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quinta-feira, 4 de julho de 2013
quarta-feira, 3 de julho de 2013
Existem outras formas de corrupção, além daquelas práticas usuais, Emmanuel nos faz refletir em vez de julgarmos.
NÃO
FURTAR
Emmanuel
Reunião pública de
27-1-61
1ª Parte, cap. VI,
item 14
Diz a Lei: “não
furtaras”.
Sim, não furtarás o
dinheiro, nem a fazenda, nem a posse dos semelhantes.
Contudo, existem
outros bens que desaparecem, subtraídos pelo assalto da agressividade
invisível que passa, impune, diante dos tribunais articulados na Terra.
Há muitos amigos que
restituem honestamente a moeda encontrada na rua, mas que não se pejam de
roubar a esperança e o entusiasmo dos companheiros dedicados ao bem,
traçando telas de amargura e desânimo, com as quais favorecem a vitória do
mal.
Muitos respeitam a
terra dos outros; entretanto não hesitam em dilapidar-lhes o patrimônio
moral, assestando contra eles a maledicência e a calúnia.
Há criaturas que
nunca arrebataram objetos devidos ao conforto do próximo; contudo, não
vacilam em surripiar-lhes a confiança.
E há pessoas
inúmeras que jamais invadiram a posse material de quem quer que seja;no
entanto, destroem sem piedade, a concórdia e a segurança do ambiente em
que vivem, roubando o tempo e a alegria dos que trabalham.
“Não furtarás” –
estatui o preceito divino. É preciso, porém, não furtar nem os recursos do
corpo, nem os bens da alma, pois que a conseqüência de todo furto é
prevista na Lei.
Livro “Justiça
Divina” – Psicografia Francisco Candido Xavier – Espírito Emmanuel
O REVOLUCIONÁRIO SINCERO- "A revolução é sempre o engano trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo. Quando cada servidor entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a indisciplina, nem tempo para a insubmissão...."
Um texto tão atual, que serve como bússola nos dias atuais e reflexão diante das turbulências(comentário do blog)
O REVOLUCIONÁRIO SINCERO
O REVOLUCIONÁRIO SINCERO
Neio Lúcio
No curso das
elucidações domésticas, Judas conversava, entusiástico, sobre as anomalias
na governança do povo, e, exaltado, dizia das probabilidades de revolução
em Jerusalém, quando o Senhor comentou, muito calmo: — Um rei antigo era
considerado cruel pelo povo de sua pátria, a tal ponto que o principal dos
profetas do reino foi convidado a chefiar uma rebelião de grande alcance,
que o arrancasse do Trono.
O profeta não
acreditou, de início, nas denúncias populares, mas a multidão insistia.
“O rei era duro de
coração, era mau senhor, perseguia, usurpava e flagelava os vassalos em
todas as direções” — clamava-se desabridamente.
Foi assim que o
condutor de boa-fé se inflamou, igualmente, e aceitou a idéia de uma
revolução por único remédio natural e, por isso, articulou-a em silêncio,
com algumas centenas de companheiros decididos e corajosos.
Na véspera do
cometimento, contudo, como possuía segura confiança em Deus, subiu ao topo
dum monte e rogou a assistência divina com tamanho fervor que um Anjo das
Alturas lhe foi enviado para confabulação de espírito a espírito.
À frente do
emissário sublime, o profeta acusou o soberano, asseverando quanto sabia
de oitiva e suplicando aprovação celeste ao plano de revolta renovadora.
O mensageiro
anotou-lhe a sinceridade, escutou-o com paciência e esclareceu: — “Em nome
do Supremo Senhor, o projeto ficará aprovado, com uma condição.
Conviverás com o
rei, durante cem dias consecutivos, em seu próprio palácio, na posição de
servo humilde e fiel, e, findo esse tempo, se a tua consciência perseverar
no mesmo propósito, então lhe destruirás o trono, com o nosso apoio.” O
chefe honesto aceitou a proposta e cumpriu a determinação.
Simples e sincero,
dirigiu-se à casa real, onde sempre havia acesso aos trabalhos de limpeza
e situou-se na função de apagado servidor; no entanto, tão logo se colocou
a serviço do monarca, reparou que ele nunca dispunha de tempo para as
menores obrigações alusivas ao gosto de viver.
Levantava-se rodeado
de conselheiros e ministros impertinentes, era atormentado por centenas de
reclamações de hora em hora.
Na qualidade de pai,
era privado da ternura dos filhos; na condição de esposo, vivia distante
da companheira.
Além disso, era
obrigado, freqüentemente, a perder o equilíbrio da saúde física, em vista
de banquetes e cerimônias, excessivamente repetidos, nos quais era
compelido a ouvir toda a sorte de mentiras da boca de súditos bajuladores
e ingratos.
Nunca dormia, nem se
alimentava em horas certas e, onde estivesse, era constrangido a vigiar as
próprias palavras, sendo vedada ao seu espírito qualquer expressão mais
demorada de vida que não fosse o artifício a sufocar-lhe o coração.
O orientador da
massa popular reconheceu que o imperante mais se assemelhava a um escravo,
duramente condenado a servir sem repouso, em plena solidão espiritual,
porquanto o rei não gozava nem mesmo a facilidade de cultivar a comunhão
com Deus, por intermédio da prece comum.
Findo o prazo
estabelecido, o profeta, radicalmente transformado, regressou ao monte
para atender ao compromisso assumido, e, notando que o Anjo lhe aparecia,
no curso das orações, implorou-lhe misericórdia para o rei, de quem ele
agora se compadecia sinceramente.
Em seguida,
congregou o povo e notificou a todos os companheiros de ideal que o
soberano era, talvez, o homem mais torturado em todo o reino e que, ao
invés da suspirada insubmissão, competia-lhes, a cada um, maior
entendimento e mais trabalho construtivo, no lugar que lhes era próprio
dentro do país, a fim de que o monarca, de si mesmo tão escravizado e tão
desditoso, pudesse cumprir sem desastres a elevada missão de que fora
investido.
E, assim, a rebeldia
foi convertida em compreensão e serviço.
Judas, desapontado,
parecia ensaiar alguma ponderação irreverente, mas o Mestre Divino
antecipou-se a ele, falando, incisivo: — A revolução é sempre o engano
trágico daqueles que desejam arrebatar a outrem o cetro do governo.
Quando cada servidor
entende o dever que lhe cabe no plano da vida, não há disposição para a
indisciplina, nem tempo para a insubmissão.
Do Livro
Jesus no Lar - Francisco C. Xavier
A verdadeira mudança no Brasil e mundo está dentro de cada um de nós.(...)"o Evangelho é portador de gigantesca transformação do mundo. Destina-se à redenção das massas anônimas e sofredoras. Reformará o caminho dos povos".(...)"– Tomé, os homens deviam entediar-se de revoltas e guerras que começam de fora, espalhando ruína e ódio, crueldade e desespero. Nossa iniciativa redentora verifica-se de dentro para fora..." (...)"– A ordem para nós não é de matar para renovar, mas, sim, de servir para melhorar e elevar sempre...".
a revolução cristã
Irmão X
Ouvindo variadas referências ao novo Reino, Tomé
impressionara-se, acreditando o povo judeu nas vésperas de formidável
renovação política. Indubitávelmente, Jesus seria o orientador supremo do
movimento a esboçar-se pacífico para terminar, com certeza, em choques
sanguinolentos. Não se reportava o Mestre, constantemente, à vontade do
Todo-Poderoso? Era inegável o advento da era nova. Legiões de anjos
desceriam provávelmente dos céus e pelejariam pela independência do povo
escolhido.
Justificando-lhe a expectativa, toda gente se agrupava, em
redor do Messias, registrando-lhe as promessas.
Estariam no limiar da Terra diferente, sem dominadores e
sem escravos.
Submetendo, certa noite, ao Cristo as impressões de que se
via possuído, d’Ele ouviu a confirmação esperada:
– Sem dúvida – explicou o Nazareno –, o Evangelho é
portador de gigantesca transformação do mundo. Destina-se à redenção das
massas anônimas e sofredoras. Reformará o caminho dos povos.
– Um movimento revolucionário! – acentuou Tomé, procurando
imprimir mais largo sentido político a definição.
– Sim – acrescentou o Profeta Divino –, não deixa de ser...
Entusiasmado, o discípulo recordou a belicosidade da raça,
desde os padecimentos no deserto, a capacidade de resistência que
assinalava a marcha dos israelitas, a começar de Moisés, e indagou sem
rebuços:
– Senhor, confiar-me-ás, porventura, o plano central do
empreendimento?
Dirigiu-lhe Jesus significativo olhar e observou:
– Amanhã, muito cedo, iremos ambos ao monte, marginando as
águas. Teremos talvez mais tempo para explicações necessárias.
Intrigado, o apostolo aguardou o dia seguinte e, buscando
ansioso a companhia do Senhor, muito antes do sol nascente, em casa de
Simão Pedro, com surpresa encontrou-o à espera dele, a fim de jornadearem
sem detenha.
Não deram muitos passos e encontraram pobre pescador
embriagado a estirar-se na via pública. O Messias parou e acercou-se do
mísero, socorrendo-o.
– Que é isto? – clamou Tomé, enfadado – este velho diabo e
Jonas, borracho renitente. Para que ajudá-lo? Amanhã, estará deitado aqui
ás mesmas horas e nas mesmas condições.
O Companheiro Celeste, todavia, não lhe aceitou o conselho
e redargüiu:
– Não te sinto acertado nas alegações. Ignoras o princípio
da experiência de Jonas. Não sabes por que fraqueza se rendeu ele ao
vicio. É enfermo do espírito, em estado grave: seus sofrimentos se agravam
à medida que mergulha no lamaçal. Realmente vive reincidindo na falta.
Entretanto, não consideras razoável que o serviço de escorro exige também
o ato de começar?
O aprendiz não respondeu, limitando-se a cooperar na
condução do bêbado para lugar seguro, onde caridoso amigo se dispôs a
fornecer-lhe lume e pão.
Retomavam a caminhada, quando pobre mulher, a toda pressa,
veio implorar ao Messias lhe visitasse a filhinha em febre alta.
Acompanhado pelo discípulo, o Salvador orou, ao lado da
pequenina confiante, abençoou-a e restituiu-lhe a tranqüilidade ao corpo.
Iam saindo de Cafarnaum, mas foram abordados por três
senhoras de aspecto humilde que desejavam instruções da Boa-Nova para os
filhinhos. O Cristo não se fez rogado. Prestou esclarecimentos simples e
concisos.
Ainda não havia concluído aquele curso rápido de Evangelho
e Jafé, o cortador de madeira, veio resfolegante suplicar-lhe a presença
no lar, porque um filho estava morto e a mulher enlouquecera.
O Emissário de Deus seguiu-o sem pestanejar, à frente de
Tomé silencioso. Reconfortou a mãezinha desvairada, devolvendo-a ao
equilíbrio e ensinou à casa perturbada que a morte, no fundo, era a
vitória da vida.
O serviço da manhã absorvera-lhes o tempo e, assim que se
puseram a caminho, em definitivo, eis que uma anciã semi-paralítica pede o
amparo do Amigo Celestial. Trazia a perna horrivelmente ulcerada e
dispunha apenas de uma das mãos.
O messias acolhe-a, bondoso. Solicita o concurso do
apóstolo e condu-la a sítio vizinho, onde lhe lava as feridas e deixa-a
convenientemente asilada.
Prosseguindo viagem para o monte, mestre e discípulo foram
constrangidos a atender mais de cinqüenta casos difíceis, lenindo o
sofrimento, semeando o bom ânimo, suprimindo a ignorância e espalhando
lições de esperança e iluminação. Sempre rodeados de cegos e loucos,
leprosos e aleijados, doentes e aflitos, mal tiveram tempo de fazer
ligeiro repasto de pão e legumes.
Quando atingiram o objetivo, anoitecera de todo. Estrelas
brilhavam distantes. Achavam-se exaustos.
Tomé, que mostrava os pés sangrentos, enxugou o suor
copioso e rendeu graças a Deus pela possibilidade de algum descanso. A
fadiga, porém, não lhe subtraíra, a curiosidade. Erguendo para o Cristo
olhar indagador, inquiriu :
– Senhor, dar-me-ás agora a chave da conspiração
libertadora?
O divino interpelado esclareceu, sem vacilações :
– Tomé, os homens deviam entediar-se de revoltas e guerras
que começam de fora, espalhando ruína e ódio, crueldade e desespero. Nossa
iniciativa redentora verifica-se de dentro para fora. Já nos achamos em
plena revolução evangélica e o dia de hoje, com os abençoados deveres que
nos trouxe, representa segura resposta à indagação que formulaste.
Enquanto houver preponderância do mal, a traduzir-se em aflições e trevas,
no caminho dos homens, combateremos em favor do triunfo supremo do bem.
E, ante o discípulo desapontado, concluiu :
– A ordem para nós não é de matar para renovar, mas, sim,
de servir para melhorar e elevar sempre.
Tomé passou a refletir maduramente e nada mais perguntou.
Livro “Luz Acima”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
terça-feira, 2 de julho de 2013
Divulgação pelos Atos
Divulgação pelos Atos
O verbo flamívomo e arrebatador entretecerá considerações incomparáveis a respeito do Bem; no entanto, será o exemplo silencioso de renúncia e de dedicação que cimentará o trabalho de edificação enobrecedora.
Páginas brilhantes serão escritas a respeito da excelência do Evangelho; todavia, a conduta equilibrada do indivíduo demonstrá-la-á com segurança, abrindo espaço para a fraternidade e o amor.
Conceituações claras, carregadas de lógica e de bom senso, serão apresentadas às assembléias atentas; entretanto, o comportamento do expositor representará o peso mais importante para selar a legitimidade dos enunciados.
Debates vigorosos conseguirão demonstrar a pujança da palavra de Jesus e a racionalidade de Allan Kardec; mas, a ação da caridade, e somente ela, confirmará o seu elevado conteúdo.
Todos os textos elaborados com inteligência sobre o Espiritismo conseguem despertar o interesse dos neófitos; porém, será sempre a lição viva de gentileza e paciência que lhe demonstrará a irrestrita confiança em Deus, que todos devem manter.
Os cursos de esclarecimento e as técnicas de ensino aplicados à divulgação do pensamento espírita têm o poder de orientar e despertar consciências; todavia, a vivência desses postulados pelos que os enunciam, demonstrará que são portadores de força moral transformadora.
A humanidade tem conhecido admiráveis oradores e hábeis, quão cultos escritores, sofistas e silogistas bem equipados mentalmente, pensadores eméritos, que vêm apresentando teses revolucionárias e propostas salvacionistas, roteiros de libertação e fórmulas de engrandecimento moral; no entanto, o tempo os tem esboroado, porque os seus autores apenas ensinaram, instruíram, propuseram, mas não se impregnaram deles, a que tanto se referiam, sucumbindo no desespero... É lamentável que muitos homens e mulheres, aparentemente convencidos da imortalidade do Espírito e da vida futura, ajam e comportem-se de maneira totalmente contrária...
Agridem-se, espezinham-se e aos demais, censurando, amaldiçoando, hostilizando-se reciprocamente em atitudes infelizes que desmentem as palavras que direcionam aos outros em nome da Doutrina que dizem esposar.
São ainda características da natureza humana a dubiedade, como também a dicotomia entre a palavra e a ação, o ensinamento e a conduta, o que vem dificultando o progresso de cada qual e da humanidade em geral.
Quem encontra o Mestre e reflexiona nos Seus ensinos, não mais age como antes.
Jesus é um divisor de águas e de condutas.
Ninguém pode permanecer indiferente ao Seu mimetismo, à Sua penetração emocional.
O Espiritismo, restaurando-Lhe o pensamento e atualizando-o, é poderoso agente transformador, que modifica o ser em profundidade.
Vivê-lo sem retoques, trabalhando-se sem cessar, constituem o desafio do momento para todo aquele que travou contacto com a sua lição libertadora.
Enquanto permaneça a diferença no nível científico-tecnológico com o moral, o adepto do Espiritismo se tornará o exemplo que define a eloqüência da sua convicção, face aos postulados abraçados.
Divulgação pelos atos é a palavra de ordem no báratro dos conceitos estúrdios e das doutrinas confusas que pretendem retratar Jesus e solucionar os problemas humanos, desequipados da lógica e da razão, incapazes de enfrentar o bom senso e a experimentação científica.
O verbo flamívomo e arrebatador entretecerá considerações incomparáveis a respeito do Bem; no entanto, será o exemplo silencioso de renúncia e de dedicação que cimentará o trabalho de edificação enobrecedora.
Páginas brilhantes serão escritas a respeito da excelência do Evangelho; todavia, a conduta equilibrada do indivíduo demonstrá-la-á com segurança, abrindo espaço para a fraternidade e o amor.
Conceituações claras, carregadas de lógica e de bom senso, serão apresentadas às assembléias atentas; entretanto, o comportamento do expositor representará o peso mais importante para selar a legitimidade dos enunciados.
Debates vigorosos conseguirão demonstrar a pujança da palavra de Jesus e a racionalidade de Allan Kardec; mas, a ação da caridade, e somente ela, confirmará o seu elevado conteúdo.
Todos os textos elaborados com inteligência sobre o Espiritismo conseguem despertar o interesse dos neófitos; porém, será sempre a lição viva de gentileza e paciência que lhe demonstrará a irrestrita confiança em Deus, que todos devem manter.
Os cursos de esclarecimento e as técnicas de ensino aplicados à divulgação do pensamento espírita têm o poder de orientar e despertar consciências; todavia, a vivência desses postulados pelos que os enunciam, demonstrará que são portadores de força moral transformadora.
A humanidade tem conhecido admiráveis oradores e hábeis, quão cultos escritores, sofistas e silogistas bem equipados mentalmente, pensadores eméritos, que vêm apresentando teses revolucionárias e propostas salvacionistas, roteiros de libertação e fórmulas de engrandecimento moral; no entanto, o tempo os tem esboroado, porque os seus autores apenas ensinaram, instruíram, propuseram, mas não se impregnaram deles, a que tanto se referiam, sucumbindo no desespero... É lamentável que muitos homens e mulheres, aparentemente convencidos da imortalidade do Espírito e da vida futura, ajam e comportem-se de maneira totalmente contrária...
Agridem-se, espezinham-se e aos demais, censurando, amaldiçoando, hostilizando-se reciprocamente em atitudes infelizes que desmentem as palavras que direcionam aos outros em nome da Doutrina que dizem esposar.
São ainda características da natureza humana a dubiedade, como também a dicotomia entre a palavra e a ação, o ensinamento e a conduta, o que vem dificultando o progresso de cada qual e da humanidade em geral.
Quem encontra o Mestre e reflexiona nos Seus ensinos, não mais age como antes.
Jesus é um divisor de águas e de condutas.
Ninguém pode permanecer indiferente ao Seu mimetismo, à Sua penetração emocional.
O Espiritismo, restaurando-Lhe o pensamento e atualizando-o, é poderoso agente transformador, que modifica o ser em profundidade.
Vivê-lo sem retoques, trabalhando-se sem cessar, constituem o desafio do momento para todo aquele que travou contacto com a sua lição libertadora.
Enquanto permaneça a diferença no nível científico-tecnológico com o moral, o adepto do Espiritismo se tornará o exemplo que define a eloqüência da sua convicção, face aos postulados abraçados.
Divulgação pelos atos é a palavra de ordem no báratro dos conceitos estúrdios e das doutrinas confusas que pretendem retratar Jesus e solucionar os problemas humanos, desequipados da lógica e da razão, incapazes de enfrentar o bom senso e a experimentação científica.
Forças Psíquicas no Passe
Forças Psíquicas no Passe
"À medida que se vulgarizam e recebem aceitação as terapias alternativas, objetivando a saúde real, a técnica do amor ganha prestígio, por constatar-se que o fulcro de radiação'>irradiação do pensamento mantém estreito intercâmbio com a emoção. Quanto mais expressiva a quota de amor, irradiando-se em forma de energia positiva, mais favoráveis se fazem os resultados terapêuticos nos tentames de auxílio ao próximo.
O amor lúcido carreia forças plenificadoras que robustecem as áreas psíquica, emocional e física daquele a quem é dirigido.
Sendo a chave simbólica para a solução do mais intrincados problemas, ele exterioriza simpatia em sucessivas ondas de renovação que penetram o paciente, revigorando-o para o prosseguimento dos compromissos assumidos.
A canalização do amor é decorrência do pensamento que se sensibiliza pela emoção, exteriorizando força psíquica complementadora, que se dirige no mesmo rumo da afetividade.
Toda vez que Jesus foi convocado a curar, procurou despertar o suplicante para a responsabilidade da saúde, para o compromisso com a vida. Invariavelmente, interrogava-o, se queria realmente curar-se, após cuja anuência, mediante o toque o amor, Ele recuperava os órgãos afetados, restabelecendo a harmonia no ser, cuja preservação, a partir daí, dependia do mesmo.
Tocando o doente, suavemente, sem complexidades no gesto, desejando e emitindo o pensamento curador, alongando-se, psiquicamente até o necessitado onde estivesse, o seu amor reabilitava, recompunha, liberava, sarava, enfim.
A incontestável força da mente ora demonstrada em inúmeras experiências de laboratório, decorre da sua educação e da canalização que se lhe oferece, favorecendo alcançar o alvo ao qual se dirige.
O sentimento de amor que o comanda é complemento essencial para o logro da finalidade a que se destina.
Não obstante, na terapia através dos passes, além da energia mental e do sentimento de afetividade, são inestimáveis outros recursos que lhe formam e definem a qualidade superior.
Referimo-nos às aspirações íntimas, aos anseios emocionais que devem viger em todo aquele que se candidata ao labor da transfusão da bioenergia curadora.
O pensamento exterioriza o somatório das vibrações do psiquismo e, como é natural, torna-se indispensável que essas sejam constituídas de recursos positivos e saudáveis, sem as pesadas cargas deletérias dos vícios e dependências perturbadoras.
Cada qual é o que cultiva; exterioriza aquilo que elabora.
Não há milagre transformador de caráter vicioso, num momento produzindo energias salutares, que não existem naquele que pretende improvisá-las.
Todo recurso é resultado do esforço e a força psíquica se deriva dos conteúdos das ações realizadas.
Quem, portanto, deseje contribuir na terapia socorrista mediante os passes, despreocupe-se das fórmulas e das aparências, perfeitamente dispensáveis, para cuidar dos recursos morais, espirituais que devem ser desenvolvidos em si mesmo.
Tabaco, alcoólicos, drogas aditivas são grandemente perniciosos aos pacientes que lhes recebem as cargas de natureza tóxica. Igualmente, as emanações do desregramento sexual, dos distúrbios de comportamento emocional, da intriga, da maledicência, do orgulho, do ódio e seus famanazes, tornam-se de caráter destrutivo, que irão agravar o quadro daqueles que se lhes submetem.
Na terapia pelos passes, torna-se imprescindível a sintonia do doador com o passivo, a receptividade do paciente em relação ao agente, sem o que, os resultados se tornam iníquos, quando não decepcionantes.
A pedra que não tem poros, após milênios mergulhada no oceano, ao ser partida, apresenta-se seca no seu interior.
Ame-se e cure-se, quem deseje participar da solidariedade humana, no ministério do socorro aos enfermos, a fim de melhor ajudar.
Exteriorize o amor e anele firmemente pela saúde do próximo, deixando-se penetrar pela energia divina de que se fará instrumento e, exteriorizando-a com a sua própria vibração, atenda os irmãos enfraquecidos na luta, caídos na jornada, desorganizados nas paisagens do equilíbrio.
A terapia pelos passes é doação de amor e de saúde pessoal, dispensando quejandos e aparatos mecânicos de sugestão exterior".
Manoel Philomeno de Miranda
"À medida que se vulgarizam e recebem aceitação as terapias alternativas, objetivando a saúde real, a técnica do amor ganha prestígio, por constatar-se que o fulcro de radiação'>irradiação do pensamento mantém estreito intercâmbio com a emoção. Quanto mais expressiva a quota de amor, irradiando-se em forma de energia positiva, mais favoráveis se fazem os resultados terapêuticos nos tentames de auxílio ao próximo.
O amor lúcido carreia forças plenificadoras que robustecem as áreas psíquica, emocional e física daquele a quem é dirigido.
Sendo a chave simbólica para a solução do mais intrincados problemas, ele exterioriza simpatia em sucessivas ondas de renovação que penetram o paciente, revigorando-o para o prosseguimento dos compromissos assumidos.
A canalização do amor é decorrência do pensamento que se sensibiliza pela emoção, exteriorizando força psíquica complementadora, que se dirige no mesmo rumo da afetividade.
Toda vez que Jesus foi convocado a curar, procurou despertar o suplicante para a responsabilidade da saúde, para o compromisso com a vida. Invariavelmente, interrogava-o, se queria realmente curar-se, após cuja anuência, mediante o toque o amor, Ele recuperava os órgãos afetados, restabelecendo a harmonia no ser, cuja preservação, a partir daí, dependia do mesmo.
Tocando o doente, suavemente, sem complexidades no gesto, desejando e emitindo o pensamento curador, alongando-se, psiquicamente até o necessitado onde estivesse, o seu amor reabilitava, recompunha, liberava, sarava, enfim.
A incontestável força da mente ora demonstrada em inúmeras experiências de laboratório, decorre da sua educação e da canalização que se lhe oferece, favorecendo alcançar o alvo ao qual se dirige.
O sentimento de amor que o comanda é complemento essencial para o logro da finalidade a que se destina.
Não obstante, na terapia através dos passes, além da energia mental e do sentimento de afetividade, são inestimáveis outros recursos que lhe formam e definem a qualidade superior.
Referimo-nos às aspirações íntimas, aos anseios emocionais que devem viger em todo aquele que se candidata ao labor da transfusão da bioenergia curadora.
O pensamento exterioriza o somatório das vibrações do psiquismo e, como é natural, torna-se indispensável que essas sejam constituídas de recursos positivos e saudáveis, sem as pesadas cargas deletérias dos vícios e dependências perturbadoras.
Cada qual é o que cultiva; exterioriza aquilo que elabora.
Não há milagre transformador de caráter vicioso, num momento produzindo energias salutares, que não existem naquele que pretende improvisá-las.
Todo recurso é resultado do esforço e a força psíquica se deriva dos conteúdos das ações realizadas.
Quem, portanto, deseje contribuir na terapia socorrista mediante os passes, despreocupe-se das fórmulas e das aparências, perfeitamente dispensáveis, para cuidar dos recursos morais, espirituais que devem ser desenvolvidos em si mesmo.
Tabaco, alcoólicos, drogas aditivas são grandemente perniciosos aos pacientes que lhes recebem as cargas de natureza tóxica. Igualmente, as emanações do desregramento sexual, dos distúrbios de comportamento emocional, da intriga, da maledicência, do orgulho, do ódio e seus famanazes, tornam-se de caráter destrutivo, que irão agravar o quadro daqueles que se lhes submetem.
Na terapia pelos passes, torna-se imprescindível a sintonia do doador com o passivo, a receptividade do paciente em relação ao agente, sem o que, os resultados se tornam iníquos, quando não decepcionantes.
A pedra que não tem poros, após milênios mergulhada no oceano, ao ser partida, apresenta-se seca no seu interior.
Ame-se e cure-se, quem deseje participar da solidariedade humana, no ministério do socorro aos enfermos, a fim de melhor ajudar.
Exteriorize o amor e anele firmemente pela saúde do próximo, deixando-se penetrar pela energia divina de que se fará instrumento e, exteriorizando-a com a sua própria vibração, atenda os irmãos enfraquecidos na luta, caídos na jornada, desorganizados nas paisagens do equilíbrio.
A terapia pelos passes é doação de amor e de saúde pessoal, dispensando quejandos e aparatos mecânicos de sugestão exterior".
Manoel Philomeno de Miranda
Mãos Mirradas
Mãos Mirradas
Enquanto a balada do Evangelho derramava alegrias nas mentes ingênuas e nos corações sofridos das massas, as multidões se acotovelavam e se empurravam para vê-lO, tocá-lO, estarem perto dEle.
Todos aqueles que tinham dificuldades e problemas viam em Jesus o Seu libertador, e nEle depositavam sua confiança, sua ansiedade. Ele passeava o olhar compassivo, e em todos infundia ânimo e esperança, confortando-os com ou sem palavras através da radiação irradiação do Seu psiquismo e da Sua ternura incomparáveis.
Simultaneamente porém, a noite que predominava nos corações dos opressores e governantes impiedosos, dos dominadores de um dia, dos religiosos presunçosos e ricos de inveja, dos cobiçosos, de todos aqueles que somente desfrutavam de primazias e honras, temendo perdê-las, preparava o caldo de cultura do ódio, para infamá-lO, para O pegarem em alguma contradição, cujas armadilhas estabeleciam com cinismo e sofismas bem urdidos.
Mas Jesus os conhecia e se fazia inalcançável às suas tricas farisaicas hediondas e venais. Aumentava o número daqueles que se beneficiavam com o Seu socorro e crescia a onda que se propunha afogá-lO nas suas águas torvas e iníquas. * A sinagoga era lugar de orações e recitativos da Lei, de unção, de companheirismo... mas também de encontros para a sordidez e a vingança, para a sedição e a perversidade.
Ali se refugiavam o orgulho e a presunção, que a governavam, ditando regras de bom proceder para o povo necessitado. Entre eles, os que se permitiam todos os privilégios, tornavam-se conhecidos as suas mesquinharias e fraquezas, os seus comportamentos vis e perturbadores, que sabiam disfarçar diante daqueles que os ouviam e respeitavam, embora eles não se respeitassem a si mesmos, pois que se isso ocorresse, impor-se-iam outra conduta moral.
Assim sendo, como sempre que Lhe era possível o fazia, Jesus entrou de novo numa sinagoga. Havia ali um homem que tinha a mão paralisada. * A multidão que ora O seguia já não era somente de galileus e de sírios, mas também de judeus, de Jerusalém, de Tiro, de muitas partes, atraída pelo Seu verbo e pela Sua força de libertação.
Lá fora, na paisagem irisada de luz, as anêmonas balouçavam nas hastes frágeis e violetas miúdas derramavam perfume nos rios do vento que o conduz por toda parte. A astúcia dos seus adversários esperava que Ele se propusesse a curar no sábado, a fim de terem motivo para prendê-lO por desacato à Lei que estabelecia o repouso nesse dia.
O Mestre conhecia-lhes a intimidade dos sentimentos ultrizes e a vileza moral em que se debatiam. Por isso mesmo, não os temia, antes compadecia-se da sua miséria espiritual. Jesus disse ao homem que tinha a mão mirrada: - Levanta-te! Vem para o meio. Convidar para o centro é dignificar o ser humano, que vive atirado na margem, ignorado, desrespeitado e esquecido. Essa é uma forma de restituir a identidade de criatura que merece respeito e carinho.
Ante o espanto natural e a possibilidade de Ele ferir os costumes legais, ouviram-nO interrogar: - Que é permitido no dia de Sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar um ser vivo ou matá-lo? cadinho purificador. Transformam-se em testes de resistência para os homens e mulheres que anelam pelo mundo melhor e se doam a essa causa. São duros de coração, que não se enternece, nem se comove. O órgão vibra e impulsiona o sangue, mas nada tem a ver com a emotividade, com os sentimentos de beleza e de fraternidade. Terminam por tornar-se carcereiros de si mesmos, enjaulando-se nas celas da indiferença que os entorpece e mata.
Jesus os defrontará com mais assiduidade, porém, sem atribuir-lhes qualquer significado ou considerar-lhes a distinção que se permitem, aumentando neles o ódio e a perseguição. Eles passam e a vida os esquece, mas não se olvidam de como agiram, de como são e do quanto necessitam para a reedificação. Há muitas mãos mirradas na sociedade dos dias atuais. Perderam a função superior e estiolaram as fibras que as constituem no jogo apetitoso dos interesses inferiores. Encontram-se no centro dos grupos, experimentam destaque, mas não são atuantes no bem nem na compaixão para receber os que eles mesmos expulsaram do seu convívio e ficaram na marginalidade.
Agora constituem o grupo dos antigos fariseus e herodianos, que sempre a usavam para perseguir e matar. Trouxeram-na internamente mirrada, embora o exterior seja normal e atraente. Estão imobilizadas no cimento em que se encarceraram, aguardando Jesus, para chamá-los ao meio e curá-los.
Enquanto a balada do Evangelho derramava alegrias nas mentes ingênuas e nos corações sofridos das massas, as multidões se acotovelavam e se empurravam para vê-lO, tocá-lO, estarem perto dEle.
Todos aqueles que tinham dificuldades e problemas viam em Jesus o Seu libertador, e nEle depositavam sua confiança, sua ansiedade. Ele passeava o olhar compassivo, e em todos infundia ânimo e esperança, confortando-os com ou sem palavras através da radiação irradiação do Seu psiquismo e da Sua ternura incomparáveis.
Simultaneamente porém, a noite que predominava nos corações dos opressores e governantes impiedosos, dos dominadores de um dia, dos religiosos presunçosos e ricos de inveja, dos cobiçosos, de todos aqueles que somente desfrutavam de primazias e honras, temendo perdê-las, preparava o caldo de cultura do ódio, para infamá-lO, para O pegarem em alguma contradição, cujas armadilhas estabeleciam com cinismo e sofismas bem urdidos.
Mas Jesus os conhecia e se fazia inalcançável às suas tricas farisaicas hediondas e venais. Aumentava o número daqueles que se beneficiavam com o Seu socorro e crescia a onda que se propunha afogá-lO nas suas águas torvas e iníquas. * A sinagoga era lugar de orações e recitativos da Lei, de unção, de companheirismo... mas também de encontros para a sordidez e a vingança, para a sedição e a perversidade.
Ali se refugiavam o orgulho e a presunção, que a governavam, ditando regras de bom proceder para o povo necessitado. Entre eles, os que se permitiam todos os privilégios, tornavam-se conhecidos as suas mesquinharias e fraquezas, os seus comportamentos vis e perturbadores, que sabiam disfarçar diante daqueles que os ouviam e respeitavam, embora eles não se respeitassem a si mesmos, pois que se isso ocorresse, impor-se-iam outra conduta moral.
Assim sendo, como sempre que Lhe era possível o fazia, Jesus entrou de novo numa sinagoga. Havia ali um homem que tinha a mão paralisada. * A multidão que ora O seguia já não era somente de galileus e de sírios, mas também de judeus, de Jerusalém, de Tiro, de muitas partes, atraída pelo Seu verbo e pela Sua força de libertação.
Lá fora, na paisagem irisada de luz, as anêmonas balouçavam nas hastes frágeis e violetas miúdas derramavam perfume nos rios do vento que o conduz por toda parte. A astúcia dos seus adversários esperava que Ele se propusesse a curar no sábado, a fim de terem motivo para prendê-lO por desacato à Lei que estabelecia o repouso nesse dia.
O Mestre conhecia-lhes a intimidade dos sentimentos ultrizes e a vileza moral em que se debatiam. Por isso mesmo, não os temia, antes compadecia-se da sua miséria espiritual. Jesus disse ao homem que tinha a mão mirrada: - Levanta-te! Vem para o meio. Convidar para o centro é dignificar o ser humano, que vive atirado na margem, ignorado, desrespeitado e esquecido. Essa é uma forma de restituir a identidade de criatura que merece respeito e carinho.
Ante o espanto natural e a possibilidade de Ele ferir os costumes legais, ouviram-nO interrogar: - Que é permitido no dia de Sábado, fazer o bem ou fazer o mal? Salvar um ser vivo ou matá-lo? cadinho purificador. Transformam-se em testes de resistência para os homens e mulheres que anelam pelo mundo melhor e se doam a essa causa. São duros de coração, que não se enternece, nem se comove. O órgão vibra e impulsiona o sangue, mas nada tem a ver com a emotividade, com os sentimentos de beleza e de fraternidade. Terminam por tornar-se carcereiros de si mesmos, enjaulando-se nas celas da indiferença que os entorpece e mata.
Jesus os defrontará com mais assiduidade, porém, sem atribuir-lhes qualquer significado ou considerar-lhes a distinção que se permitem, aumentando neles o ódio e a perseguição. Eles passam e a vida os esquece, mas não se olvidam de como agiram, de como são e do quanto necessitam para a reedificação. Há muitas mãos mirradas na sociedade dos dias atuais. Perderam a função superior e estiolaram as fibras que as constituem no jogo apetitoso dos interesses inferiores. Encontram-se no centro dos grupos, experimentam destaque, mas não são atuantes no bem nem na compaixão para receber os que eles mesmos expulsaram do seu convívio e ficaram na marginalidade.
Agora constituem o grupo dos antigos fariseus e herodianos, que sempre a usavam para perseguir e matar. Trouxeram-na internamente mirrada, embora o exterior seja normal e atraente. Estão imobilizadas no cimento em que se encarceraram, aguardando Jesus, para chamá-los ao meio e curá-los.
DO APRENDIZADO DE JUDAS
DO APRENDIZADO DE
JUDAS
Irmão X
Não obstante amoroso, Judas era, muita vez, estouvado e
inquieto. Apaixonara-se pelos ideais do Messias, e, embora esposasse os
novos princípios, em muitas ocasiões surpreendia-se em choque contra eles.
Sentia-se dono da Boa-Nova e, pelo desvairado apego a Jesus, quase sempre
lhe tornava a dianteira nas deliberações importantes. Foi assim que
organizou a primeira bolsa de fundos da. comunhão apostólica e, obediente
aos mesmos impulsos, julgou servir à grande causa que abracara, aceitando
a perigosa cilada. que redundou na prisão do Mestre.
Apesar dos estudos renovadores a que sinceramente se
entregara, preso aos conflitos íntimos que lhe caracterizavam o modo de
ser, ignorava o processo de conquistar simpatias.
Trazia constantemente nas lábios uma, referência amarga, um
conceito infeliz.
Quando Levi se reportava a alguns funcionários de Herodes,
simpáticos ao Evangelho, dizia, mordaz:
– São víboras disfarçadas. Sugam o erário público, bajulam
sacerdotes e deixam-se pisar pelo romano dominador... A meu parecer, não
passam de espiões..
O companheiro ouvia tais afirmativas, com natural
desencanto, e os novos colaboradores dele se distanciavam menos
entusiasmados.
Generosa amiga de Joana de Cusa ofereceu, certo dia, os
recursos precisos para a caminhada do grupo, de Cafarnaum a Jerusalém.
Porém, recebendo a importância, o apóstolo irrefletido alegou,
ingratamente:
– Guardo a oferta; contudo, não me deixo escarnecer. A
doadora pretende comprar o reino dos Céus, depois de haver gozado todos os
prazeres do reino da Terra. Saiba.m todos que este ó um dinheiro impuro,
nascido da iniqüidade.
Estas palavras, pronunciadas diante da benfeitora,
trouxeram-lhe indefinível amargura.
Em Cesareia, heróica mulher de um paralítico, sentindo-se
banhada pelos clarões do Evangelho, abriu as portas do reduto doméstico
aos desamparados da sorte. Orfãos e doentes buscaram-lhe o acolhimento
fraternal. O discípulo atrabiliário, no entanto, não se esquivou à,
maledicência:
– E o passado dela? – clamou cruelmente – o marido enfermou
desgostoso pelos quadros tristes que foi constrangido a presenciar.
Francamente, não lhe aceito a conversão. Certo, desenvolve piedade
fictícia para aliciar grandes lucros.
A senhora, duramente atingida pelas descaridosas
insinuações, paralisou a benemerência iniciante, com enorme prejuízo para
os filhos do infortúnio.
Quando o próprio Messias abençoou Zaqueu e os serviços
dele, exclamou Judas, indignado, às ocultas:
– Este publicano pagará mais tarde. Escorcha, os
semelhantes, rodeia-se de escravas, exerce avareza, sórdida e ainda,
pretende o raiz.o divino!...
Não irá longe... Enganara o Mestre, não a mim...
Alimentando tais disposições, sofria a desconfiança de
muitos. De quando em quando, via-se repelido delicadamente.
Jesus, que em silêncio lhe seguia as atitudes, aconselhava
prudência, amor e tolerância. Mal não terminava,porém, as observações
carinhosas, chegava Simão Pedro, por exemplo, explicando que Jeroboão,
fariseu simpatizante da. Boa-Nova, parecia inclinado a ajudar o Evangelho
renascente.
– Jeroboão? – advertia Judas, sarcástico – aquilo e uma
raposa de unhas afiadas. Mero fingimento! Conheço-o há vinte anos. Não
sabe senão explorar o próximo e amontoar dinheiro. Houve tempo em que
chegou a esbordoar o próprio pai, porque o infeliz lhe desviou meia pipa
de vinho!...
A verdade, porém, é que as circunstâncias, pouco a pouco,
obrigaram-no a insular-se. Os próprios companheiros andavam arredios,
Ninguém lhe aprovava as acusações impulsivas e as lamentações sem
propósito. Apenas o Cristo não perdia a paciência. Gastava longas horas,
encorajando-o e esclarecendo-o afetuosamente...
Numa tarde quente e seca, viajavam ambos, nos arredores de
Nazaré, cansados de jornada comprida, quando o filho de Kerioth indagou,
compungido :
– Senhor, por que motivos sofro tão pesadas humilhações?
Noto que os próprios companheiros se afastam cautelosos de mim... Não
consigo fazer relações duradouras. Há como que forçada separação entre meu
espírito e os demais... Sou incompreendido e vergastado pelo destino...
E levantando os olhos tristes para o Divino Amigo, repetia
:
– Por quê?!...
Jesus ia responder, condoído, observando que a voz do
discípulo tinha lágrimas que não chegavam a cair, quando se acercaram,
subitamente, de poço humilde, onde costumavam aliviar a sede. Judas que
esperava ansioso aquela bênção, inclinou-se, impulsivo e, mergulhando as
mãos ávidas no líquido cristalino, tocou inadvertidamente o fundo,
trazendo largas placas de lodo à tona.
Oh! Oh! Que infelicidade! - gritou em desespero.
O mestre bondoso sorriu calmamente e falou:
_ neste poço singelo, Judas, tens a lição que desejas.
Quando quiseres água pura, retira-a com cuidado e reconhecimento. Não há
necessidade de alvoroçar a lama do fundo e das margens. Quando tiveres
sede de ternura e amor, faze o mesmo com teus amigos. Recebe-lhes a
cooperação afetuosa sem cogitar do mal, a fim de que não percas o bem
supremo.
Pesado silêncio caiu entre o benfeitor e o tutelado.
O apóstolo invigilante modificou a expressão do olhar, mas
não respondeu.
Livro “Luz Acima”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
MANIA DE ENFERMIDADE
MANIA DE
ENFERMIDADE
Humberto
de campos
– Vamos Luísa! – exclamava Inácio Penaranda, dirigindo-se à
esposa afetuosamente – creio estimarás o tema evangélico desta noite.
Prometem-nos valiosas conclusões, relativamente à mediunidade e seu
exercício. Ao que suponho, os esclarecimentos apresentarão singular
interesse para nós ambos.
Luísa apoiou o rosto na mão direita, num gesto muito seu, e
disse com enfado:
– Ora, Inácio, achas que posso cometer a imprudência de
enfrentar a noite chuvosa? E a minha nevralgia? A gripe do Carlos e o
reumatismo de mamãe? Não teria ouvido para as lições a que te referes.
Francamente, não posso compreender tuas boas disposições invariáveis.
Inácio aprimorava o nó da gravata e respondia:
– Compreendo os teus cuidados, mas devo lembrar que há três
anos te esquivas à minha companhia. Naturalmente, devo ser o primeiro a
encarecer tuas virtudes de filha e mãe; creio, porém, que exageras o
sentido das enfermidades. Em vão procura interessar-te nos problemas da
fé, inutilmente busco inclinar-te a mente para os problemas mais nobres da
vida. Não sabes falar senão de doenças, insânias, ventosas, injeções e
comprimidos. Vives quase esmagada por expectativas angustiosas. A chuva
aborrece-te, o frio te atormenta, o vento leve te atemoriza. Tudo isso é
de lamentar, porque nossa casa não se formou no pântano da ignorância, mas
nos alicerces de conhecimentos sólidos. Nossa fé consagra a iluminação
íntima como patrimônio mais precioso do mundo. Por que, então, viver
assim, descrente de Deus e de ti mesma?
A Srª Penaranda esboçou um gesto de sensibilidade ofendida
e redargüiu chorando:
– Sempre as mesmas exortações ásperas! Quando me poderás
compreender? Sabe Deus minhas lutas, meus esforços para reaver a saúde
perdida!...
– Certamente, Deus não desconhece nossos trabalhos, mas
também não poderia aplaudir nossas inquietações injustificadas.
Dona Luísa cravou os olhos no companheiro, extremamente
excitada, e bradou:
– Céus! Que infelicidade a minha! Que mágoa irremediável!
Estou só, ninguém me compreende. Valha-me Nosso Senhor Jesus - Cristo!...
Após dirigir-lhe um olhar de piedade, o marido despedia-se:
– Não precisas aumentar a lamentação. Até logo.
A companheira torcia as mãos, desconsolada; todavia,
escoados alguns minutos, correu à porta de saída a gritar:
– Inácio! Inácio!
Ele voltou a indagar os motivos do chamamento.
– A capa! – explicava a dona da casa, ansiosamente. –
Esqueceste a capa... Lembra-te de que me sinto aniquilada. Não queiras
também arruinar a saúde.
Inácio, resignado, vestiu o capote impermeável e saiu
calmamente.
Aquela mania da Srª. Penaranda, contudo, era muito velha.
Dona Luísa não enxergava senão miasmas e pestilências por todos os lados.
Embora as dores que cultivava, grande parte do dia era por ela empregado
em esfregar metodicamente o assoalho, receosa do acúmulo de pó. Nunca
permitia que o filho se levantasse da cama antes que o Sol inundasse as
dependências da casa; trazia a velha genitora quase totalmente enfaixada
num quarto escuro, rodeada de ungüentos e caixas de injeções, e para si
mesma descobria diariamente os mais extravagantes sintomas. Referia-se a
dores nos braços, nas pernas, no rosto. Dizia-se vitima de todos os
sofrimentos físicos. A imaginação enfermiça engendrava moléstias nas mais
ínfimas sensações e, na residência dos Penaranda, nos fins de mês, as
contas da farmácia superavam todas as demais despesas reunidas. Debalde o
marido lhe oferecera as luzes do Espiritismo cristão, ansioso por
modificar-lhe as disposições mentais. Dona Luísa furtava-se às observações
mais sérias e não sabia viver senão entre sustos, pavores e preocupações.
Raro o dia em que, ao voltar dos serviços habituais, o companheiro não a
encontrava afogada em grosso costume de lã, hermeticamente encafuada na
alcova, a lamentar o vento, a umidade, a nuvem...
De quando em quando, valia-se Inácio de oportunidades da
conversação comum, tentando incutir idéias novas no espírito da
companheira, de modo a criar-lhe ambiente diverso. A teimosa senhora não
se resignava a omitir comentários a doenças de toda sorte.
Quando a situação doméstica se tornou mais grave, o chefe
da família não se conteve e intimou a esposa a ocupar-se de assuntos mais
elevados, compelindo-a a examinar nobres problemas espirituais e a ouvir
preleções evangélicas em sua companhia.
Dona Luisa atendeu, porém constrangidamente, a queixar-se
amargurada. No curso das reuniões a que compareceu forçada pelo marido,
causava compaixão a quantos lhe ouviam a palavra lamentosa. A infeliz
criatura não andava; arrastava-se. Suas considerações sobre a vida eram
acompanhadas de suspiros comovedores, como se a sua palestra não devesse
passar de gemidos longos. Não ouvia as dissertações construtivas nem
participava das orações no ambiente geral. Apenas prestava atenção às
consolações de Salatiel, o amorável benfeitor invisível que comparecia a
quase todas as reuniões. À maneira de criança viciada a receber carinhos,
cheia de noção exclusivista, Dona Luisa agarrava-se às expressões de
conforto, completamente alheia aos apelos de ordem espiritual. Parecia,
contudo, tão esmagada de padecimentos físicos, que a Srª. Marcondes,
devotada médium do Grupo, se ofereceu voluntariamente a levar-lhe socorros
espirituais na própria residência. A família Penaranda aceitou, sumamente
reconhecida. Enquanto Inácio examinava a possibilidade da renovação mental
da esposa, antegozava Dona Luisa o momento em que pudesse conversar com o
Espírito Salatiel, quase a sós, para comentar as enfermidades numerosas
que lhe invadiam o corpo e lhe assaltavam o lar.
Começaram os trabalhos de assistência, em círculo muito
íntimo.
O dono da casa não cabia em si de esperança e
contentamento.
Na primeira noite de orações, Salatiel discorreu sobre a
Providência do Eterno Pai e as divinas possibilidades da criatura. O verbo
amoroso e sábio da venerável entidade extravasava luz de esclarecimento e
mel de sabedoria. Mas, com enorme surpresa dos presentes, fenda a
preleção, Dona Luisa adiantou-se, interpelando o instrutor invisível:
– Meu caro protetor, antes de vos retirardes gostaria de
vos ouvir sobre as dores que venho sentindo no braço esquerdo.
Depois de prolongado silêncio, o amigo espiritual, como o
homem educado a atender uma criança, respondeu qualquer coisa que a
induzia à confiança no Poder Divino.
A consulente não se deu por satisfeita e pediu explicações
para a comichão que sentia nos pés; também sobre o abatimento do filhinho
e um exame dos órgãos de sua velha mãe. Sentindo-se crivado de
interrogações inoportunas, o benfeitor invisível prometeu alongar-se
convenientemente no assunto, na reunião da semana seguinte.
Com efeito, na sessão imediata, compareceu Salatiel e
endereçou significativa mensagem à Srª. Penaranda.
– Minha irmã – dizia ele solicitamente –, não construas
cárcere mental para as tuas possibilidades criadoras na vida. É razoável
que o doente procure remédio, como o sedento se encaminha à fonte amiga
que lhe desaltera a sede. Não envenenes, porém, os teus dias no mundo com
a idéia de enfermidades. Por que esperar a saúde completa, num plano de
material imperfeito como a Terra? Se o planeta é, reconhecidamente, uma
escola, é justo não possa constituir morada exclusiva de educadores. Se a
reencarnação é desgaste de arestas, como aguardar expressão de pureza
absoluta nos elementos em atrito? O corpo humano é campo de forças vivas.
Milhões de indivíduos celulares ai se agitam, à moda dos homens nas
colônias e cidades tumultuosas. Há contínuos serviços renovadores na
assimilação e desassimilação. Se isto é inevitável, como aguardar perfeita
harmonia orgânica na máquina celular desmontável e perecível? Lembra-te de
que esse laboratório corporal, transformável e provisório, é o templo onde
poderás adquirir a saúde eterna do Espírito. Andaria acertado o crente que
se deixasse deter voluntariamente no lodo que recobre as paredes da sua
casa de oração, indiferente à intimidade sublime e profunda do santuário?
É justo que as figurações externas requisitem a nossa atenção, mas não
podemos esquecer o essencial, o imperecível e o melhor. Pondera minhas
despretensiosas palavras e liberta a mente encarcerada nas sombras
transitórias, recordando o ensinamento de Jesus quando asseverou que nosso
tesouro estará sempre onde colocarmos o coração.
Dona Luísa, porém, continuou impermeável às admoestações
nobres e elevadas. Não valeram conselhos de Salatiel, com amorosas
interpretações do marido e dos irmãos na fé.
Os anos agravaram-lhe preocupações e manias, até que a
morte do corpo se encarregou de atirá-la a novas experiências.
Qual não lhe foi, porém, a surpresa dolorosa ao ver-se
sozinha, abandonada, sem ninguém?! Guardava a nítida convicção de haver
transposto o limiar do sepulcro, mas continuava prostrada, experimentando
vertigens, dores, comichões. Tomada de pavor, observava os pés e mãos
singularmente inchados, a epiderme manchada de notas gangrenosas dos
derradeiros dias na Terra. Orava, e contudo as suas orações pareciam sem
eco espiritual.
Quanto tempo durou esse martírio? Luísa Penaranda não
poderia responder.
Chegou, no entanto, o dia em que pôde lobrigar o vulto de
Salatiel, depois de muitas lágrimas.
– Oh! venerável amigo! – exclamou a desencarnada,
agarrando-lhe as mãos – por que semelhantes sofrimentos? Não é certo que
deixei a experiência terrestre? Não ouvi muitas vezes que a morte é
libertação?
Enquanto o generoso emissário a contemplava, compadecido, a
infeliz continuava:
– Onde a justiça de Deus que eu esperava? Nunca fui má para
os outros...
A essa altura, o benfeitor espiritual tomou a palavra e
esclareceu:
– Sim, Luísa, nunca foste má para os outros, mas foste
cruel contigo mesma. Não sabes que toda libertação ou escravização podem
começar na Terra ou nos círculos invisíveis? Sepulcro é mudança de casa,
nunca de situação espiritual. A morte do corpo não elimina o campo que
plantamos. Aliás, é a sua mão que nos oferece a colheita. Preferiste a
idéia de enfermidade, cultivaste-a, alentaste-a. É natural que teu campo
aqui seja o da enfermidade. Não existe outro para quem, como tu, não quis
pensar noutra coisa.
E, ante o olhar assombrado da infeliz, Salatiel rematava:
– Existe o Reino de Deus que aguarda a glorificação de
todas as criaturas, e existem os reinos do «eu», onde nos internamos pelas
criações do próprio capricho.
Abandonemos os reinos inferiores das nossas ilusões, minha
boa amiga! Procuremos o Reino de Deus, infinito e eterno!...
A Srª. Penaranda sentiu arfar-lhe o peito, alucinada de
esperanças novas.
– Leva-me contigo, generoso Salatiel! Livra-me destes
dolorosos padecimentos!... Ensina-me o caminho da Liberdade!...
O mensageiro lançou-lhe um olhar fraterno e, fazendo menção
de retirar-se, acentuou:
– Posso, como outrora, convidar-te, não, porém,
arrastar-te. O problema pertence ao teu foro individual.
O trabalho é do teu campo. Arranca-lhe a erva daninha e
semeia-o de novo. Vem conosco, Luísa. Ajuda-te. Se te sentes
verdadeiramente cansada da escravidão em que tens vivido, recorda que para
a libertação do Espírito todo minuto é tempo de começar.
Livro “Reportagens e Além Túmulo”. Psicografia de Francisco
Cândido Xavier.
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