EADE - LIVRO I
ROTEIRO
3
Objetivos • Identificar a missão de João Batista como precursor de Jesus.
IDÉIAS PRINCIPAIS
CRISTIANISMO E ESPIRITISMO
MÓDULO II - O CRISTIANISMO
• Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso.
E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse:
Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará
à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se
alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá
vinho, nem bebida forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua
mãe. Lucas, 1:11-15
• Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu
alguém maior do que João Batista; mas aquele que é o menor no Reino dos céus
é maior do que ele. Mateus,11:11
JOÃO BATISTA - O PRECURSOR
92
Estudo Aprofundado da Doutrina Espírita
1. O nascimento de João Batista
O nascimento de João Batista foi revestido de um clima de expectativas e surpresas, uma vez que Isabel, sua mãe, encontrava-se numa idade em que, usualmente, as mulheres não engravidam.
Existiu, no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da ordem de Abias, e cuja mulher era das filhas de Arão; o nome dela era Isabel. E eram ambos justos perante Deus, vivendo irrepreensivelmente em todos os mandamentos e preceitos
do Senhor. E não tinham filhos, porque Isabel era estéril, e ambos eram avançados em idade. E aconteceu que, exercendo ele o sacerdócio diante de Deus, na ordem da sua turma, segundo o costume sacerdotal, coube-lhe em sorte entrar no templo do
Senhor para oferecer o incenso. E toda a multidão do povo estava fora, orando, à hora do incenso. Então, um anjo do Senhor lhe apareceu, posto em pé, à direita do altar do incenso. E Zacarias, vendo-o, turbou-se, e caiu temor sobre ele. Mas o anjo lhe disse:
Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João. E terás prazer e alegria, e muitos se alegrarão no seu nascimento, porque será grande diante do Senhor, e não beberá vinho, nem bebida
forte, e será cheio do Espírito Santo, já desde o ventre de sua mãe. E converterá muitos dos filhos de Israel ao Senhor, seu Deus, e irá adiante dele no espírito e virtude de Elias, para converter o coração dos pais aos filhos e os rebeldes, à prudência dos justos, com o
fim de preparar ao Senhor um povo bem disposto. Disse, então, Zacarias ao anjo: Como saberei isso? Pois eu já sou velho, e minha mulher, avançada em idade. E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e
dar-te estas alegres novas. Todavia ficarás mudo e não poderás falar até ao dia em que estas coisas aconteçam, porquanto não creste nas minhas palavras, que a seu tempo se hão de cumprir. E o povo estava esperando a Zacarias e maravilhava-se de que tanto se
demorasse no templo. E, saindo ele, não lhes podia falar; e entenderam que tivera alguma visão no templo. E falava por acenos e ficou mudo. E sucedeu que, terminados os dias de seu ministério, voltou para sua casa. E, depois daqueles dias, Isabel, sua mulher, concebeu e, por cinco meses, se ocultou, dizendo: Assim me fez o Senhor, nos dias em que atentou em mim, para destruir o meu opróbrio entre os homens. (Lucas, 1:5-25)
Foi necessário que ocorresse a mudez de Zacarias, não como um castigo, mas para que se cumprisse as predições anunciadas pelo anjo. O povo deveria perceber que alguém especial iria nascer, um Espírito consagrado a Deus; um profeta enviado para anunciar a vinda do Messias, previsto nas escrituras e ardentemente aguardado pelos judeus.
E completou-se para Isabel o tempo de dar à luz, e teve um filho. E os seus vizinhos e parentes ouviram que tinha Deus usado para com ela de grande misericórdia e alegraramse com ela. E aconteceu que, ao oitavo dia, vieram circuncidar o menino e lhe chamavam
Zacarias, o nome de seu pai. E, respondendo sua mãe, disse: Não, porém será chamado João. E disseram-lhe: Ninguém há na tua parentela que se chame por este nome. E perguntaram, por acenos, ao pai como queria que lhe chamassem. E, pedindo ele uma
tabuinha de escrever, escreveu, dizendo: O seu nome é João. E todos se maravilharam. E logo a boca se lhe abriu, e a língua se lhe soltou; e falava, louvando a Deus. E veio temor sobre todos os seus vizinhos, e em todas as montanhas da Judéia foram divulgadas todas essas coisas. E todos os que as ouviam as conservavam em seu coração, dizendo: Quem será, pois, este menino? E a mão do Senhor estava com ele. (Lucas, 1:57-66)
João Batista desenvolvia-se plenamente, preparando-se para a sua missão.
O menino crescia e se robustecia em espírito, e esteve nos desertos até ao dia em que havia de mostrar-se a Israel. (Lucas, 1:80)
As mãos de Deus, indiscutivelmente, pousavam sobre o seu lar. Depois... Ao seguir para o deserto, vestiu-se como o antigo profeta Elias: uma pele de camelo no corpo, em volta
dos rins um cinto de couro... Iniciara o ministério por volta do ano 15 do império de Tibério César, sendo Pôncio Pilatos, governador da Judéia e Herodes Antipas tetrarca da Galiléia... 1
2. João Batista, o precursor
Apareceu João batizando no deserto e pregando o batismo de arrependimento, para remissão de pecados. E toda a província da Judéia e todos os habitantes de Jerusalém iam ter com ele; e todos eram batizados por ele no rio Jordão, confessando os seus pecados.
E João andava vestido de pêlos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre, e pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia
das sandálias. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo. (Marcos, 1:4-8)
João Batista veio de uma linhagem sacerdotal, mas não seguiu o sacerdócio, pelo menos na forma como o seu pai praticava. Adotou um modo de vida simples, ascético, alimentando-se com frugalidade (de mel e gafanhotos) e vivendo, mais tempo, no deserto da Judéia. Foi um profeta.
Pregador rude, homem de viver austeríssimo, desprezou as comodidades da vida, a ponto de se alimentar com o que achava no deserto e de se vestir com a pele de animais. Assim,
impressionou fortemente o povo, que acorria a ouvi-lo e a pedir-lhe conselhos. Poderoso médium inspirado, foi o transmissor das mensagens do Alto, pelas quais se anunciava a chegada do Mestre e o começo dos trabalhos de regeneração da humanidade. A todos que queriam tornar-se dignos do reino dos céus, João aconselhava que fizessem penitência.
Qual seria essa penitência, primeiro passo a ser dado em direção ao reino de Deus? Não eram as longas orações, nem os donativos e esmolas; nem as peregrinações aos lugares santos; nem as construções de capelas; nem jejuns; nem votos; nem as promessas; não era a adoração de imagens nem a entronização delas. A penitência não consistia em formalidades exteriores, mas sim na reforma do caráter e na retificação dos atos errados que cada um tinha praticado. 4
Após o período passado no deserto, João Batista inicia a sua pregação.
Com zelo profético ele anuncia a vinda do reino dos céus.
Transcorridos alguns anos, vamos encontrar o Batista na sua gloriosa tarefa de preparação do caminho à verdade, precedendo o trabalho divino do amor, que o mundo conheceria em Jesus-Cristo. João, de fato, partiu primeiro, a fim de executar as operações iniciais para a grandiosa conquista. Esclarecendo com energia e deixando-se degolar em testemunho à Verdade, ele precedeu a lição da misericórdia e da bondade. O Mestre dos mestres quis colocar a figura franca e áspera do seu profeta no limiar de seus gloriosos ensinos e, por isso, encontramos em João Batista um dos mais belos de todos os símbolos imortais
do Cristianismo. [...] João era a verdade, e a verdade, na sua tarefa de aperfeiçoamento, dilacera e magoa, deixando-se levar aos sacrifícios extremos. 8
A pregação de João Batista, todavia, era contundente, desagradando a muitos, em conseqüência. Revelava um temperamento ardente, apaixonado.
Como a dor que precede as poderosas manifestações da luz no íntimo dos corações, ela recebe o bloco de mármore bruto e lhe trabalha as asperezas para que a obra do amor surja, em sua pureza divina. João Batista foi a voz clamante do deserto. Operário da primeira hora, é ele o símbolo rude da verdade que arranca as mais fortes raízes do mundo, para que o reino de Deus prevaleça nos corações. Exprimindo a austera disciplina que antecede a espontaneidade do amor, a luta para que se desfaçam as sombras do caminho, João é o primeiro sinal do cristão ativo, em guerra com as próprias imperfeições do seu mundo interior, a fim de estabelecer em si mesmo o santuário de sua realização com o Cristo. Foi por essa razão que dele disse Jesus: — “Dos nascidos de mulher, João Batista é o maior de todos». 8
A fama de João Batista chega, então até os sacerdotes judeus e aos levitas que resolvem interrogá-lo.
Quem és tu? E confessou e não negou; confessou: Eu não sou o Cristo. E perguntaramlhe:
Então, quem és, pois? És tu Elias? E disse: Não sou. És tu o profeta? E respondeu:
Não. Disseram-lhe, pois: Quem és, para que demos resposta àqueles que nos enviaram?
Que dizes de ti mesmo? Disse: Eu sou a voz do que clama no deserto: Endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías. E os que tinham sido enviados eram dos fariseus, e perguntaram-lhe, e disseram-lhe: Por que batizas, pois, se tu não és o Cristo, nem Elias, nem o profeta? João respondeu-lhes, dizendo: Eu batizo com água, mas, no meio de vós, está um a quem vós não conheceis. Este é aquele que vem após mim, que foi antes de mim, do qual eu não sou digno de desatar as correias das sandálias. Essas
coisas aconteceram em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João estava batizando.
No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. Este é aquele do qual eu disse: após mim vem um homem que foi antes de mim, porque já era primeiro do que eu. (João, 1:19-30)
Posteriormente, vamos ver que é o próprio Cristo quem testemunharia a respeito de João Batista, enaltecendo a sua missão: «Em verdade vos digo que, entre os que de mulher têm nascido, não apareceu alguém maior do que João Batista.» (Mateus, 11:11)
Enfim, João Batista arcaria com a responsabilidade de abrir para a Humanidade a era evangélica. Por isso é que Jesus diz que dos nascidos de mulher, nenhum foi maior do que João Batista; isto é, não se encarnou ainda nenhum espírito com missão maior do
que a de João Batista. [...] Jesus, conquanto justifique o amor que o povo consagrava a João Batista, adverte-o de que no mundo espiritual existiam Espíritos ainda maiores, por serem mais evoluídos que João Batista. 5
O Espiritismo aceita a idéia de ser João Batista a reencarnação do profeta Elias. Há muitas semelhanças na personalidade de ambos, indicativas de que se tratava do mesmo Espírito. O próprio Jesus afirma, segundo as anotações de Mateus: «Porque todos os profetas e a lei profetizaram até João. E, se quereis dar crédito, é este o Elias que havia de vir. Quem tem ouvidos para ouvir que ouça»
(Mateus, 11:13-15) Em um outro momento, após o fenômeno da transfiguração, os apóstolos Pedro, Tiago e João, ao descerem do monte, são orientados por Jesus a guardarem silêncio sobre o que presenciaram (transfiguração).
E, descendo eles do monte, Jesus lhes ordenou, dizendo: A ninguém conteis a visão até que o Filho do Homem seja ressuscitado dos mortos. E os seus discípulos o interrogaram, dizendo: Por que dizem, então, os escribas que é mister que Elias venha primeiro?
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Em verdade Elias virá primeiro e restaurará todas as coisas. Mas digo-vos que Elias já veio, e não o conheceram, mas fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim farão eles também padecer o Filho do Homem. Então, entenderam os
discípulos que lhes falara de João Batista. (Mateus, 17:9-13)
As pregações de João Batista, a despeito de agradarem o povo, eram criticadas pelos sacerdotes e familiares do rei Herodes.
A mensagem de João Batista caiu em Israel como fogo na palha. [...] As multidões que
o ouviam incluíam publicanos e prostitutas. [...] O Judaísmo nunca se deparara com nada exatamente igual a isso, [...]. 2
João Batista desagradava os sacerdotes porque introduziu modificações nas práticas religiosas do Judaísmo. Em primeiro lugar estabelece, no batismo pela água, uma forma de renascimento ou metáfora da redenção espiritual.
Segundo as suas orientações, a pessoa nascia judeu, mas para se redimir deveria passar por um processo simbólico de renascimento. «O rito de João era tão singular que foi nomeado segundo ele (“Batista”), e Jesus claramente o vê como dado a João por Deus mediante revelação.» 2
Outro ponto, provocador de sérias controvérsias religiosas entre o clero judaico, foi o fato de João não fazer caso do templo judaico e dos seus ritos; talvez a rejeição dos sacerdotes a João tenha relação primordial com a onda generalizada de repulsa à corrupção do templo e dos seus sacerdotes no século I d.C., e que foi asperamente criticada pelo precursor. 2
A família real também detestava João Batista porque dele recebia, em público, constantes críticas a respeito do modo indecoroso em que viviam.
Festejando-se, porém, o dia natalício de Herodes, dançou a filha de Herodias diante delee agradou a Herodes, pelo que prometeu, com juramento, dar-lhe tudo o que pedisse. E ela, instruída previamente por sua mãe, disse: Dá-me aqui num prato a cabeça de João
Batista. E o rei afligiu-se, mas, por causa do juramento e dos que estavam à mesa com ele, ordenou que se lhe desse. E mandou degolar João no cárcere, e a sua cabeça foi trazida num prato e dada à jovem, e ela a levou a sua mãe. E chegaram os seus discípulos, e levaram o corpo, e o sepultaram, e foram anunciá-lo a Jesus. (Mateus, 14:6-12)
O nascimento e vida de João Batista teve uma única finalidade, segundo o Espiritismo: anunciar a vinda do Cristo, daí ser ele chamado – com justiça – o precursor.
João Batista é o símbolo do cristão que se sacrifica pela Verdade. Todavia João Batista não sofreu unicamente pela Verdade que pregava. Em virtude da lei de causa e efeito, sabemos que não há efeito sem causa. Por conseguinte, para que João Batista sofresse a pena de decapitação é porque ainda tinha dívidas de encarnações anteriores a pagar. Apesar do alto grau de espiritualidade que tinha alcançado, João teve de passar pela mesma pena que
infligira aos outros. De fato, se João Batista era Elias, poderemos ver nessa decapitação o saldo da dívida que tinha contraído quando, como Elias, mandou decapitar os sacerdotes de Baal. É Justiça Divina que se cumpre, nada deixando sem pagamento. 7
Após João Batista, o povo judeu não teve outro profeta. Foi o último de uma linhagem que se preparou para trazer ao mundo a mensagem de Jesus.
João é o último profeta enviado pelo Senhor para ensinar os homens a viverem de acordo com os mandamentos divinos. De agora em diante Jesus legará o Evangelho ao mundo, como um roteiro seguro que o conduzirá a Deus. E hoje temos o Espiritismo, um profeta que está em toda parte, falando ao coração e à inteligência de todas as criaturas: aos humildes e aos letrados, aos pobres e aos ricos, aos sãos e aos doentes, espalhando ensinamentos espirituais de fácil compreensão. 6
Referências
FRANCO, Divaldo Pereira. Primícias do Reino. Pelo Espírito Amélia Rodrigues.
4. ed. Salvador [BA]: LEAL, 1987, p. 20-21 (Respingos históricos).
2. DICIONÁRIO DA BÍBLIA. Vol. 1: As pessoas e os lugares. Organizado por
Bruce M. Metzer e Michael D. Coogan. Tradução de Maria Luiza X. de A.
Borges. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2002, p. 161.
3. GODOY, Paulo Alves. O evangelho por dentro. 2. ed. São Paulo: FEESP,
1992, p. 133 (João Batista - o precursor de Jesus-Cristo).
4. RIGONATTI, Eliseu. O evangelho dos humildes. 15. ed. São Paulo: Editora
Pensamento - Cultrix, 2003. Cap. 3, p. 17.
5. ______. Cap. 11, p. 104.
6. ______. p. 104-105.
7. ______. Cap. 14, p. 142-143.
8. XAVIER, Francisco Cândido. Boa Nova. Pelo Espírito Humberto de Campos.
33. ed. Rio de Janeiro: FEB, 2005. Cap. 2 (Jesus e o precursor), p. 24.
Caros amigos leitores , gostaríamos, na medida do possível ,contar com a interação de todos ,através de comentários , tornando se seguidores deste blog divulgando para seus conhecidos ,para que assim possamos estudar e aprendermos juntos , solidários e fraternos. Inscrevam-se no blog!
sexta-feira, 8 de março de 2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
POBREZA QUE ENRIQUECE (...)os grandes Espíritos luminares, quando se lhes depara a necessidade de visitar, na regiões trevosas do umbral, os Espíritos que vivem na incompreensão e na rebeldia, revestem-se temporariamente de aparência menos radiante, com o objetivo de não chocá-los, face à situação de inferioridade na qual vivem e persistem; em outra palavras, os Espíritos Puros não se revelam com o resplendor espiritual que lhes é próprio quando objetivam atrair Espíritos que vivem estagnados nos planos espirituais menos evoluídos... .
POBREZA
QUE ENRIQUECE
"Porque
já sabeis a graça de Jesus Cristo, que, sendo rico, por amor de
vós se fez pobre;
para que pela pobreza enriquecêsseis." (II Coríntios, 8:9)
para que pela pobreza enriquecêsseis." (II Coríntios, 8:9)
O
Apóstolo Paulo deixa bem claro, no versículo 9 da Epístola
aos Coríntios, que Jesus Cristo se fez pobre para que pela sua pobreza,
nós enriquecêssemos. Essa assertiva do Apóstolo dos Gentios
equivale a dizer que a luz se ofuscou a si própria temporariamente, para
que aqueles que estavam nas trevas e na ignorância se iluminassem.
A
Doutrina Espírita esclarece que os grandes Espíritos luminares,
quando se lhes depara a necessidade de visitar, na regiões trevosas do
umbral, os Espíritos que vivem na incompreensão e na rebeldia,
revestem-se temporariamente de aparência menos radiante, com o objetivo
de não chocá-los, face à situação de inferioridade
na qual vivem e persistem; em outra palavras, os Espíritos Puros não
se revelam com o resplendor espiritual que lhes é próprio quando
objetivam atrair Espíritos que vivem estagnados nos planos espirituais
menos evoluídos.
Não
existe palavra humana que possa traduzir em toda a sua magnitude e transcendência
o fato ocorrido há quase vinte séculos do advento de Jesus Cristo
entre nós: o Ungido de Deus descendo da sublimidade de sua glória
para se nivelar à Humanidade da Terra com o nobre objetivo de revelar-lhe
a grandiosidade do seu Evangelho. O manso Cordeiro de Deus, descendo da espiritualidade
mais relevante, para enfrentar os lobos vorazes do fanatismo, do erro e da recalcitrância.
O
Mestre, objetivando atingir o desiderato superior de sua sublime missão,
revestiu-se de tudo aquilo que era peculiar às camadas mais obscuras
da Terra, pois, vivendo entre os humildes e desprotegidos,
haveria muito maior possibilidade de elevá-los ao fortalecimento da esperança
nas recompensas futuras que o Alto reserva aos que se desincumbem satisfatoriamente
dos seus deveres na pauta da vida terrena.
Na
realidade, analisando-se o Novo Testamento, vemos que a missão de Jesus
foi inteiramente desenvolvida entre os humildes e os desajustados:
-
Nasceu em humilde aldeia, não tendo senão uma manjedoura para
acomodá-lo;
-
Seus pais eram criaturas das mais humílimas condições sociais
-
Seus apóstolos foram convocados dentre obscuros pescadores;
-
O cenário que serviu para o desempenho do seu Messiado foi todo ele dos
mais singelos e os lugares onde o Senhor conviveu eram dos mais despretensiosos;
-
Sua ação principal se processou no meio de sofredores do corpo
e da alma e pecadores de todos os matizes.
Convivendo
entre os humildes e os pecadores, o Mestre teve a oportunidade de fazer com
que se capacitassem da importância de uma vivência equilibrada e
segundo os moldes estabelecidos no Evangelho, de moralização e
de conformação com os sábios desígnios de Deus.
Se
o Nazareno tivesse nascido no seio das camadas mais opulentas da sociedade,
é óbvio que a sua missão não teria sido tão
bem sucedida. Ele seria recebido com reservas e com ceticismo.
Francisco
de Assis, tendo Jesus como paradigma e compenetrado da importância de
se ombrear com aqueles a quem pretendia servir e ensinar, ao ouvir na igreja
de Porciúncula o célebre:
"Ide
e pregai, dizendo que está próximo o reino dos céus. Curai
os enfermos, ressuscitai os mortos, limpai os leprosos, expeli os maus Espíritos,
dai de graça o que de graça recebestes. Não possuais ouro
nem prata, nem tragais dinheiro nas vossas cintas, nem alforje para o caminho,
nem duas túnicas, nem calçado, nem boldão; porque digno
é o trabalhador do seu alimento", compreendeu o verdadeiro sentido
espiritual de sua missão, despojando-se de todos os bens materiais para
transmudar-se no "poverelo de Assis", a fim de que, através
da sua pobreza, pudesse propiciar a todos a riqueza da autoiluminação.
Por
isso, afirmou categórico o Converso de Damasco: "Jesus Cristo, sendo
rico, por amor de vós se fez pobre; para que pela sua pobreza enriquecêsseis".
Paulo
A. Godoy
Padrões Evangélicos
Padrões Evangélicos
III - O QUE SE PODE TRANSFORMAR INTIMAMENTE- Vícios
01 - OS VÍCIOS
"Entre
os vícios, qual o que podemos considerar radical?- Já o dissemos
muitas vezes: o egoísmo. Dele se deriva todo o mal Estudai todos os vícios
e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Por mais que luteis contra
eles, não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes
pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que
todos os vossos esforços tendam para esse fim, porque nele se encontra
a verdadeira chaga da sociedade. Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição
moral, deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo,
porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o
amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades. " (Allan
Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capitulo XII. Perfeição
Moral. Pergunta 913.)
Vamos ao encontro de alguns dos condicionamentos e dependências os seres humanos apresentam mais comumente. Certamente o conhecimento desses vícios nos colocará em confronto com eles e nos dará ensejo a uma aferição de como estamos situados os homens em geral. Ninguém, na nossa sociedade, é criticado, ou rejeitado, pelo fato de fumar, beber, jogar, comer bem ou ter suas aventuras sexuais. Tudo isso já foi até mesmo consagrado como natural e, portanto, aceito amplamente como "costumes da época".
Estamos
alheios aos perigos e às consequências que os citados hábitos
nos acarretam. Além disso, os meios de comunicação estão
abertos, sem restrições, à propaganda envolvente e maciça
que induz a humanidade ao fumo, ao álcool, ao jogo, à gula e ao
sexo. É inacreditável como a sociedade parece se deixar mansamente
conduzir, sem a menor reação coletiva, a tão perniciosos
incentivos, difundidos por todos os meios.
Em alguns países já há restrições à propaganda de bebidas alcoólicas e de marcas de cigarros, o que representa alguma reação a esses produtos de consumo. No entanto, são igualmente produtos de consumo as revistas e os filmes que exploram o uso indiscriminado das funções sexuais e estimulam o erotismo, produtos esses que se constituem em agentes contaminadores do comportamento moral do homem, que nos induzem ao viciamento das idéias pelo desejo de satisfações ilusórias, fragmentando a resistência ao prazer inconsistente e enfraquecendo os laços das uniões conjugais bem formadas.
Os chamados "hotéis de alta rotatividade" multiplicam-se nos arredores das capitais brasileiras, comprovando a crescente onda da "liberdade sexual", resultado da enganosa suposição de que todas as nossas insatisfações possam ser solucionadas apenas por atos sexuais. Deixamos de abordar aqui o problema dos tóxicos, que são disseminados principalmente entre os jovens, levando-os às mais trágicas e dolorosas experiências, enquanto enriquecem as secretas organizações que manipulam o submundo dos traficantes. Explorados são os moços, precisamente no que diz respeito aos seus desajustes e carências, iludidos por aqueles aproveitadores que os enganam, oferecendo soluções fáceis, acorrentando-os em processos difíceis de recuperação.
Outro entorpecente e agente enganoso do homem é o jogo. O que se tem arrecadado das loterias demonstra o nível de preocupação do nosso trabalhador, que busca fora de si a sorte e o enriquecimento rápido. Ficam a imaginar em detalhes o que seria feito com o dinheiro ganho, centralizando nele a razão principal do que se pode pretender na vida. Mais sonhos e quimeras que apenas alimentam as consciências inadvertidas, desconhecedoras de que as dificuldades existem para desenvolver as potencialidades do nosso espírito, a capacidade de lutar e vencer com esforço próprio. Raramente encontramos campanhas ou propagandas esclarecedoras dos malefícios do fumo, do álcool, do jogo, da gula, dos abusos do sexo e dos prejuízos do tóxico.
Condicionada como está a tantos vícios, de que modo entrará a humanidade na nova fase do progresso moral preceituada por Kardec?
É impraticável conciliar aquele ensinamento com a enorme propagação dos vícios, que envolve cada vez mais as criaturas de todas as idades, incentivando os prazeres individuais sem qualquer senso de responsabilidade e nenhuma preocupação com suas consequências. Parece-nos sensato que deveríamos esperar exatamente o contrário, isto é, a crescente valorização dos homens pelos exemplos no bem e nas atitudes nobres, compatíveis com um clima de respeito ao próximo, de solidariedade humana, de zelo ao patrimônio orgânico e ao manancial de energias procriadoras que detemos.
Numa análise realista, para mudar os rumos da humanidade nesses dias em que pouco se entende da natureza espiritual do homem e da sua destinação além-túmulo, é de se esperar grandes transformações. Mas de que forma? Será que esse desejado progresso moral cairá dos céus sem qualquer esforço nosso? É evidente que será edificado pelos homens de boa vontade, pelos trabalhadores das últimas horas, pelos poucos escolhidos dos que possam restar dos muitos já chamados, pelos Aprendizes do Evangelho que resistirem ao mal e souberem enfrentar não mais as feras e as fogueiras dos circos romanos, porém as feras dos próprios instintos animais e o fogo da agressividade que precisamos atenuar, controlar e transformar.
E para superarmos os defeitos mais enraizados no nosso espírito precisamos fortalecer a nossa vontade, iniciando com a luta por eliminar os vícios mais comuns. Ninguém conseguirá vencer essa batalha se não estiver se preparando para enfrentá-la. Essa condição, no entanto, não se consegue sem trabalho, sem testemunho da vontade aplicada. É, sem dúvida, conquista individual que se pode progressivamente cultivar.
A - A IMAGINAÇÃO NOS VÍCIOS
A criatividade representa, no ser inteligente, um dos seus mais importantes atributos. Pela imaginação penetramos nos mais insondáveis terrenos das idéias. Dirigimos vôos ao infinito, descobrimos os véus no mundo da física, da Química, da Anatomia, da Fisiologia, fazemos evoluir as Ciências, criamos as invenções, desenvolvemos as artes e constatamos o espírito. Essa imaginação, por outro lado, tem sido mal conduzida pelo homem, tanto de modo consciente quanto por desejos inconscientes, levando-o a muitos dissabores, contrariedades, sofrimentos e outras consequências graves.
A capacidade mental do homem está condicionada ao alcance da sua imaginação e ao uso que dela faz no seu mundo íntimo. A faculdade de pensar apresenta uma característica dinâmica, que nos proporciona, pelas experiências acumuladas, a percepção sempre mais ampla da nossa realidade interior e do mundo que nos cerca, num crescente evoluir. Desse modo, as nossas experiências, em todas as áreas, servem de referência para novas e constantes mudanças. Nunca regredimos. Quando muito, momentaneamente estacionamos em alguns aspectos particulares, mas nos demais campos de aprendizagem realizamos avanços. É como num ziguezague mais ou menos tortuoso que vamos caminhando na nossa trajetória evolutiva, porém sempre na direção do tempo, que jamais se altera no sentido do seu avanço.
O homem, pela sua imaginação, cria as suas carências, envolve-se nos prazeres, absorve-se nas sensações e perde-se pelos torvelinhos do interesse pessoal. Cristaliza-se, por tempos, nos vícios que a sua própria inteligência criou, necessidades da sua condição inferior, que ainda se compraz nos instintos, reflexos da animalidade atuante em todos nós encarnados. O ser pensante sabe os males que lhe causam o fumo, o álcool, o jogo, a gula, os abusos do sexo, os entorpecentes, embora proporcionem instantes de fictício prazer e preenchimento daquelas necessidades que a sua mente plasmou.
Tornam-se, então, hábitos repetitivos, condicionamentos que comodamente aceitamos muitas vezes sem quaisquer reações contrárias. Quem conseguiria justificar com razões evidentes as necessidades de fumar, de beber, de jogar, de comer demasiado, e da prática livre do sexo? O organismo humano se adapta às cargas dos tóxicos ingeridos e o psiquismo fixa-se nas sensações. Na falta delas, o próprio organismo passa a exigir, em forma de dependências, as doses tóxicas ou as cargas emocionais às quais se habituara, e a criatura não consegue mais libertar-se; fica viciada. Sente-se, então, incapaz de agir e prossegue sem esforço, contaminando o corpo e a alma, escravizando-se inapelavelmente aos horrores do desequilíbrio e da enfermidade.
Transfere da vida presente para a subsequente certos reflexos ou impregnações magnéticas que o perispírito guarda pelas imantações recebidas do próprio corpo físico e do campo mental que lhe são peculiares. As predisposições e as tendências se transportam, de alguma forma, para a nova experiência corpórea e, nessas oportunidades de libertação que nos são oferecidas, muitas vezes sucumbimos aos mesmos vícios do passado distante. Admitimos, à luz do Espiritismo, um componente reencarnatório nos vícios, o que de certa forma esclarece os casos crônicos e patológicos provocados pelo fumo, álcool, gula, jogo e pelas aberrações sexuais. Raramente estamos sozinhos nos vícios. Contamos também com as companhias daqueles que se servem dos mesmos males, tanto encarnados como desencarnados, em maior ou menor intensidade de sintonia, funcionando como fator de indução à prática dos vícios que ambos usufruem.
Em alguns países já há restrições à propaganda de bebidas alcoólicas e de marcas de cigarros, o que representa alguma reação a esses produtos de consumo. No entanto, são igualmente produtos de consumo as revistas e os filmes que exploram o uso indiscriminado das funções sexuais e estimulam o erotismo, produtos esses que se constituem em agentes contaminadores do comportamento moral do homem, que nos induzem ao viciamento das idéias pelo desejo de satisfações ilusórias, fragmentando a resistência ao prazer inconsistente e enfraquecendo os laços das uniões conjugais bem formadas.
Os chamados "hotéis de alta rotatividade" multiplicam-se nos arredores das capitais brasileiras, comprovando a crescente onda da "liberdade sexual", resultado da enganosa suposição de que todas as nossas insatisfações possam ser solucionadas apenas por atos sexuais. Deixamos de abordar aqui o problema dos tóxicos, que são disseminados principalmente entre os jovens, levando-os às mais trágicas e dolorosas experiências, enquanto enriquecem as secretas organizações que manipulam o submundo dos traficantes. Explorados são os moços, precisamente no que diz respeito aos seus desajustes e carências, iludidos por aqueles aproveitadores que os enganam, oferecendo soluções fáceis, acorrentando-os em processos difíceis de recuperação.
Outro entorpecente e agente enganoso do homem é o jogo. O que se tem arrecadado das loterias demonstra o nível de preocupação do nosso trabalhador, que busca fora de si a sorte e o enriquecimento rápido. Ficam a imaginar em detalhes o que seria feito com o dinheiro ganho, centralizando nele a razão principal do que se pode pretender na vida. Mais sonhos e quimeras que apenas alimentam as consciências inadvertidas, desconhecedoras de que as dificuldades existem para desenvolver as potencialidades do nosso espírito, a capacidade de lutar e vencer com esforço próprio. Raramente encontramos campanhas ou propagandas esclarecedoras dos malefícios do fumo, do álcool, do jogo, da gula, dos abusos do sexo e dos prejuízos do tóxico.
Condicionada como está a tantos vícios, de que modo entrará a humanidade na nova fase do progresso moral preceituada por Kardec?
É impraticável conciliar aquele ensinamento com a enorme propagação dos vícios, que envolve cada vez mais as criaturas de todas as idades, incentivando os prazeres individuais sem qualquer senso de responsabilidade e nenhuma preocupação com suas consequências. Parece-nos sensato que deveríamos esperar exatamente o contrário, isto é, a crescente valorização dos homens pelos exemplos no bem e nas atitudes nobres, compatíveis com um clima de respeito ao próximo, de solidariedade humana, de zelo ao patrimônio orgânico e ao manancial de energias procriadoras que detemos.
Numa análise realista, para mudar os rumos da humanidade nesses dias em que pouco se entende da natureza espiritual do homem e da sua destinação além-túmulo, é de se esperar grandes transformações. Mas de que forma? Será que esse desejado progresso moral cairá dos céus sem qualquer esforço nosso? É evidente que será edificado pelos homens de boa vontade, pelos trabalhadores das últimas horas, pelos poucos escolhidos dos que possam restar dos muitos já chamados, pelos Aprendizes do Evangelho que resistirem ao mal e souberem enfrentar não mais as feras e as fogueiras dos circos romanos, porém as feras dos próprios instintos animais e o fogo da agressividade que precisamos atenuar, controlar e transformar.
E para superarmos os defeitos mais enraizados no nosso espírito precisamos fortalecer a nossa vontade, iniciando com a luta por eliminar os vícios mais comuns. Ninguém conseguirá vencer essa batalha se não estiver se preparando para enfrentá-la. Essa condição, no entanto, não se consegue sem trabalho, sem testemunho da vontade aplicada. É, sem dúvida, conquista individual que se pode progressivamente cultivar.
A - A IMAGINAÇÃO NOS VÍCIOS
A criatividade representa, no ser inteligente, um dos seus mais importantes atributos. Pela imaginação penetramos nos mais insondáveis terrenos das idéias. Dirigimos vôos ao infinito, descobrimos os véus no mundo da física, da Química, da Anatomia, da Fisiologia, fazemos evoluir as Ciências, criamos as invenções, desenvolvemos as artes e constatamos o espírito. Essa imaginação, por outro lado, tem sido mal conduzida pelo homem, tanto de modo consciente quanto por desejos inconscientes, levando-o a muitos dissabores, contrariedades, sofrimentos e outras consequências graves.
A capacidade mental do homem está condicionada ao alcance da sua imaginação e ao uso que dela faz no seu mundo íntimo. A faculdade de pensar apresenta uma característica dinâmica, que nos proporciona, pelas experiências acumuladas, a percepção sempre mais ampla da nossa realidade interior e do mundo que nos cerca, num crescente evoluir. Desse modo, as nossas experiências, em todas as áreas, servem de referência para novas e constantes mudanças. Nunca regredimos. Quando muito, momentaneamente estacionamos em alguns aspectos particulares, mas nos demais campos de aprendizagem realizamos avanços. É como num ziguezague mais ou menos tortuoso que vamos caminhando na nossa trajetória evolutiva, porém sempre na direção do tempo, que jamais se altera no sentido do seu avanço.
O homem, pela sua imaginação, cria as suas carências, envolve-se nos prazeres, absorve-se nas sensações e perde-se pelos torvelinhos do interesse pessoal. Cristaliza-se, por tempos, nos vícios que a sua própria inteligência criou, necessidades da sua condição inferior, que ainda se compraz nos instintos, reflexos da animalidade atuante em todos nós encarnados. O ser pensante sabe os males que lhe causam o fumo, o álcool, o jogo, a gula, os abusos do sexo, os entorpecentes, embora proporcionem instantes de fictício prazer e preenchimento daquelas necessidades que a sua mente plasmou.
Tornam-se, então, hábitos repetitivos, condicionamentos que comodamente aceitamos muitas vezes sem quaisquer reações contrárias. Quem conseguiria justificar com razões evidentes as necessidades de fumar, de beber, de jogar, de comer demasiado, e da prática livre do sexo? O organismo humano se adapta às cargas dos tóxicos ingeridos e o psiquismo fixa-se nas sensações. Na falta delas, o próprio organismo passa a exigir, em forma de dependências, as doses tóxicas ou as cargas emocionais às quais se habituara, e a criatura não consegue mais libertar-se; fica viciada. Sente-se, então, incapaz de agir e prossegue sem esforço, contaminando o corpo e a alma, escravizando-se inapelavelmente aos horrores do desequilíbrio e da enfermidade.
Transfere da vida presente para a subsequente certos reflexos ou impregnações magnéticas que o perispírito guarda pelas imantações recebidas do próprio corpo físico e do campo mental que lhe são peculiares. As predisposições e as tendências se transportam, de alguma forma, para a nova experiência corpórea e, nessas oportunidades de libertação que nos são oferecidas, muitas vezes sucumbimos aos mesmos vícios do passado distante. Admitimos, à luz do Espiritismo, um componente reencarnatório nos vícios, o que de certa forma esclarece os casos crônicos e patológicos provocados pelo fumo, álcool, gula, jogo e pelas aberrações sexuais. Raramente estamos sozinhos nos vícios. Contamos também com as companhias daqueles que se servem dos mesmos males, tanto encarnados como desencarnados, em maior ou menor intensidade de sintonia, funcionando como fator de indução à prática dos vícios que ambos usufruem.
Muitas vezes podemos querer deixar tal ou qual vício, mas aquelas companhias
nos sugestionam, persuadem e induzem. Como "amigos" do nosso convívio,
apelam diretamente, convencendo-nos e arrastando-nos. Como entidades espirituais,
agem hipnoticamente no campo da imaginação, transmitindo as ondas
magnéticas envolventes das sensações e desejos que juntos
alimentamos. Desse modo, ao iniciar o trabalho de extirpar os vícios,
podemos estar dentro de um processo em que os três componentes abordados
se verifiquem, ou seja: a própria imaginação e o organismo
condicionados, a tendência reencarnatória e a persuasão
das companhias visíveis e invisíveis.
B - A TENTAÇÃO NOS VÍCIOS
A somatória dos três componentes citados apresenta-se ao nosso intimo sob a forma de tentações. Interpretamos as tentações como sendo as manifestações de desejos veementes, de impulsos incontidos, a busca desesperada de prazeres ou necessidades que sabemos serem prejudiciais, mas que não estamos suficientemente fortes para conter. As tentações podem surgir em algumas circunstâncias como pela primeira vez, e podem repetir-se por muitas vezes, naqueles estados de ansiedade em que somos irresistivelmente impulsionados a cometer engimos para satisfazer desejos. As primeiras tentações estão, quase sempre, mescladas com a curiosidade, com o desejo de experimentar o desconhecido. Nesses casos, a influência dos já experimentados é, na maioria das vezes, o meio desencadeante dos vícios.
B - A TENTAÇÃO NOS VÍCIOS
A somatória dos três componentes citados apresenta-se ao nosso intimo sob a forma de tentações. Interpretamos as tentações como sendo as manifestações de desejos veementes, de impulsos incontidos, a busca desesperada de prazeres ou necessidades que sabemos serem prejudiciais, mas que não estamos suficientemente fortes para conter. As tentações podem surgir em algumas circunstâncias como pela primeira vez, e podem repetir-se por muitas vezes, naqueles estados de ansiedade em que somos irresistivelmente impulsionados a cometer engimos para satisfazer desejos. As primeiras tentações estão, quase sempre, mescladas com a curiosidade, com o desejo de experimentar o desconhecido. Nesses casos, a influência dos já experimentados é, na maioria das vezes, o meio desencadeante dos vícios.
Alguém
nos leva a praticá-los pela primeira vez quando assim cedemos às
primeiras tentações. Esse procedimento é comum nos fumantes,
nos alcoólatras, nos jogadores de azar, nos drogados, nos masturbadores.
É a imitação que dá origem ao hábito, costume
ou vício. Devemos considerar que todos nós somos tentados aos
vícios e a muitos outros comprometimentos morais. Podemos ceder às
tentações, mas a partir dos primeiros resultados colhidos nas
experiências praticadas podemos nos firmar no propósito de não
repeti-las e de não chegarmos à condição de viciados.
Há também incontáveis ocasiões em que as tentações
nem chegam a nos provocar, porque simplesmente não encontram eco dentro
de nós. Isto é, já atingimos um nível de amadurecimento
ou de consciência em que já não nos sintonizamos mais com
aquelas categorias de envolvimentos ou de atrações. Não
sentimos necessidade de experimentar o que possam nos sugerir; já nos
libertamos, de alguma forma.
C - QUAL O NOSSO OBJETIVO?
Indiscutivelmente, todos nós colhemos, no sofrimento, os frutos amargos dos vícios, cedo ou tarde. Aí, na maioria, as criaturas despertam e começam a luta pela sua própria libertação. Não precisamos, porém, chegar às últimas consequências dos vícios para iniciar o trabalho de auto-descondicionamento. Podemos ganhar um tempo precioso e deliberadamente propormo-nos o esforço de extirpá-los de nós mesmos. É uma questão de ponderar com inteligência e colocar a imaginação a serviço da construção de nós mesmos. Esse é o nosso objetivo: compreender razoavelmente as características dos vícios e buscar os meios para eliminá-los.
Perguntamos: O que o amigo leitor acha que é fundamental em qualquer processo de conquista individual? É o querer? É a vontade posta em prática?É a ação concretizando o ideal?
Primeiro, perguntemos a nós mesmos se queremos deixar mesmo de fumar, de beber, de jogar, e se desejamos controlar a gula, o sexo.
E por quê? Temos razões para isso? O que nos motiva a iniciar esse combate? Será apenas para sermos bonzinhos? Ou teremos razões mais profundas? É claro que sabemos as respostas. O que ainda nos impede de assumirmos novas posições é o apego às coisas materiais, aos interesses pessoais, que visam a satisfazer os nossos sentidos físicos, digamos periféricos, ainda grosseiros e animais, indicativos de imperfeições. É uma questão de opção pessoal, livre e disposta a mudanças. A vontade própria poderá ser desenvolvida, até com pouco esforço; não será esse o problema para a nossa escolha. A questão é decidir e comprometer-se consigo mesmo a ir em frente.
Comecemos, então, por eliminar os vícios mais comuns, aqueles já citados, de conhecimento amplo e de uso social, que apresentaremos detalhadamente nos capítulos seguintes. Coloquemo-nos em posição de renunciar aos enganosos prazeres que os mesmos possam estar nos oferecendo e lutemos! Lutemos com todo o nosso empenho e não voltemos atrás!
D - FAÇA SUA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
C - QUAL O NOSSO OBJETIVO?
Indiscutivelmente, todos nós colhemos, no sofrimento, os frutos amargos dos vícios, cedo ou tarde. Aí, na maioria, as criaturas despertam e começam a luta pela sua própria libertação. Não precisamos, porém, chegar às últimas consequências dos vícios para iniciar o trabalho de auto-descondicionamento. Podemos ganhar um tempo precioso e deliberadamente propormo-nos o esforço de extirpá-los de nós mesmos. É uma questão de ponderar com inteligência e colocar a imaginação a serviço da construção de nós mesmos. Esse é o nosso objetivo: compreender razoavelmente as características dos vícios e buscar os meios para eliminá-los.
Perguntamos: O que o amigo leitor acha que é fundamental em qualquer processo de conquista individual? É o querer? É a vontade posta em prática?É a ação concretizando o ideal?
Primeiro, perguntemos a nós mesmos se queremos deixar mesmo de fumar, de beber, de jogar, e se desejamos controlar a gula, o sexo.
E por quê? Temos razões para isso? O que nos motiva a iniciar esse combate? Será apenas para sermos bonzinhos? Ou teremos razões mais profundas? É claro que sabemos as respostas. O que ainda nos impede de assumirmos novas posições é o apego às coisas materiais, aos interesses pessoais, que visam a satisfazer os nossos sentidos físicos, digamos periféricos, ainda grosseiros e animais, indicativos de imperfeições. É uma questão de opção pessoal, livre e disposta a mudanças. A vontade própria poderá ser desenvolvida, até com pouco esforço; não será esse o problema para a nossa escolha. A questão é decidir e comprometer-se consigo mesmo a ir em frente.
Comecemos, então, por eliminar os vícios mais comuns, aqueles já citados, de conhecimento amplo e de uso social, que apresentaremos detalhadamente nos capítulos seguintes. Coloquemo-nos em posição de renunciar aos enganosos prazeres que os mesmos possam estar nos oferecendo e lutemos! Lutemos com todo o nosso empenho e não voltemos atrás!
D - FAÇA SUA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL
1. Sente-se irresistivelmente condicionado a algum vício?
__________________________________________________________________________________________________________________
2. Sofre as consequências maléficas que os mesmos provocam?
2. Sofre as consequências maléficas que os mesmos provocam?
__________________________________________________________________________________________________________________
3. Já tentou libertar-se voluntariamente de algum desses vícios?
3. Já tentou libertar-se voluntariamente de algum desses vícios?
__________________________________________________________________________________________________________________
4. Analise como começou neles e conclua:
— Por livre desejo?
4. Analise como começou neles e conclua:
— Por livre desejo?
__________________________________________________________________________________________________________________
- Por sugestão de alguém?
- Por sugestão de alguém?
__________________________________________________________________________________________________________________
5. Quando tentado a experimentar algum dos vícios sociais, cede facilmente?
5. Quando tentado a experimentar algum dos vícios sociais, cede facilmente?
__________________________________________________________________________________________________________________
6 -. Percebe, por vezes, a sua imaginação articulando sensações que o satisfazem ao alimentá-las?
6 -. Percebe, por vezes, a sua imaginação articulando sensações que o satisfazem ao alimentá-las?
__________________________________________________________________________________________________________________
7
- Já pensou que esse tipo de imaginação nos predispõe
a cometê-las?
__________________________________________________________________________________________________________________
8
- Tem dificuldades em afastar da mente os devaneios e os pensamentos ligados
a prazeres íntimos?
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9
- Já chegou a compreender a necessidade de eliminar os vícios?
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10
- Acha que poderá com o próprio esforço deles se libertar?
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Ney
P. Peres
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Vícios
terça-feira, 5 de março de 2013
BARTIMEU, O CEGO
BARTIMEU,
O CEGO
"E
Jesus, falando, disse-lhe: Que queres que te faça! E o cego lhe disse:
Mestre, que eu tenha vista.
"E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. (Marcos, 10:51-52)
"E Jesus lhe disse: Vai, a tua fé te salvou. E logo viu, e seguiu a Jesus pelo caminho. (Marcos, 10:51-52)
Numa
das suas andanças pelas cercanias de Jericó, o Mestre deparou
com um cego chamado Bartimeu, que estava mendigando à beira da estrada.
Sabendo
que o Senhor estava naquela região, Bartimeu levantou-se e começou
a clamar: "Filho de Davi ! tem misericórdia de mim".
Muitos
dos que estavam nas proximidades passaram a repreendê-lo para que cessasse
aquele clamor, porém nada faz com que parasse de gritar. Jesus, parando
a certa distância do cego ordenou que o chamassem. Ao ouvir o chamamento,
cheio de ânimo, largou a sua capa, levantou-se e dirigiu-se para o lado
em que ele estava.
Cheio
de paciência, o Mestre interrogou-o: Que queres que te faça? E
o cego lhe disse: "Senhor, que eu tenha vista". Diante dessa patente
manifestação de fé, Jesus fez com que ele começasse
a ver.
Aqui,
mais uma vez, vemos o efeito da fé. Bartimeu evidentemente já
tinha conhecimento dos atos praticados por Jesus e alimentava a esperança
de encontrá-lo um dia, pois a sua maior ambição era poder
ver. Ao tomar conhecimento da aproximação do Senhor, provocou
grande alarido, conseguindo assim chamar a sua atenção, resultando
dali a cura radical da sua cegueira.
Muita
gente se surpreende pelo fato de Jesus ter restaurado a visão a todos
os cegos, levantado todos os paralíticos e curado todos os leprosos que
existiam naquela circunvizinhança.
Cumpre
aqui ressaltar que todos os sofrimentos são consequências das transgressões
cometidas pelo Espírito em vidas pretéritas.
Podem-se contar nos Evangelhos as curas materiais operadas por Jesus Cristo.
Elas foram em número insignificante, representando diminuta porcentagem
face ao número de sofredores existentes na época, o que prova
sobejamente que o Mestre não veio para curar enfermidades materiais,
que são de efeito transitório, e que, face à lei de Deus,
e em conseqüência das necessidades de reajuste, nem todos estavam
em condições de serem curados.
Bartimeu,
indubitavelmente, era cego há muitos anos, e uma cegueira tão
prolongada havia-lhe conferido a oportunidade de resgatar seus erros do passado.
Havia chegado a hora de merecer o benefício da cura, que veio por intermédio
de Jesus.
Eis
a razão pela qual nem todos podem receber de imediato aquilo que pedem
a Deus ou aos seus Espíritos prepostos. Se ainda não saldaram
seus débitos para com a justiça divina, não podem merecer
alteração no curso de suas vidas, pois não houve ainda
um esforço interior que justificasse o benefício solicitado.
Um
outro aspecto dessa cura deve ser aqui lembrado. O Mestre veio para curar a
cegueira da alma, para isso ele nos legou a mensagem viva do Evangelho. Felizes
os que se interessam pela iluminação interior após terem
entrado em contato com os ensinamentos evangélicos; devem encher-se de
gozo, rejubilando-se e não admitindo que ninguém impeça
a sua aproximação da luz.
Não
é necessário ter apenas a visão material; importa sobretudo
ter a visão das coisas nobilitantes do Espírito. Jesus curou Bartimeu,
dando-lhe a graça da visão, porém não era esse o
gênero de cura que viera trazer. Ele suspirava pela transformação
íntima do homem através de um processo de reforma que ele judiciosamente
denominou de "conquista do Reino dos Céus". Essa
é a verdadeira iluminação da alma, é a cura permanente,
que faz com que quem a receba jamais entre em trevas. Jesus desejava
também que aqueles que eram autênticos "cegos que não
queriam ver", passassem a ver, sentindo a extensão da sua mensagem
imorredoura. Suspirava para que aqueles que nada viam em torno das coisas do
Espírito, passassem a vê-las, sentindo a majestosidade dos seus
ensinamentos.
Afirmou
o Senhor: "quem me segue jamais andará em trevas", o que revela
o sentido libertador dos Evangelhos. Essa afirmação de Jesus também
está implícita numa outra expressão equivalente: "conhecereis
a verdade e ela vos fará livres". Ora, quem conhecer a verdade que
está de forma latente no manancial de luz que são os Evangelhos,
libertar-se-á dos preconceitos, das superstições, das viciações,
dos erros, e torna-se-á um ser compenetrado dos seus deveres de ordem
espiritual, enquadrando-se entre aqueles que são na realidade os "filhos
da luz".
Sentenciou
ainda o Mestre: 'Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão
grandes serão tais trevas". Há necessidade de fazermos com
que os nossos olhos reflitam aquilo que vai dentro de nossas almas. Se estivermos
suficientemente iluminados interiormente, nossos olhos revelarão a serenidade
e outras qualidades que traduzem a nossa evolução espiritual e
então a lei do amor passará a presidir todos os nossos atos.
Quando,
pois, tomarmos conhecimento da mensagem evangélica, devemos envidar todos
os nossos esforços para assimilá-la. Não devemos permitir
que alguém impeça os nossos movimentos nesse sentido, tomando
como paradigma o cego Bartimeu, que ao ouvir dizer que Jesus estava se aproximando,
passou a clamar, permitindo que ninguém opusesse obstáculo ao
seu objetivo."
Paulo
A. Godoy
Os Padrões Evangélicos
Os Padrões Evangélicos
ACÊRCA DO DIVÓRCIO
CAPÍTULO
XIX
ACÊRCA DO DIVÓRCIO
ACÊRCA DO DIVÓRCIO
ACERCA
DO DIVÓRCIO
1
- E aconteceu que, tendo Jesus acabado estes discursos, partiu de Galiléia,
e veio para os confins da Judéia, além do Jordão.
2
- E seguiram-no muitas gentes, e curou ali os enfermos.
3
- E chegaram-se a ele os fariseus, tentando-o, e dizendo:
É
por ventura lícito a um homem repudiar a sua mulher, por qualquer causa?
4
- Ele, respondendo, lhes disse: Não tendes lido que quem criou o homem,
desde o princípio fê-los macho e fêmea? E disse:
5
- Por isso deixará o homem pai e mãe, e ajuntar-se-á com
sua mulher, e serão dois numa só carne.
6
- Assim que já não são dois, mas uma só carne. Não
separe logo o homem o que Deus ajuntou.
O
casamento é uma instituição divina. Por meio do casamento,
Deus providencia os corpos materiais para os espíritos encarnarem e progredirem;
porque, como sabemos, é só pelo trabalho incessante, que o espirito
realiza, ora nos círculos materiais, ora nos espirituais, é que
se efetua sua evolução.
No
ambiente do lar, encontramos os elementos indispensáveis para novos surtos
de progresso e de redenção. É também no aconchego
do lar, que ensaiamos nossos primeiros passos de amor para com nossos semelhantes.
À medida que formos evoluindo, alargaremos o círculo de nosso
amor, até que o amor que hoje dedicamos à nossa família,
o dedicaremos à humanidade. Erram por conseguinte, os que querem ver
no casamento apenas a influência das leis materiais. Ao lado das leis
materiais, quase que instintivas, funcionam também puras e santificantes
leis morais. Se as leis do instinto ligam os corpos, as leis morais ligam as
almas, e determinam cinco espécies de casamentos, em nosso planeta, a
saber:
CASAMENTOS
POR AFINIDADE:
Almas
gêmeas isto é, com o mesmo grau de evolução, unem-se
para progredirem juntas. Dão-nos o exemplo do casamento perfeito. O lar
é harmonioso. A vida exemplar que o casal vive, constitui um modelo.
CASAMENTOS
DE PROVAS:
O casamento é uma prova de resignação, paciência,
tolerância e fraternidade. Espíritos de diversos graus evolutivos
reúnem-se no mesmo lar, onde se esforçam por viverem em harmonia,
apesar da disparidade de gostos, de idéias e de inclinações,
que os separam.
CASAMENTOS
DE EXPIAÇÃO:
Espíritos
culpados, que erraram juntos em encamações anteriores, reúnem-se
no mesmo lar, para retificarem os erros do passado.
CASAMENTOS
DE RESGATE:
O
casamento é de resgate, quando os membros da família procuram
resgatar dívidas, que contraíram uns para com os outros, em encarnações
anteriores. Assim, o homem que atirou à lama uma mulher, na encarnação
seguinte poderá pedir para vir a ser seu marido, para dignificá-la.
A mulher, por cuja causa um homem se desviou, poderá, em futura encarnação,
servir-lhe de arrimo, para ajudá-lo a voltar ao reto caminho. Os pais
que se descuraram da educação moral dos filhos, poderão
pedir nova encarnação, em que lhes seja concedido trabalharem
para a melhoria de seus filhos extraviados, resgatando desse modo, o mal que
lhes causaram.
CASAMENTOS
DE RENÚNCIA:
O
casamento é de renúncia quando um ou os dois cônjuges, embora
não mais necessitando de encarnações terrenas, contudo
se encarnam para apressarem o progresso de seus familiares, que se atrasaram
no caminho da evolução.
Como
vemos além de formarem uma só carne, marido e mulher obedecem
a sublimes leis morais, que não podem ser transgredidas impunemente.
7
- Replicaram-lhe eles: Pois, por que mandou Moisés dar o homem à
sua mulher carta de desquite, e repudiá-la?
8
- Respondeu-lhes: Porque Moisés, pela dureza de vossos corações,
vos permitiu repudiar a vossas mulheres, mas ao princípio não
foi assim.
9
- Eu pois vos declaro que todo aquele que repudiar sua mulher, se não
é por causa da fornicação, e casar com outra, comete adultério,
e o que se casar com a que o outro repudiou, comete adultério.
Quando
o egoísmo fala mais alto, endurecendo os corações dos cônjuges,
estes facilmente desprezam as leis morais, que lhes presidia à união,
e o casamento é, ordinariamente, rompido. Entretanto, ainda assim o Evangelho
proíbe a união dos cônjuges com terceiros, dando desta maneira
a entender claramente, que os laços do casamento são indissolúveis
aqui na terra enquanto os dois cônjuges estiverem encarnados.
10
- Disseram-lhe seus discípulos: Se tal é a condição
de um homem a respeito de sua mulher, não convém casar-se.
11
- Ao que ele respondeu: Nem todos são capazes desta resolução,
mas somente aqueles a quem isto foi dado.
12
- Porque há uns castrados, que nasceram assim do ventre de sua mãe;
e há outros castrados, a quem outros homens fizeram tais; e há
outros castrados, que a si mesmo se castraram por amor do reino dos céus.
O que é capaz de compreender isto, compreenda-o.
Ao
ouvirem tão novos ensinamentos e tão contrários ao costume
geral, os discípulos ficaram admirados. E Jesus lhes explica que, conquanto
fossem poucos, já existem na terra pessoas que compreendem o quanto de
sublime há no sagrado instituto da família.
Os
que nasceram castrados, são aqueles que se desviaram pelo sexo, em encarnações
anteriores; e agora penetram na vida terrena, punidos naquilo por que pecaram.
Os
que os homens castraram, são aqueles que sofreram essa crueldade, comum
no Oriente, ainda até há bem pouco tempo.
Finalmente,
os que se castraram por amor do reino dos céus, são aqueles que
sabem dignificar as leis naturais do sexo, no sagrado instituto da família.
E também aqueles que, não tendo conseguido constituir família,
sabem manter-se em nobre e digna castidade.
JESUS
ABENÇOA OS MENINOS
13
- Então lhe foram apresentados vários meninos, para lhes impor
as mãos, e fazer oração por eles. E os discípulos
os repeliam com palavras ásperas.
14
- Mas Jesus lhes disse: Deíxai os meninos, e não embaraceis que
eles venham a mim; porque destes tais é o reino dos céus.
15
- E depois que lhes impôs as mãos, partiu dali.
Destes
tais é o reino dos céus, significa que somente os que alcançaram
a pureza e a inocência das crianças, estão em estado de
merecerem a felicidade, que se origina sempre de uma consciência sem mácula.
Estas
palavras de Jesus também são uma ordem, para que as crianças
sejam instruídas em seu Evangelho, desde pequeninas. Embaraçar
as crianças e mesmo repeli-las para que não se acerquem de Jesus,
simboliza a indiferença dos pais em não cuidarem da educação
evangélica de seus filhinhos. Proceder assim é um erro de lamentáveis
conseqüências espirituais; porque os pais se esquecem de indicar
aos filhos o caminho que facilmente os conduziria a Deus.
É
muito comum depararmos com pais espíritas, que militam nas fileiras do
Espiritismo como médiuns ou como pregadores, e não sabem encaminhar
seus filhos para o caminho da espiritualidade e da evangelização,
deixando-os entregues a si mesmos. O resultado é que os filhos inexperientes,
privados do auxílio da experiência dos pais, desviam-se com facilidade,
preparando colheitas de lágrimas e de sofrimentos para si próprios
e para os pais que não souberam, ou não quiseram guiá-los
pelo caminho reto.
O
MANCEBO RICO
16
- E eis que, chegando-se a ele um, lhe disse: Bom Mestre, que obras boas devo
fazer, para alcançar a vida eterna?
17
- Jesus lhe respondeu: Porque me perguntas tu o que é bom? Bom só
Deus o é. Porém, se tu queres entrar na vida, guarda os mandamentos.
18
- Ele lhe perguntou: Quais? E Jesus lhe disse: Não cometerás homicídio.
Não adulterarás. Não cometerás furto. Não
dirás falso testemunho.
19
- Honra a teu pai e à tua mãe, e amarás ao teu próximo
como a ti mesmo.
20
- O mancebo lhe disse: Eu tenho guardado tudo isso desde a minha mocidade; que
é que me falta ainda?
21
- Jesus lhe respondeu: Se queres ser perfeito, vai, vende o que tens, e dá-o
aos pobres e terás um tesouro no céu; depois vem, e segue-me.
22
- O mancebo, porém, como ouviu esta palavra, retirou-se triste; porque
tinha muitos bens.
Para
que ao desencarnar, o espírito atinja as regiões superiores do
mundo espiritual, não lhe basta somente guardar os mandamentos divinos.
É preciso que além de uma vida nobre e pura, tenha a coragem suficiente
de se desprender das coisas da terra.
Respondendo
Jesus ao moço rico, que se desfizesse do que possuía em benefício
dos que nada tinham, mostrou-lhe que ainda lhe faltava a virtude da renúncia,
isto é, pensar nos outros antes de pensar em si. E lhe demonstrando que
precisava adquirir a virtude da renúncia, Jesus ensinou ao moço
rico que o excessivo apego às riquezas da terra, amarra a alma às
regiões inferiores, e não a deixa elevar-se para Deus.
Ao
dizer Jesus que só Deus é bom, dá-nos uma lição
de humildade, pois, por nós próprios nada somos, se a bondade
divina não nos amparar.
23
- E Jesus disse aos seus discípulos: Em verdade vos digo que um rico
dificultosamente entrará no reino dos céus.
24
- Ainda vos digo mais: Que mais fácil é passar um camelo
pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino dos céus.
O
poder e os gozos materiais que a riqueza proporciona; o orgulho que alimenta
nos corações; a sedução que exerce sobre as almas;
tudo isso torna a prova da riqueza uma das mais difíceis, que um espírito
tem de suportar no caminho da perfeição.
A
riqueza é cheia de méritos para o futuro espiritual de uma alma,
quando é bem empregada; porque a riqueza é uma das alavancas do
progresso do mundo. Os ricos são os despenseiros dos bens materiais de
Deus. E como tal, devem zelar para que nada falte aos que nada possuem. E que
não seja por meio da fria caridade, que se limita a distribuir apenas
algumas moedas; mas sim, pelo exercício da caridade ativa, que consiste
em promover o trabalho, a instrução. O bem-estar e a moralização
da família humana. E como, ordinariamente, o rico se esquece de seus
deveres de mordomo, e usa, egoisticamente, só para si próprio,
os bens que lhe foram confiados, torna-se difícil sua ascenção
para Deus.
25
- Ora os discípulos, ouvidas estas palavras, conceberam grande espanto,
dizendo: Quem poderá logo salvar-se?
26
- Porém Jesus, olhando para eles, disse: Aos homens é isto impossível,
mas a Deus tudo é possível.
Na
verdade, para Deus não é difícil que um rico se salve,
porque existe a lei da reencarnação, a qual permite a cada um
retificar os erros cometidos. Assim, aquele que empregou mal a riqueza, não
está perdido, porque é vontade de Deus que não se perca
nenhum de seus filhos; nas futuras encarnações, corrigirá
os maus atos que praticou pelo emprego errôneo da riqueza. E então
estará salvo.
27
- Então, respondendo, Pedro lhe disse: Eis aqui estamos nós que
deixamos tudo, e te seguimos; que galardão pois será o nosso?
28
- E Jesus lhes disse: Em verdade vos afirmo que vós, quando no dia da
regeneração estiver o Filho do homem sentado no trono da sua glória,
vós, torno a dizer, que me seguistes, também estareis sentados
sobre doze tronos, e julgareis as doze tribos de Israel.
Paupérrimos
como eram, mesmo ao pouco que possuíam, os apóstolos souberam
renunciar, a fim de auxiliarem Jesus na grandiosa tarefa de regeneração
da humanidade. É justo, pois, que continuem a ser no mundo espiritual
os principais colaboradores de Jesus, na obra de evangelização
que se processa no mundo.
Jesus
simboliza nas doze tribos de Israel a humanidade, e no cargo de juiz que confere
a cada apóstolo, a supremacia que conquistaram no trabalho evangélico.
29
- E todo o que deixar, por amor do meu nome, a casa, ou os irmãos ou
as irmãs ou o pai ou a mãe ou a mulher ou os filhos ou as fazendas,
receberá cento por um, e possuirá a vida eterna.
Os
interesses espirituais deverão sempre ser colocados acima dos interesses
materiais, e mesmo acima dos laços transitórios da família.
Por mais que amemos a casa, os irmãos, as irmãs, o pai, a mãe,
a mulher, o marido, os filhos e nossas riquezas, jamais consintamos que nos
sirvam de embaraço em nosso caminho para a espiritualidade. Especialmente
os médiuns e todos os que foram convocados para a luta no campo do Espiritismo,
nunca deverão deixar que os obstáculos criados no ambiente doméstico,
lhes façam esquecer de seus deveres sublimes. É comum os familiares
de um médium servirem de tentação para desviá-la
do desempenho de suas responsabilidades mediúnicas. Às vezes,
nossos entes queridos ainda não alcançaram
o grau de compreensão espiritual, que lhes possibilitaria avaliarem o
que significa o trabalho na seara de Jesus. E nesse estado de incompreensão,
criam dificuldades de toda a sorte, perturbando o trabalho do discípulo
fiel. É contra essa espécie de tentação, que Jesus
quer que nos precatemos. Ele aqui nos quer dizer que sejamos suficientemente
fortes para não cedermos, colocando acima de tudo, o trabalho divino
que nos foi confiado.
30
- Porém, muitos primeiros virão a ser os últimos, e muitos
últimos virão a ser os primeiros.
Nem
sempre os que primeiro recebem as palavras de Jesus, têm o ânimo
suficientemente forte para perseverarem até o fim, na observância
de seus ensinamentos. Há os que se desviam ou recebem as lições
com indiferença, sendo-lhes necessário longo período retificador,
antes de conquistarem o reino dos céus. E acontece que há os que
recebem as palavras de Jesus por último, e se esforçam de tal
modo por segui-las, que facilmente alcançam e deixam para trás
os que primeiro as ouviram. Vemos suceder a mesma coisa no Espiritismo: quantos
há que ouvem as lições espíritas desde cedo e, no
entanto, nenhum progresso espiritual conseguem; e quantos ingressam no Espiritismo
já no fim de suas encarnações, e ainda produzem ótimos
frutos espirituais para suas almas.
Eliseu
Rigonatti
OS MAGOS DO ORIENTE
CAPÍTULO
II
OS MAGOS DO ORIENTE
OS MAGOS DO ORIENTE
OS
MAGOS DO ORIENTE
1
- Tendo pois nascido Jesus em Belém de Judá, em tempo do rei Herodes,
eis que vieram do Oriente uns magos a Jerusalém.
2
- Dizendo: Onde está o rei dos judeus, que é nascido? Porque
nós vimos no Oriente a sua estrela e viemos a adorá-lo.
3
- E o rei Herodes ouvindo isto se turbou e toda Jerusalém com ele.
4
- E convocando todos os príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo,
lhes perguntava onde havia de nascer o Cristo.
5
- E eles lhe disseram: Em Belém de Judá; porque assim está
escrito pelo profeta:
6
- E tu Belém, terra de Judá, não és a de menos consideração
entre as principais de Judá; porque de ti sairá o condutor, que
há de comandar o meu povo de Israel.
7
- E então Herodes, tendo chamado secretamente os magos, inquiriu deles
com todo o cuidado que tempo havia que lhes aparecera a estrela.
8-
E enviando-os a Belém, dísse-lhes: Ide e informai-vos bem que
menino é esse; e depois que o houverdes achado vinde-me dizer, para eu
ir também adorá-lo.
9
- Eles, tendo ouvido as palavras do rei, partiram; e logo a estrela, que tinham
visto no Oriente, lhes apareceu, indo adiante deles, até que chegando,
parou onde estava o menino.
10
- E quando eles viram a estrela, foi sobremaneira grande o júbilo que
sentiram.
11
- E entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e prostrando-se
o adoraram; e abrindo os seus cofres lhe fizeram suas ofertas de ouro, incenso
e mirra.
12 - E havida resposta em sonhos, que não tornassem a Herodes, voltaram
por outro caminho a suas terras.
Segundo
nos informa Emmanuel em seu livro, "A Caminho da Luz", as raças
adâmicas guardaram a lembrança das promessas do Cristo que, por
sua vez, a fortaleceu enviando-lhes periodicamente seus missionários.
Os enviados do Infinito falaram na China milenária, da celeste figura
do Salvador, muitos séculos antes do advento de Jesus. Os iniciados do
Egito o esperavam. Na Pérsia, idealizaram sua trajetória, antevendo-lhe
os passos no caminho do porvir. Na lndia védica, era conhecida quase
toda a história evangélica, que o sol dos milênios futuros
iluminaria na escabrosa Palestina. (Vide Emmanuel, "A Caminho da Luz",
págs. 30 e 31, edição de 1941 ).
Os
magos eram sacerdotes. Na antiga Pérsia formavam uma corporação
que se ocupava do culto religioso e do cultivo da ciência, principalmente
da astronomia. O verdadeiro significado da palavra mago é sábio.
Eram respeitadíssimos pelo povo e dividiam-se em várias classes,
cada uma das quais tinha privilégios e deveres distintos. Levavam uma
vida austera, vestiam-se com extrema simplicidade e não comiam carne.
É fora de dúvida que terão tomado conhecimento das profecias
referentes à vinda do Messias, por meio dos israelitas, quando estes
estiveram cativos na Babilônia. Estas profecias, guardadas carinhosamente
no recesso dos templos, só eram reveladas aos iniciados nas coisas espirituais.
Estudiosos da espiritualidade que eram, não lhes foi difícil compreender
o verdadeiro caráter de Jesus e da missão que vinha desempenhar
entre os homens, motivo pelo qual o esperavam através das gerações.
Cultores da mediunidade que para eles não tinha segredos, são
avisados pelos seus mentores espirituais, logo que Jesus se encarna. E comparando
o aviso recebido com as profecias que possuíam, não duvidaram
em ir prestar suas homenagens ao Messias, há tanto tempo esperado e desejado.
A estrela que os guiava era um espírito que se lhes apresentava em forma
luminosa.
Qual
o objetivo que visavam os mentores espirituais, favorecendo a adoração
dos magos?
O
objetivo era chamar a atenção do povo hebreu de que o Messias
prometido já se tinha encarnado.
Realmente,
os magos despertaram a curiosidade do povo de Jerusalém, tanto que Herodes
os chamou e os inquiriu sobre os motivos que os tinham trazido à cidade.
Certos de que o povo escolhido também sabia da chegada do Cristo, candidamente
respondiam que o tinham vindo adorar.
De
nada valeu o aviso. Israel não soube perceber o advento do Salvador.
A
FUGIDA PARA O EGITO; A MATANÇA DOS INOCENTES
13
- Partidos que eles foram, eis que apareceu um anjo do Senhor em sonhos a José
e lhe disse: Levanta-te e toma o menino e sua mãe e foge para o Egito
e fica-te lá até que eu te avise. Porque Herodes tem de buscar
o menino para o matar.
14
- E José, levantando-se, tomou de noite o menino e sua mãe
e retirou-se para o Egito.
15
- E ali esteve até a morte de Herodes; para se cumprir o que proferira
o Senhor pelo profeta que diz: Do Egito chamei a meu filho.
16
- Herodes então, vendo que tinha sido iludido pelos magos, ficou muito
irado por isso e mandou matar todos os meninos que havia em Belém e em
todo o seu termo, que tivessem dois anos e daí para baixo, regulando-se
nisto pelo tempo que tinha exatamente averiguado dos magos,
17
- Então se cumpriu o que estava anunciado pelo profeta Jeremias, que
diz:
18
- Em Ramá se ouviu um clamor, um choro e um grande lamento; vinha a ser
Raquel chorando a seus filhos, sem admitir consolação pela falta
deles.
Tendo
sido avisados os poderes terrenos de que o Rei Espiritual da Terra viera iniciar
o seu reinado no coração dos homens, a reação das
trevas foi de ódio.
E
deliberaram destruí-la.
A
Providência Divina, porém, fez com que o Messias fosse colocado
em lugar seguro, enquanto se manifestava o temporário poder das trevas.
Obediente
às intuições superiores que recebiam, os magos voltam a
seus países, sem se avistarem de novo com os perseguidores do menino.
É
decretada a matança dos inocentes. As crianças atingidas por este
violento desencarne, eram espíritos em expiação.
Em
encarnações passadas muito tinham errado, tornando-se, desse modo,
merecedores do castigo pelo qual passaram.
Durante
o progresso do Evangelho, vemos as trevas se insurgirem contra ele em quatro
ocasiões: A primeira, quando Jesus nasceu. A segunda, quando Jesus foi
crucificado. A terceira, quando os Apóstolos se espalharam pelo mundo,
levando o Evangelho a todos os povos; então assistimos às perseguições
dos cristãos. E a quarta é de nossos dias, quando, com o advento
do Espiritismo, o Consolador que viria explicar o que Jesus deixou para mais
tarde e reviver-Ihe os preceitos, seus adeptos foram ridicularizados.
A
VOLTA DO EGITO
19
- E sendo morto Herodes, eis que o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José
no Egito.
20
- Dizendo: Levanta-te e toma o menino e sua mãe e vai para a terra de
Israel; porque são mortos os que buscavam o menino para o matar.
21
- José, levantando-se, tomou o menino e sua mãe e veio para a
terra de Israel.
22
- Mas ouvindo que Arquelao reinava na Judéía em lugar de seu pai
Herodes, temeu ir para lá; e avisado em sonhos se retirou para as partes
da Galiléía.
23
- E veio morar numa cidade que se chama Nazaré; para se cumprir o que
fora dito pelos profetas: Que será chamado Nazareno.
Em
preservar a vida do menino, defendendo-o de seus perseguidores, devemos admirar
a obediência de José, esposo de Maria e pai de Jesus.
Obedecendo
às intuições de seus guias espirituais e ao seu anjo da
guarda, José rendeu um preito de adoração e de veneração
a Deus, nosso Pai.
Se
José não tivesse obedecido às inspirações
superiores, teria falhado na missão que lhe fora conferida de velar pela
infância de Jesus.
Observemos
aqui a ação maravilhosa da mediunidade. Os magos, José
e Maria, receberam as ordens dos planos superiores por meio da mediunidade que
possuíam. Por aí vemos que todo médium que trata amorosamente
de sua mediunidade e sabe obedecer às inspirações de seus
superiores espirituais, tem, na própria mediunidade, um arrimo seguro
para triunfar de suas provas e de suas expiações na Terra.
Eliseu
Rigonatti
NO PRINCÍPIO ERA O VERBO
NO PRINCÍPIO ERA O VERBO
Mateus,
reportando-se à individualidade do divino Enviado, tratou de sua genealogia
terrena, partindo de Abraão, em ordem descendente, até José,
contando 42 gerações.
Lucas refere-se às particularidades que rodearam o seu nascimento em Belém de Judá, num estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura. Marcos apresenta o Mestre já em contacto com o Batista, iniciando sua missão exemplificadora.
João deixa de parte tudo quanto se liga à forma material com que o Messias se apresenta no cenário humano, para considerar o seu Espírito, isto é, o "ser" propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades psíquicas, dizendo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
Verbo é a palavra por excelência, visto que enuncia a ação. Jesus é o Verbo paradigma por onde todos os verbos serão conjugados. E' o modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o destino de toda a infinita criação. "Ninguém vai ao Pai senão por mim."
Lucas refere-se às particularidades que rodearam o seu nascimento em Belém de Judá, num estábulo abandonado, tendo por berço tosca e rude manjedoura. Marcos apresenta o Mestre já em contacto com o Batista, iniciando sua missão exemplificadora.
João deixa de parte tudo quanto se liga à forma material com que o Messias se apresenta no cenário humano, para considerar o seu Espírito, isto é, o "ser" propriamente dito, sede da inteligência, do sentimento e de todas as faculdades psíquicas, dizendo: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
Verbo é a palavra por excelência, visto que enuncia a ação. Jesus é o Verbo paradigma por onde todos os verbos serão conjugados. E' o modelo, é o exemplo, é o caminho cujo percurso encerra o destino de toda a infinita criação. "Ninguém vai ao Pai senão por mim."
"Aos
que crerem em seu nome, deu Ele o direita de se tornarem filhos de Deus; os
quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne ou do homem, mas
sim de Deus."
Como Ele, todos nós no princípio éramos o Verbo. A fonte única da vida é Deus. "N'Ele vivemos, nos movemos e existimos, porque d'Ele somos linhagem." A vida manifesta-se através da forma que encerra a luz. "Somos de ontem e ignoramos."
Como Ele, todos nós no princípio éramos o Verbo. A fonte única da vida é Deus. "N'Ele vivemos, nos movemos e existimos, porque d'Ele somos linhagem." A vida manifesta-se através da forma que encerra a luz. "Somos de ontem e ignoramos."
"Sei
donde vim e para onde vou; vós, porém, não sabeis."
Antes que tivéssemos consciência do que somos, já éramos.
A alma é imortal, porque eterna. O "cogito, ergo sum" não
constitui o início, mas, apenas, um dos marcos da evolução.
Assim como a criança é objeto de cuidados e desvelos antes de possuir noção de sua existência, antes mesmo de nascer, assim os seres já estão contidos no pensamento de Deus desde toda a eternidade.
Assim como a criança é objeto de cuidados e desvelos antes de possuir noção de sua existência, antes mesmo de nascer, assim os seres já estão contidos no pensamento de Deus desde toda a eternidade.
"Vede as aves do céu que não semeiam nem ceifam; que não
têm despensa nem celeiros; no entanto, o vosso Pai celestial as alimenta.
Vede os lírios do campo, que não fiam nem tecem; nada obstante,
vestem-se com mais pompa que os áulicos de Salomão ."
Não haveria evolução, se não houvesse previamente involução. O que sobe da Terra é o que desceu do Céu. O Criador e a criação coexistem, são eternos. "O Pai sempre agiu, nunca cessa de agir." Tudo é solidário no Universo; sóis, planetas e seres.
Não haveria evolução, se não houvesse previamente involução. O que sobe da Terra é o que desceu do Céu. O Criador e a criação coexistem, são eternos. "O Pai sempre agiu, nunca cessa de agir." Tudo é solidário no Universo; sóis, planetas e seres.
O
geocentrismo e o antropocentrismo são nuvens que obscurecem os horizontes
da verdade sobre a origem do homem e dos mundos.
A vida, na Terra, começou em certa substância gelatinosa que se encontra no seio do oceano. "Produzam as águas reptis de alma vivente e aves que voem sobre a Terra. Criados, pois, foram os grandes peixes e todos os animais que têm vida e movimento, os quais foram produzidos pelas águas, cada um segundo suas espécies, e todas as aves segundo o seu gênero."
Donde procederia essa alma vivente que, saindo das profundezas do mar, povoou o globo terráqueo de todos os seres que o habitam, da monera ao homem? Geração espontânea? Essa hipótese não figura mais no cartaz por ser destituída de critério e bom-senso.
A vida, na Terra, começou em certa substância gelatinosa que se encontra no seio do oceano. "Produzam as águas reptis de alma vivente e aves que voem sobre a Terra. Criados, pois, foram os grandes peixes e todos os animais que têm vida e movimento, os quais foram produzidos pelas águas, cada um segundo suas espécies, e todas as aves segundo o seu gênero."
Donde procederia essa alma vivente que, saindo das profundezas do mar, povoou o globo terráqueo de todos os seres que o habitam, da monera ao homem? Geração espontânea? Essa hipótese não figura mais no cartaz por ser destituída de critério e bom-senso.
João
Evangelista responde ao quesito em apreço, numa linguagem transcendente,
mas simples, como simples é toda verdade: "No princípio era
o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus."
Até hoje, vinte séculos decorridos, a Ciência não disse mais nem melhor.
Até hoje, vinte séculos decorridos, a Ciência não disse mais nem melhor.
Vinícius
NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO
NÃO SE TURBE O VOSSO CORAÇÃO
"Não
se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em
mim". - Evangelho
O
coração humano vive inquieto e aflito, precisamente porque carece
de fé, a virtude que gera e mantém a serenidade de espírito,
a segurança inabalável, qualquer que seja a conjuntura em que
nos encontremos.
Por isso, o médico do corpo e da alma preceitua o remédio que cura todas as tribulações: Crede em Deus, crede também em mim.
Crer em Jesus é crer na Vida, no testemunho positivo, concreto e real do Universo, desse Universo do qual fazemos parte integrante; é crer na infinita criação, nos mundos e nos sóis de todas as grandezas cujo número incontáveis; é crer, em suma nas realidades externas e internas, isto é, que nos cerca e na vida que palpita em nosso eu, onde fala a inteligência, onde se manifesta a vontade, onde vibra o sentimento.
Crer em Deus é crer no Enviado de Deus, naquele através de cujo verbo nos é dado conhecer a verdade e em cujos exemplos podemos perceber e sentir o reflexo do maior e do mais excelente dos atributos divinos — o amor; crer em Jesus é crer na imortalidade comprovada na sua ressurreição e na ressurreição de todos os que tombam ao golpe inexorável da morte; crer em Jesus é crer na máxima sublimidade da vida, expressa em sua consagração a prol do bem e da felicidade de outrem.
A fé, portanto, que o Mestre inculca a seus discípulos é aquela que se funda na aprovação de fatos incontestáveis, visíveis e palpáveis, que afetam os sentidos e a razão, as restritas possibilidades do homem e as imensas possibilidades do espírito.
Por isso, o médico do corpo e da alma preceitua o remédio que cura todas as tribulações: Crede em Deus, crede também em mim.
Crer em Jesus é crer na Vida, no testemunho positivo, concreto e real do Universo, desse Universo do qual fazemos parte integrante; é crer na infinita criação, nos mundos e nos sóis de todas as grandezas cujo número incontáveis; é crer, em suma nas realidades externas e internas, isto é, que nos cerca e na vida que palpita em nosso eu, onde fala a inteligência, onde se manifesta a vontade, onde vibra o sentimento.
Crer em Deus é crer no Enviado de Deus, naquele através de cujo verbo nos é dado conhecer a verdade e em cujos exemplos podemos perceber e sentir o reflexo do maior e do mais excelente dos atributos divinos — o amor; crer em Jesus é crer na imortalidade comprovada na sua ressurreição e na ressurreição de todos os que tombam ao golpe inexorável da morte; crer em Jesus é crer na máxima sublimidade da vida, expressa em sua consagração a prol do bem e da felicidade de outrem.
A fé, portanto, que o Mestre inculca a seus discípulos é aquela que se funda na aprovação de fatos incontestáveis, visíveis e palpáveis, que afetam os sentidos e a razão, as restritas possibilidades do homem e as imensas possibilidades do espírito.
Essa
fé nos conduz ao caminho da verdadeira Vida em sua expansão infinita
e em sua eterna manifestação.
Nessa infinita expansão da sua eterna manifestação, a Vida revela o seu objetivo, que consiste em conduzir a criatura ao Criador, mediante a Lei incoercível da evolução.
Semelhante fé, em realidade, redime o pecador, elevando, enobrecendo e santificando as almas.
Não se turbe, pois, o nosso coração. Conquistemos paz e serenidade, firmeza e perseverança, crendo em Deus e no seu Cristo, através das provas animadas e veementes que a Vida mesma nos proporciona.
Nessa infinita expansão da sua eterna manifestação, a Vida revela o seu objetivo, que consiste em conduzir a criatura ao Criador, mediante a Lei incoercível da evolução.
Semelhante fé, em realidade, redime o pecador, elevando, enobrecendo e santificando as almas.
Não se turbe, pois, o nosso coração. Conquistemos paz e serenidade, firmeza e perseverança, crendo em Deus e no seu Cristo, através das provas animadas e veementes que a Vida mesma nos proporciona.
Vinícus
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