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quarta-feira, 18 de julho de 2012

Jesus aproximou-se da Terra em Luz - Ivone A Pereira

A força do amor O encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro, na visão dos Espíritos, relatado por Yvonne A. Pereira. Amigos e irmãos, abraço-os fervorosamente. Nesta oportunidade desejo compartilhar com os companheiros um fato relacionado ao suicídio que resultou numa serie de ações, desenvolvidas ao longo de 18 meses, aproximadamente, mas cujo desfecho superou todas as expectativas, mesmo as inimagináveis. As regiões de sofrimento onde vivem os suicidas, de todas as categorias, são inúmeras e vastas nos planos do Espírito. Brotam de um dia para outro, pois os excessos da Humanidade têm reduzido o tempo de reencarnação para um numero significativo de pessoas. Os atentados contra a manutenção da saúde física, mental e psicológica atingem cifras realmente assustadoras. A campanha Em Defesa da Vida, conduzida pelos espíritas, é ação que ameniza a situação. Mas algo mais intenso e abrangente, que envolva a sociedade, urge ser desenvolvido. Assim, passamos ao nosso relato. Localizamos em determinado nicho, em nosso plano, uma comunidade de suicidas vivendo em situação precária, em todos os aspectos. Chamava a nossa atenção que tal reduto de dor nunca reduzia de tamanho. Ao contrario, contabilizávamos um número crescente, dia após dia. Procurando analisar a problemática por todos os seus ângulos, verificamos que no local, incrustado em espaço de difícil acesso, existia uma espécie de ?escola? ? se este é o nome que se pode utilizar ? cujos integrantes se especializaram em indução ao suicídio; técnicas, recursos e equipamentos sofisticados eram desenvolvidos para que encarnados cometessem suicídio. O suicida era, então, conduzido à instituição e, sob tortura, a alma sofredora fornecia elementos mentais que serviam de alimentos à manutenção de diferentes desarmonias que conduzem o homem ao desespero. Fomos surpreendidos pela existência de tal organização e estarrecidos diante do fato, de como a alienação, associada à maldade, pode desestruturar o ser humano. Após tomar conhecimento dos detalhes, um plano de trabalho foi definido, depois que um mensageiro de elevada região veio até nós. Durante algum tempo pelejamos para sermos adequadamente preparados, inclusive aprendendo a liberar vibrações mais sublimadas, a fim de fornecer a matéria mental e sentimentos puros que pudessem erguer um campo de força energético ao redor do local. Almas devotadas estiveram conosco permanentemente, instruindo-nos, fortificando-nos e nos revelando a excelsitude do amor. Entretanto, era preciso fazer algo mais. Desfazer a organização não representaria, em princípio, maiores problemas; o desafio seria convencer os instrutores a não fazer mais aquele tipo de maldade. Várias tentativas foram envidadas, neste sentido. Orientadores esclarecidos da Vida Maior foram rejeitados e até ridicularizados. Nada conseguíamos com os dirigentes daquela instituição, voltada para a prática do suicídio. Mas a vitória chegou, gloriosa, no final da tarde do domingo ultimo, [1] quando, convidados a participar do encerramento do Congresso, aqueles dirigentes presenciaram a luminosidade do amor. Conseguiram, finalmente, ver o significado da vida, a sua importância e fundamentos. Foram momentos de grande emoção que envolveu a todos nós, quando uma nesga de luz desceu sobre os encarnados e desencarnados no exato instante em que todos, em ambos os planos da vida, se deram as mãos e cantaram a música em prol da paz. A nesga de luz se alargou, cresceu, envolveu a todos. A força do amor jorrou plena e, em sublime explosão, rompeu o ar, circulou sobre a cabeça de todos, espalhou-se como poderosa onda para além do recinto, ganhando a cidade. Brasília se nimbou de luz, no ar, no solo, nas águas. À nossa visão estupefata e maravilhada parecia que uma nova estrela estava surgindo. Os seres da Criação, vegetais, animais e hominais, os elementos inertes, rochas e minerais, as construções humanas, prédios, edifícios, avenidas, bancos, repartições públicas e privadas, residências, tudo, enfim, foi banhado por luz pura e cristalina que jorrava do Alto. Célere, a bela luminosidade espalhou do coração da Pátria para todos os recantos do Brasil, das Américas, da Europa, África, mais além, no Extremo e Médio Oriente, atingindo todos os continentes, países e cidades. Alcançou os pólos do Planeta, girou, em bailado sublime, por breves minutos ao redor da Terra e se prolongou mais além, em direção ao infinito. Jesus tinha se aproximado do Planeta, em brevíssima visita de luz, amor e compaixão. Jamais presenciei tanta beleza e tanta paz! Com afeto. Yvonne Pereira (Mensagem psicográfica recebida por Marta Antunes de Moura, na Federação Espírita Brasileira, em Brasília, no dia 22 de abril de 2010). [1] Domingo, 18 de abril de 2010: dia do encerramento do 3º Congresso Espírita Brasileiro. Todos os presentes cantavam, emocionados, a música pela paz.

O Evangelho e a Responsabilidade. "(...) O Evangelho serve para aliviar as dores da alma, serve para justificar as faltas dos homens, etc., mas é preciso notar que o Evangelho também chama à responsabilidade, exige de cada um de nós o esforço próprio para ser melhor. Há no Evangelho muitas consolações, mas também se encontram muitas advertências, muitas admoestações e muitas reprovações claras. Jesus ensinou e praticou o perdão em toda a sua plenitude, mas Jesus também reprovou o procedimento daqueles que reincidem no erro, daqueles que querem ser perdoados, querem receber muitos benefícios espirituais, mas não se corrigem, não procuram realizar a sua própria reforma moral...".

Artigo publicado na Revista Internacional de Espiritismo - Dezembro de 1953 - Número 11

Já houve quem dissesse, talvez com ironia ou com intuito depreciativo, que o Evangelho serve para tudo, segundo as necessidades ou as conveniências dos homens. De fato, as aplicações do Evangelho, nas diversas circunstâncias da vida, são muito elásticas, senão incalculáveis, pois não há situação em que, tanto na alegria, como na dor, deixem de ter cabimento os ensinos evangélicos. Parece, porém, que o sentido daquela frase é outro. Quando se diz, ali, que “o Evangelho serve para tudo...”, naturalmente o que se pretende afirmar é que os homens se utilizam do Evangelho para tudo, até mesmo para encobrir as suas mazelas ou para justificar as suas fraquezas.
Realmente assim é. Que o diga a experiência da vida prática. Cita-se o Evangelho, constantemente, a propósito de tudo, mas, quase sempre, quando convém buscar apoio da palavra de Jesus para justificar uma atitude incorreta.
É muito raro citar-se o Evangelho com o desejo sincero de encontrar nele a carapuça que cabe a cada um... O Evangelho serve para aliviar as dores da alma, serve para justificar as faltas dos homens, etc., mas é preciso notar que o Evangelho também chama à responsabilidade, exige de cada um de nós o esforço próprio para ser melhor. Há no Evangelho muitas consolações, mas também se encontram muitas advertências, muitas admoestações e muitas reprovações claras. Jesus ensinou e praticou o perdão em toda a sua plenitude, mas Jesus também reprovou o procedimento daqueles que reincidem no erro, daqueles que querem ser perdoados, querem receber muitos benefícios espirituais, mas não se corrigem, não procuram realizar a sua própria reforma moral.
Que disse Jesus à pecadora? Vai, e não peques mais. Veja-se bem: não peques mais... Que quer dizer isto? Que não basta apelar para o Alto, não basta orar muito, não basta pedir o amparo divino: é necessário, é indispensável, também, não Reincidir na falta, esforçar-se para não cair de novo.
O Evangelho não exime o homem da responsabilidade, das conseqüências de seus atos. Cada um tem livre-arbítrio, embora relativo. Quando, porém, o homem quer aliviar a sua responsabilidade ou atenuar as suas faltas, recorre geralmente a uma saída fácil: a carne é fraca, ainda não sou perfeito etc. etc. E lá vem o Evangelho, citado na ponta da língua, para justificar a falta de educação espiritual, a falta de dignidade, a falta de prudência, a falta de “oração e vigilância”, finalmente. Daí dizer-se que o “Evangelho serve para tudo...” Sim, para tudo, porque os homens acham que, com o Evangelho na mão, podem fazer tudo e, depois, se apresentarem como Irresponsáveis. Afinal de contas, ninguém é responsável, porque a carne é fraca; ninguém é responsável, porque este mundo é imperfeito, e aqui não há criaturas perfeitas; ninguém é responsável, porque as exigências do mundo ainda são muito pesadas etc. etc.
Cada um, portanto, quer fugir à responsabilidade e, por isso, recorre logo ao Evangelho. No entanto, o Evangelho ensina claramente o principio da responsabilidade individual, quando diz: coloca, primeiro, o reino de Deus dentro de ti, e tudo o mais virá por acréscimo.
Que significa isto? Significa, simplesmente, que cada um, antes de pedir que as coisas venham do Alto, antes de querer a proteção divina, Deve melhorar-se interiormente, deve fazer um exame de consciência.
Que vem a ser isto, senão o principio da responsabilidade? Jesus disse mais: a cada um segundo as suas obras. Aí está, de maneira clara e iniludível, o principio da responsabilidade.
Muita gente cita o Evangelho apenas quando convém apontar um versículo, uma sentença que possa favorecer uma pretensão ou desculpar um procedimento reprovável. É que nem sempre convém citar o Evangelho, em certos pontos, porque há nas palavras de Jesus expressões fortes e incisivas, com endereço, indistintamente, para quem têm olhos de ver.
Não devemos, finalmente, procurar no Evangelho somente aquilo que nos alivia, que nos dá consolo ou que nos dá justificativa para as nossas faltas, mas devemos procurar no Evangelho, de preferência, aquilo que nos chama ao cumprimento do Dever e ao sentimento de responsabilidade.
Artigo : Deolindo Amorim

Só entrarão no reino dos céus...

Artigo extraído do livro "O Sermão da Montanha" - FEB -
 

 7ª Edição - 6/1989.

“Nem todos os que dizem: Senhor! Senhor! Entrarão no reino dos céus; apenas entrarão aqueles que fazem a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos em teu nome? Em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos muitas maravilhas? E eu então lhes direi em voz muito inteligível: nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que obrais a iniqüidade”. (Mateus, 7:21-23).
O texto em epígrafe, vazado em linguagem clara e precisa, não deixa a menor dúvida que a entrada no reino dos céus é uma questão de observância das leis divinas e não de filiação a esta ou àquela organização eclesiástica, de nada valendo as cerimônias ritualísticas, os exercícios religiosos, ou as confissões de fé que não se façam acompanhar de boas obras.
Os que dizem: “crede, e sereis salvos”; ou: “crede, e não precisareis guardar a lei”, coitados! – são cegos condutores de cegos.
Jesus sempre condenou com veemência as práticas meramente formalistas de religiosidade, e jamais acoroçoou a idéia de que seja suficiente a aceitação deste ou daquele “credo”, para que alguém tenha assegurado sua entrada nas mansões celestiais.
É a obediência aos mandamentos que prova a sinceridade de nossas convicções e a excelência da doutrina que aceitamos.
Quando essa doutrina é de molde a transformar-nos, erradicando de nós as características do “homem velho”, repleto de imperfeições, vícios e mazelas, para substituí-las pelas do “homem novo”, fazendo que em nossa vida se manifestem a honestidade, a brandura, a tolerância e a alegria de fazer o bem, então podemos saber que estamos trilhando o caminho certo, pois “é pelos frutos que se conhece a qualidade da árvore”.
Serão dignos do nome de cristão, os que se limitam a pregar os ensinamentos do Cristo (profetizar em seu nome), mas cujo caráter não se modifica para melhor, e não se mostram nem mais solícitos nem mais fraternos para com os outros? Não!
Os que, segundo os processos kardecistas ou umbandistas, doutrinam Espíritos obsessores, afastando-os daqueles que lhes sofriam o assédio, mas não se doutrinam a si mesmos, continuando com as mesmas fraquezas morais e a mesma falta de caridade no trato com seus semelhantes? Tampouco!
Os que fazem promessas, impondo-se penosas macerações, em demonstrações prodigiosas de fanatismo religioso (que a ninguém beneficiam), mas só cuidam da própria salvação, indiferentes à miséria e ao sofrimento do próximo? Também não!
À semelhança dos fariseus, os quais o Mestre comparou a sepulcros branqueados, formosos por fora, mas que por dentro estão cheios de asquerosidade, esses tais têm piedade apenas nos lábios, pois em seus corações o que há, realmente, é só frieza e hipocrisia.
Batendo na mesma tecla, disse Jesus de outra feita:
“Todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai que está nos céus; mas, ao que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai que está nos céus”. (Mateus, 10:32-33).
Portanto, chamar Jesus Cristo de Nosso Senhor ou Nosso Salvador, entoar-lhe hinos e louvores, será de todo inútil se lhe não seguirmos os preceitos.
Sim, porque “confessar o Cristo diante dos homens” tem o sentido de proceder de conformidade com sua doutrina; significa devotar-se ao auxílio da Humanidade, sem exceção de espécie nenhuma, amparando, ensinando e servindo sempre, tornando-se um veículo da manifestação do Amor e da Verdade no mundo.
Enquanto formos movidos pelo egoísmo e pela vaidade, vivendo tão-somente para a exaltação do próprio “eu”; enquanto nos mantivermos insensíveis à má sorte de nossos irmãos, conquanto nos proclamemos seguidores do Cristo, estaremos negando-o diante dos homens, pois “amando-nos uns aos outros” é que nos daremos a conhecer como verdadeiros discípulos seus. E como “o amor é o cumprimento da Lei”, só quando soubermos amar é que faremos jus ao galardão celestial.

O Reino dos Céus

Artigo publicado no jornal Unificação - Ano IX - Agosto
 

de  1961 - Número 101

“E, interrogado pelos fariseus sobre quando havia de vir o Reino de Deus, respondeu-lhes, e disse: O Reino de Deus não vem com aparência exterior. Nem dirão: Ei-lo aqui, ou, Ei-lo ali, porque eis que o Reino de Deus está entre vós”.
(Lucas, Cap. XVII, v. 20/21).

“ E dizia: A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei? É semelhante ao grão de mostarda que um homem, tomando-o, lançou na sua horta, e cresceu, e fez-se grande árvore, e em seus ramos se aninharam as aves do céu.

E disse outra vez: A que compararei o Reino de Deus?
É semelhante ao fermento que uma mulher, tomando-o, escondeu em três medidas de farinha, até que tudo levedou”.
(Lucas, Cap. XIII, v. 18/21).

“O reino dos céus é semelhante a um tesouro escondido num campo que um homem achou e escondeu, e, pelo gozo dele, vai, vende tudo quanto tem, e compra aquele campo”.


(Mateus, Cap. XIII, v. 44).

“ O reino dos céus é semelhante ao homem negociante, que busca boas pérolas.
E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha, e comprou-a.
O reino dos céus é semelhante a uma rede lançada no mar, e que apanha toda a qualidade de peixes.
E, estando cheia, a puxam para a praia; e assentando-se, apanham para os cestos os bons; os ruins, porém, lançam fora”.
(Mateus, Cap. XIII, v. 45/48).

Nos trechos evangélicos supra, o Mestre fez evidenciar que o Reino dos Céus não existe como lugar confinado, como mansão de repouso ou plano de contemplação beatífica.

Asseverando que o Reino dos Céus virá sem qualquer demonstração exterior, e ainda mais, que o tão almejado reino está perenemente entre nós, Jesus definiu, de modo inequívoco, como deveremos concebê-lo.
Evidentemente, se uma criatura vive em paz com sua consciência e é perseverante na observação dos ensinamentos evangélicos, estará, obviamente, vivendo num paraíso. Por outro lado, se qualquer indivíduo apenas pratica iniqüidades e reluta em seguir as veredas do Bem, estará, implicitamente, vivendo num verdadeiro inferno.
O Espiritismo proclama a existência dos planos superiores da Espiritualidade, onde os Espíritos que bem desempenharam o aprendizado nas “múltiplas moradas da casa do Pai”, gozam das bem-aventuranças peculiares àqueles que souberam assimilar as leis do amor. Essas regiões elevadíssimas não são destinadas à inação, ao descanso ou a servirem de reduto para espíritos egoístas que consideram a humanidade como parias ou intocáveis relegados à própria sorte.
No intuito de revelar aos seus pósteros a premente necessidade da preparação das almas para a tarefa dignificante de assimilação do reino dos Céus, o Nazareno fez várias comparações concludentes em torno do verdadeiro sentido em que devemos conceber a existência daquele reino. Naquelas felizes demonstrações o Reino dos Céus foi apresentado sob vários prismas que giram em torno do mesmo significado. Comparou-o, Jesus, ao grão de mostarda, que apesar de ser uma das mais minúsculas sementes, produz enorme vegetação; ao fermento que é capaz de levedar grande quantidade de massa; ao tesouro escondido, que, quando é achado por uma criatura, esta vende tudo quanto tem para adquiri-lo; a uma pérola de grande valor, que, quando achada serve de incentivo para quem a descobrir vender tudo quanto tem a fim de adquiri-la e, finalmente, a uma rede lançada ao mar e que, apanhando grande quantidade de peixes, uns são lançados fora como ruins e outros guardados como bons.
A máxima: “Buscai antes o Reino de Deus e sua justiça e tudo vos será acrescentado”, por si só é suficiente para demonstrar que, abrindo o coração para que nele se aninhe o sentimento do Bem, a criatura estará, tacitamente, recebendo pequena semente que se traduzirá em coisas empolgantes e gigantescas a ponto da criatura se sentir em íntimo contacto com as entidades boas e puras da Espiritualidade Superior, as quais, como aves do céu, dela aproximar-se-ão atraídas pelos vários ramos de virtude que emanam da sua alma.
Aquele que sentir em seu íntimo o despertar para as coisas de Deus deverá se desvencilhar de todas as imperfeições, deixando à margem todos os impulsos menos edificantes. Nesse caso deverá agir como aquele homem que, encontrando uma pérola de alto valor ou um tesouro escondido, se decidiu a dispor de tudo quanto tinha a fim de adquiri-los. O ser que pressentir, no âmago da sua alma, que as primícias do Reino dos Céus o estão bafejando com seus influxos, dada a sua qualidade de pessoa que pretende palmilhar a senda do Bem, deverá abandonar todas as preocupações escusas, os vícios, os maus pendores, a fim de possuir aquele Bem maior.
Fazendo analogia entre o Reino dos Céus e uma rede cheia de peixes, da qual o pescador separará os bons, guardando-os na cesta, e atirando os maus para fora, o Messias nos legou um ensino velado do qual temos que subtrair o espírito que vivifica.
O Reino dos Céus é para todas as criaturas de Deus. A rede generosa é lançada para toda a humanidade, indistintamente, assim como o Senhor derrama da sua infinita misericórdia sobre todos os seus filhos. Muitos, porém, não se contagiam por essas coisas sublimes e, quando ultrapassarem o limiar do túmulo, ocorrerá àquela separação lógica que os Evangelhos nos retratam, simbolizada no levantamento da rede e separação dos peixes: aqueles que se compenetraram dos seus deveres entrarão no gozo das coisas do Alto e aqueles que perverteram suas obrigações, que apenas aninharam o mal em seus corações, serão atirados para os lugares onde haverá choros e ranger de dentes – os planos terra-a-terra onde os espíritos ociosos curtirão as dores oriundas de um dever não cumprido, o umbral tenebroso servirá de cenário para essas criaturas que prevaricaram com os seus deveres.
Quando alguém nos disser que o Reino dos Céus está ali ou acolá, não devemos dar crédito. O tão aspirado Reino está dentro de nós e sua penetração em nosso coração se fará sem qualquer manifestação exterior, ou seja, pela simples prática das boas obras, conforme nos ensina o Cristo, através dos versículos 20 e 21 do Capitulo XVII do Evangelho de Lucas.

Paulo Alves de Godoy

terça-feira, 17 de julho de 2012

Ação Espírita na Transformação do Mundo.

Fonte: (Curso Dinâmico de Espiritismo – O Grande Desconhecido), 3ª Edição, Setembro de 1995, Editora J. Herculano Pires.

Três são os elementos fundamentais de que o Espiritismo se serve para transformar o nosso mundo num mundo melhor e mais belo:
A - Amor,
B - Trabalho,
C - Solidariedade.


1 - O AMOR abrange a compreensão e a tolerância, pois quem ama compreende o ser amado e sabe tolerá-lo em todas as circunstâncias. Abrange também a Verdade, pois quem ama sabe que o alvo supremo do Amor é a Verdade. Ninguém ama a mentira, pois mesmo os mentirosos apenas a suportam na falta da verdade. O amor egoísta do homem por si mesmo expande-se no desenvolvimento psicobiológico como, segundo já vimos, em amor altruísta, amor pelos outros, a partir do núcleo familial até à Sociedade, à Pátria e à Humanidade. Alguns espíritas dizem que os espíritas não têm pátria, pois sabem que todos podemos renascer em várias nações. Isso é uma incongruência, pois então não poderíamos também amar pai e mãe, que variam nas encarnações sucessivas. O amor não tem limites, mas nós, os homens, somos criaturas limitadas e estamos condicionados, em cada existência, pelas limitações da condição humana. Amamos de maneira especial aqueles que estão ligados a nós nesta vida ou se ligaram a nós em vidas anteriores. Amamos a todos os seres e a todas as coisas na proporção do nosso alcance mental de compreensão da realidade. E amamos a nossa Terra, o pedaço do mundo em que nascemos e vivemos e a parte populacional a que pertencemos, no recorte da população mundial que corresponde à população da nossa terra. E amamos os que estão além da Terra, nas zonas planetárias espirituais, como amamos, por intuição mental e afetiva, a todos os seres e coisas de todo o Universo. O ilimitado do Amor se impõe aos limites temporários da nossa condição imediata. E é esse o nosso primeiro degrau para a transcendência espiritual. Na proporção em que a nossa capacidade infinita de amar se concretiza na realidade afetiva (nascida dos sentimentos profundos e verdadeiros do amor) sentimo-nos elevados a planos superiores de afetividade intelecto-moral, respeitando progressivamente todas as expressões da vida e da beleza em todo o Universo. O Amor não é gosto, nem preferência, nem desejo – é afeição, ou seja, afetividade em ação, fluxo permanente de vibrações espirituais do ser que se expandem em todas as direções da realidade. Foi por isso que Francisco de Assis amou com a mesma ternura e o mesmo afeto, chamando-os de irmãos, aos minerais, aos vegetais, aos animais, aos homens e aos astros no infinito. As ondas do Amor atingem a todas as distâncias, elevações e profundidades, não podendo ser medidas, como fazemos com as ondas hertzianas do rádio. Depois de ultrapassar os limites possíveis da Criação, o Amor atinge o seu alvo principal, que é Deus, e Nele se transfunde.
O Espiritismo aprofunda o conhecimento da Realidade Universal e não pretende modificar o Mundo em que vivemos através de mudanças superficiais de estruturas.
Essa é a posição dos homens diante dos desequilíbrios e injustiças sociais. Mas o homem-espírita vê mais longe e mais fundo, buscando as causas dos efeitos visíveis. Se queremos apagar uma lâmpada elétrica não adianta assoprá-la, é necessário apertar a chave que detém o fluxo de eletricidade. Se queremos mudar uma Sociedade, não adianta modificar a sua estrutura feita pelos homens, mas modificar os homens que modificam as estruturas sociais. O homem egoísta produz o mundo egoísta, o homem altruísta produzirá o mundo generoso, bom e belo que todos desejamos. Não podemos fazer um bom plantio com más sementes. Temos de melhorar as sementes.
As relações humanas se baseiam na afetividade humana. Não há afetos entre corações insensíveis. Por isso a dor campeia no mundo, pois só ela pode abalar os corações de pedra. Mas o Espiritismo nos mostra que o coração de pedra é duro por falta de compreensão da realidade, de tradições negativas que o homem desenvolveu em tempos selvagens e brutais. Essas relações se modificam quando oferecemos aos homens uma visão mais humana e mais lógica da Realidade Universal. Essa visão não tem sido apresentada pelos espíritas, que, na sua maioria, se deixam levar apenas pelo aspecto religioso da doutrina, assim mesmo deformado pela influência de formações religiosas anteriores. Precisamos restabelecer a visão espírita em sua inteireza, afastando os resíduos de um passado de ilusões e mentiras prejudiciais. Se compreenderem a necessidade urgente de se aprofundarem no conhecimento da doutrina, de maneira a formarem uma sólida e esclarecida convicção espírita, poderão realmente contribuir para a modificação do mundo em que vivemos. Gerações e gerações de espíritas passaram pela Terra, de Kardec até hoje, sem terem obtido sequer um laivo de educação espírita, de formação doutrinária sistemática. Aprenderam apenas alguns hábitos espíritas, ouviram aulas inócuas de catecismo igrejeiro, tornaram-se, às vezes, ardorosos na adolescência e na juventude (porque o Espiritismo é oposição a tudo quanto de envelhecido e caduco existe no mundo), mas ao se defrontarem com a cultura universitária incluíram a doutrina no rol das coisas peremptas por não terem a menor visão da sua grandeza. Pais ignorantes e filhos ignorantes, na sucessão das encarnações inúteis, nada mais fizeram do que transformar a grande doutrina numa seita de papalvos. Duras são e têm de ser as palavras, porque ineptas e criminosas foram às ações condenadas. A preguiça mental de ler e pensar, a pretensão de saber tudo por intuição, de receber dos guias a verdade feita, o brilhareco inútil e vaidoso dos tribunos, as mistificações aceitas de mão beijada como bênçãos divinas e assim por diante, num rol infindável de tolices e burrices fizeram do movimento doutrinário um charco de crendices que impediu a volta prevista de Kardec para continuar seu trabalho. Em compensação, surgiram os reformadores e adulterados, as mistificações deslumbrantes e vazias e até mesmo as séries ridículas de reencarnações do mestre por contraditores incultos de suas mais valiosas afirmações doutrinárias.
Este amargo panorama afastou do meio espírita, muitas criaturas dotadas de excelentes condições para ajudarem o movimento a se organizar num plano superior de cultura. Isso é tanto mais grave quanto o nosso tempo que não justifica o que aconteceu com o Cristianismo deformado totalmente num tempo de ignorância e atraso cultural. Pelo contrário, o Espiritismo surgiu numa fase de acelerado desenvolvimento cultural e espiritual, em que os espíritas contaram e contam com os maiores recursos de conhecimento e progresso de que a humanidade terrena já dispôs. Todos os grandes esforços culturais em favor da doutrina foram negligenciados e continuam a sê-lo pela grande maioria dos espíritas de caramujo, que se encolhem em suas carapaças e em seus redutos fantásticos. Falta o amor pela doutrina, de que falava Urbano de Assis Xavier, falta o amor pelos companheiros que se dedicam à seara com abnegação de si mesmos e de suas próprias condições profissionais e intelectuais; falta o amor pelo povo faminto de esclarecimentos precisos e seguros; falta o amor pela Verdade, que continua sufocada pelas mentiras das trevas.
Os médiuns de grandes possibilidades se vêem cercados de multidões interesseiras, que os levam quase sempre ao fracasso ou ao esgotamento precoce. Só os interessados os procuram: os que desejam apenas dizer-se íntimos do médium; os que procuram consolação passageira em sua presença; os que buscam sugar-lhes os benefícios fluídicos e assim por diante. Os próprios médiuns acabam muitas vezes entregando-se ao desânimo e desviando-se para outros campos de atividade onde, pelo menos, poderão gozar de convivências menos penosas.
A exploração inconsciente e consciente dos médiuns pelos próprios adeptos da doutrina é um dos fatores mais negativos para o desenvolvimento do Espiritismo em nosso país e no mundo. A contribuição que eles poderiam dar para a execução das metas doutrinárias perde-se na miudalha das consultas pessoais e nas mensagens cotidianas de sentido religioso-confessional, mais tocadas de emoção embaladora do que de raciocínio e esclarecimento. É isso o que todos pedem, como crianças choramingas acostumadas a dormir ao embalo das cantigas de ninar. Até mesmo um médium como Arigó, dotado de temperamento agressivo como João Batista e assistido por uma entidade positiva como Fritz, acabou envolvido numa rede de interesses contraditórios que o envolveram através de manobras que o aturdiram, misturadas a calúnias e campanhas difamatórias que o levaram, na sua ignorância de roceiro inculto, a precipitar-se, sem querer, na sua destruição precoce. As grandes teses da Doutrina Espírita não foram suficientes para mobilizar os espíritas em favor do médium, resguardando-o e facilitando, pelo menos, a investigação dos cientistas norte-americanos, de diversas Universidades e da NASA, que tentaram desesperadamente colocar o problema em termos de equação cientifica. O que devia ter sido uma vitória da Verdade em plano universal, reverteu-se em mesquinho episódio de disputas profissionais acirradas por clérigos e médicos de visão rasteira. E tudo isso por que estranho motivo? Porque os espíritas não foram capazes de sair de suas tocas, empunhando as armas poderosas da doutrina, para enfrentar o conluio miserável das ambições absorventes e vorazes.
Cada espírita, ao aceitar e compreender a grandeza da causa doutrinária e sua finalidade suprema – que é a transformação moral, social, cultural e espiritual do nosso mundo – assume um grave compromisso com a sua própria consciência. O aparecimento de um médium como Chico Xavier ou Arigó não tem mais o sentido restrito do aparecimento de uma pitonisa ou um oráculo no passado, mas o do aparecimento de um João Batista ou de um Cristo na fase crítica da queda do mundo clássico greco-romano, da trágica agonia da civilização mitológica. Mas após um século da semeadura evangélica, na hora certa e precisa da colheita, vemos de novo o povo eleito enrolado em intrigas na Porta do Monturo, enquanto os romanos crucificam entre ladrões os que se imolaram em reencarnações providenciais.

Essa mentalidade de corujas agoureiras, e troianos que não ouvem Cassandra, decorre do egoísmo (essa lepra do coração humano, segundo a expressão Kardeciana) do comodismo e da preguiça mental. A falta de estudo sério e sistemático da doutrina, que permite a infiltração de elementos estranhos no corpo doutrinário, causando-lhe deformações rebarbativas e fantasiada de novidades, avilta a consciência espírita com a marca de Caim nos grupos de traidores. Esses traidores não traem apenas a doutrina, ao Cristo e a Kardec, mas também à Humanidade e ao Futuro. Onde fica o principio do Amor em tudo isso? Quem revelou amor à Verdade? Quem provou amar e respeitar a doutrina? Quem mostrou amar ao seu semelhante e por isso querer realmente ajudá-lo, orientá-lo, esclarecê-lo? A esse fim superior sobrepõe-se o interesse falso e mesquinho de fazer bonito aos olhos que necessitam de luz, bancar saberetas para os que nada sabem, impor a criaturas ingênuas a sua maneira mentirosa de ver o ensino puro e claro de Kardec.
O amor não está nos que se acumpliciam, se comprometem reciprocamente na trapaça, enleando-se na solidariedade da profanação consciente ou inconsciente. O amor está nos que repelem a farsa e condenam o gesto egoísta dos escamoteadores da verdade em proveito próprio, levando multidões ingênuas e desprevenidas à deturpação da doutrina esclarecedora. O amor, nesse caso, pode parecer impiedade, mas é piedade, pode assemelhar-se à injúria e agressão, mas é socorro e salvação. As condenações violentas de Jesus a escribas e fariseus não foram ditadas pelo ódio, mas pela indignação justa, necessária, indispensável do Mestre, que sacudia aquelas almas impuras para livrá-las da impureza com que aviltavam o simples.
Quem não tiver condições para compreender isso deve ter pelo menos a humildade de André Luiz, o médico lançado às zonas umbralinas, de contentar-se com trabalhos de limpeza e lavagem nos hospitais dos planos superiores para aprender a grandeza da humildade, a nobreza dos pequeninos, ao invés de rebelar-se contra as leis divinas da busca da Verdade.
Nosso movimento espírita, como todo o negro panorama religioso da Terra, está cheio de ignorantes revestidos ou não de graus universitários, que se julgam mestres iluminados e são apenas os cegos do Evangelho que levam outros cegos ao barranco. Impedi-los de cometer esse crime de vaidade afrontosa é o dever dos que sabem realmente amar e servir. “Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas!” advertiu Jesus, não para condená-los ao fogo do inferno, mas para salvá-los do inferno de si mesmos.

2 – O TRABALHO é exigência do principio de transcendência. O homem trabalha por necessidade, como querem os teóricos da Dialética Materialista, mas não apenas para suprir as suas necessidades físicas de subsistência e sobrevivência. Não só, como querem os teóricos da vontade de potência, para adquirir poder. E nem só, também, como pretendem Bentham e os teóricos da ambição, para acumular posses que representam poder. A busca das causas, nesse campo, morreria no plano das causas secundárias. Mas a Filosofia Existencial, em nosso tempo, descobrindo o conceito de existência e definindo o homem como o existente (aquele ser que existe e luta para existir cada vez mais e melhor), mostrou e provou que a natureza humana é subjetiva e não objetiva (externa e material) e que a mola do mundo não está nos braços e nas mãos, mas na consciência. Confirmou-se assim, no plano geral da Cultura, o tantas vezes rejeitado e ridicularizado conceito espírita do trabalho. No Livro dos Espíritos temos a afirmação de que tudo trabalha na Natureza. Essa tese espírita antecipou a tese de John Dewey sobre a natureza universal da experiência. Em todo o Universo há forças em ação, inteligentemente dirigidas segundo planos determinados. Nada se fez ao acaso. Em termos atuais de eletrônica podemos dizer que o universo que é uma programação gigantesca de computadores em incessante atividade rigorosamente controlada. De um grão de areia a uma constelação estelar, de um fio de cabelo e de um vírus isolado até às maiores aglomerações humanas dos grandes parques industriais do mundo, tudo trabalha. O próprio repouso é uma forma de diversificação do trabalho para recuperações e reajustes nos organismos materiais e nas estruturas psicomentais do homem. As criaturas humanas que só trabalham para si mesmas ainda não superaram a condição animal. Vivem e trabalham, mas não existem. Porque existir é uma forma superior de viver, que inclui em seu conceito plena consciência das atividades desenvolvidas com finalidades transcendentes.
No próprio desenvolvimento da Civilização o trabalho individual se abre, progressivamente, nos processos de distribuição, para o plano superior do trabalho coletivo. Por isso, é no trabalho e através do trabalho que o homem se realiza como ser, desenvolvendo suas potencialidades. A extrema especialização da Era Tecnológica nasceu nas selvas, quando dos primeiros clãs o homem se incumbiu da guerra, da caça e da pesca, e a mulher da criação, alimentação e orientação dos filhos. A Revolução industrial na Inglaterra marcou um momento decisivo da evolução humana para a consciência da solidariedade. É no esforço comum e conjugado das relações de trabalho que se desenvolve o senso da comunidade, provando a necessidade do principio espírita de solidariedade e tolerância para o maior rendimento, maior estímulo e maior aperfeiçoamento das técnicas de produção. À concorrência de mercado, que estimula a ganância e a voracidade dos indivíduos e dos grupos, das empresas e dos sistemas de produção, opõe-se à conjugação das consciências, na solidariedade do trabalho comum, com vistas ao bem-estar de todos. Os teóricos que condenam as comunidades de trabalho voltadas para o interesse da maioria reduzem a finalidade superior do trabalho a interesses mesquinhos de enriquecimento individual e de grupos. A própria realidade os contesta com o espetáculo gigantesco do trabalho da Natureza, voltado para a grandeza do todo. Remy Chauvin considera os insetos sociais como expressões de sistemas coletivos de trabalho e de vida em que o egoísmo individualista e grupal (sociocentrismo) não impediu o desenvolvimento normal da solidariedade. A Natureza inteira é um exemplo que o homem rejeita em nome de seu egoísmo, da sua vaidade e das suas ambições desmedidas. Esses três elementos funcionaram na espécie humana como pontos hipnóticos que impediram o livre fluxo das energias livres do trabalho, condensando-as em formas institucionais absorventes. As tentativas de romper essas formas por métodos violentos representam uma reação instintiva que leva fatalmente, como o demonstra o panorama histórico atual, a novas formas de condensação. Esse círculo vicioso só pode ser rompido por uma profunda e geral compreensão do verdadeiro sentido do trabalho, que não leva a lutas e dissensões, mas à conjugação e harmonização de todas as fontes e todos os recursos do trabalho, nos mais diferenciados setores de atividade. A proposição espírita nesse sentido, como foi em seu tempo à proposição cristã original, encarna os mais altos ideais da espécie, voltados para o trabalho comunitário em ação e fins.
Hegel observou, em seus estudos de Estética, que a dialética do trabalho se revela nos reinos da Natureza. O mineral é a matéria-prima das elaborações futuras, apresentando-se como concentração de energias que formam as reservas básicas; o vegetal é a doação em que as forças do mineral se abrem para a floração e os frutos da vida; o animal é a vida em expansão dinâmica, síntese das elaborações dos dois reinos anteriores, endereçando esses resultados ao futuro, à síntese superior do Homem, no qual as contradições se resolvem na harmonia psicofísica e espiritual da criatura humana, dotada de consciência. Cabe agora a essa consciência elaborar a grandeza da Terra dos Homens (segundo a expressão de Saint-Exupéry). Por sinal que Exupéry, aviador, poeta e profeta, representa o arquétipo atual da evolução humana, na busca do infinito. Por isso, Simone de Beauvoir considerou a Humanidade, não como a espécie a que nos referimos por alegoria com os planos inferiores, mas como um devir, um processo de mutações constantes na direção do futuro. Hoje somos ainda projeções dos primatas obtusos e violentos, antropófagos (segundo Tagore) devoradores de si mesmos e dos semelhantes, escameadores e aviltadores da condição humana. Mas amanhã seremos homens, criaturas humanas que encarnarão as forças naturais sob o domínio da Razão e da Consciência. Teremos então a República dos Espíritos, formada pela solidariedade de consciências de que trata René Hubert em sua Pedagogia Generale.

Como vemos através desses dados, a Doutrina Espírita não nos oferece uma visão utópica do amanhã, mas uma precognição do homem em sua condição espiritual, sem as deformações teológicas e religiosas da visão comum, calcada em superstições e idealizações rebarbativas. Tendo penetrado objetivamente no mundo das causas, um século antes que as Ciências Materiais o fizessem, a Ciência Espírita, experimental e indutiva – e que tem agora todos os seus princípios fundamentais endossados por aquelas, em pesquisas de laboratório e tecnológicas – não formulou uma estrutura dogmática de pressupostos para figurar o homem de após a morte e o homem do futuro. A imagem que nos deu do homem novo há um século está hoje plenamente confirmada pelos fatos. A controvertida questão da sobrevivência espiritual foi resolvida tecnologicamente de maneira positiva, comprovando a tese espírita. Falta pouco para romper-se, nas mãos já trêmulas dos teólogos, a Túnica de Nessus da dogmática religiosa, que gerou por toda a parte angústias e desesperos. Estamos agora em condições de pensar tranqüilamente num futuro melhor para a Humanidade em fases melhores da sua evolução. Podemos agora nos integrar conscientemente na gigantesca oficina de trabalhos na Terra, preparando o caminho das gerações vindouras. As revelações não nos chegam mais de mão beijada, pois, como ensina Kardec, brotam dos esforços conjugados do homem esclarecido com os espíritos conscientes. Os dois mundos em que nos movemos, o espiritual e o material, abriram as suas comportas para que as suas águas se encontrem no esplendor de uma nova aurora. E o Sol que acende essa aurora não é mais uma chama solitária na escuridão total dos espaços vazios, mas apenas uma tocha olímpica entre milhões de tochas que balizam as conquistas futuras do homem na escalada sem-fim. Prometeu não será mais sacrificado por querer roubar o fogo celeste de Zeus, pois esse fogo é o mesmo que resplandece no corpo espiritual da ressurreição, que brilha na alma humana e define a sua natureza divina. Basta-nos continuar em nossos trabalhos para termos a nossa parte assegurada na Herança de Deus, pois como ensinou o Apóstolo Paulo, somos herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo. O conhecimento é a nossa fé, que não se funda em palavras, sacramentos e ídolos mortos, mas na certeza das verificações positivas e nas conquistas do trabalho humano, gerador constante de novas formas de energia para a escalada humana na transcendência.

3 – A SOLIDARIEDADE ESPÍRITA Se manifesta particularmente no campo da assistência à pobreza, aos doentes e desvalidos. O grande impulso nesse sentido foi dado, desde o início do movimento doutrinário da França, pelo livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Allan Kardec, que trabalhou em silêncio na elaboração dessa obra, sem nada dizer a ninguém. Selecionou numerosas mensagens psicografadas, procedentes de diversos países em que o Espiritismo já florescia. Sua intenção era oferecer aos espíritas um roteiro para a prática religiosa, baseado no que ele chamava de essência do ensino moral do Cristo. Conhecendo profundamente a História do Cristianismo e as dificuldades com que os originais do Evangelho haviam sido escritos, em épocas e locais diferentes, bem como o problema dos evangelhos apócrifos e das interferências mitológicas nos textos canônicos e as interpolações ocorridas nestes, afastou todos esses elementos espúrios para oferecer aos espíritas uma obra pura, despojada de todos os acessórios comprometedores. Seu trabalho solitário e abnegado deu-nos uma obra-prima, que conta com milhões de exemplares incessantemente reeditados no mundo. Essa obra foi ameaçada com a tentativa de adulteração. Foi o maior atentado que a obra de Kardec já sofreu no mundo, pior que a queima de seus livros em Barcelona pela inquisição Espanhola. Muito pior, porque foi um atentado provindo dos próprios espíritas, através de uma instituição doutrinária que tem, por obrigação estatuária, defender, preservar e divulgar a Doutrina Espírita codificada por Kardec. A conseqüência mais grave desse fato lamentável foi a quebra da solidariedade espírita, a desconfiança e a mágoa provocadas entre velhos companheiros. O ataque das Trevas à vaidade e à ignorância de alguns espíritas invigilantes produziu os efeitos necessários. Sirva o exemplo doloroso para todos os que assumem encargos doutrinários, julgando receber prebendas e consagração. A vaidade excitada leva monges de pedra a se julgarem poderosos na aridez e na solidão dos desertos.
A solidariedade espírita não é apenas interna, entre os adeptos e companheiros. Projeta-se pelo menos em três dimensões:
a) No plano social geral da comunidade espírita, além dos grupinhos domésticos e das instituições fechadas;
b) Envolve todas as criaturas vivas, protegendo-as, amparando-as, estimulando-as em suas lutas pela transcendência, procurando ajudá-las sem nada pedir em troca, nem mesmo a simpatia doutrinária, pois quem ajuda não tem o direito de impor coisa alguma;
c) Eleva-se aos planos superiores para ligar-se a Kardec e sua obra, a todos os espíritos esclarecidos que lutam pela propagação do Espiritismo no mundo e a Deus e a Jesus na Solidariedade cósmica dos mundos solidários.

Nessas três dimensões a Solidariedade Espírita realiza, como que apoiada em três poderosas alavancas, o esforço supremo de elevação do mundo, estimulando a transcendência humana. As mentes que ainda não atingiram a compreensão desse processo podem fechar-se em grupos e instituições de tipo igrejeiro, isolando-se em seus ambientes de furna, onde os espíritos mistificadores e embusteiros se acoitam facilmente. Mas na proporção em que os adeptos assim isolados, ou pelo menos alguns deles, procurarem realmente compreender a doutrina, à situação se modificará, despertando os indolentes para atividades maiores.
Todo trabalho espírita é exigente e penoso, porque faz parte de uma grande batalha – a da Redenção do Mundo, iniciada pelo jovem carpinteiro Jesus, filho de Maria e José. Essa batalha não é a de Deus contra o Diabo, o estranho anjo de luz que se revoltou para fundar o inferno. Essa ingênua concepção das civilizações agrárias e pastoris teve o seu tempo e sua função, o seu efeito de controle em fases de barbárie, mas não passa de uma alegoria inadequada ao nosso tempo. Tudo no Evangelho, como Kardec demonstrou, desde que afastado do clima mitológico, torna-se claro e demonstra a posição evidentemente racional do Cristo. O jovem carpinteiro não pertencia à Era Mitológica e encerrou essa era com a sua passagem pela Terra e a propagação do seu ensino. O mito vingou-se dele, pois o transformou também em mito. Por muito tempo, até aos nossos dias, a figura humana de Jesus figurou na nova mitologia, na fase romana do Renascimento Mitológico, em que se destacou a figura do imperador Juliano, o Apóstata, que depois de aceitar o Cristianismo apostatou-se e empenhou-se na salvação dos seus deuses antigos. Os resíduos da mentalidade mitológica das civilizações arcaicas, particularmente a Grega e a Romana, reagiram, como era natural, contra o racionalismo cristão. Dessa maneira, na mente das populações bárbaras do império Romano decadente, Jesus foi transformado num mito da Era Agrária. Os padres e bispos do Cristianismo nascente, todos impregnados pela carga mitológica de um longo passado de ignorância e superstições, não foram capazes de compreender o racionalismo das proposições cristãs. Pelo contrário, cheios de temor e de espanto, contribuíram para a deformação do Cristianismo. Antes e depois da queda do império, os cristãos fizeram concessões necessárias aos povos bárbaros para absorvê-los no seio da Religião Redentora. Onde quer que os cristãos se impussessem pela força do número e das armas, as igrejas pagãs eram transformadas em templos cristãos, conservando-se cautelosamente as tradições mitológicas mais arraigadas. O exemplo clássico e mais conhecido dessa tática romana é a Catedral de Notre Dame, em Paris, que ainda guarda nos seus subterrâneos os restos do templo pagão da Deusa Lutécia. A Deusa pagã foi conservada no templo, mas com o nome de Nossa Senhora, para que o povo ingênuo aceitasse assim o culto cristão a Maria sob o prestígio secular da deusa pagã. Blavatsky lembra que a Deusa Céres, divindade da fecundação e em muitas regiões, mais especificamente, deusa dos cereais, forneceu ao Cristianismo nascente uma das mais conhecidas imagens de Nossa Senhora, em que ela é representada com o manto estrelado do Céu, em pé sobre o globo terreno: Céres cobrindo a Terra com seu manto celeste para fecundá-la. Esse mesmo processo de transposição ocorre hoje no Sincretismo Religioso Afro-Brasileiro e nas formas de sincretismo de outros países da América, onde os ritos e as figuras dos deuses ou santos católicos são absorvidos pelas religiões africanas transplantadas pelo tráfico negreiro de escravos ao novo continente. Jesus virou Oxalá, Nossa Senhora virou Iemanjá, São Jorge virou Ogum (deus da guerra), São Sebastião virou Oxum (deus da caça, e assim por diante).
Basta lermos o Livro de Atos dos Apóstolos, no Evangelho, e as epístolas de Paulo (anteriores aos Evangelhos) para termos a confirmação dessa verdade histórica. Na primeira epístola de Paulo ao Corintos, no tópico referente aos Dons Espirituais, temos uma descrição viva do chamado culto pneumático (do Grego: Pneuma, sopro, espírito), as sessões mediúnicas realizadas pelos primeiros cristãos e nas quais, segundo as pesquisas históricas modernas, que confirmam os dados da Tradição, manifestavam-se espíritos inferiores cheios de ódio a Cristo. Essas manifestações assustadoras foram consideradas como diabólicas, reforçando a imagem tradicional do Diabo na mente ingênua dos adeptos.

A luta entre o Bem e o Mal é simplesmente o processo dialético da evolução. O Mal é a ignorância, o atraso, a superstição. O Bem é o conhecimento, o progresso, a adequação da mente à realidade. Essa é a grande luta das coisas e dos seres, figurada na revolta absurda de Luzbel, o anjo de luz que se entregou à inveja e converteu-se em adversário de Deus. Esses símbolos de um passado bárbaro e longínquo ainda prevalecem na Terra como resíduos míticos que o tempo desgasta na proporção em que a Cultura se desenvolve. A Ciência incumbiu-se de ajustar a mente humana à realidade terrena, mas os homens se envaideceram e negaram-se a si mesmos nas idéias materialistas, colocando-se abaixo de tudo quanto existe. Duro castigo que o orgulho humano ainda não reconheceu. A Ciência afirma que nada se perde na Natureza, tudo se transforma. O homem aprova isso com entusiasmo e sorri de si mesmo (sem perceber), pois só ele não subsiste, só ele é pó que reverte ao pó. Essa é a verdadeira queda do homem, que se rebaixa ao pó num mundo em que tudo se eleva incessantemente na direção dos planos superiores. A tentação simbólica de Jesus no deserto assemelha-se à tentação de Buda na floresta. É a tentação dos homens pelas fascinações dos bens terrenos. Quando o homem se apega a terra (com t minúsculo, porque a terra que pisamos e não o Globo Terreno), ele se nega evoluir e é castigado pelas forças da evolução, que o impelem a sair da sua toca de bicho para atingir a condição existencial da espécie. A lei da existência não é o pó, mas a transcendência. Pode o homem andar de joelhos pelas ruas e as estradas, jejuar, mortificar-se, ciliciar-se quanto quiser, mas com isso não se tornará melhor. Voltará às reencarnações difíceis e dolorosas para aprender, no sofrimento e na decepção, que não se busca Deus rastejando, mas elevando-se no amor e na dedicação aos outros. As práticas religiosas de purificação são egoístas, aumentam a miséria humana e o apego do homem a si mesmo. As tentações que sofremos não vêm do Diabo, mas de nós mesmos, da nossa ignorância e do nosso apego hipnótico aos bens perecíveis da vida terrena. O Diabo é o Bicho-Papão dos adultos, o espantalho dos supersticiosos. Giovanni Papini, escritor católico italiano, contemporâneo, em seu livro IL DIAVOLO, escandalizou o Vaticano, pregando a conversão do Diabo. Não conseguia admitir esse mito impiedoso em sua teologia. O Padre Teilhard de Chardin, em seus estudos teológicos, negou a condenação eterna do Diabo. O Espiritismo se limita a mostrar a natureza mitológica do Diabo e a demonstrar, prática e logicamente, a impossibilidade da queda do Anjo Luzbel. A evolução espiritual é irreversível. O espírito que se elevou ao plano angélico não pode regredir, não pode ter inveja e outros sentimentos humanos. O anjo-mau é uma contradição em si mesmo, pois a Angelitude é a condição divina que o espírito busca e atinge na existência. A luta do homem para transformar o mundo é a luta do homem consigo mesmo, pois é ele quem faz o mundo, e o faz à sua imagem e semelhança. Deus criou a Terra e todos os mundos do espaço, mas deu cada mundo aos homens que os habitam, para que eles aprendam o seu ofício paterno de Criador, tentando criar o mundo humano que lhes compete. É evidente que existe o mundo físico, material, em que nascemos, vivemos e morremos. E é também inegável que, sobre esse mundo físico e com os seus materiais, os homens construíram um mundo diferente, feito de artifícios humanos. O mundo material e sua contraparte espiritual (que os cientistas começam a descobrir como antimatéria) constituem o mundo natural. Mas sobre ambas as partes desse mundo natural os homens constroem os seus mundos fictícios. Cada Civilização é um mundo imaginário que o homem constrói com o seu trabalho, modelando em argila e pedra os seus sonhos e as suas ilusões. Esses mundos artificiais são o reflexo das ideações humanas na matéria. Nós os criamos, alimentamos, desenvolvemos, dirigimos e matamos. Os mundos bárbaros criados na Terra eram ingênuos; os mundos civilizados apresentam uma gradação que reflete a evolução humana, indo das civilizações agrárias, fantasiosas e alegóricas, até às grandes civilizações orientais, massivas e arrogantes e às Civilizações Teocráticas, míticas e supersticiosas; chegando às Civilizações Cientificas, politeístas e pretensiosas, que se transformam em Civilizações Tecnológicas, materialistas e conflitivas, que morrerão para dar lugar à Civilização do Espírito, na busca cultural da Transcendência. Segundo Toynbee, mais de vinte grandes civilizações já existiram na Terra. Agora está surgindo aos nossos olhos e sob nossos pés uma Nova Civilização – a do Espírito – que podemos chamar de Cósmica ou Espiritual. É para preparar o advento dessa Civilização do Espírito que o Espiritismo surgiu. Não adianta querermos fazer do Espiritismo uma religião dogmática, carregada de misticismo tolo ou de materialismo alienante. As novas gerações que se encarnam para realizá-la não temem a Deus nem o Diabo, simplesmente confiam nos planos irreversíveis do Deus, que se executam segundo as leis da consciência humana em relação telepática permanente com as entidades angélicas a serviço de Deus. O Espiritismo é a Plataforma de Deus, aprovada pelos Espíritos Superiores para a transformação e elevação da Terra.

Mensagem de Chico Xavier por Wagner da Paixão

CONVITES DA VIDA


Caros irmãos e dedicadas irmãs: Deus nos abençoe e nos inspire o Bem!

Abraçamos, no Espiritismo Cristão, o mais sublime ideal do amor e da caridade, e porque
nos sentimos irmanados a Jesus, em Sua magna missão de resgatar almas e corações em
sofrimento, temos a luz divina a nos descortinar o futuro promissor, na medida em que
desenvolvemos habilidades morais, através da usina maravilhosa dos sentimentos
a situar-se em nossos corações...

O tempo renovado na Terra é um convite amoroso de Deus, buscando-nos os valores já
revelados de alma ou mesmo induzindo-nos a outras conquistas interiores, no trato
com a vida infinita e em viva relação de amor com os semelhantes...

Para muitos irmãos nossos, meus amigos, o culto da fé em obras de assistência e amor
aos semelhantes parece alienação ou sinal de pouca intelectualidade...

Sem qualquer recriminação à interpretação dos que assim julgam, indagaríamos sobre
o poder dos pensamentos sobre as ocorrências, sobre as coletividades, sobre os
elementos do próprio destino...

Meus Deus!... – suspiramos, admirado – Não são exatamente os dons da alma, do Espírito,
tantas vezes denominados gênio, inteligência, força moral, etc..., que geraram a cultura hoje
sistematizada no Orbe, ordenando a vida social, os fundamentos da justiça e todo o
progresso que, objetivamente, se assenta nessas bases de fé e visão, de otimismo e crença,
de concepções e anseios sentimentais?!...

A vida é tão bela e tão promissora, mesmo na Terra onde a violência e o sofrimento ainda
dominam, que mesmo o estrume – tido por elemento desprezível e agressor – é o bendito
adubo que patrocina, na base das plantas, as rosas mais perfumosas e os frutos mais
suculentos que enriquecem as nossas mesas!...

Por isso, meus amigos, Jesus é o nosso Sol de Amor e de Sabedoria!

Respeitamos todos os trabalhadores do Globo, de todas as épocas históricas e entendemos
até mesmo a existência das guerras fratricidas à luz da Lei de Destruição tão bem exarada na
genuína obra que revelou a Doutrina Espírita ao Mundo; todavia, não há grandeza espiritual
maior que o tratado iluminativo e santificante do Evangelho, que pode ser interpretado pelo
próprio coração de Nosso Senhor Jesus Cristo, à nossa disposição!...

Temos, assim, meus irmãos, incontáveis motivos para vencer desafios e dores, amarguras e
desentendimentos circunstanciais, pois a vida se constitui de convites amorosos de Deus
a Seus filhos, estejam eles aonde estiverem ou se posicionem como nem imaginamos...

O amor é o nosso clima de florescimento e é também o nosso galardão sem fim!

Amemos – eis a nossa missão para a Eternidade...

Amemos os semelhantes, a nós mesmos, a Natureza, as dores e as alegrias, porque,
definitivamente, amigos, tudo concorre para o nosso progresso – que é o caminho da felicidade
sem sombras!

Que o Alto nos envolva na tarefa de melhorar-nos para melhorarmos a Terra. E que, a cada
trecho de nossa jornada comum, o sentimento iluminado pela fé se revele em perdão e caridade!

Chico Xavier

(Mensagem psicografada pelo médium Wagner G. Paixão em reunião pública do Grupo Espírita
da Bênção, em Mário Campos, MG, na noite do dia 02/01/2012)

Mensagem de Tiradentes por Wagner da Paixão

LIBERTAÇÃO ESPIRITUAL


Ninguém escarneça da vida, em suas expressões dadivosas e de sabor infinito!...

Os ideais formulam bases intelecto-morais na mente dos que se experimentam nos corpos carnais e serão esses ideais de referência e iniciação no

Universo Causal de Deus que se fundirão em virtudes santas, apresentando à alma que sofre e persiste as Bem-aventuranças...

Admirável, meus filhos, é o encadeamento da nossa história humana, apesar das idiossincrasias, das insensatezes e das violências desnecessárias, atentando sempre contra a liberdade de pensar e agir, impondo o seu jugo tirânico e estabelecendo os desvios lamentáveis que corrompem, infelicitam e fazem perder tantos corações incautos!...

Nossas experiências se refundem no cadinho do tempo, amalgamando a vera filosofia, enaltecendo os imortais princípios, mas acima de tudo convertendo os seres à verdade inalterável do Amor!

Toda luz é manifestação do gênio e todo gênio é obra do esforço continuado, da busca sem temor, da doação de si aos ideais, sejam eles quais sejam!...

Deus, filhos, corrige o coração equivocado com a vergonha do malfeito e projeta o que se santifica pela força da espiritualização, nascida da fé - essa visão gloriosa do futuro!...

O Evangelho de Jesus Cristo, por isso mesmo é a excelência do progresso e da evolução a deitar luz e benção, orientação e força sobre os Espíritos que a Ele, o Evangelho, se submetem!

Ao Espiritismo compete a genuína restauração do testamento cristão, em suas puríssimas e sacrossantas expressões do Amor de Deus!

Convosco, em caravanas que se estendem por todo o Planeta, nesta hora grave de transformação, somos os irmãos mais sofridos e mais experimentados nas lutas depuradoras a vos conclamar:   – Vinde conosco e zelai pelo patrimônio de vossa libertação espiritual; sede humildes  e caridosos a fim de que possais enxergar e sentir o apelo do Senhor convertendo-o em pão para os famintos, tanto quanto consolação e paz para os aflitos!...

Embora muitos irmãos nossos, indiferentes e corrompidos, olvidem os convites de Deus através da vida infinita, prossigamos intimoratos!...

O mal que sofremos é hoje, à luz do Cristo, o adubo de experiência e autoridade moral que nos converte em trabalhadores da última hora!

Confiai e segui; na obra da fraternidade, o Bem é o nosso templo e nele o Pai nos revelará Seus dons infinitos!...

TIRADENTES.

(Mensagem psicografada por Wagner Gomes da Paixão no dia 30/03/2012 por ocasião do Seminário Espírita da Região do Inconfidentes em Ouro Preto-MG)

BRILHE VOSSA LUZ

(PREFÁCIO)
       Meu amigo, no vasto caminho da terra, cada criatura procura o alimento espiritual que lhe corresponde à posição evolutiva.
         A abelha suga a flor, o abutre reclama despojos, o homem busca emoções, cada espírito exige tipos especiais.
         Há os sofredores inveterados que outra coisa não demandam além do sofrimento, pessimistas que se enclausuram em nuvens negras, atendendo a propósito deliberado, durante séculos. Suprem a mente de torturas contínuas e não pretendem construir senão a piedade alheia, sob a qual se comprazem.
         Temos os ironistas e caçadores de gargalhadas que apenas solicitam motivos para o sarcasmo de que se alimentam.
         Observemos os discutidores que devoram páginas respeitáveis, com o único objetivo de recolher contradições para sustentarem polêmicas infindáveis.
         Reparamos os temperamentos enfermiços que sorvem tóxicos intelectuais, através de livros menos dignos, com a incompreensível alegria de quem traga envenenado licor.
         Nos variados climas do mundo, há quem se nutra de tristeza, de insulamento, de prazer barato, de revolta, de conflitos, de cálculos, de aflições, de mentiras...
         O discípulo de Jesus, porém – aquele homem que se entediou das substâncias deterioradas da experiência transitória-, pede a luz da sabedoria, a fim de aprender a semear o amor em companhia do Mestre...
         Para os companheiros que esperam ávida renovada em Cristo, famintos de claridade eterna, foram escritas as páginas deste livro despretensioso.
         Dentro dele, não há palavras de revelação sibilina.
         Traduz, simplesmente, um esforço para que nos interemos no Evangelho, celeiro divino do nosso pão de imortalidade.
         Não é exortação, nem profecia.
         É apenas um convite.
         Convite ao trabalho santificante, planificado no Código do Amor Divino.
         Se a candeia ilumina, queimando o próprio óleo, se a lâmpada resplende, consumindo a energia que a usina lhe fornece, ofereçamos a instrumentalidade de nossa vida aos imperativos da perfeição, para que o ensinamento do Senhor se revele, por nosso intermédio, aclarando a senda de nossos semelhantes.
         O Evangelho é o Sol da Imortalidade que o espírito reflete, com sabedoria, para a atualidade do mundo.
         Brilhe vossa luz! – proclamou o Mestre.
         Procuremos brilhar! – repetimos nós
Emmanuel
Pedro Leopoldo, 25 de Novembro de 1951.
Livro Vinha de Luz. Psicografia de Francisco Cândido Xavier

Comentário do blog.
O  reino esta dentro de nós, em nossa consciencia;  transforma-lo em reino de Deus, nos convida a uma vida de abnegação na construção de valores eternos, nos tornando luz e instrumento de Deus na execução de suas obras.

Obsessão no Centro Espírita


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Enganam-se quantos imaginam que os espíritos obsessores não tenham acesso à casa espírita, influenciando os medianeiros que nela trabalham.
Os espíritos têm acesso a qualquer lugar para o qual se sintam atraídos, seja pelas atitudes de invigilância ou pelos pensamentos infelizes de quem lhes ofereça sintonia.
Um centro espírita pode, perfeitamente, estar sob a direção espiritual de entidades não evangelizadas, de espíritos que não tenham comprometimento com o Evangelho. Díriramos mesmo que, determinados núcleos espíritas, ou que se rotulem com tais, são verdadeiros quartéis-generais de espíritos inimigos da Doutrina, entidades pseudo-sábias e sofistas cuja única preocupação é a de estabelecer a cizânia.
Na casa espírita onde predominem os bons sentimentos de seus freqüentadores, o desejo do bem e o estudo da Doutrina, os espíritos obsessores não têm acesso podem até, como na maioria das vezes acontece, mover-lhe uma perseguição externa, na tentativa de atingi-la indiretamente, mas não conseguem varar o bloqueio natural que a preserva do assédio direto das trevas.
Existem pontos no centro espírita sobre os quais os seus dirigentes carecem de exercer uma maior vigilância.
Já tivemos oportunidade de nos referir aos perigos de uma reunião de desobsessão desorganizada, levada a efeito sem os devidos cuidados doutrinários. Uma outra atividade, todavia, que pode dar margem a muita perturbação para o grupo é justamente a relacionada ao passe. Como percebemos sempre uma tarefa ligada ao exercício da mediunidade.
Dentro da cabina de passe, os médiuns carecem estar sempre atentos, cooperando na vigilância uns dos outros. Costuma ser ali que os espíritos obsessores, valendo-se da proximidade física das pessoas, encontram facilidade para se insinuarem com os seus pensamentos maledicentes. Nada, por exemplo, de um médium atender sozinho no passe uma pessoa do sexo oposto ou de sentir necessidade de tocar o corpo de quem está se beneficiando dos recursos terapêuticos dispensados no momento do passe. Nada, ainda, de dar passividade pela incorporação às entidades espirituais que possivelmente estejam acompanhando o assistido... A mediunidade legítima é sempre exercida com discrição.
Costumam ser no instante no passe, devido ao grande afluxo de encarnados na instituição, que os médiuns se fragilizam a obsessão, não raro, pode começar a se instalar por um simples olhar invigilante!
O médium ainda algo personalista, querendo se prevalecer sobre os demais, não se contenta com a transmissão do passe transmite, a todo momento, supostos recados do Mais Além a quem sai, fornece diagnósticos a respeito de enfermidades inexistente, fazem previsões absurdas, descrevem quadros de sua imaginação... Este comportamento necessita ser combatido, para que, por exemplo, um médium de faculdades promissoras não extrapole.
É na cabina de passes que muitos medianeiros começam a acalentar a idéia de um trabalho de cura só para si!
Quando o médium perde a simplicidade sentimento de auto defesa que lhe garante imunidade contra a obsessão -, ele se transfigura em intérprete da perturbação, passando a ser na casa espírita um problema de difícil solução.

Livro: Conversando com os médiuns.

ESPÍRTO: Odilon Fernandes.
MÉDIUM: Carlos A Baccelli.

Prefácio do Evangelho Segundo o Espiritismo

Prefácio
Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos Céus, qual
imenso exército que se movimenta ao receber as ordens do seu
comando, espalham-se por toda a superfície da Terra e, semelhantes
a estrelas cadentes, vêm iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em
que todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro
sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas,
e os cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos,
a vós homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei
uníssonas vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam
e repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de
vós. Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração,
fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor!
Senhor!... e podereis entrar no reino dos Céus.
O ESPÍRITO DE VERDADE
Nota – A instrução acima, transmitida por via mediúnica, resume a
um tempo o verdadeiro caráter do Espiritismo e a finalidade desta
obra; por isso foi colocada aqui como prefácio.