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domingo, 21 de outubro de 2012

VOLTARÁ O CRISTO?


"A volta de Jesus será como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente." (Mateus, 24:27)
Sustentam os Evangelhos que Jesus Cristo virá com grande poder e glória e, diante de todas as nações reunidas, "separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas", (Mateus, 25:31-32)

Este e outros trechos dos Evangelhos fizeram e fazem com que muitas criaturas humanas acalentassem e acalentem a idéia da volta de Jesus no "final dos tempos".

Não haverá necessidade da volta do Cristo da maneira como o fez há 20 séculos, nem de nenhuma outra forma, uma vez que os Espíritos Superiores, emissários da sua vontade, estão enviando à Terra um aluvião de mensagens espirituais que estão suplementando a revelação cristã, que, por sua vez, já está também sendo complementada pelos ensinamentos provenientes da Terceira Revelação, ocorrida há pouco mais de um século e consubstanciada na Doutrina dos Espíritos.

Considerando-se que o processo de revelação emanado do Alto não sofrer solução de continuidade, é óbvio que os Mensageiros de Jesus não cessam nem cessarão de nos enviar mensagens e novos ensinamentos, fazendo-o numa progressão geométrica, à medida que os homens vão evoluindo espiritualmente ou, pelo menos, capacitando-se para a assimilação de novas verdades.
A separação dos bodes das ovelhas — dos Espíritos bons e dos maus — é um simbolismo, e far-se-á de modo harmonioso, sem sobressaltos, sem retumbância, consoante a própria afirmação do Mestre, que recomendou: "quando vos disser que O Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito." É óbvio que essa separação se concretizará no âmbito das vidas sucessivas do Espírito na carne.

A passagem evangélica citada abaixo foi uma das causas que deram origem à crença na volta do Cristo: Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra, porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem. (Mateus, 10:23) Com fundamento nestas palavras de Jesus, contidas no Evangelho segundo Mateus, tornou-se universal a crença de que Jesus voltaria à Terra, mesmo antes que seus apóstolos ou discípulos percorressem todas as cidades de Israel.

Esperançosos desse novo advento do Mestre, mas pressionados por tremenda perseguição, os cristãos passaram a adotar palavras que encerravam um sentido velado. A fim de se reconhecerem entre si e formarem um elo entre todos, empregavam a expressão Maranatha, que quer dizer O Senhor não tardará, isso porque supunham que, antes que tivessem de percorrer todas as cidades de Israel, a volta do Cristo se consumaria revestida de todo poder e glória, pondo, assim, termo às perseguições e implantando, definitivamente, o seu reino entre os homens. Supunham que o retorno de Jesus seria quase que imediato.

De forma idêntica, os chamados pagãos, nos primórdios do Cristianismo, admirados de que os cristãos se abstivessem do culto oficial, lhes perguntavam qual era o seu Deus, ao que os interrogados respondiam: ÍCTHUS, palavra grega que literalmente significa peixe. Então, os satíricos zombavam daqueles ateus, que, não crendo nos deuses, adoravam um peixe. O sentido, porém, era muito diferente, no espírito dos cristãos: as cinco letras que compõem aquela palavra em grego são as letras iniciais das cinco palavras: 'léous Christos Théon Yos Soter', que significam: "Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador."

De modo geral, os homens são imediatistas e acreditam que muitas coisas devem ocorrer de modo retumbante, repentino, miraculoso. Muitas vezes, não conseguem, pelo menos, ponderar que as coisas do Espírito produzem seus benefícios ou se concretizam a longo prazo.

Num dos seus maravilhosos ensinamentos, Jesus Cristo afirmou que muitas coisas teria a dizer, mas os homens ainda não estavam preparados para recebê-las, adiantando, entretanto, que enviaria, em tempo oportuno, o Espírito de Verdade, o Consolador, para restabelecer todas as coisas em seus devidos lugares. É óbvio que o advento desse Paráclito se processaria muitos séculos após, quando os homens estivessem mais amadurecidos e quando sua evolução estivesse mais adequada. No entanto, logo após a crucificação de Jesus ocorreu a eclosão mediúnica, descrita em Atos dos Apóstolos (2:1-13), quando os apóstolos tiveram suas mediunidades desabrochadas.
Hoje, os adeptos de muitas religiões cristãs acreditam piamente que o Pentecostes representou o advento do Espírito consolador, cumprindo-se, assim, a promessa de Jesus. Se os apóstolos não estiveram preparados para receberem todos os ensinamentos do Mestre poucos meses antes, por que razão o estariam logo após o sacrifício do Calvário? Seria a consagração do contra-senso. Seria acreditar que a evolução dá saltos miraculosos.

O Espírito de Verdade, o Consolador (João, 15:26), deveria, como de fato ocorreu, vir quase 20 séculos após, através da Codificação do Espiritismo. Mateus afirma em seu Evangelho (24:25-28) que não deveremos procurar o Cristo no deserto, nem no interior das casas. Não devemos crer que Ele esteja aqui, ali ou acolá, porque "como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem". O mesmo evangelista sustenta que Jesus virá com "poder e glória". (24:30)

É verdade que o Cristo voltará para exercer realmente, entre nós, o seu reinado de paz e amor. Entretanto, não o fará da forma como o fez anteriormente. Se Ele disse que tudo na lei deverá ser cumprido, que nenhum til se omitirá, que passarão o Céu e a Terra, mas suas palavras não passarão, ou melhor, não deixarão de ser cumpridas, é certo que o seu novo advento se consumará através da implantação definitiva das suas palavras, dos seus ensinamentos em todos os corações. O Evangelho será a lei magna que presidirá a superior destinação do homem. Os ensinamentos que o Mestre nos legou, há quase vinte séculos, constituem o roteiro seguro para a Humanidade do futuro.

A nova vinda de Jesus se processará não mais na forma física deste mundo, mas sim pela implantação de toda a Verdade na face da Terra. "O poder e grande glória" de que nos fala o evangelista estão encerrados nos mananciais dos grandes livros que orientarão o proceder do homem do futuro. Já temos entre nós O Evangelho Segundo o Espiritismo, que constitui o marco inicial de um processo de descortino de novos horizontes para a criatura sofredora, equacionando muitos dos angustiantes problemas humanos e abrindo a porta para a solução de muitos outros.

Os tempos são realmente chegados, e o homem não deverá protelar mais a sua estagnação nos abismos do erro, da superstição, do obscurantismo e das coisas mesquinhas do mundo. Deverá, pelo contrário, dinamizar a assimilação das palavras do Cristo, vivê-las e aplicá-las em sua vida de relação, para que a Terra ascenda à posição de Planeta ditoso, onde reine, definitivamente, a fraternidade, e onde todas as lágrimas serão enxutas.

A expressão o Senhor não tardará, que os nossos antepassados adotavam sob a forma de Maranatha, deverá consumar-se, através : uma ação coletiva dos grandes benfeitores espirituais, ação essa que os antigos chamavam de Poder do Espírito, repetindo-se, em grande escala, não só para os homens, mas também para a coletividade humana o grande e definitivo Pentecostes, quando, no dizer do profeta: O Espírito será derramado sobre toda a carne.

O amor passará, então, a imperar sobre a Terra. Jesus Cristo será definitivamente tomado como o nosso paradigma, e a humanidade verá raiar o Sol da esperança, do amor e da paz, e todos os Espíritos se rejubilarão com o grande dia do Senhor.

Paulo A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho

A INCOERÊNCIA DA TRINDADE


"A Doutrina que vos ensino não é minha, mas daquele que me enviou." (João, 7:16)
Seria incoerente alguém enviar-se a si próprio para o desempenho de determinada missão. Se o Cristo fosse o próprio Deus, conforme o apregoam as teologias, Ele falaria por si próprio, Deus, conforme o apregoam as teologias, Ele falaria por si próprio, não havendo necessidade de empregar subterfúgios, sustentando que a Doutrina que ensinava não era sua, mas daquele que o havia enviado.

No decurso do seu Messiado, Jesus deixou bem evidenciado que era uma personalidade distinta do Pai, e não uma entidade trina. Não deixou também de demonstrar a sua subordinação à vontade de uma entidade maior: Deus. Basta perlustrar as páginas dos Evangelhos, para constatar, de forma reiterada, que Ele veio à Terra num momento apropriado, a fim de revelar verdades novas, objetivando atualizar os velhos conceitos contidos na lei mosaica, os quais já estavam superados.

Fato concludente ocorreu no Horto das Oliveiras, quando o Cristo, em ardente prece dirigida ao Criador, por três vezes consecutivas, rogou que "se fosse possível passasse dele aquele cálice de amargura", acrescentando, logo a seguir: "Contudo, Senhor, seja feita a tua vontade e não a minha."
Se Ele fosse o próprio Deus, ou parte trina de Deus, não haveria necessidade de formular uma ação dessa natureza, dirigida a si próprio. Ele teria resolvido o problema de per si. No cimo do Calvário, pendurado na Cruz, Ele exclamou: "Pai, em tuas mãos entrego o meu Espírito", frase essa que também atesta, de forma clara, a sua dependência em relação ao Criador de todas as coisas.

Em pleno Século das Luzes, quando o Espírito de Verdade já está entre nós para estabelecer toda a Verdade, não há mais lugar para ensinamentos errôneos, nem podem prevalecer velharias, verdadeiros resíduos de discussões estéreis entre homens personalistas e eivados de interesses materiais. A crença na existência de um Deus único é uma das verdades que cumpre ser restabelecida.

Ninguém que se tenha aprofundado na análise dos preceitos
evangélicos, ou meditado sobre as palavras do Cristo, podem em sã razão proclamar que neles exista qualquer afirmação categórica, ou de Jesus, que conduza à crença que Ele seja o próprio Deus, ou parte trina de Deus. O seu dizer "quem ver o Pai vê a mim, ou "Eu e o Pai somos uno", não significa em absoluto que Ele não tenha uma individualidade própria. Jesus Cristo foi um enviado de Deus e, portanto, seu representante na Terra. Como autêntico embaixador dos céus, que o via, claramente quem o havia enviado.

Os antigos israelitas, apesar de todos os seus preconceitos e vãs tradições alimentavam uma concepção mais realística sobre a unicidade de Deus, embora lhe atribuíssem características profundamente humanas. Não se nota nos livros do chamado Velho Testamento nenhuma passagem que sustente ser Deus uma entidade trina.

Ninguém desconhece que a implantação do dogma da Trindade foi imposição política, ou pelo menos contou com o apoio político do Imperador Constantino, de Roma, que, naquela época, havia se transformado em protetor dos cristãos. Houve intensas contendas, e Ário, que era radicalmente contrário à teoria da Trindade, juntamente com outras mentalidades esclarecidas, foi vencido, porque o Imperador não desejava criar problemas que afetassem a paz do Império. Implantado, nessa época, o dogma persistiu até o presente.

O Espiritismo vem esclarecer os homens em torno dessa questão, restabelecendo as coisas em seus devidos lugares. A Doutrina dos Espíritos proclama que Deus é nosso Pai, uno, indivisível, eterno, imutável, onipotente, onisciente. Jesus é o nosso Irmão Maior, que já colimou elevadíssimo grau de perfeição, mas ainda continua sujeito às leis evolutivas. O chamado Espírito Santo é a comunidade dos Espíritos esclarecidos, obreiros do bem, executores da vontade de Deus, na Terra, lídimos intermediários entre o Céu e a Terra, entre Deus e os homens, sempre sob a égide augusta de Jesus Cristo, o governador do nosso Planeta.

Paulo A. Godoy
Livro: Casos controvertidos do Evangelho

sábado, 20 de outubro de 2012

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno. " Espíritos Sofredores" parte 4

EXPROBRAÇÕES DE UM BOÊMIO
(Bordéus, 19 de abril de 1862)
Homens, meus irmãos, eu vivi só para mim e agora expio
e sofro! Conceda-vos Deus a graça de evitardes os espinhos
que ora me laceram. Prossegui na senda larga do Senhor
e orai por mim, pois abusei dos favores que Deus faculta
às suas criaturas!
“Quem sacrifica aos instintos brutos a inteligência e os
bons sentimentos que Deus lhe dá, assemelha-se ao animal
que muitas vezes se maltrata. O homem deve utilizar-se
sobriamente dos bens de que é depositário, habituando-se a
visar a eternidade que o espera, abrindo mão, por conseqüência,
dos gozos materiais. A sua alimentação deve ter por
exclusivo fim a vitalidade; o luxo deve apenas restringir-se
às necessidades da sua posição; os gostos, os pendores, mesmo
os mais naturais, devem obedecer ao mais são raciocínio;
sem o que, ele se materializa em vez de se purificar. As paixões
humanas são estreitos grilhões que se enroscam na
carne e, assim, não lhes deis abrigo. Vós não sabeis o seu
preço, quando regressamos à pátria! As paixões humanas
vos despem antes mesmo de vos deixarem, de modo a
chegardes nus, completamente nus, ante o Senhor. Ah! cobri-
vos de boas obras que vos ajudem a franquear o Espaço
entre vós e a eternidade. Manto brilhante, elas escondem as
vossas torpezas humanas. Envolvei-vos na caridade e no amor
— vestes divinas que duram eternamente.”
Instruções do guia do médium. — Este Espírito está num
bom caminho, porquanto, além do arrependimento, aduz
conselhos tendentes a evitar os perigos da senda por ele
trilhada.
Reconhecer os erros é já um mérito e um passo efetivo
para o bem: também por isso, a sua situação, sem ser venturosa,
deixa de ser a de um Espírito infeliz.
Arrependendo-se, resta-lhe a reparação de uma outra
existência. Mas, antes de lá chegar, sabeis qual a existência
desses homens de vida sensual que não deram ao Espírito
outra atividade além da invenção de novos prazeres?
A influência da matéria segue-os além-túmulo, sem
que a morte lhes ponha termo aos apetites que a sua vista,
tão limitada como quando na Terra, procura em vão os
meios de os saciar. Por não terem nunca procurado alimento
espiritual, a alma erra no vácuo, sem norte, sem
esperança, presa dessa ansiedade de quem não tem diante
de si mais que um deserto sem limites. A inexistência
das lucubrações espirituais acarreta naturalmente a nulidade
do trabalho espiritual depois da morte; e porque não
lhe restem meios de saciar o corpo, nada restará para satisfazer
o Espírito.
Daí, um tédio mortal cujo termo não prevêem e ao qual
prefeririam o nada. Mas o nada não existe... Puderam ma-
tar o corpo, mas não podem aniquilar o Espírito. Importa
pois que vivam nessas torturas morais, até que, vencidos
pelo cansaço, se decidam a volver os olhos para Deus.

Conhecendo o Livro Céu e o Inferno. " Espíritos Sofredores" parte 3

AUGUSTE MICHEL
(Havre, março de 1863)
Era um moço rico, boêmio, gozando larga e exclusivamente
a vida material. Conquanto inteligente, o indiferentismo
pelas coisas sérias era-lhe o traço característico.
Sem maldade, antes bom que mau, fazia-se estimar
por seus companheiros de pândegas, sendo apontado na
sociedade por suas qualidades de homem mundano. Não
fez o bem, mas também não fez o mal. Faleceu em conseqüência
de uma queda da carruagem em que passeava.
Evocado alguns dias depois da morte por um médium que
indiretamente o conhecia, deu sucessivamente as seguintes
comunicações:
8 de março de 1863. — “Por enquanto apenas consegui
desprender-me e dificilmente vos posso falar. A queda que
me ocasionou a morte do corpo perturbou profundamente o
meu Espírito. Inquieta-me esta incerteza cruel do meu futuro.
O doloroso sofrimento corporal experimentado nada é comparativamente
a esta perturbação. Orai para que Deus me
perdoe. Oh! que dor! oh! graças, meu Deus! que dor! Adeus.”
18 de março. — “Já vim a vós, mas apenas pude falar
dificilmente. Presentemente, ainda mal me posso comunicar
convosco. Sois o único médium, ao qual posso pedir
preces para que a bondade de Deus me subtraia a esta
perturbação. Por que sofrer ainda, quando o corpo não mais
sofre? Por que existir sempre esta dor horrenda, esta angústia
terrível? Orai, oh! orai para que Deus me conceda
repouso... Oh! que cruel incerteza! Ainda estou ligado ao
corpo. Apenas com dificuldade posso ver onde devo encontrar-
me; meu corpo lá está, e por que também lá permaneço
sempre? Vinde orar sobre ele para que eu me desembarace
dessa prisão cruel... Deus me perdoará, espero. Vejo
os Espíritos que estão junto de vós e por eles posso falar-
-vos. Orai por mim.”
6 de abril. — “Sou eu quem vem pedir que oreis por
mim. Será preciso irdes ao lugar em que jaz meu corpo,
a fim de implorar do Onipotente que me acalme os
sofrimentos? Sofro! oh! se sofro! Ide a esse lugar — assim é
preciso — e dirigi ao Senhor uma prece para que me perdoe.
Vejo que poderei ficar mais tranqüilo, mas volto
incessantemente ao lugar em que depositaram o que me
pertencia.”
O médium, não dando importância ao pedido que lhe faziam
de orar sobre o túmulo, deixara de atender. Todavia, indo aí, mais
tarde, lá mesmo recebeu uma comunicação.
11 de maio. — “Aqui vos esperava. Aguardava que
viésseis ao lugar em que meu Espírito parece preso ao seu
invólucro, a fim de implorar ao Deus de misericórdia e bondade
acalmar os meus sofrimentos. Podeis beneficiar-me
com as vossas preces, não o esqueçais, eu vo-lo suplico.
Vejo quanto a minha vida foi contrária ao que deveria ser;
vejo as faltas cometidas.
“Fui no mundo um ser inútil; não fiz uso algum proveitoso
das minhas faculdades; a fortuna serviu apenas à satisfação
das minhas paixões, aos meus caprichos de luxo e
à minha vaidade; não pensei senão nos gozos do corpo, desprezando
os da alma e a própria alma. Descerá a misericórdia
de Deus até mim, pobre Espírito que sofre as conseqüências
das suas faltas terrenas? Orai para que Ele me
perdoe, libertando-me das dores que ainda me pungem.
Agradeço-vos o terdes vindo aqui orar por mim.”
8 de junho. — “Posso falar e agradeço a Deus que mo
faculta. Compreendi as minhas faltas e espero que Deus
me perdoe. Trilhai sempre na vida de conformidade com a
crença que vos alenta, porque ela vos reserva de futuro um
repouso que eu ainda não tenho. Obrigado pelas vossas
preces. Até outra vista.”
30 de julho. — “Presentemente sou menos infeliz, visto
não mais sentir a pesada cadeia que me jungia ao corpo.
Estou livre, enfim, mas ainda não expiei e preciso é que
repare o tempo perdido se eu não quiser prolongar os sofrimentos.
Espero que Deus, tendo em conta a sinceridade do
arrependimento, me conceda a graça do seu perdão. Pedi
ainda por mim, eu vo-lo suplico.
A insistência do Espírito, para que se orasse sobre o seu
túmulo, é uma particularidade notável, mas que tinha sua razão
de ser se levarmos em conta a tenacidade dos laços que ao corpo
o prendiam, à dificuldade do desprendimento, em conseqüência
da materialidade da sua existência. Compreende-se que, mais próxima,
a prece pudesse exercer uma espécie de ação magnética
mais poderosa no sentido de auxiliar o desprendimento. O costume
quase geral de orar junto aos cadáveres não provirá da intuição
inconsciente de um tal efeito? Nesse caso, a eficácia da prece
alcançaria um resultado simultaneamente moral e material.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 10

 
“Não; falta-lhe para isso o sentido.”
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Comentários de Miramez da obra filosofia espírita psicografada por João Nunes Maia
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 09

 
 

Aprendendo com o Livro dos Espíritos Questão 08

 
 

Aprendendo com o livro dos Espíritos questão 07

 
 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

DEVERES DOS PAIS


Por impositivo da sabedoria divina, no homem a infância demora maior período do que em outro animal qualquer.
Isto porque, enquanto o Espírito assume, a pouco e pouco, o controle da organização fisiológica de que se serve para o processo evolutivo, mais fáceis se fazem as possibilidades para a fixação da aprendizaagem e a aquisição dos hábitos que o nortearão por toda a existência planetária.
Como decorrência, grande tarefa se reserva aos pais no que tange aos valores da educação, deveres que não podem ser postergados sob pena de lamentáveis conseqüências.
Os filhos - esse patrimônio superior que a Divindade concede por empréstimo - , através dos liames que a consangüinidade enseja, facultam o reajustamento emocional de Espíritos antipáticos entre si, a sublimação de afeições entre os que já se amam, o caldeamento de experiências e o delinear de programas de difícil estruturação evolutiva, pelo que merecem todo um investimento de amor, de vigilância e de sacrifício por parte dos genitores.
A união conjugal propiciatória da prole edificada em requisitos legais e morais constitui motivo relevante, e não deve ser confundida com as experiências do prazer, que se podem abandonar em face de qualquer conjuntura que exige reflexão, entendimento e renúncia de algum ou de ambos nubentes.
Os deveres dos pais em relação aos filhos estão inscritos na consciência.
Evidentemente as técnicas psicológicas e a metodologia da educação tornam-se fatores nobres para o êxito desse cometimento. Entretanto, o amor - que tem escasseado nos processos modernos da educação com lamentáveis resultados - possui os elementos essenciais para o feliz desiderato.
No compromisso do amor, estão evidentes o companheirismo, o diálogo franco, a solidariedade, a indulgência e a energia moral de que necessitam os filhos, no longo processo da aquisição dos valores éticos, espirituais, intelectuais e sociais.
No lar, em conseqüência, prossegue sendo na atualidade de fundamental importância no complexo mecanismo da educação.
Nesse sentido, é de essencial relevância a lição, dos exemplos, a par da assistência constante de que necessitam os caracteres em formação, argila plástica que deve ser bem modelada.
No capítulo da liberdade, esse fator basilar, nunca deixar esquecido o dever da responsabilidade. Liberdade de ação e responsabilidade dos atos, ajudando no discernimento desde cedo entre o que se deve, convém e se pode realizar.
Plasma, na personalidade em delineamento do filhinho, os hábitos salutares.
Diante dele, frágil de aparência, tem em mente que se trata de um Espírito comprometido com a retaguarda, que recomeça a experiência com dificuldades, e que muito depende de ti.
Nem o excesso de severidade para com ele, nem o acúmulo de receios injustificados, em relação a ele, ou a exagerada soma de aflição por ele.
Fala-lhe de Deus sem cessar e ilumina-lhe a consciência com a flama da fé rutilante, que lhe deve lucilar no íntimo como farol de bençãos para todas as circunstâncias.
Ensina-lhe a humildade ante a grandeza da vida e o respeito a todos, como valorização preciosa das concessões divinas.
O que lhe não concedas por negligência, ele te cobrará depois ...
Se não dispões de maiores ou mais valiosos recursos para dar-lhe, ele saberá reconhecer e, por isso, mais te amará.
Todavia, se olvidaste de ofertar-lhe o melhor ao teu alcance também ele compreenderá e, quiçá, reagirá de forma desagradável.
Os pais educam para a sociedade, quanto para si mesmos.
Examina a tua vida e dela retira as experiências com que possas brindar a tua prole.
Tens conquistas pessoais, porquanto já trilhaste o caminho da infância, da adolescência e sabes de moto próprio discernir entre os erros e acertos dos teus educadores, identificando o que de melhor possuis para dar.
Não te poupes esforços na educação dos filhos. Os pais assumem, desde antes do berço, com aqueles que receberão na condição de filhos compromissos e deveres que devem ser exercidos, desde que serão, tambem, por sua vez, meios de redenção pessoal perante a consciência individual e a Cósmica que rege os fenômenos da vida, nos quais todos estamos mergulhados.
Joanna de Ângelis

FILHOS INGRATOS



A ingratidão - chaga pestífera que um dia há de desaparecer da Terra - tem suas nascentes no egoísmo, que e o remanescente mais vil da natureza animal, lamentavelmente persistindo na Humanidade.
A ingratidão sob qualquer forma considerada, expressa o primarismo espiritual de quem a carrega, produzindo incoercível mal-estar onde se apresenta.
O ingrato, isto é, aquele que retribui o bem pelo mal, a generosidade pela avareza, a simpatia pela aversão, o acolhimento pela repulsa, a bondade pela soberba é sempre um atormentado que esparze insatisfação, martirizando quantos o acolhem e socorrem.
O homem vitimado pela ingratidão supõe tudo merecer e nada retribuir, falsamente acreditando ser credor de deveres do próximo para consigo, sem qualquer compensação de sua parte.
Estulto, desdenha os benefícios recolhidos a fim de exigir novas contribuições que a própria insânia desconsidera. É arrogante e mesquinho porque padece atrofia dos sentimentos, transitando nas faixas da semiconsciência e da irresponsabilidade.
Sendo a ingratidão, no seu sentido genérico, detestável nódoa moral, a dos filhos para com os pais assume proporções relevantes, desde que resulta num hediondo ato de rebeldia contra a Criação Divina.
O filho ingrato é dilacerador do coração dos pais, ímpio verdugo que se não comove com as doloridas lágrimas maternas, nem com as angústias somadas e penosas do sentimento paterno.
Com a desagregação da família, que se observa generalizada na atualidade, a ingratidão dos filhos torna-se responsável pela presença de vários cânceres morais, no combalido organismo social, cuja terapia se apresenta complexa e difícil.
Sem dúvida, muitos pais, despreparados para o ministério que defrontam em relação à prole, cometem erros graves, que influem consideravelmente no comportamento dos filhos que, a seu turno, logo podem, se rebelam contra estes, crucificando-os nas traves ásperas da ingratidão, da rebeldia e da agressividade contínua, culminando, não raro, em cenas de pugilato e vergonha.
Muitos progenitores, igualmente, imaturos ou versáteis, que transitam no corpo açulados pelo tormento de prazeres incessantes - que os fazem esquecer as responsabilidades junto aos filhos para os entregarem aos servos remunerados, enquanto se corrompem na leviandade -, respondem pelo desequilíbrio e desajuste da prole, na desenfreada competição da utópica e moderna sociedade.
Todavia, filhos há que receberam dos genitores as mais prolíferas demonstrações e testemunhos de sacrifício e carinho, aspirando a um clima de paz, de saúde moral, de equilíbrio doméstico, nutridos pelo amor sem fraude e pela anegação sem fingimentos e revelam-se, de cedo, frios, exigentes e ingratos.
Se diante de pais irresponsáveis a ingratidão dos filhos jamais se justifica ou procede, a proporcionada por aqueles que tudo recebem e tudo negam, somente encontra explicação na reminiscência dos desajustes pretéritos dos Espíritos que, não obstante reunidos outra vez para recuperar-se, avivam as animosidades que ressumam do inconsciente e se corporificam em forma de antipatia e aversão, impelindo-os à ingratidão que os atira às rampas inditosas do ódio dissolvente.
A família é abençoada escola de educação moral e espiritual, oficina santificante onde se lapidam caracteres, laboratório superior em que se caldeiam sentimentos, estruturam aspirações, refinam ideais, transformam mazelas antigas em possibilidades preciosas para a elaboração de misteres edificantes.
O lar, em razão disso, mesmo quando assinalado pelas dores decorrentes do aprimorar das arestas dos que o constituem, é forja purificadora onde se devem trabalhar as bases seguras da Humanidade de todos os tempos.
Quando o lar se estiola e a família se desorganiza, a Sociedade combale e estertora.
De nobre significação, a família não são apenas os que se amam, através dos vínculos da consaguinidade, mas, também, da tolerância e solidariedade que devem doar os equilibrados e afáveis aos que constituem os elos fracos, perturbadores e em deperecimento no clã doméstico.
Aos pais cabem sempre os deveres impostergáveis de amar e entender até o sacrifício os filhos que lhes chegam pela vias sacrossantas da reencarnação, educando-os e depondo-lhes nas almas as sementes férteis da fé, das responsabilidades, instruindo-os e neles inculcando a necessidade da busca da elevação e felicidade. O que decorra serão conseqüências do estado moral de cada um, que lhes não cabem prever, recear ou sofrer por antecipação pessimista.
Aos filhos compete amar aos pais, mesmo quando negligentes ou irresponsáveis, porquanto e do Código Superior da Vida, o impositivo: "Honrar pai e mãe", sem excluir os que o são apenas por função biológica, assim mesmo, por cujo intermédio a Excelsa Sabedoria programa necessárias provas redentoras e pungitivas expiações líberativas.
Ante o filho ingrato, seja qual for a situação em que se encontre, guarda piedade para com ele e dê-lhe mais amor, ..
Agressivo e calceta, exigente e impiedoso, transformado em inimigo insensível quão odioso, oferta ainda, paciência e mais amor. ..
Se te falarem sobre recalques que ele traz da infância, em complexos que procedem desta ou daquela circunstância, em efeito da libido tormentosa com o que os simplistas e descuidados pretendem excusá-lo, culpando-te, recorda, em silêncio, de que o Espírito precede ao berço, trazendo gravados nas tecelagens sutis da própria estrutura gravames e conquistas, elevação e delinqüência, podendo, então, melhor compreendê-lo, mais ajudá-lo, desculpá-lo com eficiência e socorrê-lo com probidade, prosseguindo com a família inditosa e os filhos ingratos, resgatando pelo sofrimento e amor os teus próprios erros, até o dia em que, redimido, possas reorganizar o lar feliz a que aspiras.
Joana de Ângelis