Meimei
Não
relegues à sombra a criança que te pede aconchego ao templo do coração.
Ave
implume no ninho de teus braços, desferirá seu vôo para os céus do futuro,
transportando consigo a tua mensagem...
Cera
frágil e delicada ao toque de tuas mãos revelará no porvir as idéias que
hoje plasmas em sua contextura de flor...
Não
lhe graves no livro puro das impressões nascentes, senão caracteres da luz
que te abençoe a memória.
Esses
olhos surpresos que te observam as atitudes, esses ouvidos minúsculos que
te guardam a palavra direta e essa alma doce e tenra que se levanta para a
escola dos homens, assimilará teus exemplos, retratando-te a vida.
Ensina-lhe a conquista do bem, para que o mal não se desenvolva,
sufocando-te as horas.
O
divertimento do berço é o prelúdio da atividade na praça pública.
O
brinquedo no lar inspira o trabalho no mundo.
Por
que plantar no solo da experiência infantil as sementes de arrogância e
preguiça, perversidade e destruição?
É
justo acordes a criancinha para a noção da própria dignidade, mas é
lamentável lhe induzas ao crime.
É
natura que o menino de agora se erga para o valor com que se mantenha
acima das vicissitudes humanas, entretanto, devemos chorar sobre a nossa
própria maldade, toda vez que lhe inclinemos o espírito aos delitos da
violência.
Coopera com o Senhor de Nossos Destinos, amparando os rebentos do campo
terrestre, para que se não detenham, mais tarde, nas grades da corrigenda
ou nos sepulcros da frustração.
Responderemos pelas imagens com que lhes formamos os sentimentos.
Compadece-te, pois, da criança que respira e sonha ao teu lado,
auxiliando-a a pensar e servir, a fim de que o trabalho lhe enriqueça o
caminho e para que a educação lhe norteie o caráter.
Por
amor ao teu próprio futuro, auxilia-a a crescer nos padrões do Divino
Benfeitor, que nos advertiu, entre a responsabilidade e a ternura:
—
Deixai vir a mim os pequeninos!...
E,
conduzindo a Jesus as crianças de hoje, teremos o Reino de Deus na Terra,
construído em favor de nós todos, pelos artífices de amanhã.
Meimei
(De “Comandos do Amor”,
de Francisco Cândido Xavier)
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