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sábado, 25 de agosto de 2012

4a Parte Da Probição de Evocar os Mortos matéria do Livro Céu e Inferno.


Capítulo XI
Da Proibição de Evocar os Mortos (continuação)
15 — Repelir as comunicações de além-túmulo seria rejeitar o poderoso meio de instrução que resulta da iniciação no conhecimento da vida futura e dos exemplos que elas nos fornecem. A experiência nos ensina, além disso, como podemos fazer o bem desviando do mal os Espíritos imperfeitos, ajudando os sofredores a se libertarem da matéria e a se melhorarem, e proibir isso seria privar as almas infelizes da assistência que lhes podemos dar. A seguinte comunicação de um Espírito resume admiravelmente os efeitos da evocação, quando praticada com uma finalidade caridosa.
Cada Espírito sofredor e desesperado vos contará a causa de sua queda, os arrastamentos a que não resistiu, e vos dirá das suas esperanças, das suas lutas, dos seus terrores. Ele vos dirá também dos seus remorsos, das suas dores, dos seus desesperos, e vos mostrará Deus, justamente irritado, punindo o culpado com toda a severidade da sua justiça.
Ao escutá-lo, sereis movidos de compaixão por ele e de temor por vós mesmos. Ao seguir os seus lamentos, vereis Deus não o perdendo de vista, esperando o pecador arrependido, abrindo os braços tão logo ele comece a avançar em sua direção. Vereis os progressos do culpado, para os quais tereis a felicidade e a glória de haver contribuído. Acompanhareis com solicitude a sua reforma; como o cirurgião acompanha a cicatrização da ferida de que cuida diariamente. (Bordeus, 1861.)(46)
O Prof. Ernesto Bozzano, apoiado especialmente em pesquisas etnológicas de Andrew Lang e Max Freedon Long, em seu livro Popoli primitivi e manifestazione supernormale, formulou a tese da origem mediúnica das religiões. Os fundamentos dessa tese são científicos e filosóficos. As pesquisas metapsíquicas e parapsicológicas vêm confirmando a sua validade ao provarem que as funções psi (ou mediúnicas) são uma faculdade humana natural. Os avanços da Ciência em nosso tempo, e particularmente os da Física — revelação da estrutura atômica da matéria, descoberta da antimatéria e aceitação teórica da existência do antiuniverso — ampliam no plano físico as conseqüências das investigações psicofisiológicas. É hoje inegável que vivemos num Universo fechado pelas limitações de nossas percepções sensoriais, mas que se abre ante as possibilidades da percepção extra-sensorial e dos novos recursos da Ciência para penetrar nos arcanos da Natureza.
Quando Pasteur descobriu o mundo invisível dos micróbios teve de lutar contra a ignorância dos doutos e sábios do tempo. Kardec é o Pasteur do Espírito — descobriu o mundo invisível dos espíritos e demonstrou que estes, à maneira das bactérias, dividem-se em benéficos e maléficos, podendo produzir infestações (que são infecções espirituais) ocasionando doenças mentais e orgânicas. Contra ele se levantaram da mesma maneira os doutos e os sábios do tempo, mas ainda mais fortemente apoiados pelos clérigos e teólogos das religiões dominantes do que no caso de Pasteur. A luta era mais difícil, porque contra Kardec se conjugavam preconceitos, superstições e interesses materiais muito maiores e mais arraigados. Mas mesmo assim a verdade não pode ser obscurecida.
Mas deixando de lado a questão científica — e também a questão filosófica, a que nem nos referimos aqui — para tratar da questão religiosa, que é o assunto deste livro, podemos assegurar que a condenação de Moisés, erroneamente aplicada ao Espiritismo, redundaria na eliminação pura e simples de todas as religiões. Porque todas elas, desde as primitivas até as mais culturalmente refinadas, apoiam-se na relação do homem com o mundo invisível e dela se alimentam. Os fatos espíritas estão na raiz e na seiva da Religião, que tem sua origem na Revelação e se desenvolve graças à seiva mediúnica da permanente comunicação dos homens com os espíritos.
A evocação — contra a qual se levantam os maiores protestos — é também uma constante na história, na teoria e na prática das religiões. Como Kardec explica, basta pensarmos num espírito para o evocarmos. Mas isso não o obriga a atender-nos. Os espíritos são mais livres do que nós, os encarnados, e a evocação é um simples apelo, nunca uma tentativa mágica de sujeitar o espírito ao homem. Ao contrário disso, há práticas religiosas em nosso tempo que pretendem sujeitar o próprio Deus às exigências formalistas e convencionais de um sacerdote. Proibir essas práticas seria mais fácil, porque são criações humanas e dependem apenas dos homens, mas proibir as evocações espíritas e as manifestações espontâneas que se dão por toda parte através da mediunidade é impossível, porque estas dependem dos espíritos, que não estão ao alcance das determinações humanas.
Além disso é preciso considerar o problema da evolução espiritual do homem, que cada dia mais o aproxima dos espíritos, abrindo-lhe as possibilidades da percepção extra-sensorial. Rompendo a clausura dos sentidos, a rede do sensório orgânico, o homem de hoje aumenta cada vez mais, e com evidente aceleração evolutiva, as suas possibilidades de comunicação com o mundo invisível. Os dois planos da vida humana — o visível e o invisível — tornam-se mais próximos e se familiarizam na proporção em que a alma (espírito encarnado) aguça as suas faculdades para uma percepção mais dinâmica e real do mundo em que vive. (N. do T.)
(46) Proibir as relações do homem com o mundo invisível é um contrasenso e revela ignorância da natureza humana e da própria História Universal. Em todos os tempos, desde os primitivos, como o atestam de maneira inegável as pesquisas paleontológicas, arqueológicas, antropológicas, etnológicas e históricas, os homens mantiveram relações com entidades espirituais, sempre considerando-as humanas, diabólicas e divinas. O que são as religiões senão as formas institucionalizadas dessas relações? O que é a Bíblia, no seu conjunto e em cada um dos seus livros, senão um testemunho maciço e imponente dessa realidade inegável? E poderemos acaso negar que os próprios Evangelhos testemunham esse fato e nos instruem a respeito da maneira por que devemos proceder nessas relações? (Veja-se I Coríntios, cap. 12 e I João 4:1-6).

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