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sexta-feira, 27 de julho de 2012

CONFIA EM DEUS

CONFIA  EM  DEUS
Emmanuel 
Nunca percas a esperança, por pior a situação em que te vejas. E jamais condenes alguém que se haja embarafustado no labirinto da provação.
O momento mais áspero de um problema pode ser aquele em que se lhe descobre a solução. E, em casos numerosos, a pessoa que te parece mais censurável, no mais grave delito, será talvez aquela que menos culpa carregue na trama do mal que as sombras entreteceram.
Decerto haverá corrigenda para o erro nas trevas, pelos mecanismos da ordem, tanto quanto surgirá remédio para os enfermos pelos recursos da medicina.
Observa, no entanto, o poder misericordioso de Deus, nos menores distritos da Natureza.
A semente sufocada é a que te sustentará o celeiro.
A pedra colocada em disciplina é o agente que te assegura firmeza na construção.
Aflições e lágrimas são processos da vida, em que se te acrescentam as energias, a fim de que sigas à frente, na quitação dos compromissos esposados, para que se te iluminem os olhos, no preciso discernimento.
Nos dias difíceis de atravessar, levante-te para a vida, ergue a fronte, abraça o dever que as circunstâncias te deram e abençoa a existência em que a Providência Divina te situou.
Por maiores se façam a dor que te visite, o golpe que te fira, a tribulação que te busque ou o sofrimento que te assalte, não esmoreças na fé e prossegue fiel às próprias obrigações, porque se todo o bem te parece perdido, na face da tarefa em que te encontras, guarda a certeza de que Deus está contigo, trabalhando no outro lado.

 
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

CAPACETE DA ESPERANÇA

CAPACETE  DA  ESPERANÇA

Emmanuel
 
"Tendo por capacete a esperança na salvação."
- Paulo. I TESSALONICENSES, 5:8.
 
         O capacete é a defesa da cabeça em que a vida situa a sede de manifestação ao pensamento e Paulo não podia lembrar outro símbolo mais adequado à vestidura do cérebro cristão, além do capacete da esperança na salvação.
         Se o sentimento, muitas vezes, está sujeito aos ataques da cólera violenta, o raciocínio, em muitas ocasiões, sofre o assédio do desânimo, à frente da luta pela vitória do bem, que não pode esmorecer em tempo algum.
         Raios anestesiantes são desfechados sobre o ânimo dos aprendizes por todas as forças contrárias ao Evangelho salvador.
         A exigência de todos e a indiferença de muitos procuram cristalizar a energia do discípulo, dispersando-lhe os impulsos nobres ou neutralizando-lhe os ideais de renovação.
         Contudo, é imprescindível esperar sempre o desenvolvimento dos princípios latentes do bem ainda mesmo quando o mal transitório estenda raízes em todas as direções.
         É necessário esperar o fortalecimento do fraco, à maneira do lavrador que não perde a confiança nos grelos tenros; aguardar a alegria e a coragem dos tristes, com a mesma expectativa do floricultor que conta com revelações de perfume e beleza no jardim cheio de ramos nus.
         É imperioso reconhecer, todavia, que a serenidade do cristão nunca representa atitude inoperante, por agir e melhorar continuadamente pessoas, coisas e situações, em todas as particularidades do caminho.
         Por isso mesmo, talvez, o apóstolo não se refere à touca protetora. Chapéu, quase sempre, indica passeio, descanso, jazer, quando não defina convenção no traje exterior, de acordo com a moda estabelecida.
         Capacete, porém, é indumentária de luta, esforço, defensiva.
         E o discípulo de Jesus é um combatente efetivo contra o mal, que não dispõe de multo tempo para cogitar de si mesmo, nem pode exigir demasiado repouso, quando sabe que o próprio Mestre permanece em trabalho ativo e edificante.
         Resguardemos, pois, o nosso pensamento com o capacete da esperança fiel e prossigamos para a vitória suprema do bem.
 
Livro Fonte Viva.  Pelo Espírito Emmanuel. Psicografia Francisco C. Xavier

Decálogo do Bom ânimo


Decálogo do Bom ânimo

Livro: Coragem - 08
André Luiz & Francisco Cândido Xavier
1- Dificuldades? Não perca tempo, lamuriando. Trabalhe.
2- Críticas: Nunca aborrecer-se com elas. Aproveite-as no que mostrem de útil.
3- Incompreensões? Não busque torna-las maiores, através de exigências e queixas. Facilite o caminho.
4- Intrigas? Não lhes estenda a sombra. Faça alguma luz com o óleo da caridade.
5- Perseguições? Jamais revida-las. Perdoe esquecendo.
6- Calúnias? Nunca enfurecer-se contra as arremetidas do mal. Sirva sempre.
7- Tristezas? afaste-se de qualquer disposição ao desânimo. Ore abraçando os próprios deveres.
8- Desilusões? Por que debitar aos outros a conta de nossos erros? Caminhe para frente, dando ao mundo e à vida o melhor ao seu alcance.
9- Doenças? Evite a irritação e a inconformidade. Raciocine nos benefícios que os sofrimentos do corpo passageiro trazem à alma eterna.
10-Fracassos? Não acredite em derrotas. Lembre-se de que, pela bênção de Deus, você esta agora em seus melhor tempo, - o tempo de hoje, - no qual você pode sorrir e recomeçar, renovar e servir, em meio de recursos imensos.

ABUSO DE DROGAS

ABUSO  DE  DROGAS

Na véspera de nossa reunião, comentávamos, num grande grupo de amigos, o problema do abuso de drogas, que vai assumindo grandes proporções em nosso tempo. O assunto ficara em suspenso. Mas, na sessão pública da noite imediata, O Livro dos Espíritos nos deu a estudo a questão 950, levando-nos a analisar os caminhos difícies do suicídio. No encerramento de nossas tarefas, Emmanuel escreveu a página “Apoio no Lar”, ponderando quanto à importância do auxílio espiritual no lar, para que nos afastemos das induções ao suicídio ou à fuga de nossos compromissos.
 
APOIO  NO  LAR
Emmanuel
 
Com relação ao suicídio indireto, conhecemos de perto os companheiros que enveredam no excesso de drogas psicoativas.
Não se acham eles circunscritos aos resultados do abuso de substâncias químicas psicoalteradoras que os marginalizam em sofrimentos desnecessários.
Se atravessam as barreiras da desencarnação em semelhante desequilíbrio, conservam no corpo espiritual os estigmas da prática indébita que os levou à degeneração dos seus próprios centros de força.
E podemos afirmar que não atingem o Mais Além na condição de trabalhadores que alcançaram o fim do dia, agradecendo a pausa de descanso e sim na posição de trânsfugas de sanatórios em que lhes cabia assistência mais longa.
Alucinados e dependentes das drogas que não souberam respeitar, demoram-se em regimes de reajuste e, quando recobram a própria harmonia, reconhecem-se dilapidados por si mesmos nos mecanismos e estruturas do veículo espiritual, preparando-se para reencarnações difícies em que o berço terrestre lhes servirá de cela hospitalar.
Este é o quadro que se nos oferece hoje na Terra quase como sendo catástrofe mundial nos dois lados da vida humana.
Todos sabemos disso e todos estamos procurando os melhores meios de erradicar a calamidade: - preceitos de justiça que controlem com segurança o fornecimento de psicotrópicos; apelos à medicina para que se lhes dificulte a indicação; combate às plantações de vegetais determinados, quando estas plantações lhes facultam a origem; ou restrições legais ao fabrico de semelhantes agentes para que se lhes reduzam as facilidades de acesso.
Entretanto, lembramos ainda um ingrediente que pode e deve ser chamado à defesa geral contra a expansão do hábito pernicioso que se vai transformando atualmente em pandemia: - o apoio no lar aos corações fatigados ante as provas e desafios do cotidiano.
A vivência da compreensão fraterna, que assegura o socorro incansável da tolerância construtiva é o antídoto da solidão e da fuga através das quais milhares de criaturas estão encontrando o processo obsessivo e o desequilíbrio, a enfermidade e a morte.
Através da abnegação e da renúncia, usa o entendimento e a bondade, garantindo, quanto possível, a tranqüilidade e a segurança dos seres que te forem confiados e estarás vacinando o teu próprio ambiente contra as manifestações de quaisquer forças negativas.
Não precisamos conceituar aqui os estragos e arrasamentos de natureza psicológica, decorrentes da inconformação e da violência nos grupos sociais ou domésticos a que nos vinculamos.
Serve e perdoa, socorre e ajuda sempre entre as paredes do lar, sustentando o equilíbrio dos corações que se te associam à existência e se te interessas realmente no combate ao suicídio e à deserção, reconhecerás os prodígios que se obtêm dos pequenos sacrifícios em casa por bases da terapêutica do amor.    

Livro: Caminhos de Volta - Psicografia: Francisco C. Xavier - Espíritos diversos
 

O padeiro desumano - Suicídio

O padeiro desumano - Suicídio

Revista Espírita, maio de 1862
Uma correspondência de Crefled (Prússia Rhenana), de 25 de janeiro de 1862, e inserto no Constitutionnel de 4 de fevereiro, contém o fato seguinte:
"Uma pobre viúva, mãe de três filhos, entra na padaria e pede, insistentemente, dar-lhe crédito de um pão. Ó padeiro recusa. A viúva reduziu seu pedido a meio pão, e por fim, a um pedaço de pão, somente para seus filhos famintos. O padeiro ainda recusa, deixa o lugar e entra atrás da padaria; a mulher, crendo não ser vista, se apodera de um pão e se vai dali. Mas o furto, imediatamente descoberto, é denunciado à polícia.
" Um agente vai à casa da viúva e a surpreende quando cortava pedaços de pão para seus filhos. Ela não nega o furto, mas se escusa sobre a necessidade. O agente da polícia, censurando a dureza do padeiro, insiste para que ela o siga ao escritório do comissário.
"A viúva pede somente alguns instantes para mudar de roupa. Ela entra no quarto de dormir, mas ali permanece por tanto tempo para que o agente, perdendo a paciência, se decida a abrir a porta: a infeliz estava por terra inundada de sangue. Com a mesma faca que acabara de cortar o pão para seus filhos ela havia posto fim aos seus dias."
Esta notícia, tendo sido lida na sessão da Sociedade, de 14 de fevereiro de 1862, foi proposta fazer a evocação dessa infeliz mulher, quando ela mesma veio se manifestar, espontaneamente, pela comunicação simples. Ocorre, freqüentemente, que Espíritos que estão em questão se revelem desta maneira; é incontestável que são atraídos pelo pensamento, que é uma espécie de evocação tácita. Sabem que se ocupa deles, e vêm; se comunicam, então, se a ocasião lhes parece oportuna, ou se encontram um médium de sua conveniência. Compreender-se-á, segundo isso, que não é necessário nem ter um médium, nem mesmo ser Espírita para atrair os Espíritos com os quais alguém se preocupa.
"Deus foi bom para a pobre desviada, e vem vos agradecer pela simpatia que consentistes me testemunhar. Pois bem! diante da miséria de meus pobres e pequenos filhos, me esqueci e falhei. Então me disse: Uma vez que és impotente para alimentar teus filhos e que o padeiro recusa o pão àqueles que não podem pagá-lo; uma vez que não tem nem dinheiro, nem trabalho, morra! Porque quando não estiverdes mais ali virão em sua ajuda. Com efeito, hoje a caridade pública adotou esses pobres órfãos. Deus nos perdoou, porque viu minha razão vacilar e meu desespero horrível. Fui a vítima inocente de uma sociedade mal, muito mal regulada. Ah! agradecei a Deus por vos ter feito nascer neste belo país da França, onde a caridade vai procurar e aliviar todas as misérias.
"Orai por mim, a fim de que possa logo reparar a falta que cometi, não por covardia, mas por amor maternal. Quanto vossos Espíritos protetores são bons! Eles me consolam, me fortalecem, me encorajam, dizendo que o meu sacrifício não foi desagradável ao grande Espírito, e que, sob o olhar e a mão de Deus, preside aos destinos humanos."
A POBRE MARY (Méd. Sr d'Ambel).
Em seguida a esta comunicação, o Espírito de Lamennais dá a apreciação seguinte sobre o fato em questão:
"Esta infeliz mulher é uma das vítimas de vosso mundo, de vossas leis e de vossa sociedade. Deus julga as almas, mas também julga os tempos e as circunstâncias: julga as coisas forçadas e o desespero; julga o fundo e não a forma; e ouso afirmá-lo, esta infeliz morreu não por crime mas por pudor, por medo da vergonha; é que ali onde a justiça humana é inexorável, julga e condena os fatos materiais, a justiça divina constata o fundo do coração e o estado da consciência. Seria a desejar que se desenvolvesse, entre certas naturezas privilegiadas, um dom que seria muito útil, não para os tribunais, mas para o adiantamento de algumas pessoas: esse dom é uma espécie de sonambulismo do pensamento que descobre, muito freqüentemente, coisas ocultas, mas que o homem, habituado à corrente da vida, negligencia e atenua por sua falta de fé. É certo que um médium desse gênero, examinando esta pobre mulher, teria dito: Esta mulher é bendita de Deus por que ela é infeliz, e esse homem é maldito por que ele recusou o pão. O Deus! quando, pois, todos os dons serão reconhecidos e colocados em prática? Aos olhos da justiça aquele que recusou o pão será punido, porque o Cristo disse: Aquele que dá o pão ao seu próximo, a mim mesmo o dá."
LAMENNAIS.(Méd. Sr. A. Didier)

SACUDIR O PÓ

SACUDIR  O  PÓ

Emmanuel

“E se ninguém vos receber, nem escutar as vossas palavras,
saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó de vossos pés.”
– Jesus. (Mateus, 10:14)

Os próprios discípulos materializaram o ensinamento de Jesus, sacudindo a poeira das sandálias, em se retirando desse ou daquele lugar de rebeldia ou impenitência. Todavia, se o símbolo que transparece da lição do Mestre estivesse destinado apenas a gesto mecânico, não teríamos nele senão um conjunto de palavras vazias.
O ensinamento, porém, é mais profundo. Recomenda a extinção do fermento doentio.
Sacudir o pó dos pés é não conservar qualquer mágoa ou qualquer detrito nas bases da vida em face da ignorância e da perversidade que se manifestam no caminho de nossa experiência comum.
Natural é o desejo de confiar a outrem as sementes da verdade e do bem, entretanto, se somos recebidos pela hostilidade do meio a que nos dirigimos, não é razoável nos mantenhamos em longas observações e apontamentos, que, ao invés de conduzir-nos a tarefa a êxito oportuno, estabelecem sombras e dificuldades em torno de nós.
Se alguém te não recebeu a boa vontade, nem te percebeu a boa intenção, porque a perda de tempo em sentenças acusatórias? Tal atitude não soluciona os problemas espirituais. Ignoras, acaso, que o negador e o indiferente serão igualmente chamados pela morte do corpo à nossa pátria de origem? Encomenda-os a Jesus com amor e prossegue, em linha reta, buscando os teus sagrados objetivos. Há muito por fazer na edificação espiritual do mundo e de ti mesmo. Sacode, pois, as más impressões e marcha alegremente.
Emmanuel

Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB.

BELARMINO BICAS-Suicida indireto por encolerizar-se e magoar-se

BELARMINO  BICAS

 Irmão X
Depois da festa beneficente, em que servíramos justos, Belarmino Bicas, prezado companheiro a que nos afeiçoamos, no Plano Espiritual, chamou-me à parte e falou, decidido:
- Bem, já que estivemos hoje em tarefa de solidariedade, estimaria solicitar um favor...
Ante a surpresa que nos assaltou, Belarmino prosseguiu:
- Soube que você ainda dispões de alguma facilidade para escrever aos companheiros encarnados na Terra e gostaria de confiar-lhe um assunto...
- Que assunto?
- Acontece que desencarnei com cinquenta e oito anos de idade, após vinte de convicção espírita. Abracei os princípios codificados por Allan Kardec, aos trinta e oito, e, como sempre fora irascível por temperamento, organizei, desde os meus primeiros contactos com a Doutrina Consoladora, uma relação diária de todas as minhas exasperaçãoes, apontando-lhes as causas para estudos posteriores... Os meus desconchavos, porém, foram tantos que, apesar dos nobres conhecimentos assimilados, suprimi, inconscientemente, vinte e dois anos da quota de oitenta que me cabia desfrutar no corpo físico, regressando à Pátria Espiritual na condição de suicida indireto... Somente aqui, pude examinar os meus problemas e acomodar-me às desilusões... Quantos tesouros perdidos por bagatelas! Quanta asneira em nome do sentimento!...
E, exibindo curioso papel, Belarmino acrescentava:
- Conte o meu caso para quem esteja ainda carregando a bobagem do azedume! Fale do perigo das zangas sistemáticas, insista na necessidade da tolerância, da paciência, da serenidade, do perdão! Rogue aos nossos companheiros para que não percam a riqueza das horas com suscetibilidades e amuos, explique ao pessoal na Terra que mau-humor também mata!...
Foi então que passei à leitura da interessante estatística de irritações, que não me furto à satisfação de transcrever: Belarmino Bicas – Número de cóleras e mágoas desnecessárias com a especificação das causas respectivas, de 1936 a 1956
1811           em razão de contrariedades em famíla;
906          por indispor-se, dentro de casa, em questão de alimentação e higiene;
1614           por altercações com a esposa, em divergência na conduta doméstica e social;
1801           por motivo de desgostos com os filhos, genros e nora;
11        por descontentamento com os netos;
1015           por entrar em choque com chefes de serviço;
1333           por incompatibilidade no trato com os colegas;
1012 em virtude de reclamações a fornecedores e logistas em casos de pouca monta;
614          por mal-entendidos com vizinhos;
315          por ressentimentos com amigos íntimos;
1089 por melindres ante o descaso de funcionários e empregados de instituições diversas;
615          por aborrecimentos com barbeiros e alfaiates;
777  por desacordos com motoristas e passageiros desconhecidos, em viagem de ônibus, automóveis particulares, bondes e lotações;
419          por desavenças com leiteiros e padeiros;
820          por malquistar-se com garções em retaurantes e cafés;
211          por ofender-se com dificuldades em serviços de telefones;
90        por motivo de controvérsias em casas de diversões;
815          por abespinhar-se com opiniões alheias em matéria religiosa;
217          por incompreensões com irmãos de fé, no templo espírita;
901            por engano ou inquietação, diante de pessoas imaginários ou da perspectiva de acontecimentos desagradáveis que nunca sucederam.
Total: 16.386 exasperações inúteis.
Esse, o apanhado das irritações do prestimoso amigo Bicas: 16.386 dissabores dispensáveis em 7.300 dias de existência, e, isso, por quatro lustros mais belos de sua passagem no mundo, porque iluminados pelos clarões do Evangelho Redivivo. Cumpro-lhe o desejo de tornar conhecida a sua experiência que, a nosso ver, é tão importante quanto as observações que previnem desequilíbrios e enfermidades, embora estejamos certos de que muita gente julgará o balanço de Belarmino por mera invencionice de Espírito loroteiro.
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Livro Cartas e Crônicas - Espírito Irmão X - Psicografia Francisco C. Xavier

ALCOÓLATRA

OBS do Blog : Este livro Vozes do Grande Além, é uma obra com fatos acontecidos nas Reuniões Mediúnicas que fora gravada, e transcrita em livro.
São depoimentos vivos que através de experiencias equivocadas de nossos irmãos nos trazendo as dores, sofrimentos, lamentações de terem tomados rumos contrários a Lei de Deus.
A reflexão desses fatos se  faz necessário para desfazermos os nossos equivocos enquanto é tempo...

ALCOÓLATRA
Joaquim Dias
Reunião da noite de 12 de janeiro de 1956.
Emocionadamente, o nosso grupo recebeu a visita de Joaquim Dias, pobre espírito sofredor que
nos trouxe o doloroso relato ,de sua experiência, da qual recolhemos amplo material para estudo e
meditação.
Alcoólatra!
Que outra palavra existirá na Terra, encerrando consigo tantas potencialidades para o crime?
O alcoólatra não é somente o destruidor de si mesmo. É o perigoso instrumento das trevas, ponte
viva para as forças arrasadoras da lama abismal.
O incêndio que provoca desolação aparece numa chispa.
O alcoolismo que carreia a miséria nasce num copinho.
De chispa em chispa, transforma-se .0 incêndio em chamas devoradoras.
De copinho a copinho, o vício alcança a delinqüência.
Hoje, farrapo de alma que foi homem, reconheço que, ontem, a minha tragédia começou assim...
Um aperitivo inocente...
Uma hora de recreio. . .
Uma noite festiva...
Era eu um homem feliz e trabalhador, vivendo em companhia de meus pais, de minha esposa e
um filhinho.
Uma ocasião, porém, surgiu em que tive a infelicidade de sorver alguns goles do veneno terrível;
disfarçado em bebida elegante, tentando afugentar pequeninos problemas da vida e, desde então,
converti-me em zona pestilencial para os abutres da crueldade.
Velhos inimigos desencarnados de nossa equipe familiar fizeram de mim seu intérprete.
A breve tempo, abandonei o trabalho, fugi à higiene e apodreci meu caráter, trocando o lar
venturoso pela taverna infeliz. .
Bebendo por mim e por todas as entidades viciosas que nos hostilizavam a casa, falsifiquei
documentos, matando meu pai com medicação indevida, depois de arrojá-lo à extrema ruína. .
Mais tarde, tornando-me bestial e inconsciente, espanquei minha mãe, impondo-lhe a enfermidade
que a transportou para a sepultura. .
Depois de algum tempo, constrangi minha esposa ao meretrício, para extorquir-lhe dinheiro,
assassinan- do-a numa noite de horror e fazendo crer que a infeliz se envenenara usando as próprias
mãos e, de meu filho, fiz um jovem salteador e beberrão, muito cedo eliminado pela polícia. . .
Réprobo social, colhia tão-somente as aversões que eu plantava.
Muitas vezes, em relâmpagos de lucidez, admoestava-me a consciência:
-Ainda é tempo! Recomeça! Recomeça!
Entretanto, fizera-me um homem vencido e cercado pelas sombras daqueles que, quanto eu, se
haviam consagrado no corpo físico à criminalidade e à viciação, e essas sombras rodeavam-me
apressadas, gritando-me, irresistíveis:
- Bebe e esquece! Bebe, Joaquim!
E eu me embriagava, sequioso de olvidar a mim mesmo, até que o delírio agudo me sitiou num
catre de amargura e indigência.
A febre, a enfermidade e a loucura consumiram-me a carne, mas não percebi a visitação da morte,
porque fui atraído, de roldão, para a turba de delinqüentes a que antes me afeiçoara.
Sofri-lhes a pressão, assimilei-lhes os desvarios e, com eles, procurei novamente embebedar-me.
A taverna era o meu mundo, com a demência irresponsável por meu modo de ser...
Ai de mim, contudo! Chegou o instante em que não mais pude engodar minha sede!...
A insatisfação arrasava-me por dentro, sem que meus lábios conseguissem tocar, de leve, numa
gota do liquido tentador.
Deplorando a inexplicável inibição que me agravava os padecimentos, afastei-me dos
companheiros para ocultar a desdita de que me via objeto.

Caminhei sem destino, angustiado e semi-louco, até que me vi prostrado num leito espinhoso de
terra seca. . .
Sede implacável dominava-me totalmente. . .
Clamei por socorro em vão, invejando os vermes do subsolo.
Palavra alguma conseguiria relatar a aflição com que implorei do Céu uma gota d’água que
sustasse a alucinação de minhas células gustativas...
Meu suplicio ultrapassava toda humana expressão. ..
Não passava de uma fogueira circunscrita a mim mesmo.
Começaram, então, para mim, as miragens expiatórias.
Via-me em noite fresca e tranqüila, procurando o orvalho que caía do céu para dessedentar-me,
enfim, mas, buscando as bagas do celeste elixir, elas não eram, aos meus olhos, senão lágrimas de
minha mãe, cuja voz me atingia, pranteando em desconsolo:
- Não me batas, meu filho! Não me batas, meu filho! . . .
Devolvido à flagelação, via-me sob a chuva renovadora, mas, tentando sorver-lhe o jorro, nele
reconhecia o pranto de meu pai, cujas palavras derradeiras me impunham desalento e vergonha:
- Filho meu, por que me arruinaste assim?' Arrojava-me ao chão, mergulhando meu ser na
corrente poluída que o temporal engrossava sempre, na esperança de aliviar a sede terrível, mas, na
própria lama do enxurro, encontrava somente as lágrimas de minha esposa, de mistura com,
recriminações dolorosas, fustigando-me a consciência:
- _Por que me atiraste ao lodo? e por que me mataste, bandido?
- De novo regressava ao deserto que me acolhia, para logo após me entregar à visão de fontes
cristalinas...
-Enlouquecido de sede, colava a boca ao manancial, que se convertia em taça de fel candente, da
qual transbordavam as lágrimas de meu filho, a bradar-me, em desespero:
- Meu pai, meu pai, que fizeste de mim?
Em toda parte, não surpreendia senão lágrimas... Arrastei-me pelos medonhos caminhos de minha
peregrinação dolorosa, como um Espírito amaldiçoado que o vício metamorfoseara em peçonhento réptil...
Suspirava por água que me aliviasse o tormento, mas só encontrava pranto...
Pranto de meu pai, de minha mãe, de minha esposa e de meu filho a perseguir-me implacável...
Alma acicatada por remorsos intraduzíveis, amarguei provações espantosas, até que mãos
fraternas me trouxeram à bênção da oração...
Piedosos enfermeiros da Vida Espiritual e mensageiros da Bondade Divina, pelos talentos da prece,
aplacaram-me a sede, ofertando-me água pura...
Atenuou-se-me o estranho martírio, embora a consciência me acuse...
Ainda assim, amparado por aqueles que vos inspiram, ofereço-vos o triste exemplo de meu caso
particular par escarmento daqueles que começam de copinho a copinho, no aperitivo inocente, na hora
de recreio ou na noite festiva, descendo desprevenidos para o desequilíbrio e para a morte. . .
E, em vos falando, com o meu sofrimento transformado em palavras, rogo-vos a esmola dos
pensamentos amigos para que eu regresse a mim mesmo, na escabrosa jornada da própria restauração.
Do livro Vozes do Grande Além. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

Ao encontro do filho (Chico Xavier)

Ao encontro do filho (Chico Xavier)
“Na certeza de que os Amigos Espirituais nos observam, creio que a palavra de nosso caro Emmanuel foi suscitada por um acontecimento que nem todos em nossa reunião pública per-ceberam.
“Dentre os visitantes estava um casal de amigos que viera não só ao contato de nossos trabalhos, mas igualmente ao encontro de um filho que chegou de cidade próxima a fim de revê-los. Tratava-se de um rapaz detido na prisão de comunidade vizinha que, com permissão generosa das autoridades, vinha escoltado por dois guardas para ver os genitores, especialmente a mãezi-nha, portadora de moléstia grave.
“Num banco ao nosso redor, vi quando a senhora abraçou o jovem e exclamou: “Ah, meu filho, meu filho!” Notando que as lágrimas dos pais e do filho se confundiam, não consegui tam-bém conter as minhas. Lembrei-me da bondade de meus pais para comigo e pensei que eu poderia estar na posição daquele filho sequioso de perdão e de afeto e confesso que chorei. Penso, porém, que alguma coisa de muito grave estará nos registros do que haja acontecido, porque pequeno grupo de pessoas não gos-tou da nossa simpatia pelo moço.
“Observando isso procurei conter-me para que os pais sofre-dores não tivessem conhecimento da reduzida movimentação de censura que se fizera. E o fato passou sem maiores comentários. No início de nossas tarefas O Evangelho Segundo o Espiritismo nos forneceu para estudo o item 14 do capítulo X. E ao fim da reunião nosso caro Emmanuel escreveu, por nosso intermédio, a página que lhe envio.”

Prova e julgamento (Emmanuel)
Decerto que o Senhor nos terá advertido contra os riscos do julgamento, observando-nos a inclinação espontânea para proje-tar-nos em assuntos alheios.
* * *
Habitualmente, perante os nossos irmãos em experiências di-fíceis, estamos induzidos a imaginar neles o que sentimos e pen-samos acerca de nós próprios.
Encontramos determinada criatura acusada desse ou daquele delito; para logo, frequentemente, passamos a mentalizar como teria sido a falta praticada, fantasiando minudências infelizes a fim de agravá-la, quando muitas vezes a pessoa indiciada tudo promoveu de modo a poupar a suposta vítima, resistindo-lhe às provocações até as últimas consequências.
Surpreendemos irmãos considerados em desvalia moral; e de imediato, ao registrar-lhes o abatimento, ideamos quadros repro-váveis de conduta sobre as telas de inquietude em que terão en-trado, emprestando-lhes ao comportamento o comportamento talvez menos digno que teríamos adotado na problemática de ordem espiritual em que se acharam envoltos, quando, na maio-ria das ocasiões, são almas violadas por circunstâncias cruéis, à feição de aves desprevenidas, sob o laço do caçador.
* * *
Abstenhamo-nos de julgar os irmãos supostamente caídos.
O Senhor suscitou a formação de juízes na organização social do mundo para que esses magistrados estudem os processos em que nos tornemos passíveis de corrigenda ou segregação, con-forme o grau de periculosidade que venhamos a apresentar na convivência uns com os outros.
Por outro lado, os princípios de causa e efeito dispõem da sua própria penalogia ante a Divina Justiça.
Cada qual de nós traz em si e consigo os resultados das pró-prias ações.
Ninguém foge às leis que asseguram a harmonia do Universo.
* * *
Diante dos companheiros que consideres transviados, auxilia-os quanto possas. E onde não consigas estender braços de apoio, silencia e ora por eles.
Todos somos alunos na grande escola da vida.
Consideremos que toda escola afere o valor dos ensinos pro-fessados em tempo justo de exame.
Os irmãos apontados à apreciação dos júris públicos são companheiros em prova.
Hoje será o dia deles, entretanto, é possível que amanhã o nosso também venha a chegar.

Dia de juízo (J. Herculano Pires)
Todos erramos. Até mesmo os santos erraram. Por isso disse Jesus: “Não julgueis para não serdes julgados”. No comentário n° 14 do capítulo X de O Evangelho Segundo o Espiritismo Si-meão nos aconselha a esquecer o mal e pensar apenas no bem que pode ser feito. Por mais inúteis que nos julguemos e por pio-res que nos consideremos, há sempre diante de nós uma oportu-nidade de fazer o bem. Pensando no mal, perdemo-la; pensando no bem, podemos aproveitá-la.
No doloroso episódio que Chico Xavier nos relata, e que pro-vocou a mensagem de Emmanuel, temos um exemplo vivo dessa realidade. Chico não perguntou de que crime o rapaz era acusa-do. Sofreu com ele e com os pais na prática da caridade. Alguns companheiros de reunião, entretanto, não pensaram assim, não sentiram esse impulso de solidariedade humana. E o simples fato de censurarem o médium produziu um constrangimento do bem.
O dia do juízo chega para todos nós. Para aquele rapaz já ha-via chegado e ele cumpria o veredicto da lei. Sabendo disso e compreendendo que Deus quer a salvação de todos, mesmo dos piores criminosos, nosso dever é o do bom samaritano que socor-reu o próximo sem indagar de seus antecedentes. Lemos no Ecle-siastes que Deus fez tempo para tudo e Emmanuel lembra-nos que existe o “tempo justo de exame”. Por outro lado, o que mais erra é o que mais necessita de perdão, o que menos amor revela em sua conduta é o que de mais amor necessita.
Livro: Na era do Espírito
Chico Xavier, Herculano Pires, e espíritos diversos

Matrimônio e divórcio (Chico Xavier)

Matrimônio e divórcio (Chico Xavier)
“Em nossa reunião pública, o ponto oferecido à assembleia de amigos foi o item 4 do capítulo XXII de O Evangelho segundo o Espiritismo. As opiniões expostas pelos comentaristas foram as mais diversas, todas elas, porém, denotando o propósito de acer-tarmos no bem, na esfera de nossas atitudes domésticas, especi-almente sobre matrimônio e divórcio.
“Como sempre sucede, na fase terminal de nossas tarefas o nosso caro Emmanuel escreveu a página que se intitula “Casar-se”. Algumas senhoras presentes, alegando desejar a continuida-de dos mesmos estudos sobre o tema nas cidades em que resi-dem, solicitaram seja a mensagem do nosso Amigo Espiritual enviada às suas mãos para os seus abençoados comentários.
“Cumpro, assim, com muito prazer, o que prometi às nossas irmãs.”

Casar-se (Emmanuel)
Não basta casar-se. Imperioso saber para quê.
Dirás provavelmente que a resposta é óbvia, que as criaturas abraçam o matrimônio por amor.
O amor, porém, reclama cultivo. E a felicidade na comunhão afetiva não é prato feito e sim construção do dia-a-dia.
* * *
As leis humanas casam as pessoas para que as pessoas se u-nam segundo as Leis Divinas.
* * *
Se desposaste alguém que te constituía o mais belo dos so-nhos e se encontras nesse alguém o fracasso do ideal que acalen-taste, é chegado o tempo de trabalhares mais intensivamente na edificação dos planos que ideaste de início.
* * *
Ergueste o lar por amor e tão-só pelo amor conseguirás con-servá-lo.
Não será exigindo tiranicamente isso ou aquilo de quem te compartilha o teto e a existência que te desincumbirás dos com-promissos a que te empenhaste.
Unicamente doando a ti mesmo em apoio da esposa ou do es-poso é que assegurarás a estabilidade da união em que investiste os melhores sentimentos.
Se sabes que a tolerância e a bondade resolvem os problemas em pauta, a ti cabe o primeiro passo a fim de patenteá-las na vi-vência comum, garantindo a harmonia doméstica.
* * *
Inegavelmente não se te nega o direito de adiar realizações ou dilatar o prazo destinado ao resgate de certos débitos, de vez que ninguém pode aceitar a criminalidade em nome do amor. Entre-
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tanto, nos dias difíceis do lar recorda que o divórcio é justo, mas na condição de medida articulada em última instância. E nem te esqueças de que casar-se é tarefa para todos os dias, porquanto somente da comunhão espiritual gradativa e profunda é que sur-girá a integração dos cônjuges na vida permutada, de coração para coração, na qual o casamento se lança sempre para o Mais Alto, em plenitude de amor eterno.

O cultivo do amor (J. Herculano Pires)
A lei civil do casamento, segundo lemos no item 4 do capítu-lo XXII de O Evangelho Segundo o Espiritismo, “tem por fim regular as relações sociais e os interesses familiares, segundo as exigências da civilização”. E a seguir vem esta observação: “Mas nada, absolutamente, impede que ela seja um corolário da lei de Deus”. E a lei de Deus, no caso, é a lei do amor. Quer dizer que o casamento civil deve efetuar-se por amor e não por conveniên-cia de qualquer espécie. A falta de conjugação dessas duas leis, a humana e a divina, é a causa principal dos fracassos no casamen-to.
Entre os interesses que podem influir na determinação do ca-samento figuram também a vaidade e a atração sexual, ambos elementos estranhos ao amor e por isso mesmo de natureza efê-mera. Em casos dessa natureza, como em vários outros, a sepa-ração se torna inevitável e o divórcio aparece então como a lei civil que serve de remédio à separação dos casais, permitindo aos pares frustrados a reconstrução do lar em bases legítimas com outros cônjuges. “Um dia se perguntará – diz ainda o trecho citado – se uma cadeia indissolúvel não aumentará o número das uniões irregulares”.
Mas quando o lar se formou com base no amor as decepções que podem surgir têm o remédio no próprio amor. Quem ama sabe tolerar e perdoar. As dificuldades serão superadas dia a dia pelo cultivo do amor. Basta que cada cônjuge se lembre de que as frustrações são recíprocas. O mesmo acontece com o artista na realização de sua obra. O ideal está sempre acima do real. Mas o verdadeiro artista sabe disso e procura superar a sua frustração pelo esforço constante de aperfeiçoamento. O cultivo do amor é como o cultivo da arte. E quem romper um casamento de amor, por simples intolerância, não encontrará mais remédio para a sua solidão.

Livro: Na era do Espírito
Chico Xavier, Herculano Pires, e espíritos diversos