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terça-feira, 17 de julho de 2012

Jesus e o Consolador Prometido


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Escrito por J. Herculano Pires   

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"Jesus Cristo disse: Enviarei o Consolador. E ele já veio, mas o mundo ainda não o sabe!" Estas palavras foram proferidas por um dos mais notáveis escritores contemporâneos, sir Arthur Conan Doyle, na sessão de abertura do Congresso Espírita Internacional, realizado em Londres, de 7 a 12 de setembro de 1928.
O que é esse Consolador, prometido por Jesus? É aquele Espírito de esclarecimento e de justiça, que viria lembrar o que Jesus ensinara, completar o seu ensino, e guiar o homem "a toda a verdade". E quem disse essas coisas a seu respeito, senão o próprio mestre, como vemos em João, 14 e 16? Há quem afirme que Jesus ensinou tudo e nada deixou para outros ensinarem. Mas, quem pode ter autoridade para desmentir o mestre, uma vez que foi ele mesmo quem afirmou: "Tenho ainda muito o que vos dizer, mas não o podeis suportar agora; quando vier, porém, aquele Espírito de Verdade, ele vos guiará a toda a verdade". (João, 16:12-13).

Quem disse, pois, que não havia completado o seu ensino, foi o próprio Senhor. E fez mais, prometendo o Espírito de Verdade, para o completar. Os teólogos explicam, por várias maneiras, esta passagem, ajustando-a a seus diversos sistemas. Mas Kardec acentua, no capítulo sexto de O Evangelho segundo o espiritismo, com simplicidade e clareza: "Se o Espírito de Verdade deve vir mais tarde, para ensinar todas as coisas, é que nem tudo foi dito por Jesus Cristo; e se vem recordar o que Ele disse, é porque isso foi esquecido ou mal compreendido".
Em João, 16:12, a razão da vinda do Espírito da Verdade está bem esclarecida. Jesus afirma que os homens do seu tempo ainda não podiam suportar a verdade em sua plenitude. Isso é tão claro como a luz meridiana. E a história nos mostra que assim era, de fato, pois os homens acabaram misturando os ensinos de Jesus com religiões e filosofias pagãs, para construírem sistemas de cultos e de teologia que não foram ensinados pelo mestre. A Reforma Protestante foi um grande esforço para libertar o Cristianismo dos enxertos pagãos. E foi também o primeiro sinal do Espírito de Verdade, que viria logo mais, fora das igrejas e das organizações sacerdotais, exatamente como acontecera na vinda de Jesus, para lembrar aos homens a essência dos ensinos do mestre e dar-lhes a explicação exata do processo da vida.
Compreende-se, assim, a expressão de Conan Doyle. O grande escritor lamentava a incompreensão da maioria dos homens, que repetem em nossos dias a mesma atitude dos judeus no tempo de Jesus. O Espírito da Verdade veio ao mundo na hora precisa. E é ainda Kardec quem melhor o esclarece, no seu livro A gênese. Porque foi necessário que os homens trabalhassem durante quase dois milênios, aprimorando seus conhecimentos e elevando o seu mental, para se tornarem capazes de o compreender. Quem ensina, pois, através do Espiritismo, não é Kardec nem são os kardecistas, mas o Espírito de Verdade, entidade angélica, superior, enviada do Cristo, seguida por uma grande falange de Espíritos do Senhor. A promessa se cumpriu, e felizes os que têm olhos para ver a sua realização na Terra!
O mais curioso, porém, em tudo isso, é que as acusações formuladas a Jesus, aos seus discípulos e à sua doutrina, por judeus, gregos e romanos, são repetidas hoje, por cristãos e não-cristãos, ao Espírito de Verdade e seus servidores. O espiritismo é acusado, inclusive de não possuir um sistema ético, quando esse sistema é o do próprio Cristo. A moral espírita não é outra senão a moral evangélica, como qualquer pessoa desapaixonada pode ver, na simples leitura de O livro dos espíritos e de O evangelho segundo o espiritismo. Os espíritos são acusados de bruxos, de feiticeiros, como os cristãos primitivos o foram. E nega-se a filosofia espírita, da mesma maneira por que os estoicos, os epicuristas e os céticos negavam a filosofia cristã, e os sacerdotes judeus e pagãos negavam valor filosófico a Jesus e aos seus seguidores.
Graças a Deus, os espíritos estão aprendendo a sua doutrina, penetrando mais a fundo na essência poderosa do Evangelho de Jesus, que os ajuda a se transformarem, e assim já não aceitam esses desafios antifraternos. Preferem manter-se firmes em seus princípios, confiantes na força da verdade, e responder às agressões com esclarecimentos. Não consideramos as interpretações evangélicas dos outros, as formas religiosas alheias, como simples formas de divertimento. Aprendemos, no Evangelho, a respeitar os sentimentos e as convicções dos demais. Aquele que nos ensinou o amor como base da vida espiritual, e nos mandou amar até os inimigos, não aprovaria, certamente, nossas agressões sectárias a irmãos de outras crenças.
Esta seção não tem finalidade polêmica. É uma porta aberta ao público leitor, para conhecimentos da doutrina espírita, como as seções católicas e protestantes o são, com referência às respectivas doutrinas. Mas, quando irmãos de outras crenças vêm bater, ansiosos e aflitos, à nossa porta, não podemos recusar-lhes a hospitalidade. Que Jesus nos ampare, a fim de não nos desviarmos, nunca, do nosso objetivo, que é revelar, a todos os que se interessam pela verdade, aquilo que o Espírito de Verdade nos ensinou, através da doutrina consoladora do espiritismo.



Extraído do livro O mistério do bem e do mal, Editora Correio Fraterno, contendo as crônicas de J. Herculano Pires, publicadas no jornal Diário de São Paulo, entre 1957 e 1970, com o pseudônimo de Irmão Saulo

ALVORADA DO REINO

Prefácio do Livro Alvorada do Reino
Espírito: Emmanuel
Livro - 307 / Ano - 1988 / Editora - IDEAL

Disse-nos Jesus
"O Reino de Deus está dentro de vós".
Que interpretação devemos dar à semelhante afirmativa? Se o Reino de Deus está dentro de nós, por que as práticas religiosas para encontrá-Lo? perguntam-nos muitos amigos.
As práticas religiosas respeitáveis são sempre valioso trabalho para que venhamos a desentranhá-lo das sombras que conhecemos sob os nomes de "vaidade", "orgulho", "crueldade", "ódio", "indiferença", "egoísmo", "indisciplina" e "inconformação" - sombras que nos envolvem o sentimento, ao modo do cascalho que encerra o diamante.
Comparemos os prenúncios do Reino de Deus em nós com a alvorada de cada dia.
O Sol que nos sustenta não aparece de jato no firmamento. Na escuridão das primeiras fases da madrugada começam a surgir aberturas róseas de luz, aqui e ali, quando não estejam sob o peso de nuvens que lhes ocultam temporariamente a beleza.
O processo de liquidação das trevas é sutil e vagaroso.
Os núcleos luminosos, somente a pouco e pouco, aumentam em brilho e número, até que as sombras, necessariamente extintas, abandonem os Céus, para que o Sol resplandeça e alimente todas as vidas que evoluem na Terra.
Assim também nós, sob a carapaça das importações e defeitos, adquiridos em múltiplas estâncias de trabalho e experiência, com o esforço de auto-aperfeiçoamento que as revelações religiosas nos oferecem, vamos criando forças de libertação com as quais surgem os primeiros clarões de vida nova, em meio das sombras que ainda se nos adensam no campo íntimo, em forma de faltas e desacertos porque, atravessando dificuldades numerosas, vamos, assim, multiplicando os valores espirituais em nós mesmos, rejubilando-nos com os pontos de luz interna que vamos adquirindo, até que os nossos nevoeiros se disfarçam e possamos usufruir as irradiações do Reino de Deus, em nós próprios, identificando-nos com a Imortalidade em plena luz.

Emmanuel
(Uberaba, 15 de março de 1988)