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sexta-feira, 5 de julho de 2013

Conversação edificante acerca de nosso perispírito, doenças da alma."...O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação..."

CONVERSAÇÃO  EDIFICANTE

 André Luiz

XXI
Enquanto regressávamos ao nosso círculo de trabalho e de estudo, para articular novas providências de auxílio, em favor dos protagonistas da história que a vida estava escrevendo, concluí que não me cabia perder a oportunidade de mais amplo entendimento com o nosso orientador, com alusão aos esclarecimentos que nos fornecera, acerca do perispírito
Assim como o homem comum mal conhece o veículo em que se movimenta, ignorando a maior parte dos processos vitais de que se beneficia e usando o corpo de carne à maneira de um inquilino estranho à casa em que reside, também nós, os desencarnados, somos compelidos a meticulosas meditações para analisar a vestimenta de que nos servimos, de modo a conhecer-lhe a intimidade.
Efetivamente, em novas condições na vida espiritual, passamos a apreciar, com mais segurança, o corpo abandonado à Terra, penetrando os segredos de sua formação e desenvolvimento, sustentação e desintegração, mas somos desafiados pelos enigmas do novo instrumento que passamos a utilizar. Lidamos, na Vida Maior, com o carro sutil da mente, pelo menos, na esfera em que nos situamos, acentuando, pouco a pouco, os nossos conhecimentos, quanto às peculiaridades que lhe dizem respeito.
Reparei que Hilário, pela expressão dos olhos, demonstrava não menor anseio de saber. E, encorajado pela atitude do companheiro, desfechei a primeira questão, considerando:
‑ Inegavelmente, será difícil alcançar o grande equilíbrio que nos outorgará o trânsito definitivo para as eminências do Espírito Puro.
‑ Ah! sim – concordou o Ministro, com grace entono ‑, para que tivéssemos na Crosta Planetária um vaso tão aprimorado e tão belo, quanto o corpo humano, a Sabedoria Divina despendeu milênios de séculos, usando os multiformes recursos da Natureza, no campo imensurável das formas ... Para que venhamos a possuir o sublime instrumento da mente em planos mais elevados, não podemos esquecer que o Supremo Pai se vale do tempo infinito para aperfeiçoar e sublimar a beleza e a precisão do corpo espiritual que nos conferirá os valores imprescindíveis à nossa adaptação à Vida Superior.
‑ Compete-nos, então – observou Hilário, atencioso ‑, atribuir importante papel às enfermidades na esfera humana. Quase todas estarão no mundo, desempenhando expressivo papel na regeneração das almas.
‑ Exatamente.
‑ Cada «centro de força» ‑ ponderei – exigirá absoluta harmonia, perante as Leis Divinas que nos regem, a fim de que possamos ascender no rumo do Perfeito Equilíbrio ...
‑ Sim – confirmou Clarêncio ‑, nossos deslizes de ordem moral estabelecem a condensação de fluidos inferiores de natureza gravitante, no campo electromagnético de nossa organização, compelindo-nos a natural cativeiro em derredor das vidas começantes às quais nos imantamos.
Hilário, conduzindo mais longe as próprias divagações, perguntou:
‑ Imaginemos, contudo, um homem puramente selvagem, a situar-se em plena ignorância dos Desígnios Superiores, que se confia a delitos indiscriminados ... Terá nos tecidos sutis da alma as lesões cabíveis a um europeu supercivilizado, que se entrega à indústria do crime?
Clarêncio sorriu, compreensivo, e acentuou:
‑ Sigamos devagar. Comentávamos, ainda há pouco, o problema da evolução. Assim como o aperfeiçoado veículo do homem nasceu das formas primárias da Natureza, o corpo espiritual foi iniciado também nos princípios rudimentares da inteligência. É necessário não confundir a semente com a árvore ou a criança com o adulto, embora surjam na mesma paisagem da vida. O instrumento perispirítico do selvagem deve ser classificado como protoforma humana, extremamente condensado pela sua integração com a matéria mais densa. Está para o organismo aprimorado dos Espíritos algo enobrecidos, como um macaco antropomorfo está para o homem bem-posto das cidades modernas. Em criaturas dessa espécie, a vida moral está começando a aparecer e o perispírito nelas ainda se encontra enormemente pastoso. Por esse motivo, permanecerão muito tempo na escola da experiência, como o bloco de pedra rude sob marteladas, antes de oferecer de si mesmo a obra-prima ... Despenderão séculos e séculos para se rarefazerem, usando múltiplas formas, de modo a conquistarem as qualidades superiores que, em lhes sutilizando a organização, lhes conferirão novas possibilidades de crescimento consciencial. O instinto e a inteligência pouco a pouco se transformam em conhecimento e responsabilidade e semelhante renovação outorga ao ser mais avançados equipamentos de manifestação ... O prodigioso corpo do homem na Crosta Terrestre foi erigido pacientemente, no curso dos séculos, e o delicado veículo do Espírito, nos planos mais elevados, vem sendo construído, célula a célula, na esteira dos milênios incessantes ...
E, com um olhar significativo, Clarêncio concluiu:
‑ ... até que nos transfiramos de residência, aptos a deixar, em definitivo, o caminho das formas, colocando-nos na direção das esferas do Espírito Puro, onde nos aguardam os inconcebíveis, os inimagináveis recursos da suprema sublimação.
Calara-se o instrutor, mas o assunto era por demais importante para que eu me desinteressasse dele apressadamente.
Recordei os inúmeros casos de moléstia obscuras de meu trato pessoal e aduzi:
‑ Decerto a Medicina escreveria gloriosos capítulos na Terra, sondando com mais segurança os problemas e as angústias da alma ...
‑ Gravá-los-á mais tarde – confirmou Clarêncio, seguro de si. – Um dia, o homem ensinará ao homem, consoante as instruções do Divino Médico, que a cura de todos os males reside nele próprio. A percentagem quase total das enfermidades humanas guarda origem no psiquismo.
Sorridente, acrescentou:
‑ Orgulho, vaidade, tirania, egoísmo, preguiça e crueldade são vícios da mente, gerando perturbações e doenças em seus instrumentos de expressão.
No objetivo de aprender, observei:
‑ É por isso que temos os vales purgatoriais, depois do túmulo ... a morte não é redenção ...
‑ Nunca foi – esclareceu o Ministro, bondoso. – O pássaro doente não se retira da condição de enfermo, tão só porque se lhe arrebente a gaiola. O inferno é uma criação de almas desequilibradas que se ajuntam, assim como o charco é uma coleção de núcleos lodacentos, que se congregam uns aos outros. Quando de consciência inclinada para o bem ou para o mal perpetramos esse ou aquele delito no mundo, realmente podemos ferir ou prejudicar a alguém, mas, antes de tudo, ferimos e prejudicamos a nós mesmos. Se eliminamos a existência do próximo, nossa vítima receberá dos outros tanta simpatia que, em breve, se restabelecerá, nas leis de equilíbrio que nos governam, vindo, muita vez, em nosso auxílio, muito antes que possamos recompor os fios dilacerados de nossa consciência. Quando ofendemos a essa ou àquela criatura, lesamos primeiramente a nossa própria alma, de vez que rebaixamos a nossa dignidade de espíritos eternos, retardando em nós sagradas oportunidades de crescimento.
‑ Sim – concordei ‑, tenho visto aqui aflitivas paisagens de provação que me constrangem a meditar ...
‑ A enfermidade, como desarmonia espiritual – atalhou o instrutor ‑, sobrevive no perispírito. As moléstias conhecidas no mundo e outras que ainda escapam ao diagnóstico humano, por muito tempo persistirão nas esferas torturadas da alma, conduzindo-nos ao reajuste. A dor é o grande e abençoado remédio. Reeduca-nos a atividade mental, reestruturando as peças de nossa instrumentação e polindo os fulcros anímicos de que se vale a nossa inteligência para desenvolver-se na jornada para a vida eterna. Depois do poder de Deus, é a única força capaz de alterar o rumo de nossos pensamentos, compelindo-nos a indispensáveis modificações, com vistas ao Plano Divino, a nosso respeito, e de cuja execução não poderemos fugir sem graves prejuízos para nós mesmos.
Nosso domicílio, porém, estava agora à vista.
Os raios dourados da manhã varriam o horizonte longínquo.
Despediu-se o Ministro, paternal.
Aquele era um dos momentos em que, desde muito, se devotava ele à oração.

Fonte: Livro “Entre a Terra e o Céu” – Psicografia de Francisco Cândido Xavier pelo Espírito de André Luiz

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Nem Prata, Nem Ouro, Mas ..."Não tenho prata nem ouro para te dar — esclareceu o Apóstolo — mas o que eu tenho dou-te: em nome de Jesus, o Nazareno, anda!..."

Nem Prata, Nem Ouro, Mas ...

Pairavam, na memória dos discípulos de Jesus, o doce encantamento das experiências ao Seu lado e as cruas quão dilacerantes cenas da Tragédia.
Reconfortados pela Sua ressurreição, cantavam-lhes nas almas as festivas reminiscências dos reencontros com o Amigo redivivo, em exuberante vitalidade, que nunca mais desapareceria das suas existências.
O palco imenso da rude e ingrata Jerusalém, onde se desenrolaram os acontecimentos quase inexplicáveis que o Gólgota exibira em hediondez e o túmulo não silenciara em sombras, agora era novo cenário, no qual ocorrências diferentes e multiplicadas aconteciam.
As notícias do retorno do Mestre produziram diferentes reações, como seriam de esperar-se: alegria e curiosidade nas massas, medo e perversidade nos culpados.
Desejando silenciar a Voz da Verdade, tomaram-na mais potente; pretendendo matar o Cantor, fizeram-nO mais vivo e objetivando anular-Lhe a mensagem abriram mais amplo espaço para fazê-lA ouvida.
Uma sucessão de eventos ditosos impediu que o esquecimento geral sepultasse a melodia de libertação do Conquistador Celeste, o que sacudia continuamente a opinião nas praças e assustava os habitantes soezes dos palácios e dominadores do Templo.
Jesus prosseguia vivo na memória geral e atuante em toda parte.
Fora visto em diferentes lugares, e os testemunhos eram insuspeitos.
Uma aragem perfumada espraiava-se pelas diferentes regiões e nelas Ele retomava, dialogando, cumprindo o anúncio da sobrevivência.
Ninguém, nem nada pudera detê-lO.
O ódio, que envilece, também cega; igualmente intoxica, e alucina.
O assassinato do Justo não bastara para os criminosos, que, desejando fazê-lO um traidor, criaram um mártir, planejando maculá-lO, desnudaram-Lhe a pureza, e crendo aniquilá-lo, abriram-Lhe as portas fantásticas da imortalidade com que confirmava todos os ditos e feitos.
A orgulhosa e fria Jerusalém fora erguida com pompa, e o seu Templo, sobre o monte Moriá, constituía o máximo da glória de Israel, que se ufanava do Deus único, embora subjugada pela águia romana, em cujas garras o mundo conhecido se debatia e estertorava.
A política vil e a ganância arbitrária se misturavam nas disputas governamentais dos poderes civil e militar, entregues aos romanos, e religioso, nas mãos hábeis dos sacerdotes, na sua maioria, inescrupulosos.
O poder e a miséria mesclavam-se, trocavam de lugar, qual ocorre ainda hoje.
Os átrios e a entrada do Templo suntuoso, desafiador, majestoso e extravagante nas ornamentações com que Salomão o engrandecera, após a sua construção por Zorobabel, e posterior destruição, permaneciam repletos de miséria: a moral — dos cambistas e vendedores; a mental — dos alucinados; a orgânica — dos enfermos; a econômica —dos pobres; a ociosa — dos desocupados e aventureiros.
No seu interior, entre liturgias e cerimoniais, a face gelada da religião formal confundia o temor a Deus e o ódio aos romanos, a indiferença pelas criaturas e a astúcia para manter o domínio sobre as consciências adormecidas.
Os perfumes rituais exalavam dos incensórios e trípodes espalhados por todos os lados, confundindo-se com a sudorese do poviléu e suas chagas abertas.
O país, porém, e a cidade, acorriam com a assiduidade exigida aos cultos que ali se celebravam, conforme o calendário estabelecido. Além dos dias festivos, que celebravam o cativeiro ou a libertação, o sofrimento no deserto ou as concessões divinas, também se apresentavam os ofícios habituais expostos pela Lei.
Foi num dia comum, igual a outro qualquer, ante as atividades da cidade febril e a monotonia da realização religiosa, que Pedro e João, dando prosseguimento à obediência exigida pela Tradição, subiram ao Templo para a oração da hora nona.
Esfervilhavam nas suas mentes as recordações de Jesus e a sinfonia das Suas palavras marcava os movimentos e o pulsar dos sentidos e do coração.
Os infelizes desfilavam suas misérias e as dores exibiam suas exulcerações.
Quase à Porta Formosa, rica de adornos, entrada especial para o interior das imponentes edificações do Templo, um coxo de nascença que era trazido ali para mendigar, vendo que eles iam entrar, implorou-lhes que lhe dessem esmola.
A esmola sempre foi um recurso da indignidade humana, que afronta aquele que a recebe e toma mesquinho quem a oferta.
Jesus subverteu-a, oferecendo o amor que dignifica e que liberta.
Pedro, recordando-se do Divino Médico e Benfeitor, tomado de compaixão, disse ao solicitante:
— Olha para nós.
Supondo que ia receber as migalhas habituais, o mendigo dirigiu-lhe o olhar e foi surpreendido com a dádiva incomum: — Não tenho prata nem ouro para te dar — esclareceu o Apóstolo — mas o que eu tenho dou-te: em nome de Jesus, o Nazareno, anda!
­Aconteceu muito rápido. Relâmpago que fere a noite escura e cinde-a, os fatos atropelaram-se para espanto geral.
Tomando-o pela mão direita o levantou; logo os seus pés e artelhos se firmaram; e, dando um salto, pôs-se de pé e começou a andar.
Ato contínuo, cantando louvores, ele entrou no Templo com os dois, andando e exaltando Deus.
Como era natural, a estupefação tomou conta das pessoas, que conheciam o pedinte da Porta Formosa, agora recuperado. Tomadas de espanto, acorreram a informar-se do acontecido.
Instaurava-se em definitivo o amanhecer da Nova Era.
O arrependido das negações erguia-se para demonstrar que o amor é a terapia por excelência e a misericórdia é a companheira que balsamiza todas as chagas da vida e do coração.
A Humanidade possui prata e ouro em abundância e misérias morais em quantidade.
Poucos distribuem esses valores e perdem-se entre os celerados, os carentes morais do mundo.
Alguns se liberam dessa escravidão e repartem um pouco.
Os verdadeiros cristãos, no entanto, que não possuem os tesouros que se gastam, se roubam, se perdem, despertam disputas e paixões, oferecem o que têm, distendem e promovem a criatura, impulsionando-a para a felicidade, para caminhar por si mesma no rumo da libertação.
Não doam coisas — doam-se.
Não possuem moedas, mas amor.
—Nem prata, nem ouro, mas...

Amélia Rodrigues
Divaldo Franco

Multidão de Sofrimentos (...)"A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe era conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor"....

Multidão de Sofrimentos

Sempre estava Jesus cercado pela multidão. Entardecia...
A multidão representava as enfermidades e mazelas que Lhe era conduzidas pelos magotes humanos, assinalados pela dor.
Em todos os tempos, o sofrimento é a cobrança do pretérito culposo dos atormentados em lapidação benéfica para a própria redenção, em clima de urgência.
A lepra, ingrata e hedionda, procede do Espírito que exterioriza a degenerescência dos tecidos sutis, exsudando as misérias íntimas na faina incessante da purificação. Assim a cegueira e a surdez, a paralisia e a mudez, o câncer e tantos suplícios expressam o limite imposto ao devedor na faculdade cujo uso foi mal aplicado, fazendo o ser calceta em si mesmo, carente de imediata reparação.
A falta do órgão ou membro, a desarmonia da faculdade ou função que representam sempre a cobrança que chega em forma de controle e educação, predispondo o ser para a liberdade.
E como a dor tem sido a característica da vida humana, Jesus estava sempre cercado pela multidão.
Eram os atormentados de ontem, ora envergando as marcas e manchas do passado, na condição de atormentados atuais, buscando, sequiosos, a água lustral do Evangelho do Reino, para lavarem as imundícies da imperfeição.
Cercado pela multidão, Ele abria os braços e descerrava os lábios, socorrendo e falando ...
A voz modulada em musicalidade divina derramava lições de vida em urgente profilaxia, de modo a que todo aquele que pudesse recuperar-se não tornasse aos erros transatos, a fim de não se acumpliciar com o crime, do que decorrem sempre mais graves e danosos compromissos. E as mãos misericordiosas libertavam das amarras limitadas do padecimento, facultando agilidade e os meios de crescimento superior aos beneficiados.
A multidão buscava-O sempre ansiosa...
Dos Seus lábios recolhia pérolas em luz, gemas em claridade incomparável para iluminar a senda de percalços e pedrouços. E das Suas mãos recebia o vigor em dádivas de saúde, que renovavam as peças gastas e os implementos orgânicos em desconcerto, produzindo o refazimento e a paz.
Amava-O a multidão; ao menos necessitava d’Ele avidamente e O seguia.
Começava o ministério entre expectativas e ansiedades.
Quantas vezes Israel tivera outros profetas.
Procediam de todos os rincões e se caracterizavam, não raro, pela severidade e aspereza dos conceitos que, semelhante a látego em brasa punitiva, azorragavam com doestos e ameaçavam com longas e penosas correções.
Há pouco escutara-se a Voz do Batista e a sua figura austera derramava o verbo abrasador, conclamando ao arrependimento e ao aproveitamento da hora, antes que se fizesse tarde.
Ele, porém, Aquele suave Rabi, era a mansuetude e a abnegação. Quando o semblante se Lhe fazia grave, a meiguice e a dor exteriorizavam todo o Seu amor e ao mesmo tempo refletiam as Suas esperanças, penetrando no porvir, em cujo curso incessante dos tempos o homem encontraria a paz ...
Era o mês de Nisan. A tarde caía suave e calma.
A notícia da cura da sogra de Simão, cuja febre repreendida pelos Seus lábios se evadira, atraía a multidão dos necessitados.
Carreados por ventos brandos, aromas sutis balsamizavam a tarde em festa de luz.
A praia amiga, referta de esperanças, suspirando nos corações ansiosos dos homens, ali representava todos os tempos; o ontem e o amanhã da dor perseguindo a paz ...
Ele aproximou-se e começou a curar.
Luz Divina em sombra densa, Sua aura reativava as forças fracas, recompondo os desgastes e desalinhos dos infelizes.
O espetáculo da alegria espontânea explodindo, comovia, e a reconstrução da saúde ante o olhar esgazeado de surpresa dos comensais do sofrimento, a rearticulação das faculdades psíquicas dos antes atormentados, os Espíritos imundos expulsos pelo Seu magnetismo fascinavam e, num crescendo, avolumavam-se as emoções à Sua volta...*
As vozes estremunhadas dos obsessores desligados das vítimas, gritavam:
- Tu és o filho de Deus.
Ele, porém, sereno e pulcro, respondia:
- Eu vos proíbo de falar. Afastai-vos daqui ...
- No desabrochar natural das alegrias, uma pausa fez-se espontânea durante o sublime repasto da esperança. Ele, então, falou com eloqüência e magnitude:
- Todos os males promanam do Espírito. Tende tento!
“O Espírito é a fonte gentil e abundante onde nascem a enfermidade e a saúde, o destino e o porvir de cada ser, conforme se acumulam nas nascentes os atos que padronizam as futuras necessidades. Enquanto o homem não mergulhar na intimidade dos seus problemas para solucioná-los à luz da razão e do amor, não conseguirá o lenitivo da harmonia.
“Sois ‘o sal da Terra’. O valor dele é mantido enquanto conserva o sabor.
“Sois a luz” da oportunidade, enquanto marchardes espargindo bênçãos e distribuindo esperanças.
“Deus, Nosso Pai, é o Criador, mas o homem, ascendendo, é o autor da sua dita ou desgraça.
“Inutilmente buscareis fora a saúde se não a mantiverdes retida no âmago do Espírito, cuja perda se transforma em incessante aflição e maior tormento.
“A saúde, a seu turno, é oportunidade de evolução e de responsabilidade para com a vida.
“Buscai antes o amor e fazei todo o bem possível, para vos conservardes em paz. O amor é a candeia acesa e o bem é o combustível que a mantém.
“Pacificai-vos para que vos conduzais em espírito de sabedoria, fazendo longos e proveitosos os vossos dias de júbilo na Terra e felizes, mais tarde, nos Céus.”
Clara manhã. Sua presença apagava a noite, sugando-a com beijos de luminosidade libertadora. E por onde andava, lá estava a multidão aflita e Ele prosseguia, disseminando a saúde, por ser um excelente mensageiro da Vida.
Ao longe o sol declinava, caindo além dos montes, adornando a paisagem de ouro fulgurante no ar, e todos, tocados pela Sua misericórdia, os antes aflitos, debandaram na direção do lar, deixando a meditar, em profundo recolhimento, sob o fulgor das primeiras estrelas, o Filho do Altíssimo...

(*) Lucas 5:40-41 – Nota da Autora Espiritual.
Amélia Rodrigues

terça-feira, 7 de maio de 2013

O LEPROSO PURIFICADO

CAPÍTULO VIII
O LEPROSO PURIFICADO

O LEPROSO PURIFICADO
1 - E depois que Jesus desceu do monte foi muita a gente do povo que o seguiu.
2 - E eis que vindo um leproso o adorava, dizendo: Se tu queres, Senhor, bem me podes limpar.
3 - E Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo: Pois eu quero. Fica limpo. E logo ficou limpa toda a sua lepra.
4 - Então lhe disse Jesus: Vê, não o digas a alguém; mas vai, mostra-te ao sacerdote e faze a oferta que ordenou Moisés, para lhes servir de testemunho a eles.
Fascinados pela amorosa mensagem de Jesus, muita gente o seguia. Todavia, cumpre dividir em duas classes os que seguem Jesus: a uma classe pertencem os que o seguem com os lábios, sem jamais o sentirem no coração; estes falam, mas não praticam. A outra classe é constituída pelos que seguem Jesus, esforçando-se o mais possível para viverem segundo os ensinamentos dele.
Dada a extraordinária elevação moral de Jesus e ao seu perfeito conhecimento das leis divinas, fácil lhe era movimentar poderosos recursos fluídicos, com os quais efetuava as curas. É de se notar, contudo, que o paciente devia estar em posição de receber a cura que implorava. Uma das condições que melhor predispunha o doente a merecer a cura que tanto ambicionava, era alimentar uma fé viva, que pudesse atrair o fluxo magnético que Jesus irradiava.
Aqui vemos o leproso criar a condição favorável, pois diz ao Mestre: - "Se tu queres, bem me podes curar."
É como se ele afirmasse a Jesus: "A minha fé em tua ação é muito grande; o resto depende de tua vontade, Senhor."
E Jesus, notando que o leproso estava suficientemente preparado pela fé, respondeu-lhe: "Quero." Isto é: "Agora que estás regenerado, eu posso curar-te."
A lepra pertence à categoria das moléstias expiatórias. É um dos mais dolorosos, porém, dos mais enérgicos remédios para livrar a alma de pesados débitos contraídos em existências passadas. No tribunal da justiça divina, o castigo é sempre proporcional à falta cometida. Por isso, os que são tocados por tão terrível enfermidade, é porque têm grandes contas a liquidar. Em primeiro lugar deverão dar graças ao Pai pela sublime oportunidade de resgate, que sua misericórdia lhes proporciona; depois, encherem-se de fé, paciência, coragem e resignação. Quando a vontade de Deus os chamar novamente para o mundo espiritual, deixarão na terra o miserável corpo que lhes servia de cárcere e de tormentos; e seus espíritos, purificados das manchas dos crimes das encarnações anteriores, resplandecerão luminosos e felizes.
Jesus, ao curar o leproso, não contrariou as leis divinas.
As leis de Deus são imutáveis. Aconteceu que o leproso, pela sua resignação à Vontade Divina, tinha expiado suficientemente seus erros, purificando-se espiritualmente. E Jesus, vendo a fé de que o leproso estava possuído, fez com que a cura de seu espírito se refletisse em seu corpo físico.
Neste trecho aprendemos também que as expiações, isto é, os castigos não são eternos. Não há castigos eternos. O fim de uma expiação depende unicamente da força de vontade de cada um. Conformar-se com a situação em que se acha, é o primeiro passo para a cura do espírito, cura essa que, no momento oportuno, se refletirá infalivelmente no corpo físico. O leproso soube sofrer resignadamente e, como recompensa e exemplo, mereceu a cura que Deus lhe enviou por meio de Jesus.
O CENTURIÃO DE CAFARNAUM
5 - Tendo porém entrado em Cafarnaum, chegou-se a ele um centurião, fazendo-lhe esta súplica.
6 - E dizendo: Senhor, o meu criado jaz em casa doente com uma paralisia e padece muito com ela.
7 - Respondeu-lhe então Jesus: Eu irei e o curarei.
8 - E respondendo o centurião, disse: Senhor, eu não sou digno de que entres na minha casa; porém, manda-o só com a tua palavra e o meu criado será salvo.
9 - Pois eu também sou um homem sujeito a outro, tenho soldados às minhas ordens e digo a um: Vai acolá, ele vai; e a outro: Vem cá, e ele vem; e ao meu servo: Faze isto, e ele o faz.
10 - E Jesus, ouvindo-o assim falar, admirou-se e disse para os que o seguiam: Em verdade vos afirmo, que não achei tamanha fé em Israel.
11 - Digo-vos, porém, que virão muitos do Oriente e do Ocidente e que se sentarão à mesa com Abrahão e Isaac e Jacob no reino dos céus.
12 - Mas que os filhos do reino serão lançados nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes.
13 - Então disse Jesus ao Centurião: Vai e faça-se segundo tu creste. E naquela mesma hora ficou são o criado.
Observemos aqui a humildade com que o centurião se dirige a Jesus. Essa humildade transparece não só das palavras do centurião, como também do fato de ele, um superior, interceder por um inferior, seu servo.
A humildade é o característico da fé sincera. Os que sabem ser verdadeiramente humildes, muito recebem; porque a humildade abre as faculdades receptivas da alma, colocando-a em posição de merecer o auxílio divino.
Nos versículos 11 e 12, Jesus quer dizer que as leis divinas, até aí conhecidas somente do povo hebreu, no futuro seriam conhecidas e praticadas por todos os povos da terra. Esta profecia de Jesus se cumpre em nossos dias. O monoteísmo que era uma crença somente dos filhos de Israel, espalhou-se pela terra inteira. E hoje a humanidade civilizada já adora o Deus único, tornado conhecido em nosso planeta, por meio do povo israelita. E o Evangelho do Mestre já espalha sua claridade por todas as nações.
Os filhos do reino simbolizam aqueles que conhecem as leis divinas, mas não as praticam. E Jesus os adverte de que sofrerão as conseqüências dolorosas de seu endurecimento perante as leis do Senhor.
A SOGRA DE PEDRO
14 - E tendo chegado Jesus à casa de Pedro, viu que a sogra dele estava de cama e com febre.
15 - E tocou-lhe na mão e a febre a deixou e ela se levantou e se pôs a servi-los.
16 - Sobre a tarde porém lhe puseram diante muitos endemoninhados; e ele com sua palavra expelia os espíritos e curou todos os enfermos.
17 - Para se cumprir o que estava anunciado pelo profeta Isaías, que diz: Ele tomou as nossas enfermidades e carregou com as nossas doenças.
Os endemoninhados aqui referidos eram pessoas obsidiadas; e Jesus, com sua palavra, afastava os espíritos obsessores.
Nas épocas de renovação espiritual da humanidade, multiplicam-se os casos de obsessões, como prova da imortalidade da alma. Foi o que aconteceu no tempo de Jesus: a Providência Divina permitiu as manifestações dos espíritos para chamar a atenção dos homens sobre a realidade da sobrevivência da alma, conforme Jesus ensinava.
Nos tempos modernos em que o Espiritismo por seu turno intensifica o trabalho de espiritualização do mundo, novamente se manifestam os espíritos, provando as verdades espirituais. E as manifestações mais comuns são as obsessões, que avivam a curiosidade do povo sobre os problemas da alma.
Quanto à profecia de Isaías, ela se refere à parte moral da doutrina de Jesus. Ensinando-nos as leis divinas e como praticá-las, Jesus nos deu o remédio que livra nossa alma de doenças e enfermidades morais, que nesta ou nas futuras encarnações arruinariam, a saúde de nosso corpo.
Quanto à sogra de Pedro, ela foi curada pelo passe, tão comum hoje em dia nos Centros Espíritas.
COMO DEVEMOS SEGUIR A JESUS
18 - Ora, vendo-se Jesus rodeado de muito povo, mandou-lhes que passassem para a banda d'além do lago.
19 - Então chegando-se a ele um escriba, lhe disse: Mestre eu seguir-te-ei para onde quer que fores.
20 - Ao que Jesus lhe respondeu: As raposas têm covas e as aves do céu, ninhos; porém o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça.
21 - E outro de seus discípulos lhe disse: Senhor, deixa-nos ir primeiro enterrar a meu Pai.
22 - Mas Jesus lhe respondeu: Segue-me e deixa que os mortos sepultem os seus mortos.
Seguir a Jesus é renunciar à cobiça, à inveja, à maledicência, ao ódio, à concupiscência, à cólera, à violência, aos vícios, aos maus hábitos, as más palavras, aos maus pensamentos e aos maus atos.
Seguir a Jesus é não se apegar excessivamente aos bens deste mundo, com prejuízo dos bens espirituais.
Seguir a Jesus é esquecer-se de si mesmo, em benefício dos outros.
Conhecendo que o escriba queria segui-lo, mas ainda carregado das vaidades do mundo, Jesus lhe respondeu como se lhe dissesse: "Eu, neste mundo, renunciei a tudo; como queres seguir-me se não te sujeitas a renunciar a nada?"
Os que já compreendem a imortalidade da alma sabem que a morte não existe. Quem já chegou a este grau de compreensão é um vivo, porque despertou para a realidade. Os que não compreendem a imortalidade da alma e julgam que a morte é o fim de tudo, estes são os verdadeiros mortos espirituais.
Dizendo Jesus ao discípulo que o seguisse, pois os mortos cuidariam do morto, quis dizer-lhe: "Tu que já sabes que a morte não existe, porque te importas tanto com ela? Deixa que se interessem pela morte os que não compreendem a verdadeira vida."
JESUS APAZIGUA A TEMPESTADE
23 - E entrando ele numa barca, o seguiram seus discípulos.
24 - E eis que sobreveio no mar uma grande tempestade, de modo que a barca se cobria das ondas e entretanto ele dormia.
25 - Então se chegaram a ele seus discípulos e o acordaram, dizendo: Senhor, salva-nos, que perecemos.
26 - E Jesus lhes disse: Porque temeis, homens de pouca fé? E levantando-se pôs preceito ao mar e aos ventos e logo se seguiu uma grande bonança.
27 - E os homens se admiraram, dizendo: Quem é este que os ventos e o mar lhe obedecem?
As chamadas forças cegas da natureza não existem. Em todos os departamentos que regulam a vida na face ela terra, depararemos sempre com cooperadores espirituais. Falanges de espíritos em evolução trabalham ativamente, zelando pela manutenção dos reinos da natureza: o mineral, o vegetal e o animal. Os fenômenos atmosféricos também são presididos por plêiades de espíritos, sob orientação superior, encarregados de manterem o equilíbrio planetário.
Nem sempre compreendemos o porquê dos fenômenos, que muitas vezes causam verdadeiras calamidades em determinadas regiões do mundo. Mas o Espiritismo nos ensina que não há efeito sem causa. Por conseguinte, os fenômenos tais como; tempestades, terremotos, maremotos, inundações, são orientados por entidades espirituais, em obediência a desígnios divinos, visando o apressamento da evolução não só do planeta, como também das populações atingidas.
Jesus aqui não fez milagre ao apaziguar a tempestade.
Usou apenas de seu conhecimento das forças que regem o Universo e de sua superioridade moral para ordenar aos orientadores invisíveis da atmosfera, que fizessem cessar a tempestade.
Todavia, de cada trecho do Evangelho podemos tirar proveitosos ensinamentos morais. O espírito, quando se entrega às paixões terrenas, desencadeia em seu íntimo terrível tempestade moral: a ambição o perturba, o ódio o maltrata, os vícios o escravizam, o orgulho o sufoca, seu coração se torna um mar tempestuoso. Para aplacar semelhantes tempestades da alma, o recurso é invocar a proteção de Jesus, e conformar-se com seus ensinamentos. E a consciência que se debatia qual mar encapelado e revolto, começa a abrandar, e suave paz assenhoreia-se do coração. E depois, com o coração sereno e a consciência tranqüila, o espírito regenerado exclama satisfeito: "Verdadeiramente Jesus aplaca as tempestades."
OS ENDEMONINHADOS GERASENOS
28 - E quando Jesus passou à outra parte do lago, ao país dos gerasenos, vieram-lhe ao encontro dois endemoninhados, que saíam dos sepulcros, em extrema fúria, de tal maneira, que ninguém ousava passar por aqueles caminhos.
29 - E gritaram logo ambos, dizendo: Que temos nós contigo, Jesus, filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?
30 - Ora em alguma distância deles andava uma manada de porcos pastando.
31 - E os demônios o rogavam, dizendo: Se nos lanças daqui, manda-nos para a manada dos porcos.
32 - E ele lhes disse: Ide. E saindo eles se foram aos porcos e no mesmo ponto toda a manada correu impetuosamente somente por um despenhadeiro a precipitar-se no mar; e todos morreram afogados nas águas.
33 - E os pastores fugiram; e vindo à cidade, contaram tudo, e o sucesso dos que tinham sido endemoninhados.
34 - E logo toda a cidade saiu a encontrar-se com Jesus; e quando o viram, pediram-lhe que se retirasse do seu termo.
É comum depararmos com espíritos obsessores que não sentem o menor desejo de se regenerarem nem de deixarem suas vítimas. Quando doutrinados, imprecam contra quem os chama ao reto caminho e tudo fazem para não escutarem palavras de bom senso. Nestes casos, o doutrinador deve possuir grande força moral para ser obedecido. É o que nos ensina esta passagem evangélica: os espíritos obsessores não puderam desobedecer a Jesus; porém, como não tinham vontade de se corrigirem, acharam mais fácil atormentar os porcos do que aproveitar a oportunidade de melhoria que Jesus lhe oferecia.
Como a cura dos obsidiados lhes custou a perda dos porcos, os pastores se revoltaram. Estes pastores simbolizam duas espécies de indivíduos: os que dão mais valor às coisas terrenas do que às espirituais e os que recebem graças espirituais e não sabem reconhecê-las. Os primeiros só vêem a matéria e repelem sistematicamente qualquer tentativa que vise despertá-los para a espiritualidade. Os segundos jamais se lembram de agradecer a Providência Divina pelo que recebem, como os gerasenos que não se mostraram agradecidos a Jesus, pela cura de seus endemoninhados. É verdade que Jesus não está à espera de agradecimentos, pois que cada um sempre receberá de acordo com seus merecimentos; contudo, o saber agradecer e ser reconhecido é prova de humildade e de elevação espiritual.
É digno de notar-se o exemplo de tolerância que Jesus nos dá: ao ser convidado a retirar-se das terras dos gerasenos, Jesus não alterca com eles nem lhes lança em rosto o benefício que tinha feito aos obsidiados que sofriam; respeita-lhes a incompreensão, perdoa-lhes a ingratidão e retira-se.
Eliseu Rigonatti
O Evangelho dos Humildes

domingo, 20 de janeiro de 2013

NASCIMENTOS ESTRANHOS. "...Há quem nos pergunte por que motivo nascem crianças nos recintos de assistência a companheiros em tratamento de moléstias mentais. E responderemos com ligeira mostra do assunto...."


Diversos amigos, de passagem por Uberaba, deixaram-nos uma pergunta que nos tomou a atenção: “Por que
nascem crianças em lugares exclusivamente reservados aos tratamentos de doentes mentais?” Com o assunto em
pauta, em nossa reunião pública, O Livro dos Espíritos nos deu a questão 167 para estudo.
Os temas da reencarnação foram comentados. “Recomposição Espiritual”, foi a página que nosso Emmanuel
escreveu ao término das tarefas.
RECOMPOSIÇÃO ESPIRITUAL
Emmanuel
Há quem nos pergunte por que motivo nascem crianças nos recintos de assistência a companheiros em
tratamento de moléstias mentais.
E responderemos com ligeira mostra do assunto.
***
No Mais Além, certo amigo acreditou poder superar o desafio das facilidades humanas e pediu vantagens de berço no Plano Físico, a fim de cumprir elevada missão.
Ressurgiu, para logo, na linhagem de pais generosos que lhe ficharam o nome, de imediato, na posse de
avantajados recursos materiais.
Desenvolveu-se em refúgio respeitável e opulento.
Encontrou grupo familiar que estendeu apoio e compreensão.
Favorecido por educadores abnegados, senhoreou ingredientes dos mais valiosos para a formação da própria cultura.
Entretanto, em plena maioridade na experiência humana, por mais advertido fosse pelos princípios da fé que
esposara, decidiu-se pelo abuso.
Traçou infeliz caminho a si próprio.
Sulcou de sofrimento o coração dos pais, feriu companheiros, desbaratou os próprios bens, suscitou a
infelicidade de vastos agrupamentos domésticos, criou dificuldades e sombras e, por fim, precipitando-se em
desregramentos sem nome, desencarnou em lamentável posição de criminalidade.
De regresso ao Mundo Espiritual, reconheceu amigos, recordou afeições, clareou o pensamento, reformulou
pereceres, recompôs idéias e aceitou a culpa que lhe danificava a consciência.
Por mais se lhe dispensasse consolação, mais lhe doía o arrependimento.
Por mais se lhe prestassem favores, mais profundamente sentia o remorso que lhe arruinava todas as forças.
E isso, porque a apreciação de todos os fatos em si procedia dele próprio, no autojuízo a que todos nos
submetemos tão mais intensamente quanto maior o discernimento que venhamos a desfrutar.
Decorrido algum tempo de revisão e reajuste, ei-lo com o novo requerimento de que se supunha necessitado.
Rogava, agora, às autoridades superiores, difícil reencarnação em ambiente obscuro e indefinível, em que
quaisquer vantagens maciças lhe fossem sonegadas.
Foi assim que o vimos renascer, em espaço do Plano Físico totalmente consagrado ao tratamento de nossos
irmãos alienados mentais, recanto esse do qual estamos a vê-lo emergindo muito pouco a pouco, em seus
recursos espirituais, de modo a facear em futuro próximo o grave trabalho de reconquista de que se sente
sequioso, de maneira a reinstalar-se por dentro da própria alma, no respeito a si
Mesmo.
Como, pois, é fácil de entender, somos livres na escolha, mas nos resultados de nossas escolhas, quaisquer que sejam, de um modo ou de outro, com a nossa própria adesão voluntária à execução da Lei, a Lei sempre se cumprirá.

Livro: Caminhos de Volta
Chico Xavier, Espíritos Diversos.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

AUTISMO


O autista vive num mundo próprio, fechado em si mesmo, evitando o contato e qualquer tentativa de acesso ao seu interior. O autismo é um desenvolvimento inadequado da criança ocorrido antes que ela complete três anos, e que o acompanha por toda a vida. As estatísticas contam 20 casos em cada 10 mil nascidos.
No passado, alguns pesquisadores imaginaram uma mãe negligente, fria o bastante para comprometer o desenvolvimento de seu filho, como causa do autismo. Mas esta é uma conclusão preconceituosa e até ofensiva aos pais.
Felizmente as evidências afastam essa hipótese: "Não se conseguiu até agora provar qualquer causa psicológica no meio ambiente dessas crianças, que possa causar a doença", afirma a Autism Society of América - ASA".
"A CIÊNCIA NÃO DESCOBRIU A CAUSA DO AUTISMO,
E ATÉ HOJE NÃO HÁ UM TRATAMENTO QUE ALCANCE
A CURA".
A ciência não descobriu a causa do autismo, e até hoje não há um tratamento que alcance a cura. O escritor Hermínio Miranda fez uma pesquisa profunda e dedicada sobre o assunto que se tornou um grande sucesso editorial, "Autismo - uma leitura espiritual". Na Bienal do Livro de 2000, em São Paulo, SP, Hermínio foi surpreendido por dezenas de crianças e adultos entusiasmados envolvendo-o carinhosamente.
Era um grupo de autistas com seus pais, consolados e esclarecidos pela leitura do livro, prestando ao autor uma comovente e merecida homenagem. Nessa obra, cuja leitura recomendamos, Hermínio diz: "O autismo continua sendo um desafio, um enigma, uma esfinge. De minha parte, estou convencido de que alguns dos seus aspectos nucleares somente se abrirão ao nosso entendimento a partir da introdução da realidade espiritual no modelo com o qual abordamos".
Segundo o pesquisador, a causa seria "um sentimento de culpa não resolvido, suscitado por um desvio de comportamento", ocorrido em vidas passadas. Contudo, o autismo não é um castigo, mas um instrumento de aprendizado, de "ajuste da consciência ética fustigada pelo arrependimento ou remorso e desejosa de se pacificar", conforme explicou Hermínio, no livro.
A ciência não fará progressos apenas esmiuçando o cérebro célula a célula. O materialismo é um véu posto entre a realidade e os olhos dos ciestistas. Finalizamos com as lúcidas palavras de Hermínio: "Estou convencido de que avanços mais significativos na melhor definição da etiologia do autismo continuem na dependência da aceitação do ser humano com entidade espiritual preexistente, sobrevivente e reencarnante.
Essa realidade precisa ser aceita em bloco, sem mutilações.
Editorial - R.C.E.
AUTISMO: UMA QUESTÃO DE ECTOPLASMA?
O Médico Espírita desperta nas pessoas uma esperança de que pode solucionar as mais difíceis patologias da medicina, e talvez tenham razão. Quando nós, médicos espíritas, exercitamos com mais consciência e fé a nossa mediunidade intuitiva, ou seja, aprendemos a permanecer conectados, através da expansão de consciência, com o indispensável mundo paralelo onde as equipes espirituais, nossos mestres, nos ensinam ou nos querem ensinar como desvendar os mistérios ou dificuldades da medicina e de todas as ciências do Planeta.

Foi através do exercício ou expansão da consciência, através da sensibilidade dos médiuns de nosso grupo de estudo, é que tivemos êxito com o caso do menor Rafael, um autista, filho de mãe desquitada, pobre, que sobrevive de lavados domésticos; o qual após peregrinar por vários consultórios médicos e instituições psiquiátricas, chegou ao nosso atendimento fraterno, às quintas-feiras no Centro Espírita Lar de Jesus, já com diagnóstico médico de Autismo, mostrando total desligamento da realidade cognitiva, olhar distante, balbuciando ocasionalmente alguns ruídos, entendidos com grande dificuldade por sua mãe.
Rafael chegou ao nosso atendimento com dez anos de idade e sua mãe dona Maria de Jesus, desesperançada quanto à saúde mental de seu filho. Nós a encorajamos a ter fé, acreditatando no amparo divino através das equipes espirituais que assistem a todo o Planeta dirigido pelo nosso mestre Jesus. Daí então, nós encaminhamos o garoto para tratamento de desobsessão, já que, além de Autista, a percepção de vibrações de baixa frequência era evidente.

Na cabine de passe, aplicamos durante seis meses, uma vez por semana, às quintas-feiras, deitado em uma maca, o que chamamos de Realinhamento de Chacras ou técnica das polaridades, usada em nossa clínica particular Núcleo de Terapia Transpessoal.

Vou citar um caso que ocorreu na clínica, para explicar porque usamos a técnica de Realinhamento de Chacras em Rafael. Certa vez, uma paciente entrou em nosso consultório com forte crise de cefaléia crônica, a qual usava há quatro anos potentes analgésicos e antidepressivos, medicados pela clínica psiquiátrica, mostrando no seu rosto profundo e doloroso sofrimento. Foi levada por mim a deitar-se no divã, onde fiz a pergunta: como a dor de cabeça naquele momento era representada?
A paciente logo entrou em regressão, vivenciando uma cena de tortura em que sua cabeça era comprimida por uma prensa em forma de arco, em torno de sua cabeça, vindo a desencarnar por esmagamento do crânio, causa de sua dor de cabeça. No término da sessão, a dor de cabeça tinha desaparecido, mostrando ela agora a face descontraída e feliz. Quando pedi para a paciente levantar-se e ir ao encontro de seu esposo, que a aguardava na sala de espera, a paciente de pé, próxima ao divã, parou e me disse: "Doutor, não consigo sair deste lugar".
Eu insisti, mas a mesma repetiu que não conseguia andar, eu então pensei: "e agora! O marido esperando lá fora..." Foi então que mais uma vez, fora as outras centenas de vezes, o telefone espiritual, através de nossa mediunidade intuitiva, alertou-me que aquela paciente acabara de incorporar, conectar com uma entidade, sendo também uma médium consciente. Aliviei os músculos, a tensão, e mais facilmente veio o intercâmbio, me trazendo uma nova solução para aquela situação sem precisar doutrinar a entidade, já que aquela senhora não era espírita, e parecia assustada.

O recém-chegado colega Cícero Vasques, da sala ao lado, que trabalha com Massoterapia, Reiki, Realinhamento de Chacras, e sabendo eu que entidades errantes se conectam através do Chacra Esplênico, fez-me lembrar que um realinhamento desconectaria a entidade do médium, e foi então que pela primeira vez e com a ajuda do prof. Cícero Vasques, o qual, solicitado por mim, aplicou o realinhamento, obtivemos êxito imediato, após o último movimento da técnica.
Voltou a paciente de súbito à sua consciência de vigília, resolvendo assim esse novo desafio. Em seguida, agradecemos a assistência espiritual. Passamos então, a partir desse dia, a aplicar nos pacientes ditos pré-psicóticos ou incorporados a técnica do Realinhamento de Chacras, para desconectar o agente teta que, através da elevação da frequência vibratória do paciente, por um melhor fluir da energia vital, facilitando a abertura de seus Chacras, mantêm a entidade desconectada pelo menos por 48 horas, enquanto se faz uma outra abordagem terapêutica.

Voltando ao caso de Rafael, foi essa técnica que aplicamos com a intenção de ajudá-lo a retornar ao seu próprio corpo físico, já que o autista mantém-se dissociado de seu corpo por escassez de ectoplasma, informação essa passada a nós em reunião mediúnica por equipe científica do plano espiritual, que nos orientou desde o início do tratamento a manter o Realinhamento dos Chacras em Rafael, mas com a participação principalmente de médiuns de efeito físico ou de sustentação de nossa equipe de desobsessão, com a finalidade de doar o ectoplasma necessário ao acoplamento total de Rafael ao seu corpo físico, o qual, a cada das sessões seguintes, mostrava-se centrado mais no presente, passando então a falar e procurar pelas pessoas do atendimento fraterno.

Já está com um ano que Rafael entrou numa escola especial, já sabe ler, o que aprendeu a fazer sozinho, e também já escreve com boa caligrafia, e já se compreende o que ele fala e seus desenhos expressam com clareza seu pensamento, mostrando grande inteligência, principalmente através de seus desenhos arquitetônicos de fachadas de edifícios.

Na impossibilidade de ir à escola por dificuldade de transporte, Rafael se aborrece e se agita desesperadamente. Ele gosta de ir a escola porque é lá que ele tem aprendido a desenvolver boa comunicação e relacionamento interpessoal. Já estamos com o segundo caso de Autismo, há um mês e meio e com seis sessões de desobsessão e realinhamento, observamos excelente resultado no garoto. Sua mãe, senhora esclarecida e de nível superior, também já nos falou da visível melhora com esse tratamento, após ter andado por várias capitais e instituições do País, sem resultado evidente.
O seu depoimento é que o filho G..., nunca, em lugar algum, teve um avanço expressivo, como com essa abordagem terapêutica, feita por um grupo de sensitivos encarnados e desencarnados. A sua maior alegria, nesses últimos dias, foi o fato de seu filho ter falado pela primeira vez formando frases, o que não acontecia antes, pois era monossilábico, o que dificultava a sua comunicação, levando-o a chorar com frequência quando queria ser entendido e não conseguia.

Portanto, fica aqui o nosso estímulo para que continuemos exercitando a conexão com nossos irmãos sábios e bondosos que nos assistem e torcem pelo nosso sucesso.

COMUNICAÇÃO COM OS RECÉM-NASCIDOS

Por ser psicoterapeuta há seis anos e médico pediatra há 20 anos e trabalhar no berçário da Maternidade Dona Evangelina Rosa, passei, durante os meus plantões semanais, a ter comunicação com os recém-nascidos, tentando obter deles respostas convincentes de que estavam me ouvindo e me entendendo. Isso porque, nas regressões de memória feitas em adultos, os mesmos relatavam minúcias de sua vida intra-uterina, citando pensamentos, sentimentos e emoções de sua mãe e mesmo das pessoas ao seu redor.

Tive uma cliente que, vivenciando sua vida intra-uterina, descobriu que sua mãe não era sua mãe biológica, mas sim adotiva. A sua mãe biológica era prostituta, e até a estampa da roupa da sua parteira ela relatou. Quando chegou em casa, confirmou a veracidade de sua experiência, causando assim fortes emoções que foram equilibradas nas sessões seguintes.

As minhas próprias experiências de vida intra-uterina reforçaram minha convicção de que aqueles recém-nascidos podiam me entender e se comunicar comigo. Foi o que fiz e faço há mais de quatro anos. No início tive que conversar com os recém-nascidos, e ao mesmo tempo filmar, documentar a experiência, pois o pessoal da enfermagem, sabendo que sou espírita e ao solicitar ajuda na filmagem, se negavam dizendo: "Doutor, eu não gosto dessas coisas não".
Tive que fazer tudo só, mas com o passar das experiências e elas (enfermeiras), mesmo à distância presenciando os resultados positivos das comunicações com os recém-nascidos, passaram a se aproximar, me auxiliando e também conversando com os mesmos e descobrindio os seres que, embora pequenos e frágeis, são inteligentes e conscientes do que acontece ao seu redor.

A comunicação com os recém-nascidos é feita com minha apresentação, aos mesmos, como médico do plantão, e digo que sua permanência no berçário ou incubadora, longe de sua mãe, não é porque ela queira, mas porque os mesmos estão se adaptando ao corpo físico, que está nesse momento debilitado ou imaturo. Faço uma programação positiva pedindo aos mesmos que não se deixem agredir por bactérias, vírus ou fungos e que desenvolvam seu sistema imunológico, pois eles não estão sós, e podem fazer isso.
E digo em seguida: "se você estiver me ouvindo e entendendo, me dê uma resposta: movimente seu braço direito, esquerdo, abra os olhos, movimente a perna direita, esquerda etc.". Insisto uma, duas, três, cinco ou dez vezes, dependendo do estado do recém-nascido ou do meu próprio, mas sempre me dão uma resposta, movimentando o membro solicitado ou fazendo a expressão pedida. A dificuldade nas respostas é comum com os recém-nascidos nas primeiras 24 horas, talvez devido à ocitocina que, após o parto, deprime tanto a mãe como o recém-nascido.

Com esses resultados, o respeito, os cuidados, a atenção aos recém-nascidos foram dobrados e mantidos. As agressões verbais aos recém-natos, devidas ao cansaço do corpo clínico da maternidade e por razões conhecidas nossas, foram superadas em atenção aos pequeninos seres, reconhecidos com inteligência desde a fecundação e com certeza, para uns, antes disso, extremamente sensíveis ao que se passa e se fala ao seu redor.

O resultado não podia ser outro senão a recuperação mais rápida e eficiente de sua saúde, mesmo nos casos mais graves do berçário como as septicemias e membrana hialina. O resultado positivo dobrou, quando passamos a convocar os pais e a ensiná-los a se comunicar e programá-los positivamente.

A nossa sensibilidade ou mediunidade, favorecida pelo nosso estado mental e espiritual, é fundamental para acessarmos o campo mental do recém-nascido e de todos os seres. Os colegas médicos e assistentes que melhor se comunicam com os recém-nascidos são exatamente aqueles mais religiosos, que fazem suas orações, lêem o evangelho e meditam nas mais diversas religiões.
Dr. José Ribamar Tourinho - A.M.E. - Brasil

sábado, 12 de janeiro de 2013

Frutos da delinquencia.(...)O delinqüente deve sempre ser considerado um espírito enfermo, padecendo injunções alienantes que o levam ao delito... , (...)Delinqüem, também, os que exploram a ingenuidade dos jovens, arrojando-os nos antros da perdição; os que usurpam as parcas moedas do povo, no comércio escorchante de mercadorias de primeira necessidade; os profissionais liberais, que anestesiam a dignidade, falseando o juramento que fizeram de prometer servir e honrar o sacerdócio que abraçam...(...)os que traem os afetos que lhes dedicam confiança e respeito; os maus administradores, que malversam os valores públicos e deles se utilizam a benefício próprio, dos seus êmulos e pares; os que conspiram, à socapa, contra as obras de benemerência e amor; e muitos, muitos outros que são arrolados como dignos de bom conceito e que, certamente, não cairão incursos nas legislações humanas, porque disfarçados de homens probos, bem aceitos e acatados... Eles, todavia, sabem das próprias culpas, que dissimulam com habilidade. A consciência despertará, por mais se demore em conivência com a má aplicação dos recursos da inteligência e da saúde de que se fazem dotados....

Frutos da delinquencia.
O delinqüente deve sempre ser considerado um espírito enfermo, padecendo injunções alienantes que o levam ao delito.
Não obstante, cumpre à sociedade o dever de ensejar-lhe a reeducação e o tratamento, quando colhido nas malhas da Lei.
Afastá-lo do convívio social, trabalhando pela sua reabilitação, a fim de que se transforme em cidadão útil, que contribua para o progresso da Humanidade, quanto à própria evolução moral, é dever impostergável de quantos pautam a vida pelos códigos de ética e de dignidade.
Evitar-se aplicar no infrator os mesmos processos violentos de que ele usa para colimar os seus objetivos malsãos, constitui uma atitude de civilidade e cultura superiores.
Impedir-se a usança de técnicas da agressividade ou da corrupção, ou os métodos da punição física, da coerção moral, da lavagem cerebral, significa utilização da Justiça que se propõe a soerguer o infeliz, embora implicitamente aplicando-lhe as penalidades que funcionam, como terapia retificadora e edificante.
O delinqüente nem sempre se origina dos sórdidos guetos e favelas, onde fermenta o caldo de cultura da desagregação da personalidade, locais de fomento ao crime em razão dos fatores sócio-morais e econômicos que constringem e alucinam os que ali se encontram, mas de muitas
outras comunidades e lares dignamente constituídos.
Crimes repulsivos e hediondos, agressões revoltantes e homicídios dantescos, furtos e roubos acompanhados de estupros e lamentáveis perversidades, lutas físicas e chantagens impiedosas, lenocínios e viciações toxicômanas apresentam altas e alarmantes taxas da delinqüência que ora assola a Terra e dizima multidões em desespero...
Diante, no entanto, de delinqüentes de tal jaez, tenta o amor fraternal, revidando-lhes a impiedade com a onda positiva de que o amor se faz portador. No entanto, se o amor ainda não domina os teus sentimentos, a ponto de facultar-te a reação não agressiva, unge-te de compaixão e a piedade diluirá a violência que te assoma, alcançando o infrator que te fere, apagando as marcas da mágoa, que teimam por insculpir no teu íntimo como desejo de desforço.
Não são, porém delinqüentes, somente, aqueles que se armam de agressividade, e, loucos, disseminam o medo, o crime brutal, aparvalhante.
Delinqüem, também, os que exploram a ingenuidade dos jovens, arrojando-os nos antros da perdição; os que usurpam as parcas moedas do povo, no comércio escorchante de mercadorias de primeira necessidade; os profissionais liberais, que anestesiam a dignidade, falseando o juramento que fizeram de prometer servir e honrar o sacerdócio que abraçam, indiferentes, porém, aos problemas dos clientes, protelando suas soluções a custa de largas somas com que constroem sólidas fortunas, apesar de transitórias; os que espalham ondas de inquietação, urdindo tramas que aliciam outros partidários de emoção afetada; os que traem os afetos que lhes dedicam confiança e respeito; os maus administradores, que malversam os valores públicos e deles se utilizam a benefício próprio, dos seus êmulos e pares; os que conspiram, à socapa, contra as obras de benemerência e amor; e muitos, muitos outros que são arrolados como dignos de bom conceito e que, certamente, não cairão incursos nas legislações humanas, porque disfarçados de homens probos, bem aceitos e acatados...
Eles, todavia, sabem das próprias culpas, que dissimulam com habilidade.
A consciência despertará, por mais se demore em conivência com a má aplicação dos recursos da inteligência e da saúde de que se fazem dotados.
Não lograrão fugir de si mesmos, nem se liberarão dos conflitos que se lhes instalaram na alma.
Resguarda-te do contágio da delinqüência, preservando os teus valores morais, mesmo que sejam de pequena monta; a tua posição social, embora não tenha realce público; a tua situação econômica, apesar de caracterizada pela pobreza; as tuas aspirações, mesmo que de pequeno porte, ligando-te em pensamento, ao compromisso do bem, que se irradia do Cristo, que programou para o homem e a Terra, em nome do Pai, a felicidade e a harmonia, através de métodos de dignificação, únicos aliás, que compensam em profundidade e perenemente.
Os frutos da delinqüência são a loucura de largo porte, o sofrimento sem conforto, o suicídio, a morte violenta, nefasta.
Vive, desse modo, as diretrizes do Evangelho e nunca te esqueças que, ao defrontar um delinqüente, seja em qual circunstância for, será muito melhor ser-lhe a vítima do que seu algoz, conforme o próprio Mestre nos ensinou com o exemplo na Cruz.
Joanna de Ângelis - Divaldo Pereira Franco. Ítem 29 do livro 'S.O.S. FAMÍLIA'.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.

OS ESPÍRITOS INSTRUTORES DA INFÂNCIA.
CRIANÇA AFETADA DE MUTISMO.
Uma senhora nos transmite o fato seguinte:
"Uma de minhas filhas tem um menininho de três anos que, desde que nasceu, lhe
deu as mais vivas inquietações; restabelecida sua saúde, ao fim do mês de agosto último,
andava com dificuldade, não dizia senão papá, mama, o resto de sua linguagem não era
senão uma mistura de sons inarticulados. Há um mês mais ou menos, em conseqüência
das tentativas infrutíferas para fazer seu filho pronunciar as palavras mais usuais,
tentativas freqüentemente renovadas sem nenhum sucesso, minha filha deitou-se, muito
entristecida por essa espécie de mutismo, desolando-se sobretudo porque, em seu
retorno, seu marido, capitão de longo curso, cuja ausência havia durado mais de um ano,
não encontraria mudança na maneira de falar de seu filho, quando, às cinco horas da
manhã, ela foi despertada pela voz da criança que articulava distintamente as letras A, B,
C, D, que jamais havia tentado fazê-lo pronunciar. Crendo sonhar, ela sentou-se em sua
cama, a cabeça pendida sobre o berço, o rosto junto do menino que dormia, ela o ouviu
repetir, em alta voz, várias vezes, pontuando cada uma por um pequeno movimento da
cabeça, as letras A, B, C, depois um pequeno tempo de parada, em se apoiando sobre a
pronúncia, D.
"Quando entrou em seu quarto às seis horas, a criança dormia sempre, mas a mãe,
ainda muito feliz e muito emocionada por ter ouvido seu filho dizer essas letras, não tinha
tornado a dormir. No despertar do menino, e então depois, tentamos em vão fazê-lo dizer
essas letras (das quais nunca tinha ouvido falar quando as disse em seu sono, ao menos
nesta vida), todas as nossas tentativas fracassaram. Ainda hoje mesmo, ele disse A, B,
mas nos foi impossível obter, para C, D, outra coisa senão dois sons, um da garganta, o
outro do nariz que não lembram de nenhum modo as duas letras que queríamos fazê-lo
dizer.
"Não é a prova de que essa criança já viveu? Detenho-me aí, sentindo-me bastante
instruída por ousar concluir. Tenho necessidade de aprender ainda, de ler muito tudo o
que trata do Espiritismo, não para me convencer: o Espiritismo responde a tudo, ou pelo
menos quase tudo; mas, vo-lo repito, senhor, não sei bastante. Isto virá: o desejo não me
falta. Deus que não me abandonou há dezessete anos que sou viúva; Deus, que me
ajudou a educar meus filhos e a estabelecê-los; Deus, em quem tenho fé, provera o que
me falta, porque espero nele, e lhe rogo de todo o coração para que permita aos seus
bons Espíritos esclarecer-me, guiar-me para o bem. Orai, pois, por mim, senhor, que
estou em comunhão de pensamento convosco, e que desejo acima de tudo caminhar no
bom caminho."
Este fato é, sem contradita, o resultado de conhecimentos adquiridos anteriormente.
Se ele é uma aptidão inata, é a que se revela espontaneamente durante o sono do corpo,
quando nenhuma circunstância não tinha podido desenvolvê-la no estado de vigília. Se as
idéias fossem um produto da matéria, por que surgiria uma idéia nova quando a matéria
está entorpecida, ao passo que ela é, não só nula, mas impossível de se exprimir quando
os órgãos estão em plena atividade? A causa primeira, pois, não deve estar na matéria. É
assim que o materialismo se choca a cada passo contra os problemas aos quais é
impotente para dar a solução. Para que uma teoria seja verdadeira e completa, é preciso
que ela não seja desmentida por nenhum fato; o Espiritismo não a formula nenhuma
prematuramente, a menos que isso não seja a título de hipótese, caso em que se guarda
de dá-la como verdade absoluta, mas somente como um objeto de estudo. É a razão pela
qual ele caminha infalivelmente.
No caso de que se trata, é, pois, evidente que o Espírito não tendo aprendido
durante a vigília o que disse durante o sono, é preciso que haja aprendido em alguma
parte; uma vez que não foi nesta vida, é preciso que isso seja numa outra, e, o que é
mais, numa existência terrestre onde falasse francês, uma vez que foram letras francesas
que ele pronunciou. Como explicarão esses fatos aqueles que negam a pluralidade das
existências ou a reencarnação sobre a Terra?
Mas resta saber como ocorre que o Espírito não possa dizer, desperto, o que
articulou no sono?
Eis a explicação que disso foi dada por um Espírito à Sociedade de Paris.
(24 de novembro de 1864. - Médium, senhora Cazemajour.)

"É uma inteligência que poderá permanecer ainda velada algum tempo pelo
sofrimento material da reencarnação à qual esse Espírito teve muita dificuldade em se
submeter, e que tem, momentaneamente, aniquiladas as suas faculdades. Mas seu guia o
ajuda com uma terna solicitude a sair desse estado pelos conselhos, os encorajamentos e
as lições que lhe dá durante o sono do corpo, lições que não são perdidas e que se
reencontrarão vivazes quando essa fase do entorpecimento tiver passado, e que será
determinada por um choque violento, uma emoção extrema. Uma crise desse gênero é
necessária para isso; é preciso esperá-la, mas não temer o idiotismo: este não é o caso."
Há ali um ensinamento importante e até certo ponto novo: o da primeira educação
dada a um Espírito encarnado por um Espírito desencarnado. Certos sábios, sem dúvida,
desdenhariam esse fato como muito pueril e sem importância; não veriam nisso senão
uma bizarrice da Natureza, ou o explicariam por uma superexcitação cerebral que apaga
momentaneamente as faculdades; porque é assim que eles explicam todas as faculdades
medianímicas. Sem dúvida, conceber-se-ia, em certos casos, a exaltação em uma pessoa
de idade madura, que eleva a imaginação por aquilo que vê, ou o que ouve, mas não se
compreenderia que isso pudesse superexcitar o cérebro de uma criança de três anos que
dorme. Eis, pois, um fato inexplicável por essa teoria, ao passo que encontra sua solução
natural e lógica pelo Espiritismo. O Espiritismo não desdenha nenhum fato, por medíocre
que seja em aparência; ele os espia, os observa e os estuda todos; é assim que progride
a ciência espírita, à medida que os fatos se apresentam para afirmar ou completar a sua
teoria; se eles se contradizem, procura-lhes uma outra explicação.
Uma carta datada de 30 de dezembro de 1864, escrita por um amigo da família,
contém o que se segue:
"Uma crise, disseram os Espíritos, determinada por um choque violento, uma
emoção extrema, livrará a criança do entorpecimento de suas faculdades. Os Espíritos
disseram verdadeiramente: a crise ocorreu por um choque violento, e eis de que maneira.
A criança foi causa para que sua avó tivesse uma queda terrível, na qual deixou de rachar
a cabeça, esmagando a criança. Depois desse abalo, a criança surpreende seus
parentes, a cada instante, pronunciando frases inteiras, como esta, por exemplo: "Tome
cuidado, mamãe, de cair."
A articulação das letras durante o sono da criança era, bem evidentemente, o
resultado do exercício que o Espírito lhe fazia praticar. Numa sessão ulterior da
Sociedade, onde não se ocupava de nenhum modo do fato em questão, a dissertação
seguinte foi dada espontaneamente, e vem confirmar e desenvolver o princípio desse
gênero de mediunidade.
Continuação
Revista Espírita 1865 Fevereiro

sábado, 15 de dezembro de 2012

O EFEITO DA CÓLERA


Um velho judeu, de alma torturada por pesados remorsos, chegou, certo
dia, aos pés de Jesus, e confessou-lhe estranhos pecados.
Valendo-se da autoridade que detinha no passado, havia despojado
vários amigos de suas terras e bens, arremessando-os à ruína total e
reduzindo-lhes as famílias a doloroso cativeiro. Com maldade premeditada,
semeara em muitos corações o desespero, a aflição e a morte.
Achava-se, desse modo, enfermo, aflito e perturbado... Médicos não lhe
solucionavam os problemas, cujas raízes se perdiam nos profundos labirintos
da consciência dilacerada.
O Mestre Divino, porém, ali mesmo, na casa de Simão Pedro, onde se
encontrava, orou pelo doente e, em seguida, lhe disse:
— Vai em paz e não peques mais.
O ancião notou que uma onda de vida nova lhe penetrara o corpo,
sentiu-se curado, e saiu, rendendo graças a Deus.
Parecia plenamente feliz, quando, ao atravessar a extensa fila dos
sofredores que esperavam pelo Cristo, um pobre mendigo, sem querer, pisoulhe
num dos calos que trazia nos pés.
O enfermo restaurado soltou um grito terrível e atacou o mendigo a
bengaladas.
Estabeleceu-se grande tumulto.
Jesus veio à rua apaziguar os ânimos.
Contemplando a vítima em sangue, abeirou-se
do ofensor e falou:
— Depois de receberes o perdão, em nome de Deus, para tantas faltas,
não pudeste desculpar a ligeira precipitação de um companheiro mais desventurado
que tu?
O velho judeu, agora muito pálido, pôs as mãos sobre o peito e bradou
para o Cristo:
— Mestre, socorre-me!... Sinto-me desfalecer de novo... Que será isto?
Mas, Jesus apenas respondeu, muito triste:
- Isso, meu irmão, é o ódio e a cólera que outra vez chamaste ao próprio
coração.
E, ainda hoje, isso acontece a muitos que, por falta de paciência e de
amor, adquirem amargura, perturbação e enfermidade.

Meimei/Chico Xavier.
Livro :Pai Nosso

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

CÓLERA E NÓS: ..."se não dispomos suficientemente de humildade e compaixão, eis que a altivez ferida se assemelha em nós ao estopim afogueado de que a cólera irrompe em fuzilaria de pensamentos descontrolados, arruinando-nos preciosas edificações espirituais do presente e do futuro..."




 Emmanuel
Tema – Prejuízos da Irritação.


Não farias explodir uma bomba dentro e casa, comprometendo a vida daqueles que mais amas. No entanto, por vezes, não vacilamos em detonar a dinamite da cólera, aniquilando as energias dos companheiros que nos trazem apoio e cooperação.
Nesse sentido, vale destacar que cada um de nós desempenha papel determinado na construção do benefício comum; e se contamos, na execução dos nossos deveres, com amigos abnegados, capazes do mais alto sacrifício em nosso favor, temos, ainda, nas linhas da existência, aqueles espíritos que se erigem à condição de nossos credores, com os quais ainda não nos quitamos, de todo, no terreno das contas pessoais, transferidas à contabilidade de hoje pelo saldo devedor de passadas reencarnações. Ocultos na invisibilidade, por efeito da diferença vibratória no estado específico da matéria sutil em que se localizam, quando desencarnados, ou mesmo revestidos na armadura de carne e osso, no plano físico, eles se instalam na sombra da antipatia sistemática ou da perseguição gratuita, experimentando-nos com persistência admirável os propósitos e testemunhos de melhoria interior.
É assim que vamos vencendo em exames diversos, opondo valores morais entesourados na alma ao assédio das provas, como sejam paciência na adversidade resistência na dor, fé nos instantes de incerteza e generosidade perante as múltiplas solicitações do caminho... Chega, porém, o dia em que somos intimados ao teste da dignidade pessoal. Seja pelo dardo do insulto ou pelo espinho da desconsideração, somos alvejados no amor-próprio, e, se não dispomos suficientemente de humildade e compaixão, eis que a altivez ferida se assemelha em nós ao estopim afogueado de que a cólera irrompe em fuzilaria de pensamentos descontrolados, arruinando-nos preciosas edificações espirituais do presente e do futuro.
Estejamos alertas contra semelhante poder fulminativo, orando e abençoado, servindo e desculpando, esquecendo o mal e restaurando o bem.
Decerto, nem sempre a doçura pode ser a marca de nosso verbo ou de nossa atitude porquanto, momentos surgem nos quais o bem geral reclama a governança da providência rija ou da frase salgada de advertência, mas, é preciso não olvidar que a cólera a nada remedeia, em tempo algum, e que, além de tudo, ela estabelece fácil ganho de causa a todos aqueles que, por força de nossa evolução deficitária, ainda se nos alinham, nas trilhas da existência, à conta de nossos inimigos e obsessores.

 Livro Encontro Marcado - Francisco Cândido Xavier