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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

A REGENERAÇÃO

Dissertações Espíritas

(MARCHA DO PROGRESSO)
(Paris, 20 de junho de 1869)
Desde longos séculos as humanidades prosseguem
uniformemente sua marcha ascendente através do tempo e do
espaço. Cada uma delas percorre, etapa por etapa, a rota do
progresso, e se diferem pelos meios infinitamente variados que a
Providência dispôs em suas mãos, são chamadas a se fundirem
todas, a se identificarem na perfeição, já que todas partem da
ignorância e da inconsciência de si mesmas para se aproximarem
indefinidamente do mesmo fim: Deus; para alcançarem a felicidade
suprema pelo conhecimento e pelo amor.
Há universos e mundos, como povos e indivíduos. As
transformações físicas da terra, que sustenta o corpo, podem
dividir-se em duas formas, assim como as transformações morais e
intelectuais que alargam o espírito e o coração.
A terra se modifica pela cultura, pelo arroteamento e
pelos esforços perseverantes dos seus possuidores e interessados;
mas, a esse aperfeiçoamento incessante devemos juntar os grandes
cataclismos periódicos, que são, para o regulador supremo, o que
são a enxada e a charrua para o lavrador.
As humanidades se transformam e progridem pelo
estudo perseverante e pela permuta de pensamentos. Instruindose
e instruindo os outros, as inteligências se enriquecem, mas os
cataclismos morais que regeneram o pensamento são necessários
para determinar a aceitação de certas verdades.
Assimilam-se sem abalos e progressivamente as
conseqüências de verdades aceitas. É preciso um concurso imenso
de esforços perseverantes para que se aceitem novos princípios.
Marcha-se lentamente e sem fadiga sobre um caminho plano, mas
é necessário reunir todas as suas forças para transpor um atalho
agreste e destruir os obstáculos que surgem. É então que, para
avançar, deve o homem quebrar necessariamente a corrente que o
liga ao pelourinho do passado, pelo hábito, pela rotina e pelo
preconceito; a não ser assim, o obstáculo fica sempre de pé, e ele
girará num círculo sem saída até que tenha compreendido que, para
vencer a resistência que obstrui a rota do futuro, não basta quebrar
armas envelhecidas e danificadas: é indispensável criar outras.
Destruir um navio que faz água por todos os lados,
antes de empreender uma travessia marítima, é medida de
prudência, mas será ainda necessário, para realizar a viagem, que se
criem novos meios de transporte. Entretanto, eis onde se encontra
atualmente certo número de homens de progresso, tanto no
mundo moral e filosófico, quanto nos outros mundos do
pensamento! Minaram tudo, tudo atacaram! As ruínas se espalham
por toda parte, mas eles ainda não compreenderam que sobre tais
ruínas é preciso edificar algo de mais sério que um
livre-pensamento e uma independência moral, independentes
apenas da moral e da razão. O nada em que se apóiam não é uma
palavra muito profunda somente por ser vazia. Assim como Deus já
não cria os mundos do nada, o homem não pode criar novas crenças
sem bases. Estas bases estão no estudo e na observação dos fatos.
A verdade eterna, como a lei que a consagra, não espera
para existir a aceitação dos homens; ela é e governa o Universo, a
despeito dos que fecham os olhos para não a ver. A eletricidade
existia antes de Galvani e o vapor antes de Papin, como a nova
crença e os princípios filosóficos do futuro existiam antes que os
publicistas e os filósofos os tivessem consagrado.
Sede pioneiros perseverantes e infatigáveis!... Se vos
chamarem de loucos como o fizeram a Salomão de Caus, se vos
repelirem como Fulton, marchai sempre, porque o tempo, esse juiz
supremo, saberá tirar das trevas os que alimentam o farol que deve,
um dia, iluminar a Humanidade inteira.
Na Terra, o passado e o futuro são os dois braços de
uma alavanca que tem no presente o seu ponto de apoio. Enquanto
a rotina e os preconceitos tiverem curso, o passado estará no
apogeu. Quando a luz se faz, a báscula balança, e o passado, que já
escurecia, desaparece para dar lugar ao futuro que irradia.
Allan Kardec

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