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segunda-feira, 24 de junho de 2013

Chico responde questões sociais e políticos."...segundo as instruções que recebemos dos benfeitores espirituais, a nossa melhor atitude é a da prece, em favor dos líderes das nações"...

  • Estimaríamos colher a sua opinião a respeito dos últimos conflitos que colocaram em perigo a Paz Mundial…
Chico Xavier:
- Atentos aos nossos deveres de ordem doutrinária, já que o Espiritismo é a religião de Jesus, endereçada ao burilamento e confraternização dos homens, não seria cabível viéssemos a analisar os conflitos atuais do mundo, sob o ponto de vista político. Essa tarefa, na opinião de Emmanuel, o dedicado orientador espiritual que nos dirige as atividades, compete aos mentores encarnados da vida internacional.
Todos nós, os religiosos de todos os climas, nos reconhecemos atualmente defrontados por crises de insatisfação em quase todos os domínios da Humanidade, e, por isso mesmo, segundo as instruções que recebemos dos benfeitores espirituais, a nossa melhor atitude é a da prece, em favor dos líderes das nações, rogando a Deus os ilumine e guie, a fim de que todos eles se unam, no respeito às leis que o progresso já nos confiou, evitando nova grande guerra, cujos efeitos calamitosos, não conseguimos prever, nem calcular.
(Do livro No Mundo de Chico Xavier, editado pelo Instituto de Difusão Espírita, de Araras, SP)


  • A Doutrina Espírita é acusada de, ao se preocupar somente com a vida no além, ajudar a manter o sistema político vigente, por não se preocupar com o progresso material e político do homem na Terra. O que acha?
Chico Xavier:
- É muito interessante isso, mas não desejamos abusar, desprestigiar, desprimorar mesmo a figura de Jesus Cristo. É importante considerar que Jesus cogitou muito da melhora da criatura em si.
Auxiliou cada companheiro no caminho a ter mais fé, a amar os seus semelhantes, ensinou os companheiros a se entre-ajudarem, de modo que nós vimos Jesus sempre preocupado com o homem, com a alma.
Não nos consta que ele tivesse aberto qualquer processo de subversão com o Império Romano, nem mesmo contra a Palestina ocupada.
Então, o espírita não é propriamente uma pessoa conformada do ponto de vista negativo. Conformismo em Doutrina Espírita tem o sinônimo de paciência operosa. Paciência que trabalha sempre para melhorar as situações e cooperar com aqueles que recebem a responsabilidade da administração de nossos interesses públicos.
Em nada nos adiantaria dilapidar o trabalho de um homem público, quando nosso dever é prestigiá-lo e respeitá-lo tanto quanto possível e também colaborar com ele para que a missão dele seja cumprida. Porque é sempre mais fácil subverter as situações e estabelecer críticas violentas ou não em torno de pessoas.
Nós precisamos é da construtividade.
Não que estejamos batendo palmas para esse ou aquele, mas porque devemos reverenciar o princípio da autoridade, porque sem disciplina não sei se pode haver trabalho, progresso, felicidade, paz ou alegria para alguém. Veja a natureza: se o sol começasse a pedir privilégios e se a Terra exigisse determinadas vantagens, o que seria de nós com a luz e o pão de cada dia?
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira)
  • De vez em quando aparece alguém que, em virtude de algum problema social mais grave – a violência, por exemplo, – pede a pena de morte. O senhor concorda?
Chico Xavier:
- A pena deveria ser de educação. A pessoa deveria ser condenada mas é a ler livros, a se educar, a se internar em colégios ainda que seja, vamos dizer, por ordem policial.
Mas que as nossas casas punitivas, hoje chamadas de casas de reeducação, sejam escolas de trabalho e instrução.
Isto porque toda criatura está sentenciada à morte pelas leis de Deus, porque a morte tem o seu curso natural.
Por isso, acho que a pena de morte é desumana, porque ao invés de estabelecê-la devíamos coletivamente criar organismos que incentivassem a cultura, a responsabilidade de viver, o amor ao trabalho. O problema da periculosidade da criatura, quando ela é exagerada, esse problema deve ser corrigido com educação e isso há de se dar no futuro.
Porque nós não podemos corrigir um crime com outro, um crime individual com um crime coletivo.
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira)
  • Chico, estamos diante de uma onda crescente de violência em todo o mundo. A que os espíritos atribuem essa ocorrência? Gostaria que você se detivesse também no problema dessa corrida da população às armas, para a defesa pessoal. Como você vê tudo isso?
Chico Xavier:
- Temos debatido esse problema com diversos amigos, inclusive com nossos benfeitores espirituais e eles são unânimes em afirmar que a solidão gera o egocentrismo e esse egocentrismo exagerado reclama um espírito de autodefesa muito avançado em que as criaturas, às vezes, se perdem em verdadeiras alucinações.
Então a violência é uma conseqüência do desamor que temos vivido em nossos tempos, conforto talvez excessivo que a era tecnológica nos proporciona. A criatura vai se apaixonando por facilidades materiais e se esquece de que nós precisamos de amor, paciência, compreensão e carinho. A ausência desses valores espirituais vai criando essa agressividade exagerada no relacionamento entre as pessoas ou entre muitas das pessoas no nosso tempo.
De modo que precisaríamos mesmo de uma campanha de evangelização, de retorno ao Cristianismo em sua feição mais simples para que venhamos a compreender que não podemos pedir assistência espiritual a um trator de esteira, não podemos pedir socorro a determinados engenhos que hoje nos servem como recursos de pesquisas em pleno firmamento, nós precisamos desses valores de uns para com os outros.
Quando nos voltarmos para o sentimento, para o coração, acreditamos que tanto a violência, como a corrida às armas para defesa pessoal decrescerão ao ponto mínimo e vamos extinguindo isso, pouco a pouco, à medida que crescemos em manifestações de amor, reciprocamente.
(Transcrito no livro de sua autoria “Lições de Sabedoria – Chico Xavier)
  • Suas palavras de solidariedade sempre giram em torno da missão que cada ser humano tem. Qual é a sua missão?
Chico Xavier:
- Um capim tem uma missão, alimentar o boi. Minha missão é como a do capim ou de qualquer outra plantinha sem nome que exista por aí. Precisamos viver honradamente e fazer tudo o que pudermos para ajudar o próximo a superar suas dificuldades.
(publicado na revista Contigo/Superstar, São Paulo, SP, n. 443, 19/3/1984, transcrita no ANUÁRIO ESPÍRITA 1985)
  • Chico, como é que você vê a onda de violência que aumenta a cada dia?
Chico Xavier:
- A violência é qual se fosse a nossa agressividade exagerada trazida ao nosso consciente, quando estamos em carência de amor. Ela lava, por isso, o desamor coletivo da atualidade.
Se doarmos mais um tanto, se repartirmos um tanto mais, se houver um entendimento maior, estaremos contribuindo para a diminuição desta onda crescente de agressividade.
À medida que a riqueza material aumenta, o conforto e a aquisição de bens também cresce, com isso retornaremos à autodefesa exagerada, isolando-nos das criaturas humanas. A vacina é o amor de uns pelos outros, programa que Jesus nos deixou há dois mil anos.
Numa entrevista coletiva perante as câmeras da Rede Globo, comandada por Augusto César        Vanucci, em julho de 1980.
(Consta do livro “Lições de Sabedoria – Chico Xavier)
  • Qual o melhor antídoto contra a falta de confiança em nós mesmos?
Chico Xavier:
- Os amigos da Vida Maior nos ensinam que na prática da humildade, na prestação de serviços aos nossos irmãos da Humanidade, adquiriremos esse antídoto contra a falta de confiança em nós próprios, de vez que aprenderemos, na humildade, que o bem verdadeiro, de que possamos ser intérprete, em favor de nossos semelhantes, procede de Deus e não de nós.
(Em entrevista  publicada no jornal “O Espírita Mineiro”, de Belo Horizonte, MG, fevereiro/abril de 1977).

  • Na sua opinião, para onde caminha a Humanidade? Haverá responsabilidade de, em breve, atingirmos um grau de igualdade e fraternidade entre os homens?
Chico Xavier:
- Creio que mesmo que isto nos custe muitos sofrimentos coletivos, nós chegaremos até a confraternização mundial.
As circunstâncias da vida na Terra nos induzirão a isso e nos conduzirão para essa vitória de solidariedade humana.
Não é para outra coisa que o Cristianismo, nas suas diversas interpretações, dentro das quais está a nossa faixa de doutrina espírita militante, terá nascido, não é? Eu creio que acima de nossas governanças, todas elas veneráveis, temos o Governo de poderes maiores que nos inspira e que, naturalmente, nos enviará recursos para que essa vitória da fraternidade universal se verifique.
(Transcrito do livro Chico Xavier – Mandato de Amor, editado pela União Espírita Mineira )


domingo, 23 de junho de 2013

Chico Xavier responde sobre questões sociai."...O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. ..."

QUESTÕES SOCIAIS
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O povo está muito nervoso. Se você for passando na rua e alguém lhe jogar uma pedra dizendo "é aquele ali", o povo lincha. Em síntese, todos estão sofrendo muito. Como o senhor acha que ficará o país?

O desespero é uma doença. E um povo desesperado, lesado por dificuldades enormes, pode enlouquecer, como qualquer indivíduo. Ele pode perder seu próprio discernimento. Isso é lamentável, mas pode-se dizer que tudo decorre da ausência de educação, principalmente de formação religiosa.

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O clima no Brasil é de desesperança. Nós somos lesados num lugar e desistimos de brigar, "porque todo mundo está roubando mesmo". Ou então, nos mergulhamos na letargia e justificamos: "A minha vida está boa, porque arrumar confusão para ajudar os outros?" Eu pergunto: como se pode conciliar o
espírito cristão de solidariedade com o pacifismo que Cristo pregou, mandando oferecer a outra face?


Eu dou assistência a todos os companheiros de periferia que sofrem grandes dificuldades. Sei que Uberaba
é muito rica, mas nunca fui à casa de ninguém pedir nada. Levo o que tenho, ou aquilo que me colocam nas mãos.
Então, conversando com irmãos em penúria, procuro amenizar a revolta deles e não aumentá-las. Se a criança
está doente e eu posso dar remédio que não dependa de uma autoridade médica, faço o possível. Se o indigente morre
e seus parentes não querem que vá para uma sala de anatomia, providencio o enterro. Agora, se os governantes
tivessem amor e espírito de compreensão
por seus governados, tudo seria modificado. Mas isso teria de começar de cima. Alguém me perguntou:
"Chico, a assistência é serviço do governo. Por que você dá assistência?" Respondi: "Dou assistência
como a pessoa que vê a casa do vizinho incendiada e, até que o corpo de bombeiros apareça, a casa já se foi. Então,
pelo menos um balde d´água eu tenho que carregar, não é?"

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Hoje está difícil falar em Pátria do Evangelho diante de tantos problemas que o Brasil enfrenta, a corrupção,
a imoralidade. É difícil falar em esperança...


O nosso Humberto de Campos escreveu o livro "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho"
baseado em livros e arquivos do Mundo Espiritual. Mas ele disse que é preciso compreender
que o dono disso tudo, da Pátria do Evangelho, morreu crucificado. Nós não devemos pensar
que a Pátria do Evangelho é uma vantagem para nós. É trabalho. E numa hora de guerra vamos
sofrer muito. Nós deixamos de ser um país essencialmente agrícola, como se dizia antigamente. Hoje somos o
terceiro país do mundo em fabricação de armas.

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Como resolver essa situação de inflação, esse clima onde todos acreditam que o Brasil esteja
no caos?


O problema só vai ser resolvido quando a nação for administrada por homens respeitáveis. O Brasil está sem líder.

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E como os espíritas podem ajudar o Brasil?

Fazendo esforço para cumprir os nossos deveres e deixarmos um exemplo de honestidade.

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Nós falamos que o Brasil é o terceiro país em fabricação de armas. E os armamentos a nível
mundial? A possibilidade de uma guerra é remota?


Não é remota, não. Os armamentos continuam sendo fabricados.
O Gorbachev disse ao presidente dos Estados Unidos, nessa Conferência de Genebra, que
"se nós autorizarmos e incentivarmos uma guerra à base de mísseis, não vai haver vencedores".

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O Sr. não acha que lutar pela implantação definitiva da justiça social entre todos os homens
, pugnar, intransigentemente, em defesa dos direitos humanos em todos os quadrantes da
Terra não seria muito mais importante do que a simples dádiva de esmolas, que muitas vezes
não passam de migalhas que caem das mesas fartas dos comensais da vida?


Estimaria mais se você dissesse, com o seu nobre discernimento: "trabalhar pela implantação definitiva
da justiça social entre todos os homens", porque o verbo lutar, em muitos casos, significaria agitar ou
"conflitar". Creio que todos os cristãos sinceros, estejam vinculados à interpretação espírita do evangelho 

de Jesusou não, permanecem construindo em paz o reinado da justiça no mundo, sem a precipitação dos que
se inclinam para transformaçõesviolentas e sem a inércia dos apáticos. Relativamente à chamada "esmola", não
vejo na migalha de recursos materiais que se dá ou que se recebe um gesto tedioso de quem
usufrui mesa farta, e, sim, um elo de simpatia e de amor entre as criaturas que se propõem a
encontrar um processo de ligação espiritual entre si, preparando-se instintivamente para mais alta
compreensão da fraternidade. Sem qualquer idéia de esnobar esse ou aquele lance
autobiográfico, peço permissão para dizer a você que, quando fiquei órfão de mãe, aos cinco janeiros
de idade, à distância de meu pai enquanto permaneceu viúvo, aprendi a agradecer às pessoas de coração
generoso que me davam um pão ou um prato de alimento, no transcurso do dia, porque, quantos me
prestaram esse benefício se fizeram para mim benfeitores que me livraram da tentação do furto e, assim
como me sentia feliz em receber essas dádivas para a minha própria sobrevivência, creio que as pessoas
que me amparavam também se sentiam satisfeitas com a minha alegria. Reconheço que virá um tempo em
que a assistência social velará por nós todos; mas até que isso aconteça, em plano maior
(e admito que semelhante realização deverá vir para nós e por nós sem conflitos sangrentos), até que isso aconteça,
repitamos, você aprovaria alguém que vê os seus irmãos em penúria,
sem se mover, de modo algum, para auxiliá-los, pelo menos, em pequenina parcela de apoio?
Será justo que eu deixe o meu vizinho desfalecendo em necessidade, sem dividir com ele os centavos
que posso administrar, a pretexto de aguardar o tempo em que me seria permitido administrar aquilo
que não pertence, esquecendo-me de que posso e devo repartir a parcela de recursos que a
Divina Providência me emprestou para meu usufruto?

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Atualmente vemos no Brasil problemas sociais muito graves: milhões de crianças desabrigadas, passando fome;
pessoas que moram em favelas, mocambos e lugarejos da pior espécie. Há também, uma distribuição de renda muito falha,
enfim, estamos vivendo dias de completa escuridão para o nosso povo. Como o Sr. se explica à opinião pública diante do
livro que o Sr. psicografou, livro este intitulado "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho"?


O fundador do Evangelho foi crucificado. Eu acredito que diante desta verdade, o Brasil não pode ter privilégios.
Então, devemos esperar acontecimentos muito sérios...
Agora, o problema no Brasil, pessoalmente, opinião minha, o que deveria ser faceado pela comunidade brasileira
como um dos problemas mais sérios é o problema do trabalho. O amor ao trabalho e a fidelidade ao cumprimento
do dever. Se nós todos trabalharmos, se carpirmos a terra, se construirmos, se lidarmos com a pedra, com o barro,
com a sementeira, com os fios; se tecermos; se todos nós nos unirmos para criar valores em nosso benefício,
a pobreza deixará de existir.
Mas, enquanto alguns trabalharem e muitos outros não quiserem trabalhar, o problema não será resolvido.
Este problema não é de fortuna. Todos somos ricos... Todos nós nascemos, pelo menos nos casos normais,
com um corpo, que pode trabalhar, que pode servir, que pode ser manejado para o bem; esta é a verdadeira riqueza.
Um homem pode possuir milhões, mas, se está atacado pelo câncer, por exemplo, ele sente que a riqueza dele é o corpo...

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Fontes:
Questões 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, da Revista Espírita "Informação" - n 141.
Questão 8, da Revista Espírita "Informação" - n 115.
Link da Página: http://www.grupoandreluiz.org.br/chico_ler_perguntas.php?id=16
(Publicado em 09/01/2007)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

FAMÍLIA.





   Conceito - Grupamento de raça, de caracteres e gêneros semelhantes, resultado de agregações afins, a família, genericamente, representa o clã social ou de sintonia por identidade que reúne espécimes dentro da mesma classificação. Juridicamente, porém, a família se deriva da união de dois seres que se elegem para uma vida em comum, através de um contrato, dando origem à genitura da mesma espécie. Pequena república fundamental para o equilíbrio da grande república humana representada pela nação.
   A família tem suas próprias leis, que consubstanciam as regras de bom comportamento dentro do impositivo do respeito ético, recíproco entre os seus membros, favorável à perfeita harmonia que deve vigir sob o mesmo teto em que se agasalham os que se consorciam.
   Animal social, naturalmente monogâmico, o homem, na sua generalidade, somente se realiza quando comparte necessidades e aspirações na conjuntura elevada do lar.
   O lar, no entanto, não pode ser configurado como a edificação material, capaz de oferecer segurança e paz aos que aí se resguardam. A casa são a argamassa, os tijolos, a cobertura, os alicerces e os móveis, enquanto o lar são a renúncia e a dedicação, o silêncio e o zelo que se permitem àqueles que se vinculam pela eleição afetiva ou através do impositivo consangüíneo, decorrente da união.
   A família, em razão disso, é o grupo de espíritos normalmente necessitados, desajustados, em compromisso inadiável para a reparação, graças à contingência reencarnatória. Assim, famílias espirituais freqüentemente se reúnem na Terra em domicílios físicos diferentes, para as realizações nobilitastes com que sempre se viram a braços os construtores do Mundo. Retornam no mesmo grupo consangüíneo os espíritos afins, a cuja oportunidades as vezes preferem renunciar, de modo a concederem aos desafetos e rebeldes do passado o ensejo da necessária evolução, da qual fruirão após as renúncias ás demoradas  uniões do Mundo Espiritual...
   Modernamente, ante a precipitação dos conceitos que generalizam na vulgaridade os valores éticos, tem-se a impressão de que para a rude ameaça sobre a estabilidade da família. Mais do que nunca, porém, o conjunto doméstico deve se impor para a sobrevivência a benefício da soberania da própria humanidade.
   A família é mais do que o resultante genético... São os ideais, os sonhos, os anelos, as lutas e árduas tarefas, os sofrimentos e as aspirações, as tradições morais elevadas que se cimentam nos liames da concessão divina, no mesmo grupo doméstico onde medram as nobres expressões da elevação espiritual da Terra.
   Quando a família periclita, por esta ou aquela razão, sem dúvida a sociedade esta a um passo do malogro...
   Histórico - Graças ao instinto gregário, o homem, por exigência da preservação da vida, viu-se conduzindo à necessidade de cooperação recíproca, a fim de sobreviver em face das ásperas circunstâncias nos lugares onde foi colocado para evoluir. A união nas necessidades inspirou as soluções para os múltiploproblemas decorrentes do aparente desaparelhamento que fazia sofrer ao lutar contra os múltiplos fatores negativos que havia por bem superar.
   Formando os primitivos agrupamentos em semibarbárie, nasceram os pródomos das eleições afetivas, da defesa dos dependentes e submissos, surgindo os lampejos da aglutinação familial.
   Dos tempos primitivos aos da civilização da Antigüidade Oriental, os valores culturais impuseram lentamente as regras de comportamento em relação aos pais - representativos dos legisladores, Personificados nos anciãos; destes para os filhos - pela fragilidade e dependência que sempre inspiram; entre irmãos - pela convivência pacífica indispensável à fortaleza da espécie; ou reciprocamente entre os mais próximos, embora não subalternos ao mesmo teto, num desdobramento do próprio clã, ensaiando os passos na direção da família dilatada...
   A Grécia, aturdida pela hegemonia militar espartana, não considerou devidamente a união familial, o que motivou a sua destruição, ressalvada Atenas, que, não obstante amando a arte e a beleza, reservava ao Estado os deveres pertencentes à família, facultando-a sobreviver por tempo maior, mas não lobrigando atingir o programa  estético e superior a que se propuseram os seus excelentes filósofos.
   A Roma coube essa indeclinável tarefa, a princípio reservada ao patriciado, e depois, através de leis coordenadas pelo Senado, que alcançaram as classes agrícolas, militares, artísticas e a plebe, facultando direitos e deveres que, embora as hediondas e infelizes guerras, se foram fixando no substrato social e estabelecendo os convênios que o amor sancionou e fixou como técnica segura de dignificação do próprio homem, no conjunto da família.
   A idade Média, caracterizada pela supremacia da ignorância, desfigurou a família com o impositivo de serem doados os filhos à Igreja e ao suserano dominador, entibiando por séculos a marcha do espírito humano.
   Aos enciclopedistas foi reservada a grandiosa missão de, em estabelecendo os códigos dos direitos humanos, reestruturarem a família em bases de respeito para a felicidade das criaturas.
   Todavia, a dialética materialista e os modernos conceitos sensualistas, proscrevendo o matrimônio e prescrevendo o amor livre, voltam a investir contra a organização familial por meio de métodos aberrantes, transitórios, é certo, mas que não conseguirão, em absoluto, qualquer triunfo significativo.
   São da natureza humana a fidelidade, a cooperação e a fraternidade como pálidas manifestações do amor em desdobramento eficaz. Taís valores se agasalham, sem dúvida, no lar, no seio da família, onde se arregimentam forças morais e se caldeiam sentimentos na forja da convivência doméstica.
   Apesar de a poliandra haver gerado o matriarcado e a promiscuidade sexual feminina, a poligamia, elegendo o patriarcado, não foi de menos infelizes conseqüências.

 Segundo o eminente jurista suíço Bachofen, que procedeu a pesquisas históricas inigualáveis sobre o problema da poliandra, a mulher sentiu-se repugnada e vencida pela vulgaridade e abuso sexual, de cuja atitude surgiria o regime monogâmico, que ora é aceito por quase todos os povos da Terra.
   Conclusão - A família, todavia, para lograr a finalidade a que se destina, deve começar desde os primeiros arroubos da busca afetiva, em que as realizações morais devem sublevar às sensações sexuais de breve durabilidade.
   Quando os jovens se resolvem consorciar, impelidos pelas imposições carnais, a futura família já padece ameaça grave, porquanto, em nenhuma estrutura se fundamenta para resistir os naturais embates que a união a dois acarreta, no plano do ajustamento emocional e social, complicando-se, naturalmente, quando do surgimento da prole.
   Fala-se sobre a necessidade dos exames pré-nupciais, sem dúvida necessários, mas com lamentável descaso pela preparação psicológica dos futuros nubentes em relação aos encargos e às responsabilidades esponsalícias e familiares.
   A Doutrina Espírita, atualizando a lição evangélica, descortina na família esclarecida espiritualmente a Humanidade ditosa do futuro promissor.
   Sustentá-la nos ensinamentos do Cristo e nas Lições da reta conduta, apesar da loucura generalizada que irrompe em toda parte, é o mínimo dever de que ninguém se pode eximir.

                                     Joanna de Ângelis. (Divaldo P. Franco.)