CONVITE À CONTINÊNCIA
“... A vossa santificação que vos abstenhais da prostituição.”
(1º TESSALONICENSES: capítulo 4º, versículo 3.)
Referimo-nos ao equilíbrio no uso das funções sexuais, em face dos
modernos conceitos éticos, estribados nas mais vulgares expressões do
sensualismo e da perversão.
Disciplina moral, como condição de paz fomentadora de ordem física e
psíquica, nos diversos departamentos celulares do corpo que te serve de veículo
à evolução.
A mente atormentada por falsas necessidades, responsabiliza-se por
disfunções glandulares, que perturbam a boa marcha das organizações
fisiológica e psicológica do homem.
Entre as necessidades sexuais normais, perfeitamente controláveis, e as
ingentes exigências do condicionamento a que o indivíduo se permite por educação,
por sociabilidade, por desvirtuamento, há a fuga espetacular para os
prazeres da função descabida do aparelho genésico, de cujo abuso só mais
tarde aparecem as conseqüências físicas, emocionais e psíquicas, em quadros
de grave comprometimento moral.
Em todos os tempos, o desregramento sexual dos homens tem sido
responsável por crises sérias no estatuto das Nações. Guerras cruéis que
assolaram povos, arbitrariedades cometidas em larga escala, em toda parte,
absurdos do poder exorbitante, perseguições inomináveis, contínuas, tragédias
bem urdidas, crimes nefandos têm recebido os ingredientes básicos das
distonias decorrentes do sexo em desalinho, eito de maldições e poste de
suplícios intérminos para quantos se lhe tornam áulicos subservientes.
Quedas espetaculares na rampa da alucinação, homicídios culposos,
latrocínios infelizes e perversões sem conta fazem a estatística dos disparates
nefandos do sexo em descontrole, perfeitamente adotado pela falsa cultura
hodierna.
Continência, portanto, enquanto as forças do equilíbrio íntimo se fazem
condutoras da marcha orgânica.
Dieta salutar, enquanto o matrimônio não se encarrega de propiciar a
harmonia indispensável para a jornada afetiva.
Mesmo na vida conjugal, se desejas estabelecer normas para a felicidade,
cuida-te da licenciosidade perniciosa, do abuso perturbador, da imaginação em
desvario...
Se te parecerem difíceis os exercícios de continência, recorda-te da oração
e mergulha a mente nos rios da prece, onde haurirás resistência contra o mal e
inspiração para o bem.
Quando, porém, te sentires mais açulado e inquieto, a ponto de cair,
refaze-te através do passe restaurador de forças e da água fluidificada, capazes
de ajudar-te na empresa mantenedora da harmonia necessária ao
progresso do teu espírito, na atual conjuntura carnal, evitando a prostituição
dos costumes sempre em voga, responsável por mil desditas desde há muito.
Do Livro Convite a Vida por Joana de Angelis
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sábado, 10 de agosto de 2013
CONVITE À ALEGRIA
“Mas eu vos tornarei a ver e o vosso coração se encherá de alegria e
essa alegria ninguém vo-la tirará.”
(João: capítulo 16º, versículo 22.)
A constrição(pressão) dos muitos problemas a pouco e pouco vem deixando ressaibos(sinais) de amarguras e tens a impressão de que os melhores planos traçados nos painéis da esperança, agora são lembranças que a dura realidade
venceu.
Tantos esforços demoradamente envidados (empregados) parecem redundar(resultar) em lamentáveis escombros.
A fortuna fácil que alguns amigos granjearam e o êxito na ribalta social por outros lobrigado, afirmam o que consideras o fracasso das tuas aspirações.
Na jornada quotidiana “marcas passos”.
Na disputa das posições segues ladeira acima.
No círculo das amizades cais na “rampa do desprezo”.
No reduto da família és um “estranho em casa Aguilhões e escolhos surgem, multiplicam-se e estás a ponto de desistir.
Mesmo assim, cultiva a alegria.
Sorri ante a dadivosa oportunidade de ascender em espírito, quando outros estacionam ou decaem.
Exulta por dispores do tesouro que é a oportunidade feliz de não apenas te libertares das dívidas como também granjeares títulos de enobrecimento interior.
Rejubila-te com a honra de liberar-te quando outros se comprometem.
Triunfos e lauréis são antes responsabilidades e empréstimos de que somente poucos, quase raros espíritos conseguem desincumbir-se sem gravames ou insucessos dolorosos.
O sol que oscula a fonte e rocia a pétala da rosa é o mesmo que aquece o charco e o transforma, em nome do Nosso Pai, como a dizer-nos que o Seu amor nos chega sempre em qualquer situação e lugar em que nos encontremos.
Recorda a promessa de Jesus de voltar a encontrar-se contigo, dando-te a alegria que ninguém poderá tomar.
Cultiva, assim, a alegria, que independe das coisas de fora, mas que nasce na fonte cantante e abençoada do solo do coração e verte linfa abundante como rio de paz, por todos os dias até a hora da libertação — começo feliz da via por onde seguirás na busca da ventura plena.
Do Livro Convite a Vida . Joana de Angelis
sexta-feira, 9 de agosto de 2013
CIVILIZAÇÃO E SOLIDARIEDADE
Emmanuel
Numerosos os companheiros
que se crêem modelos acabados de humanismo. São repositórios vivos da
cultura de todos os tempos. Descerram ilimitados horizontes à inteligência
e, debruçados sobre publicações, falam de ciência e filosofia, dominando os
mais altos conhecimentos.
*
Entretanto, não toleram o
mínimo contato com os sofrimentos do próximo.
*
Nada sabem acerca das
criaturas que se arrastam, em torno das peças primorosas que pronunciam.
Supõem-se líderes de
educação e progresso, mas admitem como sendo indignidade para eles o trato
pessoal com o homem calejado no trabalho que o alfabeto ainda não alcançou;
julgam impropriedade, na altura em que se encontram, qualquer atenção
caridosa para com as mães abandonadas em telheiros de angustia; acreditam
que lhes é inconveniente assumir responsabilidade na proteção à criança que
abordou o plano físico pelo renascimento considerado ilegal e categorizam
por marginais pobres irmãos que tombam na estrada, enfermos e subnutridos...
Emitem conceitos profundos,
em matéria de espiritualidade e religião, mas desconhecem totalmente os
desesperados, os ignorantes, os obsessos, os toxicômanos, as vítimas do
aborto, os desempregados, os descrentes, os velhos banidos do lar, os
recalcados quase sempre no rumo de penitenciárias ou manicômios, os parias
sociais de todas as procedências...
*
Exaltemos a técnica e
desenvolvamos o saber, sem os quais a vida terrena jazeria indefinidamente
na selva, mas inclinemo-nos na direção dos que carregam fardos mais pesados
do que os nossos, honorificando a solidariedade.
Penetremos os recessos da
psicologia da nossa época, auscultemos os problemas, as aflições, as provas
e as necessidades que nos rodeiam, oferecendo o concurso de que sejamos
capazes à solução e ao amparo de que careçam nossos irmãos ainda infelizes.
*
Não somos chamados
tão-somente a viver e aprender, mas também a conviver e auxiliar.
*
Civilização sem amor é
subida espetacular para salto nas trevas.
Cultura que não guia a
retaguarda, por intermédio de compaixão e serviço, é comparável à
indiferença do pastor que entrega o rebanho aos lobos da violência.
Fonte: Do Livro “Seguindo
Juntos” Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos
Digitalizado por: Cleusa
Marcusso
ADULTÉRIO E PROSTITUIÇÃO
Emmanuel
Atire-lhe a primeira pedra aquele que estiver isento de pecado, disse
Jesus.
Esta sentença faz da indulgência um dever para nós outros porque ninguém
há que não necessite, para si próprio, de indulgência.
Ela nos ensina que não devemos julgar com mais severidade os outros, do
que nos julgamos a nós mesmos, nem condenar em outrem aquilo de que nos
absolvemos.
Antes de profligarmos a alguém uma falta, vejamos se a mesma censura não
nos pode ser feita.
Do item 13, do Cap. X, de O Evangelho Segundo o Espiritismo.
É curioso notar que
Jesus, em se tratando de faltas e quedas, nos domínios do espírito, haja
escolhido aquela da mulher, em falhas do sexo, para pronunciar a sua
inolvidável sentença: "aquele que estiver sem pecado atire a primeira
pedra".
Dir-se-ia que no rol
das defecções, deserções, fraquezas e delitos do mundo, os problemas
afetivos se mostram de tal modo encravados no ser humano que pessoa alguma
da Terra haja escapado, no cardume das existências consecutivas, aos
chamados "erros do amor".
Penetre cada um de
nós os recessos da própria alma, e, se consegue apresentar comportamento
irrepreensível, no imediatismo da vida prática, ante os dias que correm,
indague-se, com sinceridade, quanto às próprias tendências.
Quem não haja varado
transes difíceis, nas áreas do coração, no período da reencarnação em que
se encontre, investigue as próprias inclinações e anseios no campo íntimo,
e, em sã consciência, verificará que não se acha ausente do emaranhado de
conflitos, que remanescem do acervo de lutas sexuais da Humanidade.
Desses embates
multimilenares, restam, ainda, por feridas sangrentas no organismo da
coletividade, o adultério que, de futuro, será classificado na patologia
das doenças da alma, extinguindo-se, por fim, com remédio adequado, e a
prostituição que reúne em si homens e mulheres que se entregam às relações
sexuais, mediante paga, estabelecendo mercados afetivos.
Qual ocorre aos
flagelos da guerra, da pirataria, da violência homicida e da escravidão
que acompanham a comunidade terrestre, há milênios, diluindo-se, muito
pouco a pouco, o adultério e a prostituição ainda permanecem, na Terra,
por instrumentos de prova e expiação, destinados naturalmente a
desaparecer, na equação dos direitos do homem e da mulher, que se
harmonizarão pelo mesmo peso, na balança do progresso e da vida.
Note-se que o
lenocínio de hoje, conquanto situado fora da lei, é o herdeiro dos bordéis
autorizados por regulamentação oficial, em muitas regiões, como sucedia
notadamente na Grécia e na Roma antigas, em que os estabelecimentos dessa
natureza eram constantemente nutridos por levas de jovens mulheres
orientais, direta ou indiretamente adquiridas, à feição de alimárias, para
misteres de aluguel.
Tantos foram os
desvarios dos Espíritos em evolução no Planeta – Espíritos entre os quais
muito raros de nós, os companheiros da Terra, não nos achamos incluídos -
que decerto Jesus, personalizando na mulher sofredora a família humana,
pronunciou a inesquecível sentença, convocando os homens, supostamente
puros em matéria de sexualidade, a lançarem sobre a companheira infeliz a
primeira pedra.
Evidentemente, o
mundo avança para mais elevadas condições de existência.
Fenômenos de
transição explodem aqui e ali, comunicando renovação.
E, com semelhantes
ocorrências, surge para as nações o problema da educação espiritual, para
que a educação do sexo não se faça irrisão com palavras brilhantes
mascarando a licenciosidade.
Quando cada criatura
for respeitada em seu foro íntimo, para que o amor se consagre por vínculo
divino, muito mais de alma para alma que de corpo para corpo, com a
dignidade do trabalho e do aperfeiçoamento pessoal luzindo na presença de
cada uma, então os conceitos de adultério e prostituição se farão
distanciados do cotidiano, de vez que a compreensão apaziguará o coração
humano e a chamada desventura afetiva não terá razão de ser.
Psicografia : Francisco
Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
UNIÃO INFELIZ
Emmanuel
Pergunta - Qual o fim objetivado com a reencarnação?
Resposta - Expiação.melhoramento progressivo da Humanidade.
Sem isto, onde a justiça?
Item n° 167, de "O livro dos Espíritos".
Dolorosa, sem
dúvida, a união considerada menos feliz.
E, claro, que não
existe obrigatoriedade para que alguém suporte, a contragosto, a
truculência ou o peso de alguém, ponderando-se que todo espírito é livre
no pensamento para definir-se, quanto às próprias resoluções.
Que haja, porém,
equilíbrio suficiente nos casais unidos pelo compromisso afetivo, para que
não percam a oportunidade de construir a verdadeira libertação.
Indiscutivelmente,
os débitos que abraçamos são anotados na Contabilidade da Vida; todavia,
antes que a vida os registe por fora, grava em nós mesmos, em toda a
extensão, o montante e os característicos de nossas faltas.
A pedra que atiramos
no próximo talvez não volte sobre nós em forma de pedra, mas permanece
conosco na figura de sofrimento.
E, enquanto não se
remove a causa da angústia, os efeitos dela perduram sempre, tanto quanto
não se extingue a moléstia, em definitivo, se não a eliminamos na origem
do mal.
Nas ligações
terrenas, encontramos as grandes alegrias; no entanto, é também dentro
delas que somos habitualmente defrontados pelas mais duras provações.
Isso porque, embora
não percebamos de imediato, recebemos, quase sempre, no companheiro ou na
companheira da vida intima, os reflexos de nós próprios.
É natural que todas
as conjunções afetivas no mundo se nos figurem como sendo encantados
jardins, enaltecidos de beleza e perfume, lembrando livros de educação,
cujo prefácio nos enleva com a exaltação dos objetivos por atingir.
A existência física,
entretanto, é processo específico de evolução, nas áreas do tempo, e assim
como o aluno nenhuma vantagem obterá da escola se não passa dos ornamentos
exteriores do educandário em que se matricula, o espírito encarnado nenhum
proveito recolheria do casamento, caso pretendesse imobilizar-se no êxtase
do noivado.
Os princípios
cármicos desenovelam-se com as horas.
Provas, tentações,
crises salvadoras ou situações expiatórias surgem na ocasião exata, na
ordem em que se nos recapitulam oportunidades e experiências, qual ocorre
à semente que, devidamente plantada, oferece o fruto em tempo certo.
O matrimônio pode
ser precedido de doçura e esperança, mas isso não impede que os dias
subseqüentes, em sua marcha incessante, tragam aos cônjuges os resultados
das próprias criações que deixaram para trás.
A mudança espera
todas as criaturas nos caminhos do Universo, a fim de que a renovação nos
aprimore.
A jovem suave que
hoje nos fascina, para a ligação afetiva, em muitos casos será talvez
amanhã a mulher transformada, capaz de impor-nos dificuldades enormes para
a consecução da felicidade; no entanto, essa mesma jovem suave foi, no
passado - em existências já transcorridas -, a vítima de nós mesmos,
quando lhe infligimos os golpes de nossa própria deslealdade ou
inconseqüência, convertendo-a na mulher temperamental ou infiel que nos
cabe agora relevar e retificar.
O rapaz distinto que
atrai presentemente a companheira, para os laços da comunhão mais
profunda, bastas vezes será provavelmente depois o homem cruel e
desorientado, suscetível de constrangê-la a carregar todo um calvário de
aflições, incompatíveis com os anseios de ventura que lhe palpitam na
alma.
Esse mesmo rapaz
distinto, porém, foi no pretérito - em existências que já se foram – a
vítima dela própria, quando, desregrada ou caprichosa, lhe desfigurou o
caráter, metamorfoseando-o no homem vicioso ou fingido que lhe compete
tolerar e reeducar.
Toda vez que amamos
alguém e nos entregamos a esse alguém, no ajuste sexual, ansiando por não
nos desligarmos desse alguém, para depois somente depois - surpreender
nesse alguém defeitos e nódoas que antes não víamos, estamos à frente de
criatura anteriormente dilapidada por nós, a ferir-nos justamente nos
pontos em que a prejudicamos, no passado, não só a cobrar-nos o pagamento
de contas certas, mas, sobretudo, a esmolar-nos compreensão e assistência,
tolerância e misericórdia, para que se refaça ante as leis do destino.
A união suposta
infeliz deixa de ser, portanto, um cárcere de lágrimas para ser um
educandário bendito, onde o espírito equilibrado e afetuoso, longe de
abraçar a deserção, aceita, sempre que possível, o companheiro ou a
companheira que mereceu ou de que necessita, a fim de quitar-se com os
princípios de causa e efeito, liberando-se das sombras de ontem para
elevar-se, em silenciosa vitória sobre si mesmo, para os domínios da luz.
Psicografia : Francisco
Cândido Xavier Livro : Vida e Sexo
A CARNE É FRACA?
Emmanuel
Não olvides que a boa palavra é combustível de amor para que a chama da
prece te clareie o caminho.
Guarda-a contigo por talento da caridade e a simpatia da vida
prestigiar-te-á todas as petições.
Em casa, será o pão de alegria com que entreterás a confiança na lareira
doméstica.
Na via pública, angariar-te-á o socorro da gentileza para que teu passo
seja mantido com segurança.
Junto aos amigos, dar-te-á de retorno o estímulo ao trabalho que o mundo
te solicita desempenhar.
Perante os adversários, transformar-se-á em respeito e admiração no
ânimo de quantos ainda te não possam compreender.
Ante o ministério público dos que foram chamados a administrar, ser-te-á
nota de crédito e gratidão na justiça que pede o amparo e o entendimento
de todos.
Lembra-te de que a palavra edificante será sempre doação de teu
pensamento e de tua boca, beneficiando a senda em que transites, e, seja
ensinando nas assembléias ou conversando na intimidade, omite toda a
imagem do mal para que o bem reine sempre.
A frase construtiva e generosa é princípio de solução nos mais
complicados processos de sofrimento.
Unge o dom de falar no bálsamo que lhe flui da faculdade de levantar e
servir, e a tua oração, quando proferida, influenciará todas as almas
que te partilham a marcha, à feição de luz fendendo o espaço em raio
ascendente de esperança, para trazer-te a resposta do Céu, por
intermédio daqueles que te acompanham, com a força da realização e com a
suavidade da bênção.
Fonte: Livro “Trevo de idéias” – Autor Francisco Cândido Xavier pelo
Espírito de Emmanuel
Digitado por: Lílian Figueiredo Silva
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JESUS E KARDEC
Emmanuel
Ante a Revelação Divina, assevera Jesus:
- “Eu não vim destruir a Lei.”
E reafirma Allan Kardec:
- “Também o Espiritismo diz: - não venho destruir a lei cristã, mas
dar-lhe execução.”
Perante a grandeza da vida, exclama o Divino Mestre:
- “Há muitas moradas na casa de meu Pai.”
E Allan Kardec acentua:
- “A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que
circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos, que neles
reencarnam, moradas correspondentes ao adiantamento que lhes é próprio.”
Exalçando a lei de amor que rege o destino de todas as criaturas,
advertiu-nos o Senhor:
- “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei.”
E Allan Kardec proclama:
- “Fora da caridade não há salvação.”
Destacando a necessidade de progresso para o conhecimento e para a
virtude, recomenda o Cristo:
- “Não oculteis a candeia sob o alqueire.”
E Allan Kardec acrescenta:
- “Para ser proveitosa, tem a fé que ser ativa; não deve entorpecer-se.”
Encarecendo o imperativo do esforço próprio, sentencia o Senhor:
- “Buscai e achareis.”
E Allan Kardec dispõe:
- “Ajuda a ti mesmo que o Céu te ajudará.”
Salientando o impositivo da educação, disse o Excelso Orientador:
- “Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai Celestial.”
E AIlan Kardec adiciona:
- “Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação moral e
pelos esforços que emprega para domar as inclinações infelizes.”
Enaltecendo o espírito de serviço, notificou o Eterno Amigo:
- “Meu Pai trabalha até hoje e eu trabalho também’’
E Allan Kardec confirma:
- “Se Deus houvesse isentado o homem do trabalho corpóreo, seus membros
ter-se-iam atrofiado, e, se o houvesse isentado do trabalho da
inteligência, seu espírito teria permanecido na infância, no estado de
instinto animal.”
Louvando a responsabilidade, ponderou o Senhor:
- “Muito se pedirá a quem muito recebeu.”
E Allan Kardec conclui:
- “Aos espíritas muito será pedido, porque muito hão recebido.”
Exaltando a filosofia da evolução, através das existências numerosas que
nos aperfeiçoam o ser, na reencarnação necessária, esclarece o Excelso
Instrutor:
- “Ninguém poderá ver o Reino de Deus se não nascer de novo.”
E Allan Kardec conclama:
- “Nascer, viver, morrer, renascer ainda e progredir sempre, tal é a
lei.”
Consagrando a elevada missão da verdadeira ciência, avisa o Mestre dos
Mestres:
- “Conhecereis a verdade e a verdade vos fará livres.”
E Allan Kardec anuncia:
- ‘‘Fé inabalável só é aquela que pode encarar a razão face a face.’’
Tão extremamente identificado com o Mestre Divino surge o Apóstolo da
Codificação, que os augustos mensageiros, que lhe supervisionam a obra,
foram positivos nesta síntese que recolhemos da Resposta à Pergunta
número 627, em O Livro dos Espíritos:
- “Estamos incumbidos de preparar o Reino do Bem que Jesus anunciou.”
Eis por que, ante o primeiro centenário das páginas basilares da
Codificação, saudamos no Espiritismo – Chama da Fé Viva a resplender
sobre o combustível da Filosofia e da Ciência – o Cristianismo
Restaurado ou a Religião do Amor e da Sabedoria, que, partindo do
Espírito Sublime de Nosso Senhor Jesus Cristo, encontrou em Allan Kardec
o fiel refletor para a libertação e ascensão da Humanidade inteira.
Fonte: Livro “Trevo de idéias” – Autor Francisco Cândido Xavier pelo
Espírito de Emmanuel
Digitado por: Lílian Figueiredo Silva
“ DEUS TEM CAMINHOS PARA TODOS OS FILHOS EXTRAVIADOS “
Pedro Augusto Souza
Gonçalves, jovem de 22 anos, inconformado com sua moléstia crônica –
sofrendo desde os oito anos de idade, com certa freqüência, de fortes
convulsões epilépticas, resistentes a tratamento médico constante-, pôs um
ponto final em sua vida física, com certeiro projétil, a sete de junho de
1988.
Residia no Rio
de Janeiro, RJ, sua terra natal, com seus pais João Francisco Gonçalves
Netto e Elza Souza Gonçalves, em Copacabana, à Avenida Atlântica, 4022
apartamento 502.
Porém, apenas
três meses após o lamentável episódio, Pedro Augusto, em Uberaba,
comunicou-se novamente com seus queridos progenitores, em longa e
confortadora mensagem, “ relatando fatos de que apenas ele, seus pais e
irmãos tinham conhecimento”, conforme esclarecimento de seu pai.
Agora, mais
consciente de sua provação terrena, ele sofre, submetendo-se a “ severo
tratamento “, e sente-se profundamente arrependido, mas otimista diante do
futuro, ao afirmar que “ a esperança já está em meu coração “ e “ Deus tem
caminhos para todos os filhos extraviados “.
Querida
Mãezinha Elza e meu pai João.
Estou
informado de que pude vir até aqui, trazer-lhes as minhas notícias, pela
concessão de amigos que consideraram o merecimento dos pais queridos,
porque, de mim mesmo, ainda me encontro nas faixas de severo tratamento.
Perdoem-me a
tribulação que lhes causei com a minha deserção da vida. Confesso-lhes que
tudo fiz para evitar aquele amargo desfecho de minhas inquietações. Nervos
doentes substituindo a fé que me cabia acalentar, a fim de vencer em minha
provação. Estava longe de compreender que todas as criaturas suportam o
fardo de que precisarão se desvencilhar, um dia, para se encontrarem consigo
mesmas.
Mãezinha Elza,
lutei muito. Assim pensei, admitindo erroneamente que milhares de pessoas
não sofriam muito mais do que eu mesmo. Detinha a vantagem de viver ao lado
dos familiares queridos e parecia cego para não reconhecer que nada me
faltava para ser tranqüilo e feliz.
Um ponto,
porém, me atormentava o pensamento. Cedo reconheci que eu não poderia
constituir uma família como desejava e deixei-me iludir com isso, quando há
tantas crianças doentes e desajustadas esperando o amparo de alguém que lhes
tutele a existência infortunada. Esqueci-me de que eu poderia incorporar-me
no trabalho de uma instituição das muitas que amparam os pequeninos
sofredores... E, porque não me seria possível uma vida igual à vida de
outros rapazes, a idéia de revolta contra a vida se apoderou de mim.
Estou aqui
nesta mesma sala onde estive um dia, buscando orientação e esclarecimento, e
se não me foi possível a demora de mais alguns dias para ouvir os amigos que
me reconfortariam, explicando-me o que seja a provação na vida de alguém,
agora vejo todos e ouço a todos os que trocam opiniões, reconhecendo que me
seria tão fácil suportar a carência de meus recursos genésicos, abraçando a
vida que a Divina Providência me reservara.
Penso,
atualmente, na legião de jovens aos quais algumas frases bastariam para
esclarecê-los e traçar-lhes novos rumos!
Não sei
explicar-lhes o conflito que passou a possuir-me, desde que alguns
companheiros me informaram de que as minhas dificuldades orgânicas eram
irreversíveis! Criando nomes supostos para disfarçar-me, tentei ouvir
muitos médicos ou acadêmicos de Medicina que me ouviam com atenção. Todos
eram unânimes na opinião de que eu era vítima de problema sem solução.
Ao mesmo
tempo, inflamava-me com o propósito de casar-me e ser feliz num lar, em que
pudesse usufruir a vida de um homem comum. No entanto, a depressão, de que
me vi acometido, ganhou todas as minhas resistências e entreguei-me à
desencarnação voluntária, ignorando que a vida continuava.
Não tenho
recursos para evadir-me da realidade e, por isso, preciso assumir o meu
gesto infeliz. Sou claro em minhas afirmativas porque estou diante dos pais
queridos, aos quais não posso enganar, conquanto reconheça que me competia
uma entrevista com ambos na intimidade da família, e com isso, talvez,
conseguisse um caminho para a minha própria libertação.
Pais queridos,
perdoem-me aquele projétil que eu devia ter evitado, perdoem-me a ingratidão
a que me entreguei quase inconscientemente, e continuem nas orações por mim,
de vez que me envergonho de expor aqui a minha fragilidade.
No instante
terrível em que me vi arrasado pelas próprias mãos encontrei rente comigo
aquele benfeitor, que ainda me segue as experiências, fornecendo-me as
chaves do conhecimento superior – esse amigo humanitário e abnegado que me
colheu nos braços, quando já não possuía qualquer recurso de
auto-sustentação. Ele me solicitou chamá-lo pelo nome de vovô Francisco, e
me abençoa e socorre em todos os meus obstáculos, e me afirma que Deus tem
caminhos para todos os filhos extraviados. Estou consolado com a
possibilidade de dizer-lhes isso.
Estou
melhorando, porque os meus primeiros dias, aqui na Vida Espiritual, foram
momentos do alucinado que já deixei de ser.
Muito grato
por virem até aqui, na idéia de que colheriam alguma notícia do filho
devedor que sou eu, sensibilizando-me com a decisão de romperem com os
empeços da viagem, a fim de que eu pudesse rogar-lhes a bênção.
Pais queridos,
do meu amanhã ainda nada sei, mas a confiança em Deus está novamente comigo
e, com isso, compreendo que todas as minhas lutas serão superadas sem que
eu, por enquanto, saiba como. Peço-lhes desculparem o filho infeliz que
era tão feliz em nossa família e não sabia.
Deus me
favorecerá com oportunidades de trabalho para que me sinta reposto no
caminho da segurança e do bem. Sofri muito e ainda sofro, mas a esperança
já está em meu coração e sei que aprenderei a viver e a servir.
Não posso
continuar porque a emoção me constringe a garganta e o pensamento, mas
seguirei adiante com a certeza de que me desculparam a leviandade e a
doença, e me amam com o mesmo carinho dos dias passados. Mãezinha Elza, as
suas lágrimas me lavaram a alma, e com o seu amor me sinto à frente de novo
dia.
Pais queridos,
a todos os nossos entreguem as minhas lembranças, e recebam o coração do
filho que não soube compreendê-los, mas que os ama com todas as forças da
própria vida.
Até que eu
volte melhor amanhã do que hoje me sinto, guardem as saudades e o imenso
carinho do filho sempre mais reconhecido,
Pedro Augusto.
Notas e Identificações
1 – Psicografada em
reunião pública do GEP, na noite de 17 de setembro de 1988.
2 – ainda me encontro
nas faixas de severo tratamento – Refere-se ao tratamento médico do
corpo espiritual ( Ver item cinco do Capítulo 9 )
3 – Estou aqui, nesta
mesma sala onde estive um dia – De fato, esteve no GEP, em Uberaba, em
março de 1986.
4 – vovô Francisco
– Trata-se, provavelmente, do bisavô paterno, desencarnado no Estado do
Espírito Santo, no início do século.
5 – Pedro Augusto –
Pedro Augusto Souza Gonçalves nasceu no Rio de Janeiro, a oito de outubro de
1965. Dedicava-se à arte fotográfica, possuindo um laboratório completo, e
pretendia estabelecer-se nesse ramo de atividade ou similar.
Livro
Porto De Alegria - Francisco Cândido Xavier Espíritos Diversos
HORAS DE TRANSIÇÃO
Cultiva a paciência e resguarda-te em paz.
Recorda a multidão descontrolada, ante o perigo iminente.
Memoriza os desastres ocorridos, seja nos recintos fechados ou nos estádios
abertos, quando algum grito alucinante anuncia determinadas perturbações.
Grupos amedrontados se entrechocam, por vezes a se ferirem, ou a se
massacrarem mutuamente.
Semelhante imagem se aplica igualmente à Terra, nos dias de transição, quais
os da atualidade, em que milhões de criaturas encontram problemas a se
agigantarem de extensão.
O mundo, nesses eventos, lembra efetivamente um anfiteatro de proporções
imensas, no qual vastas multidões sofrem a pressão de acontecimentos cruéis.
E essas crises pesam sobre a vida particular, motivando estranhos
comportamentos na esfera de individuo para individuo.
E assim que anotamos companheiros de experiência a se desorientarem, nas
mais diversas condições de trabalho e de luta.
Esse exige a desvinculação apressada de compromissos que abraçou
voluntariamente pouco lhe importando as lagrimas daqueles que se estorcegam
de dor, em se observando lesados nos sentimentos mais caros; outro pisa
sobre os irmãos indefesos que tombam, aqui e ali, sem perguntar pelos
sofrimentos que causam; aquele agride quantos lhe cruzem o caminho; e ainda
outros muitos assumem atitudes infelizes, precipitando-se na mutilação deles
mesmos, a pretexto de senhorearem a frente do escape.
Se te encontras diante de situações assim complexas, em que pessoas amadas
parecem enlouquecidas, no anseio unicamente dos interesses próprios,
desertando de obrigações respeitáveis, dilapidando alheios sentimentos,
depredando corações ou largando-se nos gestos temerários que lhes acarretam
inimagináveis padecimentos, acalma-te e ora, serve e espera.
A tormenta é transitória.
Lembra o Sol renascente, recompondo o campo, após uma noite de tempestade e
entenderás a harmonia inarredável com que a vida marca as obras de Deus.
Livro-
“Pronto Socorro” – Autor – Emmanuel – Psicografia – Francisco Candido
Xavier.
Digitado
por Doris Day.
A PARÁBOLA DO RICO
Irmão X
Na pequena assembléia espiritual,
estudávamos a Parábola do Rico.
Alguns intelectuais, brilhantes no mundo,
inclinavam-se comovidos ante a necessidade de penetrarem a luz dos
capítulos simples do Evangelista.
Na cátedra das lições costumeiras, a figura
de Pedro Richard nos acompanhava com atenção generosa e sincera.
O quadro não era muito diferente das
circunstâncias em que se poderia realizar sobre a Terra.
A esfera espiritual próxima do planeta é uma
figura de transição, em que o gosto terrestre tem quase absoluta
predominância.
O amplo recinto oferecia o aspecto de um
parlamento singelo e acolhedor e, como ponto central, aquele velhinho,
amigo de Ismael e de Jesus, com os cabelos nevados, parecendo feitos com a
luz prateada das mais dolorosas experiências, ensinava o sentido oculto
das preciosas lições do Cristo.
– Afinal – exclama um dos meus amigos –,
existem realmente os grandes usurários e os ricos infelizes no mundo. São
os dilapidadores dos bens coletivos, porque a movimentação do dinheiro
poderia incentivar o trabalho, atenuando as dificuldades dos mais
infortunados.
– Entretanto – atalha um dos presentes –,
temos as fortunas dos grandes beneméritos da Humanidade. Um Rockefeller,
um Carnegie, que estimulam as grandes iniciativas, em favor do bem
público, não serão ricos amados de Deus? E os Henry Ford, que transformam
os pântanos em parques industriais, onde milhares de criaturas ganham
honestamente o pão da vida, não merecem o respeito amoroso das multidões?
A apreciação sobre os ricos da Terra
prosseguia animada, quando alguém se lembrou de submeter a Richard o
assunto, em sua feição substancial.
O generoso velhinho, no entanto, replicou
judiciosamente:
– Antes de tudo, só Deus pode julgar em
definitivo as suas criaturas; mas, como considero o planeta terrestre uma
abençoada escola de dor que conduz à alegria e de trabalho que encaminha
para a felicidade com Jesus, devo assinalar que, na carne, não conheço
senão Espíritos cheios de débitos pesados, com as mais vastas obrigações,
perante a obra de Deus, que é o país infinito das almas. Quem será o
Senhor das riquezas, senão o próprio Pai que criou o Universo? Onde estão
os bancos infalíveis, ou os milionários que possam dispor eternamente dos
bens financeiros que lhes são confiados? As expressões cambiais do mundo
são convenções que outras convenções modificam. Basta, às vezes, um sopro
leve das marés sociais para que todos os quadros da riqueza humana se
transformem. Tenho de mim para comigo que, no mundo, o dinheiro a gastar,
como a dívida financeira a resgatar são também oportunidades que o Senhor
de Todas as Coisas nos oferece, para que sejamos dignos dele. O crédito
exige a virtude da ponderação com a bondade esclarecida e o débito reclama
a virtude da paciência com o amor ao trabalho.
A essas palavras justas, que nos conduziam a
um campo de novas especulações sentimentais, um dos nossos irmãos de
esforço, antigo socialista extremado na Terra, entusiasmando-se, talvez em
excesso, com as elucidações do generoso mentor, exclamou efusivamente:
– Muito bem! sempre encontrei no capital um
fantasma para a felicidade humana.
Pedro Richard endereçou-lhe o olhar, cheio
de mansuetude, e explicou com bondade:
– Quem te afirmou que o capital no mundo é
um erro?
E depois de uma pausa, dando a conhecer que
desejava acentuar suas palavras, acrescentou:
– Podemos assinalar a dedo os raríssimos
homens da Terra que conseguem trabalhar sem o aguilhão. O capital será
esse aguilhão, até que as criaturas entendam o divino prazer de servir.
Para os mais abastados, ele tem constituído a preocupação bendita da
responsabilidade, e para a generalidade dos homens, o estímulo ao
trabalho. O capital é um recurso de sofrimento purificador, não somente
para os que o possuem, mas para quantos se esforçam pelo obter. É o meio
através do qual o amor de Deus opera sobre toda a estruturação da vida
material no globo; sem sua influência, as expressões evolutivas do mundo
deixariam a desejar, mesmo porque os Espíritos encarnados estariam longe
de compreender os valores legítimos da vida, sem a verdadeira concepção da
dignidade do trabalho.
O nosso amigo quedou-se em meditação.
Aqueles esclarecimentos generosos e simples
profundamente nos surpreendiam.
O mentor benévolo e sábio continuou as suas
elucidações evangélicas. Explicações desconhecidas e inesperadas surgiam
de seus lábios, derramando-se em nossos espíritos, como jatos de luz. Eram
novas claridades sobre a figura incompreendida e luminosa do Cristo,
revelações de sentimentos que nos conduziam ao máximo de admiração.
Grande número de literatos desencarnados no
Brasil, filiados às mais diversas escalas, escutavam-lhe os conceitos
simples e profundos.
Foi então que, ao fim dos estudos, e nas
derradeiras observações, um velho conhecedor das letras evangélicas
adiantou-se para o velhinho bom, interrogando:
– Richard, as tuas explicações são
judiciosas e derramam novas claridades em nosso íntimo. Mas, sempre
ponderei uma questão de essencial interesse, nessa parábola do Evangelho.
Por que motivo o santificador Espírito de Abraão, personificando a
Providência Divina junto de Lázaro redimido, não atendeu às súplicas do
Rico desventurado? Não era este também um filho de Deus? Observando os
teus esclarecimentos de agora, sinto esta interrogação cada vez mais forte
em minh'alma, porque, afinal, o homem rico do mundo pode ser, muitas
vezes, uma criatura indigente na aspereza das provas. Como esclarecer esse
problema que nos induz a supor certa insensibilidade nas almas gloriosas
que já se redimiram das vicissitudes da existência material?
O esclarecido comentador da palavra de Jesus
replicou com veemência e brandura:
– Insensibilidade nos mensageiros do bem?
Esse conceito nasce da nossa deficiência de verdadeira compreensão. Abraão
e Lázaro viram nos sofrimentos do Rico a misericórdia inesgotável do Pai
Celestial que, dos nossos erros mais profundos, sabe extrair a água
amargosa que nos há de curar o coração. Ambos compreenderam que seria
contrariar os desígnios divinos levar ao irmão torturado uma água
mentirosa que lhe não mataria a sede espiritual. Quanto ao mais, que pedia
o Rico ao Espírito generoso de Abraão? Rogava-lhe que Lázaro voltasse ao
mundo para dar a seus pais, a sua mulher, a seus filhos e irmãos as
verdades de Deus, a fim de que se salvassem. Como não se lembrou de pedir
a difusão dessas mesmas verdades, entre todas as criaturas? Por que razão
somente pensou nos seus amados pelo sangue, quando todos os homens, nossos
irmãos, têm necessidade da paz de Deus, que é a água viva da redenção? A
solicitação do Rico é muita semelhante à maioria das súplicas que partem
dos caminhos escuros da Terra, filhas do egoísmo ambicioso ou do malfadado
espírito de preferência das criaturas, orações que nunca chegam a Deus,
por se apagarem no mesmo círculo de sombra e ignorância em que foram
geradas pela insensatez dos homens indiferentes!...
O nosso amigo religioso recebera também a
sua lição.
As elucidações evangélicas do dia estavam
terminadas.
No recanto silencioso, a que me recolho com
as heranças tristes da Terra, intensifiquei as minhas reflexões sobre a
grandeza desconhecida do Cristo e, contemplando as perspectivas
angustiosas dos quadros sociais da existência terrestre, comecei a
meditar, com mais interesse, na profunda Parábola do Rico.
Do livro Pontos e Contos. Psicografia de
Francisco Cândido Xavier.
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