Emmanuel
Numerosos os companheiros
que se crêem modelos acabados de humanismo. São repositórios vivos da
cultura de todos os tempos. Descerram ilimitados horizontes à inteligência
e, debruçados sobre publicações, falam de ciência e filosofia, dominando os
mais altos conhecimentos.
*
Entretanto, não toleram o
mínimo contato com os sofrimentos do próximo.
*
Nada sabem acerca das
criaturas que se arrastam, em torno das peças primorosas que pronunciam.
Supõem-se líderes de
educação e progresso, mas admitem como sendo indignidade para eles o trato
pessoal com o homem calejado no trabalho que o alfabeto ainda não alcançou;
julgam impropriedade, na altura em que se encontram, qualquer atenção
caridosa para com as mães abandonadas em telheiros de angustia; acreditam
que lhes é inconveniente assumir responsabilidade na proteção à criança que
abordou o plano físico pelo renascimento considerado ilegal e categorizam
por marginais pobres irmãos que tombam na estrada, enfermos e subnutridos...
Emitem conceitos profundos,
em matéria de espiritualidade e religião, mas desconhecem totalmente os
desesperados, os ignorantes, os obsessos, os toxicômanos, as vítimas do
aborto, os desempregados, os descrentes, os velhos banidos do lar, os
recalcados quase sempre no rumo de penitenciárias ou manicômios, os parias
sociais de todas as procedências...
*
Exaltemos a técnica e
desenvolvamos o saber, sem os quais a vida terrena jazeria indefinidamente
na selva, mas inclinemo-nos na direção dos que carregam fardos mais pesados
do que os nossos, honorificando a solidariedade.
Penetremos os recessos da
psicologia da nossa época, auscultemos os problemas, as aflições, as provas
e as necessidades que nos rodeiam, oferecendo o concurso de que sejamos
capazes à solução e ao amparo de que careçam nossos irmãos ainda infelizes.
*
Não somos chamados
tão-somente a viver e aprender, mas também a conviver e auxiliar.
*
Civilização sem amor é
subida espetacular para salto nas trevas.
Cultura que não guia a
retaguarda, por intermédio de compaixão e serviço, é comparável à
indiferença do pastor que entrega o rebanho aos lobos da violência.
Fonte: Do Livro “Seguindo
Juntos” Francisco Cândido Xavier/Espíritos Diversos
Digitalizado por: Cleusa
Marcusso
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