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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Perguntas respondidas por Divaldo e Raul acerca do Evangelho.

Matéria retirada do Livro: Os Evangelhos e o Espiritismo da editora Leal .

Pergunta No 3.
" A luz veio ao mundo, e os homens amaram mais as trevas do que a luz , porque as obras deles eram más".(Jó.3:13-21). Hoje, no mundo, existem diversas seitas religiosas disputando a primazia da luz. Onde, afinal, encontrar a verdadeira luz?

Raul:Não é difícil encontrar a verdadeira luz nos dias atuais do mundo, mesmo que nos achemos em meio às disputas pela primazia. A luz verdadeira ilumina sem alarde, penetra os escaninhos das almas, a vida dos seres humanos e interfere positivamente no seu modo de ser. A mensagem que consegue alavancar o coração humano das limitações das sombras para as vultuosas claridades do intelecto e do sentimento , essa corresponde à grande e vera luz.

Divaldo: A verdadeira luz desceu à Terra nas jamais ultrapassadas canções apresentadas por Jesus no Sermão da Montanha.
Em razão da predominância da natureza animal sobre a natureza espiritual do homem,permanece vigorosa a aceitação tácita das questões defluentes do ego e dos seus sicários, que são as paixões dissolventes. Ainda prevalece o interesse mesquinho e perturbador pela mentira, pela manipulação,pela prepotência , em que muitos indivíduos preferem estagiar.
Inúmeras seitas religiosas surgem com periodicidade, adaptando os ensinamentos austeros da busca do Reino dos Céus, mediante os valores enganosos da Terra, atraindo multidões ansiosas e sedentas de poder e gozo, porém distantes da verdade.
A proposta de Jesus , por ser a verdadeira - renúncia, amor, abnegação, caridade, autoiluminação - é preterida por alguns segmentos sociais e indivíduos egotistas, permanecendo, não obstante, como única alternativa para a felicidade.
Lenta, no entanto, seguramente, a luz da verdade imorredoura espalha-se pela Terra, proporcionando a renovação social e espiritual dos seus habitantes.

7- Quem é o " Espírito Santo" na concepção espiritual?

Raul: Essa expressão nos sugere que a governança do mundo existam plêiades de entidades luminosas que, sob o comando Celeste Benfeitor - Jesus, o Messias - cuidam de investir os recursos do seu poder espiritual em favor do progresso geral e da renovação das humanas criaturas. O que as teologias convencionaram chamar de Espírito Santo pode ser compreendido como esses conjuntos de Espíritos sublimados que cuidam da evolução planetária.

Divaldo: O Espírito Santo pode ser entendido como o Espírito de Verdade, o Consolador constituído pelas coortes espirituais formadas pelos nobres Guias da Humanidade.
Podemos identificá-lo também como as estrelas que cairão sobre a Terra, as forças espirituais , o Cristo de Deus...


49- O que devemos entender por "Humildes de Espírito" ou " Pobres de Espírito" ,  os quais Jesus elege para o Reino dos Céus? (Mt. 5: 3)

Raul: Essa bem aventurança de Jesus exprime, de fato, a ventura experimentada pelos que conseguem desenvolver a humildade, a simplicidade em si próprios. Humildade que não significa tolice nem pieguice, simplicidade que não é papalvice.
É assim que achamos em o Livro dos Médiuns, de Allan kardec, que no Cap. XXXI, item XVI , o Espírito Santo Agostinho a afirmar que Deus ama os simples de espírito , o que não quer dizer tolos, mas que renunciam a si mesmos e que , sem orgulho, para Ele se encaminham.
Divaldo: Os pobres de espírito podem ser considerados todos aqueles que se despojaram dos andrajos morais da ira, do ódio, do orgulho, da insensatez, da sensualidade, verdadeiras fortunas que muitos preservam e disputam. Nestes mundo rico de espíritos pobres de valores éticos, Jesus glorifica aqueles que são os liberados das mazelas da alma, dos vícios e dependências infelizes das paixões primárias. Esses alcançarão o Reino dos Céus que , de alguma forma, já se lhes encontra ínsito no coração puro de inferioridade.

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Função e Significação( O Centro Espírita)



O Centro Espírita não é templo nem laboratório – é, para usarmos a expressão espírita de Victor Hugo: point d’opotique do movimento doutrinário, ou seja, o seu ponto visual de convergência. Podemos figurá-lo como um espelho côncavo em que todas as atividades doutrinárias se refletem se unem, projetando-se conjugadas no plano social geral, espírita e não espírita. Por isso mesmo a sua importância, como síntese natural da dialética espírita, é fundamental para o desenvolvimento seguro da Doutrina e suas práticas. Kardec avaliou a sua importância significativa no plano da divulgação e da orientação dos Grupos, explicando ser preferível a existência de vários Centros pequenos e modestos numa cidade ou num bairro, à existência de um único Centro grande e suntuoso.
Um Centro Espírita pequeno e modesto – como na maioria o são – atrai as pessoas realmente interessadas no conhecimento doutrinário, cria um ambiente de fraternidade ativa em que as discriminações sociais e culturais desaparecem no entrelaçamento de todos os seus componentes, considerados como colaboradores necessários de uma obra única e concreta. O ideal é o Centro funcionar em sede própria, para maior e mais livre desenvolvimento de seus trabalhos, mas enquanto isso não for possível, pode funcionar com eficiência numa sala cedida ou alugada, numa garagem vazia ou mesmo numa dependência de casa familiar. As objeções contra isso só podem valer quando se trate de casas em que existam motivos impeditivos materiais ou morais.
Muitos Centros Espíritas surgiram do desenvolvimento de grupos familiais, desligando-se mais tarde da residência em que formara. A alegação de que a casa fica infestada ou coisas semelhantes é contraditada pela experiência. Um trabalho de amor ao próximo, feito com sinceridade e intenções elevadas, conta com a proteção dos Espíritos benevolentes e a própria defesa de suas boas intenções. Os Centros oriundos de grupos familiares mostram-se mais coesos e mais abertos conservando a seiva fraterna de sua origem. É esse o clima de que necessitam os trabalhos doutrinários.
Organizado o Centro, com uma denominação simples e afetiva, com o nome de um Espírito amigo ou de uma figura espírita abnegada, de pessoa já desencarnada, preparados, aprovados em assembléia geral e registrados em estatutos, sua função e significação estão definidas como estudo e prática da Doutrina, divulgação e orientação dos interessados, serviço assistencial aos espíritos sofredores e às pessoas perturbadas, sempre segundo o Codificação de Allan Kardec. Sem Kardec não há Espiritismo, há apenas mediunismo desorientado, formas do sincretismo religioso afro-brasileiro, confusões determinadas por teorias pessoais de pretensos mestres.
Dirigentes, auxiliares e freqüentadores de um Centro Espírita bem organizado sabem que a obra de Kardec é um monumento científico, filosófico e religioso de estrutura dinâmica, não estática, mas cujo desenvolvimento exige estudos e pesquisas do maior rigor metodológico, realizadas com humanidade, bom-senso, respeito à Doutrina e condições culturais superiores. Opiniões pessoais, palpites de pessoas pretensiosas, livros mediúnicos ou não de conteúdo mistificador, cheios de absurdos ridículos – seja o autor quem for – não têm nenhum valor para um verdadeiro Centro Espírita.
Cada Centro Espírita tem os seus protetores e guias espirituais que comprovam a sua autenticidade pelos serviços prestados, pelas manifestações oportunas e cautelosas, pela dedicação aos princípios kardecianos. A autoridade moral e cultural dos dirigentes e dos espíritos protetores e guias de médiuns e trabalhos decorre da integração dos mesmos na orientação de Kardec. O Centro que se esquece disso cai fatalmente em situações negativas, adotando práticas anti-espíritas e enveredando pelo caminho da traição a Kardec e ao Espírito da verdade. As conseqüências dessa falência são altamente prejudiciais a todo movimento espírita. Não se trata de nenhum problema sobrenatural, mas simplesmente de falta de vigilância – principalmente contra o orgulho e a vaidade, que levam muitas pessoas a quererem evidenciar-se mais do que outras. Isso acontece também em todos os campos da atividade humana, nos quais encontramos cientistas pretensiosos e sistemáticos, negociantes fraudulentos, médicos apegados às suas idéias próprias. A pretensão humana não tem limites e cada indivíduo pretensioso está sempre assessorado por entidades mistificadoras.
A Ciência Espírita é um organismo vivo, de natureza conceptual, estruturada em leis psicológicas, ou seja, em princípios espirituais e racionais. Essa estrutura é íntegra, perfeita, harmoniosa, e não podemos violentar um só dos seus princípios sem pôr em perigo imediato todo o seu sistema. No Centro Espírita em que essa compreensão da doutrina não se desenvolve, na verdade não existe Espiritismo, mas apenas um vago desejo de atingi-lo. As raízes dessa estrutura conceptual estão no Cristianismo, não em seu aspecto formal-igrejeiro, mas em sua existência evangélica, definida da Codificação Kardeciana. Os evangelhos canônicos das Igrejas Cristãs estão carregados de elementos da Era Mitológica e superstições judaicas. São esses elementos do passado pagão-judeu que deformaram o ensino puro de Jesus, permitindo interpretações flagrantemente contrárias ao que Jesus ensinou e exemplificou. No livro “O Evangelho Segundo o Espiritismo” e no livro “A Gênese” Kardec mostrou como podemos restabelecer a pureza das raízes evangélicas, usando a pesquisa histórica das origens cristãs, o método analítico-positivo de estudo histórico e o método lógico comparativo dos textos. Sem a pureza das raízes não teremos a pureza dos textos e cairemos facilmente nas trapaças ou nas ilusões dos mistificadores encarnados e desencarnados.
Nas primeiras comunidades cristãs, onde o culto pneumático[i] era praticado, manifestavam-se espíritos furiosos, defensores de suas crenças antigas, que injuriavam o Cristo e seus adeptos. O culto constituía a parte prática do ensino espírita de Jesus. Na I Epístola aos Coríntios o Apóstolo Paulo dá instruções à comunidade de Corinto sobre a realização desse culto, ensinando até mesmo como os médiuns (então chamados profetas) deviam se comportar na reunião. Os Espíritos se manifestavam pelos médiuns e eram doutrinados pelos participantes do culto. Esse trecho expressivo encontra-se no tópico da epístola que trata dos Dons Espirituais. Não obstante, as Igrejas Cristãs deram interpretações inadequada e absurda a esse trecho, como fizeram com todos os trechos do Evangelho em que Jesus se refere à reencarnação. Incapazes de doutrinar os espíritos mistificadores ou agressivos, que atacavam Jesus e sua missão, os que se ligaram ao Império Romano suprimiram o culto pneumático, alegando que as entidades que neles se manifestavam eram diabólicas. Essa a razão porque Igrejas Cristãs repelem até hoje o Espiritismo como prática diabólica, rejeitando as manifestações espíritas.
Num Centro Espírita bem organizado esses problemas são estudados e ensinados, para que as pessoas interessadas no ensino real do Cristo possam compreender o sentido do Espiritismo. Sem isso, o Centro Espírita deixa de cumprir a sua missão na grande obra de restauração do Cristianismo em espírito e verdade. O que o Espiritismo busca é a verdade cristã, cumprindo na Terra a promessa de Jesus, que através de Kardec e seu guia Espiritual, o Espírito Superior que deu a Kardec, quando este lhe perguntou quem era, esta resposta simples: “Para você, eu sou A Verdade”. O Centro Espírita significa, assim, uma fortaleza espiritual da grande batalha para o restabelecimento da verdade cristã na Terra. Mas tudo isso deve ser encarado de maneira racional e não mística, no Centro Espírita. Ninguém está ali investido de prerrogativas divinas, mas apenas de obrigações humanas.



[i] A expressão culto pneumático vem do grego, pois “pneuma” quer dizer espírito.


Livro : O Centro Espírita por Herculano Pires

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Informações descabidas



Vianna de Carvalho
 
Quase todas as propostas idealistas, na medida em que se fazem conhecidas, perdem em profundidade o que lucram em superfície.
De igual maneira vem sucedendo ao movimento espírita, cuja divulgação merece aprofundar os conceitos doutrinários, a fim de oferecer subsídios valiosos aos iniciantes e interessados em conhecer na sua realidade legítima a doutrina libertadora da ignorância espiritual sobre a vida.
Em face da popularização dos nobres conteúdos filosóficos, pessoas inescrupulosas transformam-se de um para outro momento em pretensos esclarecedores do pensamento espírita, introduzindo as próprias ideias, em razão do quase total desconhecimento espiritista.
Não poucas vezes, presunçosos e arrogantes, criam diretrizes burlescas e teorias esdrúxulas que dizem provir do mundo espiritual, completando o que Allan Kardec não teve tempo de realizar.
Nesse capítulo, surgem movimentos denominados um passo adiante do que se encontra estabelecido na Codificação, como resultado de informações perfeitamente compatíveis com as conquistas da ciência contemporânea.
Outros indivíduos, portadores de conflitos psicológicos, projetam os seus transtornos na farta clientela desprevenida e se apresentam como portadores de mediunidade especial, caracterizada por expressiva clarividência, que lhes permite antever o futuro, detectar o presente, formular diagnósticos de enfermidades graves e resolvê-las, identificar obsessões perversas, infortúnios porvindouros... E utilizando-se da iluminação que se atribuem, apresentam fórmulas salvacionistas, propondo comportamentos incompatíveis com o bom senso e a lógica doutrinários.
É lamentável que tal fenômeno tenha lugar num movimento que pretende traduzir a grandeza do pensamento dos Imortais, com simplicidade e lógica, embora a sua grandiosa e complexa estrutura intrínseca.
Sucede que os tormentos da vaidade e do orgulho, que ainda predominam em a natureza humana, como herança do seu processo de evolução antropológica, impedem ou dificultam que o indivíduo amolde o caráter moral às novas propostas de iluminação, tornando-se-lhe mais fácil adaptá-las ao seu vicioso modo de ser.
No começo, um grande entusiasmo invade esses desprevenidos, que se deixam tocar interiormente pela significativa contribuição imortalista, logo após acostumando-se com a informação valiosa e, necessitados como se encontram, de novidades, criam, fascinados pelo próprio raciocínio, correntes de pensamento que lhes projetem o ego, a desserviço da divulgação saudável e correta do Espiritismo.
É sempre valioso recordarmo-nos da frase enunciada por João, o Batista, a respeito de Jesus, quando elucida: - É necessário que Ele cresça e que eu diminua.
Assim, agiu corretamente, porque o seu era o ministério de preparar-Lhe os caminhos, diminuindo as asperezas, que se tornaram ainda muito complicadas para vencê-las, fazendo, porém, a sua melhor parte.
Aos espiritistas, portanto, novatos ou militantes, que tudo façam para que a doutrina cresça e eles diminuam, de modo que realizem o mister que lhes cabe sem a ufania de serem inovadores, médiuns especiais e reveladores, completistas do trabalho do Codificador ou elucidadores das diretrizes fornecidas pelos Espíritos, o que lhes desvela a insensatez e a presunção, demonstrando que, não fossem eles e não se compreenderia a Revelação que, no entanto, é simples e profunda.
Também repontam os defensores do Espiritismo, sempre preocupados com a forma exterior e não com a vivência interna, quais antigos fariseus, estando sempre vigilantes para denunciar, agredir aos demais e aparecer com a bandeira da salvação, como se fossem necessários. Olvidam que a sua jornada terrestre é sempre breve, e que se o Espiritismo os necessitasse para esse fim, bem pobres seriam a sua filosofia e ética-moral, porque dependentes da sua defesa. Quando desencarnassem, como é inevitável, e tem sucedido com todos esses que assim se comportam, o pensamento espírita ficaria órfão, e logo desapareceria.
Ledo engano, a morte que a todos arrebata, não consegue diminuir o impacto e a força da Terceira Revelação que vem dos Céus à Terra, ao inverso do que alguns pensam...
A maneira mais vigorosa e própria para a divulgação do Espiritismo é a exposição dos seus ensinamentos conforme se encontram na Codificação, naturalmente apresentando contribuições convergentes, contemporâneas, sem alardes nem sensacionalismos, porquanto, os mentores da Humanidade prosseguem vigilantes, a fim de que nada venha a faltar, para que, em breve, seja conhecido e vivenciado.
Portanto, é de igual e magna importância, viver-se o dia a dia existencial fixado no programa elaborado pelo Consolador prometido, demonstrando alegria de participar deste momento, com fidelidade ao amor e à caridade, vivenciando uma conduta moral saudável, tornando-se carta viva do Evangelho, a fim de que todos possam ver no seu comportamento o profundo e desafiador contributo que proporciona felicidade e paz.
Desse modo, não há lugar no movimento espírita para pessoas-fenômeno, para gurus de ocasião, para reveladores extravagantes, para mensagens bombásticas, para informações apavorantes, a fim de atrair adeptos temerosos do fim do mundo, do juízo final, dos umbrais, da necessidade de fazer a caridade de modo a evitar sofrimentos e quejandos...
O Espiritismo ilumina a consciência, libertando os sentimentos das prisões emocionais, das dependências de pensamento febril, facultando aos seus adeptos a responsabilidade pelos próprios atos, sempre geradores de consequências compatíveis com a sua constituição.
Doutrina da alegria, não é festeira, nem pode ser transformada em um oásis de fantasias para diversão ou frivolidade.
É uma ciência grave e simples, que se destina a pessoas sérias, laboriosas, que anelam por uma sociedade mais solidária e fraternal.
Todo o investimento de zelo e carinho, responsabilidade e amor na vivência dos seus postulados, de que se encarrega o movimento organizado pelas criaturas humanas, deve ser levado em conta, a fim de que o Espiritismo alcance a finalidade para a qual foi enviado pelo Senhor, qual seja a verdadeira construção do reino de Deus no coração.
 
Psicografia de Divaldo Pereira Franco, na manhã de 5
de março de 2012, em Miami Beach, Flórida, EUA.
Em 19.07.2012

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

ANTE O GRANDE RENOVADOR

ANTE O GRANDE RENOVADOR


Senhor, lembrando a Tua crucificação entre malfeitores, sacrificado em Teu ministério de amor universal, ouvimos apelos de vários setores religiosos do mundo presente, invocando-Te o nome para incentivar os movimentos tumultuários da renovação política que convulsiona o Planeta...

Asseguram-Te a posição de maior revolucionário de todos os tempos. Afirmam que abalaste os fundamentos sociais da ordem humana, que alteraste o curso da civilização, que transformaste os povos da Terra,

Quem Te negará, Senhor, a condição de Embaixador Celeste? Quem desconhecerá Teu apostolado de redenção?

Entretanto, divulgando a mensagem da Boa-Nova, jamais insultaste o governo estabelecido...

Amigo de todos os sofredores e necessitados, nunca congregaste os infelizes em sinistras aventuras de ódio ou indisciplina. Aproximavas-Te dos desamparados, curando-lhes as enfermidades, ensinando-lhes o caminho do bem, estendendo-lhes mãos benfeitoras e diligentes. Dirigindo-Te à massa anônima e desditosa, em nome do Eterno Pai, não preconizaste movimentos armados de desrespeito às autoridades legalmente constituídas. Ao invés do incitamento à revolta, recomendavas que a Lei de Moisés fosse respeitada, que os sacerdotes dignos fossem honrados, asseverando que o Reino de Deus não surgiria com aparências exteriores e, sim, com a elevação espiritual do homem de qualquer raça ou nacionalidade, sinceramente interessado em aproveitar os dons divinos.

Expondo princípios superiores ao coração popular, não disputaste lugar saliente, junto ao romano dominador, a pretexto de patrocinar a liberdade e, sim, aconselhaste acatamento a César com a obrigação de resgatar-se o tributo que se lhe devia.

Erguendo novas colunas no templo da fé viva, conclamando mãos limpas e corações puros ao serviço do Céu, não desprezaste a legião dos pecadores e criminosos, que se abeiravam de Ti, sedentos de transformação para a tarefa bendita... Não falaste a eles de uma tribuna dourada, acentuando fronteiras de separação. Comungaste com todos no caminho da vida, a pleno chão, abraçando leprosos e delinqüentes, avarentos e rixosos, bonecas e mulheres desventurados. Não impunhas, no entanto, qualquer compromisso que envolvesse a administrarão dos interesses públicos, nem traçavas, com astutas palavras, qualquer insinuarão ao desespero. Pedias tão somente renovassem o coração para que a Luz do Reino lhes penetrasse as profundidades do ser.

Sustentando o sublime ideal de obediência a Deus, nunca ordenaste morte ou punição aos companheiros menos corajosos. Suportaste as fragilidades dos discípulos mais queridos, confiando no futuro, certo de que se podiam faltar a Ti, nos instantes mais duros, não falhariam para com o Pai, nas grandes horas, desde que não te desanimasses na semeadura da fraternidade e proteção, pelo esforço da palavra e do exemplo no círculo educativo.

Se confiavas num mundo vasto, onde reinaria a solidariedade nas relações humanas, jamais tentaste apressar diretrizes absolutas pelo império da força. Começaste sempre a propaganda dos propósitos divinos em Ti mesmo, revelando o próprio coração, cultivando o trabalho e a esperança, com suprema fidelidade ao Poder Mais Alto que marcou estação adequada à semente e à germinação, à flor e ao fruto. Em momento algum mobilizaste a violência, alegando necessidades do serviço superior e, em todo o Teu apostolado, jamais desdenhaste o menor ensejo de amparar o próximo, edificando-o.

Para isso, abraçaste os velhos e os doentes, os deserdados e os tristes, os aleijados e as criancinhas...

Nunca disseste, Senhor, que os discípulos deveriam dominar em Roma para serem úteis na Judéia, nem prometeste primeiros lugares, nas Estradas da Glória, aos companheiros diletos, ainda mesmo em se tratando de João e Tiago que Te foram carinhosos amigos. Mas garantiste a vitória sublime a todos os homens que se fizessem devotados servos dos semelhantes por amor ao Pai Celestial.

Invariàvelmente, solicitaste socorro e proteção, desculpas e auxílios para os que Te perseguiam, gratuitamente, irônicos e ingratos...

Tua ordem era de amor e paz para que todo espírito se converta ao Infinito Bem...

Hoje, contudo, improvisam-se guerras sanguinolentas e sobram discórdias em Teu nome. Há companheiros que disputam situações de relevo, a fim de servirem à Tua causa, como se o sacrifício pessoal não constituísse a Tua senha na obra redentora. Outros Te recordam os ensinos para justificar a inconformação e a desordem.

Sim, foste, em verdade, o Grande Renovador, Transformaste os séculos e as nações, trabalhando e perdoando, ajudando e servindo, esperando e amando sempre!...

Um dia, na praça pública, quando ficaste a sós com humilde e infortunada irmã, que se vira fustigada pelo populacho ignorante, perguntaste -lhe, emocionadamente:

– Mulher, onde estão os perseguidores que te acusam?

Hoje, Mestre, lamentando embora o tempo que também perdi na Terra, iludido e envenenado quanto os outros homens, lembrando-Te ainda na cruz afrontosa, sozinho em Tua exemplificação de amar e renúncia, abnegação e martírio, ouso interrogar-Te, com as lágrimas de meu profundo arrependimento :

– Senhor, onde estão os renovadores que Te acompanham?



pelo Espírito Irmão X - Do livro: Luz Acima, Médium: Francisco Cândido Xavier.

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

A ÚLTIMA TENTAÇÃO


Irmão X
Dizem que Jesus, na hora extrema, começou a procurar os discípulos, no seio da agitada multidão que lhe cercava o madeiro, em busca de algum olhar amigo em que pudesse reconfortar o espírito atribulado...
Contemplou, em silêncio, a turba enfurecida.
Fustigado pelas vibrações de ódio e crueldade, qual se devera morrer, sedento e em chagas, sob um montão de espinhos, começou a lembrar os afeiçoados e seguidores da véspera...
Onde estariam seus laços amorosos da Galiléia?...
Recordou o primeiro contacto com os pescadores do lago e chorou.
A saudade amargurava-lhe o coração.
Por que motivo Simão Pedro fora tão frágil? que fizera ele, Jesus, para merecer a negação do companheiro a quem mais se confiara?
Que razões teriam levado Judas a esquecê-lo? Como entregara, assim, ao preço de míseras moedas, o coração que o amava tanto?
Onde se refugiara Tiago, em cuja presença tanto se comprazia?
Sentiu profunda saudade de Filipe e Bartolomeu, e desejou escutá-los.
Rememorou suas conversações com Mateus e refletiu quão doce lhe seria poder abraçar o inteligente funcionário de Cafarnaum, de encontro ao peito...
De reminiscência a reminiscência, teve fome da ternura e da confiança das criancinhas galiléias que lhe ouviam a palavra, deslumbradas e felizes, mas os meninos simples e humildes que o amavam perdiam-se, agora, à distância...
Recordou Zebedeu e suspirou por acolher-se-lhe à casa singela.
João, o amigo abnegado, achava-se ali mesmo, em terrível desapontamento, mas precisava socorro para sustentar Maria, a angustiada Mãe, ao pé da cruz.
O Mestre desejava alguém que o ajudasse, de perto, em cujo carinho conseguisse encontrar um apoio e uma esperança...
Foi quando viu levantar-se, dentre a multidão desvairada e cega, alguém que ele, de pronto, reconheceu.
Era a mesmo Espírito perverso que o tentara no deserto, no pináculo do templo e no cimo do monte.
O Gênio da Sombra, de rosto enigmático, abeirou-se dele e murmurou:
– Amaldiçoar, os teus amigos ingratos e dar-te-ei o reino do mundo! Proclama a fraqueza dos teus irmãos de ideal, a fim de que a justiça te reconheça a grandeza angélica e descerás, triunfante, da cruz!... Dize que os teus amigos são covardes e duros, impassíveis e traidores e unir-te-ei aos poderosos da Terra para que domines todas as consciências. Tu sabes que, diante de Deus, eles não passara de míseros desertores...
Jesus escutou, com expressiva mudez, mas o pranto manou-lhe mais intensamente da olhar translúcido.
– Sim – pensava –, Pedro negara-o, mas não por maldade. A fragilidade do apóstolo podia ser comparada à ternura de uma oliveira nascente que, com os dias, se transforma no tronco robusto e nobre, a desafiar a implacável visita dos anos. Judas entregara-o, mas não por má-fé. Iludira-se com a política farisaica e julgara poder substituí-lo com vantagem nos negócios do povo.
Encontrou, no imo dalma, a necessária justificação para todos e parecia esforçar-se por dizer o que lhe subia do coração.
Ansioso, o Espírito das Trevas aguardava-lhe a pronúncia, mas o Cordeiro de Deus, fixando os olhos no céu inflamado de luz, rogou em tom inesquecível:
– Perdoa,-lhes, Pai! Eles não sabem o que fazem!...
O Príncipe das Sombras retirou-se apressado.
Nesse instante, porém, ao invés de deter-se na contemplação de Jerusalém dominada de impiedade e loucura, o Senhor notou que o firmamento rasgara-se, de alto a baixo, e viu que os anjos iam e vinham, tecendo de estrelas e flores o caminho que o conduziria ao Trono Celeste.
Uma paz indefinível e soberana estampara-se-lhe no semblante.
O Mestre vencera a última tentação e seguiria, agora, radiante e vitorioso, para a claridade sublime da ressurreição eterna.
Do livro “Contos e Apólogos”. Irmão X. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.

JESUS E O MUNDO


Emmanuel

Se Jesus não tivesse confiança na regeneração dos homens e no aprimoramento do mundo, naturalmente, não teria vindo ao encontro das criaturas e nem teria jornadeado nos escuros caminhos da terra.
Não podemos, por isso, perder a esperança e nem nos cabe o desânimo, diante das pequenas e abençoadas lutas que o Céu nos concedeu, entre as sombras das humanas experiências.
Da escola do mundo saíram diplomados em santificação Espíritos sublimes, que hoje se constituem abençoados patronos da evolução terrestre.
Não nos compete menosprezar o plano de aprendizagem que nos alimenta e nos agasalha, que nos instrui e aperfeiçoa.
Se o melhor não auxilia ao pior, debalde aguardaremos a melhoria da vida.
Se o bom desampara o mau, a fraternidade não passaria de mera ilusão.
Se o sábio não ajuda ao ignorante, a educação redundaria em mentira perigosa.
Se o humilde foge ao orgulhoso, surgiria o amor por vocábulo inútil.
Se o aprendiz da gentileza menoscaba o prisioneiro da impulsividade, o desequilíbrio comandaria a existência.
Se a virtude não socorre às vítimas do vício e se o bem não se dispõe a salvar quantos se arrojam aos despenhadeiros do mal, de coisa alguma serviria a predicação evangélica no campo de trabalho que a Providência Divina nos confiou.
O Mestre não era do mundo, mas veio até nós para a redenção do mundo. Sabia que os seus discípulos não pertenciam ao acervo moral da Terra, mas enviou-os ao convívio com homens para que os homens se transformassem nos servidores devotados do bem, convertendo o Planeta em seu reino de Luz.
O cristão que foge ao contato com o mundo, a pretexto de garantir-se contra o pecado, é uma flor parasitária e improdutiva na árvore do Evangelho, e o Senhor, longe de solicitar ornamentos para a sua obra, espera trabalhadores abnegados e fiéis que se disponham a remover o solo com paciência, boa vontade e coragem, a fim de que a Terra se habilite para a sementeira renovadora do grande amanhã.

Do livro Coragem. Psicografia de Francisco Cândido Xavier.
 

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

ADVENTO DO ESPÍRITO DE VERDADE

Evangelho Segundo o Espiritismo.
Cap. 6

8. Deus consola os humildes e dá força aos aflitos que lha
pedem. Seu poder cobre a Terra e, por toda a parte, junto
de cada lágrima colocou ele um bálsamo que consola. A
abnegação e o devotamento são uma prece contínua e encerram
um ensinamento profundo. A sabedoria humana
reside nessas duas palavras. Possam todos os Espíritos
sofredores compreender essa verdade, em vez de clamarem
contra suas dores, contra os sofrimentos morais que neste
mundo vos cabem em partilha. Tomai, pois, por divisa estas
duas palavras: devotamento e abnegação, e sereis fortes,
porque elas resumem todos os deveres que a caridade e
a humildade vos impõem. O sentimento do dever cumprido
vos dará repouso ao espírito e resignação. O coração bate
então melhor, a alma se asserena e o corpo se forra aos
desfalecimentos, por isso que o corpo tanto menos forte se
sente, quanto mais profundamente golpeado é o espírito. –
O Espírito de Verdade. (Havre, 1863.)