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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Estudo Minucioso do Evangelho- 6o Programa -Bem Aventurado os Aflitos


Estudo Minucioso do Evangelho- 5o Programa


Estudo Minucioso do Evangelho- 4o Programa



Estudo Minucioso do Evangelho-3o Programa


Estudo Minucioso do Evangelho- 2o Programa


Estudo Minucioso do Evangelho - parte 1


Perguntas respondidas por Divaldo e Raul acerca do Evangelho.

Matéria retirada do Livro: Os Evangelhos e o Espiritismo da editora Leal .

Pergunta No 3.
" A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz , porque as obras deles eram más".(Jó.3:13-21). Hoje, no mundo, existem diversas seitas religiosas disputando a primazia da luz. Onde, afinal, encontrar a verdadeira luz?

Raul:Não é difícil encontrar a verdadeira luz nos dias atuais do mundo, mesmo que nos achemos em meio às disputas pela primazia. A luz verdadeira ilumina sem alarde, penetra os escaninhos das almas, a vida dos seres humanos e interfere positivamente no seu modo de ser. A mensagem que consegue alavancar o coração humano das limitações das sombras para as vultuosas claridades do intelecto e do sentimento , essa corresponde à grande e vera luz.

Divaldo: A verdadeira luz desceu à Terra nas jamais ultrapassadas canções apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha.
Em razão da predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual do homem,permanece vigorosa a aceitação tácita das questões defluentes do ego e dos seus sicários, que são as paixões dissolventes. Ainda prevalece o interesse mesquinho e perturbador pela mentira, pela manipulação,pela prepotência , em que muitos indivíduos preferem estagiar.
Inúmeras seitas religiosas surgem com periodicidade, adaptando os ensinamentos austeros da busca do Reino dos Céus, mediante os valores enganosos da Terra, atraindo multidões ansiosas e sedentas de poder e gozo, porém distantes da verdade.
A proposta de Jesus , por ser a verdadeira - renúncia, amor, abnegação, caridade, autoiluminação - é preterida por alguns segmentos sociais e indivíduos egotistas, permanecendo, não obstante, como única alternativa para a felicidade.
Lenta, no entanto, seguramente, a luz da verdade imorredoura espalha-se pela Terra, proporcionando a renovação social e espiritual dos seus habitantes.

7- Quem é o " Espírito Santo" na concepção espiritual?

Raul: Essa expressão nos sugere que a governança do mundo existam plêiades de entidades luminosas que, sob o comando Celeste Benfeitor - Jesus, o Messias - cuidam de investir os recursos do seu poder espiritual em favor do progresso geral e da renovação das humanas criaturas. O que as teologias convencionaram chamar de Espírito Santo pode ser compreendido como esses conjuntos de Espíritos sublimados que cuidam da evolução planetária.

Divaldo: O Espírito Santo pode ser entendido como o Espírito de Verdade, o Consolador constituído pelas coortes espirituais formadas pelos nobres Guias da Humanidade.
Podemos identificá-lo também como as estrelas que cairão sobre a Terra, as forças espirituais , o Cristo de Deus...


49- O que devemos entender por "Humildes de Espírito" ou " Pobres de Espírito" ,  os quais Jesus elege para o Reino dos Céus? (Mt. 5: 3)

Raul: Essa bem aventurança de Jesus exprime, de fato, a ventura experimentada pelos que conseguem desenvolver a humildade, a simplicidade em si próprios. Humildade que não significa tolice nem pieguice, simplicidade que não é papalvice.
É assim que achamos em o Livro dos Médiuns, de Allan kardec, que no Cap. XXXI, item XVI , o Espírito Santo Agostinho a afirmar que Deus ama os simples de espírito , o que não quer dizer tolos, mas que renunciam a si mesmos e que , sem orgulho, para Ele se encaminham.
Divaldo: Os pobres de espírito podem ser considerados todos aqueles que se despojaram dos andrajos morais da ira, do ódio, do orgulho, da insensatez, da sensualidade, verdadeiras fortunas que muitos preservam e disputam. Nestes mundo rico de espíritos pobres de valores éticos, Jesus glorifica aqueles que são os liberados das mazelas da alma, dos vícios e dependências infelizes das paixões primárias. Esses alcançarão o Reino dos Céus que , de alguma forma, já se lhes encontra ínsito no coração puro de inferioridade.

Para amar o próximo

RICHARD SIMONETTI
Na célebre passagem evangélica, pergunta o doutor da Lei (Mateus, 22:36-40):
– Mestre, qual é o grande mandamento na Lei?
Responde Jesus:
– Amarás o senhor teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento.
Este é o primeiro e grande mandamento.
E há o segundo, semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.
Nesses dois mandamentos estão a lei e os profetas.
Quando Jesus fala que o segundo é semelhante ao primeiro, demonstra, evidentemente, que não
podemos amar a Deus sem amar o próximo, porquanto não há melhor maneira de demonstrar afeto
por alguém do que querendo bem ao seu filho.
Impensável alguém dirigir-se a um pai, nestes termos:
– Gosto muito de você, mas detesto seu filho!
E Jesus estabelece a medida com a qual devemos amar o próximo
para que estejamos amando a Deus: que o façamos como a nós mesmos.
É fácil perceber a razão pela qual não amamos o próximo – é que não amamos a nós mesmos.
A característica básica da personalidade humana é o egoísmo, e onde ele impera pode haver paixão,
mas dificilmente haverá lugar para o amor.
A paixão situa-se nos domínios dos instintos, procura apenas a autoafirmação, o prazer a qualquer
preço, sem perspectivas além da hora presente, e sem aspirações mais nobres.
O amor situa-se nos domínios do sentimento e só se satisfaz com os valores da dedicação, do
sacrifício, da renúncia, das realizações mais nobres em favor do ser amado.
É a paixão por si mesmo que leva o indivíduo a buscar a satisfação dos sentidos no vício e no
desregramento...
É a paixão por si mesmo que lhe inspira a ânsia de poder e riqueza...
É a paixão por si mesmo que o faz comportar-se como uma criança, habituada a bater os pezinhos
e a reclamar em altas vozes porque não lhe deram o brinquedo desejado, porque a Vida não
atendeu às suas aspirações...
Em lugar dessa paixão desvairada que tanto nos compromete é preciso edificar o amor.
O caminho é a caridade, a ser exercitada em duas frentes: o corpo e o Espírito.
O corpo humano é, talvez, a maior maravilha da Criação, no plano da matéria.
Jamais os cientistas deixarão de surpreender-se com essa incrível máquina de peças vivas que permite
a manifestação da inteligência na Terra.
É uma máquina perfeita em suas finalidades, facultando ao Espírito uma bolsa de estudos na escola
da Reencarnação, em abençoado recomeço, sem a lembrança do passado a fim de que supere
desvios e fixações que precipitaram seus fracassos no pretérito.
Todavia, em relação ao corpo assemelhamo-nos a um motorista descuidado, que usa e abusa de
seu automóvel, sem a mínima noção de seu funcionamento, de suas necessidades, das regras de
trânsito, dos cuidados indispensáveis à sua conservação.
Quantas pessoas saberiam explicar o mecanismo da circulação sanguínea?
Quantas têm noção de como os nossos olhos fotografam o mundo exterior para que o cérebro veja?
Quantas compreendem o funcionamento do metabolismo orgânico, de assimilação e eliminação
de substâncias?
No entanto, o conhecimento elementar de Fisiologia é indispensável para que possamos compreender
as necessidades essenciais da máquina física, dentre as quais destacaríamos:
Regime alimentar.
Trabalho disciplinado.
Repouso adequado.
Exercícios físicos e respiratórios.
Cuidados de higiene.
Tudo isso é indispensável à preservação da economia orgânica, a fim de que nos movimentemos
bem na Terra, desfrutando dos dons da saúde, indispensáveis ao bom aproveitamento da jornada humana.
No entanto, raros se comportam assim.
Inspirados na eterna paixão por nós mesmos, cogitamos apenas dos prazeres da hora presente.
O fumo tranquiliza.
O alimento pesado satisfaz o paladar.
O álcool desinibe.
As drogas fazem o céu artificial.
Não importa que a saúde seja arruinada, que dificultemos a jornada, que abreviemos a existência.
E para que exercícios físicos e respiratórios, trabalho disciplinado, regime alimentar, repouso
adequado, cuidados de higiene?...
Deixa pra lá! Tudo isso é tão cansativo e maçante!
O resultado é que há muita gente com distúrbios digestivos, hipertensão arterial, úlcera gástrica,
excesso de peso, colesterol elevado, coração ameaçado, pulmões comprometidos…
– É o nosso carma! São as doenças escolhidas para o resgate do passado...
Ledo engano, leitor amigo.
É simplesmente falta de caridade para com o nosso corpo, essa máquina maravilhosa que Deus
nos oferece para as experiências na Terra, do qual teremos que prestar contas um dia.
E quanto ao Espírito imortal?
Fomos criados por Deus para sermos partícipes na obra da Criação, desfrutando a felicidade
suprema de uma plena integração nos ritmos do Universo, em comunhão com o Senhor.
Mas Deus não quer autômatos, cérebros programados. Somos seus filhos, dotados de suas
potencialidades criadoras, e Ele nos fez livres para desenvolvê- -las com nossos próprios esforços,
a fim de valorizarmos nossas aquisições.
Todavia, ante tão grandioso futuro, perdemo-nos nas vacilações do presente, empolgados pela paixão
de nós mesmos.
Procuramos a felicidade plena em valores falsos, no imediatismo terrestre, esquecidos de que a felicidade
é uma construção grandiosa demais para ser alicerçada sobre
ilusões.
A caridade para com o nosso Espírito é a ação em termos de vida eterna.
É considerar que somos imortais, que já vivíamos antes do berço e continuaremos a viver, depois do
túmulo. Consequentemente, nossos interesses maiores, nossas ações mais constantes devem girar em
torno de quem viverá para sempre, não do ser efêmero que voltará ao pó, conforme a expressão bíblica.
É buscar aqueles valores que, segundo Jesus, as traças e a ferrugem não consomem nem os ladrões
roubam, formados pela cultura, o conhecimento, a virtude, a sabedoria, o exercício do Bem...
Exercitando a caridade com o corpo, habilitamo-nos a aproveitar
integralmente o tempo que o Senhor nos concede para as experiências humanas...
Exercitando a caridade com o Espírito, cumprindo as metas que determinaram a jornada terrestre,
habilitamo-nos a estágios mais altos de espiritualidade.
Atendendo às necessidades do binômio corpo-espírito exercitaremos plenamente o amor a Deus
sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos.
Oportunas, caro leitor, para finalizar, as observações de Kardec
(Viagem Espírita em 1862, “Discursos Pronunciados nas Reuniões Gerais dos Espíritas de Lyon e Bordeaux”, Ed. FEB, p. 87):
[...] Ensinai, pois, a caridade e, sobretudo, pregai pelo exemplo; é a âncora de salvação da sociedade. Só
ela pode realizar o reino do bem na Terra, que é o reino de Deus; sem ela, o que quer que façais, só criareis
utopias, das quais só vos resultarão decepções.
Se o Espiritismo é uma verdade, se deve regenerar o mundo, é porque tem por base a caridade.
[...]
 Reformador • Junho 2010


Perdoa
Recebe a provação de alma serena.
Desculpa todo golpe que te doa.
Guarda contigo a paz singela e boa,
Inda mesmo ante a voz que te condena.
Tudo no mundo é caridade plena.
A fonte beija a pedra que a magoa.
A estrela mostra o brilho na lagoa.
A rosa enfeita o acúleo que envenena.
A árvore esquece o vento que a desnuda.
A Terra inteira serve, humilde e muda.
A chuva desce ao bojo da cisterna...
Perdoa e quebrarás grilhões e algemas,
Buscando, enfim, as vastidões supremas
Para a glória do amor na vida eterna.

Fonte: XAVIER, Francisco C.; VIEIRA, Waldo. Antologia dos imortais. Poetas diversos.
4. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2002. p. 96-97.

Reflexões sobre a Moral Divina


CHRISTIANO TORCHI
Não é raro conhecermos pessoas que, apesar de viverem em condições adversas,
em ambientes viciosos, conseguem furtar-se às influências negativas do meio e se destacam
na sociedade como homens e mulheres dignos. Há outras que, mesmo depois de terem experimentado
uma vida de transgressões, crimes, prostituição e drogas, conseguem se recuperar, tornando-
se referência para muitos outros indivíduos. Esses exemplos de superação mostram do que o ser humano é capaz, quando tem fé.
No conhecido livro do escritor francês Victor Hugo (1802-1885),
Os Miseráveis, também retratado em filme, encontramos a história de um ex-presidiário (Jean Valjean)
que, ante um dilema moral, originado de um furto por ele praticado após ganhar a liberdade,
foi inocentado pela própria vítima, o caridoso bispo Charles Myriel, atitude que causou um
profundo impacto no ex-condenado, motivando-o, daí por diante, a se tornar um homem de
bem. Esta obra, embora seja um romance de ficção social, é inspirada na realidade e nos faz
refletir sobre a questão filosófica da moral, tratada em O Livro
dos Espíritos.(1)
A crença inata em um ser superior, comum a todos nós, sugere a existência de uma constituição
divina insculpida na alma. Toda vez que infringimos as leis naturais, um juízo secreto nos diz que
estamos no caminho errado. Dominados pelas paixões, nem sempre seguimos os ditames desse tribunal
interior, ficando sujeitos, depois, ao arrependimento, à expiação e à reparação dos erros cometidos.
Do ponto de vista espírita, “a moral é a regra de bem proceder, isto é, a distinção entre o bem e o
mal.Funda-se na observância da Lei de Deus. O homem procede bem quando faz tudo pelo bem de
todos, porque então cumpre a Lei de Deus”.(2) A infração das leis morais resulta numa sanção imposta
pela própria consciência, que se traduz no remorso, sem prejuízo da eventual condenação imposta
pela sociedade e suas instituições.
O bem e o mal estão relacionados ao comportamento humano ditado pelo livre-arbítrio, pois “a noção
de moralidade é inseparável da de liberdade”.(3) Procedendo
corretamente, o homem dá mostras de que sabe distinguir o bem do mal. O bem é tudo o que
é compatível com a lei de Deus e o mal é tudo aquilo que não se harmoniza
com ela. Em resumo: quando fazemos o bem, procedemos conforme a lei de Deus, e quando fazemos o mal estamos infringindo essa lei.
Nem todos, porém, se comprazem em fazer o bem, dependendo da evolução do indivíduo e dos
valores que cultua.
Quando o homem procura agir acertadamente, utilizando a razão e a reflexão, encontra meios de distinguir, por si mesmo, o que é bem do que é mal. Ainda que esteja sujeito a enganar- se, em vista de sua falibilidade, possui uma bússola que o guiará no caminho certo, que é o de colocar-se na posição do outro,
analisando o resultado de sua decisão: aprovaria eu o que estou fazendo ao próximo, se estivesse
no lugar dele?
Esse método de pôr-se no lugar do outro para medir a qualidade de nossos atos é bem eficiente,
quando nos habituamos a utilizá-lo, porque o metro de cada um está na lei natural, que estabelece
o limite de nossas próprias necessidades, razão por que experimentamos o sofrimento toda
vez que ultrapassamos essa fronteira. Por isso, se ouvíssemos mais a voz da consciência, estaríamos
a salvo de muitos males que atribuímos a fatores externos ou à Natureza.
Deus poderia, se quisesse, ter feito o Espírito pronto e acabado, mas o criou simples e ignorante,
dando-lhe, assim, a oportunidade de progredir pelo próprio esforço, para que tenha a ventura de chegar
ao cume da jornada e exclamar, satisfeito: eu venci!
Com o advento tanto do progresso e a consequente proliferação dos grupos sociais, caracterizados
por sua diversidade cultural, como também das novas necessidades criadas pela modernidade
e pelo avanço da tecnologia, somos tentados a pensar que a lei natural não é uma regra uniforme para a coletividade.
Todavia, este modo de raciocinar é equivocado, uma vez que a lei natural possui tantas gradações
quantas necessárias para cada tipo de situação, sem perder a unidade e a coerência, cabendo a
cada um distinguir as necessidades reais das artificiais ou convencionais.
A lei de Deus é a mesma para todos, independentemente da posição evolutiva do homem, que
tem a liberdade de praticar o bem ou o mal. A diferença que existe está no grau de responsabilidade,
como no caso do selvagem que, outrora, sob domínio dos instintos primitivos, considerava
normal alimentar-se de carne humana, a saber: o homem é tanto mais culpado quanto
melhor sabe o que faz. À medida que o Espírito adquire experiência, em sucessivas encarnações,
alcança estágios superiores que lhe permitem discernir melhor as coisas. Portanto, a responsabilidade
do ser humano é proporcional aos meios de que dispõe para diferenciar o bem do mal. Apesar disso, não se pode dizer que são menos repreensíveis as faltas que comete, embora decorrentes da posição que
ocupa na sociedade.
O mal desaparece à medida que a alma se depura. É então que, senhor de si, o homem se torna
mais culpado quando comete o mal, porque tem melhor compreensão
da existência deste. A culpa pelo mal praticado recai sobre quem deu causa a ele, porém,
aquele que foi compelido, levado ou induzido a praticar o mal por outrem, é menos culpado do que
aquele que lhe deu causa.
Outrossim, o fato de se achar num ambiente desfavorável ou nocivo à moral, devido às influências
dos vícios e dos crimes, não quer dizer que a criatura esteja isenta de culpa, se, deixando-se
levar por essas influências, também praticar o mal. Em primeiro lugar, porque dispõe de um instrumento
poderoso para superar as circunstâncias infelizes: a vontade.
Em segundo, porque, antes de encarnar, pode ter escolhido essa prova, submetendo-se à tentação
para ter o mérito da resistência.
De outras vezes, o Espírito renasce em um meio hostil com a missão de exercer influência positiva
sobre seus semelhantes, retardatários.
Por outro lado, aquele que,mesmo não praticando diretamente o mal, se aproveita da maldade feita
por outrem, age como se fosse o autor, isso porque talvez não tivesse coragem de cometê-lo,
mas, encontrando o mal feito, tira partido da situação, o que significa que o aprova e o teria praticado,
se pudesse ou tivesse ousadia para tanto. Enquanto Espíritos, quase todos nos equiparamos,
na Terra, a condenados em regime de liberdade condicional, sujeitos, graças à misericórdia divina, a diversas restrições que,
muitas vezes, nos são impostas para nos proteger das próprias fraquezas. Assim, podemos dizer
que muitos de nós só não praticamos o mal por falta de oportunidade, considerando que nem
sempre temos vontade forte o bastante para resistir a determinadas conjunturas, em virtude da
ausência de autocontrole.
O desejo de praticar o mal pode ser tão repreensível quanto o próprio mal, contudo, aquele
que resiste às tentações, com a finalidade de superar-se, tem grande mérito, sobretudo quando
depende apenas de sua vontade para tomar essa ou aquela decisão. Não basta, porém, que
deixe de praticar o mal. É preciso que faça o bem no limite de suas forças, pois cada um responderá
por todo mal que resulte de sua omissão em praticar o bem. Os Espíritos superiores são
taxativos em dizer que ninguém está impossibilitado de fazer o bem, independentemente de sua
posição, pois que todos os dias da existência nos oferecem oportunidades
de ajudar o próximo, ainda que seja por meio de uma singela oração.
O grande mérito de se fazer o bem reside na dificuldade que se tem de praticá-lo. Quanto maiores
forem os obstáculos para a realização do bem, maior é o merecimento daquele que o executa.
Contrário senso, não existe tanta valia em se fazer o bem sem esforço ou quando nada custa, como
no caso do afortunado que dá um pouco aos pobres do que lhe sobra em abundância. A parábola
do óbolo da viúva, contida em o Novo Testamento,4 retrata bem tal circunstância.
Finalizando, a essência da moral divina pode ser encontrada na
máxima do amor ao próximo, ensinada por Jesus, porque abarca todos os deveres que os homens
têm uns para com os outros, razão pela qual temos necessidade de vivenciar essa lei constantemente,
porquanto o bem é a lei suprema do Universo que nos conduz a Deus “e o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem unicamente para nós mesmos [...]”.(5)
Junho 2010 • Reformador


1-KARDEC, Allan. O livro dos espíritos.
Trad. Evandro Noleto Bezerra. 2. ed. Rio
de Janeiro: FEB, 2010. Q. 629-646.
2-Idem, ibidem. Q. 629.
3-DENIS, Léon. O problema do ser, do destino
e da dor. 2. reimp. Rio de Janeiro: FEB,
2009. P. 3, As potências da alma, item 22,
4-LUCAS, 21:1-4.
5-XAVIER, Francisco C. Ação e reação. 28.
ed. 2. reimp. Pelo Espírito André Luiz. Rio
de Janeiro: FEB, 2009. Cap. 7, p. 110.

Mundo em transição


Conforme se observa na questão 55 de O Livro dos Espíritos, cuja primeira
edição ocorreu em 18 de abril de 1857, Allan Kardec pergunta: São habitados
todos os globos que se movem no espaço? E os Espíritos superiores respondem:
“Sim e o homem terreno está longe de ser, como supõe, o primeiro em inteligência,
em bondade e em perfeição”.
Aprofundando a análise deste assunto, Kardec observa:
Nos mundos intermédios, misturam-se o bem e o mal, predominando um ou outro,
segundo o grau de adiantamento da maioria dos que os habitam. Embora se não possa
fazer, dos diversos mundos, uma classificação absoluta, pode-se contudo, em virtude
do estado em que se acham e da destinação que trazem, tomando por base os matizes
mais salientes, dividi-los, de modo geral, como segue: mundos primitivos, destinados
às primeiras encarnações da alma humana;mundos de expiação e provas, onde domina
o mal;mundos de regeneração, nos quais as almas que ainda têm o que expiar haurem
novas forças, repousando das fadigas da luta; mundos ditosos, onde o bem sobrepuja
o mal; mundos celestes ou divinos, habitações de Espíritos depurados, onde
exclusivamente reina o bem. (O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. III, item 4.)
Em mensagem transmitida através de Divaldo Pereira Franco no encerramento
do 3o Congresso Espírita Brasileiro, em 18 de abril de 2010, publicada nesta edição
de Reformador (p. 8), Bezerra de Menezes assevera:
...Estamos agora em um novo período.
Estes dias assinalam uma data muito especial, a data da mudança do mundo de provas
e expiações para o mundo de regeneração.
A grande noite que se abatia sobre a Terra lentamente deu lugar ao amanhecer de
bênçãos.
E continua sinalizando para a necessidade de todos nós aumentarmos a nossa
capacidade de nos amarmos uns aos outros a fim de podermos ser realmente úteis
na construção desse novo mundo e assegurar o direito de nele permanecer.
Devemos lembrar, ainda, a mensagem de Santo Agostinho, de 1862, que, falando
sobre os mundos de regeneração, destaca:
[...] Em todas as frontes, vê-se escrita a palavra amor; perfeita equidade preside às relações
sociais, todos reconhecem Deus e tentam caminhar para Ele, cumprindo-lhe as leis.
Mas [...] nesses mundos, ainda falível é o homem e o Espírito do mal não há perdido
completamente o seu império. Não avançar é recuar, e, se o homem não se houver firmado
bastante na senda do bem, pode recair nos mundos de expiação, onde, então,
novas e mais terríveis provas o aguardam. (Op. cit., itens 17 e 18.)
Com todos estes esclarecimentos, só nos resta, em nosso próprio benefício,
empenharmo-nos no nosso aprimoramento moral.

Revista O Reformador 2010-Junho