Subjugação
Etapa grave no curso das obsessões, caracterizada pela perda do discernimento e da emoção, o estágio da subjugação representa o clímax do processo ultriz que o adversário desencarnado impõe à sua vítima, em torpe tentativa de aniquilar-lhe a existência física.
A perfeita afinidade moral entre aqueles que experimentam a pugna infeliz, traduz o primarismo evolutivo em que desenvolvem os sentimentos, razão pela qual acoplam-se, perispírito a perispírito, impondo o algoz a vontade dominadora sobre quem lhe padece a ferocidade, por cujo doloroso meio lapida as arestas remanescentes dos crimes perpetrados anteriormente.
A subjugação é o predomínio da vontade do desencarnado sobre aquele que se lhe torna vítima, exaurindo-lhe as energias e destrambelhando-lhe os equipamentos da aparelhagem mental.
Noutras vezes, a radiação'>irradiação mental perniciosa que lhe é descarregada com pertinácia, alcança-lhe a sede dos movimentos ou o núcleo perispiritual das células, provocando desconsertos que se transformam em paralisias, paresias e distúrbios degenerativos outros de variada etiopatogenia.
O perseguidor enceguecido pelo ódio ou vitimado pelas paixões inferiores longamente acalentadas, irradia forças morbíficas que o psiquismo daquele que lhe infligiu a amargura assimila por identidade vibratória e se torna decodificada no organismo, produzindo os objetivos anelados pelo obsessor.
Em ordem inversa, a onda de amor e de prece, de envolvimento caridoso e fraternal, termina por encontrar receptividade tão logo o paciente se deixe sensibilizar, transformando-a em harmonia e saúde, bem estar e paz.
Todos os fenômenos ocorrem no campo das equivalentes sintonias, sem as quais são irrealizáveis.
Desse modo, a violência registrada nas agressões para a subjugação, somente encontra ressonância por causa da afinidade entre aqueles que se encontram incursos no embate.
Normalmente o processo é lento e persuasivo, provocando danos que se prolongam no tempo, enquanto são minadas as forças defensivas para o tombo irrefragável nas malhas da pertinaz enfermidade espiritual.
O processo cruel da obsessão de qualquer matiz tem suas raízes sempre na conduta moral infeliz das criaturas pelo cultivar da sua inferioridade em contraposição aos apelos elevados da vida, que ruma para a Suprema Vida.
Enquanto permaneçam os Espíritos afeiçoados às heranças do estágio primitivo, mantendo o egotismo exacerbado, graças ao qual humilha e persegue, trai e escraviza, explora e infunde pavor ao seu irmão, permanecerá aberto o campo psíquico para as vinculações obsessivas.
Somente uma radical transformação de conceito ético entre os homens terrestres é que os mesmos disporão de recursos seguros para se prevenirem obsessões.
No entanto, porque vicejem os propósitos inferiores em predomínio em a natureza humana, sucedem-se as complexas parasitoses obsessivas.
Agravada pela alucinação do perseguidor, a subjugação encarcera na mesma jaula aquele que a fomenta.
Emaranhando-se nos fulcros perispirituais do encarnado, termina por fixar-se-lhe emocionalmente, permanecendo presa da armadilha que urdiu.
A subjugação é perversa maquinação do ódio, da necessidade de desforço a que se escravizam os Espíritos dementados pela falta de paz.
Cultivando os sentimentos primários e encerrando a mente nos objetivos da vingança cerram-se na sombra da ignorância, perdendo o contato com a razão e a Divindade, enquanto não se permitem a felicidade que acusam de havê-los abandonado.
Ambos desditosos – o subjugado e o subjugador – engalfinhando-se na peleja sem quartel, não se dão conta que somente o amor consegue interrompê-la.
De tratamento muito delicado e complexo, o resultado ditoso depende da renovação espiritual do paciente, na razão em que desperte para a seriedade da conjuntura aflitiva em que se encontra. Simultaneamente, a solidariedade fraternal, envolvendo ambos enfermos em orações e compaixão, esclarecimentos e estímulos para o futuro saudável, conseguem romper o círculo vigoroso de energias destrutivas, abrindo espaço para a ação benéfica, o intercâmbio de esperança e de libertação.
A subjugação desaparecerá da Terra quando o verdadeiro sentimento da palavra amor for vivido e espraiado em todas as direções, conforme Jesus apresentou e vivenciou até o momento da morte, e prosseguindo desde a ressurreição gloriosa até aos nossos dias.
Jornal Mundo Espírita de Fevereiro de 2000
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
segunda-feira, 16 de setembro de 2013
Sintomas de Mediunidade
Sintomas de Mediunidade
A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.
À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.
Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.
Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.
Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.
Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.
Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.
Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.
Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.
Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.
Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.
O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.
Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.
A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.
A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.
Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.
Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.
A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.
É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.
Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.
Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.
Manoel Philomeno de Miranda
A mediunidade é faculdade inerente a todos os seres humanos, que um dia se apresentará ostensiva mais do que ocorre no presente momento histórico.
À medida que se aprimoram os sentidos sensoriais, favorecendo com mais amplo cabedal de apreensão do mundo objetivo, amplia-se a embrionária percepção extrafísica, ensejando o surgimento natural da mediunidade.
Não poucas vezes, é detectada por características especiais que podem ser confundidas com síndromes de algumas psicopatologias que, no passado, eram utilizadas para combater a sua existência.
Não obstante, graças aos notáveis esforços e estudos de Allan Kardec, bem como de uma plêiade de investigadores dos fenômenos paranormais, a mediunidade vem podendo ser observada e perfeitamente aceita com respeito, face aos abençoados contributos que faculta ao pensamento e ao comportamento moral, social e espiritual das criaturas.
Sutis ou vigorosos, alguns desses sintomas permanecem em determinadas ocasiões gerando mal-estar e dissabor, inquietação e transtorno depressivo, enquanto que, em outros momentos, surgem em forma de exaltação da personalidade, sensações desagradáveis no organismo, ou antipatias injustificáveis, animosidades mal disfarçadas, decorrência da assistência espiritual de que se é objeto.
Muitas enfermidades de diagnose difícil, pela variedade da sintomatologia, têm suas raízes em distúrbios da mediunidade de prova, isto é, aquela que se manifesta com a finalidade de convidar o Espírito a resgates aflitivos de comportamentos perversos ou doentios mantidos em existências passadas. Por exemplo, na área física: dores no corpo, sem causa orgânica; cefalalgia periódica, sem razão biológica; problemas do sono - insônia, pesadelos, pavores noturnos com sudorese -; taquicardias, sem motivo justo; colapso periférico sem nenhuma disfunção circulatória, constituindo todos eles ou apenas alguns, perturbações defluentes de mediunidade em surgimento e com sintonia desequilibrada. No comportamento psicológico, ainda apresentam-se: ansiedade, fobias variadas, perturbações emocionais, inquietação íntima, pessimismo, desconfianças generalizadas, sensações de presenças imateriais - sombras e vultos, vozes e toques - que surgem inesperadamente, tanto quanto desaparecem sem qualquer medicação, representando distúrbios mediúnicos inconscientes, que decorrem da captação de ondas mentais e vibrações que sincronizam com o perispírito do enfermo, procedentes de Entidades sofredoras ou vingadoras, atraídas pela necessidade de refazimento dos conflitos em que ambos - encarnado e desencarnado - se viram envolvidos.
Esses sintomas, geralmente pertencentes ao capítulo das obsessões simples, revelam presença de faculdade mediúnica em desdobramento, requerendo os cuidados pertinentes à sua educação e prática.
Nem todos os indivíduos, no entanto, que se apresentam com sintomas de tal porte, necessitam de exercer a faculdade de que são portadores. Após a conveniente terapia que é ensejada pelo estudo do Espiritismo e pela transformação moral do paciente, que se fazem indispensáveis ao equilíbrio pessoal, recuperam a harmonia física, emocional e psíquica, prosseguindo, no entanto, com outra visão da vida e diferente comportamento, para que não lhe aconteça nada pior, conforme elucidava Jesus após o atendimento e a recuperação daqueles que O buscavam e tinham o quadro de sofrimentos revertido.
Grande número, porém, de portadores de mediunidade, tem compromisso com a tarefa específica, que lhe exige conhecimento, exercício, abnegação, sentimento de amor e caridade, a fim de atrair os Espíritos Nobres, que se encarregarão de auxiliar a cada um na desincumbência do mister iluminativo.
Trabalhadores da última hora, novos profetas, transformando-se nos modernos obreiros do Senhor, estão comprometidos com o programa espiritual da modificação pessoal, assim como da sociedade, com vistas à Era do Espírito imortal que já se encontra com os seus alicerces fincados na consciência terrestre.
Quando, porém, os distúrbios permanecerem durante o tratamento espiritual, convém que seja levada em conta a psicoterapia consciente, através de especialistas próprios, com o fim de auxiliar o paciente-médium a realizar o autodescobrimento, liberando-se de conflitos e complexos perturbadores, que são decorrentes das experiências infelizes de ontem como de hoje.
O esforço pelo aprimoramento interior aliado à prática do bem, abre os espaços mentais à renovação psíquica, que se enriquece de valores otimistas e positivos que se encontram no bojo do Espiritismo, favorecendo a criatura humana com alegria de viver e de servir, ao tempo que a mesma adquire segurança pessoal e confiança irrestrita em Deus, avançando sem qualquer impedimento no rumo da própria harmonia.
Naturalmente, enquanto se está encarnado, o processo de crescimento espiritual ocorre por meio dos fatores que constituem a argamassa celular, sempre passível de enfermidades, de desconsertos, de problemas que fazem parte da psicosfera terrestre, face à condição evolutiva de cada qual.
A mediunidade, porém, exercida nobremente se torna uma bandeira cristã e humanitária, conduzindo mentes e corações ao porto de segurança e de paz.
A mediunidade, portanto, não é um transtorno do organismo. O seu desconhecimento, a falta de atendimento aos seus impositivos, geram distúrbios que podem ser evitados ou, quando se apresentam, receberem a conveniente orientação para que sejam corrigidos.
Tratando-se de uma faculdade que permite o intercâmbio entre os dois mundos - o físico e o espiritual - proporciona a captação de energias cujo teor vibratório corresponde à qualidade moral daqueles que as emitem, assim como daqueloutros que as captam e as transformam em mensagens significativas.
Nesse capítulo, não poucas enfermidades se originam desse intercâmbio, quando procedem as vibrações de Entidades doentias ou perversas, que perturbam o sistema nervoso dos médiuns incipientes, produzindo distúrbios no sistema glandular e até mesmo afetando o imunológico, facultando campo para a instalação de bactérias e vírus destrutivos.
A correta educação das forças mediúnicas proporciona equilíbrio emocional e fisiológico, ensejando saúde integral ao seu portador.
É óbvio que não impedirá a manifestação dos fenômenos decorrentes da Lei de Causa e Efeito, de que necessita o Espírito no seu processo evolutivo, mas facultará a tranqüila condução dos mesmos sem danos para a existência, que prosseguirá em clima de harmonia e saudável, embora os acontecimentos impostos pela necessidade da evolução pessoal.
Cuidadosamente atendida, a mediunidade proporciona bem-estar físico e emocional, contribuindo para maior captação de energias revigorantes, que alçam a mente a regiões felizes e nobres, de onde se podem haurir conhecimentos e sentimentos inabituais, que aformoseiam o Espírito e o enriquecem de beleza e de paz.
Superados, portanto, os sintomas de apresentação da mediunidade, surgem as responsabilidades diante dos novos deveres que irão constituir o clima psíquico ditoso do indivíduo que, compreendendo a magnitude da ocorrência, crescerá interiormente no rumo do Bem e de Deus.
Manoel Philomeno de Miranda
O Que É Ser Médium
O Que É Ser Médium
Você se indaga, às vezes, se as sensações que tem sentido são realmente de caráter mediúnico ou apenas estados emocionais ou, ainda, se certos acontecimentos não seriam meras fantasias ou suposições erradas, por ficar impressionado em demasia com tudo o que lhe ocorre.
Porém como saber? Afinal, o que é ser médium?
Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a faculdade mediúnica se mostra de forma ostensiva. Entretanto é bom saber que todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente, como um princípio, uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência terrena.
Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, explica que todos os indivíduos são mais ou menos médiuns, no sentido de que somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos desencarnados que nos desejam influenciar. Isto se dá através da sintonia mental, de forma espontânea e natural, surgindo na mente do indivíduo como uma idéia, um pressentimento, que são também chamados de “intuição”. Isto pode estar sendo lançado por um espírito desencarnado, e a pessoa aceitará a idéia ou não, dependendo do seu livre arbítrio.
Voltemos ao termo “médium”. É importante saber que esta palavra significa “aquilo que está no meio”. Allan Kardec propôs esta terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”, “espírita”, etc. Para designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à Humanidade.
Assim, médium é o intermediário, aquele que intermedia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.
A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo. Muitas criaturas, não conhecendo nada sobre o assunto, ficam amedrontadas, outras temem as responsabilidades que são inerentes ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua faculdade. Evitam de todas as maneiras qualquer conversa ou situação relacionadas com o tema, mas, se os sinais de mediunidade forem muito evidentes, intensos e freqüentes, essas pessoas ficam sujeitas a alguns problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as quais captam sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios negativos.
Mas, afinal, como saber se sou médium ostensivo? É a pergunta que lhe ocorre.
Existem indícios que caracterizam a presença da mediunidade de forma expressiva. O Espiritismo aclara e orienta todo esse processo, auxiliando o médium principiante e possibilitando o exercício da mediunidade de maneira equilibrada e serena, que lhe confere bem-estar e paz interior.
Alguns dos indícios do desabrochar da mediunidade podem ser relacionadas. São eles:
alterações emocionais súbitas;
acentuada sensibilidade emotiva;
vidências;
necessidade compulsiva e inoportuna de escrever idéias que não lhe são próprias;
calafrios, sensação de formigamento nas mãos e na cabeça;
mal-estar em determinados ambientes ou em presença de certas pessoas;
sensações de enfermidades inexistentes.
Estes sintomas podem surgir de forma associada, com maior ou menor intensidade, prevalecendo um ou outro ou vários, conforme a condição espiritual do indivíduo.
Que fique bem claro que alguns desses sintomas citados podem ocorrer, sem que seja necessariamente um sinal de predisposição mediúnica. Outro ponto que merece ser ressaltado é que mediunidade não é doença. Também não deve ser encarada como um privilégio ou, sob outro aspecto, como uma sobrecarga de responsabilidade de tal teor, que somente uns poucos conseguirão levá-la adiante.
O desabrochar da mediunidade representa para o ser humano um horizonte novo que se abre para ele. É um chamamento, um convite a fim de que se volte para o bem, que desperte para as realidades maiores da vida. É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor e disciplina, será sempre fonte de benefícios, em primeiro lugar para o próprio médium.
Às vezes as pessoas têm uma impressão distorcida acerca do Espiritismo pelo que a mídia apresenta, ou seja, pessoas que são médiuns mas que, na verdade, não são espíritas, embora assim se apresentem, e que se utilizam da sua faculdade para aparecerem, para divulgarem suas produções mediúnicas, mas que não têm as características espíritas, cujas orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores, sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.
Se você apresenta as características acima mencionadas, se o que lhe está acontecendo se encaixa nestes pontos relacionados, é provável que a mediunidade lhe esteja sinalizando a busca de uma nova vida, de um caminho novo, espiritualizado, para que você encontre, enfim, o sentido transcendente da vida terrena.
“A mediunidade não veio em minha vida por acaso. É um compromisso que assumi perante a Espiritualidade Maior. É como um convite para reavaliar tudo o que fiz até hoje e recomeçar em bases espiritualizadas e seguras, descobrindo através do intercâmbio com os seres invisíveis um novo caminho para ser feliz.”
Suely Caldas Schubert
Você se indaga, às vezes, se as sensações que tem sentido são realmente de caráter mediúnico ou apenas estados emocionais ou, ainda, se certos acontecimentos não seriam meras fantasias ou suposições erradas, por ficar impressionado em demasia com tudo o que lhe ocorre.
Porém como saber? Afinal, o que é ser médium?
Usualmente, denomina-se médium aquele em quem a faculdade mediúnica se mostra de forma ostensiva. Entretanto é bom saber que todos os seres humanos têm mediunidade em estado latente, como um princípio, uma semente, que poderá ou não desabrochar no curso da existência terrena.
Allan Kardec, o Codificador do Espiritismo, explica que todos os indivíduos são mais ou menos médiuns, no sentido de que somos influenciáveis pelas sugestões alheias, podendo estas partir de espíritos desencarnados que nos desejam influenciar. Isto se dá através da sintonia mental, de forma espontânea e natural, surgindo na mente do indivíduo como uma idéia, um pressentimento, que são também chamados de “intuição”. Isto pode estar sendo lançado por um espírito desencarnado, e a pessoa aceitará a idéia ou não, dependendo do seu livre arbítrio.
Voltemos ao termo “médium”. É importante saber que esta palavra significa “aquilo que está no meio”. Allan Kardec propôs esta terminologia, inclusive as palavras “Espiritismo”, “espírita”, etc. Para designar coisas novas trazidas pelos Espíritos Superiores à Humanidade.
Assim, médium é o intermediário, aquele que intermedia a comunicação de um espírito com as demais pessoas.
A eclosão da mediunidade não depende de religião, idade, raça ou sexo. Muitas criaturas, não conhecendo nada sobre o assunto, ficam amedrontadas, outras temem as responsabilidades que são inerentes ao exercício mediúnico e recusam-se a conscientizar-se acerca da sua faculdade. Evitam de todas as maneiras qualquer conversa ou situação relacionadas com o tema, mas, se os sinais de mediunidade forem muito evidentes, intensos e freqüentes, essas pessoas ficam sujeitas a alguns problemas mais graves decorrentes das presenças espirituais ao seu lado, as quais captam sem saber como se defender ou precaver-se contra assédios negativos.
Mas, afinal, como saber se sou médium ostensivo? É a pergunta que lhe ocorre.
Existem indícios que caracterizam a presença da mediunidade de forma expressiva. O Espiritismo aclara e orienta todo esse processo, auxiliando o médium principiante e possibilitando o exercício da mediunidade de maneira equilibrada e serena, que lhe confere bem-estar e paz interior.
Alguns dos indícios do desabrochar da mediunidade podem ser relacionadas. São eles:
alterações emocionais súbitas;
acentuada sensibilidade emotiva;
vidências;
necessidade compulsiva e inoportuna de escrever idéias que não lhe são próprias;
calafrios, sensação de formigamento nas mãos e na cabeça;
mal-estar em determinados ambientes ou em presença de certas pessoas;
sensações de enfermidades inexistentes.
Estes sintomas podem surgir de forma associada, com maior ou menor intensidade, prevalecendo um ou outro ou vários, conforme a condição espiritual do indivíduo.
Que fique bem claro que alguns desses sintomas citados podem ocorrer, sem que seja necessariamente um sinal de predisposição mediúnica. Outro ponto que merece ser ressaltado é que mediunidade não é doença. Também não deve ser encarada como um privilégio ou, sob outro aspecto, como uma sobrecarga de responsabilidade de tal teor, que somente uns poucos conseguirão levá-la adiante.
O desabrochar da mediunidade representa para o ser humano um horizonte novo que se abre para ele. É um chamamento, um convite a fim de que se volte para o bem, que desperte para as realidades maiores da vida. É uma responsabilidade sim, mas, sendo vivenciada com seriedade, com amor e disciplina, será sempre fonte de benefícios, em primeiro lugar para o próprio médium.
Às vezes as pessoas têm uma impressão distorcida acerca do Espiritismo pelo que a mídia apresenta, ou seja, pessoas que são médiuns mas que, na verdade, não são espíritas, embora assim se apresentem, e que se utilizam da sua faculdade para aparecerem, para divulgarem suas produções mediúnicas, mas que não têm as características espíritas, cujas orientações são sempre voltadas para fins sérios, altruísticos e renovadores, sem qualquer conotação de rituais ou de lucros materiais.
Se você apresenta as características acima mencionadas, se o que lhe está acontecendo se encaixa nestes pontos relacionados, é provável que a mediunidade lhe esteja sinalizando a busca de uma nova vida, de um caminho novo, espiritualizado, para que você encontre, enfim, o sentido transcendente da vida terrena.
“A mediunidade não veio em minha vida por acaso. É um compromisso que assumi perante a Espiritualidade Maior. É como um convite para reavaliar tudo o que fiz até hoje e recomeçar em bases espiritualizadas e seguras, descobrindo através do intercâmbio com os seres invisíveis um novo caminho para ser feliz.”
Suely Caldas Schubert
sexta-feira, 13 de setembro de 2013
Redenção o Salvação
REDENÇÃO
OU SALVAÇÃO
"Se
alguém quer vir depois de mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz,
e siga-me." - (Lucas, 9:23)
No
Espiritismo consagra-se o termo "Redenção"
em vez de "Salvação", pois
este último vocábulo tem o sentido de salvar algo que está
perdido, o que não é o caso do Espírito que está
submetido a um processo evolutivo. Para Deus nenhum de seus filhos está
perdido, e o Evangelho é bem claro quando diz que "o Pai não
quer que nenhuma de suas ovelhas se perca".
Jesus Cristo disse: "Conhecei a Verdade e a Verdade vos libertará", por isso, o termo "Redenção" é mais compatível com as Leis de Deus, pois o Espírito realmente precisa libertar-se do obscurantismo, da superstição e das inferioridades morais, alcançando, pelo esforço próprio, e não pela graça, a sua redenção. Esse objetivo, comum a todos os Espíritos, é conquistado através das vidas sucessivas do Espírito na carne, num esforço incessante para aproximar mais a criatura do seu Criador.
O Pai Celestial é justo e misericordioso, por isso, pode-se afiançar que a teoria da "salvação pela graça", apregoada por algumas religiões terrenas, não resiste a uma análise mais profunda à luz do bom senso e da razão, não se enquadrando, portanto, na Justiça Divina. Na realidade, a aceitação da teoria da "salvação pela graça" implicaria em se conceber Deus como um Pai eivado de parcialidade, em cuja justiça seriam preponderantes os privilégios, as concessões e as discriminações, representando a negação pura e simples dos seus próprios atributos de Pai de justiça, de equidade e de amor.
Jesus Cristo disse: "Conhecei a Verdade e a Verdade vos libertará", por isso, o termo "Redenção" é mais compatível com as Leis de Deus, pois o Espírito realmente precisa libertar-se do obscurantismo, da superstição e das inferioridades morais, alcançando, pelo esforço próprio, e não pela graça, a sua redenção. Esse objetivo, comum a todos os Espíritos, é conquistado através das vidas sucessivas do Espírito na carne, num esforço incessante para aproximar mais a criatura do seu Criador.
O Pai Celestial é justo e misericordioso, por isso, pode-se afiançar que a teoria da "salvação pela graça", apregoada por algumas religiões terrenas, não resiste a uma análise mais profunda à luz do bom senso e da razão, não se enquadrando, portanto, na Justiça Divina. Na realidade, a aceitação da teoria da "salvação pela graça" implicaria em se conceber Deus como um Pai eivado de parcialidade, em cuja justiça seriam preponderantes os privilégios, as concessões e as discriminações, representando a negação pura e simples dos seus próprios atributos de Pai de justiça, de equidade e de amor.
Os
doutores e teólogos das igrejas que admitem essa teoria, certamente se
inspiraram naquilo que pevalece no meio de algumas instituições
de caráter profundamente humano, nas quais se consagram os privilégios,
a parcialidade e a discriminação de grupos e de pessoas. Deus
é soberanamente justo e equitativo, por isso, a teoria da "salvação
pela graça ou pela fé" não suporta análise,
jamais podendo isso prevalecer, pois implicaria em reconhecer a existência
de "eleitos", de "escolhidos" "predestinados",
que é incompatível com a magnitude da Justiça Divina.
Seria muito cômodo, mas atentório à reta Justiça Divina, se houvesse fundamento na teoria "salvação pela graça ou pela fé". As almas alcançariam a sua redenção simplesmente por acreditarem ou terem fé em Deus ou em Jesus Cristo, sem o dispêndio de qualquer esforço em favor da própria evolução. A sentença de Jesus: "A cada um será dado de acordo com as suas obras", conflita, frontalmente, com o Mestre deixou bem claro que a prática das boas ações é condição imprescindível para o Espírito alcançar a sua libertação, ou REDENÇÃO.
Embora o apóstolo Paulo tenha discorrido sobre a "salvação pela graça ou essa idéia, quando, em sua I Epístola ao Coríntios (13:2-13) faz a apologia da caridade, situando-a acima de quaisquer outras virtudes, dizendo que "se eu tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, e não tivesse caridade, isso nada representaria". "Agora, pois, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; porém a maior delas é a caridade. De forma idêntica, o apóstolo Tiago Menor (Epístola Universal, 2:17), apregoa que "morta é a fé sem obras".
O Espírito alcança o seu aprimoramento através de múltiplas fases encarnatórias, nas muitas moradas da "Casa do Pai", (João, 14:2), ou seja, nos muitos mundos que formam o Universo.
Para a consecução dessa finalidade, os Espíritos têm que superar tropeços naturais de um caminho íngreme, pois a sublimação espiritual não é conseguida através de um passe de mágica, ou de privilégios inconcebíveis, mas conquistada por meio de uma luta árdua e incessante, enfrentando-se óbices de toda sorte, pois somente assim o Espírito humano vai galgando os degraus da evolução, tendo como alvo o estado de pureza e uma aproximação mais íntima com o Criador de todas as coisas, que a todos aguarda com um zelo verdadeiramente paternal e misericordioso.
A sentença de Jesus: "A cada um será dado segundo as suas obras", já citada, reflete a extensão do amor que Deus dispensa a todos os seus filhos, anulando qualquer idéia de que um Espírito possa elevar-se aos páramos sublimados da Espiritualidade, por caminhos dúbios, sem o esforço em favor do aprimoramento próprio. A prática das boas obras é o único caminho que leva ao Pai, pois somente assim os Espíritos adquirem virtudes santificantes, essenciais para adquirir o estado de pureza, próprio dos seres angelicais.
O acesso aos planos sublimados é apenas facultado aos bons, aos generosos, aos que cumprem os seus deveres, enquadrando-se nos preceitos do maior dos mandamentos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
No "Sermão da Montanha" Jesus foi bastante explícito, quando disse que serão bem-aventurados os bons, os misericordiosos, os pacificadores, os simples, os humildes e, sobretudo, aqueles que amam o seu próximo como a si mesmos. O Mestre não fez nenhuma alusão aos que se limitam a participarem de uma religião, a pronunciarem extensas orações ou a apregoarem que têm fé e acreditam na existência de Deus e de Jesus, sem, contudo, lutarem para extirparem as viciações e as paixões inferiores que dormitam em seus corações.
Seria muito cômodo, mas atentório à reta Justiça Divina, se houvesse fundamento na teoria "salvação pela graça ou pela fé". As almas alcançariam a sua redenção simplesmente por acreditarem ou terem fé em Deus ou em Jesus Cristo, sem o dispêndio de qualquer esforço em favor da própria evolução. A sentença de Jesus: "A cada um será dado de acordo com as suas obras", conflita, frontalmente, com o Mestre deixou bem claro que a prática das boas ações é condição imprescindível para o Espírito alcançar a sua libertação, ou REDENÇÃO.
Embora o apóstolo Paulo tenha discorrido sobre a "salvação pela graça ou essa idéia, quando, em sua I Epístola ao Coríntios (13:2-13) faz a apologia da caridade, situando-a acima de quaisquer outras virtudes, dizendo que "se eu tivesse toda fé, a ponto de transportar montanhas, e não tivesse caridade, isso nada representaria". "Agora, pois, permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; porém a maior delas é a caridade. De forma idêntica, o apóstolo Tiago Menor (Epístola Universal, 2:17), apregoa que "morta é a fé sem obras".
O Espírito alcança o seu aprimoramento através de múltiplas fases encarnatórias, nas muitas moradas da "Casa do Pai", (João, 14:2), ou seja, nos muitos mundos que formam o Universo.
Para a consecução dessa finalidade, os Espíritos têm que superar tropeços naturais de um caminho íngreme, pois a sublimação espiritual não é conseguida através de um passe de mágica, ou de privilégios inconcebíveis, mas conquistada por meio de uma luta árdua e incessante, enfrentando-se óbices de toda sorte, pois somente assim o Espírito humano vai galgando os degraus da evolução, tendo como alvo o estado de pureza e uma aproximação mais íntima com o Criador de todas as coisas, que a todos aguarda com um zelo verdadeiramente paternal e misericordioso.
A sentença de Jesus: "A cada um será dado segundo as suas obras", já citada, reflete a extensão do amor que Deus dispensa a todos os seus filhos, anulando qualquer idéia de que um Espírito possa elevar-se aos páramos sublimados da Espiritualidade, por caminhos dúbios, sem o esforço em favor do aprimoramento próprio. A prática das boas obras é o único caminho que leva ao Pai, pois somente assim os Espíritos adquirem virtudes santificantes, essenciais para adquirir o estado de pureza, próprio dos seres angelicais.
O acesso aos planos sublimados é apenas facultado aos bons, aos generosos, aos que cumprem os seus deveres, enquadrando-se nos preceitos do maior dos mandamentos: "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo."
No "Sermão da Montanha" Jesus foi bastante explícito, quando disse que serão bem-aventurados os bons, os misericordiosos, os pacificadores, os simples, os humildes e, sobretudo, aqueles que amam o seu próximo como a si mesmos. O Mestre não fez nenhuma alusão aos que se limitam a participarem de uma religião, a pronunciarem extensas orações ou a apregoarem que têm fé e acreditam na existência de Deus e de Jesus, sem, contudo, lutarem para extirparem as viciações e as paixões inferiores que dormitam em seus corações.
Paulo
A. Godoy
O Sinal de Jonas
O
SINAL DE JONAS
"Maligna
é esta geração; ela pede um sinal, e não lhe será
dado
outro sinal senão o sinal do profeta Jonas." - (Lucas, 11:29)
outro sinal senão o sinal do profeta Jonas." - (Lucas, 11:29)
Niníve,
capital da antiga Assíria, situada à margem do rio Tigre, era,
na Antiguidade, uma cidade muito importante, com uma população
superior a 120 mil habitantes. Como ocorria com apreciável parte das
grandes cidades do passado, ela vivia mergulhada na corrupção,
e entre os habitantes reinavam costumes dissolutos e numerosos desregramentos.
O
profeta Jonas, devidamente instruído, via mediúnica, dirigiu-se
àquela cidade e ali fez com que seus habitantes se compenetrassem do
erro em que estava incorrendo. Durante 40 dias, o profeta fez as suas pregações;
então, suas palavras foram acolhidas e, desde o próprio rei até
o mais humilde servidor, todos se decidiram a levar a sério aquelas admoestações;
assim, como forma de penitência, conforme o costume da época, todos
cobriram-se com sacos e se assentaram sobre a cinza.
Com
essa demonstração de arrependimento, a cidade foi poupada pela
Justiça Divina, evitando-se a destruição que se avizinhava.
Quando Jesus desempenhava o seu Messiado, foi procurado por um grupo de escribas,
fariseus e saduceus, e dentre eles alguns estrangeiros, que lhe pediram um sinal
dos Céus, para que vissem e acreditassem.
A
resposta do Mestre foi peremptória: "Maligna é esta geração;
ela pede um sinal, e não lhe será dado outro sinal senão
o sinal de Jonas." Jesus Cristo proferiu estas palavras angustiado pela
incompreensão e dureza dos corações humanos. Ele havia
descido à Terra, para o cumprimento da promessa sobre o advento do Messias
Redentor.
No
desenvolvimento de sua transcendental missão, Ele havia propiciado os
mais autênticos sinais: a leprosos, restaurando a vista de cegos, levantando
paralíticos e, sobretudo, trazendo uma verdade nova que vinha iluminar
a mente dos homens e os horizontes sombrios do mundo. Não obstante todas
essas manifestações, ali estava o segmento de um povo que se considerava
"eleito de Deus", que se mantinha profundamente empedernido, "duro
de cerviz e incircunciso de coração.
Aquele grupo de pessoas foi pedir-lhe um sinal dos Céus, entretanto, os sinais estavam sendo dados diuturnamente; por isso, a sua resposta foi negativa. O sinal de Jonas deveria ser o suficiente para abalar as consciências endurecidas daqueles homens. Diante da personalidade de Jesus Cristo, Jonas não passava de um profeta de projeção relativamente pequena. No entanto, dirigindo-se à população de Nínive, apregoou que a cidade seria destruída por Deus se o seu povo não mudasse de comportamento. Todos receberam as palavras do profeta e, receosos da provável destruição, mudaram radicalmente o modo de vida.
Jesus Cristo, o maior Espírito dentre os que desceram fez persistente e profusa pregação entre os homens, mostrando-lhes como seus corações estavam endurecidos; desmascarou a hipocrisia dos escribas e dos fariseus, demonstrando a precariedade dos seus ensinos e a recalcitrância em obedecer às verdades que emanavam dos Céus, através dos profetas. Não obstante, suas palavras não foram aceitas por muitos e Ele foi condenado e crucificado. Em virtude dessa obstinação e da maldade reinante nos corações desses homens, "a Jerusalém que matava os seus profetas, que apedrejava todos aqueles que lhe eram enviados, foi destruída, dela não restando pedra sobre pedra". (Lucas, 13:34-35).
Aquele grupo de pessoas foi pedir-lhe um sinal dos Céus, entretanto, os sinais estavam sendo dados diuturnamente; por isso, a sua resposta foi negativa. O sinal de Jonas deveria ser o suficiente para abalar as consciências endurecidas daqueles homens. Diante da personalidade de Jesus Cristo, Jonas não passava de um profeta de projeção relativamente pequena. No entanto, dirigindo-se à população de Nínive, apregoou que a cidade seria destruída por Deus se o seu povo não mudasse de comportamento. Todos receberam as palavras do profeta e, receosos da provável destruição, mudaram radicalmente o modo de vida.
Jesus Cristo, o maior Espírito dentre os que desceram fez persistente e profusa pregação entre os homens, mostrando-lhes como seus corações estavam endurecidos; desmascarou a hipocrisia dos escribas e dos fariseus, demonstrando a precariedade dos seus ensinos e a recalcitrância em obedecer às verdades que emanavam dos Céus, através dos profetas. Não obstante, suas palavras não foram aceitas por muitos e Ele foi condenado e crucificado. Em virtude dessa obstinação e da maldade reinante nos corações desses homens, "a Jerusalém que matava os seus profetas, que apedrejava todos aqueles que lhe eram enviados, foi destruída, dela não restando pedra sobre pedra". (Lucas, 13:34-35).
Quando
o Mestre asseverou que nenhum sinal seria dado àquela geração
adúltera, infiel, mas apenas o sinal do profeta Jonas, Ele pretendeu
dizer que, se o povo fosse mais dócil, mais humilde, mais razoável,
teria recebido as suas palavras, assim como o fez o povo de Nínive.
Na
realidade, o sinal de Jonas era do conhecimento de todos, pois os escribas liam
para o povo o livro do profeta Jonas, e, obviamente, a atitude do povo da capital
da Assíria, acatando as suas admoestação e arrependendo-se
de suas faltas, era notória para todos. Amargurado diante da incompreensão
do seu povo, proclamou Jesus Cristo: "A rainha do sul se levantará
no dia do juízo contra os homens desta geração, e os condenará,
pois dos confins da Terra ela veio para ouvir a sabedoria de Salomão;
eis aqui está quem é maior do que Salomão.
Os
homens de Nínive se levantarão no dia do juízo contra esta
geração e a condenarão, pois se converteram com a pregação
de Jonas; e aqui está quem é maior do que Jonas." (Lucas,
11:31-32)
O
apego dos escribas e fariseus aos preceitos das leis antigas era apenas aparente.
Eles não aceitavam o sinal de Jonas e muito menos o de Jesus. Não
se preocupavam com os sinais dados pelos antigos profetas, o que levou o Mestre
a exclamar muito judiciosamente: "Não cuidadeis que sou eu que vos
hei de acusar diante de meu Pai. Há um que vos acusa: Moisés,
em que vós esperais.
Porque,
se vós crêsseis em Moisés, certamente creríeis também
em mim, pois de mim escreveu ele. Mas, se não credes nos seus escritos,
como crereis nas minhas palavras?" (João, 5:45 a 47). A pregação
de Jesus Cristo foi feita num clima de brandura, de persuasão. Dizia
Ele: "já vos não chamarei servos, porque o servo não
sabe a vontade do seu senhor. Mas tenho vos chamado amigos, porque tudo quanto
ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." (João, 15:15) Não
obstante tudo isso, Ele não era aceito, nem na aparência, nem na
realidade, pelos mentores do povo de Israel.
A
corroboração desta assertiva encontramo-la em (João, 12:37-38):
"E ainda que Ele tendo feito tantos milagres diante deles, não criam
nele, para que se cumprisse a palavra do profeta Isaías, quando disse:
"Senhor, quem acreditou em vossa pregação? E a quem foi revelado
o braço do Senhor?"
Da
mesma forma como os Espíritos dos homens são submetidos a penosos
resgates individuais, quando malbaratam o legado precioso que Deus lhes concedeu,
as cidades também experimentam quedas e dores, quando não dão
guarida aos ensinos que, de um modo ou de outro, são proporcionados à
sua população pelos mensageiros dos Céus.
As
cidades de Sodoma e Gomorra foram destruídas em consequência de
seus inúmeros desregramentos; no entanto, segundo a própria expressão
de Jesus Cristo, menos rigor haverá para elas, no julgamento divino,
do que para Corozaim, Betsaída, Cafarnaum e Jerusalém, onde autênticos
sinais foram produzidos pela interferência do Mestre, sem que houvesse
acontecido o devido aproveitamento.
Paulo
A. de Godoy
Casos Controvertidos do Evangelho
Casos Controvertidos do Evangelho
A mediunidade e a inspiração
Dissertações espíritas » A mediunidade e a inspiração
(Paris, grupo Desliens, 16 de fevereiro de 1869)
Sob
suas formas variadas ao infinito, a mediunidade abarca a Humanidade
inteira, como um feixe ao qual ninguém poderá escapar. Cada um, estando
em contato diário, saiba-o ou não, queira-o ou se revolte, com
inteligências livres, não há um homem que possa dizer: Não fui, não sou
ou não serei médium. Sob a forma intuitiva, modo de comunicação ao qual
vulgarmente se deu o nome de voz da consciência, cada
um está em relação com várias influências espirituais, que aconselham
num ou noutro sentido, e muitas vezes simultaneamente, o bem puro,
absoluto; acomodações com o interesse; o mal em toda a sua nudez.
O
homem evoca essas vozes; elas respondem ao seu apelo, e ele escolhe,
mas escolhe entre essas diversas inspirações e o seu próprio sentimento.
Os
inspiradores são amigos invisíveis; como os amigos da Terra, são sérios
ou volúveis, interesseiros ou verdadeiramente guiados pela afeição.
Nós
os consultamos ou eles aconselham espontaneamente, mas, como os
conselhos dos amigos da Terra, seus conselhos são ouvidos ou rejeitados;
por vezes provocam um resultado contrário ao que se espera; muitas
vezes não produzem qualquer efeito. ─ Que concluir daí? Não que o homem
esteja sob o poder de uma mediunidade incessante, mas que ele obedece
livremente à própria vontade, modificada por avisos que jamais podem, no
estado normal, ser imperativos.
Quando
o homem faz mais do que ocupar-se com os mínimos detalhes de sua
existência, e quando se trata de trabalhos que ele veio realizar mais
especialmente, de provas decisivas que ele deve suportar, ou de obras
destinadas à instrução e à elevação geral, as vozes da consciência não
se fazem mais somente e simplesmente conselheiras, mas atraem o Espírito
para certos assuntos, provocam certos estudos e colaboram na obra,
fazendo ressoar certos escaninhos cerebrais pela inspiração. Eis aqui
uma obra a dois, a três, a dez, a cem, se quiserdes; mas se cem nela
tomaram parte, só um pode e deve assiná-la, porque só um a fez e é o
responsável por ela!
Que
é uma obra, afinal de contas, seja qual for? Jamais é uma criação; é
sempre uma descoberta. O homem nada faz, tudo descobre. É preciso não
confundir estes dois termos. Inventar, no seu verdadeiro sentido, é pôr à
luz uma lei existente, um conhecimento até então desconhecido, mas
posto em germe no berço do Universo. Aquele que inventa levanta a ponta
do véu que oculta a verdade, mas não cria a verdade. Para inventar é
preciso procurar e procurar muito; é preciso compulsar livros, cavar no
fundo das inteligências, pedir a um a Mecânica, a outro a Geometria, a
um terceiro o conhecimento das relações musicais, a outro ainda as leis
históricas, e do todo fazer algo de novo, de interessante, de não
imaginado.
Aquele
que for explorar os recantos das bibliotecas, que ouviu falarem os
mestres, que perscrutou a Ciência, a Filosofia, a Arte, a Religião, da
Antiguidade mais remota até os nossos dias, é o médium da Arte, da
História, da Filosofia e da Religião? É ele o médium dos tempos
passados, quando por sua vez escreve? Não, porque não conta os outros,
mas ensinou outros a contar, e ele enriquece os seus relatos com tudo o
que lhe é pessoal.
Por
muito tempo o músico ouviu a toutinegra e o rouxinol, antes de inventar
a música; Rossini escutou a Natureza antes de traduzi-la para o mundo
civilizado. É ele o médium do rouxinol e da toutinegra? Não, ele compõe e
escreve. Ele escutou o Espírito que lhe veio cantar as melodias do Céu;
ele ouviu o Espírito que clamou a paixão ao seu ouvido; ele ouviu
gemerem a virgem e a mãe, deixando cair, em pérolas harmoniosas, sua
prece sobre a cabeça do filho. O amor e a poesia, a
liberdade, o ódio, a vingança e numerosos Espíritos que possuem esses
sentimentos diversos, cada um por sua vez cantou sua partitura ao seu
lado. Ele as escutou e as estudou, no mundo e na inspiração, e de um e
outro fez as suas obras. Mas ele não era médium, como não o é o médico
que ouve os doentes contando o que sofrem, e que dá um nome às suas
doenças. A mediunidade despendeu suas horas como qualquer outro, mas
fora desses momentos muito curtos para a sua glória, o que ele fez, fez
apenas à custa dos estudos colhidos dos homens e dos Espíritos.
Assim
sendo, é-se médium de todos; é-se o médium da Natureza, médium da
verdade, e médium muito imperfeito, porque muitas vezes ela aparece de
tal modo desfigurada pela tradução, que é irreconhecível e desconhecida.
HALÉVY.
ALLAN KARDEC.
sexta-feira, 6 de setembro de 2013
Vossos filhos e vossas filhas profetizarão
Revista Espírita 1865 Outubro
O Sr. Delanne, que muitos de nossos leitores já conhecem, tem um filho de oito anos. Esse menino, que a cada instante ouve falar do Espiritismo em sua família, e que muitas vezes assiste às reuniões dirigidas por seu pai e sua mãe, assim cedo se viu iniciado na Doutrina, e surpreende pela justeza com que discute os seus princípios. Isto nada tem de surpreendente, pois é a penas o eco das ideias com que foi embalado. Mas, não é esse o objetivo deste artigo: é apenas a introdução no tema do fato que vamos relatar e que tem cabida nas circunstâncias atuais.
As
reuniões do Sr. Delanne são graves, sérias e conduzidas com uma ordem
perfeita, como devem ser todas aquelas nas quais se quer colher frutos.
Embora as comunicações escritas ali ocupem o primeiro lugar, eles também
se ocupam, acessoriamente e a título de instrução complementar, de
manifestações físicas e tiptológicas, porém a título de ensinamento, e
nunca como objeto de curiosidade. Dirigidas com método e recolhimento e
sempre apoiadas em algumas explicações teóricas, elas estão nas
condições desejadas para levar à convicção, pelas impressões que
produzem. É em tais condições que as manifestações físicas são realmente
úteis; elas falam ao espírito e impõem silêncio à troça. A gente se
sente em presença de um fenômeno cuja profundidade se entrevê e que até
afasta a ideia da brincadeira. Se estas espécies de manifestações, de
que tanto se tem abusado, fossem sempre apresentadas dessa maneira, em
vez de serem um divertimento e pretexto para perguntas fúteis, a crítica
não as teria taxado de charlatanice. Infelizmente, muitas vezes dão
ensejo a isso.
O filho
do Sr. Delanne muitas vezes participara dessas manifestações e,
influenciado pelo bom exemplo, as considerava como coisa séria.
Um
dia ele se achava em casa de uma pessoa conhecida e brincava no pátio
da casa com sua priminha de cinco anos e dois meninos, um de sete e
outro de quatro anos. Uma senhora que morava no rés-do-chão
os convidou a entrar em sua casa e lhes deu bombons. As crianças, como
se pode imaginar, não se fizeram de rogadas.
A senhora perguntou ao filho do Sr. Delanne:
─ Como te chamas, meu filho?
─ Eu me chamo Gabriel, senhora.
─ Que faz teu pai?
─ Senhora, meu pai é espírita.
─ Eu não conheço essa profissão.
─ Mas, senhora, não é uma profissão; meu pai não é pago para isto, ele o faz com desinteresse e para fazer o bem aos homens.
─ Meu rapazinho, não sei o que queres dizer.
─ Como! Jamais ouvistes falar das mesas girantes?
─ Então, meu amigo, bem gostaria que teu pai estivesse aqui para fazê-las girar.
─ Não precisa, senhora, eu mesmo tenho o poder de fazê-las girar.
─ Então, queres experimentar e me mostrar como se procede?
─ Com muito prazer, senhora.
Dito
isto, ele se sentou ao pé de uma mesinha da sala e fez se sentarem os
seus três amiguinhos; e eis os quatro gravemente pondo as mãos sobre a
mesa. Gabriel fez uma evocação, em tom muito sério e com recolhimento.
Mal terminou, para grande estupefação da senhora e das crianças, a mesa
ergueu-se e bateu com força.
─ Perguntai, senhora, disse Gabriel, quem vem responder pela mesa.
A vizinha interrogou e a mesa soletrou as palavras: teu pai. A senhora empalideceu de emoção. Ela continuou:
─ Então, meu pai, podes dizer se devo mandar a carta que acabo de escrever?
─ Sim, sem falta, respondeu a mesa.
─ Para me provar que és tu, meu bom pai, que estás aí, poderias dizer-me há quantos anos estás morto?
Logo a mesa bateu oito pancadas bem acentuadas. Estava correto o número de anos.
─ Poderias dizer-me teu nome e o da cidade onde morreste?
A mesa soletrou esses dois nomes.
As lágrimas jorraram dos olhos daquela senhora, que não pôde continuar, aterrada por essa revelação e dominada pela emoção.
Seguramente
este fato desafia toda suspeita de preparação do instrumento, de ideia
preconcebida e de charlatanismo. Também não se podem pôr os dois nomes
soletrados à conta do acaso. Duvidamos muito que essa senhora tivesse
recebido tamanha impressão numa das sessões dos Srs. Davenport, ou em
qualquer outra do mesmo gênero. Ademais, não é a primeira vez que a
mediunidade se revela em crianças, na intimidade das famílias. Não é o
cumprimento daquelas palavras proféticas: Vossos filhos e vossas filhas profetizarão? (Atos dos Apóstolos, II:17).
ALLAN KARDEC
ESTUDO ESPÍRITA MORAL
ESTUDO ESPÍRITA MORAL
Em data de 10 de janeiro de 1865, um dos nossos correspondentes de Lyon nos transmite o seguinte relato.
Numa
localidade vizinha, conhecíamos um indivíduo cujo nome não declaramos
para não sermos maledicente e porque o nome nada tem a ver com o fato.
Ele era espírita, e sob o domínio dessa crença se havia melhorado, no
entanto não havia dela tirado todo o proveito que poderia, levando-se em
consideração a sua inteligência. Vivia com uma velha tia, que o amava
como a um filho, e que não poupava trabalhos nem sacrifícios por seu
caro sobrinho. Por economia, ela tomava conta da casa. Até aí tudo muito
natural. O que era menos natural é que o sobrinho, jovem e saudável, a
deixava fazer trabalhos acima de suas forças, sem que jamais tivesse a
ideia de poupar-lhe esforços penosos para a sua idade, tais como o
transporte de fardos e coisas semelhantes. Ele não arredava um móvel em
casa, como se tivesse criados às suas ordens. Se previsse algum penoso
serviço excepcional, arranjava um pretexto para ausentar-se, temeroso
que lhe pedissem uma ajuda que não poderia recusar. Entretanto, a esse
respeito ele tinha recebido muitas lições, poderia dizer-se afrontas,
capazes de fazer refletir um homem de coração, mas ele era insensível a
elas. Um dia em que a tia se extenuava rachando lenha, lá estava ele
sentado, fumando tranquilamente o seu cachimbo. Entrou um vizinho e,
vendo isto, lançou um olhar de desprezo ao jovem e disse: “Isto é
trabalho para homem, e não para mulher.” Depois, tomando o machado,
começou a rachar a lenha, enquanto o outro olhava. Ele era considerado
um homem direito e de boa conduta, mas seu caráter não tinha amenidade
nem perseverança, por isso não era estimado, e a maioria dos amigos se
haviam afastado. Nós, espíritas, nos afligíamos por essa falta de
sentimento e dizíamos que um dia ele pagaria muito caro.
A
previsão realizou-se recentemente. Devemos dizer que, devido aos
esforços que fazia, a velha senhora foi acometida por uma hérnia muito
grave, que a fazia sofrer muito, mas ela tinha a coragem de não se
lamentar. Durante estes últimos períodos de frio, querendo esquivar-se
de um trabalho pesado, o sobrinho saiu cedo, mas não voltou. Ao
atravessar uma ponte, foi atingido por uma viatura que deslizou por uma
encosta escorregadia, e morreu duas horas depois.
Quando fomos informados do fato, quisemos evocá-lo e eis o que foi respondido por um dos nossos bons guias:
“Aquele
a quem quereis chamar não poderá comunicar-se antes de algum tempo.
Venho responder por ele e vos dizer o que quereis saber. Mais tarde ele
vo-lo confirmará. Neste momento ele está muito perturbado pelos
pensamentos que o agitam. Ele vê sua tia e a doença que ela contraiu em
consequência das fadigas corporais e da qual morrerá. Eis o que o
atormenta, pois se considera o seu assassino. E ele é, de fato, pois
poderia ter-lhe poupado o trabalho que será a causa de sua morte. É para
ele um remorso pungente que o perseguirá por muito tempo, até que tenha
reparado a sua falta. Ele queria fazê-lo neste momento; não deixa a sua
tia, mas seus esforços são improfícuos, e então ele se desespera. Para
seu castigo, deve vê-la morrer em consequência de sua indiferença
egoísta, pois sua conduta é uma espécie de egoísmo. Orai por ele, a fim
de sustentar seu arrependimento, que mais tarde o salvará.”
Pergunta.
─ Nosso caro guia poderia dizer-nos se não lhe serão levados em conta
outros defeitos de que se corrigiu por força do Espiritismo e se sua
situação não se abrandou?
Resposta.
─ Sem nenhuma dúvida, essa melhora lhe é levada em conta, pois nada
escapa ao olhar perscrutador da divina providência. Mas eis de que
maneira cada boa ou má ação tem suas consequências naturais,
inevitáveis, segundo estas palavras do Cristo: A cada um segundo as suas
obras. Aquele que se corrigiu de algumas falhas se poupa da punição que
as mesmas teriam acarretado, e recebe, ao contrário, o prêmio das
qualidades que as substituíram, mas não pode escapar às consequências
dos defeitos que persistem. Assim, ele não é punido senão na proporção e
segundo a gravidade destes últimos. Quanto menos defeitos tiver, melhor
sua posição. Uma qualidade não resgata um defeito; ela diminui o número
destes e, por conseguinte, a soma das punições.
Aqueles
que são corrigidos logo de início são os mais fáceis de extirpar e o
mais difícil de desfazer-se é o egoísmo. As pessoas julgam ter feito
muito porque moderaram a violência do caráter, se resignaram à sua sorte
ou se desfizeram de alguns maus hábitos. Sem dúvida é algo que lhes
beneficia, mas não impede de pagarem o tributo de depuração pelo resto.
Meus
amigos, o egoísmo é o que melhor se vê nos outros, porque a gente sente
o seu contragolpe e porque o egoísta nos fere, mas o egoísta encontra
em si mesmo sua satisfação, razão por que dele não se apercebe. O
egoísmo é sempre uma prova de secura do coração; ele estiola a
sensibilidade para os sofrimentos alheios. O homem de coração, ao
contrário, ressente esse sofrimento e se emociona; é por isto que ele se
dedica a não impô-lo ou minimizá-lo em relação aos outros, porque
quereria que os outros fizessem o mesmo por ele. Assim, é feliz quando
poupa um esforço ou um sofrimento a alguém. Tendo-se identificado com o mal de seu semelhante, ele experimenta um alívio real quando não mais existe o mal. Contai com o seu reconhecimento se lhe prestardes serviço.
Entretanto,
do egoísta não espereis senão a ingratidão. O reconhecimento em
palavras nada lhe custa, mas a ação o fatigaria e perturbaria o seu
repouso. Ele só age por outro quando forçado, nunca espontaneamente. Seu
devotamento está na razão do bem que espera das pessoas, e isto algumas
vezes malgrado seu.
O
moço de quem falamos certamente gostava da tia e ter-se-ia revoltado se
lhe tivessem dito o contrário, contudo, sua afeição não chegava ao
ponto de fatigar-se por ela. De sua parte, não era um desígnio
premeditado, mas uma repulsa instintiva, consequente de seu egoísmo
inato. A luz que ele não soube encontrar em vida, hoje lhe aparece, e
ele lamenta não ter aproveitado melhor os ensinamentos que recebeu. Orai
por ele.
O egoísmo
é o verme roedor da Sociedade, é mais ou menos o de cada um de vós. Em
breve eu farei uma dissertação na qual ele será encarado sob suas
múltiplas nuanças; será um espelho: olhai-o com cuidado, para ver se não
percebeis num canto qualquer um reflexo de vossa personalidade.
VOSSO GUIA ESPIRITUAL
quarta-feira, 4 de setembro de 2013
Questões e problemas - Perfectibilidade dos Espíritos
Questões e problemas - Perfectibilidade dos Espíritos
(Revista Espírita, agosto de 1866 - Questões e problemas)
(Paris, 3 de fevereiro de 1866. Grupo do Sr. Lat...
Médium, Sr. Desliens).
Pergunta.
Se os Espíritos ou almas se melhoram indefinidamente, conforme o
Espiritismo, eles devem tornar-se infinitamente aperfeiçoados ou puros.
Chegados a esse grau, por que não são iguais a Deus? Isto não está de
acordo com a justiça.
Resposta. O homem
é uma criatura realmente singular! Sempre acha o seu horizonte muito
limitado. Quer tudo compreender, tudo captar, tudo conhecer! Quer
penetrar o insondável e despreza o estudo do que lhe toca imediatamente;
quer compreender Deus, julgar os seus atos, fazê-lo justo ou injusto;
diz como queria que ele fosse, sem suspeitar que ele é tudo isso e muito
mais!... Mas, verme miserável, algum dia compreendeste de modo absoluto
algo do que te cerca? Sabes por que lei a flor se colore e se perfuma
aos beijos vivificantes do sol? Sabes como nasces, como vives e por que
teu corpo morre?... - Tu vês fatos, mas as causas para ti ficam envoltas
num véu impenetrável, e querias julgar o princípio de todas as coisas, a
causa primeira, Deus enfim! - Há muitos outros estudos mais necessários ao desenvolvimento de teu ser, que merecem toda a tua atenção!...
Quando
resolves um problema de álgebra vais do conhecido para o desconhecido
e, para compreender Deus, esse problema insolúvel desde tantos séculos,
queres dirigir-te a ele diretamente! Então tendes todos os elementos
necessários para estabelecer tal equação? Não te falta algum documento
para julgar teu criador em última instância? Por acaso vais acreditar
que o mundo seja limitado a este grão de areia perdido na imensidade do
espaço onde te agitas mais imperceptível que o menor dos infusórios, e
que o Universo seja uma gota d’água? Contudo, raciocinemos e vejamos por
que, conforme teus conhecimentos atuais, Deus seria injusto não se
deixando jamais atingir por sua criatura.
Em
todas as ciências há axiomas ou verdades irrecusáveis, que se admitem
como bases fundamentais. As ciências matemáticas, e em geral todas as
ciências, são baseadas no axioma de que a parte jamais poderia igualar o
todo. O homem, criatura de Deus, segundo esse princípio, jamais poderia
atingir aquele que o criou.
Suponde que um indivíduo tenha que percorrer uma estrada de extensão infinita. De uma extensão infinita, pesai bem a expressão. Aí está a posição do homem em relação a Deus, considerado como o seu objetivo.
Dir-me-eis que, por pouco que se marche, a soma dos anos e dos séculos de marcha permitirá atingir o fim. É um erro!... O que
fizerdes num ano, num século, num milhão de séculos, será sempre uma
quantidade finita; um outro espaço igual não vos permitirá acrescentar
senão uma quantidade igualmente finita, e assim por diante. Ora, para o
mais noviço matemático, uma soma de quantidades finitas jamais formará
uma quantidade infinita. O contrário seria absurdo, pois nesse caso o
infinito poderia ser medido, o que faria com que ele perdesse sua
qualidade de infinito. - O homem progredirá sempre e incessantemente,
mas em quantidade finita; a soma de seus progressos não será jamais
senão uma perfeição finita, que não poderia atingir Deus, o infinito em
tudo. Não há, pois, injustiça da parte de Deus em que suas criaturas
jamais o possam igualar. A natureza de Deus é um obstáculo
intransponível a um tal objetivo do Espírito; sua justiça não poderia
permiti-lo, porque se um Espírito se igualasse a Deus, seria o próprio
Deus. Ora, se dois Espíritos forem tais que tenham ambos o mesmo poder
infinito em todos os sentidos e um for idêntico ao outro, eles se
confundirão num só e não haverá mais que um Deus. Um deles deveria,
pois, perder a sua individualidade, o que seria uma injustiça muito mais
evidente do que não poder atingir um fim infinitamente distanciado,
dele se aproximando constantemente. Deus faz bem o que faz e o homem é
demasiadamente pequeno para permitir-se pesar as suas decisões
MOKI
OBSERVAÇÃO:
Se há um mistério insondável para o homem, é o princípio e o fim de
todas as coisas. A visão do infinito lhe dá vertigem. Para compreendê-lo
são necessários conhecimentos e um desenvolvimento intelectual e moral
que ele ainda está longe de possuir, malgrado o orgulho que o leva a julgar-se chegado ao topo da escala humana. Em relação a certas ideias, ele está na posição de uma criança que quisesse fazer cálculo diferencial e integral, antes de saber as quatro operações. À medida
que avançar para a perfeição, seus olhos abrir-se-ão à luz, e a névoa
que os cobre se dissipará. Trabalhando seu melhoramento no presente, ele
chegará mais cedo do que perdendo-se em conjecturas.
NA ORDEM SOCIAL
NA ORDEM SOCIAL
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Observa no próprio lar as forças diferentes que se congregam, nutrindo-te a segurança, para que te não furtes ao dever de servir: O legislador, cujo pensamento garante a harmonia na via pública. O engenheiro que te traçou o plano da moradia. O pedreiro que levantou o edifício a que te acolhes. O pintor que te alegrou o ambiente. O operário que te trouxe a bênção das águas ao reduto doméstico. O braço diligente que te garante combustível e força para que te não faltem calor e luz. Pensa ainda nos missionários outros que te oferecem equilíbrio e tranquilidade: O médico que te preserva a saúde. O escritor que te renova às idéias. O professor que te educa. O irmão que te estende amizade e reconforto. O lixeiro que te alivia. O varredor que cultiva a higiene. O lavrador que te assegura o alimento. Não admitas que o dinheiro seja o único poder aquisitivo de semelhantes valores. O ouro, só por si, num mundo de sedentos e esfomeados, não valeria a gota dágua, nem a migalha de pão. Refletem na interdependência que nos rege todas as fases da vida e aprende a valorizar teus minutos na extensão do bem. Auxiliar a todos com espontaneidade e carinho, é agradecer aos outros o auxílio com que nos seguem. Fugir à crítica e à desaprovação, abraçando a solidariedade e o estímulo fraterno é compreender nossas próprias necessidades, de vez que não caminharemos sem o concurso alheio. Entendamos a amplitude da colaboração anônima que recolhemos do próximo e, oferecendo ao próximo o melhor de nós mesmos, estaremos com Cristo, nosso Mestre e Senhor, que, no sacrifício supremo, nos ensinou a alcançar a suprema vitória. |
pelo Espírito Emmanuel - Do livro: Nós, Médium: Francisco Cândido Xavier |
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