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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Entrevista com Raul Teixeira sobre atividade de desobsessão


Escrito por Raul Teixeira   
Seg, 31 de Agosto de 2009 19:32
Entrevista em Quartera – Portugal
Pergunta - Há necessidade de fazer passes sobre os centros de força ou basta fazê-lo sobre o coronário, aplicando as mãos sobre a cabeça da pessoa?
Raul Teixeira - Há sempre validade nos passes sobre os centros de força embora não haja necessidade de se impor as mãos sobre esses centros de força. Uma vez que nós espalmamos as mãos sobre o centro coronário (sobre o alto da cabeça das pessoas) isso funciona como uma estação de água, um vaso comunicante, porque as energias absorvidas por esse centro irão alcançar os variados centros onde haja necessidade de elas realizarem o seu mister. Não há nenhum caso em que seja necessário uma coisa ou outra: o aplicar passes diretamente sobre o centro de força considerado ou sobre simplesmente o alto da cabeça. Cabe ao bom senso das pessoas; se elas sentem-se mais confiantes estendendo as mãos sobre o centro considerado, que elas o façam, não haverá nenhum problema. No entanto, não há nenhuma necessidade de que esta prática esteja em vigor.

P. - O doutrinador deve fazer passes ao médium durante a manifestação de uma entidade desequilibrada? Por quê?
R. T. - Naturalmente que o doutrinador deve fazer passes no médium durante as manifestações de entidades sofredoras, de obsessoras, sempre que isso se mostre necessário. Quando a comunicação com a entidade torna-se difícil, quando o médium apresenta algum sofrimento durante alguma comunicação ou antes de propriamente dá-la, ou depois da entidade se desprender naturalmente caberá ao bom senso do doutrinador ou do aplicador de passes observar e poder utilizar os recursos da fluidoterapia para ajudar tanto ao desencarnado como ao encarnado. A questão dos passes dispersivos que são aplicados sobre os médiuns ao cabo das manifestações mais difíceis são eficazes. O mundo espiritual, naturalmente, poderia realizar esse trabalho. No entanto, quem necessita de crescimento somos nós e eles dão¬-nos essa possibilidade de trabalharmos, para angariarmos os méritos, as virtudes necessárias. A partir daí nós sentiremos a importância do nosso esforço de aplicadores de passes. Todo esse trabalho que realizamos não significa que o mundo espiritual, os nossos benfeitores, não o possam realizar mas dão-nos ensejo de retirar a melhor aprendizagem, o melhor proveito de tudo isto.

P. - O médium, numa sessão de desobsessão por exemplo, deve sentar-se sempre no mesmo lugar?
R. T. - Numa sessão de desobsessão não há nenhuma necessidade do médium sentar-se sempre no mesmo lugar. Geralmente isso acontece, isto é, os médiuns ocupam sempre o mesmo lugar, por questão de comodidade, porque se ajustaram mais àqueles lugares e ficam mais facilmente acomodados ali. Mas se num dia ou noutro houver necessidade de o trocar nada será negativo para a reunião, porque isso não é fundamental.

P. - E o doutrinador? Deve sentar-se sempre no mesmo lugar e com o mesmo médium?
R.T. - Não há nenhuma necessidade de que o doutrinador, por sua vez, também se sente sempre no mesmo lugar. Deve sentar-se num lugar onde tenha uma visão geral da mesa, dos companheiros que estão a trabalhar, para facilitar-lhe a atuação. Principalmente quando eles não tem auxiliares e ele mesmo é o dirigente da reunião e que doutrina as entidades. Os doutrinadores não precisam trabalhar sempre com os mesmos médiuns. Quando existe mais que um doutrinador é mesmo recomendável que se troquem.

P. - Que pensar dos médiuns e/ou doutrinadores que não gostam de trabalhar com este ou aquele?
R.T. - Os médiuns e doutrinadores que não gostam de trabalhar uns com os outros já estão demonstrando que não estão aptos para o trabalho da doutrinação de espíritos, uma vez que não se doutrinaram a si mesmos. Todos esses sentimentos negativos, sentimentos de falta de afinidade, falta de encaixe vibratório são altamente prejudiciais ao desenvolvimento da reunião mediúnica. No Livro dos Médiuns, Allan Kardec diz-nos que a reunião é um ser coletivo; todos aqueles que dela fazem parte são responsáveis pela influência que sobre ela recai. Será bom que todos os médiuns e doutrinadores estejam afinados entre si e nas mesmas reuniões das quais participam.

P. Quanto tempo deve durar uma reunião de desobsessão?
R.T. - A reunião mediúnica deve durar cerca de hora e meia, incluindo todos os elementos que dela fazem parte: as leituras, as orações e o tempo da comunicação dos espíritos. Não deverá, por isso, ultrapassar, em casos bastante especiais, às duas horas de realização. Duas horas de trabalho mediúnico é bastante tempo para que se faça um trabalho sem excessivo desgaste dos médiuns e sem perder as qualidades da reunião. Admitimos, com os nossos benfeitores, que entre 1h30 e 2 horas é um tempo bastante razoável para que se realize a tarefa de desobsessão.

P. – Podem os membros duma reunião mediúnica mudar de equipe de desobsessão ora hoje, ora amanhã?
R.T. – Os médiuns que freqüentam uma reunião mediúnica em certo dia da semana estão sob uma certa estrutura psíquica, do grupo ao qual se acham afinados. Se ele participa de várias reuniões de mediunidade, certamente terá poucas possibilidades de ser útil em todas elas, porque ele terá de encaixar vibratoriamente em cada uma dessas reuniões, no caso de serem reuniões com equipes diferentes. Se forem reuniões com o mesmo grupo, nada impede que ele participe num dia ou noutro; é o mesmo grupo, a mesma equipe que está em ação. Mas se são equipes diferentes e ele vai trocando de equipe certamente não terá a mesma produtividade. E não há nenhuma necessidade disto.

P. – Que fazer com os membros de uma equipe de desobsessão que ora aparecem ora não aparecem?
R.T. – Os membros da reunião mediúnica, principalmente da desobsessão, que aparecem num dia e desaparecem depois já indicam que eles não foram bem selecionados para participarem desse mister, porque não se pode imaginar que um trabalho dessa índole tenha bom proveito com elementos que não se responsabilizam por estar ali com a freqüência que se exige, comumente uma vez por semana. Se um compromisso de uma vez por semana não permite a este ou aquele indivíduo estar ali sempre presente é sinal que ele não deverá fazer parte dessa atividade. Há muitas outras coisas que se podem fazer no centro espírita fora das reuniões mediúnicas. A reunião mediúnica exige basicamente disciplina, o cumprimento dos deveres, dos horários, etc.

P. – E aqueles membros que só aparecem quando não estão bem? Devem freqüentar a reunião mediúnica?
R.T. – Os médiuns que só aparecem quando não estão bem é mais um motivo para não fazerem parte da mesa, dos trabalhos de mediunidade. Que os dirigentes responsáveis conversem com eles para que eles percebam que não estão a agir de acordo com as recomendações da Doutrina Espírita. Pensando assim, não se lhes deve permitir o acesso a essas reuniões quando eles fizerem dessas mesmas reuniões, ponto de encontro, quando têm necessidade, ou uma fonte de água para quando tenham sede, não atuando como um verdadeiro enfermeiro ao serviço do Cristo, com a disposição que o trabalho exige.

P. – Por vezes existe a “febre” das obras assistenciais, entre os portugueses. Espiritismo é isso, ou é educar, libertar consciências, auxiliando-as é claro?
R.T. – A chamada febre de construir ou criar as obras de assistência, materialmente falando, não caracteriza propriamente uma postura espírita, mas o interesse de muitas pessoas. O trabalho espírita por excelência é aquele da reconstituição das almas, de levantar os indivíduos caídos nas estradas morais do mundo. Mas muitas vezes esses indivíduos caídos existem entre aqueles que sofrem necessidades variadas e de diverso porte, a nível material... Aqui, em Portugal, quando não existam essas necessidades, tipicamente materiais, todos os esforços deverão voltar-se para as necessidades morais, para os problemas de ordem ética... Quando um centro espírita não dispõe de uma obra material, um lar de crianças, de idosos, uma creche, um hospital, isso não diminui o seu mérito diante da obra da educação e de esclarecimento das almas que esteja a realizar. Até porque o movimento espírita deve expandir-se calcando sempre nessa necessidade que a doutrina tem de chegar aos corações, de fazer com que as pessoas libertem-se da ignorância... Não perderemos de vista, no entanto, a importância do socorro material àquelas pessoas que estejam nessa faixa de necessidade... mas com certeza de que não cabe ao trabalhador espírita, à Instituição Espírita manter um quadro de criaturas miseráveis improdutivas em nome do seu esforço de caridade. O trabalho assistencial espírita visa promover a criatura. O objetivo do Espiritismo é fazer o homem crescer, fazer o homem levantar-se, alcançando os objetivos da sua reencarnação.

P. – Acha plausível dirigentes espíritas que não se dêem bem?
R.T. – Lamentavelmente encontramos dirigentes, no Movimento Espírita, que não se dão bem, que não se ajustam, que não se afinam. É lamentável, mas temos que convir que isto existe porque vivemos no mundo. Triste é constatar-se que tais dirigentes, sejam eles quais forem, não estão a dar-se conta que desmentem com as atitudes aquilo que pregam com as palavras. Sendo a Doutrina Espírita uma doutrina de bom senso, de razão, uma doutrina que prega o amor acima de todas as coisas, como ensinou Jesus, não se justifica que esses elementos não tivessem coragem de lavar as suas diferenças nas águas da fraternidade, de dialogar, de chegarem a uma conclusão, mas isto, conforme nos diz “O livro dos espíritos”, demonstra a predominância do personalismo, do egoísmo, do homem velho sobre as estruturas frágeis do homem novo sobre a Terra. Lamentamos, mas ainda encontraremos os indivíduos que acham muito bonito falarem de Jesus mas que ainda não tiveram a coragem de saírem de si mesmos para viverem como o Mestre recomendou.

Entrevista concedida em 30.10.1993.
Revista Fraternidade/Portugal/ fevereiro/1994.
Jornal Mundo Espírita/ março/1994.
http://www.raulteixeira.com/noticias.php?not=81

Entrevista com Raul Teixeira sobre família .


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Escrito por Raul Teixeira   
VIOLÊNCIA NO LAR
Por que tanta violência entre pais e filhos?

Raul – No capítulo da violência entre pais e filhos, deparamo-nos com adversários que reencarnam-se no mesmo conjunto doméstico, para atenderem ao serviço da recuperação de si mesmos, desfazendo rastros odientos e frustrações afetivas com o esforço devido; no entanto, ao lado desta realidade, conhecemos a indiferença e o abandono a que muitos filhos são relegados por seus pais, despertando velhos antagonismos, de conseqüências imprevisíveis.

Há que buscar-se o equilíbrio que o Evangelho de Jesus ensina. Aquele que mais compreender, sirva, oriente, perdoe, a fim de diminuir-se a onda de violência entre pais e filhos. Não esqueçamos, entretanto, que o abandono dos filhos, o ato de relegar-se sua orientação a escolas e a terceiros, a imposição sem explicação educativa, o fato de permitir aos filhos usos perigosos; apenas para não incomodar-se, não deixam de ser, à luz do Espiritismo, tenebrosos atos de violência, com os que atraiçoamos a confiança da Divindade, e que deveremos ajustar em tempos do futuro, e muitas vezes, de um futuro a iniciar-se hoje mesmo.

FILHOS ADOTIVOS
Os filhos adotivos: quando e como os pais devem falar a verdade?

Raul – Desde que são adotados, deverão sabê-lo. Não há porque aguardar que cresçam. Os filhos adotivos convivem muito bem com a revelação que lhes é feita, se feita com atenção e com ingredientes de carinho, sem a intenção de magoar, de ferir. Alegar-se-á a desencarnação dos verdadeiros pais ou a impossibilidade deles para criá-los, por insuperáveis dificuldades. Deixem-nos sentir que são amados, respeitados como filhos realmente, e nenhum problema advirá além das marcas com que a provação já os assinalou.

SEPARAÇÕES NO MATRIMÔNIO
A que se deve o número cada vez maior de separações no matrimônio?

Raul – Deve-se ao fato de não ter sido levado em conta a lei divina, conforme anota Allan Kardec, no “Evangelho Segundo o Espiritismo”, capítulo XXII, item 5.

Os problemas de intolerância, a liberalidade da formação do caráter, o despreparo para as responsabilidades do casamento, o orgulho soez e seus afins, representam elementos danosos a atentarem contra os lares de fracos alicerces.

DIVÓRCIO E FILHOS
Quando o divórcio é iminente como fica a situação dos filhos?

Raul – A situação do divórcio do casal, com raríssimas exceções, perturba muito os filhos. Seja pela divisão emocional que se processa, seja pelo caráter odiento em que se estriba, os filhos ficam como que sufocados num clima desestruturador, desde a iminência, desde as conversas, as querelas, as friezas ou os desrespeitos.

Melhor seria que os casais se pudessem compreender melhor, evitando que essas aves implumes e dependentes, que são os filhos, caiam do ninho desfeito ou mal mantido, perturbando-se ao invés de avançar para Deus, em clima de segurança.

FILHOS ENVOLVIDOS COM DROGAS
Qual deve ser o comportamento dos pais, quando os filhos estão envolvidos com drogas?

Raul – O do esclarecimento lúcido, sem emoções desequilibradas, mostrando que eles, os filhos, são os primeiros e grandes lesados. A persistir o envolvimento, nenhum pai responsável e que ame seus filhos, deverá negar-se a conduzi-los a tratamento médico, ou médico e psicológico, com profissionais de comprovada confiança e, se necessário, pelo nível de descontrole a que cheguem ou pelos perigos para os implicados ou para a própria família, a internação em competente clínica. É bom que lembremos que, em tais casos, o paciente não tem que decidir se vai ou não internar-se, uma vez que já demonstrou não estar sabendo utilizar seu livre-arbítrio para o bem de si e dos que o rodeiam.

Ao lado do atendimento de profissionais, a oração e o tratamento da fluidoterapia espírita, em muito contribuirá para desfazer-se o quadro tormentoso, considerando-se a insuflação obsessiva que costuma estar presente em situações desse gênero.

INFLUÊNCIA DA TV
Como você vê a influência da televisão no lar?

Raul – Na atualidade são poucas as emissoras e programações de televisão que apresentam material de boa qualidade educativa ou divertimentos saudáveis para quem os vê. Quando não é o noticiário tendencioso e escandaloso, é a violência que, como um vírus, penetra e adoece o organismo doméstico, acompanhado por algumas novelas que apresentam tanta “realidade”, que conseguem desequilibrar, transtornar os de mentalidade mais frágil. Urge adotemos uma postura analítica perante as programações.

O costume de dialogarem os esposos, pais e filhos, os irmãos entre si, discutindo esse ou aquele aspecto do que viram e ouviram, auxiliará, sobremaneira, a que se forme um critério seletivo, seja individual, seja da equipe familiar, quando se chegue a um consenso positivo.

Por outro lado, percebemos que os indivíduos que põem no ar a ganga intelectual em forma de programas e atrações, são os elementos das famílias perturbados em si mesmos, vaidosos ou de moralidade cediça, o que nos permite destacar a importância, ainda mais, da educação que a família pode oferecer.

FAMÍLIA ATUAL
Sob que aspecto a família atual está mais descuidada?

Raul – Ao que podemos contemplar, a família acha-se, de um modo geral, descuidada nos mais diversificados aspectos da vida, considerando-se o seu papel de “escola das almas”, e a primeira escola por sinal dos que chegam no mundo terreno. Entretanto, as raízes atormentadoras de tanto desajuste familiar, vemos na vivência materialista, sem as noções básicas quanto ao Espírito imortal, a descrença em Deus, embora a maioria professe rituais e cultos variados e vazios de conteúdo mais profundo acerca da vida.

É aí que o conhecimento da reencarnação, da lei de causa e efeito, conforme ensina o Espiritismo, pode despertar os pais, os filhos, esposos, para que reflitam acerca das responsabilidades graves que têm, em face das relações familiares, com vistas ao futuro de alegrias e de paz.

MÃES QUE TRABALHAM
Mãe que trabalha fora do lar prejudica a educação dos filhos?

Raul – Em “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec recebe dos Espíritos a informação de que a paternidade é uma verdadeira missão e, mais do que isto, que é um grandíssimo dever e que envolve, mais do que pensa o homem, a sua responsabilidade quanto ao futuro, conforme notamos na questão 582. Acredito que a questão grave não seja a situação em que a mãe precisa trabalhar fora do lar, mas sim, como fará ela a necessária compensação, quando ao lar retorna.

É certo que admitimos que a ausência da mãe sempre provocará, sobre os filhos pequenos, processos de carências que ninguém suprirá devidamente. De acordo com o tipo de Espírito, essas carências poderão atingir índices altos de transtornos na formação da personalidade infantil, a desaguar nos desajustes da adolescência, quando não corrigidos a tempo.

Faze-se, assim, importante que a mãe que trabalhe fora de casa, empreenda maiores esforços para envolver a criança, atendê-la, entendê-la, ajudá-la em seus trabalhos escolares, dialogando sempre. Enfim, torna-se imprescindível que os pais, e particularmente a mãe, conversem com as crianças sobre as razões ponderáveis.

Não deverão os pais, em chegando ao lar, fixarem-se nas intermináveis novelas, em leituras de jornais delongadas, irritando-se com a aproximação ou solicitação dos pequenos, aos quais, antes deveriam buscar para aconchegá-los.

Nesses casos, depois que os pais cheguem em casa, eles próprios superarão o cansaço para cuidarem, com atenção e carinho, dos filhos que ficaram sem eles durante todo o dia, ou grande parte do dia. Os finais de semana, igualmente, deverão ser passados junto dos filhos, aproveitados na companhia deles, salvo em casos de necessidade imperiosa que determina o contrário.

Necessário se faz renunciar a alguns prazeres e divertimentos, enquanto os filhos disto careçam, a fim de formá-los no equilíbrio para o futuro, agindo dentro da orientação espírita, de acordo com o que nos lembra a Codificação Espírita.

EDUCAÇÃO SEXUAL
No mundo atual vemos aumentar o desequilíbrio no campo sexual. Até que ponto os pais têm influência na educação do sexo?

Raul – O sexo, representando uma das potências das quais se vale o Espírito, para progredir e cooperar com Deus na Obra universal, não encontrará equilíbrio, enquanto outras áreas do ser não forem bem trabalhadas pela educação superior. Jamais encontraremos sexualidade equilibrada em indivíduos egoístas, vaidosos, irascíveis, orgulhosos, violentos, mentirosos e usurpadores. Assim, no dizer do Espírito Joanna de Ângelis, a família deve educar seus filhos para Deus, para que, então, o todo se encaminhe para a faixa da harmonia.

A morigeração dos hábitos, o respeito à vida em todas as suas dimensões, o cuidado de si mesmo, a sinceridade de uma religião profunda, farão com que a família cresça conduzindo seus filhos para Deus, com suas energias de criação, de características sexuais, ajustadas ao respeito, à dignidade, ao bem geral.

FILHOS E CENTRO ESPÍRITA
Qual a atitude dos pais, quando os filhos não aceitam o encaminhamento ao Centro Espírita?

Raul – Se são filhos emancipados, com vida própria, caberá aos pais o respeito à sua condição e escolha. Entretanto, o mesmo não poderá ocorrer com os filhos menores, totalmente dependentes dos pais. É uma questão de coerência. Aos pais, neste caso, caberá persuadir, sem violência, mas com seriedade e severidade, para que participem da doutrina que auxilia o lar a manter-se em franco clima de progresso e de trabalho.

Os que perante Deus são incumbidos de dar o alimento, o calçado e a veste, a escola e o cobertor, por que não ensejariam aos filhos a opção do conhecimento espírita?

Mesmo que mais tarde, emancipados, se afastem do caminho espiritista, estarão lançadas as sementes da verdade, que um dia, germinarão, ainda que seja sob chuvas de testemunhos difíceis ou entre os ciclones de dores acerbas, ou, ainda, ante as exigências da alma, na sua sede de comunhão com Deus.


Entrevista concedida por Raul Teixeira em Catanduvas-SP, reproduzida pelo Jornal Mundo Espírita de agosto de 1986, retirada do endereço: http://www.raulteixeira.com/noticias.php

Raul Teixeira responde sobre as drogas.

Raul, como fazer para acabar com a "praga" das drogas?
Raul - Nós vivemos num planeta em fase de transformação e os Espíritos que aqui vivemos somos portadores de infinito conjunto de carências, de medos, de tormentos e, naturalmente, somos animais curiosos, por excelência.
Esse conjunto de situações vem fazendo com que as pessoas enveredem pelos caminhos das drogas sem que se apercebam disso.
Umas, pelo simples desejo de experimentar uma coisa nova. Acabam gostando, acabam ficando dependentes organicamente, psicologicamente falando, se tornam drogaditos.
Outras, para fugir de si mesmas, de conflitos, de lutas íntimas que não conseguem solucionar.
Outras, ainda, para fugir de problemas sociais, familiares.
Outros porque têm medo da bomba, da bomba de nêutron, da aids e de tantas outras coisas.
Há indivíduos com medo de ter medo e, então, cada um tem uma razão para ir fugindo, buscando esconderijos.
Naturalmente, é preciso pensarmos que nós temos uma preocupação muito grande com a drogadição, com as chamadas drogas pesadas, socialmente abominadas, mas costumamos dar muita guarida e elogiar mesmo as drogas socialmente aceitas. É muito raro encontrarmos um lar cristão que não tenha o seu barzinho, o seu uísque, a sua Vodka.
No Brasil tem uns que resolveram esse problema fazendo uma cachaça espírita, a cachaça São Francisco, para poder tomar seus golinhos.
A gente não sabe dar uma festinha em casa, mesmo que seja o aniversário das crianças, sem o alcoólico. E a gente justifica de todas as maneiras dizendo que é para comemorar, é para festejar, é pela alegria, é por tudo.
Mas também a gente não dispensa - ¬hoje graças a Deus muita gente já o dispensa - o tabaquinho, o cigarrinho, que é charmoso. Mulher elegante fuma.
E ela fica cancerosamente elegante...
Homem elegante fuma. E nós vamos percebendo que a participação da família no processo de educação das novas gerações tem deixado muito a desejar.
Ora, que autoridade terá um pai para dizer ao seu filho que não fume a marijuana, a maconha, se ele fuma o tabaco comum, que os técnicos dizem que é tão ou mais prejudicial do que a marijuana ou a maconha? As opiniões dos técnicos divergem num ou noutro ponto, mas todos dizem que as duas coisas são terríveis para a saúde humana.
Como é que um pai que chega alcoolizado em casa, ou que bebe em casa para não beber na rua, dando esse exemplo ao filho, poderá criticá-lo quando este chegar embriagado, cambaleante, lambendo os lábios ressecados?
Então, nós precisamos saber que só poderemos o mínimo quando ao mínimo nos dedicarmos.
Comecemos o trabalho de eliminar a drogadição da Terra eliminando os nossos vícios domésticos. Falamos dos vícios materiais como o tabaco, o álcool, o excesso de todo tipo para que, gradativamente tenhamos autoridade moral para propor aos filhos uma conduta diferente.
E então nós vamos verificando que todos os vícios, toda drogadição será gradativamente eliminada à medida que a educação não seja apenas artigo de livros, mas uma proposta de vida. A partir daí estaremos trabalhando para que as pessoas se fortifiquem, se fortaleçam, saiam dos medos, das fobias, das paúras, ou o que quer que chamemos, tenham confiança, não queiram fugir dos seus próprios problemas, aprendendo a faceá-los, a arrostá-los com a dignidade que a vida nos permite ter.
Se nós erramos, se cometemos algum desatino, não será fugindo através das drogas que resolveremos o problema, será enfrentando-o.
Se a gente tiver que pedir desculpas ao mundo, que a gente peça desculpas ao mundo, mas que não nos desnorteemos buscando uma porta falsa para tentar fugir daquilo de que não fugiremos.
Só existe uma pessoa da qual não conseguiremos fugir: a gente mesmo.
Quando eu me olho de manhã no espelho, eu me assusto é comigo; a única pessoa com quem não posso deixar de dormir é comigo mesmo. Então não tem jeito de fugir de mim. Se eu usar uma droga, seja o álcool ou o LSD, seja a cocaína, seja a heroína, quando eu volto a mim, dos seus efeitos, eu sou a mesma criatura atormentada, com a agravante de ter me viciado, de ter me drogado, de ter violentado a minha estrutura organopsíquica.
Então, a proposta para se eliminar isso da Terra, não é uma coisa para amanhã, mas é para o amanhã. Não é objetivo, didaticamente falando, já que os objetivos são as coisas que a gente quer conseguir hoje, mas é o fim, uma finalidade: alcançar a libertação dos indivíduos, gradativamente, pouco a pouco. Com a mesma paciência com que Deus nos trata, sabendo que nós caímos e levantamos, erramos e acertamos, mas estamos na marcha, para frente e para o Alto.
Resposta dada em Workshop promovido durante o 2º Congresso Espírita Mundial, em Lisboa, conforme a gravação feita em vídeo, sob o tema A educação

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Obsessão e Desobsessão- Suely Caldas


Marlene Nobre fala sobre Chico Xavier e Nosso Lar


Espírito de Verdade - Haroldo Dutra


Carma e Evolução-Raul Teixeira


A ÚLTIMA TENTAÇÃO


Irmão X
Dizem que Jesus, na hora extrema, começou a procurar os discípulos, no seio da agitada multidão que lhe cercava o madeiro, em busca de algum olhar amigo em que pudesse reconfortar o espírito atribulado...
Contemplou, em silêncio, a turba enfurecida.
Fustigado pelas vibrações de ódio e crueldade, qual se devera morrer, sedento e em chagas, sob um montão de espinhos, começou a lembrar os afeiçoados e seguidores da véspera...
Onde estariam seus laços amorosos da Galiléia?...
Recordou o primeiro contacto com os pescadores do lago e chorou.
A saudade amargurava-lhe o coração.
Por que motivo Simão Pedro fora tão frágil? que fizera ele, Jesus, para merecer a negação do companheiro a quem mais se confiara?
Que razões teriam levado Judas a esquecê-lo? Como entregara, assim, ao preço de míseras moedas, o coração que o amava tanto?
Onde se refugiara Tiago, em cuja presença tanto se comprazia?
Sentiu profunda saudade de Filipe e Bartolomeu, e desejou escutá-los.
Rememorou suas conversações com Mateus e refletiu quão doce lhe seria poder abraçar o inteligente funcionário de Cafarnaum, de encontro ao peito...
De reminiscência a reminiscência, teve fome da ternura e da confiança das criancinhas galiléias que lhe ouviam a palavra, deslumbradas e felizes, mas os meninos simples e humildes que o amavam perdiam-se, agora, à distância...
Recordou Zebedeu e suspirou por acolher-se-lhe à casa singela.
João, o amigo abnegado, achava-se ali mesmo, em terrível desapontamento, mas precisava socorro para sustentar Maria, a angustiada Mãe, ao pé da cruz.
O Mestre desejava alguém que o ajudasse, de perto, em cujo carinho conseguisse encontrar um apoio e uma esperança...
Foi quando viu levantar-se, dentre a multidão desvairada e cega, alguém que ele, de pronto, reconheceu.
Era a mesmo Espírito perverso que o tentara no deserto, no pináculo do templo e no cimo do monte.
O Gênio da Sombra, de rosto enigmático, abeirou-se dele e murmurou:
– Amaldiçoar, os teus amigos ingratos e dar-te-ei o reino do mundo! Proclama a fraqueza dos teus irmãos de ideal, a fim de que a justiça te reconheça a grandeza angélica e descerás, triunfante, da cruz!... Dize que os teus amigos são covardes e duros, impassíveis e traidores e unir-te-ei aos poderosos da Terra para que domines todas as consciências. Tu sabes que, diante de Deus, eles não passara de míseros desertores...
Jesus escutou, com expressiva mudez, mas o pranto manou-lhe mais intensamente da olhar translúcido.
– Sim – pensava –, Pedro negara-o, mas não por maldade. A fragilidade do apóstolo podia ser comparada à ternura de uma oliveira nascente que, com os dias, se transforma no tronco robusto e nobre, a desafiar a implacável visita dos anos. Judas entregara-o, mas não por má-fé. Iludira-se com a política farisaica e julgara poder substituí-lo com vantagem nos negócios do povo.
Encontrou, no imo dalma, a necessária justificação para todos e parecia esforçar-se por dizer o que lhe subia do coração.
Ansioso, o Espírito das Trevas aguardava-lhe a pronúncia, mas o Cordeiro de Deus, fixando os olhos no céu inflamado de luz, rogou em tom inesquecível:
– Perdoa,-lhes, Pai! Eles não sabem o que fazem!...
O Príncipe das Sombras retirou-se apressado.
Nesse instante, porém, ao invés de deter-se na contemplação de Jerusalém dominada de impiedade e loucura, o Senhor notou que o firmamento rasgara-se, de alto a baixo, e viu que os anjos iam e vinham, tecendo de estrelas e flores o caminho que o conduziria ao Trono Celeste.
Uma paz indefinível e soberana estampara-se-lhe no semblante.
O Mestre vencera a última tentação e seguiria, agora, radiante e vitorioso, para a claridade sublime da ressurreição eterna.
Do livro “Contos e Apólogos”. Irmão X. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

JESUS E O MUNDO


Emmanuel

Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens e no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da terra.
Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.
Da escola do mundo saíram diplomados em santificação Espíritos sublimes, que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.
Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.
Se o melhor não auxilia ao pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.
Se o bom desampara o mau, a fraternidade não passaria de mera ilusão.
Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.
Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.
Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsividade, o desequilíbrio comandaria a existência.
Se a virtude não socorre às vítimas do vício e se o bem não se dispõe a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de coisa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.
O Mestre não era do mundo, mas veio até nós para a redenção do mundo. Sabia que os seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-os ao convívio com homens para que os homens se transformassem nos servidores devotados do bem, convertendo o Planeta em seu reino de Luz.
O cristão que foge ao contato com o mundo, a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor, longe de solicitar ornamentos para a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do grande amanhã.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

NA INTIMIDADE DOMÉSTICA


Emmanuel
 
A história do bom samaritano, repetidamente estudada, oferece conclusões sempre novas.
O viajante compassivo encontra o ferido anônimo na estrada.
Não hesita em auxiliá-lo.
Estende-lhe as mãos.
Pensa-lhe as feridas.
Recolhe-o nos braços sem qualquer idéia de preconceito.
Conduze-o ao albergue mais próximo.
Garante-lhe a pousada.
Olvida conveniências e permanece junto dele, enquanto necessário.
Abstém-se de indagações.
Parte ao encontro do dever, assegurando-lhe a assistência com os recursos da própria bolsa, sem prescrever-lhe obrigações.
Jesus transmitiu-nos a parábola, ensinando-nos o exercício da caridade real, mas, até agora, transcorridos quase dois milênios, aplicamo-la, via de regra, às pessoas que não nos comungam o quadro particular.
Quase sempre, todavia, temos os caídos do reduto doméstico.
Não descem de Jerusalém para Jericó, mas tombam da fé para a desilusão e da alegria para a dor, espoliados nas melhores esperanças, em rudes experiências.
Quantas vezes surpreendemos as vítimas da obsessão e do erro, da tristeza e da provação, dentro de casa !
Julgamos, assim, que a parábola do bom samaritano produzirá também efeitos admiráveis, toda vez que nos decidirmos a usá-la, na vida íntima, compreendendo e auxiliando os vizinhos e companheiros, parentes e amigos, sem nada exigir e sem nada perguntar.
(De “Coragem”, de Francisco Cândido Xavier – Espíritos Diversos)