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quarta-feira, 21 de abril de 2021

TIRADENTES DIALOGA COM IRMÃO X SOBRE A INCONFIDÊNCIA MINEIRA.




(...)"antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria. Hoje posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática(...) Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros.”(...)A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. A ausência de um interesse comum em favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios.”




Tirandentes:

Dos infelizes protagonistas da Inconfidência Mineira,  no dia 21 de abril de todos os anos, aqueles que podem excursionar pela Terra volvem às ruínas de Ouro Preto,  a fim de se reunirem entre as velhas paredes da casa humilde do sítio da Cachoeira, trazendo a sua homenagem de amor à personalidade do Tiradentes.

Nessas assembleias espirituais, que os encarnados poderiam considerar como reuniões de sombras, os preitos de amor são mais expressivos e mais sinceros, livres de todos os enganos da História e das hipocrisias convencionais.

Ainda agora, compareci a essa festividade de corações, integrando a caravana de alguns brasileiros desencarnados, que para lá se dirigiu, associando-se às comemorações do protomártir da emancipação do País.

Nunca tive muito contato com as coisas de Minas Gerais, mas a antiga Vila Rica [atualmente Ouro Preto],  atualmente elevada à condição de Monumento Nacional, pelas suas relíquias prestigiosas, sempre me impressionou pela sua beleza sugestiva e legendária. Nas suas ruas tortuosas, percebe-se a mesma fisionomia do Brasil dos vice-reis. Uma coroa de lendas suaves paira sobre as suas ladeiras e sobre os seus edifícios seculares, embriagando o espírito do forasteiro com melodias longínquas e perfumes distantes. Na terra empedrada, ainda existem sinais de passos dos antigos conquistadores do ouro dos seus rios e das suas minas e, nas igrejas, ainda se ouvem soluços de escravos, misturados com gritos de sonhos mortos, do seu valoroso heroísmo. A velha Vila Rica, com a névoa fria dos seus horizontes, parece viver agora com as suas saudades de cada dia e com as suas recordações de cada noite.

Sem me alongar nos lances descritivos acerca dos seus tesouros do passado, objeto da observação de jornalistas e escritores de todos os tempos, devo dizer que, na noite de hoje, a casa antiga dos Inconfidentes tem estado cheia das sombras dos mortos. Aí fui encontrar, não segundo o corpo, mas segundo o Espírito, as personalidades de Domingos Vidal Barbosa, Freire de Andrada, Mariano Leal, Joaquim da Maia, Cláudio Manuel, Inácio Alvarenga, Doroteia de Seixas, Beatriz Francisca Brandão, Toledo Pisa, Luís de Vasconcelos e muitos outros nomes, que participaram dos acontecimentos relativos à malograda conspiração. Mas, de todas as figuras veneráveis ao alcance dos meus olhos, a que me sugeria as grandes afirmações da pátria era, sem dúvida, a do antigo alferes Joaquim José da Silva Xavier, pela sua nobre e serena beleza. Do seu olhar claro e doce, irradiava-se toda uma onda de estranhas revelações, e não foi sem timidez que me acerquei da sua personalidade, provocando a sua palavra.

Falando-lhe a respeito do movimento de emancipação política, do qual havia sido o herói extraordinário, declinei minha qualidade de seu ex-compatriota, filho do Maranhão, que também combatera, no passado, contra o domínio dos estrangeiros.

— “Meu amigo — declarou com bondade —, antes de tudo, devo afirmar que não fui um herói e sim um Espírito em prova, servindo simultaneamente à causa da liberdade da minha terra. Quanto à Inconfidência de Minas, não foi propriamente um movimento nativista, apesar de ter aí ficado como roteiro luminoso para a independência da pátria. Hoje posso perceber que o nosso movimento era um projeto por demais elevado para as forças com que podia contar o Brasil daquela época, reconhecendo como o idealismo eliminou em nosso espírito todas as noções da realidade prática mas, estávamos embriagados pelas ideias generosas que nos chegavam da Europa, através da educação universitária. E, sobretudo, o exemplo dos Estados Americanos do Norte, que afirmaram os princípios imortais do direito do homem, muito antes do verbo inflamado de Mirabeau, era uma luz incendiando a nossa imaginação. O Congresso de Filadélfia, que reconheceu todas as doutrinas democráticas, em 1776, afigurou-se-nos uma garantia da concretização dos nossos sonhos. Por intermédio de José Joaquim da Maia procuramos sondar o pensamento de Jefferson, em Paris, a nosso respeito; mas, infelizmente, não percebíamos que a luta, como ainda hoje se verifica no mundo, era de princípios.  O fenômeno que se operava no terreno político e social era o desprezo do absolutismo e da tradição, para que o racionalismo dirigisse a vida dos homens. Fomos os títeres de alguns portugueses liberais, que, na colônia, desejavam adaptar-se ao novo período histórico do planeta, aproveitando-se dos nossos primeiros surtos de nacionalismo. Não possuíamos um índice forte de brasilidade que nos assegurasse a vitória, e a verdade só me foi intuitivamente revelada quando as autoridades do Rio mandaram prender-me na rua dos Latoeiros.”

— E nada tendes a dizer sobre a defecção de alguns dos vossos companheiros? — perguntei.

— “Hoje, de modo algum desejaria avivar minhas amargas lembranças… Aliás não foi apenas Silvério quem nos denunciou perante o Visconde de Barbacena; muitos outros fizeram o mesmo, chegando um deles a se disfarçar como um fantasma, dentro das noites de Vila Rica, avisando quanto à resolução do governo da província antes que ela fosse tomada publicamente, com o fim de salvaguardar as posições sociais de amigos do Visconde que haviam simpatizado com a nossa causa. Graças a Deus, todavia, até hoje, sinto-me ditoso por ter subido sozinho os vinte degraus do patíbulo.”

— E sobre esses fatos dolorosos, não tendes alguma impressão nova a nos transmitir?

E os lábios do Herói da Inconfidência, como se receassem dizer toda a verdade, murmuraram estas frases soltas:

“Sim… a Sala do Oratório e o vozerio dos companheiros desesperados com a sentença de morte… a Praça da Lampadosa, minha veneração pelo Crucifixo do Redentor e o remorso do carrasco… a procissão da Irmandade da Misericórdia, os cavaleiros, até o derradeiro impulso da corda fatal, arrastando-me para o abismo da morte…”

E concluiu:

“Não tenho coisa alguma a acrescentar às descrições históricas, senão minha profunda repugnância pela hipocrisia das convenções sociais de todos os tempos.”

— É verdade, acrescentei, reza a História que, no instante da vossa morte, um religioso falou sobre o tema do Eclesiastes — “Não atraiçoes o teu rei, nem mesmo por pensamentos.”

E terminando a minha observação com uma pergunta, arrisquei:

— Quanto ao Brasil atual, qual a vossa opinião a respeito?

“Apenas a de que ainda não foi atingido o alvo dos nossos sonhos. A nação ainda não foi realizada para criar-se uma linha histórica, mantenedora da sua perfeita independência. Todavia, a vitalidade de um povo reside na organização da sua economia e a economia do Brasil está muito longe de ser realizada. 
A ausência de um interesse comum em favor do País, dá causa não mais à derrama dos impostos, mas ao derrame das ambições, onde todos querem mandar, sem saberem dirigir a si próprios.”

Antes que se fizesse silêncio entre nós, tornei ainda:

— Com relação aos ossos dos inconfidentes, vindos agora da África para o antigo teatro da luta, hoje transformado em Panteão Nacional,  são de fato autênticos esqueletos dos apóstolos da liberdade?

— “Nesse particular, respondeu Tiradentes com uma ponta de ironia, não devo manifestar os meus pensamentos. Os ossos encontrados tanto podem ser de Gonzaga, como podem pertencer, igualmente, ao mais miserável dos negros de Angola. O orgulho humano e as vaidades patrióticas têm também os seus limites… Aliás, o que se faz necessário é a compreensão dos sentimentos que nos moveram a personalidade, impelindo-nos para o sacrifício e para a morte…”

Mas, não pôde terminar. Arrebatado numa aluvião de abraços amigos e carinhosos, retirou-se o grande patriota que o Brasil hoje festeja glorificando o seu heroísmo e a sua doce humildade.

Aos meus ouvidos emocionados ecoavam as notas derradeiras da música evocativa e dos fragmentos de orações que rodeavam o monumento do Herói, afigurando-se-me que Vila Rica ressurgira, com os seus coches dourados e os seus fidalgos, num dos dias gloriosos do Triunfo Eucarístico mas, aos poucos, suas luzes se amorteceram no silêncio da noite, e a velha cidade dos conspiradores entrou a dormir, no tapete glorioso de suas recordações, o sono tranquilo dos seus sonhos mortos.


(.Irmão X)

21 de abril de 1937.

  

Livro: Crônicas de Além Túmulo- Psicografado por Chico Xavier

TIRADENTES NOS BRAÇOS DE ISMAEL.


"resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister do inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o pretérito obscuro e criminoso com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a ser um símbolo para a posteridade, com o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores. Qual novo gênio surges, para espargir bênçãos sobre a terra do Cruzeiro, em todos os séculos do seu futuro. "




Tiradentes nos braços de Ismael


[...]
"Os historiadores falam do grande pavor daqueles onze homens que se ajuntavam, andrajosos e desesperados, na sala do Oratório, para ouvirem a sentença da sua condenação, após três longos anos de separação, em que haviam ficado incomunicáveis nos diversos presídios da época. A leitura da peça condenatória, pelo Desembargador Francisco Alves da Rocha, levou quase duas horas. Depois de conhecerem os seus termos, os infelizes conjurados passaram às mais dolorosas e recíprocas recriminações. Os mais tristes quadros de fraqueza moral se patenteavam naqueles corações desiludidos e desamparados; mas, no dia seguinte, a dura sentença era modificada. D. Maria I havia comutado anteriormente as penas de morte em perpétuo degredo nas desoladas regiões africanas, com exceção do Tiradentes, que teria de morrer na forca, conservando-se o cadáver insepulto e esquartejado, para escarmento de quantos urdissem novas traições à coroa portuguesa.

O mártir da inconfidência, depois de haver apreciado, angustiadamente, a defecção dos companheiros, reveste-se de supremo heroísmo. Seu coração sente uma alegria sincera pela expiação cruel que somente a ele fora reservada, já que seus irmãos de ideal continuariam na posse do sagrado tesouro da vida. As falanges de Ismael lhe cercam a alma leal e forte, inundando-a de santas consolações.

Tiradentes entrega o espírito a Deus, nos suplícios da forca, a 21 de abril de 1792. Um arrepio de aflitiva ansiedade percorre a multidão, no instante em que seu corpo balança, pendente das trevas do cadafalso, no Campo da Lampadosa.
Mas, nesse momento, Ismael recebia em seus braços carinhosos a alma edificada do mártir.

– Irmão querido – exclama ele – resgatas hoje os delitos cruéis que cometeste quando te ocupavas do nefando mister do inquisidor, nos tempos passados. Redimiste o pretérito obscuro e criminoso com as lágrimas do teu sacrifício em favor da Pátria do Evangelho de Jesus. Passarás a ser um símbolo para a posteridade, com o teu heroísmo resignado nos sofrimentos purificadores. Qual novo gênio surges, para espargir bênçãos sobre a terra do Cruzeiro, em todos os séculos do seu futuro. Regozija-te no Senhor pelo desfecho dos teus sonhos de liberdade, porque cada um será justiçado de acordo com as suas obras. Se o Brasil se aproxima da sua maioridade como nação, ao influxo do amor divino, será o próprio Portugal quem virá trazer, até ele, todos os elementos da sua emancipação política, sem o êxito incerto das revoluções feitas à custa do sangue fraterno, para multiplicar os órfãos e as viúvas na face sombria da Terra...

Um sulco luminoso desenhou-se nos espaços, à passagem das gloriosas entidades que vieram acompanhar o espírito iluminado do mártir, que não chegou a contemplar o hediondo espetáculo do esquartejamento.

Daí a alguns dias, a piedosa rainha portuguesa enlouquecia, ferida de morte na sua consciência pelos remorsos pungentes que a dilaceravam e, consoante as profecias de Ismael, daí a alguns anos era o próprio Portugal que vinha trazer, com D. João VI, a independência do Brasil, sem o êxito incerto das revoluções fratricidas, cujos resultados invariáveis são sempre a multiplicação dos sofrimentos das criaturas, dilaceradas pelas provações e pelas dores, entre as pesadas sombras da vida terrestre."

Trecho retirado do capítulo"Inconfidência Mineira" no Livro “Brasil – Coração do Mundo – Pátria do Evangelho”
Psicografia Francisco C. Xavier – Espírito Humberto de Campos


terça-feira, 20 de abril de 2021

ISMAEL E A CONVOCAÇÃO DOS INCOFIDENTES PARA REGENERAÇÃO : EXPIAÇÃO E MISSÃO

 


[...] Todos aqui estais cientes da grande revolução que se processa no campo das ideias, insuflando o amor novo às letras,  à música e à arte, para renovação dos povos[...] Lembrai-vos, no entanto, que devemos fazê-lo sem ódios, de vez que o Brasil é um lugar onde a cruz do Senhor recende de Amor Universal. Tendes que influir na abolição dos escravos, e já tem denegrido demais a consciência brasileira [...]podeis, com o cérebro iluminado e o coração cheio de paz, embora em débito, alicerçar no Brasil os novos ideais de Fraternidade ,Igualdade e Liberdade.





   O ALISTAMENTO DOS INCONFIDENTES



[...]E, ante a  vacilação de quase todos,  Ismael, fitando  nos demoradamente prosseguiu:


- Amados! Muitos de vós  já atendestes a esta convocação, renascendo na época dura da retração do ouro  nas Minas Gerais. Todos aqui estais cientes da grande revolução que se processa no campo das ideias, insuflando o amor novo às letras,  à música e à arte, para renovação dos povos. Ninguém vos induzirá a esta tarefa ,  que não é coisa de um dia ,  e nem sereis constrangidos a renascer longe dos grupos afins e nas circunstâncias que mereceis. Estes  espíritos encarnados que aqui se encontram  serão aqueles que virão a receber vos por filhos e netos. Relembrai  agora as próprias dívidas e equacionai e as vossas muitas esperanças.Sois todos equilibrados e intelectualmente bem-dotados, capazes ,portanto, de insuflar na província as ideias que tanto tendes defendido: a de emancipar  o Brasil de Portugal, por exemplo. Lembrai-vos, no entanto, que devemos fazê-lo sem ódios, de vez que o Brasil é um lugar onde a cruz do Senhor recende de Amor Universal. Tendes que influir na abolição dos escravos, e já tem denegrido demais a consciência brasileira e alicerçar um futuro onde as fábricas dirimam a miséria do Povo! Estais demais preparados para esta luta, já que a própria tarefa de socorro a quantos sofrem na terra agora, já vos preparou para uma visão mais real das necessidades da hora presente.


  Cada um de vós tendes sido outrora tiranos e déspotas e sabeis o quanto à tirania é móvel de perturbação e treva. Se outrora empunhastes o poder para a destruição e a morte, escravização e o extermínio pela ambição das riquezas, agora sabeis que a riqueza maior vem das conquistas do amor e dedicação, e podeis, com o cérebro iluminado e o coração cheio de paz, embora em débito, alicerçar no Brasil os novos ideais de Fraternidade ,Igualdade e Liberdade.


  Eis que  outros espíritos foram enviados à Europa, a qual infelizmente, está por demais  envolta  e lutas fratricidas e pela qual tememos  não venham estas ideias renovadas sem lutas cruentas. Na América do Norte um contingente já se encontra preparado para renascer, iluminando o próprio Brasil com suas conquistas da criatura humana. Agora é imperativo que também vos decidais  e nós prepararemos o quadro das necessidades de cada um , inserindo-o num grupo afim  para renascimento em expiação e missão neste aprendizado que nos prova e engrandece .


Não  desconheceis  as injunções  dolorosas da hora presente, nem as dificuldades vultosas de um reencarne em condições   tais ,  mas rogaremos a Jesus nos multiplique as forças .


Não sereis contrangidos ,no entanto, ao reencarne , e tereis ainda tempo bastante para analisar as possibilidades de cada um e os possíveis problemas particulares e peculiares de cada situação e de cada espírito.


( Palavras de Ismael, Protetor do Brasil)


Fonte: Confidências de um Inconfidente.17º Edição Médium: Marilusa Moreira Vasconcelos Ditado pelo Espírito: Tomás Antônio Gonzaga. Trecho retirado do capítulo : Alistamento dos Incofidentes pag. 22-23


segunda-feira, 19 de abril de 2021

FELIPE DOS SANTOS : UM TESTEMUNHO PARA OS INCONFIDENTES -"O sofrimento maior é o de fracassar na própria destinação!"

 

Contexto:

No plano espiritual , Ismael, convocava ,para um alistamento , Espíritos que pudesem levar ,no campo das ideias, uma nova proposta , para evolução . Essas ideias deveriam constar os ideais de Fraternidade de Igualdade e Liberdade. Neste ínterim , Ismael , após sua exposição, trouxe um testemundo, um depoimento , uma mensagem de *Felipe dos Santos , que acabara de desencarnar , redimido perante sua consciência, de forma cruel, por implantar estas novas idéias , visando encorajar esses Espíritos para uma missão nobre a desempenhar no Brasil, em Minas Gerais.
*Felipe dos Santos teve seu desencarne no ano de 1720 , condenado pelo conde de Assumar , na chamada Revolta de Vila Rica!




( Ismael) Não vos devo negar um alertamento. hoje recebemos em nosso plano um irmão que testemunhou, até a morte violenta, pelas novas ideias que vos chamamos a defender. Felipe dos Santos tem seus despojos espalhados como sementes mas seu espírito eterno já se refaz e vos envio um recado.


( Tomás Antônio Gonzaga) No mesmo instante, envolto em luz verde radiosa viva a figura do Mártir, cuja sentença tanto me revoltar, materializou se diante de nós e falou: 


 ( Felipe dos Santos ) Amados irmãos da Pátria do Cruzeiro, Jesus seja abençoado por por me aceitar como um soldado infiel que só doou sua vida, por mais não ter para o engrandecimento desta Terra tão querida.Eu, que me banhei nas suas cachoeiras, que corri selvagem entre os potros e  escravos, que foi livre e amei , e fui amado, estou feliz e agradecido pela oportunidade de voltar vitorioso, deixando o sangue do corpo botar na terra abençoada, como preito de saudade e esperança.O espírito eterno! O sofrimento maior é o de fracassar na própria destinação! O amor pelo Brasil me insuflou as veias da carne ,mas se o corpo tombou - este mesmo amor são as asas benditas da minha redenção e também dos erros do meu passado. Ajudar-vos-ei se Jesus me permitir,  tanto quanto me ajudaste hoje com vossas preces, na hora decisiva. Que a paz do Senhor abençoe  nossos espíritos tão fracos! 



Trecho retirado do livro:
Confidências de um Incofidente - 17ª edição - pg.23
Autora : Marilusa Moreira Vasconcelos
ditado pelo Espírito : Tomás Antônio Gonzaga.



sexta-feira, 16 de abril de 2021

TERIA O CHAMADO 'BOM LADRÃO IDO PARA O PARAÍSO?


"[...]A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões[...]E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade."






"E disse a Jesus: Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino,

E disse-lhe Jesus: "Em verdade te digo, que hoje estarás comigo no Paraíso."

- (Lucas, 23:42-43)


Teria o Espírito imperfeito do chamado Bom Ladrão ido para Paraíso, juntamente com o excelso Espírito de Jesus Cristo? Ele apenas proferiu algumas ligeiras palavras de simpatia, e será que isso teria sido o bastante para ele adentrar as alcandoradas regiões celestiais, da mesma maneira como o fez Jesus Cristo?


A Doutrina Espírita nos ensina que apenas os Espíritos puros, que já atingiram elevado índice de perfeição, terão acesso a essas elevadas regiões.


Entretanto, houve uma promessa emanada de Jesus: Hoje estarás comigo no Paraíso". É evidente que o Mestre, pendurado no madeiro infamante, não poderia jamais formular uma promessa em vão. Por isso, como ocorre com numerosos ensinamentos de Jesus, cumpre se deduza dessa passagem evangélica o sentido alegórico que ela encerra, interpretando-a, não pela "letra que mata", mas pelo "Espírito que vivifica".


Viver no Paraíso ou nas regiões umbralinas é simplesmente um estado consciencial. Um indivíduo que vive em constante estado de revolta, que pratica toda a sorte de maldades, que menospreza os mais comezinhos princípios da bondade e do amor, que espanca esposa e filhos, que se embriaga ou se chafurda nos vícios, que alimenta ódio contra os seus semelhantes, vive com a sua consciência num estado verdadeiramente infernal.


Não desfruta da paz de Espírito e está em constante estado de revolta interior, blasfemando contra tudo e contra todos. Por outro lado, um homem que pratica o bem sem mistura do mal, que sente o coração inundado dos sentimentos de amor ao próximo, que se rege pelas normas da brandura, da tolerância, da fraternidade, que vive em paz com os seus familiares, que abomina os vícios, os desregramentos, vive num estado conciencial de paz, de serenidade.


Com fundamento nesses dois parâmetros, pode-se afirmar que a criatura humana, mesmo aqui na Terra, pode viver no chamado Inferno ou no Paraíso.


O chamado Bom Ladrão, evidentemente, dado o gênero de vida que levava, prejudicando o seu próximo,  apropriando-se dos bens alheios e semeando a maldade e talvez até a morte, bem revelava o estado de inferioridade de seu Espírito. No entanto, condenado pela justiça dos homens a morrer na cruz, evidencia que os crimes por ele praticados eram de acentuada gravidade.


Todavia, suspenso no madeiro, sentiu, repentinamente, um sentimento de remorso, ao ver Jesus, um inocente, um expoente do amor, morrer de maneira tão infamante. Ele se condoeu; sentiu no âmago do seu coração que havia apenas praticado o mal, que não havia; amuado o seu próximo. Ao ouvir os impropérios que o outro ladrão, crucificado, dirigia a Jesus, exclamou: "E nós, na verdade, com justiça fomos condenados e estamos recebendo o que os nossos feitos mereciam; mas este nenhum mal fez."


E, dirigindo-se ao Mestre, disse: "Senhor, lembra-te de mim, quando entrares no teu Reino", merecendo a promessa de Jesus: "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso". Espírito elevado que é, Jesus que assolava aquele seu irmão menor, viu o seu arrependimento, e, como o remorso é a porta da redenção espiritual, sentenciou: "Hoje estarás comigo no Paraíso."


E' evidente que o Espírito do chamado Bom Ladrão não o acompanhou, mas passou a sentir um novo estado de Espírito; passou a desfrutar de serenidade, sentiu toda a extensão dos seus desvios e, interiormente, sentiu a necessidade do reajuste, de resgatar todo o mal que havia semeado.


Com isso, em novas reencarnações, que forçosamente deveria ter no futuro, viveria num estágio melhor, experimentaria em seu coração os benefícios da paz, da serenidade e do amor, esforçando-se por redimir-se dos delitos do pretérito; passaria a conceber que na Justiça Divina não existe a promoção pela graça, ou pelo milagre, na senda evolutiva, mas Deus, em sua infinita misericórdia, lhe daria novas oportunidades, a fim de se enquadrar no rol dos homens sensatos, ponderados, que vivem num estado de paz interior e de uma relativa felicidade.


Com isso, estaria ele desfrutando de um "Paraíso" consciencial, quando comparado com o estado verdadeiramente infernal em que viveu na existência que havia culminado com a sua crucificação.


O Mestre não falhou em sua promessa, pois o enquadrou numa senda diferente, que o conduziria melhor na caminhada rumo a Deus, diminuindo, paulatinamente, a distância que o separava do Criador; abreviaria o tempo necessário para, realmente, adentrar as regiões elevadas dos Planos Divinos, região comumente chamada de "Paraíso".


Paulo A. Godoy

quinta-feira, 15 de abril de 2021

INTERFERÊNCIA OBSESSIVA."(...)Lembremo-nos do Cristo quando nos advertiu: "... se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem"...



"A obsessão simples tem lugar quando um espírito malfazejo se impõe a um médium, se imiscui, a seu malgrado, nas comunicações que recebe, o impede de comunicar-se com outros espíritos e o substitui àqueles que são evocados." (Segunda Parte, cap. XXIII, item 238)


Por mais exímio seja um violinista, sua atuação ficará prejudicada, caso o instrumento musical não lhe corresponda às expectativas...

Todo médium, na tarefa a que se dedique pode sofrer interferências de caráter obsessivo, empanando-lhe o brilho. A interferência obsessiva a que nos referimos, em muitos medianeiros acontece de forma intermitente, ou seja, em crises mais ou menos periódicas, tirando-lhes a confiabilidade indispensável junto aos companheiros.

O médium que, do ponto de vista emocional e doutrinário, hoje esteja bem, amanhã não está, não inspira confiança nos comunicados dos quais se faça intérprete por parte dos Mensageiros da Vida Maior. Poderá até operar com relativo desembaraço, intermediando espíritos infelizes, mas nem sempre estará apto para refletir o pensamento que promana das Esferas Superiores.

Até certo ponto, a interferência obsessiva é normal em quase todo medianeiro ainda em luta com as próprias imperfeições, mas quando ela se demore ou se torne, digamos, repetitiva, a faculdade mediúnica "adoece" e reclama tratamento.

O tratamento do médium cuja mediunidade se encontra "doente", à semelhança de leito de rio repleto de calhaus a lhe tornarem revoltas as águas, deve principiar com o próprio medianeiro, em conscientizar-se da necessidade da suspensão provisória de suas faculdades, a fim de que a sintonia estabelecida com os espíritos perturbadores se desfaça...

Atentemos para o fato de que não estamos aconselhando o afastamento sumário do médium enfermo das atividades nas quais encontrará oportunidade de reerguer-se; consideramos de bom alvitre que as faculdades psíquicas do medianeiro em questão sejam saneadas, através do concurso terapêutico do passe, da água fluidificada, da prece, da reflexão conduzida por amigos que por ele se interessem, da leitura que lhe possibilite a renovação das energias e, sobretudo, do trabalho no bem, que lhe permita recomeçar a percorrer o caminho...

Cometem descaridade quando passem a exigir dos médiuns uma conduta moral ilibada, quase que assim lhe cassando a boa-vontade em servir, como possam, aos propósitos do Senhor.

Compreendamos que, sobre a Terra, nenhum médium estará o tempo todo isento dessa ou daquela influência espiritual perniciosa. Repetiríamos, com Kardec, que o melhor médium seria o que menos sofresse o assédio dos espíritos interessados em desnorteá-lo e, através dele, deixando sem rumo dezenas de pessoas... Aliás, da parte dos espíritos desafetos da Luz, há grande interesse em derrubar os médiuns que funcionariam como ponto de referência para os que orbitam à sua volta, promovendo um "desastre" de proporções inimagináveis na rota evolutiva dos companheiros que através deles foram agrupados.

Imprescindível se torna que os amigos dos sensitivos sob interferência obsessiva — seja ela constante ou periódica — ajam em seu benefício, procurando preservá-lo de deslizes
maiores, conscientes de que o pequeno e inevitável tropeço será sempre melhor do que a queda espetacular.

Quanto aos Espíritos Superiores, não os julguemos piores do que nos julgamos a nós, quando chegamos ao absurdo de supô-lo capazes de "virar as costas" aos que não lhes apresentem invariável certificado de santidade e equilíbrio... Lembremo-nos do Cristo quando nos advertiu: "... se vós outros, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos Céus, dará boas dádivas aos que lhas pedirem"...

É lógico que, quando o violino se apresente danificado, o concertista procurará substituí-lo provisoriamente por outro, sem significar que lançará o primeiro (que talvez o tenha servido por tantos anos) na lata de lixo... Logo que o violino cujas cordas se romperam seja reparado, revelando-se capaz de emitir o mesmo som de antanho, o violinista o retomará em seus braços, regozijando-se ao acariciá-lo de encontro ao peito.

Não nos esqueçamos ainda de que, mesmo por entre as nuvens promissoras de borrasca, o Sol costuma brilhar, descortinando caminhos aos que desejem avançar.

Livro: Mediunidade e Obsessão
Autor : Odilon Fernandes psicografia de Carlos Baccelli

terça-feira, 13 de abril de 2021

CIVILIZAÇÃO COM JESUS: "Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo. Progresso espiritual não vem por osmose. Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões. Amemo-nos para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos outros."

A RESPOSTA DE EMMANUEL

Vários assuntos foram debatidos numa das reuniões públicas de Uberaba. Aberto “O Livro dos Espíritos” caiu a questão 790 que trata dos problemas da, Civilização. Feitos os comentários, Emmanuel psicografou uma mensagem pelas mãos de Chico Xavier que no-la enviou, escrevendo-nos o seguinte:

“Passo-a às mãos com um apontamento que consideramos muito significativo.É que, às despedidas, um grupo de oito pessoas, seis senhores e duas senhoras – não-espíritas, mas que se achavam presentes para observações, conforme nos explicaram – adiantou-me, que a mensagem lida em voz alta era uma resposta à inquietação deles, os elementos do grupo, já que haviam pedido em silêncio alguma coisa do Plano Espiritual sobre as reformas atuais do Mundo.”

                                               
Emmanuel
CIVILIZAÇÃO COM JESUS

Comumente surpreendemos muitos companheiros que falam de renovação do trabalho, solicitando reformas violentas, como se todos os seus contemporâneos estivessem no grau de cultura intelectual em que já se encontram. Entretanto, se fossem recenseados entre aqueles irmãos da Humanidade que apenas guardam consigo, por enquanto, leves traços de alfabetização imperfeita, decerto que não se alegrariam em se vendo arrastados pelo vento da transformação para facearem sem preparo justo determinadas empresas de realização e serviço.
***
Muitos se referem aos problemas sociais exigindo medidas drásticas que consagrem novos tipos de relacionamento humano.  Todavia, caso se vissem no lugar daqueles que foram mantidos desde a meninice nas sombras da ignorância, não se agradariam ao se reconhecerem impulsionados à força para experiências complexas e arriscadas, até agora inacessíveis ao entendimento geral.
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Reportam-se outros muitos a diferentes condutas de economia, qual se a administração dos interesses de milhões de pessoas devesse alterar-se de um instante para outro. No entanto, se fossem contados entre aqueles que muito pouco sabem, ainda, acerca de produção e disciplina, receita e despesa, em nada lhes adiantaria entrar em metamorfoses precipitadas, que talvez unicamente os induzisse a leviandade e perturbação.
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Demoram-se muitos no exame da liberdade, rogando a independência imediata e sem freios para todas as criaturas, qual se a liberdade verdadeira não se baseasse no dever retamente cumprido. Mas, se vivessem nos obstáculos em que estacionam os espíritos inexperientes e inseguros, é possível que essa espécie de liberdade tão-somente os levasse a sofrimento e loucura.
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Se quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo.
Progresso espiritual não vem por osmose.
Não vale a melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões.
Amemo-nos para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos outros. 
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A civilização com Jesus, por mais ampla na conceituação em que se defina, resumir-se-á sempre em quatro itens:
evolução sim;
violência não;
solidariedade primeiro;
educação sempre.


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O RESPEITO PELOS OUTROS

Irmão Saulo

O processo civilizador é um esforço contínuo de aperfeiçoamento e adaptação. Os homens aperfeiçoam sua cultura pelas conquistas dos mais aptos e esclarecidos, mas, ao mesmo tempo, procuram adaptar a maioria menos apta às novas condições de vida que vão surgindo. O ímpeto dos vanguardeiros é contido pela inércia da massa. Quando se quer romper essa inércia e realizar mudanças violentas, surge a necessidade da coação e da subjugação. Cai-se inevitavelmente na contradição de suprimir os direitos da maioria a pretexto de libertá-la.

Civilizar é, sobretudo, humanizar. As maiorias menos capazes devem ser elevadas ao nível das minorias avançadas. Mas, se não levarmos em conta o fator tempo, a adaptação da maioria implicará largos períodos de desrespeito à sua condição e aos seus direitos, advindo injustiças e recém coletivos incalculáveis. Os esforços civilizadores entram no torvelinho do círculo vicioso, com a repetição dos erros que se pretendia eliminar. A História está repleta de exemplos desses retrocessos perigosos.

O processo civilizador do Cristianismo é espiritual e não material, porque o homem é espírito e não matéria. Seu objetivo não é a quantidade, mas a qualidade. Seu método não é massivo, mas coletivo, não opera em termos de massa, mas de coletividades. A adaptação deve decorrer de estímulos e não de pressões. O respeito pelos outros, tão pouco praticado até agora, é o cimento da construção do novo mundo.

Daí a conclusão de Emmanuel: “a evolução estimulada pela solidariedade humana e pela educação, com exclusão da violência que pertence à barbárie, é o caminho único da Civilização com Jesus”. É o que lemos no item 790 de “O Livro dos Espíritos”: “O homem não passa subitamente da infância à maturidade”

Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores diversos

domingo, 11 de abril de 2021

A CRIANÇA REJEITADA: “(...) Sem dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente no comportamento dos filhos, que, a seu turno, logo que podem, se rebelam contra estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia"



A pior sensação que o filho ou a filha poderá ter é exatamente a de que é rejeitada por seus pais, por um ou por ambos.

Em verdade, não rejeita a criança apenas aquele pai ou aquela mãe que a abandona na via pública, ou a interna num orfanato, jamais indo vê-la. Rejeita-a também, aquele pai ou aquela mãe que promete amar a criança se ela for “boazinha”, se se conservar limpa numa quadra da vida em que o natural é a criança brincar livremente no solo (claro que protegida dos perigos), se fizer certinho um trabalho que está além de suas possibilidades infantis. Fica configurada a chantagem emocional, altamente perniciosa no processo da educação dos filhos.

Vale dizer que de igual modo rejeita o filho aquele pai ou aquela mãe que tudo faz quanto a criança ou o jovem peça só para se ver livre do pimpolho. É não lhe dar a mínima atenção, já se vê sem dificuldades.

Todos os excessos são danosos em nossas vidas, como se percebe facilmente.Se é danosa a rejeição da parte de um pai ou de uma mãe indiferente ou omissa, não deixa de ser ruim também a superproteção. Dentro deste raciocínio, se uma criança escorraçada, uma criança que viva debaixo de castigos corporais( mediante os quais os genitores descarregam suas tensões por outros motivos da vida estressante que levam hoje em dia), acaba vendo em todos os semelhantes inimigos em potencial, indivíduos que estariam prontos a maltratá-la, fazendo-se ao longo dos anos uma criatura amarga, pessimista, com raríssimos momentos de bom-humor,trazendo quase nulo o sentimento de solidariedade humana,uma criança superprotegida,criada cheia de dengos, de mimos excessivos, de cuidados exagerados, a quem tudo é simplesmente facilitado, vai-se acostumando a receber sem retribuir.

Resultado: a infância será um paraíso no lar, porém, a idade adulta será um inferno na sociedade. O indivíduo não saberá contar com ele mesmo nos momentos de decisão. Nutrirá, não raro, o sentimento de dependência não sendo capaz de solucionar os mais comezinhos problemas da experiência terrestre.

Aliás, quando a família é numerosa, tem vários filhos, não há mesmo condição para que os filhos sejam superprotegidos. Nesta situação, as crianças têm maiores oportunidades de viverem e se desenvolverem um tanto independentes. De certa forma, esta relativa independência auxilia o seu desenvolvimento, amadurecendo-as adequadamente. Desde pequenos, os filhos enfrentam alguns problemas e aprendem a resolvê-los. Inclusive há inúmeros casos ( sobretudo na presente atualidade planetária ) em que, a mãe trabalhando fora, vê-se na contingência de ter de contar com a ajuda da filha mais velha nos trabalhos domésticos, a cuidar dos irmãozinhos menores. O mesmo se dá relativamente ao filho mais velho; às vezes tem até de abandonar a escola ainda nas primeiras séries da educação fundamental (ensino de primeiro grau )a fim de ingressar no trabalho pesado, ou, no mínimo ao lado do pai, exercendo também alguma função com vista a equilibrar( ou colaborar a equilibrar, melhor dizendo) o precário orçamento doméstico, desempenhando atividades ditas masculinas.

Quando os pais sabem ajustar as situações assim criadas, os filhos aceitam bem os papéis que lhes são atribuídos e os conflitos momentâneos podem ser superados, desde que os mesmos pais não exijam perfeição de seus filhos. Aliás, os pais devem ser modelo mas nunca deverão pôr-se num pedestal dizendo aos filhos que nunca erraram na vida, o que não é, evidentemente, uma verdade. Melhor seria dizer-lhe que já cometeram enganos, ainda os cometem e se corrigem os filhos neste ou naquele particular é porque querem fazê-los felizes.

A segurança emocional, em parte sustentada pelo relacionamento entre irmãos, facilita muito o ajustamento do indivíduo fora de casa. Mas tudo isto( seria até desnecessário lembrar) vai depender em boa medida do comportamento dos pais.

Bem, há filhos que ser revoltam contra o tratamento que os pais lhe deram. Pois bem, para estes filhos deixaremos algumas frases do Espírito Joana de Ângelis, escritas pelo médium Divaldo Pereira Franco, constantes do livro “Após a Tempestade”( Livraria Espírita Alvorada Editora):
(...) Sem dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente no comportamento dos filhos, que, a seu turno, logo que podem, se rebelam contra estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia e da agressividade contínua, culminando não raro em cenas de pugilato e vergonha”.
“(...) Aos filhos compete amar aos pais, mesmo quando negligentes ou irresponsáveis,porquanto é do Código Superior da Vida, o impositivo do honrar o pai e a mãe, sem excluir os que o são apenas por função biológica, assim mesmo, por cujo intermédio a Excelsa Sabedoria programa necessárias provas redentoras e pungitivas expiações liberativas”.

Termina sua exportação aquela mentora espiritual dizendo aos filhos estas orientações, com relação ao genitor que não lhes deu carinho:
“Se te falarem sobre recalques que ele traz da infância, em complexos que procedem desta ou daquela circunstância,(...) recorda, em silêncio, de que o Espírito procede do berço, trazendo gravados nas tecelagens sutis da própria estrutura gravames e conquistas, elevação e delinqüência, podendo, então, melhor compreendê-lo,mais ajudá-lo, desculpá-lo com eficiência e socorrê-lo com proibidade, prosseguindo ao seu lado sem mágoa(...) resgatando pelo sofrimento e amor os teus próprios erros, até o dia em que, redimido, possas reorganizar o lar feliz a que aspiras”.

Orientou assim Joana de Ângelis porque ninguém é pai ou mãe ou filho ou filha de outro alguém por um simples acaso biológico.Não. Nascemos e renascemos nas constelações familiares em que estávamos no mais das vezes envolvidos desde outras experiências corporais.Dá-se aqui o reencontro para que possamos solucionar os “desencontros” do passado.As possíveis algemas de ressentimentos devem ser transformadas em laços de amor para o nosso próprio bem.Reconhecemos ser tarefa árdua que exige renúncia abnegação e tempo.Todavia, será gratificante a sua execução porque teremos coroando o nosso esforço, às vezes não prontamente compreendido, a satisfação do dever cumprido!


Celso Martins

sábado, 10 de abril de 2021

EU VENCI O MUNDO: O poder da carne é sempre precário. A vitória do número e das armas é ilusória, efêmera e bastarda. Só o Espírito vence em definitivo, pelo amor e pela dor, com altruísmo e nobreza. O seu triunfo, uma vêz alcançado, consolida-se na eternidade. Jamais oscila nas bases em que se assenta. Sua superioridade se revela em todo o terreno, mesmo naquele que parece inadequado à sua manifestação.[....] Jesus venceu com a verdade, triunfou pelo amor. Felizes daqueles que já perceberam em sua mente e sentiram em seu coração esse acontecimento"






EU VENCI O MUNDO

Jesus, conforme atestam os fatos que com Ele se passaram, sucumbiu no madeiro infamante após haver suportado uma série de afrontas, insultos e flagelações. Os seus o abandonaram; as autoridades civis, cedendo às imposições da clerezia, arrastaram-no ao patíbulo da cruz, depois de publicamente açoitado.

Não obstante, ou apesar disso, o Filho de Deus ousa afirmar categoricamente: Eu venci o mundo! Como, Senhor, se o mundo tripudiou sobre ti e o teu Verbo? Que singular vitória é essa que proclamas? Como devemos entendê-la?

Sim, Mestre e Senhor, realmente venceste, como jamais alguém soube vencer com tamanha glória. Teu objetivo nunca foi o extermínio dos teus adversários, por isso que eles, nas trevas em que se achavam, não sabiam o que faziam.

Os mesmos sacerdotes, que foram os teus ferozes inimigos, não podiam compreender-te, dentro do materialismo religioso em que viviam. O povo aproximava-se de ti atraído pelos benefícios materiais que distribuías.
Ignorava, por completo, quem eras e qual a missão que vinhas desempenhar na Terra. Estavas, portanto, isolado no seio duma geração ignara, adúltera e incrédula. Tudo isso não constituía surpresa nem novidade, pois de tudo tinhas pleno conhecimento.

A materialidade própria e inerente aos mundos expiatórios reinava infrene entre os habitantes deste orbe. Só uma razão, um poder e um direito os homens conheciam: a força.

Competia-te ensinar-lhes, pela palava e pelo exemplo, a descobrir o poder por excelência, a força nobre e soberana que sobrepuja todas as manifestações de valor e fortaleza, expressas no número e nas armas: a força da Verdade e o poder do Amor, que, entrelaçados, representam o reduto inexpugnável do Espírito. 

Para lograres êxito no desempenho do programa que a ti próprio te traçaras, só havia um meio: a renúncia progressiva de ti mesmo, culminando com o sacrifício! Assim o fizeste, atingindo, em cheio, o alvo colimado. Portanto, venceste de fato, triunfaste em toda a linha, podendo, com justeza, proclamar a tua incomparável vitória, dizendo: Eu venci o mundo!

O poder da carne é sempre precário. A vitória do número e das armas é ilusória, efêmera e bastarda. Só o Espírito vence em definitivo, pelo amor e pela dor, com altruísmo e nobreza. O seu triunfo, uma vêz alcançado, consolida-se na eternidade. Jamais oscila nas bases em que se assenta. Sua superioridade se revela em todo o terreno, mesmo naquele que parece inadequado à sua manifestação.

A prova desta assertiva deu a Jesus sobejamente no momento em que, apresentando-se à corte romana, que o procurava no Jardim das Oliveiras, disse: Aqui estou ! Ao proferir, porém, esta frase, exteriorizou o fulgor do seu Espírito a cujo desusado brilho caíram por terra os quadrilheiros, de armas em punho!

Só depois que a Luz do Mundo se encobriu no seu envoltório, é que a soldadesca logrou voltar a si, prendendo o indigitado criminoso. Jesus, pois, não foi capturado: entregou-se voluntariamente à prisão. Um só instante de irradiação da sua potência espiritual fora bastante para demonstrar cabalmente a inanidade de todo o poderio de César, caso o humilde Cordeiro de Deus quisesse prevalecer-se da sua imensa reserva psíquica.

E não se diga que Jesus dissimulou, deixando de usar em sua defesa tamanha força. Como Mestre, o que lhe interessava era exemplificar.

A edificante exemplificação aí está, para os que têm olhos de ver e inteligência capaz de assimilar o que ela significa. O poder verdadeiro reside no Espírito, como resultado do conhecimento adquirido. Jesus manejava os próprios elementos, porque conhecia as leis que os regem sob todas as suas particularidades.

Para Ele não há mistérios na Natureza, nem segredos inescrutáveis no coração dos homens. Seu poder está na razão direta do seu saber. Suas obras dizem o grau da sua evolução intelectual e moral. A maior demonstração de sua grandeza está em fazer-se pequeno, sendo grande; insipiente, sendo sábio; fraco, sendo forte; vencido, sendo vencedor!

A convicção íntima do próprio valor torna o indivíduo paciente, tolerante e longânimo. A Verdade não tem pressa. O amor tudo suporta, tudo espera, tudo sofre.

Jesus venceu com a verdade, triunfou pelo amor. Felizes daqueles que já perceberam em sua mente e sentiram em seu coração esse acontecimento, o maior por certo e o mais significativo que a história humana registrou em suas páginas, por isso que é a vitória do Espírito sobre a carne, da Vida sobre a morte!

Autor : Vinícius
Na Escola do Mestre

sexta-feira, 9 de abril de 2021

O Evangelho Segundo o Espiritismo: "Nestes tumultuosos dias da sociedade, glória a Allan Kardec e à sua obra, que proporcionam as vindouras alegrias do encontro com a harmonia espiritual!"

O Evangelho Segundo o Espiritismo


A Revolução Francesa, ao libertar o ser humano da escravidão política, quando passou a entoar o hino da liberdade, da igualdade e da fraternidade, desenhou e inscreveu, com sacrifícios inomináveis, os direitos do homem e os da mulher nos grandiosos códigos da Justiça.

No fragor das lutas intérminas, os objetivos dos filósofos e dos idealistas da primeira hora foram substituídos pela alucinação dos famigerados assassinos do período do Terror, insculpindo no destino do país lamentáveis consequências, que seriam sofridas em amarguras indescritíveis.

Nesse enlouquecer das paixões asselvajadas, as turbas napoleônicas estimularam seus exércitos a expandir os horizontes da Flor de Lis por outros países europeus, que passaram a submeter-se-lhes, após as batalhas memoráveis.

Ao tornar-se Imperador da França, em 2 de dezembro de 1804, Napoleão Bonaparte governou o imenso território conquistado, até o período das desditas de 1815, com a derrota na batalha de Waterloo, durante os dias 16 a 19 de junho, com a sua respectiva prisão e exílio vergonhosos.

Houvera retornado a Paris por 100 dias, num verdadeiro golpe de Estado, para perder-se e, em Santa Helena, encerrar a jornada terrestre no dia 5 de maio de 1821, quando desencarnou.

Os céus da França encontravam-se plúmbeos e a sua psicosfera permanecia carregada dos ódios seculares que se prolongavam, desde a Noite de São Bartolomeu, nos trágicos 23 para 24 de agosto de 1572...

A religião dominante, enceguecida pelo poder temporal, manteve-se pela força da hediondez e da criminalidade, restaurada pela mão de ferro de Carlos Luiz Napoleão III, cognominado por Victor Hugo, como O Pequeno.

Desde o século XVII, quando houve a ruptura entre a Ciência e a Religião, a negação da fé religiosa substituiu a crença tradicional e cega, passando a predominar nos arraiais intelectuais e nas academias, o conhecimento, a experiência de laboratório, em vez da ingenuidade imposta aos simples e a todos que temiam o poder da Igreja.

Em pleno século XIX, nobres sacerdotes como Montalembert, Lamennais, Lacordaire e outros anelavam pela vivência do conceito Deus e liberdade, sendo alguns depostos das vestes que ostentavam, e tornou-se insuportável o relacionamento entre as academias e as sacristias.

Nesse ínterim de conflitos religiosos e acadêmicos, em que a política de Estado unida ao Clero interferia no destino das criaturas no país, Allan Kardec e a equipe luminosa do Espírito de Verdade já se encontravam em ação, preparando o advento de O Consolador, que logo mais se instalaria na Terra, porque pairava glorioso na Erraticidade e aguardava o momento de manifestar-se.

Lançados O Livro dos Espíritos, em 1857 e O Livro dos Médiuns, em 1861, vitoriosamente, uma nova ciência e uma filosofia otimista – o Espiritismo – passaram a iluminar as consciências e predispor a cultura vigente para o momento em que seria publicado O Evangelho Segundo o Espiritismo, libertado dos grilhões escravagistas dos teólogos insanos, distantes do amor de Jesus.

Em abril de 1864, Allan Kardec, sob a inspiração do Excelso Mestre, trouxe a lume a Sua superior moral, ao publicar a obra que iria consolar e esclarecer a Humanidade com as dúlcidas lições da ética e de valores elevados, todas exaradas nos sublimes sentimentos do amor, da caridade, da misericórdia, da compaixão...

Ao dedicar-se, exclusivamente, ao estudo e significado dos ensinamentos morais das palavras do Senhor, por serem de todos os tempos, o mestre de Lyon teve o cuidado de arrancar o joio que penetrara no trigal e transformou as espigas abundantes em celeiros de luz, que atravessaram os decênios como farol inapagável e apontam o rumo do porto seguro da plenitude para todos.

A noite densa e dominante passou a salpicar-se de diamantes estelares e nunca mais haverá escuridão.
As vozes dos Céus começaram a cantar as sinfonias incomparáveis enunciadas nos gloriosos dias em que Ele passeou pelas terras palestinas, quando encerrou o Seu ciclo de amor, não na cruz de vergonha, como se pensava, mas nas paisagens iridescentes da ressurreição triunfante.
Filósofos, missionários, cientistas, luminares da cultura, da arte, da abnegação, lídimos representantes do Sermão da montanha compuseram a partitura musical da Mensagem e Jesus retornou à Terra conforme prometera.

A partir desse novo momento, toda dor passou a encontrar lenitivo, toda aflição tem recebido conforto, e qualquer tipo de alucinação e ódio tem disposto de diretriz de segurança para a vivência da saúde e da paz.

As vozes siderais, ao exaltarem o triunfo da vida sobre a morte, glorificam Deus e Sublime Guia, preparam o Reino dos Céus nos corações terrestres, ansiosos pela conquista da plenitude.

Instaurada a Era que prenuncia o mundo de regeneração, quando o sofrimento cederá lugar à alegria de viver e o desespero facultará o encantamento da irrestrita confiança na Vida, as criaturas passam a experimentar novos estímulos para o prosseguimento da jornada, embora ainda enfrentem os últimos vestígios de inquietação que irão desaparecer por definitivo.

Em face do novo e ditoso acontecimento, saudamos, emocionados, o Sesquicentenário da publicação de O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que permanece como um luzeiro na penedia ante o mar proceloso e aponta o porto de segurança para todos os viajores da Terra.

Nestes tumultuosos dias da sociedade, glória a Allan Kardec e à sua obra, que proporcionam as vindouras alegrias do encontro com a harmonia espiritual!
 
Vianna de Carvalho.
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na sessão
mediúnica da noite de 18 de dezembro de 2013, no Centro
Espírita Caminho da Redenção, em Salvador, Bahia.
Em 22.5.2014.