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sábado, 8 de junho de 2013

PODANDO IRRITAÇÕES

PODANDO  IRRITAÇÕES

 
Emmanuel
 
Se ainda trazes, porventura, o hábito de encolerizar-te e se já consegues reconhecer-lhe os
prejuízos, podes claramente erradicá-la, atendendo à própria renovação.
Inicia as atividades diárias, pensando em Deus e agradecendo as tuas possibilidades de fazer o bem.
Medita, raciocinadamente, ante o clima de conhecimento superior que já possuis, na certeza
de que te encontras na ocasião de expressar o melhor de ti mesmo.
Pensa nos companheiros até agora capazes de induzir-te ao azedume, por irmãos nossos com qualidades, por enquanto, imperfeitas tanto quanto as nossas.
Se algum traço de amargura se te fixa no coração relativamente ao comportamento infeliz
de alguém, através de ações que consideres lesivas aos teus ensinamentos, desculpa a esse alguém, procurando esquecer-lhe a falta naturalmente impensada.
Pondera que se os outros erram, também nós erramos, bastas vezes, na condição de espíritos, ainda ligados às múltiplas faixas da evolução terrestre.
Não te aceites por infalível, a fim de entenderes com indulgência aqueles que, acaso,
te falharem à confiança.
Reflete na intimidade do coração que ninguém consegue algo realizar sem o concurso de alguém, para que aproveites os valores maduros dos colaboradores que a Divina Providência te confiou, sem estragar-lhes os valores ainda verdes.
Abstém-te de lastimar fracassos e dificuldades que já passaram e entrega-te à
reconstrução da própria paz, em bases de serviço e discernimento.
Não nos esqueçamos de que, nas mais complicadas circunstâncias, a vida nos requisita a
prática do bem e que, por isso mesmo, qualquer ocasião, para cada um de nós, é tempo de
compreender e abençoar, auxiliar e servir.

CALMA -  FRANCISCO CÂNDIDO XAVIER  (EMMANUEL)
 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

DEPRESSÕES

DEPRESSÕES

Emmanuel
 
Se trazes o Espírito agoniado por sensações de pessimismo e tristeza, concede ligeira pausa a ti mesmo, no capítulo das próprias aflições, a fim de raciocinar.
*
Se alguém te ofendeu, desculpa.
Se feriste alguém, reconsidera a própria atitude.
Contratempos do mundo estarão constantemente no mundo, onde estiveres.
Parentes difíceis repontam de todo núcleo familiar.
Trabalho é Lei do Universo
Disciplina é alicerce da educação.
Circunstâncias constrangedoras, assemelham-se a nuvens que aparecem no firmamento de qualquer clima.
Incompreensões com relação a caminhos e decisões que se adote são empeços e desafios, na experiência de quantos desejem equilíbrio e trabalho.
Agradar a todos, ao mesmo tempo, é realização impossível.
Separações e renovações representam imperativos inevitáveis do progresso espiritual.
Mudanças equivalem a tratamento da alma, para os ajustes e reajustes necessários à vida.
Conflitos íntimos atingem toda criatura que aspire a elevar-se.
Fracassos de hoje são lições para os acertos de amanhã.
Problemas enxameiam a existência de todos aqueles que não se acomodam com estagnação.
*
Compreendendo a realidade de toda pessoa que anseie por felicidade e paz, aperfeiçoamento e renovação, toda vez que sugestões de desânimo nos visitem a alma, retifiquemos em nós o que deva ser corrigido e abraçando o trabalho que a vida nos deu a realizar, prossigamos à frente.

Do Livro “Coragem”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

domingo, 2 de junho de 2013

DISTÚRBIOS EMOCIONAIS


Emmanuel 
Enquanto nos demoramos encarnados no plano terrestre, um tipo de impaciência existe, sutil, capaz de arrastar-nos aos piores distúrbios emotivos: a revolta contra nós mesmos.
Acolhemos receios infundados, em torno de opiniões que formulem de nós, seja por deformidades físicas, frustrações orgânicas, conflitos psicológicos ou empeços sociais de que sejamos portadores, e adotamos o medo por norma de ação, no exagerado apreço a nós mesmos, e dessa inquietação sistemática comumente se deriva um desgosto contínuo contra as forças vivas que nos entretecem o veículo de manifestação.
E tanto espancamos mentalmente esses recursos que acabamos neuróticos, fatigados, enfermos ou obsessos, escorregando mecanicamente para a calha da desencarnação prematura. Tudo por falta de paciência com as nossas provações ou com os nossos defeitos. Decerto, ninguém nasce no corpo físico para louvar as deficiências que carrega ou ampliá-las, mas é preciso aceitar-nos como somos e fazer o melhor de nós. Desinibirão construtiva. Compreensão do aprendizado que se tem pela frente. Acolher o instrumento físico de que o Alto Comando da Vida nos considera necessitados, tanto para resgatar culpas do pretérito na esfera individual, quanto para a consecução de empresas endereçadas ao benefício coletivo, e realizar todo o bem que pudermos.
O corpo carnal de que dispões ou a paisagem doméstico-social em que te situas, representam em si o utensílio certo e o lugar justo, indispensáveis à provação regeneradora ou à missão específica a que te deves afeiçoar. Por isso mesmo, o ponto nevrálgico da existência é o teste difícil que te exercita a resistência moral, temperando-te o caráter, no rumo do serviço maior do futuro.
Nossas perturbações emocionais quase sempre decorrem da nossa relutância em aceitar alguns dos aspectos menos agradáveis, conquanto passageiros da nossa vida. Saibamos, pois, rentear com eles honestamente, corajosamente. Nada de subterfúgios. Temos um corpo defeituoso ou estamos em posição vulnerável à crítica? Seja assim. Contrariamente a isso, porém, reflitamos que ninguém está órfão da Bondade de Deus e, confiando-nos a Deus, procuremos concretizar tudo de bom ou de belo, no círculo de trabalho que se nos atribui.
Por outro lado, vale observar que reconhecer a existência do erro ou do desajuste em nós é sinal de melhoria e progresso. Os espíritos embutidos na inércia não enxergam as próprias necessidades morais. Acomodam-se à suposta satisfação dos sentidos em que se lhes anestesia a consciência, até que a dor os desperte, a fim de que retomem o esforço que lhes compete na jornada de evolução e aprimoramento.
Agradeçamos, desse modo, a luz espiritual de que já dispomos para analisar a nossa personalidade e, abraçando as tarefas de equilíbrio ou reequilíbrio que nos compete efetuar no próprio espírito, enfrentemos os nossos obstáculos com paciência e serenidade, na certeza de que podemos solucionar todos os problemas na oficina do serviço com a bênção de Deus.

 
Do livro “Alma e Coração”. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

sábado, 25 de maio de 2013

OLÁ, MEU IRMÃO

OLÁ, MEU IRMÃO
A disposição amiga - acentuava Cipriano Neto - é verdadeiro tônico espirituaL Não raro, envenenamos o coração, à força de insistir na máscara sombria. Má catadura é moléstia perigosa, porquanto as enfermidades não se circunscrevem ao corpo físico. Quantos negócios de muletas, quantas atividades nobres interrompidas, em virtude do mau humor dos responsáveis? Claro que ninguém se deixe absorver pelos malandros de esquina, mas o respeito e a afabilidade para com as criaturas honestas, seja onde for, constituem alguma coisa de sagrado, que não esqueceremos sem ferir a nós mesmos.
A frente da pequena assembléia, toda ouvidos, Cipriano, com a graça de sua privilegiada inteligência, continuou, após leve pausa:
- Na Terra, o preconceito fala muito alto, abafando vozes sublimes da realidade superior. Nesse capítulo, tenho a minha experiência pessoal, bastante significativa.
Meu amigo calou-se, por alguns momentos, vagueou o olhar muito lúcido, através do horizonte longínquo, como a vasculhar o passado, e prosseguiu:

- É quase inacreditável, mas o meu fracasso em Espiritismo não teve outra causa. Não ignoram vocês que meu coração de pai, dilacerado pela morte do filho querido, fora convocado à Doutrina dos Espíritos, ansioso de esclarecimento e consolação. Banhado de conforto sublime, senti que minhas lágrimas de desesperação se transformaram em orvalho de agradecimento à bondade de Deus. Meu filho não morrera. Mais vivo que nunca, endereçava-me carinhosas palavras de amor. Identificara-se de mil modos. Não havia lugar à dúvida. Inclinei-me, então, à Doutrina renovadora.
Saciado pela água viva de santas consolações, não sabia como agradecer à fonte. Foi aí que recordei as minhas possibilidades intelectuais. Não seria justo servir ao Espiritismo, através da palavra ou da pena? Poderia escrever para os jornais ou falar em público. Profundamente reconhecido à nova fé, atendi à primeira sugestão de um amigo e dispus-me a fazer uma conferência. Anunciou-se o feito e, no dia aprazado, compacta assistência esperou-me a confissão. Seduzido pela beleza do Espiritismo Evangélico, discorri longamente sobre a caridade. Aplausos, abraços, sorrisos e felicitações. No círculo dos meus companheiros de literatura, porém, o assunto fizera-se obrigatório.
Voltando à Avenida, no dia imediato ao acontecimento, meu esforço foi árduo para convencer os confrades de letras de que não me achava louco. Infelizmente, porém, minha decisão não se filiava senão à vaidade. Pronunciara a conferência como se o Espiritismo necessitasse de mim. Admitia, no fundo, que minha presença honrara, sobremaneira, o auditório e que a codificação kardequiana em mim encontrara prestigioso protetor. Desse modo, alardeava suma importância em minhas palestras novas. Citava a antigüidade clássica, recorria aos grandes filósofos, mencionava cientistas modernos. Quando nos encontrávamos, meus colegas e eu, no ápice das discussões preciosas, eis que surge o Elpídio, velho conhecido meu e antigo tintureiro em Jacarepaguá. Sapatos rotos, calças remendadas, cabelos despenteados, rosto suarento, abeirou-se de mim e estendeu-me a destra, exclamando alegre:
- Olá, meu irmão! meus parabéns! ... Fiquei muito satisfeito com a sua conferência!
Entreolharam-se os meus amigos, admirados. E confesso que respondi à saudação efusiva, secamente, meneando levemente a cabeça e sentindo-me deveras humilhado.
Em vista do meu silêncio, o tintureiro despediu-se, mostrando enorme desapontamento.
- "É de sua família?" - indagou um companheiro mais irônico.
- "Estes senhores espiritistas são os campeões da ingenuidade!" - exclamou outro circunstante.
Enraiveci-me. Não era desaforo semelhante homem do povo chamar-me "irmão", ali, em plena Avenida, diante dos colegas de tertúlias acadêmicas? Estaria, então, obrigado a relacionar-me com toda espécie de vagabundos? Não seria aquilo irmanar-me a rebotalhos de gente, na via pública?
O incidente criou em mim vasto complexo de inferioridade.
Cegavam-me, ainda, velhos preconceitos sociais e a ironia dos companheiros calou-me fundo, no espírito. A ausência de afabilidade e a incompreensão grosseira dominaram-me por completo. O fermento da negação trabalhou-me o íntimo, levedando a massa de minhas disposições mentais. Resultado? Voltei à aspereza antiga e, se cuidava de doutrina, confinava-me a reduzido círculo doméstico. Não estimava a companhia ou a intimidade daqueles que considerava inferiores. Os anos, todavia, correm metodicamente, alheios à nossa vaidade e ignorância, e impuseram-me a restituição do organismo cansado ao seio acolhedor da terra. Sabem vocês, por experiência própria, o que nos acontece a essa altura da existência humana.
Gritos estentóricos de familiares, pavor de afeiçoados, ataúde a recender aromas de flores das convenções sociais. Em meio da perturbação geral, senti que sono brando se apoderava de mim. Nunca pude saber quantos dias gastei no repouso compulsório. Despertando, porém, debalde clamei por meu filho bem-amado. Sabia perfeitamente que abandonara a esfera carnal e ansiava por reencontrar-lhe o carinho. Deixei a residência antiga, ferido de amargosas preocupações. Atravessei ruas e praças, de alma opressa. Atingi a Avenida, onde me dava ao luxo de palestrar sobre ciência e literatura.
E ali mesmo, junto ao aristocrático Café, divisei alguém que não me era estranho às relações individuais. Não tive dificuldades no reconhecimento. Era o Elpídio, integralmente transformado, evidenciando nobre posição espiritual, trocando idéias com outras entidades da vida superior. Não mais os sapatos velhos, nem o rosto suarento, mas singular aprumo, aliado a expressão simpática e bela, cheia de bondade e compreensão.
Aproximei-me, envergonhado. Quis dizer qualquer coisa que me revelasse a angústia, mas, obedecendo a impulso que eu jamais soube explicar, apenas pude repetir as antigas palavras dele:
- "Olá, meu irmão! Meus parabéns!"
Longe, todavia, de imitar-me o gesto grosseiro e tolo de outro tempo, o generoso tintureiro de Jacarepaguá abriu-me os braços, contente, e exclamou com sincera alegria:
- Ó meu amigo, que satisfação! Venha daí, vou conduzi-lo ao seu filho!
Aquela bondade espontânea, aquele fraternal esquecimento de minha falta eram por demais eloqüentes e não pude evitar as lágrimas copiosas! ...
Nossa pequena assembléia de desencarnados achava-se igualmente comovida. Cipriano calou-se, enxugou os olhos úmidos e terminou:
- A experiência parece demasiadamente huumilde; entretanto, para mim, representou lição das mais expressivas. Através dela, fiquei sabendo que a afabilidade é mais que um dever social, é alguma coisa de Deus que não subtrairemos ao próximo, sem prejudicar a nós mesmos.
Irmão X

sexta-feira, 15 de março de 2013

INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DO ADOLESCENTE

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INFLUÊNCIA DA MÍDIA NO PROCESSO DE IDENTIFICAÇÃO DO ADOLESCENTE
Em um mundo que, a cada instante, apresenta mudanças significativas, o processo de identificação do adolescente faz-se mais desafiador, em razão das diferenças de padrões éticos e comportamentais.
Os modelos convencionais, vigentes, para ele, são passíveis de críticas, em razão do conformismo que predomina, e aqueles que são apresentados trazem muitos conflitos embutidos, que perturbam a visão da realidade, não sendo aceitos de imediato.
Tudo, em torno do jovem, caracteriza-se por meio de formas de inquietação e insegurança.
No lar, as imposições dos pais, nem sempre equilibrados, direcionados por caprichos e interesses, muitas vezes, mesquinhos, empurram o jovem, desestruturado ainda, para o convívio de colegas
igualmente imaturos. Em outras circunstâncias, genitores irresponsáveis transferem os deveres da
educação a funcionários remunerados, ignorando as necessidades reais dos
filhos, e apresentando-se mais como fornecedores de equipamentos e recursos para a existência, do que pessoas afetuosas e interessadas na sua felicidade, dão margem a sentimentos de rancor ou de imediatismo contra a sociedade que eles representam. Ademais, nas famílias conflituosas, por dificuldades financeiras, sociais e morais ou todas simultaneamente, o adolescente é
obrigado a um amadurecimento precipitado, direcionando o seu interesse exclusivamente para a sobrevivência de qualquer forma, em considerando a situação de miséria na qual moureja.
Eis aí um caldo de cultura fértil para a proliferação de desequilíbrios, expressando-se nos mais variados conflitos, que podem levar à timidez, ao medo, às fugas terríveis ou à agressividade, ao des respeito dos padrões éticos que o jovem não compreende, porque não os vivenciou
e deles somente conhece as expressões grosseiras, decorrentes das interpretações doentias
que lhes são apresentadas.
A soma de aflições que o assalta é grande, aturde-o, trabalhando a sua mente para os estereótipos convencionais de desgarrados, indiferentes, rebeldes, dependentes, que encontra em toda parte,
e cujo comportamento de alguma forma lhe parece atraente, porque despreocupado e vingativo contra a sociedade que aprende a desconsiderar.
Nesse contubérnio de observações atormentadas, a mídia, desde os primeiros dias da sua infância, vem exercendo sobre ele uma influência marcante e crescente.
De um lado, no período lúdico, ofereceu-lhe numeros os mitos eletrônicos, agressivos e cruéis em nome do mal que investe contra o bem, representados por outros seres de diferentes planetas que pretendem salvar o universo, utilizando-se, também, da violência e da astúcia, em guerras de extermínio total. Embora a prevalência do ídolo representativo do bem, as imagens
alucinantes do ódio, da perversidade e das batalhas intérminas plasmam no inconsciente da criança mensagens de destruição e de rancor, de medo e de insegurança, de fascínio e interesse por essas personagens míticas que, na sua imaginação, adquirem existência real.
Outros modelos da formação da personalidade infantil, apresentados pela mídia, têm como característica a beleza física, que vem sendo utilizada como recurso de crescimento econômico e profissional, quase sempre sem escrúpulos morais ou dignidade pessoal. O pódio da
fama é normalmente por eles logrado a expensas da corrupção moral que vice ja em determinados
arraiais dos veículos da comunicação de massa. É inevitável que o conceito de dignidade humana e pessoal, de harmonia íntima e de consciência seja totalmente desfigurado, empurrando o jovem para o campeonato da sensualidade e da sexualidade promíscua, em cujo campo pode surgir
oportunidade de triunfo... triunfo da aparência, com tormentos íntimos sem conta.
A grande importância que é dada pela mídia ao crime , em detrimento dos pequenos espaços reservados à honradez, ao culto do dever, do equilíbrio, estimula a mente juvenil à aventura pervertida, erguendo heróis-bandidos, que se celebrizam com a rapidez de um raio, que ganham
somas vultosas e as atiram fora com a mesma facilidade, excitando a imaginação do adolescente.
Ainda, nesse capítulo, a super-valorização de determinados ídolos dos esportes, de algumas artes, embora todos sejam dignos de consideração e respeito, proscrevem o interesse pelos estudos e pe
la cultura, pelo trabalho honesto e sua continuidade, deixando a vã perspectiva de que vale a pena
investir toda a existência na busca desses mecanismos de promoção que, mesmo alcançados tardiamente, compensam toda uma vida terrena. Esse paradoxo de valores, naturalmente, afeta-lhe o comportamento e a identidade.
É evidente que a mídia também oferece valiosos instrumentos de formação da personalidade, da conquista de recursos saudáveis, de oportunidades iluminativas para a mente e engrandec
edoras para o coração.
Lamentável, somente, que os espaços reservados ao lado ético e dignificante do pensamento humano, próprio para a formação da identidade nobre dos adolescentes, sejam demasiado pequenos e nem sempre em forma de propostas atraentes, na televisão, por exemplo e
m horários nobres e compatíveis, como um eficiente contributo para a ap
rendizagem superior.
As emoções fortes sempre deixam marcas no ser humano, e a mídia é, essencialmente, um veículo de emoções, particularmente no seu aspecto televisivo, consoante se informa que uma imagem val
e mais que milhares de palavras, o que, de certo, é verdade. Por isso mesmo, a sua influência na
formação e na estruturação da personalidade, da identidade do jovem é relevante nestes dias de comunicação rápida.
As cenas de violência, associadas às de deboche, às de supervalorização de indivíduos exóticos e condutas reprocháveis, de palavreado chulo e de aparência vulgar ou agressiva, com aplauso para a idiotia em caricatura de ingenuidade, despertam, no adolescente, por originais e perversas, um grande interesse, transformando-se em modelos aplaudidos e aceitos, que logo se
tornam copiados.
É até mesmo desculpável que, na área dos divertimentos, apresentem-se esses biótipos estranhos e alienados, mas sem que sejam levados à humilhação, ao ridículo... O desconcertante é que e
nxameiam por todos os lados e alguns deles se tornam líderes de auditórios, vendendo incontável
número de cópias das suas gravações e cerrando os espaços que poderiam ser ocupados por outros valores morais e culturais, que ficam à margem, sem oportunidade.
Falta originalidade nos modelos de comunicação, que se vêm repetindo há décadas, assinalados pelos mesmos conteúdos de vulgaridade e insensatez, mantendo a cultura em baixo nível de de
senvolvimento.
Essa influência perniciosa, que a mídia vem exercen do nos adolescentes, qual ocorre com os adultos e crianças também, estimulando-os para o lado mais agitado e perturbador da existência humana, pode alterar-se para a edificação e o equilíbrio, na medida que a criatura
desperte para a construção da sociedade do porvir, cuidando da juventude de to
das as épocas, na qual repousam as esperanças em favor da humanidade mais
feliz e mais produtiva.

Livro: Adolescência e Vida
Joana de Angelis-Divaldo Franco

quinta-feira, 7 de março de 2013

III - O QUE SE PODE TRANSFORMAR INTIMAMENTE- Vícios

01 - OS VÍCIOS
"Entre os vícios, qual o que podemos considerar radical?- Já o dissemos muitas vezes: o egoísmo. Dele se deriva todo o mal Estudai todos os vícios e vereis que no fundo de todos existe egoísmo. Por mais que luteis contra eles, não chegareis a extirpá-los enquanto não os atacardes pela raiz, enquanto não lhes houverdes destruído a causa. Que todos os vossos esforços tendam para esse fim, porque nele se encontra a verdadeira chaga da sociedade. Quem nesta vida quiser se aproximar da perfeição moral, deve extirpar do seu coração todo sentimento de egoísmo, porque o egoísmo é incompatível com a justiça, o amor e a caridade: ele neutraliza todas as outras qualidades. " (Allan Kardec. O Livro dos Espíritos. Livro Terceiro. Capitulo XII. Perfeição Moral. Pergunta 913.)

Vamos ao encontro de alguns dos condicionamentos e dependências os seres humanos apresentam mais comumente. Certamente o conhecimento desses vícios nos colocará em confronto com eles e nos dará ensejo a uma aferição de como estamos situados os homens em geral. Ninguém, na nossa sociedade, é criticado, ou rejeitado, pelo fato de fumar, beber, jogar, comer bem ou ter suas aventuras sexuais. Tudo isso já foi até mesmo consagrado como natural e, portanto, aceito amplamente como "costumes da época".
Estamos alheios aos perigos e às consequências que os citados hábitos nos acarretam. Além disso, os meios de comunicação estão abertos, sem restrições, à propaganda envolvente e maciça que induz a humanidade ao fumo, ao álcool, ao jogo, à gula e ao sexo. É inacreditável como a sociedade parece se deixar mansamente conduzir, sem a menor reação coletiva, a tão perniciosos incentivos, difundidos por todos os meios.

Em alguns países já há restrições à propaganda de bebidas alcoólicas e de marcas de cigarros, o que representa alguma reação a esses produtos de consumo. No entanto, são igualmente produtos de consumo as revistas e os filmes que exploram o uso indiscriminado das funções sexuais e estimulam o erotismo, produtos esses que se constituem em agentes contaminadores do comportamento moral do homem, que nos induzem ao viciamento das idéias pelo desejo de satisfações ilusórias, fragmentando a resistência ao prazer inconsistente e enfraquecendo os laços das uniões conjugais bem formadas.

Os chamados "hotéis de alta rotatividade" multiplicam-se nos arredores das capitais brasileiras, comprovando a crescente onda da "liberdade sexual", resultado da enganosa suposição de que todas as nossas insatisfações possam ser solucionadas apenas por atos sexuais. Deixamos de abordar aqui o problema dos tóxicos, que são disseminados principalmente entre os jovens, levando-os às mais trágicas e dolorosas experiências, enquanto enriquecem as secretas organizações que manipulam o submundo dos traficantes. Explorados são os moços, precisamente no que diz respeito aos seus desajustes e carências, iludidos por aqueles aproveitadores que os enganam, oferecendo soluções fáceis, acorrentando-os em processos difíceis de recuperação.

Outro entorpecente e agente enganoso do homem é o jogo. O que se tem arrecadado das loterias demonstra o nível de preocupação do nosso trabalhador, que busca fora de si a sorte e o enriquecimento rápido. Ficam a imaginar em detalhes o que seria feito com o dinheiro ganho, centralizando nele a razão principal do que se pode pretender na vida. Mais sonhos e quimeras que apenas alimentam as consciências inadvertidas, desconhecedoras de que as dificuldades existem para desenvolver as potencialidades do nosso espírito, a capacidade de lutar e vencer com esforço próprio. Raramente encontramos campanhas ou propagandas esclarecedoras dos malefícios do fumo, do álcool, do jogo, da gula, dos abusos do sexo e dos prejuízos do tóxico.

Condicionada como está a tantos vícios, de que modo entrará a humanidade na nova fase do progresso moral preceituada por Kardec?
É impraticável conciliar aquele ensinamento com a enorme propagação dos vícios, que envolve cada vez mais as criaturas de todas as idades, incentivando os prazeres individuais sem qualquer senso de responsabilidade e nenhuma preocupação com suas consequências. Parece-nos sensato que deveríamos esperar exatamente o contrário, isto é, a crescente valorização dos homens pelos exemplos no bem e nas atitudes nobres, compatíveis com um clima de respeito ao próximo, de solidariedade humana, de zelo ao patrimônio orgânico e ao manancial de energias procriadoras que detemos.

Numa análise realista, para mudar os rumos da humanidade nesses dias em que pouco se entende da natureza espiritual do homem e da sua destinação além-túmulo, é de se esperar grandes transformações. Mas de que forma? Será que esse desejado progresso moral cairá dos céus sem qualquer esforço nosso? É evidente que será edificado pelos homens de boa vontade, pelos trabalhadores das últimas horas, pelos poucos escolhidos dos que possam restar dos muitos já chamados, pelos Aprendizes do Evangelho que resistirem ao mal e souberem enfrentar não mais as feras e as fogueiras dos circos romanos, porém as feras dos próprios instintos animais e o fogo da agressividade que precisamos atenuar, controlar e transformar.

E para superarmos os defeitos mais enraizados no nosso espírito precisamos fortalecer a nossa vontade, iniciando com a luta por eliminar os vícios mais comuns. Ninguém conseguirá vencer essa batalha se não estiver se preparando para enfrentá-la. Essa condição, no entanto, não se consegue sem trabalho, sem testemunho da vontade aplicada. É, sem dúvida, conquista individual que se pode progressivamente cultivar.

A - A IMAGINAÇÃO NOS VÍCIOS

A criatividade representa, no ser inteligente, um dos seus mais importantes atributos. Pela imaginação penetramos nos mais insondáveis terrenos das idéias. Dirigimos vôos ao infinito, descobrimos os véus no mundo da física, da Química, da Anatomia, da Fisiologia, fazemos evoluir as Ciências, criamos as invenções, desenvolvemos as artes e constatamos o espírito. Essa imaginação, por outro lado, tem sido mal conduzida pelo homem, tanto de modo consciente quanto por desejos inconscientes, levando-o a muitos dissabores, contrariedades, sofrimentos e outras consequências graves.

A capacidade mental do homem está condicionada ao alcance da sua imaginação e ao uso que dela faz no seu mundo íntimo. A faculdade de pensar apresenta uma característica dinâmica, que nos proporciona, pelas experiências acumuladas, a percepção sempre mais ampla da nossa realidade interior e do mundo que nos cerca, num crescente evoluir. Desse modo, as nossas experiências, em todas as áreas, servem de referência para novas e constantes mudanças. Nunca regredimos. Quando muito, momentaneamente estacionamos em alguns aspectos particulares, mas nos demais campos de aprendizagem realizamos avanços. É como num ziguezague mais ou menos tortuoso que vamos caminhando na nossa trajetória evolutiva, porém sempre na direção do tempo, que jamais se altera no sentido do seu avanço.

O homem, pela sua imaginação, cria as suas carências, envolve-se nos prazeres, absorve-se nas sensações e perde-se pelos torvelinhos do interesse pessoal. Cristaliza-se, por tempos, nos vícios que a sua própria inteligência criou, necessidades da sua condição inferior, que ainda se compraz nos instintos, reflexos da animalidade atuante em todos nós encarnados. O ser pensante sabe os males que lhe causam o fumo, o álcool, o jogo, a gula, os abusos do sexo, os entorpecentes, embora proporcionem instantes de fictício prazer e preenchimento daquelas necessidades que a sua mente plasmou.

Tornam-se, então, hábitos repetitivos, condicionamentos que comodamente aceitamos muitas vezes sem quaisquer reações contrárias. Quem conseguiria justificar com razões evidentes as necessidades de fumar, de beber, de jogar, de comer demasiado, e da prática livre do sexo? O organismo humano se adapta às cargas dos tóxicos ingeridos e o psiquismo fixa-se nas sensações. Na falta delas, o próprio organismo passa a exigir, em forma de dependências, as doses tóxicas ou as cargas emocionais às quais se habituara, e a criatura não consegue mais libertar-se; fica viciada. Sente-se, então, incapaz de agir e prossegue sem esforço, contaminando o corpo e a alma, escravizando-se inapelavelmente aos horrores do desequilíbrio e da enfermidade.

Transfere da vida presente para a subsequente certos reflexos ou impregnações magnéticas que o perispírito guarda pelas imantações recebidas do próprio corpo físico e do campo mental que lhe são peculiares. As predisposições e as tendências se transportam, de alguma forma, para a nova experiência corpórea e, nessas oportunidades de libertação que nos são oferecidas, muitas vezes sucumbimos aos mesmos vícios do passado distante. Admitimos, à luz do Espiritismo, um componente reencarnatório nos vícios, o que de certa forma esclarece os casos crônicos e patológicos provocados pelo fumo, álcool, gula, jogo e pelas aberrações sexuais. Raramente estamos sozinhos nos vícios. Contamos também com as companhias daqueles que se servem dos mesmos males, tanto encarnados como desencarnados, em maior ou menor intensidade de sintonia, funcionando como fator de indução à prática dos vícios que ambos usufruem.
Muitas vezes podemos querer deixar tal ou qual vício, mas aquelas companhias nos sugestionam, persuadem e induzem. Como "amigos" do nosso convívio, apelam diretamente, convencendo-nos e arrastando-nos. Como entidades espirituais, agem hipnoticamente no campo da imaginação, transmitindo as ondas magnéticas envolventes das sensações e desejos que juntos alimentamos. Desse modo, ao iniciar o trabalho de extirpar os vícios, podemos estar dentro de um processo em que os três componentes abordados se verifiquem, ou seja: a própria imaginação e o organismo condicionados, a tendência reencarnatória e a persuasão das companhias visíveis e invisíveis.

B - A TENTAÇÃO NOS VÍCIOS

A somatória dos três componentes citados apresenta-se ao nosso intimo sob a forma de tentações. Interpretamos as tentações como sendo as manifestações de desejos veementes, de impulsos incontidos, a busca desesperada de prazeres ou necessidades que sabemos serem prejudiciais, mas que não estamos suficientemente fortes para conter. As tentações podem surgir em algumas circunstâncias como pela primeira vez, e podem repetir-se por muitas vezes, naqueles estados de ansiedade em que somos irresistivelmente impulsionados a cometer engimos para satisfazer desejos. As primeiras tentações estão, quase sempre, mescladas com a curiosidade, com o desejo de experimentar o desconhecido. Nesses casos, a influência dos já experimentados é, na maioria das vezes, o meio desencadeante dos vícios.
Alguém nos leva a praticá-los pela primeira vez quando assim cedemos às primeiras tentações. Esse procedimento é comum nos fumantes, nos alcoólatras, nos jogadores de azar, nos drogados, nos masturbadores. É a imitação que dá origem ao hábito, costume ou vício. Devemos considerar que todos nós somos tentados aos vícios e a muitos outros comprometimentos morais. Podemos ceder às tentações, mas a partir dos primeiros resultados colhidos nas experiências praticadas podemos nos firmar no propósito de não repeti-las e de não chegarmos à condição de viciados. Há também incontáveis ocasiões em que as tentações nem chegam a nos provocar, porque simplesmente não encontram eco dentro de nós. Isto é, já atingimos um nível de amadurecimento ou de consciência em que já não nos sintonizamos mais com aquelas categorias de envolvimentos ou de atrações. Não sentimos necessidade de experimentar o que possam nos sugerir; já nos libertamos, de alguma forma.

C - QUAL O NOSSO OBJETIVO?

Indiscutivelmente, todos nós colhemos, no sofrimento, os frutos amargos dos vícios, cedo ou tarde. Aí, na maioria, as criaturas despertam e começam a luta pela sua própria libertação. Não precisamos, porém, chegar às últimas consequências dos vícios para iniciar o trabalho de auto-descondicionamento. Podemos ganhar um tempo precioso e deliberadamente propormo-nos o esforço de extirpá-los de nós mesmos. É uma questão de ponderar com inteligência e colocar a imaginação a serviço da construção de nós mesmos. Esse é o nosso objetivo: compreender razoavelmente as características dos vícios e buscar os meios para eliminá-los.

Perguntamos: O que o amigo leitor acha que é fundamental em qualquer processo de conquista individual? É o querer? É a vontade posta em prática?É a ação concretizando o ideal?

Primeiro, perguntemos a nós mesmos se queremos deixar mesmo de fumar, de beber, de jogar, e se desejamos controlar a gula, o sexo.

E por quê? Temos razões para isso? O que nos motiva a iniciar esse combate? Será apenas para sermos bonzinhos? Ou teremos razões mais profundas? É claro que sabemos as respostas. O que ainda nos impede de assumirmos novas posições é o apego às coisas materiais, aos interesses pessoais, que visam a satisfazer os nossos sentidos físicos, digamos periféricos, ainda grosseiros e animais, indicativos de imperfeições. É uma questão de opção pessoal, livre e disposta a mudanças. A vontade própria poderá ser desenvolvida, até com pouco esforço; não será esse o problema para a nossa escolha. A questão é decidir e comprometer-se consigo mesmo a ir em frente.

Comecemos, então, por eliminar os vícios mais comuns, aqueles já citados, de conhecimento amplo e de uso social, que apresentaremos detalhadamente nos capítulos seguintes. Coloquemo-nos em posição de renunciar aos enganosos prazeres que os mesmos possam estar nos oferecendo e lutemos! Lutemos com todo o nosso empenho e não voltemos atrás!

D - FAÇA SUA AVALIAÇÃO INDIVIDUAL

1. Sente-se irresistivelmente condicionado a algum vício?
__________________________________________________________________________________________________________________
2. Sofre as consequências maléficas que os mesmos provocam?
__________________________________________________________________________________________________________________
3. Já tentou libertar-se voluntariamente de algum desses vícios?
__________________________________________________________________________________________________________________
4. Analise como começou neles e conclua:

— Por livre desejo?
__________________________________________________________________________________________________________________
- Por sugestão de alguém?
__________________________________________________________________________________________________________________
5. Quando tentado a experimentar algum dos vícios sociais, cede facilmente?
__________________________________________________________________________________________________________________
6 -. Percebe, por vezes, a sua imaginação articulando sensações que o satisfazem ao alimentá-las?
__________________________________________________________________________________________________________________
7 - Já pensou que esse tipo de imaginação nos predispõe a cometê-las?
__________________________________________________________________________________________________________________
8 - Tem dificuldades em afastar da mente os devaneios e os pensamentos ligados a prazeres íntimos?
__________________________________________________________________________________________________________________
9 - Já chegou a compreender a necessidade de eliminar os vícios?
__________________________________________________________________________________________________________________
10 - Acha que poderá com o próprio esforço deles se libertar?

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Ney P. Peres

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Estudos: Série Psicológica Módulo 1 " A Estrutura da Psique 1"

Publicaremos estas video aulas em toda Terça Feira, Sábado e Domingo

Estudos :Série Psicológica " Introdução"


Estamos divulgando a todos interessados , um estudo da série Psicológica de Joana de Angelis psicografada por Divaldo Franco que realmente nos faz entender quem somos nós e de como devemos enfrentar os nossos traumas , medos, egoísmo e dentre muitos outros agregados, este programa esta disponível  na TV Cei e estaremos publicando em nosso blog. Estudem e divulguem!

sábado, 5 de janeiro de 2013

Tendências: Reflexos do passado. (...)"Não é raro observar crianças mal saídas do berço que já revelam tendências agressivas e paixão por armas. São tendências que demonstram seu cabedal de experiências adquiridas em outras vidas. Algumas delas se manifestam logo na primeira idade; enquanto outras podem vir à tona em momentos marcantes da vida. (...)"É importante que o ser humano se conscientize de que nenhuma educação, nenhuma aquisição moral se efetiva sem perseverança, sem esforço, sem Evangelho".../

Tendências:
Reflexos do passado
A reencarnação não apaga as experiências adquiridas no pretérito; apenas as encobre com o véu do esquecimento, a fim de que o indivíduo possa prosseguir, sem interferências diretas, a sua jornada evolutiva.
Na busca constante de novos conhecimentos, o Espírito completará o seu aprendizado ao longo
das eras.
O ser humano, a cada encarnação, enfrentará as vicissitudes que definirão o seu aprimoramento.
Se bem-sucedido, incorporará novas conquistas; se derrotado, árduas lutas se travarão entre os
verdadeiros e falsos valores incorporados. Jesus apresenta ao homem a fórmula segura para alcançar os
seus objetivos sem tombar pelos atalhos:
“Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição,
e muitos são os que entram por ela. [...]
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no Reino dos céus, mas aquele que faz a
vontade de meu Pai, que está nos céus”. (Mateus, 7:13 e 21.)
Portanto, todo aquele que direciona a vontade pelos caminhos do estudo, do trabalho digno, do
respeito a Deus e aos semelhantes, consegue enriquecer o espírito de bens perenes. Estes bens são
conquistas que o tempo jamais apagará.
Experiências adquiridas ficam impressas nos arquivos mentais do Espírito e acompanham-no ao
longo das reencarnações, razão pela qual a criança revela tendências incompreensíveis àqueles
que desconhecem as leis da reencarnação.
De tempos em tempos a mídia revela crianças-prodígio que apresentam o dom da música
e se identificam com certos instrumentos sem qualquer aprendizado
anterior. Outras encontram tanta intimidade com os números a ponto de realizar cálculos
impossíveis de se conceber na faixa etária em que se encontram.
Não é raro observar crianças mal saídas do berço que já revelam tendências agressivas e paixão por
armas. São tendências que demonstram seu cabedal de experiências adquiridas em outras vidas.
Algumas delas se manifestam logo na primeira idade; enquanto outras podem vir à tona em momentos
marcantes da vida. Os pais, geralmente, assistem, atônitos, a seus adoráveis rebentos revelarem
caráter agressivo ou dócil; confiante ou temeroso; obediente ou revoltado; amoroso ou arredio.
Se os genitores apresentam traços semelhantes, certamente se convencerão de que a virtude ou a
falha moral, que se manifesta no seu descendente, é de origem hereditária.
Daí se ouvir certos refrões: “Aquele menino puxou o gênio do pai, ou a inteligência da mãe”; “Aquele outro tem a agressividade do seu avô”. Há características que em nada se assemelham às dos seus familiares.
O Espiritismo faz luz sobre a diferença entre a hereditariedade e as tendências inatas. Assim, os
traços físicos que se assemelham aos dos familiares, como a cor dos olhos, da pele, dos cabelos; compleição física e outros tantos traços, próprios do corpo carnal, pertencem à lei da hereditariedade,
pois sua origem está nos elementos biológicos herdados de seus antecessores, os quais compõem a
vestimenta material. No entanto, se a criança apresenta deficiências físicas, congênitas ou, até certo
ponto, adquiridas, não se pode dizer que são heranças biológicas e sim os reflexos atuais de mazelas
que foram armazenadas em vidas anteriores, pelo Espírito que reencarna para cumprir expiação voluntária
ou compulsória, a fim de quitar seus débitos com a lei. Entretanto, a hereditariedade pode
colaborar para que a lei se cumpra.
As características psicológicas inatas não são heranças que se transmitem de pais para filhos.
São, sim, conseqüências de créditos ou débitos adquiridos pelo Espírito em encarnações precedentes.
Determinadas tendências que caracterizam o indivíduo podem apresentar semelhanças com as
apresentadas por seus genitores.
Todavia, se esses traços não foram adquiridos nesta vida, pelos veículos da educação ou do exemplo,
certamente se explicam pelas leis da reencarnação. Os dons semelhantes se revelam pela afinidade
existente entre famílias espirituais.
Há grupos que partilharam, em outras vidas, ou no plano espiritual, experiências afins.
Assim, um ou mais membros de uma mesma família podem ter vivenciado situações pretéritas
em que todos ou parte deles pertenceram à mesma família, mesma região, ou participaram de organizações
científicas, religiosas, artísticas, profissionais, políticas, que lhes propiciaram tendências semelhantes. Um outro grupo familiar pode se identificar com guerreiros , desordeiros, viciosos com os quais conviveram
no passado.
A infância é, portanto, o período apropriado para se reforçar as tendências boas e desfazer as infelizes. E os pais que amam seus filhos não possuem instrumento melhor para educá-los senão o Evangelho, complementado pela disciplina e hábitos saudáveis. Este é o mecanismo para a educação moral do ser em
formação.
O insigne Codificador expõe o processo educativo ideal:
“[...] Há um elemento, [...] sem o qual a ciência econômica não passa de simples teoria. Esse elemento
é a educação, não a educação intelectual, mas a educação moral. Não nos referimos, porém,
à educação moral pelos livros e sim à que consiste na arte de formar os caracteres, à que incute hábitos,
porquanto, a educação é o conjunto dos hábitos adquiridos.
[...]”. (O Livro dos Espíritos, questão 685, comentário de Kardec.)
É importante ressaltar que o renascimento não ocorre aleatoriamente, há sempre uma programação
com finalidade útil para o Espírito renascente. Portanto, reencarnar não tem por objetivo único cumprir provas e expiações, mas, sobretudo, promover o crescimento do Espírito.
Quanto maior o crédito acumulado, mais curto se torna o caminho que conduz aos ideais superiores.
Daí a responsabilidade dos pais de investir na educação, no aprimoramento moral dos filhos,
ainda no período infantil, a fim de que a reencarnação deles seja proveitosa. Esse é o caminho
para que o Espírito cresça de conformidade com os padrões morais evangélicos e, no momento
aprazado, retorne à vida espiritual com o futuro consolidado nas leis divinas.
A Doutrina Espírita, alicerçada no Evangelho de Jesus, propõe ao homem o trabalho constante
de sua escultura moral.
Aceitar a hereditariedade como causa das insuficiências morais é duvidar da Justiça Divina.
A lei da reencarnação é a expressão mais justa da misericórdia do Criador para com suas criaturas.
É a oportunidade de desfazer enganos e apagar delitos; de refazer amizades e ampliar vínculos
no equilíbrio de energias afins; de se reconstruir o que se destruiu em existências anteriores. É
oportunidade de crescer. Afirma Kardec: Reconhece-se o verdadeiro espírita pela sua transformação
moral e pelos esforços que emprega para domar suas inclinações más.
(O Evangelho segundo o Espiritismo, cap. XVII, item 4.)
Esse é o objetivo primordial da reencarnação. É importante que o ser humano se conscientize de que
nenhuma educação, nenhuma aquisição moral se efetiva sem perseverança, sem esforço, sem
Evangelho. A conquista da luz interior só se alcança com muito suor e lágrimas. Jesus legou ao homem o mais perfeito roteiro de vida: o seu Evangelho, programado para se projetar futuramente no Consolador,
que floresceu na Doutrina Espírita. É preciso valorizar esse tesouro.
Para o Espírito recalcitrante, cujos instrumentos educacionais não surtem o efeito desejado, um
outro se apresenta infalível: a dor.
Nesse mecanismo de conquistas e aquisições, ou quedas e sofrimentos, de acordo com as leis
da vida, a hereditariedade pode colaborar para a realização desse feito. Assim, o conjunto de hábitos morais e intelectuais, adquiridos e aprimorados por uma educação bem direcionada, se agregarão
às tendências inatas arquivadas ao longo do carreiro evolutivo, e jamais se perderão com a
desintegração da matéria.
Um físico saudável é benesse adquirida em vivências de equilíbrio e respeito à veste carnal, enquanto
que um corpo doente reflete os abusos e vícios cultivados.
É, pois, a lei da hereditariedade que faculta esta tarefa. Uma mente prodigiosa revela as conquistas
encetadas ao longo de muitas encarnações. Porém, somente um Espírito evangelizado irradiará
a paz das conquistas sedimentadas nos celeiros de obras realizadas em sincronia com as leis
divinas.
Esta realidade, revelada pela Doutrina dos Espíritos, é o cerne da semente plantada pelo Divino
 Reformador • Feverei ro 2007


terça-feira, 1 de janeiro de 2013

EVANGELHO E EDUCAÇÃO:"O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida..."


Quando o mestre confiou ao mundo a divina mensagem da Boa Nova, a Terra, sem
dúvida, não se achava desprovida de sólida cultura.
Na Grécia, as artes haviam atingido luminosa culminância e, em Roma, bibliotecas
preciosas circulavam por toda parte, divulgando a política e a ciência, a filosofia e a
religião.
Os escritores possuíam corpos de copistas especializados e professores eméritos
conservavam tradições e ensinamentos, preservando o tesouro da inteligência.
Prosperava a instituição, em todos os lugares, mas a educação demorava-se em
lamentável pobreza.
O cativeiro consagrado por lei era flagelo comum.
A mulher, aviltada em quase todas as regiões, recebia tratamento inferior ao que se
dispensava aos cavalos.
Homens de consciência enobrecia, por infelicidade financeira ou por questiúnculas de
raça, eram assinalados a ferro candente e submetidos à penosa servidão, anotados como
animais.
Os pais podiam vender os filhos.
Era razoável cegar os vencidos e aproveita-los em serviços domésticos.
As crianças fracas eram, quase sempre, punidas com a morte.
Enfermos eram sentenciados ao abandono.
As mulheres infelizes podiam ser apedrejadas com o beneplácito da justiça.
Os mutilados deviam perecer nos campos de luta, categorizados à conta de carne inútil.
Qualquer tirano desfrutava o direito do reduzir os governados à extrema penúria, sem ser
incomodado por ninguém.
Feras devoravam homens vivos nos espetáculos e divertimentos públicos, com aplauso
geral.
Rara a festividade do povo que transcorria sem vasta efusão de sangue humano, como
impositivo natural dos costumes.
Com Jesus, entretanto, começa uma era nova para o sentimento.
Condenado ao supremo sacrifício, sem reclamar, e rogando o perdão celeste para
aqueles que o vergastavam a feriam, instila no ânimo dos seguidores novas disposições
espirituais.
Iluminados pela Divina Influência, os discípulos do Mestre consagram-se ao serviço dos
semelhantes.
Simão Pedro e os companheiros dedicam-se aos doentes e infortunados.
Instituem-se casas de socorro para os necessitados e escolas de evangelização para o
espírito popular.
Pouco a pouco, altera-se a paisagem social, no curso dos séculos.
Dilacerados e atormentados, entregues ao supremo sacrifício nas demonstrações
sanguinolentas dos tribunais e das praças públicas, ou trancafiados nas prisões, os
aprendizes do Evangelho ensinam a compaixão e a solidariedade, a bondade e o amor, a
fortaleza moral e a esperança.
Há grupos de servidores, que se devotam ao trabalho remunerado para a libertação de
numerosos cativos.
Senhores da fortuna e da terra, tocados nas fibras mais íntimas, devolvem escravos ao
mundo livre.
Doentes encontram remédio, mendigos acham teto, desesperados se reconfortam, órfãos
são recebidos no lar.
Nova mentalidade surge na Terra.
O coração educado aparece, por abençoada luz, nas sombras da vida.
A gentileza e a afabilidade passam a reger o campo das boas maneiras e, sob a
inspiração do Mestre Crucificado, homens de pátrias e raças diferentes aprenderam a
encontrar-se com alegria, exclamando, felizes: _ “meu irmão”.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.

OS ESPÍRITOS INSTRUTORES DA INFÂNCIA.
CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.
Uma senhora nos transmite o fato seguinte:
"Uma de minhas filhas tem um menininho de três anos que, desde que nasceu, lhe
deu as mais vivas inquietações; restabelecida sua saúde, ao fim do mês de agosto último,
andava com dificuldade, não dizia senão papá, mama, o resto de sua linguagem não era
senão uma mistura de sons inarticulados. Há um mês mais ou menos, em conseqüência
das tentativas infrutíferas para fazer seu filho pronunciar as palavras mais usuais,
tentativas freqüentemente renovadas sem nenhum sucesso, minha filha deitou-se, muito
entristecida por essa espécie de mutismo, desolando-se sobretudo porque, em seu
retorno, seu marido, capitão de longo curso, cuja ausência havia durado mais de um ano,
não encontraria mudança na maneira de falar de seu filho, quando, às cinco horas da
manhã, ela foi despertada pela voz da criança que articulava distintamente as letras A, B,
C, D, que jamais havia tentado fazê-lo pronunciar. Crendo sonhar, ela sentou-se em sua
cama, a cabeça pendida sobre o berço, o rosto junto do menino que dormia, ela o ouviu
repetir, em alta voz, várias vezes, pontuando cada uma por um pequeno movimento da
cabeça, as letras A, B, C, depois um pequeno tempo de parada, em se apoiando sobre a
pronúncia, D.
"Quando entrou em seu quarto às seis horas, a criança dormia sempre, mas a mãe,
ainda muito feliz e muito emocionada por ter ouvido seu filho dizer essas letras, não tinha
tornado a dormir. No despertar do menino, e então depois, tentamos em vão fazê-lo dizer
essas letras (das quais nunca tinha ouvido falar quando as disse em seu sono, ao menos
nesta vida), todas as nossas tentativas fracassaram. Ainda hoje mesmo, ele disse A, B,
mas nos foi impossível obter, para C, D, outra coisa senão dois sons, um da garganta, o
outro do nariz que não lembram de nenhum modo as duas letras que queríamos fazê-lo
dizer.
"Não é a prova de que essa criança já viveu? Detenho-me aí, sentindo-me bastante
instruída por ousar concluir. Tenho necessidade de aprender ainda, de ler muito tudo o
que trata do Espiritismo, não para me convencer: o Espiritismo responde a tudo, ou pelo
menos quase tudo; mas, vo-lo repito, senhor, não sei bastante. Isto virá: o desejo não me
falta. Deus que não me abandonou há dezessete anos que sou viúva; Deus, que me
ajudou a educar meus filhos e a estabelecê-los; Deus, em quem tenho fé, provera o que
me falta, porque espero nele, e lhe rogo de todo o coração para que permita aos seus
bons Espíritos esclarecer-me, guiar-me para o bem. Orai, pois, por mim, senhor, que
estou em comunhão de pensamento convosco, e que desejo acima de tudo caminhar no
bom caminho."
Este fato é, sem contradita, o resultado de conhecimentos adquiridos anteriormente.
Se ele é uma aptidão inata, é a que se revela espontaneamente durante o sono do corpo,
quando nenhuma circunstância não tinha podido desenvolvê-la no estado de vigília. Se as
idéias fossem um produto da matéria, por que surgiria uma idéia nova quando a matéria
está entorpecida, ao passo que ela é, não só nula, mas impossível de se exprimir quando
os órgãos estão em plena atividade? A causa primeira, pois, não deve estar na matéria. É
assim que o materialismo se choca a cada passo contra os problemas aos quais é
impotente para dar a solução. Para que uma teoria seja verdadeira e completa, é preciso
que ela não seja desmentida por nenhum fato; o Espiritismo não a formula nenhuma
prematuramente, a menos que isso não seja a título de hipótese, caso em que se guarda
de dá-la como verdade absoluta, mas somente como um objeto de estudo. É a razão pela
qual ele caminha infalivelmente.
No caso de que se trata, é, pois, evidente que o Espírito não tendo aprendido
durante a vigília o que disse durante o sono, é preciso que haja aprendido em alguma
parte; uma vez que não foi nesta vida, é preciso que isso seja numa outra, e, o que é
mais, numa existência terrestre onde falasse francês, uma vez que foram letras francesas
que ele pronunciou. Como explicarão esses fatos aqueles que negam a pluralidade das
existências ou a reencarnação sobre a Terra?
Mas resta saber como ocorre que o Espírito não possa dizer, desperto, o que
articulou no sono?
Eis a explicação que disso foi dada por um Espírito à Sociedade de Paris.
(24 de novembro de 1864. - Médium, senhora Cazemajour.)

"É uma inteligência que poderá permanecer ainda velada algum tempo pelo
sofrimento material da reencarnação à qual esse Espírito teve muita dificuldade em se
submeter, e que tem, momentaneamente, aniquiladas as suas faculdades. Mas seu guia o
ajuda com uma terna solicitude a sair desse estado pelos conselhos, os encorajamentos e
as lições que lhe dá durante o sono do corpo, lições que não são perdidas e que se
reencontrarão vivazes quando essa fase do entorpecimento tiver passado, e que será
determinada por um choque violento, uma emoção extrema. Uma crise desse gênero é
necessária para isso; é preciso esperá-la, mas não temer o idiotismo: este não é o caso."
Há ali um ensinamento importante e até certo ponto novo: o da primeira educação
dada a um Espírito encarnado por um Espírito desencarnado. Certos sábios, sem dúvida,
desdenhariam esse fato como muito pueril e sem importância; não veriam nisso senão
uma bizarrice da Natureza, ou o explicariam por uma superexcitação cerebral que apaga
momentaneamente as faculdades; porque é assim que eles explicam todas as faculdades
medianímicas. Sem dúvida, conceber-se-ia, em certos casos, a exaltação em uma pessoa
de idade madura, que eleva a imaginação por aquilo que vê, ou o que ouve, mas não se
compreenderia que isso pudesse superexcitar o cérebro de uma criança de três anos que
dorme. Eis, pois, um fato inexplicável por essa teoria, ao passo que encontra sua solução
natural e lógica pelo Espiritismo. O Espiritismo não desdenha nenhum fato, por medíocre
que seja em aparência; ele os espia, os observa e os estuda todos; é assim que progride
a ciência espírita, à medida que os fatos se apresentam para afirmar ou completar a sua
teoria; se eles se contradizem, procura-lhes uma outra explicação.
Uma carta datada de 30 de dezembro de 1864, escrita por um amigo da família,
contém o que se segue:
"Uma crise, disseram os Espíritos, determinada por um choque violento, uma
emoção extrema, livrará a criança do entorpecimento de suas faculdades. Os Espíritos
disseram verdadeiramente: a crise ocorreu por um choque violento, e eis de que maneira.
A criança foi causa para que sua avó tivesse uma queda terrível, na qual deixou de rachar
a cabeça, esmagando a criança. Depois desse abalo, a criança surpreende seus
parentes, a cada instante, pronunciando frases inteiras, como esta, por exemplo: "Tome
cuidado, mamãe, de cair."
A articulação das letras durante o sono da criança era, bem evidentemente, o
resultado do exercício que o Espírito lhe fazia praticar. Numa sessão ulterior da
Sociedade, onde não se ocupava de nenhum modo do fato em questão, a dissertação
seguinte foi dada espontaneamente, e vem confirmar e desenvolver o princípio desse
gênero de mediunidade.
Continuação
Revista Espírita 1865 Fevereiro

domingo, 9 de dezembro de 2012

4 PERFIL DO ATENDENTE FRATERNO-" Atendimento Fraterno Parte 5"


Equipe do Projeto
Uma descoberta importante feita por profissionais da Psicologia foi que a
eficácia da ajuda possível de ser prestada a alguém por um terapeuta não
depende tanto da escola psicológica a que o mesmo está vinculado mas,
sobretudo, a valores subjetivos relacionados com o seu comportamento —
diríamos, seu carisma, o amor que irradia — que o torna uma pessoa dotada
de qualidades inter-pessoais relevantes e qualidades intímas (força interior)
que o credenciam para o trabalho.
Em sendo uma pessoa tolerante (sem ser conivente), expressará um
respeito e uma aceitação incondicionais em relação ao ajudado, separando
sempre o ser, o Espírito, da problemática que o inquieta, que deverá ser vista
como um jugo, um acessório incômodo que a personalidade assumiu e,
portanto, temporário, que nada tem a ver com aquele ser de humanas paixões,
mas de essência divina, que lhe cabe amar com todas as veras de seu sentimento.
De posse dessa compreensão terá facilidade em ser autêntico (sem ser
grosseiro), pois no espaço do Atendimento Fraterno não há campo para
dissimulação da parte de quem atende, que deverá expressar sentimentos com
sinceridade e interesse real de ajudar. Quando dizemos sinceridade, não
estamos aconselhando que a pretexto de ser real, se deixe de guardar as
conveniências e o bom tom.
O atendente fraterno será sempre uma pessoa comedida e discreta,
dosando aquela informação cujo teor integral o ajudado não teria ainda
condições de suportar. Somente assim ele inspirará confiança e perceberá
adequadamente os sentimentos e emoções do outro a quem ajuda, recebendo
a inspiração dos bons Espíritos e transformando aquela vivência confusa e
deformada da pessoa a quem atende em algo compreensível e passível de
renovação.
É um dos objetivos do Atendimento Fraterno levar o atendido a essa
compreensão de si mesmo (ainda que em níveis superficiais, no início) para
que ele atendido — seja capaz de flexibilizar suas crenças pouco racionais e
lógicas e alterar os seus valores, a forma de ver a vida e a própria situação,
tornando-se mais otimista, para, a partir daí, fazer uma programação de vida,
traçar um roteiro evolutivo que envolva a superação das dificuldades na
ocasião apresentadas.
Não cabe ao atendente fraterno passar receitas prontas, encaminhar
soluções que saiam exclusivamente de sua cabeça. É preciso a adesão, a “cumplicidade”
do atendido, que deverá
estar disposto a assumir a rédea da própria vida. Bom mesmo será quando o
ajudado tomar a orientação que recebe (discretamente) como uma descoberta
sua, porque, nesse caso, ele se aplicará com mais energia ao esforço pela
superação de obstáculos. Voltaremos a esse assunto mais adiante, no capítulo
seguinte.
É da responsabilidade da Direção da Casa estabelecer o perfil ideal do
atendente fraterno, que será passado ao Coordenador do serviço que, por sua
vez, se incumbirá de organizar um processo seletivo capaz de identificar esses
valores humanos e incorporá-los ao trabalho.
Digamos que um perfil apropriado englobaria duas ordens de requisitos: os
humanos básicos e os de natureza doutrinária.
Entre os primeiros alinham-se as seguintes qualidades: saber ajudar-se, ou
seja, a pessoa já ter uma equação de vida bem delineada; interesse fraternal
por outras pessoas, que sintetizaremos com a expressão: gostar de gente; bom
repertório de conhecimentos, não apenas do ponto de vista informativo mas
também vivencial; hábito de oração e de estudo — oração para mantê-lo na
sintonia com os bons Espíritos, e estudo para mantê-lo atualizado e em
condição de compreender as pessoas; ser pessoa moralizada, ou seja, estar
conscientemente vivendo mais em função da essência — o Espírito — que da
aparência — a vida transitória do corpo e dos prazeres —; eqüanimidade,
ponderação, equilíbrio emocional, paciência e segurança, que constituem um
leque de conquistas emocionais e psíquicas que o capacitam a lidar

com situações desafiadoras.
Entre os requisitos doutrinários ou relacionados com a vivência espírita
incluiríamos: integração nas atividades do Centro e conhecimento da sua
estrutura de funcionamento; familiaridade com o Evangelho de Jesus;
conhecimento da Doutrina Espírita — obras básicas da Codificação e obras
complementares sobre mediunidade e obsessão/desobsessão, especialmente
as de André Luiz e de Manoel Philomeno de Miranda; obras sobre educação e
comportamento humano — e, por fim, competência para aplicar passes.

No primeiro grupo de requisitos, os referentes às qualidades humanas,
inúmeras outras além das apresentadas poderiam ser aventadas. Em verdade,
toda e qualquer qualidade humana soma para a eficiência do atendimento. A
nossa intenção não é, nem poderia ser, esgotálas, mas levantar o rol das
principais, segundo nossa óptica.
Algumas qualidades e requisitos não foram inclui-dos por estarem
relacionados com o próprio crescimento do atendente na tarefa e que se
adquirem com a prática. Entre estes está a empatia que é o sentir dentro, ou
seja profundamente, a sensibilidade para intuir ou perceber a experiência do
outro. Este tema será objeto de um estudo mais detalhado no capítulo 7.
O Atendimento Fraterno, conquanto seja uma atividade que requer dos
atendentes a posse de habilidades interpessoais, na dinâmica da Casa Espírita
assume um caráter eminentemente inspirativo, em que atendentes e atendidos
são auxiliados pelos bons Espíritos que se vinculam
à tarefa, os primeiros, recebendo intuições quanto à natureza dos problemas
enfocados e as sugestões a serem fornecidas para a solução dos mesmos e os
segundos, recebendo o apoio emocional indispensável, a fim de que tenham
confiança para se desvelarem.

Livro: Atendimento Fraterno ( Divaldo) - Projeto Manoel Philomeno de Miranda

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

“Se alguém me Servir, meu Pai o Honrará”


Rodolfo Calligaris
“Em verdade, em verdade vos digo: se grão de trigo que cai na terra não morrer, ficará só;
mas, se ele morrer, produzirá muito fruto.
Quem ama a sua vida, perdê-la-á, e quem aborrece a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna.
Se alguém me quiser servir, siga-me, e onde eu estiver, ali estará também o meu servo.
Se alguém me servir, meu Pai o honrará”.
(João, 12:24-26.)
Há que se distinguirem no homem duas coisas bem diferentes: a individualidade e a personalidade.
Individualidade é a centelha emanada de Deus, cujo destino é evoluir do átomo ao infinito.
Personalidade é o conjunto de elementos psicossomáticos que caracterizam a pessoa, ou cada uma das encarnações da centelha espiritual.
A individualidade permanece para todo o sempre, é imortal; a personalidade dura apenas a existência corpórea, do nascimento à morte.
A personalidade é, por assim dizer, apenas um capítulo da história do ser; a individualidade é a obra em elaboração, à qual se vão acrescentando sempre novos capítulos. Em cada permanência na Terra, cumpre-nos adquirir as experiências que ela pode ensejar ao desenvolvimento de nosso Espírito, preparando-nos pouco a pouco para a escalada a planos a vez mais altanados.
Lamentavelmente, apesar de quase todos dizermos espiritualistas e apregoarmos nossa fé na vida eterna, poucos nos conduzimos de conformidade com tais convicções.
O que vemos, por toda a parte, é um desinteresse generalizado pelas questões espirituais e um apego total, absoluto, às coisas materiais. É uma negligência completa pelo que diz respeito ­à edificação da individualidade, enquanto tudo se sacrifica ao comprazimento da personalidade. ­
Ao invés de envidarmos sérios esforços no sentido de «sermos» hoje um pouco melhores que fomos ontem, pois que desse desenvolvimento espiritual é que há de resultar a nossa felicidade no dia de amanhã, cuidamos apenas “ter” mais dinheiro, mais fama, mais prestigio social, esquecendo-nos de que estas coisas, gratas à nossa personalidade, não constituem ­patrimônio efetivamente nosso, não nos acompanharão além da sepultura e, pois, de nada valerão na esfera da espiritualidade.
Por afeiçoar-nos em demasia à “vida neste mundo”, que passa, célere, para encerrar-se melancolicamente sob sete palmos de chão, deixamos ­de cultivar as virtudes cristãs, tesouro que a traça não corrói, o ladrão não rouba e a ferrugem não desgasta» — única moeda capaz de assegurar-nos o ingresso nas regiões ditosas do Mundo Maior.
Como diz o texto evangélico em tela, se o grão de trigo não morrer, isto é, não se desfizer da camada cortical que encerra o embrião, não germinará e conseqüentemente não poderá multiplicar-se.
Semelhantemente, para que nossa individualidade logre repontar, crescer e produzir maravilhosos frutos de altruísmo, mister se faz seja rompida a casca grossa do personalismo egoísta que a envolve.
Para consegui-lo, um só meio existe: seguir o exemplo do Mestre incomparável, entregando-nos a uma vivência de abnegação, exercitando-nos nas tarefas de auxílio ao próximo.
Amando e servindo nossos irmãos em humanidade, estaremos amando e servindo ao Cristo, pois, conforme sua afirmação, cada vez que assistimos a um desses “pequeninos” é a ele próprio que o fazemos.
Quem se ache empenhado nesse trabalho, continue, persevere. Embora o mundo o ignore ou não lhe reconheça os méritos, no devido tempo “o Pai celestial o honrará”.
(Revista Reformador de março de 1966)