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quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

TENTAÇÕES AFETIVAS

TENTAÇÕES AFETIVAS
Escrito por Joanna de Ângelis   
 

Esta sede insaciável de prazer renovado, leva-te ao desequilíbrio.

Essa busca irrefreável de afeto que te plenifique, conduz-te ao abismo da loucura.

Tal ansiedade por encontrar quem te compreenda e apóie, oferecendo-te segurança integral, empurra-te para os precipícios dos vícios dissolventes.

A pressa de encontrar quem esteja disposto a doar-te ternura, afasta os corações que pretendem ajudar-te, porque
em faixa afetiva diferente eles se te afeiçoam em espírito, enquanto vibras outra forma de necessidade.

A insatisfação, face ao muito que desfrutas, gera em ti distúrbio lamentável de comportamento, que ameaça a tua vida.

O que falta, a qualquer pessoa, é resultado do seu mau uso em oportunidade transata.

Carência de hoje, foi desperdício de ontem.

Ninguém há, que se encontre, na Terra, completo e realizado.

Na área da afetividade, a cada momento defrontamos amores eternos que depois se convertem em pesadelos de ódio e crime.

Muitas promessas "para toda a vida", às vezes, duram uma emoção desgastante e frustradoras.

Sorrisos e abraços, júbilos infindos de um momento, tornam-se, sem motivo aparente, carantonhas de rancor, agressões violentas e amarguras sem nome.

Tudo, no mundo corporal, é transitório, forma de aprendizagem para vivências duradouras, posteriormente.

Assim, evita sonhar, acalentando esperanças absurdas, nas quais pretendes submeter os outros aos teus caprichos pessoais, que também passarão com rapidez.

O que agora te parece importante, mais tarde estará em condição secundária.

Ontem aspiraste determinada conquista que, lograda, hoje não te diz mais nada.

Se desejas o amor de plenitude, canaliza as tuas forças para a caridade, transformando as tuas ansiedades em bem-estar noutros muito mais necessitados do que tu.

Não desvies a tônica da tua afetividade, colocando sentimentos imediatistas, que te deixarão ressaibos de desgostos e travos de fel.

A outra, a pessoa que, por enquanto, consideras perfeita e capaz de completar-te, é tão necessitada quanto o és tu.

Na ilusão, adornas-lhe o caráter, para descobrir, mais tarde, o ledo engano.

Conserva puro o teu afeto em relação ao próximo e não te facultes sonhos e fantasias.

Aquilo que mereces e de que necessitas, chegará no seu momento próprio.

Reencarnaste para aprender e preparar o futuro, não para fruir e viver em felicidade que ainda não podes desfrutar.

Cuidado, portanto, com as aspirações-tentações, que se podem converter em sombras na mente e em sofrimentos incontáveis para o coração.

Afirmou Jesus, que os Seus "discípulos seriam conhecidos por muito se amarem", sem que convertessem esse sentimento-luz em grilhão-treva de paixão.


Joanna de Ângelis / Divaldo P. Franco
Do livro: Vigilância

O Espiritismo é uma religião?(...)"No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza...." (...)Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem". ...

O Espiritismo é uma religião?
Allan Kardec
“[...] Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; com efeito, é aí que podem e devem exercer a sua força, porque o objetivo deve ser a libertação do pensamento das amarras da matéria. Infelizmente, a maioria se afasta deste princípio à medida que a religião se torna uma questão de forma. Disto resulta que cada um, fazendo seu dever consistir na realização da forma, se julga quites com Deus e com os homens, desde que praticou uma fórmula. Resulta ainda que cada um vai aos lugares de reuniões religiosas com um pensamento pessoal, por sua própria conta e, na maioria das vezes, sem nenhum sentimento de confraternidade em relação aos outros assistentes; fica isolado em meio à multidão e só pensa no céu para si mesmo.

Por certo não era assim que o entendia Jesus, ao dizer: “Quando duas ou mais pessoas estiverem reunidas em meu nome, aí estarei entre elas.” Reunidos em meu nome, isto é, com um pensamento comum; mas não se pode estar reunido em nome de Jesus sem assimilar os seus princípios, sua doutrina. Ora, qual é o princípio fundamental da doutrina de Jesus? A caridade em pensamentos, palavras e ações. Mentem os egoístas e os orgulhosos, quando se dizem reunidos em nome de Jesus, porque Jesus não os conhece por seus discípulos.

[...} Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembléias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção larga e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunhão de sentimentos, de princípios e de crenças; consecutivamente, esse nome foi dado a esses mesmos princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé. É nesse sentido que se diz: a religião política; entretanto, mesmo nesta acepção, a palavra religião não é sinônima de opinião; implica uma idéia particular: a de fé conscienciosa; eis por que se diz também: a fé política. Ora, os homens podem filiar-se, por interesse, a um partido, sem ter fé nesse partido, e a prova é que o deixam sem escrúpulo, quando encontram seu interesse alhures, ao passo que aquele que o abraça por convicção é inabalável; persiste à custa dos maiores sacrifícios, e é a abnegação dos interesses pessoais a verdadeira pedra-de-toque da fé sincera. Todavia, se a renúncia a uma opinião, motivada pelo interesse, é um ato de desprezível covardia, é, não obstante, respeitável, quando fruto do reconhecimento do erro em que se estava; é, então, um ato de abnegação e de razão. Há mais coragem e grandeza em reconhecer abertamente que se enganou, do que persistir, por amor-próprio, no que se sabe ser falso, e para não se dar um desmentido a si próprio, o que acusa mais obstinação do que firmeza, mais orgulho do que razão, e mais fraqueza do que força. É mais ainda: é hipocrisia, porque se quer parecer o que não se é; além disso é uma ação má, porque é encorajar o erro por seu próprio exemplo.

O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é, pois, essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao espírito. O efeito desse laço moral é o de estabelecer entre os que ele une, como conseqüência da comunhão de vistas e de sentimentos, a fraternidade e a solidariedade, a indulgência e a benevolência mútuas. É nesse sentido que também se diz: a religião da amizade, a religião da família.

Se é assim, perguntarão, então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida, senhores! No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nós nos vangloriamos por isto, porque é a doutrina que funda os vínculos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as próprias leis da Natureza.

Por que, então, temos declarado que o Espiritismo não é uma religião? Em razão de não haver senão uma palavra para exprimir duas idéias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; porque desperta exclusivamente uma idéia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí mais que uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das idéias de misticismo e dos abusos contra os quais tantas vezes a opinião se levantou.

Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual da palavra, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis por que simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral.

As reuniões espíritas podem, pois, ser feitas religiosamente, isto é, com o recolhimento e o respeito que comporta a natureza grave dos assuntos de que se ocupa; pode-se mesmo, na ocasião, aí fazer preces que, em vez de serem ditas em particular, são ditas em comum, sem que, por isto, sejam tomadas por assembléias religiosas. Não se pense que isto seja um jogo de palavras; a nuança é perfeitamente clara, e a aparente confusão não provém senão da falta de uma palavra para cada idéia.

Qual é, pois, o laço que deve existir entre os espíritas? Eles não estão unidos entre si por nenhum contrato material, por nenhuma prática obrigatória. Qual o sentimento no qual se deve confundir todos os pensamentos? É um sentimento todo moral, todo espiritual, todo humanitário: o da caridade para com todos ou, em outras palavras: o amor do próximo, que compreende os vivos e os mortos, pois sabemos que os mortos sempre fazem parte da Humanidade.

A caridade é a alma do Espiritismo; ela resume todos os deveres do homem para consigo mesmo e para com os seus semelhantes, razão por que se pode dizer que não há verdadeiro espírita sem caridade.

Mas a caridade é ainda uma dessas palavras de sentido múltiplo, cujo inteiro alcance deve ser bem compreendido; e se os Espíritos não cessam de pregá-la e defini-la, é que, provavelmente, reconhecem que isto ainda é necessário.

O campo da caridade é muito vasto; compreende duas grandes divisões que, em falta de termos especiais, podem designar-se pelas expressões Caridade beneficente e caridade benevolente. Compreende-se facilmente a primeira, que é naturalmente proporcional aos recursos materiais de que se dispõe; mas a segunda está ao alcance de todos, do mais pobre como do mais rico. Se a beneficência é forçosamente limitada, nada além da vontade poderia estabelecer limites à benevolência.

O que é preciso, então, para praticar a caridade benevolente? Amar ao próximo como a si mesmo. Ora, se se amar ao próximo tanto quanto a si, amar-se-o-á muito; agir-se-á para com outrem como se quereria que os outros agissem para conosco; não se quererá nem se fará mal a ninguém, porque não quereríamos que no-lo fizessem.
Amar ao próximo é, pois, abjurar todo sentimento de ódio, de animosidade, de rancor, de inveja, de ciúme, de vingança, numa palavra, todo desejo e todo pensamento de prejudicar; é perdoar aos inimigos e retribuir o mal com o bem; é ser indulgente para as imperfeições de seus semelhantes e não procurar o argueiro no olho do vizinho, quando não se vê a trave no seu; é esconder ou desculpar as faltas alheias, em vez de se comprazer em as pôr em relevo, por espírito de maledicência; é ainda não se fazer valer à custa dos outros; não procurar esmagar ninguém sob o peso de sua superioridade; não desprezar ninguém pelo orgulho. Eis a verdadeira caridade benevolente, a caridade prática, sem a qual a caridade é palavra vã; é a caridade do verdadeiro espírita, como do verdadeiro cristão; aquela sem a qual aquele que diz: Fora da caridade não há salvação, pronuncia sua própria condenação, tanto neste quanto no outro mundo.

[...] Crer num Deus Todo-Poderoso, soberanamente justo e bom; crer na alma e em sua imortalidade; na preexistência da alma como única justificação do presente; na pluralidade das existências como meio de expiação, de reparação e de adiantamento intelectual e moral; na perfectibilidade dos seres mais imperfeitos; na felicidade crescente com a perfeição; na eqüitativa remuneração do bem e do mal, segundo o princípio: a cada um segundo as suas obras; na igualdade da justiça para todos, sem exceções, favores nem privilégios para nenhuma criatura; na duração da expiação limitada à da imperfeição; no livre-arbítrio do homem, que lhe deixa sempre a escolha entre o bem e o mal; crer na continuidade das relações entre o mundo visível e o mundo invisível; na solidariedade que religa todos os seres passados, presentes e futuros, encarnados e desencarnados; considerar a vida terrestre como transitória e uma das fases da vida do Espírito, que é eterno; aceitar corajosamente as provações, em vista de um futuro mais invejável que o presente; praticar a caridade em pensamentos, em palavras e obras na mais larga acepção do termo; esforçar-se cada dia para ser melhor que na véspera, extirpando toda imperfeição de sua alma; submeter todas as crenças ao controle do livre-exame e da razão, e nada aceitar pela fé cega; respeitar todas as crenças sinceras, por mais irracionais que nos pareçam, e não violentar a consciência de ninguém; ver, enfim, nas descobertas da Ciência, a revelação das leis da Natureza, que são as leis de Deus: eis o Credo, a religião do Espiritismo, religião que pode conciliar-se com todos os cultos, isto é, com todas as maneiras de adorar a Deus. É o laço que deve unir todos os espíritas numa santa comunhão de pensamentos, esperando que ligue todos os homens sob a bandeira da fraternidade universal.

Com a fraternidade, filha da caridade, os homens viverão em paz e se pouparão males inumeráveis, que nascem da discórdia, por sua vez filha do orgulho, do egoísmo, da ambição, da inveja e de todas as imperfeições da Humanidade.

O Espiritismo dá aos homens tudo o que é preciso para a sua felicidade aqui na Terra, porque lhes ensina a se contentarem com o que têm. Que os espíritas sejam, pois, os primeiros a aproveitar os benefícios que ele traz, e que inaugurem entre si o reino da harmonia, que resplandecerá nas gerações futuras.
[...]

>    (Texto de Allan Kardec lido na Sessão Anual Comemorativa dos Mortos, no dia 1º. de novembro de 1868. Transcrição parcial, Revue Spirite, dezembro de 1868).

Site:arevistaespirita.com.br

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Não vos inquieteis pelo dia de amanhã (...)"Quais as causas de a Humanidade haver chegado a tão deplorável desequilíbrio psíquico? A nosso ver, a causa é uma só: a falta de FÉ! Não dessas "fezinhas" denominacionais, estreitas, sectárias, que superabundam por aí, mas da FÉ mesmo, sem qualquer adjtivação, significando "confiança absoluta em Deus".(...)


"Não vos inquieteis pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã a si mesmo trará seu cuidado. Basta a cada dia a sua própria aflição" (Mateus, 6:34)
Ressalta à observação comum que os homens nunca viveram tão inquietos e amedrontados como na atualidade. Haja vista a quantidade fabulosa de drogas "tranquilizantes" que consomem.
Parece terem perdido completamente as esperanças de um futuro melhor, que algo terrível, qual espada de Dâmocles, lhes ameaça os destinos, e daí a angústia ou o desespero com que encaram "o dia de amanhã".
Alguns tentam dissimular esse estado de ânimo, procurando ganhar fortuna, de qualquer maneira, por ser o dinheiro o "abre-te", Sésamo" do prestígio social, por ensejar-lhes a satisfação de toda a sorte de prazeres, permitindo-lhes, enfim, "gozar a vida", antes que o mundo se acabe...
Ao impacto dos desenganos, ou por via da saciedade, tais quimeras, entretanto, logo se desfazem, quais bolhas de sabão, e, desiludidos frustrados, reconhecem afinal que nunca houve, realmente, nem paz nem alegria em seus corações.
Quais as causas de a Humanidade haver chegado a tão deplorável desequilíbrio psíquico? A nosso ver, a causa é uma só: a falta de FÉ!
Não dessas "fezinhas" denominacionais, estreitas, sectárias, que superabundam por aí, mas da FÉ mesmo, sem qualquer adjtivação, significando "confiança absoluta em Deus".
Sim, o que está faltando à Humanidade, para que ela se tranquilize e seja relativamente feliz, tanto quanto permitam as condições deste mundo de expiações e de provas, é, pura e simplesmente - FÉ EM DEUS.
Possuíssem os homens essa preciosa virtude, estivessem plenamente convictos da solicitude do Pai Celestial para com todas as Suas criaturas, e outra seria a maneira de reagirem à frente das vicissitudes da existência.
Compreenderiam que, sendo Deus a expressão máxima do Amor, só deseja o nosso bem, a nossa felicidade; assim, não desempara ninguém e sempre encontra meios de prover-nos do "pão de cada dia". Mas, como é também a Justiça perfeita, deixa que sintamos as consequências de nossos erros, para que os procuremos evitar, assim como permite que soframos o choque de retorno de nossas maldades, para que aprendamos a "não fazer aos outros aquilo que não queremos que nos façam".
Lembrados do que dizem as Escrituras: "Nenhum passarinho cairá por terra sem a vontade do Pai e até mesmo os cabelos de vossa cabeça estão todos contados" (Mateus, 10:29-30), conheceriam que tudo obedece aos soberanos desígnios de Deus.
Suportariam, então, pacientemente, toda e qualquer situação penosa que não pudessem remover, por sabê-la justo resgate de faltas pretéritas, quando não uma experiência útil e necessária à lapidação de suas almas, condição indispensável a que se aproximem do Criador, tornando-se particípes de Sua glória.
Coragem, pois.
Não nos deixemos vencer pelo desânimo, pelo pessimismo, pela descrença. Por maiores que sejam os nossos padecimentos no dia de hoje, lembremo-nos de que "amanhã será outro dia" e bem pode ser que Deus, em Sua misericórdia, lhes ponha fim.
Por outro lado, alijemos de nossa mente e de nosso coração pensamentos funestos, apreensões e temores, porquanto muitas e muitas vezes nos atormentamos à toa, por coisas que nunca chegam a realizar-se.
"Basta a cada dia a sua própria aflição."
Rodolfo Calligaris
Sermão da Montanha

A regra áurea."(..)Da mesma sorte, o mal praticado a dano de outrem volve também. Todos os atos maléficos dão origem a sofrimentos para quem os cometeu, o qual, nesta ou em futuras encarnações, será levado a passar pelas amarguras por que fez outros passarem; sentirá aquilo que eles sofreram."...


"Tudo o que vós quereis que vos façam os homens, fazei-o também vós a eles, porque esta é a lei e os profetas." (Mateus, 7:12)
Conhecedor profundo da alma humana, sabia o Mestre que a preocupação constante dos homens de seu tempo (como ainda dos de hoje) consistia em receber, do meio social a que pertenciam, o máximo possível em gozo e em posse, sinal característico do forte egoísmo que os dominava.
Tomando, pois, esse amor de cada um a si mesmo, como padrão dos nossos deveres para com o próximo, estabeleceu ele o meio mais fácil e mais seguro pelo qual haveremos de compreender o que e quanto devemos dar, em obediência à lei do amor universal que nos cumpre desenvolver, a fim de que se estabeleça em nosso mundo o reinado de Deus.
Em nossas múltiplas relações com os outros, coloquemo-nos em seu lugar: identifiquemo-nos com os seus sentimentos, sintamos-lhes as dificuldades, conheçamos-lhes os anseios, e, depois, façamos-lhes como, invertendo-se os papéis, desejaríamos que eles procedessem conosco.
Não há melhor estalão com que aferir a nossa honestidade, em expressão mais legítima do "amor ao próximo como a nós mesmos."
Esta regra áurea, se praticada por todos, faria que se modificassem completamente as condições de vida de nosso planeta. Extinguir-se-iam, uma a uma, todas as causas de sofrimento da Humanidade; desobstruir-se-ia o caminho dos pedrouços que lhe embaraçam o progresso moral e, ao cabo de algum tempo, a felicidade seria geral, porque já então, morto o egoísmo em todas as suas formas: o egoísmo pessoal, de família, de casta e de nacionalidade, veríamos implantado entre os terrícolas o primado da abnegação, da caridade, do desprendimento, da justiça, da paciência, da tolerância, da solidariedade, da paz, etc... porque as grandes e nobres virtudes, sem exceção, são, todas elas, filhas do Amor.
Dizendo-nos que "esta é a lei e os profetas", quis Jesus significar que esta regra de proceder resume toda a lei divina e tudo quanto fora ensinado pelos profetas da antiguidade.
O "fazei aos outros o que quereis que os outros vos façam" contém a mesma verdade deste outro ensinamento doutrinado algures no Sermão da Montanha: "com a medida com que medirdes, também sereis medidos". É a lei da causalidade. A toda causa corresponde um efeito, o qual será sempre da mesma natureza da causa que o originou.
Aquilo que fizermos aos outros, seja bem ou seja mal, terá, certamente, sua reação sobre nós, em bênçãos ou em sofrimento. Tudo quanto dermos havemos de receber de volta. Os benefícios que fizermos ao próximo são nos retribuídos em dobro, aqui mesmo na Terra, em tempos de necessidade, ou no Além, na moeda do Reino, em alegrias espirituais.
Da mesma sorte, o mal praticado a dano de outrem volve também. Todos os atos maléficos dão origem a sofrimentos para quem os cometeu, o qual, nesta ou em futuras encarnações, será levado a passar pelas amarguras por que fez outros passarem; sentirá aquilo que eles sofreram.
E isso, que a alguns pode parecer uma negação do amor de Deus de Seu amor paternal, pois Ele quer que todas as criaturas progridam, combatam a dureza de coração e se transformem em templos vivos, para aí sentir Sua augusta presença.
Os sofrimentos que decorrem das transgressões às leis divinas servem-nos de advertência; fazem-nos sentir a diferença entre o bem e o mal e dão-nos a experiência de que colheremos segundo o que plantarmos. Se semearmos o bem, colheremos o bem; se espalharmos o mal, teremos de lhe arcar com as funestas consequências.
Assim não fora e, confiantes na impunidade, retardaríamos nosso avanço, retardando, consequentemente, nossa felicidade futura na santa comunhão com Deus.
A regra áurea é a única e verdadeira norma de Cristianismo. Assim, uma religião que nos leve a negligenciar as obras de misericórdia em favor dos necessitados, dos aflitos e dos sofredores, ensinando ser suficiente "crer" deste ou daquele modo para fazermos jus aos gozos celestiais; que nos induza a considerar réprobos desprezíveis todos quantos divirjam de nossa "fé".
Que advogue a discriminação racial ou qualquer outra forma de desunião entre os homens, exaltando uns e menosprezando outros, está defraudando a doutrina cristã, é espúria e blasfema, pois pretende impingir concepções e preconceitos humanos como sendo ordenações de Deus.
Rodolfo Calligaris
O Sermão da Montanha

MENSAGEM AO MUNDO PAGÃO


"E EU LHE MOSTRAREI QUANTO DEVE PADECER PELO MEU NOME". (ATOS, 9:16)
Decorrido algum tempo após a crucificação de Jesus Cristo, o pequeno grupo de apóstolos dedicou-se à tarefa de disseminação da Boa Nova, procurando levar a mensagem cristã a todo o povo judeu. Entretanto, a mensagem revelada, que os apóstolos julgavam ter um sentido local, que acreditavam ser apenas dirigida ao povo de Israel e jamais apregoada aos demais povos, tinha de ultrapassar os limites acanhados daquela nação, para ser projetada no tempo e no espaço, atingindo os povos do chamado mundo pagão.

Os apóstolos de Jesus não estavam em condições de encetar tarefa de tamanha envergadura, uma vez que não se haviam ainda desvencilhado de muitos dogmas e de antigas tradições, sendo isso suficiente para evitar que ultrapassassem os limites estreitos do judaísmo. A prova mais cabal dessa assertiva está contida em Atos, 11:1-3, onde vemos o apóstolo Pedro ser acerbamente criticado por seus companheiros, pelo fato de haver contribuído para a conversão de um gentio: o centurião Cornélio.

Apenas um homem estava em condições de levar a Mensagem do Cristo a esses povos: Paulo de Tarso. Entretanto, o jovem tarsense estava num campo oposto, e
o Cristo o convocou por meio de retumbante manifestação espiritual, na Estrada de Damasco.

O chamamento de Paulo foi decisivo e o convocado obedeceu sem hesitações, sem indagações e sem condições. Fez apenas uma interrogação: Senhor, que queres que eu faça? Não formulou nenhuma das perguntas que qualquer um de nós comumente faria, em condições idênticas:

— Como e onde começar?
— Com que facilidades contarei?
— Poderei confiar na ajuda irrestrita do Alto?
— Quem me assessorará?
— Como enfrentarei os meus antigos amigos do Sinédrio?
— Aceitarão os gentios as minhas palavras?
— Prestar-se-ão a ouvir-me os filósofos gregos?
— Não será a minha pregação obstada pelas autoridades romanas?
— Porventura serei preso? Nesse caso quem me libertará?
— Quem será o meu sucessor na eventualidade de um fracasso?
— Não será ousadia demais combater a circuncisão, a idolatria e outras tradições?
— Onde haurirei as instruções necessárias?

Após receber a visita de Ananias e ter sido introduzido por Barnabé no grupo de apóstolos, Paulo de Tarso passou a percorrer os núcleos cristãos. Fundou centros de divulgação onde eles não existiam e deu nova vida àqueles que estavam ainda incipientes, para tanto, enfrentou acerba resistência, foi ultrajado, perseguido, vilipendiado, chegando mesmo a ser apedrejado. Nada disso arrefeceu o seu ânimo.

Não bastasse a resistência dos homens, intensificou-se o trabalho pernicioso dos Espíritos do mal: e um mensageiro das trevas trespassou-o de forma idêntica a um espinho na carne, acerca do qual Paulo teve de orar a Jesus, por três vezes, para que fosse desviado do seu caminho (II Cor. 12:7-8).

E Paulo falou e escreveu aos Hebreus, aos Tessalonicenses, aos Colossenses, aos Filipenses, aos Efésios, aos Gálatas, aos Coríntios e aos Romanos.

— Defendendo a pureza doutrinária do Cristianismo, debateu-se com o próprio apóstolo Pedro (Epístola aos Gálatas, 2:11);
— A fim de revelar o Deus Verdadeiro, foi ao Areópago, para discutir com os filósofos epicureus e estóicos;
— Para combater o mediunismo descontrolado e interesseiro, desmascarou Élimas (Atos, 13:6-9);
— Demonstrando os inconvenientes do personalismo, profligou a atitude de Apoio (I Cor. 3:1-9);
— Tentando extirpar a idolatria do seio do povo, defrontou-se com Demétrio (Atos, 19:24-30);

— No afã de implantar as verdades de uma nova doutrina, atraiu sobre si o ódio e a inimizade dos seus antigos companheiros, inclusive dos principais dos sacerdotes;
— Com o objetivo de levar a palavra do Cristo até Roma, apelou para ser julgado na capital do Império.

E assim Paulo percorreu as cidades do mundo pagão, as comunidades dos gentios: foi à Beréia, à Macedônia, passou pela Síria, pela Cilicia, por Icônio, Listra, Derbe, Antioquia, Chipre e dezenas de outras cidades. Encetou três grandes viagens missionárias e voltou a Jerusalém, onde foi preso, julgado e remetido sob escolta até Roma, onde sofreu as agruras de úmidas prisões, frio e fome, e onde, por fim, foi sacrificado.

Na passagem evangélica sobre a Conversão na Estrada de Damasco, o vocábulo Vaso significa médium, intermediário, pois assim como o vaso recebe o perfume e irradia do seu odor para todos os lados, Paulo recebeu, via mediúnica, os consoladores ensinamentos de Jesus e os transmitiu a todos os povos.

Paulo de Tarso foi, portanto, o exemplo vivo do discípulo que obedece, sem aquilatar dos percalços do caminho, sem medir as oposições e sem temer as represálias e até a própria morte do corpo.
Paulo A. Godoy
Crônicas Evangélicas

A Terapia do Passe (...)"– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão homérica com minha esposa. Quase chegamos a vias de fato. Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender que é preciso evitar a irritação para receber o passe"...

ador • Dezembro 2006
Transfusão de energias, o passe magnético é um recurso milenar, usado desde as culturas mais remotas, com resultados surpreendentes, em favor da saúde humana.
Foi largamente empregado por Jesus. Dotado de potencial incomparável, o Mestre curava insidiosos
males do corpo e da alma.
Multidões o buscavam, atraídas muito mais pelos prodígios que operava sem que se atentasse à excelência
de seus princípios.
Algo semelhante ocorre na atualidade com o Espiritismo. As pessoas comparecem ao Centro Espírita como quem vai a um hospital, em busca de cura para males variados.
Expositores costumam evocar velho adágio, que até parece versículo evangélico:
Quem não vem pelo amor, vem pela dor.
Raros procuram a Doutrina movidos pelo amor ao conhecimento.
A dor é bem o Sino de Deus a nos convocar para o exercício de religiosidade. Quando plange, insistente, a alma se põe genuflexa, com disposição até para enfrentar os preconceitos ditados pela ignorância,
em busca de cura para seus males.
E situa-se o Centro Espírita como hospital, num primeiro momento, escola depois; por último,
abençoada oficina de trabalho para aqueles que perseveram na freqüência, acordados para os objetivos
do mergulho na carne, definidos na questão 132, de O Livro dos Espíritos, quando Kardec pergunta
qual o objetivo da encarnação dos Espíritos.
Responde o mentor espiritual:
Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição.
Para uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação.
Visa ainda outro fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca
na obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento, de harmonia
com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de vista, as ordens de Deus. É
assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se adianta.
O mentor espiritual que assistia Kardec enfatiza as maravilhosas oportunidades de progresso e
de participação na obra da Criação, que Deus nos oferece na experiência humana, utilizando essa
máquina incomparável que é o corpo humano.
Por mau uso, a desgastamos e desarranjamos freqüentemente.
Em nosso socorro, a Misericórdia Divina mobiliza infinitos recursos para o “conserto”.
Dentre eles, o maravilhoso passe magnético.
Imperioso, porém, alertar os beneficiários de que sua eficiência obedece a dois fatores primordiais:
O primeiro é a capacidade do passista, subordinada não tanto ao conhecimento da mecânica do serviço, mas, sobretudo, à pureza de seus sentimentos e ao desejo de servir.
Passista distraído do empenho de renovação e que desenvolve essa atividade como um assalariado,
interessado nos benefícios que receberá, sem cogitar dos benefícios que deve prestar, jamais será um
instrumento confiável da Espiritualidade.
Noutro dia perguntaram-me se alguém assim pode prejudicar o paciente.
Só se houver intencionalidade.
Se o passista, com raiva do paciente, impuser-lhe as mãos a afirmar, em pensamento:
– Quero que você se dane! Que fique doente e morra!
Assustador, amigo leitor?
Não se preocupe. Seria apenas uma vibração negativa, do mesmo teor deletério de quem grita,
xinga, ofende, capaz de causar embaraços ao objeto dela, mas considerado aqui o fator sintonia.
Se o “bombardeado” tem um comportamento equilibrado, habituado à oração, a cultivar a serenidade,
não será afetado.
E esteja sossegado. Ninguém se dispõe a participar do serviço do passe com a intenção de prejudicar
desafetos.
Considerando que a assistência espiritual é sempre monitorada e sustentada por mentores espirituais,
as deficiências humanas podem ser superadas, desde que seja cumprida a outra condição: a receptividade
do paciente. O aproveitamento depende de seu empenho por colocar-se em sintonia com o serviço.
Para que isso ocorra, é importante que nas palestras doutrinárias seja explicado aos interessados
o que é o passe, como funciona e quais as condições necessárias a fim de que surta efeito.
Cuidados indispensáveis:
 Disciplina das emoções.
No atendimento fraterno:
– Preciso de um passe. Estou muito irritado, com os nervos em frangalhos. Tive uma discussão
homérica com minha esposa.
Quase chegamos a vias de fato.
Dificilmente será beneficiado, porquanto espera pelo passe para eliminar a irritação, sem compreender
que é preciso evitar a irritação para receber o passe.
 Atenção às palestras.
Fala-se de Espíritos obsessores que procuram neutralizar com o sono a assimilação de esclarecimentos
capazes de subtrair os participantes à sua influência.
Pode acontecer, mas na maior parte das vezes o que ocorre é o desinteresse. São freqüentadores
que vêem o recinto das palestras como uma sala de espera de atendimento médico, situando-se em
modorrento alheamento, que favorece o sono.
 Silêncio e contrição.
Favorecendo a eficiência do serviço, os centros espíritas tendem a realizar o atendimento magnético após
o trabalho doutrinário, nas chamadas câmaras de passe.
Enquanto espera, há quem aproveite para confraternizar com amigos e conhecidos ali presentes, abordando,
não raro, assuntos que não interessam à economia do ambiente, favorecendo uma quebra de sintonia
que vai tornar menos eficiente o passe.
Melhor o silêncio, com leitura de algo edificante ou a meditação em torno dos temas abordados
pelos expositores.
Duas observações de Jesus, endereçadas às pessoas beneficiadas por suas curas, devem merecer
nossa atenção.
 Tua fé te salvou!
Os cuidados a que nos referimos favorecem a sintonia do paciente com o passista, mas a receptividade, a possibilidade de assimilar plenamente os benefícios oferecidos, depende da
confiança plena, da certeza absoluta de que estamos nos submetendo a uma terapia capaz de nos
beneficiar.
As curas operadas por Jesus não constituíam o prêmio da fé.O
Mestre não curava porque as pessoa acreditavam nele, mas porque as pessoas sintonizavam com seus
poderes.
Oportuno recordar o exemplo da mulher hemorroíssa, que se curou de uma hemorragia uterina de doze anos simplesmente tocando em suas vestes, movida pela convicção de que seria beneficiada.
 Vai e não peques mais para que te não suceda pior!
Voltamos aqui à questão do uso. Se nossos males são decorrentes da má utilização da máquina
física, de nada valerá o “conserto”, se insistimos no mesmo comportamento.
Com o tempo o passe parece “perder a força”, já não traz os benefícios desejados, e o paciente
acaba buscando outro Centro, mais forte, sem noção de que os
Benfeitores espirituais estabelecem limites à sua ação.
Se constatam que os beneficiários não se conscientizam quanto à necessidade de superar mazelas
e imperfeições, deixam que o Sino de Deus continue a repicar, até que superem a “sonolência” e despertem
para os objetivos da existência humana.

Richard Simonetti.
O Reformador-Dezembro de 2006

Estudos : Série Psicológica - Módulo 2 " A Conquista da Consciência"

Fonte :TV cei, Youtube