A RESPOSTA DE EMMANUEL
Vários assuntos foram debatidos numa das reuniões públicas de Uberaba. Aberto “O Livro dos Espíritos” caiu a questão 790 que trata dos problemas da, Civilização. Feitos os comentários, Emmanuel psicografou uma mensagem pelas mãos de Chico Xavier que no-la enviou, escrevendo-nos o seguinte:
“Passo-a às mãos com um apontamento que consideramos muito significativo.É que, às despedidas, um grupo de oito pessoas, seis senhores e duas senhoras – não-espíritas, mas que se achavam presentes para observações, conforme nos explicaram – adiantou-me, que a mensagem lida em voz alta era uma resposta à inquietação deles, os elementos do grupo, já que haviam pedido em silêncio alguma coisa do Plano Espiritual sobre as reformas atuais do Mundo.”
Emmanuel
CIVILIZAÇÃO COM JESUS
Comumente
surpreendemos muitos companheiros que falam de renovação do trabalho,
solicitando reformas violentas, como se todos os seus contemporâneos
estivessem no grau de cultura intelectual em que já se encontram.
Entretanto, se fossem recenseados entre aqueles irmãos da Humanidade que
apenas guardam consigo, por enquanto, leves traços de alfabetização
imperfeita, decerto que não se alegrariam em se vendo arrastados pelo vento
da transformação para facearem sem preparo justo determinadas empresas de
realização e serviço.
***
Muitos se
referem aos problemas sociais exigindo medidas drásticas que consagrem novos
tipos de relacionamento humano. Todavia, caso se vissem no lugar daqueles
que foram mantidos desde a meninice nas sombras da ignorância, não se
agradariam ao se reconhecerem impulsionados à força para experiências
complexas e arriscadas, até agora inacessíveis ao entendimento geral.
***
Reportam-se outros muitos a diferentes condutas de economia, qual se a
administração dos interesses de milhões de pessoas devesse alterar-se de um
instante para outro. No entanto, se fossem contados entre aqueles que muito
pouco sabem, ainda, acerca de produção e disciplina, receita e despesa, em
nada lhes adiantaria entrar em metamorfoses precipitadas, que talvez
unicamente os induzisse a leviandade e perturbação.
***
Demoram-se
muitos no exame da liberdade, rogando a independência imediata e sem freios
para todas as criaturas, qual se a liberdade verdadeira não se baseasse no
dever retamente cumprido. Mas, se vivessem nos obstáculos em que estacionam
os espíritos inexperientes e inseguros, é possível que essa espécie de
liberdade tão-somente os levasse a sofrimento e loucura.
***
Se
quisermos um mundo melhor, saibamos construí-lo.
Progresso
espiritual não vem por osmose.
Não vale a
melhoria de alguns sobre o estrangulamento de milhões.
Amemo-nos
para instruir-nos reciprocamente, começando pelo respeito de uns aos
outros.
***
A
civilização com Jesus, por mais ampla na conceituação em que se defina,
resumir-se-á sempre em quatro itens:
evolução
sim;
violência
não;
solidariedade primeiro;
educação
sempre.
***
O RESPEITO PELOS OUTROS
Irmão
Saulo
O processo
civilizador é um esforço contínuo de aperfeiçoamento e adaptação. Os homens
aperfeiçoam sua cultura pelas conquistas dos mais aptos e esclarecidos, mas,
ao mesmo tempo, procuram adaptar a maioria menos apta às novas condições de
vida que vão surgindo. O ímpeto dos vanguardeiros é contido pela inércia da
massa. Quando se quer romper essa inércia e realizar mudanças violentas,
surge a necessidade da coação e da subjugação. Cai-se inevitavelmente na
contradição de suprimir os direitos da maioria a pretexto de libertá-la.
Civilizar
é, sobretudo, humanizar. As maiorias menos capazes devem ser elevadas ao
nível das minorias avançadas. Mas, se não levarmos em conta o fator tempo, a
adaptação da maioria implicará largos períodos de desrespeito à sua condição
e aos seus direitos, advindo injustiças e recém coletivos incalculáveis. Os
esforços civilizadores entram no torvelinho do círculo vicioso, com a
repetição dos erros que se pretendia eliminar. A História está repleta de
exemplos desses retrocessos perigosos.
O processo
civilizador do Cristianismo é espiritual e não material, porque o homem é
espírito e não matéria. Seu objetivo não é a quantidade, mas a qualidade.
Seu método não é massivo, mas coletivo, não opera em termos de massa, mas de
coletividades. A adaptação deve decorrer de estímulos e não de pressões. O
respeito pelos outros, tão pouco praticado até agora, é o cimento da
construção do novo mundo.
Daí a conclusão de Emmanuel: “a evolução
estimulada pela solidariedade humana e pela educação, com exclusão da
violência que pertence à barbárie, é o caminho único da Civilização com
Jesus”. É o que lemos no item 790 de “O Livro dos Espíritos”: “O homem não
passa subitamente da infância à maturidade”
Livro “Chico Xavier pede licença” Psicografia Francisco C. Xavier Autores
diversos
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