Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!

domingo, 21 de outubro de 2012

VOLTARÁ O CRISTO?


"A volta de Jesus será como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente." (Mateus, 24:27)
Sustentam os Evangelhos que Jesus Cristo virá com grande poder e glória e, diante de todas as nações reunidas, "separará uns dos outros, como o pastor separa dos bodes as ovelhas", (Mateus, 25:31-32)

Este e outros trechos dos Evangelhos fizeram e fazem com que muitas criaturas humanas acalentassem e acalentem a idéia da volta de Jesus no "final dos tempos".

Não haverá necessidade da volta do Cristo da maneira como o fez há 20 séculos, nem de nenhuma outra forma, uma vez que os Espíritos Superiores, emissários da sua vontade, estão enviando à Terra um aluvião de mensagens espirituais que estão suplementando a revelação cristã, que, por sua vez, já está também sendo complementada pelos ensinamentos provenientes da Terceira Revelação, ocorrida há pouco mais de um século e consubstanciada na Doutrina dos Espíritos.

Considerando-se que o processo de revelação emanado do Alto não sofrer solução de continuidade, é óbvio que os Mensageiros de Jesus não cessam nem cessarão de nos enviar mensagens e novos ensinamentos, fazendo-o numa progressão geométrica, à medida que os homens vão evoluindo espiritualmente ou, pelo menos, capacitando-se para a assimilação de novas verdades.
A separação dos bodes das ovelhas — dos Espíritos bons e dos maus — é um simbolismo, e far-se-á de modo harmonioso, sem sobressaltos, sem retumbância, consoante a própria afirmação do Mestre, que recomendou: "quando vos disser que O Cristo está aqui ou ali, não lhe deis crédito." É óbvio que essa separação se concretizará no âmbito das vidas sucessivas do Espírito na carne.

A passagem evangélica citada abaixo foi uma das causas que deram origem à crença na volta do Cristo: Quando, pois, vos perseguirem nesta cidade, fugi para outra, porque em verdade vos digo que não acabareis de percorrer as cidades de Israel, sem que venha o Filho do Homem. (Mateus, 10:23) Com fundamento nestas palavras de Jesus, contidas no Evangelho segundo Mateus, tornou-se universal a crença de que Jesus voltaria à Terra, mesmo antes que seus apóstolos ou discípulos percorressem todas as cidades de Israel.

Esperançosos desse novo advento do Mestre, mas pressionados por tremenda perseguição, os cristãos passaram a adotar palavras que encerravam um sentido velado. A fim de se reconhecerem entre si e formarem um elo entre todos, empregavam a expressão Maranatha, que quer dizer O Senhor não tardará, isso porque supunham que, antes que tivessem de percorrer todas as cidades de Israel, a volta do Cristo se consumaria revestida de todo poder e glória, pondo, assim, termo às perseguições e implantando, definitivamente, o seu reino entre os homens. Supunham que o retorno de Jesus seria quase que imediato.

De forma idêntica, os chamados pagãos, nos primórdios do Cristianismo, admirados de que os cristãos se abstivessem do culto oficial, lhes perguntavam qual era o seu Deus, ao que os interrogados respondiam: ÍCTHUS, palavra grega que literalmente significa peixe. Então, os satíricos zombavam daqueles ateus, que, não crendo nos deuses, adoravam um peixe. O sentido, porém, era muito diferente, no espírito dos cristãos: as cinco letras que compõem aquela palavra em grego são as letras iniciais das cinco palavras: 'léous Christos Théon Yos Soter', que significam: "Jesus Cristo, Filho de Deus Salvador."

De modo geral, os homens são imediatistas e acreditam que muitas coisas devem ocorrer de modo retumbante, repentino, miraculoso. Muitas vezes, não conseguem, pelo menos, ponderar que as coisas do Espírito produzem seus benefícios ou se concretizam a longo prazo.

Num dos seus maravilhosos ensinamentos, Jesus Cristo afirmou que muitas coisas teria a dizer, mas os homens ainda não estavam preparados para recebê-las, adiantando, entretanto, que enviaria, em tempo oportuno, o Espírito de Verdade, o Consolador, para restabelecer todas as coisas em seus devidos lugares. É óbvio que o advento desse Paráclito se processaria muitos séculos após, quando os homens estivessem mais amadurecidos e quando sua evolução estivesse mais adequada. No entanto, logo após a crucificação de Jesus ocorreu a eclosão mediúnica, descrita em Atos dos Apóstolos (2:1-13), quando os apóstolos tiveram suas mediunidades desabrochadas.
Hoje, os adeptos de muitas religiões cristãs acreditam piamente que o Pentecostes representou o advento do Espírito consolador, cumprindo-se, assim, a promessa de Jesus. Se os apóstolos não estiveram preparados para receberem todos os ensinamentos do Mestre poucos meses antes, por que razão o estariam logo após o sacrifício do Calvário? Seria a consagração do contra-senso. Seria acreditar que a evolução dá saltos miraculosos.

O Espírito de Verdade, o Consolador (João, 15:26), deveria, como de fato ocorreu, vir quase 20 séculos após, através da Codificação do Espiritismo. Mateus afirma em seu Evangelho (24:25-28) que não deveremos procurar o Cristo no deserto, nem no interior das casas. Não devemos crer que Ele esteja aqui, ali ou acolá, porque "como o relâmpago que sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do Homem". O mesmo evangelista sustenta que Jesus virá com "poder e glória". (24:30)

É verdade que o Cristo voltará para exercer realmente, entre nós, o seu reinado de paz e amor. Entretanto, não o fará da forma como o fez anteriormente. Se Ele disse que tudo na lei deverá ser cumprido, que nenhum til se omitirá, que passarão o Céu e a Terra, mas suas palavras não passarão, ou melhor, não deixarão de ser cumpridas, é certo que o seu novo advento se consumará através da implantação definitiva das suas palavras, dos seus ensinamentos em todos os corações. O Evangelho será a lei magna que presidirá a superior destinação do homem. Os ensinamentos que o Mestre nos legou, há quase vinte séculos, constituem o roteiro seguro para a Humanidade do futuro.

A nova vinda de Jesus se processará não mais na forma física deste mundo, mas sim pela implantação de toda a Verdade na face da Terra. "O poder e grande glória" de que nos fala o evangelista estão encerrados nos mananciais dos grandes livros que orientarão o proceder do homem do futuro. Já temos entre nós O Evangelho Segundo o Espiritismo, que constitui o marco inicial de um processo de descortino de novos horizontes para a criatura sofredora, equacionando muitos dos angustiantes problemas humanos e abrindo a porta para a solução de muitos outros.

Os tempos são realmente chegados, e o homem não deverá protelar mais a sua estagnação nos abismos do erro, da superstição, do obscurantismo e das coisas mesquinhas do mundo. Deverá, pelo contrário, dinamizar a assimilação das palavras do Cristo, vivê-las e aplicá-las em sua vida de relação, para que a Terra ascenda à posição de Planeta ditoso, onde reine, definitivamente, a fraternidade, e onde todas as lágrimas serão enxutas.

A expressão o Senhor não tardará, que os nossos antepassados adotavam sob a forma de Maranatha, deverá consumar-se, através : uma ação coletiva dos grandes benfeitores espirituais, ação essa que os antigos chamavam de Poder do Espírito, repetindo-se, em grande escala, não só para os homens, mas também para a coletividade humana o grande e definitivo Pentecostes, quando, no dizer do profeta: O Espírito será derramado sobre toda a carne.

O amor passará, então, a imperar sobre a Terra. Jesus Cristo será definitivamente tomado como o nosso paradigma, e a humanidade verá raiar o Sol da esperança, do amor e da paz, e todos os Espíritos se rejubilarão com o grande dia do Senhor.

Paulo A. Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho

Nenhum comentário:

Postar um comentário