Conceitos de Allan Kardec
em relação ao caráter religioso do Espiritismo - (1)
Obras citadas no
texto.
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"...o Espiritismo se
fundamenta em princípios gerais
independentes de toda questão dogmática. É
verdade que ele tem conseqüências morais,
como todas as ciências filósóficas. Suas
conseqüências são no sentido do
cristianismo, porque é este, de todas as
doutrinas, a mais esclarecida, a mais pura,
razão por que, de todas as seitas religiosas
do mundo, são as cristãs as mais aptas a
compreendê-lo em sua verdadeira essência.
O Espiritismo não é pois uma
religião. Do contrário teria seu culto, seus
templos, seus ministros. Sem dúvida cada um
pode transformar suas opiniões numa
religião, interpretar à vontade as religiões
conhecidas; mas daí à constituição de uma
nova igreja há uma grande distância e penso
que seria imprudente seguir tal idéia. Em
resumo, o Espiritismo ocupa-se da observação
dos fatos e não das particularidades desta
ou daquela crença; da pesquisa das causas,
da explicação que os fatos podem dar nos
fenômenso conhecidos, tanto na ordem moral
quanto na ordem física, e não impõe nenhum
culto aos seus partidários,..."
(da Revista
Espírita - Volume 2 - 1859 -
Refutação de um artigo de "L'Univers")
* * *
Realmente senhor abade...
( )
...o
Espiritismo está fora de todas as
crenças dogmáticas, com o que não
se preocupa;
nós o
consideramos uma ciência filósofica,
que nos explica uma porção de coisas que
não compreendemos e, por isto mesmo, em
vez de abafar as idéias religiosas, como
certas filosófias, fá-las brotar
naqueles em que elas não existem.
Se, entretanto, o
quiserdes elevar a todo o custo ao plano
de uma religião, vós o atirais num
caminho novo. É o que compreendem
perfeitamente muitos eclesiásticos que,
longe de empurrar para o cisma,
esforçam-se por conciliar as coisas, em
virtude deste racicínio: (...)
Se eu tivesse a honra de
ser sarcedote, disto me serviria em
favor da religião; dela faria uma arma
contra a incredulidade e diria aos
materialistas e ateus: Pedi provas?
Ei-las: e é Deus quem as manda.
(da Revista
Espírita - Volume 2 - 1859
- Resposta a réplica do abade Chesnel
em "L'Univers")
* * *
O Espiritismo é ao mesmo
tempo uma ciência de
observação e uma doutrina
filosófica. Como ciência
prática, ele consiste nas
relações que se podem
estabelecer com os
Espíritos; como filosofia,
ele compreende todas as
conseqüências morais que
decorrem dessas relações.
Pode-se defini-lo assim:
O Espiritismo é uma ciência
que trata da natureza, da
origem e da destinação dos
Espíritos, e das suas
relações com o mundo
corporal.
O que
é o Espiritismo -
Preâmbulo (1859)
* * *
O
Espiritismo prova e faz ver o
que a religião ensina pela
teoria.
(...)
O Espiritismo é,
antes de tudo, uma ciência e não
se ocupa das questões
dogmáticas. Essa ciência tem
conseqüências morais, como
todas as ciências filosóficas.
(...)
(...)
...O Espiritismo
está portanto na própria
Natureza...
(...)
...Seu verdadeiro
caráter é, portanto, o de uma
ciência e não o de uma religião.
(...) Repousa então sobre
princípios independente de toda
e qualquer questão dogmática.
Suas conseqüências morais estão
na linha do Cristianismo, pois
este é, de todas as doutrinas, a
mais esclarecida e a mais pura,
e é por essa razão que, de todas
as seitas religiosas do mundo,
os cristãos são os mais aptos a
compreendê-lo em sua verdadeira
essência.
O que
é o Espiritismo
- Terceiro diálogo: O padre
(1859)
* * *
O Espiritsmo independe
de qualquer forma de culto,
não aconselhando nenhum e não se
preocupando com dogmas particulares,
não constitui uma religião especial,
pois não possui nem sacerdotes nem
templos. Aos que lhe perguntam se
fazem bem em seguir tal ou tal
prática, apenas responde; "Se
sua consciência aprova o que você
faz, faça-o: Deus sempre considera a
intenção". Numa palavra, o
Espiritismo nada impõe a ninguém.
Não se destina aos que tem fé, e a
quem esta fé é suficiente, mas à
numerosa classe de inseguros e dos
incrédulos. Não os afasta da Igreja,
porquanto ja estão dela moralmente
afastados, de modo total ou parcial,
mas os leva a fazer três quartos do
caminho para nela entrarem; cabe à
Igreja fazer o resto.
(...)
...Um venerável eclesiastíco dizia a
esse respeito: "O Espiritismo
faz crer em algo; ora, é melhor crer
em alguma coisa do que não ter
crença nenhuma".
O
Espiritismo em sua mais simples
Expressão. (1862)
* * *
"Se a religião,
apropriada em começo aos
conhecimentos limitados do
homem, tivesse acompanhado
sempre o movimento progressivo
do Espírito humano, não haveria
incrédulos, porque está na
própria natureza do homem a
necessidade de crer, e ele crerá
desde que se lhe dê o pábulo
espiritual de harmonia com as
suas necessidades intelectuais"
(do livro
"O Ceu e o Inferno"
- Allan Kardec, capítulo I)
(1865).
* * *
Se assim
é, perguntarão, então o Espiritismo
é uma religião? Ora,
sim, sem
duvida, senhores.
No sentido
filosófico, o Espiritismo é uma
religião, e nós nos
glorificamos por isto, porque
é a doutrina
que funda os elos da fraternidade e
da comunhão de pensamentos,
não sobre uma simples convenção, mas
sobre bases mais sólidas: as mesmas
leis da natureza.
Por que, então,
declaramos que o Espiritismo não é
uma religião? Porque não há uma
palavra para exprimir duas idéias
diferentes, e porque, na opinião
geral, a palavra religião é
inseparável da de culto; desperta
exclusivamente uma idéia de forma,
que o Espiritismo não tem.
Se o
Espiritismo se dissesse uma
religião, o público não veria aí
senão uma nova edição, uma variante,
si se quiser, dos princípios
absolutos em matéria de fé; uma
casta sacerdotal com seu cortejo de
hierarquias, de cerimônias e de
privilégios; não o separaria das
idéias de misticismo e dos abusos
contra os quais tantas vezes se
levantou a opinião pública.
Não
tendo o Espiritismo nenhum dos
caracteres de uma religião, na
acepção usual do vocábulo, não podia
nem devia enfeitar-se com um titulo
sobre cujo valor inevitavelmente se
teria equivocado. Eis porque
simplesmente se diz:
doutrina
filosófica e moral.
As
reuniões
espíritas podem, pois, ser
feitas
religiosamente, isto é, com o
recolhimento e o respeito que
comporta a natureza grave dos
assuntos de que se ocupa. Pode-se
mesmo, na ocasião, aí
fazer preces
que, em vez de serem
ditas em
particular, são
ditas em comum,
sem que por isto as tomem por
“assembléias
religiosas”. Não se
pense que isto seja um jogo de
palavras; a nuança é perfeitamente
clara, e a aparente confusão é
devida à falta de um vocábulo para
cada idéia.
(Discurso pronunciado na
Sociedade Espírita de Paris em 01/11/1868 -
Revista Espírita).
* * *
"Ele
não apresenta nenhuma característica de uma
religião na acepção usual do
vocabulário; não podia nem devia enfeitar-se
com um título sobre cujo valor
inevitavelmente se teria equivocado. Eis
porque simplesmente se diz: doutrina
filosófica e moral"
(da Revista
Espírita - Volume 12 - 1868).
* * *
"Dissemos que
o verdadeiro objetivo
das assembléias religiosas deve ser a
comunhão de pensamentos; é que com
efeito, a
palavra
religião quer dizer laço. Uma
religião, em sua acepção nata e verdadeira,
é um laço que
religa
os homens numa comunidade de sentimentos, de
princípios e de crenças" ...
(da Revista Espírita
- 1868 - página 357).
* * *
"Sim, sem dúvida, senhores.
No sentido filosófico,
o Espiritismo é uma religião, e nós
glorificamos por isto, porque é
a doutrina que funda
os elos da fraternidade e da comunhão de
pensamentos, não sobre uma simples
convenção, mas sobre bases mais sólidas: as
mesmas da natureza"
(da "Revista Espírita"
- 1868 - página 357).
* * *
"A contradição existente entre certas
crenças religiosas e as leis naturais fez a
maioria dos incrédulos, cujo número aumenta
à medida que se populariza o conhecimento
dessas leis. Se fosse impossível o acordo
entre a ciência e a religião, não haveria
religião possível. Proclamamos altamente a
possibilidade e a necessidade desse acordo
porque, em nossa opinião, a ciência e a
religião são irmãs para a maior glória de
Deus e se devem completar reciprocamente, em
vez de se desmentirem mutuamente.
Estender-se-ão as mãos, quando a ciência não
ver na religião nada de incompatível com os
fatos demosntrados e a religião não mais
tiver que temer a demonstração dos fatos.
Pelas revelações das leis que regem as
relações entre o mundo visível e o
invisível, o Espiritismo será o traço de
união que lhes permitirá olhar-se face a
face, uma sem rir, a outra sem tremer. É
pela concordância da fé e da razão que
diariamente tantos incrédulos são trazidos a
Deus."
(trecho do discurso de Allan Kardec na
Sociedade Espírita de Paris em 1868 -
Revista Espírita).
* * *
"O Espiritismo foi
chamado a desempenhar uma papel imenso
na Terra. Reformará a legislação tantas
vezes contrárias às leis divinas;
retificará os erros da História;
restaurará a religião do Cristo ...
Instituirá a verdadeira religião, a
religião natural, a que parte do coração
e vai direto a Deus"
(do livro
"Obras Póstumas" de Allan
Kardec, página 299 - edição FEB).
* * *
"O Espiritimo
proclama a liberdade de consciência
como direito natural; reclama-a para
os seus adpetos, do mesmo modo que
para toda a gente. Respeita todas as
convicções sinceras e faz questão de
reciprocidade. Da liberdade de
consciência decorre o direito de
livre exame em matéria de fé. O
Espiritismo combate a fé cega,
porque ela impõe ao homem que
abdique da sua própria razão;
considera sem raiz toda fé imposta,
donde o inscrever entre suas
máximas: Não é inabalável, senão a
fé que pode encarar de frente a
razão em todas as épocas da
Humanidade".
Coerente com seus
princípios, o Espiritismo não se
impõe a quem quer que seja; quer ser
aceito livremente e por efeito de
convicção. Expõe suas doutrinas e
acolhe os que voluntariamente o
procuram.
Não cuida de afastar
pessoa alguma das suas convicções
religiosas; não se dirige aos que
possuem fé e a quem essa fé basta;
dirige-se aos que, insatisfeitos com
o que se lhes dá, pedem alguma coisa
melhor"
(do livro
"Obras Póstumas" -
Allan Kardec).
* * *
"O
Espiritismo é uma doutrina
filosófica de efeitos religiosos ...
Não é uma religião constituida,
visto que não tem culto, nem rito,
nem templos e que entre seus
adeptos, nenhum recebeu o título de
sacerdote ..."
(do livro
"Obras Póstumas" - página
260 - Edição FEB)
Fonte: Site a era do espírito |
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