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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Aprendendo com o Livro dos Espíritos questão 67
O texto colocado entre aspas, em seguida às perguntas,
é a resposta que os Espíritos deram. Para destacar as notas e explicações
aditadas pelo autor, quando haja possibilidade de serem confundidas com o
texto da resposta, empregou-se um outro tipo menor. Quando formam
capítulos inteiros, sem ser possível a confusão, o mesmo tipo usado para
as perguntas e respostas foi o empregado.
quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013
Redenção
Redenção
Autor: Amélia Rodrigues (espírito)
O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo é a história da redenção da própria humanidade, que sai das furnas do “eu” para os altos píncaros da liberdade.
Vivendo nos reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a História, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos, constituindo sinal divisório da Civilização, acontecimento predominante nos fastos da vida humana.
Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas, no justo momento em que a supremacia da força entronizava o gládio e a púrpura atapetava o solo, alcatifando o piso por onde passavam os triunfadores.
E não se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: o de servo de todos.
Acompanhando a marcha tresloucada do espírito humano que se encontra atado aos sucessivos ciclos dos renascimentos inferiores, na roda das paixões escravizantes, fez que pioneiros e embaixadores da Sua Morada O precedessem cantando as glórias superiores da vida e do belo, para propiciar os sonhos de elevação e as ânsias sublimantes...
Alexandre Magno conquistou o Mundo sem conseguir, no entanto, intimidar os filósofos que habitavam as margens do Indo. Apaixonado por Homero, dizia encontrar na Ilíada inspiração ao amor e à guerra que lhe dava glórias... Logo passou, e aos 33 anos sucumbiu, depois de ter vivido o correspondente a várias vidas...
Os direitos dos povos pertenciam aos dominadores e o homem não passava de animal de carga, nas garras da força.
Depois dEle, Marco Aurélio registra os pensamentos que fluem da mente privilegiada, sob elevada inspiração de Emissários Sábios enquanto peleja nos campos juncados de cadáveres...; as hostes selvagens, em nome da hegemonia política de vândalos elevados ao poder, irrompem voluptuosas, quais labaredas humanas crepitantes e carbonizantes, e atrás de suas legiões ficam os destroços, as cinzas, as dores agudíssimas das cidades vencidas e enlutadas.
Os triunfadores de um dia erigem monumentos à própria insânia, que a soberba qualifica de glória, mas que ruem quando os construtores se consomem...
... Tudo passa! A Grande Esfinge tudo devora...
Tronos refulgentes, sólios esplêndidos, coortes brilhantes ao Sol, conquistas grandiosas, civilizações douradas e impiedosas, os tempos vencem...
Ele chega silencioso, pulcro, e fica.
Reúne a malta dos aflitos e os agasalha ao próprio peito.
Nada solicita, coisa alguma exige.
Libertador por excelência, canta o hino da verdadeira liberdade, ensinando a destruição dos elos da inferioridade que junge o homem às mais cruéis cadeias...
Embosca-se na carne, mas é Sol de incomparável luz, clareando o fulcro dos milênios.
Ao suave balido da Sua mansa voz, acordam as esperanças e se levantam os ideais esquecidos.
Ao forte clamor do seu verbo, erguem-se os dias, e as horas do futuro vibram, aprofundando no cerne do mundo os alicerces da Humanidade Feliz do porvir.
Admoesta e ajuda.
Verbera, rigoroso, e socorre.
Aceita a oferenda do amor mas não enclausura a verdade nas paredes do suborno.
Rei Celeste, comparte das necessidades dos pecadores e vive entre eles.
Permuta o contato dos anjos pela comunhão do populacho da verdejante e calma Cafarnaum, trocando os esplendores da Via-Láctea pelas madrugadas rubras do lago piscoso.
Prefere os entardeceres ardentes de Jericó à epopéia célica dos astros em infinito meio-dia.
Aceita o pó das estradas ermas e calcinadas de Caná, Magdala, Dalmanuta, e as suas fronteiras que se perdem no Sistema Solar, Ele as estreita entre o Mar e o Hebron, entre a Síria e o país de Moab...
Deixa a gleba paradisíaca para tomar de um grão de mostarda e elaborar com ele uma cantata, sofrendo calor asfixiante; esfaimado, pede a uma figueira frutos que, fora de época, não os pode dar...
Senhor do Mundo, Causa anterior existente, deixa-se confundir na turba, na multidão esfarrapada, que em fúria busca o amor sem saber identificá-lo; na multidão, sim, na qual, sofrendo, encontra a razão do Seu glorioso martírio.
Entre os sofredores, canta as mais eloqüentes expressões que o homem jamais ouviu.
As Suas Boas Novas são orquestradas pela musicalidade espontânea da Natureza, no cenário das primaveras e dos verões, entre as aldeias e o lago, no coração exuberante da Terra em crescimento...
E traído, magoado, encarcerado, vencido numa Cruz, elege uma tranqüila e luminosa manhã para ressurgir, buscando uma antiga obsediada para dizer-lhe que a vida não cessa, e que o Reino de Deus está dentro do coração, reafirmando, insofismável, ficar “conosco todos os dias até o fim do Mundo”, retornando, assim, ao Pai, onde nos espera vencidas as refregas libertadoras da ascese em que hoje nos empenhamos com sofreguidão.
Psicografia de divaldo Franco. Livro: Primícia do Reino
Autor: Amélia Rodrigues (espírito)
O mergulho de Jesus nos fluidos grosseiros do orbe terráqueo é a história da redenção da própria humanidade, que sai das furnas do “eu” para os altos píncaros da liberdade.
Vivendo nos reinados de Augusto e Tibério, cujas vidas assinalaram com vigor inusitado a História, o Seu berço e o Seu túmulo marcaram indelevelmente os tempos, constituindo sinal divisório da Civilização, acontecimento predominante nos fastos da vida humana.
Aceitando como berço o reduto humílimo de uma estrebaria, no momento significativo de um censo, elaborou, desde o primeiro momento, a profunda lição da humildade para inaugurar um reinado diferente entre as criaturas, no justo momento em que a supremacia da força entronizava o gládio e a púrpura atapetava o solo, alcatifando o piso por onde passavam os triunfadores.
E não se afastou, jamais, da diretriz inicial assumida: o de servo de todos.
Acompanhando a marcha tresloucada do espírito humano que se encontra atado aos sucessivos ciclos dos renascimentos inferiores, na roda das paixões escravizantes, fez que pioneiros e embaixadores da Sua Morada O precedessem cantando as glórias superiores da vida e do belo, para propiciar os sonhos de elevação e as ânsias sublimantes...
Alexandre Magno conquistou o Mundo sem conseguir, no entanto, intimidar os filósofos que habitavam as margens do Indo. Apaixonado por Homero, dizia encontrar na Ilíada inspiração ao amor e à guerra que lhe dava glórias... Logo passou, e aos 33 anos sucumbiu, depois de ter vivido o correspondente a várias vidas...
Os direitos dos povos pertenciam aos dominadores e o homem não passava de animal de carga, nas garras da força.
Depois dEle, Marco Aurélio registra os pensamentos que fluem da mente privilegiada, sob elevada inspiração de Emissários Sábios enquanto peleja nos campos juncados de cadáveres...; as hostes selvagens, em nome da hegemonia política de vândalos elevados ao poder, irrompem voluptuosas, quais labaredas humanas crepitantes e carbonizantes, e atrás de suas legiões ficam os destroços, as cinzas, as dores agudíssimas das cidades vencidas e enlutadas.
Os triunfadores de um dia erigem monumentos à própria insânia, que a soberba qualifica de glória, mas que ruem quando os construtores se consomem...
... Tudo passa! A Grande Esfinge tudo devora...
Tronos refulgentes, sólios esplêndidos, coortes brilhantes ao Sol, conquistas grandiosas, civilizações douradas e impiedosas, os tempos vencem...
Ele chega silencioso, pulcro, e fica.
Reúne a malta dos aflitos e os agasalha ao próprio peito.
Nada solicita, coisa alguma exige.
Libertador por excelência, canta o hino da verdadeira liberdade, ensinando a destruição dos elos da inferioridade que junge o homem às mais cruéis cadeias...
Embosca-se na carne, mas é Sol de incomparável luz, clareando o fulcro dos milênios.
Ao suave balido da Sua mansa voz, acordam as esperanças e se levantam os ideais esquecidos.
Ao forte clamor do seu verbo, erguem-se os dias, e as horas do futuro vibram, aprofundando no cerne do mundo os alicerces da Humanidade Feliz do porvir.
Admoesta e ajuda.
Verbera, rigoroso, e socorre.
Aceita a oferenda do amor mas não enclausura a verdade nas paredes do suborno.
Rei Celeste, comparte das necessidades dos pecadores e vive entre eles.
Permuta o contato dos anjos pela comunhão do populacho da verdejante e calma Cafarnaum, trocando os esplendores da Via-Láctea pelas madrugadas rubras do lago piscoso.
Prefere os entardeceres ardentes de Jericó à epopéia célica dos astros em infinito meio-dia.
Aceita o pó das estradas ermas e calcinadas de Caná, Magdala, Dalmanuta, e as suas fronteiras que se perdem no Sistema Solar, Ele as estreita entre o Mar e o Hebron, entre a Síria e o país de Moab...
Deixa a gleba paradisíaca para tomar de um grão de mostarda e elaborar com ele uma cantata, sofrendo calor asfixiante; esfaimado, pede a uma figueira frutos que, fora de época, não os pode dar...
Senhor do Mundo, Causa anterior existente, deixa-se confundir na turba, na multidão esfarrapada, que em fúria busca o amor sem saber identificá-lo; na multidão, sim, na qual, sofrendo, encontra a razão do Seu glorioso martírio.
Entre os sofredores, canta as mais eloqüentes expressões que o homem jamais ouviu.
As Suas Boas Novas são orquestradas pela musicalidade espontânea da Natureza, no cenário das primaveras e dos verões, entre as aldeias e o lago, no coração exuberante da Terra em crescimento...
E traído, magoado, encarcerado, vencido numa Cruz, elege uma tranqüila e luminosa manhã para ressurgir, buscando uma antiga obsediada para dizer-lhe que a vida não cessa, e que o Reino de Deus está dentro do coração, reafirmando, insofismável, ficar “conosco todos os dias até o fim do Mundo”, retornando, assim, ao Pai, onde nos espera vencidas as refregas libertadoras da ascese em que hoje nos empenhamos com sofreguidão.
Psicografia de divaldo Franco. Livro: Primícia do Reino
Depressões
Depressões
Autor: Emmanuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier
Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Imcompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização imposível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
Autor: Emmanuel (espírito) / psicografia de Chico Xavier
Se trazes o espírito agoniado por sensações depressivas, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude .
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é a lei do Universo.
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Imcompreensões com relação a caminho e decisões que se adotem são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização imposível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos marcam toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
Compreendendo a realidade de toda a pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e, abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.
A Grande Educadora
A Grande Educadora
Autor: Léon Denis
Chama-se Dor.
Revela-se na desventura do amante, na desolação da orfandade, na angústia da miséria, no alquebramento da saúde, no esquife do ser querido que se foi deixando atrás de si a lágrima e o luto, no opróbrio da desonra, na humilhação do cárcere, no aviltamento dos prostíbulos, na tragédia dos cadafalsos, na insatisfação dos ideais, na tortura das impossibilidades – no acervo das desilusões contra que se confunde e se decepciona o coração da Humanidade.
Não obstante, a Dor é a grande amiga a zelar pela espécie humana, junto dela exercendo missão elevada e santa.
Estendendo sobre as criaturas suas asas, úmidas sempre do orvalho regenerador das lágrimas, a Dor corrige, educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada vibração que lhe extrai através do sofrimento.
O diamante escravizado em sua ganga sofre inimagináveis dilacerações sob o buril do lapidário até poder ostentar toda a real pureza do grande valor que encerra. Assim também será a nossa alma, que precisará provar o amargor das desventuras para se recobrir dos esplendores das virtudes imortais cujos germens o Sempiterno lhe decalcou no ser desde os longínquos dias do seu princípio!
A alma humana é o diamante raro que a Natureza – Deus – criou para, por si mesmo, aperfeiçoar-se no desdobrar dos milênios, até atingir a plenitude do inimaginável valor que representa, como imagem e semelhança dAquele mesmo Foco que a concebeu. Mas o diamante – Homem – acha-se envolvido das brutezas das paixões inferiores. É um diamante bruto! Chega o dia, porém, em que os germes da imortalidade, nele decalcados, se revolucionam nos refolhos da sua consciência, nele palpitando, então, as ânsias por aquela perfeição que o aguarda, num destino glorificador: - Foi criado para as belezas do Espírito e vê-se bruto o inferior! Destinado a fulgir nos mostruários de esferas redimidas, reconhece-se imperfeito e tardo nas sombras da matéria! Sonha com a sublimização das alegrias em pátrias divinais, onde suas ânsias pelo ideal serão plenamente saciadas, mas se confessa verme, porquanto não aprendeu ainda sequer a dominar os instintos primitivos!
Então o diamante – Homem – inicia, por sua vontade própria, a trajetória indispensável do aperfeiçoamento dos valores que consigo traz em estado ignorado, e entra a sacudir de si a crosta das paixões que o entravam e entenebrecem.
E essa marcha para o Melhor, essa trajetória para o Alto denomina-se Evolução!
A luta, então, apresenta-se rude! É dolorosa, e lenta, e fatigante, e terrível! Dele requer todas as reservas de energias morais, físicas e mentais. Dilacera-lhe o coração, tortura-lhe a alma, e o martirológico, quase sempre, segue com ele, rondando-lhe os passos!
Mas seu destino é imortal, e ele prossegue!
E prosseguindo, vence!...
Então, já não é o bruto de antanho...
O diamante tornou-se jóia preciosa e refulge agora, pleno de méritos e satisfações eternas, nos grandes mostruários da Espiritualidade – esferas de luz que bordam o infinito do Eterno Artista, que é Deus!
A Dor, pois, é para o Espírito humano o que o Sol é para as trevas da noite tempestuosa: - Ressurreição! Porque, se este aclara os horizontes da Terra, levantando com seu brilho majestoso o esplendor da Natureza, aquela desenvolve em nosso ego os magnificentes dons que nele jaziam ignorados: - fecunda a inteligência, depurando o sentimento sob as lições da experiência, educando o caráter, dignificando, elevando, num progredir constante, todo o ser daquele em quem se faz vibrar, tal como o Sol, que vivifica e benfaz as regiões em que se mostra.
A Dor é o Sol da Alma...
A criatura que ainda não sofreu convenientemente carrega em si como que a aridez que desola os pólos glaciais e, como estes, é inacessível às elevadas manifestações do Bem, isto é, às qualidades redentoras que a Dor produz. Nada possuirá para oferecer aos que se lhe aproximam pelos caminhos da existência senão a indiferença que em seu ser se alastra, pois que é na desventura que se aprende a comungar com o Bem, e não pode saber senti-lo quem não teve ainda as fibras da alma tangidas pela inspiração da Dor!
O orgulho e o egoísmo, cancerosas chagas que corrompem as belas tendências do Espírito para os surtos evolutivos que o levarão a redimir-se; as vaidades perturbadoras do senso, as ambições desmedidas, funestas, que não raro arrastam o homem a irremediáveis, precipitosas situações; as torpes paixões que tudo arrebatam e tudo ferem e tudo esmagam na sua voragem avassaladora que infestam a alma humana, inferiorizando-a ao nível da brutalidade, e os quais a Dor, ferindo, cerceia, para implantar depois os fachos imortais de virtudes tais como a humildade, a fé, o desinteresse, a tolerância, a paciência, a prudência, a discrição, o senso do dever e da justiça, os dons do amor e da fraternidade e até os impulsos da abnegação e do sacrifício pelo bem alheio – remanescentes daquelas mesmas sublimes virtudes que de Jesus Nazareno fizeram o mensageiro do Eterno!
Ela, a Dor, é o maior agente do Sempiterno na obra gigantesca da regeneração humana! É a retorta de onde o Sentimento sairá purificado dos vírus maléficos que o infelicitam! Quanto maior o seu jugo, mais benefícios concederá ao nosso ego – tal como o diamante, que mais cintila, alindado, quanto maior for o número dos golpes que lhe talharem as facetas! É a incorruptível amiga e protetora da espécie humana:- zelando pela sua elevação espiritual, inspirando nobres e fraternas virtudes! Ela é quem, no Além-Túmulo, nos leva a meditar, através da experiência, produzindo em nosso ser a ciência de nós mesmos, o critério indispensável para as conquistas do futuro, de que hauriremos reabilitação para a consciência conturbada. É quem, a par do Amor, impele as criaturas à comiseração pelos demais sofredores, e a comiseração é o sentimento que arrasta à Beneficiência. E é ainda ela mesma que nos enternece o coração, fazendo-nos avaliar pelo nosso o infortúnio alheio, predispondo-nos aos rasgos de proteção e bondade; e proteger os infelizes é amar o próximo, enquanto que amar o próximo é amar a Deus, pautando-se pela suprema lei recomendada no Decálogo e exemplificada pelo Divino Mestre!
Por isso mesmo, o coração que sofre não é desgraçado, mas sim venturoso, porque renasce para as auroras da Perfeição, marcha para o destino glorioso, para a comunhão com o Criador Onipotente! Prisioneiro do atraso, o homem somente se desespera sob os embates da Dor porque não a pode compreender ainda. Ela, porém, é magnânima e não maléfica. Não é desventura, é necessidade. Não é desgraça, é progresso. Não é castigo, é lição. Não é aniquilamento, é experiência. Nem é martírio, mas prelúdio de redenção! Notai que – depois do sacrifício na Cruz do Calvário foi que Jesus se aureolou da glória que converterá os séculos:
- “Quando eu for suspenso, atrairei todos a mim”. – Ele próprio o confirmou, falando a seus discípulos.
Sob o seu ferrete é que nos voltamos para aquele misericordioso Pai que é o nosso último e seguro refúgio, a nossa consolação suprema!
As ilusões passageiras da Terra, os prazeres e as alegrias levianas que infestam o mundo, aviltando o sentimento de cada um, nunca fizeram de seus idólatras almas aclaradas pelas chamas do amor a Deus. É que – para levantar na aridez das nossas almas a pira redentora da Fé só há um elemento capaz, e esse elemento é a Dor! Ela, e só ela, é bastante poderosa para reconciliar os homens – filhos pródigos – com o seu Criador e Pai!
Seu concurso é, portanto, indispensável para nos aperfeiçoar o caráter, e inestimável é o seu valor educativo. Serena, vigilante, nobre heróica – ela é o infalível corretivo às ignomínias do coração humano!
Nada há mais belo e respeitável do que uma alma que se conservou serena e comedida em face do infortúnio. Palpita nessa alma a epopéia de todas as vitórias! Responde por um atestado de redenção! Seu triunfo, conquanto ignorado pelo mundo, repercutiu nas regiões felizes do Invisível, onde o comemoraram os santos, os mártires de todos os tempos, os gênios da sabedoria e do bem, almas redimidas e amigas que ali habitam, as quais, como todos os homens que viveram e vivem sobre a Terra, também conheceram as correções da Dor, ela é a lei que aciona a Humanidade nos caminhos para o Melhor até a Perfeição!
Ó almas que sofreis! Enxugai o vosso pranto, calai o vosso desespero! Amai antes a vossa Dor e dela fazei o trono da vossa Imortalidade, pois que, ao findar dessa trajatória de lágrimas a que as existências vos obrigam – é a glorificação eterna que recebereie por prêmio!
Salve, ó Dor bendita, nobre e fiel educadora do coração humano!
E glória ao Espiritismo, que nos veio demonstrar a redenção das almas através da Dor!
(Mensagem recebida pela médium Yvonne Pereira)
Revista Reformador – Fevereiro 1978
Autor: Léon Denis
Chama-se Dor.
Revela-se na desventura do amante, na desolação da orfandade, na angústia da miséria, no alquebramento da saúde, no esquife do ser querido que se foi deixando atrás de si a lágrima e o luto, no opróbrio da desonra, na humilhação do cárcere, no aviltamento dos prostíbulos, na tragédia dos cadafalsos, na insatisfação dos ideais, na tortura das impossibilidades – no acervo das desilusões contra que se confunde e se decepciona o coração da Humanidade.
Não obstante, a Dor é a grande amiga a zelar pela espécie humana, junto dela exercendo missão elevada e santa.
Estendendo sobre as criaturas suas asas, úmidas sempre do orvalho regenerador das lágrimas, a Dor corrige, educa, aperfeiçoa, exalta, redime e glorifica o sentimento humano a cada vibração que lhe extrai através do sofrimento.
O diamante escravizado em sua ganga sofre inimagináveis dilacerações sob o buril do lapidário até poder ostentar toda a real pureza do grande valor que encerra. Assim também será a nossa alma, que precisará provar o amargor das desventuras para se recobrir dos esplendores das virtudes imortais cujos germens o Sempiterno lhe decalcou no ser desde os longínquos dias do seu princípio!
A alma humana é o diamante raro que a Natureza – Deus – criou para, por si mesmo, aperfeiçoar-se no desdobrar dos milênios, até atingir a plenitude do inimaginável valor que representa, como imagem e semelhança dAquele mesmo Foco que a concebeu. Mas o diamante – Homem – acha-se envolvido das brutezas das paixões inferiores. É um diamante bruto! Chega o dia, porém, em que os germes da imortalidade, nele decalcados, se revolucionam nos refolhos da sua consciência, nele palpitando, então, as ânsias por aquela perfeição que o aguarda, num destino glorificador: - Foi criado para as belezas do Espírito e vê-se bruto o inferior! Destinado a fulgir nos mostruários de esferas redimidas, reconhece-se imperfeito e tardo nas sombras da matéria! Sonha com a sublimização das alegrias em pátrias divinais, onde suas ânsias pelo ideal serão plenamente saciadas, mas se confessa verme, porquanto não aprendeu ainda sequer a dominar os instintos primitivos!
Então o diamante – Homem – inicia, por sua vontade própria, a trajetória indispensável do aperfeiçoamento dos valores que consigo traz em estado ignorado, e entra a sacudir de si a crosta das paixões que o entravam e entenebrecem.
E essa marcha para o Melhor, essa trajetória para o Alto denomina-se Evolução!
A luta, então, apresenta-se rude! É dolorosa, e lenta, e fatigante, e terrível! Dele requer todas as reservas de energias morais, físicas e mentais. Dilacera-lhe o coração, tortura-lhe a alma, e o martirológico, quase sempre, segue com ele, rondando-lhe os passos!
Mas seu destino é imortal, e ele prossegue!
E prosseguindo, vence!...
Então, já não é o bruto de antanho...
O diamante tornou-se jóia preciosa e refulge agora, pleno de méritos e satisfações eternas, nos grandes mostruários da Espiritualidade – esferas de luz que bordam o infinito do Eterno Artista, que é Deus!
A Dor, pois, é para o Espírito humano o que o Sol é para as trevas da noite tempestuosa: - Ressurreição! Porque, se este aclara os horizontes da Terra, levantando com seu brilho majestoso o esplendor da Natureza, aquela desenvolve em nosso ego os magnificentes dons que nele jaziam ignorados: - fecunda a inteligência, depurando o sentimento sob as lições da experiência, educando o caráter, dignificando, elevando, num progredir constante, todo o ser daquele em quem se faz vibrar, tal como o Sol, que vivifica e benfaz as regiões em que se mostra.
A Dor é o Sol da Alma...
A criatura que ainda não sofreu convenientemente carrega em si como que a aridez que desola os pólos glaciais e, como estes, é inacessível às elevadas manifestações do Bem, isto é, às qualidades redentoras que a Dor produz. Nada possuirá para oferecer aos que se lhe aproximam pelos caminhos da existência senão a indiferença que em seu ser se alastra, pois que é na desventura que se aprende a comungar com o Bem, e não pode saber senti-lo quem não teve ainda as fibras da alma tangidas pela inspiração da Dor!
O orgulho e o egoísmo, cancerosas chagas que corrompem as belas tendências do Espírito para os surtos evolutivos que o levarão a redimir-se; as vaidades perturbadoras do senso, as ambições desmedidas, funestas, que não raro arrastam o homem a irremediáveis, precipitosas situações; as torpes paixões que tudo arrebatam e tudo ferem e tudo esmagam na sua voragem avassaladora que infestam a alma humana, inferiorizando-a ao nível da brutalidade, e os quais a Dor, ferindo, cerceia, para implantar depois os fachos imortais de virtudes tais como a humildade, a fé, o desinteresse, a tolerância, a paciência, a prudência, a discrição, o senso do dever e da justiça, os dons do amor e da fraternidade e até os impulsos da abnegação e do sacrifício pelo bem alheio – remanescentes daquelas mesmas sublimes virtudes que de Jesus Nazareno fizeram o mensageiro do Eterno!
Ela, a Dor, é o maior agente do Sempiterno na obra gigantesca da regeneração humana! É a retorta de onde o Sentimento sairá purificado dos vírus maléficos que o infelicitam! Quanto maior o seu jugo, mais benefícios concederá ao nosso ego – tal como o diamante, que mais cintila, alindado, quanto maior for o número dos golpes que lhe talharem as facetas! É a incorruptível amiga e protetora da espécie humana:- zelando pela sua elevação espiritual, inspirando nobres e fraternas virtudes! Ela é quem, no Além-Túmulo, nos leva a meditar, através da experiência, produzindo em nosso ser a ciência de nós mesmos, o critério indispensável para as conquistas do futuro, de que hauriremos reabilitação para a consciência conturbada. É quem, a par do Amor, impele as criaturas à comiseração pelos demais sofredores, e a comiseração é o sentimento que arrasta à Beneficiência. E é ainda ela mesma que nos enternece o coração, fazendo-nos avaliar pelo nosso o infortúnio alheio, predispondo-nos aos rasgos de proteção e bondade; e proteger os infelizes é amar o próximo, enquanto que amar o próximo é amar a Deus, pautando-se pela suprema lei recomendada no Decálogo e exemplificada pelo Divino Mestre!
Por isso mesmo, o coração que sofre não é desgraçado, mas sim venturoso, porque renasce para as auroras da Perfeição, marcha para o destino glorioso, para a comunhão com o Criador Onipotente! Prisioneiro do atraso, o homem somente se desespera sob os embates da Dor porque não a pode compreender ainda. Ela, porém, é magnânima e não maléfica. Não é desventura, é necessidade. Não é desgraça, é progresso. Não é castigo, é lição. Não é aniquilamento, é experiência. Nem é martírio, mas prelúdio de redenção! Notai que – depois do sacrifício na Cruz do Calvário foi que Jesus se aureolou da glória que converterá os séculos:
- “Quando eu for suspenso, atrairei todos a mim”. – Ele próprio o confirmou, falando a seus discípulos.
Sob o seu ferrete é que nos voltamos para aquele misericordioso Pai que é o nosso último e seguro refúgio, a nossa consolação suprema!
As ilusões passageiras da Terra, os prazeres e as alegrias levianas que infestam o mundo, aviltando o sentimento de cada um, nunca fizeram de seus idólatras almas aclaradas pelas chamas do amor a Deus. É que – para levantar na aridez das nossas almas a pira redentora da Fé só há um elemento capaz, e esse elemento é a Dor! Ela, e só ela, é bastante poderosa para reconciliar os homens – filhos pródigos – com o seu Criador e Pai!
Seu concurso é, portanto, indispensável para nos aperfeiçoar o caráter, e inestimável é o seu valor educativo. Serena, vigilante, nobre heróica – ela é o infalível corretivo às ignomínias do coração humano!
Nada há mais belo e respeitável do que uma alma que se conservou serena e comedida em face do infortúnio. Palpita nessa alma a epopéia de todas as vitórias! Responde por um atestado de redenção! Seu triunfo, conquanto ignorado pelo mundo, repercutiu nas regiões felizes do Invisível, onde o comemoraram os santos, os mártires de todos os tempos, os gênios da sabedoria e do bem, almas redimidas e amigas que ali habitam, as quais, como todos os homens que viveram e vivem sobre a Terra, também conheceram as correções da Dor, ela é a lei que aciona a Humanidade nos caminhos para o Melhor até a Perfeição!
Ó almas que sofreis! Enxugai o vosso pranto, calai o vosso desespero! Amai antes a vossa Dor e dela fazei o trono da vossa Imortalidade, pois que, ao findar dessa trajatória de lágrimas a que as existências vos obrigam – é a glorificação eterna que recebereie por prêmio!
Salve, ó Dor bendita, nobre e fiel educadora do coração humano!
E glória ao Espiritismo, que nos veio demonstrar a redenção das almas através da Dor!
(Mensagem recebida pela médium Yvonne Pereira)
Revista Reformador – Fevereiro 1978
No Templo Espírita
No Templo Espírita
Autor: Salvador Gentile
Algumas regras de convivência espírita
O Centro Espírita deve ser, essencialmente, um templo de estudo e de trabalho; nestas condições, quem deseje engajar-se em suas fileiras deve estar sinceramente disposto a aprender e a servir.
Considerando que a Mensagem Espírita se dirige ao povo, desde as camadas mais humildes, o centro Espírita, conquanto guardando todas as instalações indispensáveis, não deve se revestir de pompa, nem incentivar privilégios pessoais, sendo um dos imperiosos deveres dos seus freqüentadores, qualquer que seja sua posição social ou cultural, aprender a viver com todos, igual a todos, com alegria e proveito.
Em razão de uma lei natural, os grupos resultam da reunião de pessoas afins, não só quanto à sua natureza interior, mas também quanto às suas condições exteriores; por isso, por mais precário seja o nível espiritual, ou social, que lhes transpareça, as pessoas que os integram convivem em relativa paz e com proveito, em nada importando suas limitações. Em face disso, antes de se definir por este ou aquele Centro Espirita onde se integrar, é mister examinar o problema fundamental da afinidade, a fim de que não se venha a experimentar contrariedades ou perturbar os que poderiam estar vivendo bem.
Do mesmo modo que na família, onde os laços afetivos são poderosos, cada pessoa precisa ceder um pouco de si mesma em razão dos defeitos e limitações de que somos ainda portadores; no Templo Espírita, onde as pessoas se refluem na qualidade de irmãos diante da Vida, o nosso comportamento necessita de um índice maior de sociabilidade. Por isso, quem queira se integrar na sua vida comunitária, precisa não perder de vista os imperativos da compreensão, da paciência e da tolerância, que os outros naturalmente, também estarão exercitando a seu respeito.
Todo trabalho de equipe, para que resulte em alta produtividade, pede ordem e participação integral. O Templo Espírita autêntico deve abrigar um grupo de pessoas trabalhando em equipe, e que lhe é sangue a vitalizar todos os departamentos da organização. Assim, pois, quem faça parte dessa equipe espírita-cristã de estudo e de trabalho, deve levar em linha de conta que, se falhar, fugindo aos imperativos da ordem e da participação integral, o trabalho conjunto pode se perder, da mesma forma que um simples dente quebrado de uma engrenagem leva a máquina à inércia.
Cada homem e um mundo em si mesmo e, por isso, difere dos demais. Inevitavelmente, assim, todo grupo, por mais homogêneo, é formado de indivíduos diferentes entre si, mas ligados por afinidade quanto às qualidades mais gerais, não estando, em conseqüência, isento de divergência ou mesmo de disputas, entre seus membros. O Templo Espírita que se estrutura num grupo, não foge à regra. Contudo aquele que detém a responsável qualidade de espírita, não pode olvidar que, se os remédios para essa perturbação passageira, que são a compreensão, a tolerância e a paciência, nos outros são virtudes, para ele fazem parte do dever, já que a base fundamental da instituição é o amor ao próximo.
Conquanto pareça um paradoxo, há espíritas excessivamente egoísta: são os que apenas estudam a mensagem dos Espíritos para si mesmos no recesso e na tranqüilidade do lar. Não há se negar que, conhecendo profundamente os princípios da vida eterna, já percorreram metade do caminho ou que sejam espiritas pela metade. Isto porque sendo o Espiritismo uma mensagem de verdade e de amor, necessita de cérebro para discernir e de coração para atuar, ou seja, é necessário que a verdade, contida na cabeça, caia coração e o transforme em fonte inesgotável de recursos para a efetivação do amor, desse amor cristão que se evidencia nas suas manifestações exteriores. Assim. ninguém guarde a ilusão de ser espírita porque conhece Espiritismo; espírita é aquele que conhece e trabalha, sendo o Templo Espírita a sua oficina, onde estuda e serve, aprende e ama.
Sendo o Templo Espírita um posto avançado da fraternidade humana na Terra, todas as suas atividades devem extravasar amor e proveito permanentemente, sendo justo que, com a sucessão dos indivíduos e o decurso do tempo, ele se aperfeiçoe cada vez mais no seu mister de ensinar e de servir. Em assim sendo, cada um deve fazer o melhor hoje, dentro do possível ao seu alcance, relegando ao tempo a solução das deficiências que, certamente, sempre existirão, consciente de que, se todos são passíveis de crítica diante da perfeição, cada um é credor pelo que sabe e faz cumprindo o seu dever.
Depois de ter contribuído decisivamente para a consolidação da Doutrina Espírita, a mediunidade ainda é o seu melhor instrumento de ação, uma vez que permite o intercâmbio com o mundo espiritual e o recolhimento de todas as bênçãos que é permitido aos Espíritos derramarem em beneficio do homem. Podemos distinguir duas ordens de mediunidades: a que fornece provas espetaculares da ação dos Espíritos com fenômenos extraordinários, e a que simplesmente revela os Espíritos em ação, no socorro aos indivíduos. Geralmente, a primeira, que entusiasma e deslumbra, conquanto deixe saldo favorável pelo abalo que causa às criaturas, é como a chuva pesada cuja enxurrada desgasta o solo, carreando-lhe os recursos de fertilidade, deixando atrás de si marcas profundas de erosão. A segunda, que consola, liberta e cura, é como chuva fertilizante que, ao invés de tirar, enriquece o solo em que se derrama. Quem se disponha, pois, a analisar o trabalho mediúnico no Templo Espírita, não pode perdem de vista que, com a mediunidade que socorre e ajuda, ele estará sempre regorgitante de gente em busca de amor, e, com o simples fenômeno, por mais espetacular que seja, extinguindo-se este, ele fenecerá também, porque os curiosos não vivem e não vibram sem as grandes emoções...
A descoberta da imprensa, que permitiu a vulgarização dos conhecimentos através do livro, não dispensou a existência de escolas, que ministram o estudo sistemático; muito pelo contrário, estimulou a sua proliferação. Que ninguém, se engane, pois, que o problema do saber se resolve com a existência do livro, pois se assim fora, há séculos, não teríamos mais escolas no Planeta; nem que a existência da escola dispensa a presença do livro, pois, se assim fora, à medida que surgiram as escolas, os livros teriam desaparecido, o que não é verdade, tendo sucedido exatamente o contrário.
O Espiritismo, como toda religião, está nos livros; o livro, no entanto, ainda aqui, não dispensa a existência de escolas e cursos, de estudo sistemático, que lhes analise o conteúdo dentro de métodos adequados. Por isso, se o Templo Espírita deve erigir-se em escola, ministrando os cursos que forem possíveis, não pode, no entanto, deixar de estimular a divulgação e a distribuição do livro espírita, pois, da mesma forma que nos outros ramos do saber, a presença do livro valorizará a escola e ampliará sua eficiência.
Anuário Espírita 1976
Autor: Salvador Gentile
Algumas regras de convivência espírita
O Centro Espírita deve ser, essencialmente, um templo de estudo e de trabalho; nestas condições, quem deseje engajar-se em suas fileiras deve estar sinceramente disposto a aprender e a servir.
Considerando que a Mensagem Espírita se dirige ao povo, desde as camadas mais humildes, o centro Espírita, conquanto guardando todas as instalações indispensáveis, não deve se revestir de pompa, nem incentivar privilégios pessoais, sendo um dos imperiosos deveres dos seus freqüentadores, qualquer que seja sua posição social ou cultural, aprender a viver com todos, igual a todos, com alegria e proveito.
Em razão de uma lei natural, os grupos resultam da reunião de pessoas afins, não só quanto à sua natureza interior, mas também quanto às suas condições exteriores; por isso, por mais precário seja o nível espiritual, ou social, que lhes transpareça, as pessoas que os integram convivem em relativa paz e com proveito, em nada importando suas limitações. Em face disso, antes de se definir por este ou aquele Centro Espirita onde se integrar, é mister examinar o problema fundamental da afinidade, a fim de que não se venha a experimentar contrariedades ou perturbar os que poderiam estar vivendo bem.
Do mesmo modo que na família, onde os laços afetivos são poderosos, cada pessoa precisa ceder um pouco de si mesma em razão dos defeitos e limitações de que somos ainda portadores; no Templo Espírita, onde as pessoas se refluem na qualidade de irmãos diante da Vida, o nosso comportamento necessita de um índice maior de sociabilidade. Por isso, quem queira se integrar na sua vida comunitária, precisa não perder de vista os imperativos da compreensão, da paciência e da tolerância, que os outros naturalmente, também estarão exercitando a seu respeito.
Todo trabalho de equipe, para que resulte em alta produtividade, pede ordem e participação integral. O Templo Espírita autêntico deve abrigar um grupo de pessoas trabalhando em equipe, e que lhe é sangue a vitalizar todos os departamentos da organização. Assim, pois, quem faça parte dessa equipe espírita-cristã de estudo e de trabalho, deve levar em linha de conta que, se falhar, fugindo aos imperativos da ordem e da participação integral, o trabalho conjunto pode se perder, da mesma forma que um simples dente quebrado de uma engrenagem leva a máquina à inércia.
Cada homem e um mundo em si mesmo e, por isso, difere dos demais. Inevitavelmente, assim, todo grupo, por mais homogêneo, é formado de indivíduos diferentes entre si, mas ligados por afinidade quanto às qualidades mais gerais, não estando, em conseqüência, isento de divergência ou mesmo de disputas, entre seus membros. O Templo Espírita que se estrutura num grupo, não foge à regra. Contudo aquele que detém a responsável qualidade de espírita, não pode olvidar que, se os remédios para essa perturbação passageira, que são a compreensão, a tolerância e a paciência, nos outros são virtudes, para ele fazem parte do dever, já que a base fundamental da instituição é o amor ao próximo.
Conquanto pareça um paradoxo, há espíritas excessivamente egoísta: são os que apenas estudam a mensagem dos Espíritos para si mesmos no recesso e na tranqüilidade do lar. Não há se negar que, conhecendo profundamente os princípios da vida eterna, já percorreram metade do caminho ou que sejam espiritas pela metade. Isto porque sendo o Espiritismo uma mensagem de verdade e de amor, necessita de cérebro para discernir e de coração para atuar, ou seja, é necessário que a verdade, contida na cabeça, caia coração e o transforme em fonte inesgotável de recursos para a efetivação do amor, desse amor cristão que se evidencia nas suas manifestações exteriores. Assim. ninguém guarde a ilusão de ser espírita porque conhece Espiritismo; espírita é aquele que conhece e trabalha, sendo o Templo Espírita a sua oficina, onde estuda e serve, aprende e ama.
Sendo o Templo Espírita um posto avançado da fraternidade humana na Terra, todas as suas atividades devem extravasar amor e proveito permanentemente, sendo justo que, com a sucessão dos indivíduos e o decurso do tempo, ele se aperfeiçoe cada vez mais no seu mister de ensinar e de servir. Em assim sendo, cada um deve fazer o melhor hoje, dentro do possível ao seu alcance, relegando ao tempo a solução das deficiências que, certamente, sempre existirão, consciente de que, se todos são passíveis de crítica diante da perfeição, cada um é credor pelo que sabe e faz cumprindo o seu dever.
Depois de ter contribuído decisivamente para a consolidação da Doutrina Espírita, a mediunidade ainda é o seu melhor instrumento de ação, uma vez que permite o intercâmbio com o mundo espiritual e o recolhimento de todas as bênçãos que é permitido aos Espíritos derramarem em beneficio do homem. Podemos distinguir duas ordens de mediunidades: a que fornece provas espetaculares da ação dos Espíritos com fenômenos extraordinários, e a que simplesmente revela os Espíritos em ação, no socorro aos indivíduos. Geralmente, a primeira, que entusiasma e deslumbra, conquanto deixe saldo favorável pelo abalo que causa às criaturas, é como a chuva pesada cuja enxurrada desgasta o solo, carreando-lhe os recursos de fertilidade, deixando atrás de si marcas profundas de erosão. A segunda, que consola, liberta e cura, é como chuva fertilizante que, ao invés de tirar, enriquece o solo em que se derrama. Quem se disponha, pois, a analisar o trabalho mediúnico no Templo Espírita, não pode perdem de vista que, com a mediunidade que socorre e ajuda, ele estará sempre regorgitante de gente em busca de amor, e, com o simples fenômeno, por mais espetacular que seja, extinguindo-se este, ele fenecerá também, porque os curiosos não vivem e não vibram sem as grandes emoções...
A descoberta da imprensa, que permitiu a vulgarização dos conhecimentos através do livro, não dispensou a existência de escolas, que ministram o estudo sistemático; muito pelo contrário, estimulou a sua proliferação. Que ninguém, se engane, pois, que o problema do saber se resolve com a existência do livro, pois se assim fora, há séculos, não teríamos mais escolas no Planeta; nem que a existência da escola dispensa a presença do livro, pois, se assim fora, à medida que surgiram as escolas, os livros teriam desaparecido, o que não é verdade, tendo sucedido exatamente o contrário.
O Espiritismo, como toda religião, está nos livros; o livro, no entanto, ainda aqui, não dispensa a existência de escolas e cursos, de estudo sistemático, que lhes analise o conteúdo dentro de métodos adequados. Por isso, se o Templo Espírita deve erigir-se em escola, ministrando os cursos que forem possíveis, não pode, no entanto, deixar de estimular a divulgação e a distribuição do livro espírita, pois, da mesma forma que nos outros ramos do saber, a presença do livro valorizará a escola e ampliará sua eficiência.
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