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sábado, 4 de agosto de 2012

ENFERMO INTELIGENTE

ENFERMO INTELIGENTE
O enfermo no leito se encontra como onerado perante todos, abatido diante da
vida. Parece um devedor sem remissão. É, pois, o instante de reagir, como doente
inteligente, aceitando os fatos, sem que esses fatos o tornem um covarde.
Amigo enfermo, colocai-vos na posição de defesa, mas aquela que não entristece,
que não reclama, que não revolta, que não inveja. É a luta interna na vossa
mente, renovando conceitos na base das recomendações do Cristo de Deus.
Se vos sentirdes aniquilado, compactuareis com as forças dessa natureza. Se a
angústia vos ronda o coração e cederdes a essa opressão, estareis vos colocando
ao lado do desânimo. Se os problemas morais invadem o vosso convívio, ateando
fogo em vossos sentimentos, lembrai-vos de que o perdão e o amor saio as
melhores defesas, como água divina que apaga todas as investidas inferiores, na
qualidade de combustível em chama.
A dor, de certo modo, é uma mensageira acessível à amálgama que se lhe queira
dar. Já pensastes o quanto podeis ser útil, aquecido por ela? Aqueles que por
amizade ou dever vos visitam, podem estar mais doentes que vós e, por vezes,
são impressionáveis ao ouvir a voz da vossa experiência. Se souberdes envolvêlos
na fé, na paciência, no amor, na esperança, na alegria, sairão dali fortalecidos,
multiplicando a mensagem de ânimo onde quer que forem.
No leito, podeis meditar com mais eficiência nos próprios erros e corrigi-los,
fazendo a mente sair da escuridão e instalando nela a luz, pela consciência. O
enfermo inteligente, quando alia essa qualidade ao coração, é sobretudo uma
alma introjetada, que encontra Deus em si mesmo, conhecendo a hora profética
de arrancar o joio na abundante lavoura da mente, deixando o trigo maduro
florescer como alimento para tudo e para todos.
Existe um amparo extraordinário nas horas das vossas provas difíceis. É a prece.
No entanto, é imprescindível saber fazê-la. Em páginas anteriores, deixamos
muito claro o valor da oração e como se portar para fazê-la com proveito.
Considerando que a súplica é um pedido do filho para o Pai, já pensastes quanto
o genitor recebe, através do pedido, todo o carinho, toda a humildade, toda a fé,
toda a gratidão e, acima de tudo, a esperança com alegria? Esse filho recebe
mais, porque sabe dar de si mesmo e já granjeou experiências nos embates do
mundo.
Se por acaso vos encontrais no leito, com enfermidade de qualquer espécie, não
abandoneis a fé e não desconfieis das leis. Deus é justo, bom e misericordioso. A
enfermidade é, pois, uma valorosa oportunidade de conhecer-vos a vós mesmos e
entrardes no mundo íntimo, como operários de Deus. Vereis que o trabalho interno
é mais profícuo.
Não peçais doenças. Todavia, se ela bater em vossa porta, não vos desespereis
também. Nada ocorre por acaso. Milhares de olhos, como testemunhas de Deus,
estão nos vendo. Milhares de ouvidos, como registros do Senhor, nos ouvem a
todos. O Cristo é o nosso companheiro invisível, que nos segue, lado a lado. E,
quando o discípulo estiver pronto. Ele, o Mestre, aparecerá, frente a frente, porque
dessa forma, não teremos mais vergonha da Sua magnânima presença.
A fé anula a dor e a dor, igualmente, desperta em nós a fé. Avancemos, pois, com
Jesus e por Jesus em todas as direções que as nossas necessidades espirituais
acharem conveniente.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

MÉDICO IDEAL

MÉDICO IDEAL
O médico ideal é o clínico idealista, que estudou não para ser somente um
terapeuta, como também um sacerdote. O ganho, para ele, está em segundo
plano e, em primeiro, o prazer de aliviar os enfermos. Ser médico é ter o dom de
curar, é participar da grande falange do bem no seio da humanidade. E o melhor
médico é aquele que conhece as essências das religiões, que sabe, por
experiência, da grande ajuda que os espíritos superiores lhe dão na órbita da
medicina. Com essa consciência, será mais ajudado.
É bom que o clínico se familiarize com a psicologia em todos os seus detalhes,
testando experiências e analisando casos, meditando nos fenômenos, para que a
sua intuição favoreça todos os diagnósticos. Milhares de anos de trabalho da
ciência comprovam a eficiência da palavra, como prefácio do doutor antes do
exame, pois o doente, frente ao médico, abre suas sensibilidades de modo
extraordinário, como oportunidade para o preparo psicológico. A palavra envolvida
de ânimo, de fé, de confiança faz reagir o metabolismo orgânico, favorecendo,
assim, o campo do energismo dos medicamentos. O doente é como um imã, e as
palavras do clínico, como fagulhas de ferro. Eis porque todo o cuidado é pouco,
nas conversações de médico para enfermo. O terapeuta nunca deve estar com a
cara fechada, pois o gesto que fizer estará transmitindo energia compatível com
seus modos.
Desanuviai vossa mente, doutor, antes de qualquer visita aos que padecem.
Juntamente com os recursos que a ciência possui, usai o autodomínio, a autosugestão,
primeiramente para vós mesmos, de coragem, de alegria e de amor,
pois quando pensardes nessas qualidades superiores, já estareis transmitindo, por
ondas espirituais, as irradiações equivalentes ao estado de espírito em que vos
encontrais. Purificai a vossa mente com pensamentos nobres. Elevai as vossas
ideias, para que elas sirvam em todas as direções.
E com esse labor divino, os que sofrem ganham muito, mas, na verdade, o mais
beneficiado sois vós. Compadecei-vos dos que estão usando o leito de dor, não
com lágrimas desapropriadas nem com sentimentos inadequados ao momento,
mas com aquela compaixão que transborda benevolência, carinho, afeto.
Quem vos ouve tornou-se criança, diminuiu-se perante a vossa sabedoria, para
que vós crescêsseis, empregando recursos, medindo experiências, meditando no
vasto campo de medicamentos, para que ele, o doente, seja curado. E por que
não usar os meios possíveis ao vosso alcance? A medicina é uma esperança para
os que sofrem, e a medicina aliada à fé, é, como diz Paulo, "a substância da coisa
pensada", a cura.
Os filhos de Deus que vieram ao mundo com a missão de curar assumiram
compromissos sérios diante da consciência. Analisai e senti as responsabilidades.
Mesmo sendo médico, amanhã precisareis do vosso colega, no leito da dor ou da
despedida.
Doutor, o médico ideal é aquele que tem como companhia invisível o médico de
todos os médicos - o Cristo. Complementai a vossa ciência de curar o corpo físico
com a ciência de curar a alma, que encontrareis as equações de todos os
problemas físicos e espirituais dos vossos pacientes.
O homem na Terra precisa muito mais de amor que propriamente de remédios,
muito mais de amor que de alimentos, muito mais de amor que de vestes.
Cooperai, meu filho, nessa transfusão divina, e dai aquilo que estiver ao vosso
alcance, mas dai o que puderdes, de imediato, que, com isso, todos os outros
recursos que tiverdes não falharão, por encontrarem a alma na esperança
positiva.

Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

PENSAMENTO DA GESTANTE

PENSAMENTO DA GESTANTE
Na hora em que a mulher se propõe a ser mãe, deve mudar completamente muitos dos seus hábitos. Além disso, deixar alguns vícios, se os tiver, visto que vai servir de exemplo a seus filhos, marido e parentes, por mudar de posição, ocupando um lugar de destaque nos pensamentos que irão condicionar a mente
de quem a vê e certamente a admira.
Mas é bom que a reforma não fique somente no exterior, mas atinja as
profundezas da mente, removendo sentimentos inadequados, e não deixando
surgir ideias que não dão confronto com a verdade e com o amor. Os pensamentos sentem facilidade de deslizar no campo da mente, ao encontro de outros da sua estirpe, e avolumar condições, posto que o próprio ambiente em que se vive ganhará, por ficar impregnado das belezas espirituais, de vibrações
magnéticas positivas.
A alma escolhida a reencarnar, pelas vias materiais de que dispõe, será beneficiada pelo clima espiritual formado pela futura genitora. A alegria, por exemplo, vibra as fibras mais íntimas do coração, harmonizando os nervos, o cérebro etc. E esse estado de alma avança fora da mãe, por laços invisíveis a ela
própria, e atinge o espírito que se dispôs a tornar-se seu filho.
Assim acontece com o amor. E assim ocorre com as outras disposições elevadas
da mente. Procedendo ao contrário, o resultado não é preciso descrever. É a
crucificação do ente querido antes de nascer. A mulher que vai ser mãe e o espírito prestes a tomar a forma física por seu intermédio, em muitos casos,
formaram um convénio de reconciliação ou de amparo a outros, que lhes podem
suceder. E a mulher, se quer assegurar um ambiente favorável ao seu futuro
bebé, é bom que se abstenha do fumo, do álcool em excesso e, principalmente,
que faça uma filtragem nas conversações, mormente no período da gravidez.
O espírito a reencarnar, antes da concepção e, no percurso da sua formação, alia
suas sensibilidades às da mãe, de modo a sentir tudo aquilo que ela sente, como,
igualmente, a mate é influenciada pelo seu irmão em Cristo, que vai se tornar
criança no mundo. É uma verdadeira simbiose de pensamentos. Não generalizando, em muitos casos, os cônjuges se antipatizam quando a esposa dá sinal de concepções. É que o espírito reencarnante, por vezes, alimenta ódio do ser que vai lhe servir de pai, ou este, na profundeza da inconsciência, guarda ódio
daquele que vem como seu filho, para o reparo das dívidas.
Os filhos, tanto quanto os pais, se reúnem em um lar para lapidar os sentimentos,
perante a consciência, armazenando experiências que poderão transmutar em
paz, em futuras etapas.
A mulher em estado interessante pode ser considerada duas personalidades em um corpo só. Ela é o médium da vida física, é a indústria das vestes carnais, para que o espírito possa se materializar na Terra. Ela é o solo fecundo, onde o homem
deposita a semente divina, e a sua mente constitui o jardineiro que cuidará com desvelo do rebento a surgir das suas entranhas - a árvore humana.
É bom que vos lembreis, mulher-mãe, que podereis fazer muito pelo vosso filho antes de nascer. A vida que viveis no tempo da sua formação se plasmará irreversivelmente no seu cosmo orgânico, acompanhando, em muitos casos, toda a sua existência. As variações de influências obedecem à escala de evolução da alma.
A futura mãe, quando consciente das coisas espirituais, sentirá reaçôes estranhas
aos seus sentimentos, cabendo-lhe analisar que provêm daquele que vai nascer.
E, se a razão determinar que são ideias negativas, compete a ela reagir imediatamente, com pensamentos ao contrário, para que ele sinta a tranquilidade e esperança na situação coagida em que se encontra. Eis uma grande caridade.
É salutar que a leitura evangélica, nesses casos, seja feita diariamente, acompanhada de bom entendimento, fé e ânimo.

Livro: Horizontes da Mente
João Nunes Maia ditado por Miramez

SEMEAR ALEGRIA

Cirurgia Moral João Nunes Maia

24 - SEMEAR ALEGRIA
A alegria é conquista reservada somente aos homens, no distrito da Terra.
Nos animais, ela se manifesta no seu princípio rudimentar, sem a beleza e o conforto que se
expressa no coração humano.
A alegria é um dom grandioso, é uma semente de luz que Deus depositou
nos sentimentos dos seres humanos, deixando meios para que Seus filhos dessem crescimento
a essa virtude que tanto nos agrada. Vamos colocar a alegria como uma semente e fazê-la
crescer na nossa lavoura interna.
A criatura que não faz uso da alegria está sujeita a ver a tristeza invadir
seu peito e desfazer os mais renomados valores da vida. Esse bem-estar de que falamos está,
de certa forma, ligado às coisas espirituais. Certamente que esse prazer é um dom marcadamente
do espírito; no entanto, ele é crescente ao infinito, tem variados degraus para subir na
sua escala interminável.
Estamos fazendo um esforço ingente para levar aos nossos irmãos encarnados
alguns traços de iniciação nos tesouros da alma. A nossa maior intenção é que tu entres
na senda do aprimoramento espiritual e que, pelo conhecimento, possas subir mais depressa
pela rampa da vida, da vida perfeita, realizando o trabalho destinado a ti.
Queremos que todos compreendam que, no Universo, tudo é alegria, por
ser alegria a harmonia vibrante em todos os ângulos da criação. Quando endereçares a alguém
a palavra, seja a quem for, deixa falar primeiro o coração, com o contentamento que
lhe é próprio. Aos enfermos e às crianças devemos nos dirigir de modo próprio aos estágios
das almas que nos ouvem, pois se nossos lábios não exprimirem o nosso bem-estar através
de nossas palavras, estaremos estragando o tempo e menosprezando aquilo que Deus nos
deu por amor e que deve ser doado com prazer.
Deves disseminar, por onde fores, as sementes da alegria, com a pureza
que nasce dos sentimentos mais elevados da vida, porque se é dando que recebemos, a lei
nos garante a colheita daquilo que estamos plantando.
A criatura triste envelhece com mais facilidade e cria, em torno de si, um
ambiente de sombra, de modo a afastar todos os que queiram aproximar-se e que, por vezes,
estejam querendo ajudar.
O espírito triste é espírito morto. Procura promover meios de infundir alegria
aos outros, sem te esqueceres de que ela deve ser moldada nos mais profundos princípios
da verdade. O contentamento cristão é o mais recomendado para a nossa paz e para a
nossa saúde.
O perdão é mais fácil no ambiente da alegria. A alma introvertida, que não
é capaz de doar pelo menos alegria aos outros, bem como a egoísta, perde as sensibilidades
que dispõem o espírito a compreender. Enquanto nós não descobrirmos a nós mesmos no
emaranhado sistema de intolerância em que vivemos, pleno de orgulho e egoísmo, de ódio e
de inveja, enquanto não nos dispusermos a reformar essas atitudes, operando esses tumores
inconvenientes através da cirurgia moral, perderemos tempo no tempo que passa e sofremos
as conseqüências da própria ignorância.
Plantemos, pois, a alegria no nosso coração e nos nossos irmãos que andam
conosco no mesmo caminho, que seremos felizes.

COMO VIVER COM OS OUTROS

Cirurgia Moral- João Nunes Maia/ Lancellin
9 - COMO VIVER COM OS OUTROS
A ciência mais difícil que até hoje encontramos foi a de viver em conjunto,
e o mais interessante é que precisamos desse intercâmbio para viver. A lei nos condicionou a
essas necessidades biológicas e espirituais.
A própria vida perde o sentido se nos isolarmos das criaturas. Elas têm algo
que não possuímos e nós doamos a elas certos estímulos que a natureza lhes negou. Vemos
nisto a presença de Deus, levando-nos ao amor de uns para com os outros. E assim
aprendemos a amar por Amor.
A sociedade cada vez mais se aprimora, desde quando seus membros passam
a se respeitar mutuamente, entrosando as qualidades e desfrutando da fraternidade na
convivência. A sociedade é, pois, a flor do aprimoramento humano. No entanto, essa sociedade
não pode existir sem o lar. Ela se desarmoniza se deixar de existir a família, que é o
sustentáculo da harmonia que pode ser desfrutada pelos homens, em todos os rumos dos
seus objetivos.
Se queres paz em teu lar, começa a respeitar os direitos dos que convivem
contigo. Se romperes a linha divisória dos direitos alheios, afrontarás a tua própria paz.
Quem somente impõe suas idéias, passa a ser joguete dos pensamentos dos outros, às vezes,
sem perceber. Estuda a natureza humana, pelos livros e pela observação, que a experiência
te dirá os caminhos a tomar e a conduta a ser seguida. Vê como falas a quem te ouve e como
ouves a quem te fala e, neste auto-aprendizado, as lições serão guardadas em lugares de
que a vida sabe cuidar.
Não gastes teu tempo em palavras que desagradam, nem em horas de silêncio
que desapontam. Procura usar as oportunidades no bom senso que equilibra a alma.
Procura conversar com os outros na altura que eles já atingiram. Isso não é disfarce, é respeito
às sensibilidades, é sentir-te irmão de todos em todas as faixas da vida. Ao encontrares
uma criança, não passas a ser outra para que ela te entenda? Assim deves fazer nas dimensões
da vida humana em que te encontras.
A felicidade depende da compreensão, que gera Caridade, que gera Amor.
Conviver com os outros é, realmente, uma grande ciência, é a ciência da vida. Fomos feitos
para viver em sociedade. Se recusarmos, atrofiamo-nos e disso temos provas observando as
plantas que frutificam mais em conjunto; as pedras, que dão mais segurança quando amontoadas,
e os animais, que sempre andam em convivência. Tudo se une para a maior grandeza da criação.
Essas lições não são somente para os encarnados. Os espíritos, na erraticidade,
igualmente obedecem a essa grande regra de viver bem. Nós nos unimos em todas as
faixas a que pertencemos, no entusiasmo do bem, que nos dá a vida. Aprendamos, pois, a
conviver, a entender e respeitar os nossos irmãos que trabalham e vivem conosco, que tudo
passará a ser, para nós, motivo de felicidade, onde enxergaremos somente o Amor.
Contrariar as leis que nos congregam é desagregar a nossa própria paz. E para aprender a viver bem com os outros, necessário se faz que nos eduquemos em todos os sentidos, que nos aprimoremos em todas as virtudes. Sem esse trabalho interior, será difícil alcançar a paz imperturbável no reino do coração.

COMO CONHECER A TI MESMO

Cirurgia Moral -João Nunes Maia/ Lancellin

3 - COMO CONHECER A TI MESMO
O conhecimento é a base da própria vida. A sabedoria abre caminhos novos
para que possamos sentir e mesmo desfrutar da felicidade. Não poderá existir civilização
sem que a inteligência ocupe algum lugar na pauta dos confortos. Não pode existir progresso
sem a intervenção da sabedoria. Entretanto, ela se divide em duas forças altamente dignas,
com duas dinâmicas opostas: o conhecimento exterior e o auto-conhecimento. A sapiência
externa nos faz investir à procura de valores até certo ponto perecíveis, mas necessários
ao nosso equilíbrio. Passamos por perigos inúmeros, sujeitos às investidas do orgulho
em sintonia com o egoísmo e sob o domínio da vaidade. Entrementes, se vencermos essas
condições na altura em que elas se nos apresentam, sairemos livres, para novos conhecimentos
que, podemos crer, serão a maior verdade, que é o conhecimento de nós mesmos, é o
estudo do universo interno, aprofundando-nos dentro dele como se fora o nosso próprio
mundo. Este conhecimento se chama Sabedoria-Amor.
Há quem diga que o amor não é sabedoria. Está completamente enganado.
Quem ama nas linhas ensinadas por Nosso Senhor Jesus Cristo é um verdadeiro sábio. Ao
conhecermos as nossas deficiências, abrimos portas de luz nas esferas da consciência, de
sorte a nos enriquecermos, em todos os rumos, dos valores eternos, de talentos que Deus
depositou em nossos corações, para a garantia de nós mesmos.
As religiões de todo o mundo e a filosofia que medra em toda a Terra têm
a missão sagrada de indicar às criaturas os arcanos da sabedoria interna, que é a verdadeira
senda de iluminação dos espíritos. Aquele que já conhece a si mesmo dispensa certos acessórios
que pesam muito sobre os ombros e que exigem tempo precioso na sua conservação. O
sábio interno nasce de novo, é um novo homem que surge de dentro do homem velho.
Todo movimento que se preocupa com as coisas externas das criaturas
pode fazer muito em favor das almas em sofrimento, não resta dúvida. Entretanto, quando
encontramos quem nos ajuda a trabalhar dentro de nós, a descobrir os nossos tesouros, esse
é o caminho ensinado por Cristo, que nos liberta definitivamente. Quem conhece a si mesmo
tem mais facilidade em conhecer as lições externas e as propriedades que lhe sustentam a
vida.
A Doutrina dos Espíritos, na sua maravilhosa profundidade, desfralda a
bandeira de luz no topo do mundo em que moramos, por misericórdia de Deus, com a inscrição
já bem conhecida "DEUS, CRISTO E CARIDADE". Deus está no centro de todos
nós, esperando, como Pai, os nossos apelos nascidos da vontade. Cristo pega em nossas
mãos para nos mostrar os caminhos abertos pela caridade. O Céu está mais próximo de nós
do que pensamos: reside dentro de nós. Basta abrirmos os olhos e buscá-lo. E, para tanto,
devemos, como médicos de nós mesmos, executar as cirurgias indispensáveis em todas as
áreas das nossas condutas, dominar os nossos impulsos inferiores e discipliná-los, transformando-
os em instrumentos de trabalho e de paz, para que surja o amor no centro dos sentimentos
e, junto a ele, a tranqüilidade imperturbável em todos os caminhos que deveremos
trilhar. Quem conhece a si mesmo, já não tem tempo de criticar ninguém.

AUTO-ANÁLISE

Livro: Cirurgia Moral- Psicografado por João Nunes Maia ditado pelo espírito Lancellin

Caro leitor, vamos trabalhar juntos, para juntos festejarmos a nossa vitória.
A nossa luta é a maior de todas as batalhas, é aquela em que não precisamos sair fora de nós
mesmos, é a guerra interna do corpo a corpo, de pensamento a pensamento, de vontade a
vontade. É de dever moral que façamos um exame profundo na nossa conduta, pesquisa essa
que vai nos trazer muita felicidade, muita paz. No entanto, a princípio, vai parecer difícil.
Alguma vez já pensaste na tua conduta, no que tange ao teu dever ante a
sociedade? Já procuraste observar o que falas durante o dia e o que fazes no decorrer deste
tempo? A observação de nós mesmos é trabalho importante, na importância da Vida.
Muitos dizem: "os meus pensamentos vêm à minha cabeça sem que eu os
crie" e, por vezes, têm razão. Não obstante, a cabeça é tua e é teu dever cuidar da lavoura
que te pertence por direito celestial. Os instintos inferiores são animais que devem ser domesticados,
usando-se todos os meios possíveis e dignos. Não uses a violência; ela, até no
bem, pode te causar danos, se a ponderação não estiver presente no teu modo de ser.
Gostas de falar o que te vem à mente? Sabemos que isto pode parecer um
prazer, mas é um prazer momentâneo, que pode nos trazer distúrbios de difícil reparação.
Vê o que pensas e analisa o que falas, para que não entres em dificuldades maiores que aquelas
com as quais já lutas para vencer no dia-a-dia.
Coloca-te, meu irmão, frente a frente com as tuas qualidades. Imagina se
fosses tu que estivesses escutando o que falas aos outros e procura sentir o que o teu ouvinte
sente. Todas as tuas emoções devem ser disciplinadas no correr dos dias, no trabalho, em
casa e nas ruas. A tua paz depende da paz do teu companheiro; o respeito dos outros para
com a tua pessoa depende do teu respeito para com os teus irmãos em caminho.
As leis de Deus são retas e justas; ninguém engana a verdade. Deus está
presente em toda parte, com a dignidade que nos faz compreender o Seu amor. Ao criticares
o teu companheiro, gastas energia e tempo, de modo que esqueces o que deves fazer com a
tua conduta.
A auto-análise é serviço divino, que nos empresta valores e nos faz descobrir
o céu dentro de nós, enriquecendo o nosso coração, acendendo luzes em todos os nossos
sentimentos. Toda alma que poda as suas investidas no mal, afiniza-se com o Bem e deixa
brilhar a fraternidade em todo o seu andar.
Confirma o teu proceder em todos os momentos, porque muitos olhos estão
te olhando. Analisa as tuas maneiras todos os dias, pois, muitos raciocínios estão computando
os teus atos, sem que, às vezes, o percebas. Até as crianças sabem o que não deve ser
feito, tanto mais o adulto.
Todas as leis de Deus estão guardadas na nossa consciência, a refletir
permanentemente, e todos nós reconhecemos essa verdade. Compete a cada criatura fazer a
sua parte na educação individual, e crescer com Jesus em busca de Deus.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

Causas Atuais das Aflições



4. As vicissitudes da vida são de duas espécies, ou, se quisermos, têm duas origens bem diversas, que importa distinguir: umas têm sua causa na vida presente; outras, fora desta vida.
Remontando à fonte dos males terrenos, reconhece-se que muitos são a conseqüência natural do caráter e da conduta daqueles que os sofrem. Quantos homens caem por sua própria culpa! Quantos são vítimas de sua imprevidência, de seu orgulho e de sua ambição! Quantas pessoas arruinadas por falta de ordem, de perseverança, por mau comportamento ou por não terem limitado os seus desejos!
Quantas uniões infelizes, porque resultaram dos cálculos do interesse ou da vaidade, nada tendo com isso o coração! Que de dissenções, de disputas funestas, poderiam ser evitadas com mais moderação e menos suscetibilidade! Quantas doenças e aleijões são o efeito da intemperança e dos excessos de toda ordem!
Quantos pais infelizes com os filhos, por não terem combatido as suas más tendências desde o princípio. Por fraqueza ou indiferença, deixaram que se desenvolvessem neles os germes do orgulho, do egoísmo e da tola vaidade, que ressecam o coração. Mais tarde colhendo o que semearam, admiram-se e afligem-se com a sua falta de respeito e a sua ingratidão.
Que todos os que têm o coração ferido pelas vicissitudes e as decepções da vida, interroguem friamente a própria consciência. Que remontem passo a passo à fonte dos males que os afligem, e verão se, na maioria das vezes, não podem dizer: "Se eu tivesse ou não tivesse feito tal coisa não estaria nesta situação".
A quem, portanto, devem todas essas aflições, senão a si mesmos? O homem é, assim, num grande número de casos, o autor de seus próprios infortúnios. Mas, em vez de reconhecê-lo, acha mais simples, e menos humilhante para a sua vaidade, acusar a sorte, a Providência, a falta de oportunidade, sua má estrela, enquanto, na verdade, sua má estrela é a sua própria incúria.
Os males dessa espécie constituem, seguramente, um número considerável das vicissitudes da vida. O homem os evitará, quando trabalhar para o seu adiantamento moral e intelectual.
5. A lei humana alcança certas faltas e as pune. O condenado pode então dizer que sofreu a conseqüência do que praticou. Mas a lei não alcança nem pode alcançar a todas as faltas. Ela castiga especialmente as que causam prejuízos à sociedade, e não as que prejudicam apenas os que as cometem. Mas Deus vê o progresso de todas as criaturas. Eis porque não deixa impune nenhum desvio do caminho reto. Não há uma só falta, por mais leve que seja, uma única infração à sua lei, que não tenha conseqüências forçosas e inevitáveis, mais ou menos desagradáveis. Donde se segue que, nas pequenas como nas grandes coisas, o homem é sempre punido naquilo em que pecou. Os sofrimentos conseqüentes são então uma advertência de que ele andou mal. Dão-lhe a experiência e o fazem sentir a diferença entre o bem e o mal, bem como a necessidade de se melhorar, para evitar no futuro o que já foi para ele uma causa de mágoas. Sem isso, ele não teria nenhum motivo para se emendar, e confiante na impunidade, retardaria o seu adiantamento, e portanto a sua felicidade futura.
Mas a experiência chega, algumas vezes, um pouco tarde; e quando a vida já foi desperdiçada e perturbada, gastas as forças, e o mal é irremediável, então o homem se surpreende a dizer: "Se no começo da vida eu soubesse o que hoje sei, quantas faltas teria evitado; se tivesse de recomeçar, eu me portaria de maneira inteiramente outra; mas já não há mais tempo!" Como o trabalhador preguiçoso que diz: "Perdi o meu dia", ele também diz: "Perdi a minha vida". Mas, assim como para o trabalhador o sol nasce no dia seguinte, e começa uma nova jornada, em que pode recuperar o tempo perdido, para ele também brilhará o sol de uma vida nova, após a noite do túmulo, e na qual poderá aproveitar a experiência do passado e pôr em execução suas boas resoluções para o futuro.
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Evangelho Segundo o Espiritismo. Cap. 5 item 4

A PROFECIA DE JOEL


“Mas isto é o que foi dito pelo
profeta Joel. E nos últimos dias
acontecerá, diz Deus, que do meu
Espírito derramarei sobre toda a carne; e
os vossos filhos e as vossas filhas
profetizarão, os vossos mancebos terão
visões, e os vossos velhos sonharão
sonhos,”
(Atos, 2:16-17)
O livro dos “Atos dos Apóstolos” narra que, cumprindo-se o dia de
Pentecostes, os apóstolos de Jesus, ainda sob o impacto doloroso do drama do
Calvário, reuniram-se, em determinado lugar, na cidade de Jerusalém.
A dado instante ocorreram estrondosos fenômenos de natureza mediúnica: um
vento impetuoso encheu toda a casa onde eles estavam assentados e logo a seguir
surgiram chamas de fogo, que, tomando a forma de línguas repartidas, pousaram
sobre as cabeças dos apóstolos, fazendo com que passassem a falar línguas diferentes
um autêntico fenômeno de mediunidade poliglota.
A cidade estava repleta de forasteiros vindos de várias regiões do mundo
conhecido e os apóstolos, dirigindo-se a cada um deles, falavam em seus próprios
idiomas. Romanos, egípcios, persas, cretenses, árabes e partos não tiveram mais
necessidade de intérpretes, pois cada um deles ouvia os ensinamentos evangélicos em
suas línguas de origem, o que os deixou maravilhados.
Alguns judeus ortodoxos, entretanto, não conseguindo explicar a origem dos
fenômenos, sem atribuí-los a poderes supranormais, acharam uma explicação mais
cômoda; passaram a proclamar que os discípulos do Nazareno estavam embriagados.
Insurgindo-se contra essa zombaria, Pedro adiantou-se e exclamou: “Estes
homens não estão embriagados como vós pensais, sendo ainda as primeiras horas do
dia”, acrescentando que naquele momento era propiciada a todos uma pequena
demonstração do vaticínio do profeta Joel, contida no Livro de Joel (2:28-32).
Pequena porque deveria ocorrer em maior intensidade nos tempos preditos, quando a
Humanidade estivesse mais adequada para suportar a eclosão dos fenômenos
mediúnicos na proporção com que são produzidos nos tempos atuais, principalmente
após a revelação espírita.Qualquer estudioso da história religiosa dos povos perceberá que o fenômeno
ocorrido no dia de Pentecostes, há quase vinte séculos, era confinado apenas aos
apóstolos de Jesus Cristo. Embora as revelações espirituais sejam permanentes, ou
melhor, sem solução de continuidade, elas aplicam-se de acordo com as
circunstâncias, em maior ou menor intensidade.
Há vinte séculos, somente os apóstolos do Mestre estavam aptos a receber
manifestações espirituais daquele gênero. Aquilo que o vulgo passou a denominar
“Dom do Espírito Santo”, nada mais era que o desabrochamento intensivo das
mediunidades dos apóstolos. Desenvolvidas essas faculdades, após o episódio do dia
de Pentecostes, passaram eles a proferir discursos e a difundir os Evangelhos sem
quaisquer limitações.
Na Idade Média, embora houvesse muitos médiuns, era “heresia” uma pessoa
prestar-se a essa espécie de manifestação espiritual e a fogueira aguardava,
invariavelmente, aqueles que fossem portadores desses dons. Na atualidade o número
de pessoas capacitadas a servirem de instrumentos para fenômenos dessa natureza é
bastante avultado.
Uma coisa deve ser esclarecida, Muitas religiões sustentam que o
acontecimento do dia de Pentecostes representou o cumprimento da promessa do
Cristo sobre o advento do Consolador, do Espírito de Verdade, conforme está
exarado em João, 14:16-17,
Essa teoria é inconsistente. Se naqueles dias o Senhor havia afirmado que o
mundo não estava preparado para receber o Consolador, como poderia o mesmo estar
adequado poucos dias após a crucificação daquele que fizera a promessa? O Espírito
de Verdade viria em época própria, a fim de restabelecer todos os ensinamentos
evangélicos. “Eu o enviarei quando estiverdes preparados, pois por agora, não
podereis suportar”. Se, devido à incompreensão dos homens, o Mestre teve que
ensinar muitas coisas por parábolas, como explicar que, decorridos apenas alguns
dias, esses mesmos homens estivessem em condições de assimilar ensinamentos mais
profundos, ou de compreenderem os ensinamentos evangélicos em toda a sua
plenitude?
Cumpre aqui esclarecer que, naquela época, apenas os apóstolos estavam em
condições de receber ensinos de mais profundidade, consoante o que afirmou o
Messias, em João, 14:17: “o mundo não o pode receber (o Consolador), porque não o
vê nem o conhece; quanto a vós, conhecê-lo-eis, porque ficará convosco, e estará em
vós”. De fato, os Espíritos do Senhor passaram a atuar sobre os apóstolos nas tarefas
de difusão dos Evangelhos.
Decorridos vinte séculos, a Humanidade está agora apta a receber esses
ensinamentos; eis por que o Espiritismo representa o advento do Consolador
prometido, do Paracleto. Está, pois. em franco desenvolvimento a profecia de Joel:
“O Espírito está sendo derramado sobre toda a carne”.

MEU REINO NAO É DESTE MUNDO


“Vós sois de baixo, eu sou de
cima, vós sois deste mundo. eu não sou
deste mundo,”
(João, 11:2.1)
“Não são do mundo. como eu do mundo não sou.”
(João 17:16)
“O meu reino não é deste mundo,
se o meu reino fosse deste mundlo,
pelejariam os meus servos, para que eu
não fosse entregue aos judeu, mas agora
o meu reino não é daqui.”
(João, IK:3hi
Os Espíritos benfeitores afirmam que Jesus Cristo é o preposto de Deus para as
coisas deste mundo, Ele é, portanto, quem governa este minúsculo orbe que faz parte
das muitas moradas que constituem a casa do Pai.
Isso é comprovado por João Evangelista que, referindo-se a Jesus, sustenta:
“Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez”,
O próprio Jesus proclama isso quando os judeus insistiam em afirmar que o
Cristo seria da linhagem de Davi: “Como é então que via, em Espírito, lhe chama
Senhor, dizendo: Disse o Senhor ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita até que
eu ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés. Se Davi, pois, lhe chama Senhor,
como pode ser ele seu filho?”
Jesus Cristo foi indubitavelmente a mais singular figura que desceu à Terra. Os
seus Evangelhos, entrecortados dos mais sublimados ensinamentos, são repositório da
mais elevada moral e, além disso, encerram equação para os mais agudos problemas
que assoberbam os homens.
Quando o Mestre disse a Pilatos que o seu reino não é deste mundo,
acrescentou a palavra agora, o que significa que, por enquanto, o seu reino não é
deste mundo, mas o será quando o homem estiver vivendo compenetrado da verdade,
quando a palavra fraternidade deixar de ser mera utopia, quando a Humanidade
formar um só rebanho sob a orientação de um só pastor.
João Evangelista acrescenta em seu Evangelho que “Jesus estava no mundo, e
o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os
seus não o receberam. Veio como uma luz brilhando nas trevas, mas as trevas não a
compreenderam”.
É óbvio, portanto, que no futuro, quando o Reino de Deus se implantar
definitivamente nos corações humanos, através da consumação da reforma íntima das
criaturas, o reino de Jesus também o será deste mundo, que no momento é apenas
uma estância de expiação e de dor.
Isso não significa que estejamos deserdados. Jesus é o nosso Mestre, o nosso
orientador, o nosso redentor. Os grandes luminares da Espiritualidade superior
continuam a descer a este mundo a fim de impulsionar o progresso. Milhares e
milhares de mensagens são enviadas à Terra pelos nossos benfeitores espirituais. Os
Espíritos se comunicam por toda a parte, cumprindo a profecia de Joel: “E nos
últimos dias derramarei do meu Espírito sobre toda a carne”.
Ainda há pouco mais de um século o mundo recebeu a revelação do Espírito de
Verdade, instaurando na Terra a Doutrina dos Espíritos, que veio propiciar aos
homens a possibilidade de anteverem uma nova luz a impulsioná-los para Deus, a fim
de que, dentro de mais alguns séculos, seja definitivamente implantado na Terra o
Reinado do Espírito. Nessa época poderá então o Mestre afirmar: “Agora o meu reino
também é deste mundo”