, mas não tem nada a ver com uma
reunião pública de Espiritismo, onde as pessoas devem receber noções elementares da Doutrina. Nelas,
freqüentadas por neófitos, gente que está chegando, que não sabe nada de Espiritismo, o ideal seria
comentar “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo”.
REFORMADOR EDIÇÃO INTERNET
9 REFORMADOR, SETEMBRO, 1997
Ninguém aprende a ler sem conhecer o elementar - as letras do alfabeto.
“O Livro dos Espíritos” é o bê-á-bá do Espiritismo. Eu não diria a primeira leitura, porque poucas
pessoas têm familiaridade com os livros. Quem não está habituado a compulsá-los terá dificuldades. Mas, da
mesma forma que a professora não entrega o manual de alfabetização à criança iletrada ler, mas trata de
usá-lo para ensinar seus pupilos, o expositor tem nessa síntese filosófica da Doutrina todo um precioso
roteiro para seus comentários.
Isso não implica, obviamente, não recomendar a leitura de “O Livro dos Espíritos” ou outra obra básica
aos iniciantes. Mas é preciso cuidado. Segundo pesquisas, apenas 10% da população brasileira lê um livro
anualmente. Quem pouco lê terá dificuldade com os livros de Kardec. Não são compêndios impenetráveis
aos não iniciados, mas foram escritos no século passado, em linguagem que dificilmente motivará quem não
está habituado a excursionar pelo mundo encantado dos livros.
Preferível oferecer, num primeiro momento, obras mais simples, que envolvam histórias, romances,
mensagens, que facilitam a atenção. A literatura fabulosa de Chico Xavier é pródiga em livros dessa
natureza.
Quanto a “O Evangelho segundo o Espiritismo”, é aquela indispensável base moral, o remédio de que
mais carecem as pessoas, já que seus males são decorrentes do comportamento irregular, distanciado das
normas do bem viver explicitadas em suas páginas.
Muitos vêem nessa obra básica uma espécie de amuleto que deve estar sempre à mão nos
momentos difíceis, para leituras mágicas capazes de atrair a proteção divina e resolver os problemas. As
pessoas não entenderam ainda que sua magia está no roteiro que nos oferece, consagrando a moral de
Jesus como o mais legítimo recurso de renovação e de solução de nossos problemas.
O comentário das lições de Jesus, à luz de “O Evangelho segundo o Espiritismo”, em reuniões
públicas, produz palestras consoladoras e atraentes, que motivam o ouvinte e o ajudam a superar suas
dúvidas.
Um recado final para os companheiros que fazem uso da palavra nas reuniões públicas:
As pessoas que comparecem em busca de cura para seus males não têm “cabeça” para fixar a
atenção por muito tempo, em face de seus problemas e perturbações.
As palestras, por isso, enfocando “O Livro dos Espíritos” e “O Evangelho segundo o Espiritismo”,
devem ser breves, no máximo 25 minutos, num somatório de 50 para toda a reunião, enxertando-se histórias
e fatos do dia-a-dia, que prendem a atenção e permitem ao ouvinte entender os conceitos doutrinários e
aplicá-los à própria vida.
Se desenvolvermos nosso trabalho com a eficiência de quem se prepara convenientemente, então
nossos ouvintes, que num primeiro momento procuraram um hospital no Centro Espírita, descobrirão,
encantados, que ele é uma abençoada escola de espiritualidade.

Reformador de 1997 mes de Setembro

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